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Prefácio
O que eu escrevo aqui, na forma de uma brochura, poderia muito
bem ter sido publicado em uma revista científica bem conceituada.
Também tentei fazer isso, na forma de uma breve nota, contudo,
infelizmente tive então de reconhecer aquilo que jamais queria
realmente acreditar: A platéia científica se isolou por si própria com
muros de presídio.
Para cada um que se encontra encarcerado aí, não há escapatória, e
cada um que ocasionalmente for passear perto dessa prisão e quiser
dizer algo para os que se encontram ali dentro, que talvez lhes pudesse
trazer um novo ânimo pela vida, um bom progresso, encontra muros
intransponíveis e bem postados.
Tradição científica que não foi por acaso cultivada em milênios, mas
que em seu conceito atual se origina dos tempos mais recentes, fez com
que se tornasse dever mais sagrado aos seus discípulos só deixar valer
e só representar aquilo diante do público que fizer jus aos estatutos não
escritos dessa tradição.
Como se destaca do breve relato a seguir, sinto uma profunda
necessidade interior de comunicar alguns cursos de pensamentos a
todos os colegas das ciências naturais e àqueles que se interessam
pelas ciências naturais, indiferente de que disciplina especializada se
trata, e de chamar-lhes a atenção para uma obra que, segundo minha
firme convicção, está destinada a indicar novos caminhos para o pensar
e procurar científico, que pode conduzir para fora dos becos sem saída
nos quais a nossa pesquisa se prendeu, para fora do pensar material e,
por fim, para fora do período da decomposição da matéria física, para
penetrar nas leis universais e conhecer o acontecimento que edifica e
que realmente produz no verdadeiro sentido.
Por isso redigi um pequeno escrito “Concepção Universal e Pesquisa
das Ciências Naturais”. Aí, por fim, em breves cursos de pensamento,
eu quis indicar, aos que são convocados para isso, aquele ensinamento
que tem como autor “Abdrushin” e se denomina “ensinamento do
Graal”. Sinto-me impelido a estimular todos os setores a uma pesquisa
especial, a um aprofundamento nestes ensinamentos; pois tenho
certeza que cada um que procura por um verdadeiro reconhecimento e
é suficientemente sincero para reconhecer a Verdade como tal e que
confessa a própria ignorância e o pensar errôneo, verá nesses
ensinamentos uma fonte inesgotável de achados, para que possa
investigar de forma produtiva seguindo novos caminhos.
Contudo, não foi possível colocar meu escrito junto a nenhuma das
mais importantes revistas científicas não especializadas e eu percebi
nitidamente das recusas muito corretas e cordiais, que não foram
motivos objetivos que levaram à recusa, mas sim o embaraço diante dos
líderes científicos da atualidade, de que estes pudessem, por ter sido
publicado algo pensado de modo diferente daquilo que por eles é
admitido, desclassificar a revista como não podendo ser levada a sério.
Esses são os motivos que me levam, na forma da sucinta tese que
se segue, a dirigir-me à ciência e ao público, de forma independente, na
firme convicção de que, apesar da recusa sistematicamente educada da
grande massa, ainda haja alguns pesquisadores sóbrios que prestam
atenção, isto é, levem este estímulo, que para mim é profunda
necessidade e não finalidade própria e que não me traz nenhuma
espécie de vantagem material, tão a sério quanto ele é intencionado.
Berlim, em dezembro de 1928.
O Autor.
Lema: Quem não ousar ir além da realidade, jamais conquistará a Verdade.
Schiller.
Abdrushin
o Mestre Universal!
Não deve este mundo, esta humanidade, que vivencia este grande
dia, cair de joelhos e agradecer a Deus por poder vivenciar uma época, à
qual foi indicado desde séculos e milênios e que deve nos libertar
daquela pressão interior e exterior, em que nós entramos devido à
educação, à tradição e ao querer saber melhor? Não deve desencadear
em todos aqueles que realmente procuram e investigam sinceramente,
que querem denominar a ciência e a sabedoria como sua, um júbilo
claro por se encontrarem na transição, pelo fato de o Menstre Universal
nos mostrar a porta estreita, unicamente através da qual conduz o
caminho para fora desse imenso beco sem saída, para o qual corremos
obstinadamente, para fora do caldeirão borbulhante da nossa época
materialista?!
Já existe um grande número de pessoas que, como o autor,
reconheceram e puderam se conscientizar da Verdade absoluta e
límpida que está contida nesse ensinamento do Graal. São pessoas
sérias, de todas as camadas profissionais, de grandes industriais a
simples camponeses, que reconheceram a lógica absoluta de todo
acontecer, exatamente através do ensinamento do Graal e que, em sua
sensibilidade clara e legítima, vêem reluzir aquela Luz que, através da
escuridão da atualidade, vem a nós por meio deste ensinamento.
O autor não vê sua tarefa no fato de louvar com palavras profanas
essa maravilhosa sabedoria que está ancorada no ensinamento do
Graal e aproximar o conteúdo àqueles, que sentem igualmente em si o
impulso para reconhecer a Verdade real. É apenas um sentimento de
dever, que não teme e não conhece nenhum obstáculo, que força
irresistivelmente para indicar que esse ensinamento se encontra aí,
para que seja encontrada por aqueles que não querem encontrar a
pedra dos sábios na obra humana e na fúria especulativa humana, mas
que o pressentem ou sabem há muito tempo, consciente e
inconscientemente fundo em seu interior, que ela só pode ser
encontrada lá, onde a Luz da Verdade, irradiando da mais elevada
origem, resplandece para baixo até nós.
Assim como o impulso para escrever essas linhas surgiu através de
um sentimento de dever irresistível, da mesma forma deve, porém,
também ser dever férreo daqueles poucos entre os pesquisadores
sinceros, que igualmente encontram no ensinamento do Graal a única
Verdade e o caminho para o saber, declarar aberta e livremente, sem
olhar para trás e sem levar em conta aquela falange de estupidez
científica, que tem de ruir tristemente através desse reconhecimento.
Schiller já não pressentiu este dia em sua profunda intuição para a
legítima realidade, ao exclamar:
“O velho rui, modifica-se o tempo – e nova vida floresce das ruínas!”
Essas palavras deveriam soar alto nos ouvidos daqueles que querem
reivindicar para si o direito de praticar crítica a essas linhas ou, talvez,
até no próprio ensinamento do Graal. Que lhes seja repetido o que
Goethe reconheceu claramente com seus olhos espirituais e que ele
transmitiu naquelas palavras resignadas:
“Nós preferimos confessar nossos erros e faltas morais, do que os
científicos!”