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1ª Questão:

Esquema:

O esquema do bocal é dado na folha de prova. A superfície de controle está indicada,


bem como o sentido do fluxo mássico de entrada do bocal.

Considerações de simplificação:

1. O bocal é considerado um volume de controle que opera em regime permanente


(dado do enunciado);
2. O fluido é modelado como um líquido incompressível (dado do enunciado);
3. O escoamento é isotérmico (dado do enunciado);
4. A temperatura do fluido é igual à temperatura do entorno (dado do enunciado).
Portanto, o processo é adiabático.
5. Não há trabalho de eixo envolvido no processo.
6. Despreza-se o efeito potencial da gravidade.

Modelagem:

Seja a equação da conservação da massa na forma de taxa para volume de controle:

dmVC
=∑ ṁe−∑ ṁs
dt e s

Como o bocal opera em regime permanente, a equação é reduzida para:

0=∑ ṁ e−∑ ṁ s
e s

Como há somente uma vazão de entrada (estado 1) e uma de saída (estado 2), a
equação é reduzida para:

0=ṁ1 −ṁ2

Sabe-se que a vazão mássica pode ser calculada como ṁ=ρ⋅V⋅A . Assim:

0=ρ1⋅V 1⋅A1 −ρ2⋅V 2⋅A 2

O fluido é modelado como um líquido incompressível, deste modo


ρ1 =ρ2 . Assim:

0=V 1⋅A1 −V 2⋅A 2


Rearranjando a equação e levando em conta, conforme a Fig. 1, que
A 1 > A 2 , é obtido
que:

V2 A1
= >1
V1 A2

Portanto,
V 2 >V 1 .

Seja a equação da conservação da energia na forma de taxa para volume de controle:

dEVC
dt
V2
( ) V2
(
=Q̇VC −Ẇ VC + ∑ ṁe⋅ he + e + g⋅z e −∑ ṁ s⋅ hs + s + g⋅z s
e 2 s 2 )
O bocal opera em regime permanente, o processo é adiabático e não há trabalho de
eixo envolvido no processo. Assim, a equação é reduzida para:

0=0−0+∑ ṁ e⋅ he +
e
V 2e
2 ( )
+ g⋅z e −∑ ṁ s⋅ h s +
s
V 2s
2 (
+ g⋅z s )
Há somente uma vazão de entrada (estado 1) e uma de saída (estado 2). Assim, a
equação é reduzida para:

(
0=ṁ1⋅ h1 +
V 21
2 ) (
+ g⋅z 1 − ṁ2⋅ h2 +
V 22
2
+ g⋅z 2 )
Da equação da conservação da massa,
0=ṁ1 −ṁ2 . Assim, a equação é rearranjada:

0=( h1 −h2 ) +
2 (
V 21 V 22

2 )
+ g⋅( z1 −z 2 )

O efeito potencial gravitacional é desprezado. Assim:

0=( h1 −h2 ) +
2 (
V 21 V 22

2 )
Sabe-se que a entalpia específica é definida como h=u+P/ ρ . Assim:

[( ) ( )] (
0= u 1 +
P1
ρ1
P V2 V2
− u2 + 2 + 1 − 2
ρ2 2 2 )
Rearranjando a equação:

[
0= ( u1 −u2 ) + −
(
P1 P2
ρ1 ρ2
+
2

)] (
V 21 V 22
2 )
T1
u1 −u2 =∫T c V ( T ) dT
Para um líquido incompressível, sabe-se que 2 . Por outro lado, o
escoamento é isotérmico. Assim:

( )( )
P1 P2 V 21 V 22
0= − + −
ρ1 ρ2 2 2

Rearranjando a equação e lembrando que o fluido é incompressível:

P1=P 2 + ρ⋅ (
V 22−V 21
2 )
Foi mostrado que
V 2 >V 1 . Deste modo, como ambas as velocidades são positivas,
2 2
V 2 >V 1 . Assim, o segundo termo do lado direito da igualdade é positivo. Portanto, como
P >P
ambas as pressões são positivas, 1 2 .

2ª Questão:

Esquema:

O diagrama P-v do ciclo de potência de Carnot levado em conta é dado na folha de


prova. Todos os quatro estados e os quatro processos do ciclo são mostrados no diagrama.

Considerações de simplificação:

Não há considerações além das intrínsecas ao ciclo de potência de Carnot.

Modelagem:

Para verificar que o ciclo é internamente reversível, é preciso verificar que a geração
de entropia ao longo desse ciclo é igual a zero. Para isso, lança-se mão da desigualdade de
Clausius:
δQ
∮ T =−σ ciclo
Para o ciclo esquematizado no diagrama P-v:

2 3 4 1

∫ δQ δQ δQ δQ
+∫ +∫ +∫ =−σ ciclo
1 T 2 T 3 T 4 T

Sabe-se que os processos 2-3 e 4-1 são adiabáticos. Assim:

2 4

∫ δQ δQ
+0+∫ +0=−σ ciclo
1 T 3 T

Do diagrama P-v, é verificado que os processos 1-2 e 3-4 são isotérmicos. Assim:

2 4
1 1
⋅∫ δQ + ⋅∫ δQ=−σ ciclo
T1 1 T3 3

Resolvendo as integrais e levando em conta a convenção de sinais para a transferência


de calor, é obtido que:

Q1−2 ( −Q 3−4 )
+ =−σ ciclo
T1 T3

Sabe-se que o ciclo de Carnot é externamente reversível. Deste modo,


T 1 =T H e
T 3 =T C , onde T H é a temperatura do reservatório quente e T C é a temperatura do
Q =Q H e Q3−4 =QC , onde QH
reservatório frio. Além disso, pela conservação da energia, 1−2

é o calor cedido pelo reservatório quente e


QC é o calor recebido pelo reservatório frio.
Assim:

QH QC
− =−σ ciclo
TH TC

Por hipótese, supõe-se que o ciclo seja internamente reversível. Assim:

QH QC
− =0
TH TC

Rearranjando a equação:
QC T C
=
QH T H

Essa equação é válida somente para ciclos reversíveis, ou seja, interna e externamente

reversíveis. Por outro lado, essa equação é verdadeira para o ciclo de Carnot. Portanto, o ciclo

de Carnot é, de fato, internamente reversível, como se queria verificar.

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