Você está na página 1de 9

Universidade Estadual da Paraíba

Antonio Guedes Rangel Junior


Reitor
Editora da Universidade
Estadual da Paraíba
José Ethan
Vice-Reitor
Diretor
Pró-Reitor de Graduação
Cidoval Morais de Sousa
Eli Brandão da Silva
Coordenação de Editoração
Arão de Azevedo Souza Pró-Reitoria de Ensino Médio, Técnico e Educação à Distância
Secretaria de Educação a Distância – SEAD
Eliane de Moura Silva
Conselho Editorial
Célia Marques Teles - UFBA Cecília Queiroz
Dilma Maria Brito Melo Trovão - UEPB Assessora de EAD
Djane de Fátima Oliveira - UEPB
Gesinaldo Ataíde Cândido - UFCG Coordenador de Tecnologia
Joviana Quintes Avanci - FIOCRUZ Ítalo Brito Vilarim
Rosilda Alves Bezerra - UEPB
Waleska Silveira Lira - UEPB Projeto Gráfico
Arão de Azevêdo Souza

Revisora de Linguagem em EAD


Rossana Delmar de Lima Arcoverde (UFCG)

Revisão Linguística
Maria Divanira de Lima Arcoverde (UEPB)

Diagramação
Arão de Azevêdo Souza
Gabriel Granja

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL - UEPB

401.9
M827p Morais, Francineide.
Psicolinguística - Licenciatura em letras – Português./ Francineide Morais./
Pró-Reitoria de Ensino Médio, Técnico e Educação a Distância.- Campina Grande:
EDUEPB, 2013.
119 p.: il.: Color.

1. Psicolinguística. 2. Signo. 3. Psicologia cognitiva de Piaget. 4. Princípios


psicológicos. I. Título. II. EDUEPB/Coordenadoria Institucional de Programas
Especiais.
21. ed.CDD

EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA


Rua Baraúnas, 351 - Bodocongó - Bairro Universitário - Campina Grande-PB - CEP 58429-500
Fone/Fax: (83) 3315-3381 - http://eduepb.uepb.edu.br - email: eduepb@uepb.edu.br
Então... prontos para conhecer um pouco esse
mundo mágico da linguagem infantil, do mundo
simbólico, das construções conceituais, da fala e
da escrita... enfim da linguagem e da aprendizagem
da criança!

Preparando a nossa viagem...


Antes de partirmos, vamos dar uma espiadinha na ilustração ao lado? Cite
alguns elementos que você vê.

Provavelmente você selecionou elementos naturais e artificiais. Agora pense:


eles são importantes para a nossa vida cotidiana? Por quê?

Por exemplo, as placas de sinalização tanto quanto as montanhas


são elementos para os personagens se orientarem, não acha? A esses
elementos damos o nome de SIGNOS. Fig. 1 Do livro Conte uma
história. Seleção de Célia
Vamos dar uma paradinha aqui para entendermos melhor o que é Ruiz Ibáñez e Ilustração de
SIGNO? Pilar Campos Fdz-Fígares.
2.ed., São Paulo: Girassol,
2007. Tradução: Mô Cunha.

Para Saussure (2006): Para Bakhtin (2002):


o signo linguístico é, uma en- signo é um elemento de natu-
tidade psíquica de duas faces reza ideológica por natureza.
combinadas: o significante (for- “Tudo que é ideológico possui
ma) – imagem acústica, e o sig- um significado e remete a algo
nificado (conteúdo) – conceito, situado fora de si mesmo. Sem
ideia. signos não existe ideologia”
(p, 31).
dica. utilize o bloco
de anotações para
Para Vygotsky (1999): responder as atividades!
Em Edward Lopes (2000), en-
signo é uma marca externa, contramos a concepção de
que auxilia o homem em ta- que signos são “suportes exte-
refas que exigem memória ou riores e materiais da comuni-
atenção. Eles são elementos cação entre as pessoas e, por
interpretáveis como representa- outro lado, são o meio pelo
ção da realidade, por meio de qual se exprime a relação en-
objetos, eventos, situações, me- tre o homem e o mundo que
diados pela linguagem. o cerca” (p. 16).

Psicolinguística I SEAD/UEPB 11
Ora, vamos pensar um pouco:
• se o signo é forma e conteúdo;
• se o signo é representação da realidade interpretável pela lin-
guagem;
• se o signo é ideológico,
• se o signo é suporte para a relação entre homem e mundo,
• se o signo é cultural e historicamente situado,

significa dizer que nenhum signo tem valor absoluto fora da intera-
ção social, seu valor é constituído essencialmente no contexto, seja ele
o contexto do próprio signo ou o contexto dos interlocutores que o em-
pregam como elemento de implementação, reflexão e transformação
do ideológico, analisado segundo limites de espaço e tempo. Logo é
simbólico, pois depende dos sentidos construídos nas sociedades.
Bem, agora estamos falando de dois conceitos: signo e símbolo,
mas qual é a diferença entre eles?
Podemos dizer que enquanto o signo identifica ou indica algo, o
símbolo representa algo, uma ideia, um objeto para representar um
outro objeto ou uma outra ideia; De um modo geral, um signo é cons-
cientemente apreendido e usado, enquanto um Símbolo é total ou par-
cialmente inconsciente, vai sendo apreendido no decorrer da vivência
social, cultural e histórica.

Vejamos os exemplos abaixo:

Marca de um produto - Símbolo denotando o conteúdo, é


uma representação apreendida inconscientemente.

Sinal de trânsito - signo usado para sugerir ou induzir uma


dada reação em quem o percebe, logo uma ação cons-
ciente.

Letras – signo linguístico usado para representar os sons


da língua usada por determinada comunidade linguísti-
ca, apreendido conscientemente.

Sol - Símbolo cuja representação é apreendida incons-


cientemente por uma comunidade linguística conotando
luz, calor, brilho, iluminação, alegria.

Fica claro, portanto, que independentemente de ser linguagem ver-


bal ou não verbal, a linguagem é um signo mediador por excelência
12 SEAD/UEPB I Psicolinguística
entre os homens (VYGOTSKY, 1934/2003), pois ela carrega em si os
conceitos generalizados e elaborados pela cultura humana, logo muito
simbólica.
Vejamos esse exemplo:
SIGNO = Significante (imagem acústica)
+ Significado (ideia)
SÍMBOLO = uso em interações sociais
EX: Ao Leão se renda!  O enunciado pode re-
meter ao próprio animal; à determinada pessoa, co-
nhecida por leão; ao imposto de renda etc. Tudo isso
sem deixar de manter, de certa forma, uma relação
semântica com a referência original – fera.
A partir do exemplo acima, percebemos que, dependo do contexto
em que se emprega o enunciado Ao Leão se renda!, a relação signi-
ficante/significado recebe sentido específico, construídos histórico-cul-
turalmente – o que caracteriza o simbolismo linguístico. Então, vamos
entender melhor o sentido de Símbolo?
SÍMBOLO – 1. Aquilo que, por princípio de analogia, representa ou
substitui alguma coisa. Ex: balança é o símbolo da justiça. (Dicionário
Aurélio)
SÍMBOLO – 2. designa um elemento representativo que está (rea-
lidade visível) em lugar de algo (realidade invisível) que tanto pode
ser um objeto como um conceito ou ideia, determinada quantidade
ou qualidade. O “símbolo” é um elemento essencial no processo de
comunicação, encontrando-se difundido pelo cotidiano e pelas mais
variadas vertentes do saber humano. Embora existam símbolos que são
reconhecidos internacionalmente, outros só são compreendidos dentro
de um determinado grupo ou contexto (religioso, cultural, etc.). (http://
pt.wikipedia.org. Em12.07.10)
SÍMBOLO – 3. são representações mentais que substituem os objetos
do mundo real... objetos, eventos, situações. (VYGOTSKY, in OLIVEI-
RA,1993, p. 35).

Atividade I
Para você ampliar o seu conhecimento sobre o signo e o símbolo linguístico,
realize as seguintes ações:
a) Leia o tópico 1.9, intitulado de O Simbolismo linguístico, presente em Edward
Lopes, em Fundamentos da Linguística Contemporânea, p. 41 – 46, ou pelo dica. utilize o bloco
de anotações para
endereço eletrônico http:// books.google.com.br/books?isbn=8531601746 responder as atividades!

Psicolinguística I SEAD/UEPB 13
b) A partir do esquema sobre o simbolismo linguístico, apresentado por esse
autor, analise se a explicação ali explicitada se refere a signo ou símbolo.
Por quê?

c) Acredito que esse é um assunto que renderá boa discussão no fórum. Registre
sua compreensão no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) – Moodle - e
participe das reflexões elaboradas pelos colegas.

Procure sempre tirar suas dúvidas sobre o conteúdo estudado com


o mediador pedagógico a distância através do endereço:
<http://ead.uepb.edu.br>.

Continuando a nossa conversa...


O símbolo, portanto, é sempre mediado pela linguagem, construí-
do, retomado, representado nas interações humanas desde a mais ten-
ra idade, logo responsável pelo process de aquisição e desenvolvimen-
to da linguagem. Basta observarmos nas situações cotidianas eventos
do tipo:

Situações interativas1 como essas contribuem para que a criança


associe sons a objetos, pessoas, ações etc, determinando-os, fato que
influencia diretamente nas construções de ideias, conceitos, valores,
Todas as imagens foram retiradas de
costumes, enfim tudo que faz parte do mundo social da criança – é
1

http://www.google.com.br/imagem
assim que ela, naturalmente, vai se apropriando da língua/linguagem
e se desenvolvendo biocognitivoafetivosocial. Esse desenvolvimento

14 SEAD/UEPB I Psicolinguística
progressivo contribui para que a criança interaja nas mais diversas si-
tuações, compreendendo e se fazendo compreender não só pelos sím-
bolos linguísticos quanto pelos não linguísticos - os gestos. Vejamos as
situações acima: na primeira, a criança expressa os sons “gugu, dada”
e tenta reproduzir a expressão fisionômica do adulto; na segunda, a
criança já emprega uma estrutura complexa “qué o biquedo!” acompa-
nhada de um sentimento interpretável pela sua fisionomia.
As situações descritas acima nos levam a entender que as aquisições
intelectuais sofisticadas, como a linguagem, requerem representação e
abstração da realidade, por isso a criança, desde cedo, começa a per-
ceber o valor simbólico dos objetos. Por exemplo, ver-se na fotografia,
no espelho, mas já não confunde a foto, que é uma representação,
com a própria pessoa; diverte-se, deixando-se levar pelo mundo de
fantasias, imitando situações da vida real; interage com as tecnologias
até chegar o momento de interagir por meio da escrita convencional.

A imitação, a fantasia, a fala, a leitura e a escrita são etapas de um


jogo simbólico de uma realidade evocada pelas representações de um
objeto ausente ou de simulação funcional. Tudo isso alicerça na crian-
ça o desenvolvimento do raciocínio lógico, responsável pela distinção
entre o real do imaginário e o real vivido; enfim, o jogo simbólico é o
grande ativador das capacidades sócio-cognitivas, as quais possibili-
tam a construção do pensamento consciente, de conceitos, de signi-
ficados e sentidos, enfim permitem a evolução intelectual da criança.
.
Observa-se muitas vezes, no jogo, a existência de
símbolos dos quais a significação não é compre-
endida pelo próprio sujeito... Todo símbolo é, ao
mesmo tempo, consciente sob um ângulo e incons-
ciente sob outro, dado que todo pensamento, mes-
mo o mais racional é também, ao mesmo tempo,
consciente e inconsciente. (Piaget, 1978, p. 220).

Psicolinguística I SEAD/UEPB 15
Para você compreender
melhor... Um pouquinho da
teoria de base....
Esse é um fragmento do texto O cotidiano na educação infantil, de
Patrícia Corsino, que esclarece a relação intrínseca entre linguagem e
as experiências vivenciadas pela comunidade social, o que determina
a concepção de símbolo. Leia com atenção e procure relacionar com
as explicações expostas anteriormente.

(...)
Para Bakhtin (1992), a linguagem supõe uma situação de
troca social. São sujeitos em interação que produzem enun-
ciados concretos que, por sua vez, são determinados pelas
condições reais de enunciação – a situação social mais ime-
diata, incluindo os gestos, a entoação, vontades, afetos, ditos
e não-ditos – e também o horizonte social definido – o con-
texto social mais amplo responsável pela criação ideológica
de um grupo social, numa determinada época. O enunciado
é de natureza constitutivamente social, histórica e, por isso,
Querendo apro- liga-se a enunciações anteriores e a enunciações posteriores
fundar o assunto, produzindo e fazendo circular discursos (Brait, 2005, p. 68).
consulte o texto de Vygotsky (1991, 1993) considera a linguagem como o siste-
Cristiane Januario ma simbólico básico de todos os grupos humanos, responsável
Gonçalves e Débo- pela mediação entre o sujeito e o mundo, que exerce um papel
ra Andrade Anto- fundamental na comunicação entre as pessoas, no pensamento
nio, AS MÚLTIPLAS e no estabelecimento de significados compartilhados que per-
LINGUAGENS mitem interpretações dos objetos, eventos e situações. A expe-
NO COTIDIANO riência com as formas culturalmente organizadas, ou seja, com
DAS CRIANÇAS. os signos fornecidos pela cultura, permite ao sujeito constituir
Disponível em: seu sistema de signos, que funciona como um código ou filtro,
www.periodicos. por meio do qual decifra o mundo. Entretanto, a cultura não é
ufsc.br/index.php/ compreendida como algo pronto, estático, ao qual cada sujeito
zeroseis/article/ humano se submete, mas como um palco de negociações, no
view/853/760. qual os membros da cultura constantemente estão recriando e
reinterpretando significados. A vida social é dinâmica e cada
sujeito é ativo nela. Mundo cultural e mundo subjetivo intera-
gem e reorganizam-se mutuamente no curso desse processo.
(...)
Observando as crianças pequenas, antes da aquisição da fala, ve-
mos o quanto o corpo, as expressões e todo gestual entram em cena
na comunicação que estabelecem com o outro.

16 SEAD/UEPB I Psicolinguística
Observando uma brincadeira entre um adulto e um bebê, por
exemplo, podemos notar a satisfação da criança através do seu riso e
também do movimento vigoroso de suas pernas. É através de choros,
sorriso, olhares, movimentos de pegar, de apontar, entre outros, que os
pequenos manifestam seus
desejos e vontades, satisfações e incômodos, cabendo ao adulto
interpretar os gestos mímicos, dando sentido a eles.
Os gestos expressivos das crianças, porém, não se dirigem ape-
nas ao adulto, mas às outras crianças também. Desde bem pequenas
elas se comunicam entre si, se olham, se aproximam, tentam pegar um
objeto que está com a outra etc. Estabelecem entre elas uma comu-
nicação sem palavras que, dificilmente, nós adultos, estamos atentos
para perceber e valorizar. O convívio com crianças de diferentes idades
propicia, sobremaneira, as trocas e amplia as possibilidades desta co-
municação. Perguntamos, então, como tem sido pensada a ação dos
educadores da Educação Infantil de modo a: observar os movimentos
expressivos que as crianças manifestam; responder às suas solicitações
e favorecer suas manifestações mímico-gestuais e a troca que estabe-
lecem com os outros?
Vygotsky (1991,1993) discute as inter-relações entre linguagem e
gesto, trazendo as primeiras manifestações da criança na busca de ex-
pressão de desejos, de sentimentos e de comunicação com o outro,
as brincadeiras de faz-de-conta e também a escrita. A movimentação
da criança pequena na busca de comunicação é intensa – ela aponta,
se dirige até o objeto, chora quando não o alcança, segura e puxa as
pessoas quando quer alguma coisa – o gesto é a forma como se dirige
ao outro. As brincadeiras, por sua vez, são acompanhadas de gestos
e nelas, os objetos perdem sua força determinadora (Vygotsky, 1991,
p.110), pois a criança age sobre eles diferentemente daquilo que ela
vê, ressignificando-os através de seus gestos, que ganham função de
signo. Pelo gesto, transforma os objetos, indicando os novos significa-
dos. As atividades simbólicas da criança são repletas de gestos indica-
tivos de significado, cumprindo uma função de fala através dos gestos
representados (CORSINO, 2006, p. 30,33-34).

Psicolinguística I SEAD/UEPB 17
SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. Orgazizado por
Charles Bally e Albert Sechehaye, com a colaboração de Albert
Riedlinger. 27. ed., São Paulo: Editora Cultrix, 2006.

Também disponível em: http://pt.scribd.com/doc/40193539/Cur-


so-de-Linguistic-A-Geral-Saussure-ferdinand. Acesso em 22.10.2011.
Este livro, lançado em 1916, postumamente pelos alunos de Saus-
sure, traduz com maestria. as ideias geniais de Ferdinand Saussure
sobre a ciência da língua/linguagem, dando surgimento ao estrutu-
ralismo linguístico, estudado o signo linguístico a partir de uma rela-
ção dicotômica, esclarecendo temas e conceitos conforme os pares:
língua x fala; significante x significado; sincronia x diacronia; sintagma
x paradigma. Sendo assim, seria interessante um olhar especial sobre
o capítulo Semiologia, assunto crucial para o entendimento do signo
linguístico como uma entidade do conjunto que forma a linguagem é
fundamental. Ainda sobre a semiologia cabe ilustrar a diferença exis-
tente entre ela e a linguística.

Referências
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 9a. ed. Tradução
de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 1999.

CORSINO, Patrícia. O cotidiano na educação infantil. TV ESCOLA/


SALTO PARA O FUTURO. Boletim 23, Nov. 2006. Diponível em: www.
tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/175810Cotidiano.pdf. Acesso em
30.07.2011

LOPES, Edward. Fundamentos de Linguística Contemporânea. São Paulo:


Cultrix, 1999.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. Rio de Janeiro: Zahar,


1945/1978.

SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. Orgazizado por


Charles Bally e Albert Sechehaye, com a colaboração de Albert
Riedlinger. 27. ed., São Paulo: Editora Cultrix, 2006.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,


1999.

Psicolinguística I SEAD/UEPB 21

Você também pode gostar