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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS – CCT


CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

VALDIVAN MARTINS PESSOA JUNIOR

DEDUÇÃO DAS EQUAÇÕES DE CONSERVAÇÃO DE MASSA E


ENERGIA

SÃO LUÍS
2022
VALDIVAN MARTINS PESSOA JUNIOR

DEDUÇÃO DAS EQUAÇÕES DE CONSERVAÇÃO DE MASSA E


ENERGIA

TRABALHO APRESENTADO PARA O CURSO


DE ENGENHARIA MECÂNICA DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO
MARANHÃO PARA A DISCILINA DE
TERMODINÂMICA.
PROF: DIOGO CASTELO BRANCO.

SÃO LUÍS
2022
INTRODUÇÃO
A análise de energia e fluxo de massa em um volume de controle é fundamental na
termodinâmica e engenharia de processos. Um volume de controle é uma região que envolve
um sistema, onde energia e massa podem ser transferidas. A análise de energia permite
compreender como a energia é transferida e transformada, aplicando o princípio da
conservação de energia. Isso inclui a análise das transferências de calor, trabalho e mudanças
na energia interna, sendo útil para projetar e otimizar sistemas termodinâmicos.
Por sua vez, a análise de fluxo de massa estuda a transferência de massa em um
volume de controle, aplicando o princípio da conservação de massa. Essa análise é importante
em processos químicos, escoamentos de fluidos e transferência de massa em sistemas de
separação. No geral, essa análise fornece informações valiosas para entender as transferências
de energia e massa, possibilitando a tomada de decisões embasadas em fenômenos
termodinâmicos.
DESENVOLVIMENTO
As equações do fluxo de massa e as análises de conservação de energia em um volume
de controle são fundamentais para compreender a transferência de massa e energia dentro de
um sistema. Essas análises permitem estudar os efeitos das entradas e saídas de massa e
energia, bem como as variações internas dessas grandezas.

A equação do fluxo de massa é baseada no princípio da conservação de massa, que


estabelece que a massa total de um sistema isolado permanece constante ao longo do tempo.
Essa equação (1) descreve como a massa é transferida através das fronteiras de um volume de
controle e é expressa pela seguinte forma geral:

ⅆM Δm
= =∑ ṁe −∑ ṁS (1)
ⅆt Δt

Onde Δm/Δt representa a variação da massa dentro do volume de controle ao longo do


tempo, ṁeé a taxa de entrada de massa e ṁs é a taxa de saída de massa.

Já as análises de conservação de energia em um volume de controle são baseadas no


princípio da conservação de energia, também conhecido como a primeira lei da
termodinâmica.

Esse princípio estabelece que a energia total de um sistema isolado é constante, e ela
pode ser transferida entre diferentes formas (como calor e trabalho) ou transformada dentro do
sistema. A equação geral de conservação de energia (2) em um volume de controle é dada
por:

ⅆE ΔE
= = ΔQ− ΔW (2)
ⅆt Δt

Onde ΔE/Δt representa a variação da energia interna do sistema ao longo do tempo,


ΔQ refere-se a variação de transferência de calor para dentro e para fora do volume de
controle, e ΔW refere-se a variação de trabalho realizado sobre o sistema e pelo sistema,
respectivamente.

Para simplificar essas equações e realizar análises práticas, algumas suposições podem
ser feitas. Por exemplo, pode-se assumir que não há acumulação de massa ou energia dentro
do volume de controle, o que simplifica as equações de fluxo de massa e conservação de
energia. Além disso, pode-se considerar que o sistema está em regime estacionário, ou seja,
suas propriedades não variam com o tempo, facilitando a análise.

Essas suposições, juntamente com outras considerações específicas do problema em


questão, permitem simplificar as equações e realizar análises mais viáveis e práticas. No
entanto, é importante ter em mente que essas suposições podem não ser válidas em todas as
situações e devem ser aplicadas com cuidado, levando em conta as limitações do modelo
adotado.

-DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DE MASSA

Para a seguinte dedução, temos como base o princípio da conservação de massa, em


que não temos a variação de massa, ou mais especificamente do fluxo de massa. Este fluxo
através do volume de controle não irá variar, assim teríamos uma certa quantidade de massa
entrando e a mesma quantidade de massa saindo do nosso volume de controle.
Utilizaremos a seguinte equação já apresentada anteriormente, a respeito da variação
de massa dentro de um volume de controle:

ⅆ M vc Δm
= =∑ ṁe −∑ ṁ S
ⅆt Δt

Podemos ter inicialmente no respectivo volume de controle as seguintes hipóteses:

 Um fluxo de massa ocorrendo em um Regime Permanente, tendo assim nenhuma taxa


de variação de massa dentro do sistema, ou seja, o fluxo de massa na entrada do
sistema é similar ao fluxo de massa na saída do sistema.
 O fluido que percorrerá o volume de controle será um fluido incompressível.
 Volume de controle está em regime estacionário ou fixo.

A partir dessas hipóteses podemos deduzir e simplificar a equação de conservação de


massa.
Vamos analisar o fluxo de massa através de uma superfície de controle em um ponto
genérico do volume de controle. A massa que entra por essa superfície é dada pelo produto da
densidade do fluido (ρ) pela velocidade do fluxo (V) e pela área da superfície de controle
(dA), ou seja:

ⅆ me =ρVⅆA

Integrando a seguinte equação:

ṁe = ∫ ρVⅆA =ρVA

Assumindo uma das hipóteses, temos que a quantidade de fluxo de massa que entra no
volume de controle é igual a quantidade de fluxo de massa que sai do sistema. Da mesma
forma, a massa que sai por essa superfície é dada pelo produto da densidade do fluido pela
velocidade do fluxo e pela área da superfície de controle no ponto de saída, ou seja:

ṁS =ρVA
Assumindo que a massa é conservada no volume de controle, a taxa de variação de massa
dentro do volume é zero, ou seja,

∑ ṁe −∑ ṁS =0

ṁe =ṁS

Substituindo as equações encontradas, temos:

ρVA− ρVA=0

ρVA= ρVA

A partir dessa equação, podemos afirmar que a massa específica e a velocidade média
do fluxo são constantes em um fluido incompressível em regime permanente, e a equação
pode ser simplificada para:

VA −VA=0

VA =VA

Portanto, temos assim uma equação da conservação de massa para um volume de


controle.
-DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA EM TERMOS DA
ENERGIA ESPECÍFICA TOTAL

Para a dedução da equação de conservação de energia em um volume de controle em


termos da energia específica total, utilizaremos a primeira lei da termodinâmica (3). A
primeira lei estabelece que a variação da energia interna de um sistema é igual à soma do
trabalho realizado no sistema e do calor adicionado a ele.

Q−W =ΔU (3)

Temos como hipóteses iniciais um sistema que não terá variação de energia em relação
ao tempo, e que também terá as energias potencias e cinéticas desprezíveis, então teremos
apenas trabalho, transferência de calor e energia interna no sistema.

Para uma taxa de variação de energia, teremos a seguinte equação (4):

ⅆE ΔE
= = ΔQ− ΔW (4)
ⅆt Δt

Como não teremos uma variação de energia no sistema, temos que a mesma
quantidade de energia na entrada de fluxo de massa será similar a quantidade de energia na
saída.

Ėe − Ė s=0

Ėe = Ė s

Assim, encontramos a nossa quantidade de energia específica total.


-DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA EM TERMOS DA
ENERGIA INTERNA ESPECÍFICA

Para deduzir a equação de conservação de energia em um volume de controle em


termos da energia interna específica, utilizaremos a primeira lei da termodinâmica. Por meio
da primeira lei, iremos analisar o sistema, mas agora em termos da energia interna específica,
em que temos uma certa quantidade de energia por unidade de massa.

q−w=u

Podemos utilizar como hipóteses inicias as mesmas hipóteses anteriores, já que


também teríamos um sistema em que as energias potenciais e cinéticas venham a ser
desprezíveis para o sistema. Logo não influenciaram na dedução da equação.

Para esta taxa de variação de energia interna específica, usaremos a equação da


conservação de energia específica total.

ⅆE ΔE
= = ΔQ− ΔW
ⅆt Δt

Como já fora deduzido, o uso da primeira lei nos permite dizer que apenas teremos
uma diferença entre trabalho e transferência de energia atribuídas pelo sistema ou para fora do
sistema, que resultará em uma certa variação de energia interna no volume de controle.

Q−W =U
Ou
Q−W =U 2−U 1

Como o objetivo é encontrar a equação em termos de energia interna específica (5), temos
como resultado uma quantidade de energia interna por unidade de massa. Não só esta energia
interna, mas também terá trabalho e transferência de calor por unidade de massa.

q−w=u

q−w=u2 −u1 (5)


DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE CONSERVAÇÃO DE ENERGIA EM TERMOS DA
TEMPERATURA

E por fim, utilizaremos as equações propostas para poder deduzir a equação de


conservação de energia em termos da temperatura. Para isto, poderemos utilizar a primeira lei
da termodinâmica, assim como as hipóteses propostas anteriormente. Porém temos que
adicionar mais uma suposição que permitirá realizar esta dedução.
Para obtermos essa equação em termos de temperatura, devemos entender a equação
(5) encontrada anteriormente.

q−w=u2 −u1

Esta nos informa que temos a diferença de transferência de calor e trabalho no volume
de controle, resultando na energia interna específica. As suposições feitas informam que o
volume de controle está em um regime permanente com um fluxo de massa constante.
Para prosseguirmos com as deduções, devemos supor que o fluido que possuímos se
apresenta como um gás ideal. Sendo um gás ideal, poderemos ter uma quantidade de energia
interna específica relacionada ao calor específico a volume constante ou a pressão constante.
Para a dedução proposta, devemos prosseguir com o calor específico a volume
constante, já que podemos ter a seguinte equação:

u2−u 1=c p (T 2−T 1)

Assim, substituindo na equação de energia interna específica, temos com resultado a


equação da conservação de massa:
q−w=c p (T 2−T 1)

Caso estivéssemos procurando a equação relacionada com entalpia, teríamos que utilizar o
calor específico em pressão constante. Porém utilizamos as mesmas deduções:

q−w=h 2−h1

h2 −h1=c v (T 2−T 1)

Logo teríamos:

q−w=c v (T 2−T 1)

REFERÊNCIAS
ÇENGEL , Y. A.; Boles, M. A., Termodinâmica. 7a ed. São Paulo: McGraw Hill, 2020.
REFERÊNCIAS

ÇENGEL, Yunus; BOLES, Michael A.; TERMODINÂMICA. 7 ed. The McGraw-Hill


Companies, Inc. New York, N.Y., U.S.A.

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