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Tema: 3
Primeira Lei de Termodinamica
MSc.Paulino Muguirrima
muguirrimaphysics@gmail.com
4˚ Semestre
4.1 Primeira lei da termodinâmica para um sistema percorrendo um ciclo.
4-2 - Primeira lei da termodinâmica para mudança de estado de um sistema.
3. - Primeira lei da termodinâmica em termos de fluxo.
4. - Calor específico a pressão constante e a volume constante.
5. - Energia interna, entalpia e calor específico para gás ideal.
6. - Conservação de massa.
4.7- Conservação de massa e o volume de controle.
8. - Primeira lei da termodinâmica para o volume de controle.
9. - O processo em regime permanente.
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A primeira lei da termodinâmica é comumente chamada de "lei da
conservação da energia".
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A primeira lei da termodinâmica estabelece que, durante um processo cíclico
qualquer, percorrido por um sistema, a integral cíclica do calor é
proporcional à integral cíclica do trabalho, matematicamente se pode
expresar:
δQ = δW (4.1)
∑ ciclo Q = ∑ ciclo W (4.2)
A base de todas as leis da natureza é a evidência experimental.
Toda a experiência efetuada até agora provou a veracidade direta ou
indiretamente da primeira lei.
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Sistemas industriais que operam em um ciclo termodinâmico: termoeléctricas
a vapor e os sistemas de refrigeração. Estes dois sistemas são projetados,
operados e controlados através da análise termodinâmica, mais
especificamente através dos princípios da primeira lei da termodinâmica.
Figura 4.1-1a - Sistema termelétrico de uma central de Figura 4.1-1b -Sistema de refrigeração
geração elétrica. por compressão de vapor. 6
A equação estabelece a primeira lei da termodinâmica para um
sistema operando em um ciclo.
Isto pode ser feito introduzindo-se uma nova propriedade, a energia total, a
qual é representada pelo símbolo E.
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Considere-se um sistema que percorre um
ciclo, mudando do estado 1 ao estado 2 pelo
processo A e voltando do estado 2 ao estado 1
pelo processo B.
Da primeira lei da termodinâmica temos;
Figura 4.2-1- Demonstração da existencia
da propriedade termodinâmica, E
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Agora, consideremos outro ciclo, com o sistema
mudando do estado 1 ao estado 2pelo mesmo
processo A e voltando ao estado 1 pelo
processo C como indicado na Fig 4.2-1. Para
este ciclo podemos escrever:
𝟐 𝟏 𝟐 𝟏
∫ 𝜹𝑸𝑨 + ∫ 𝜹𝑸𝑪 = ∫ 𝜹𝑾𝑨 + ∫ 𝜹𝑾𝑪
𝟏 𝟐 𝟏 𝟐
𝟐 𝟏
ou, reordenando ∫𝟏 (𝜹𝑸 − 𝜹𝑾)𝑩 = ∫𝟐 (𝜹𝑸 − 𝜹𝑾)𝑪 (4.2-1) 9
Visto que B e C representam caminhos
arbitrários entre os estados 1 e 2 concluímos que
a quantidade ( 𝜹 Q - 𝜹 W) é a mesma para
qualquer processo entre o estado 1 e o estado 2.
Em conseqüência, (𝜹Q - 𝜹W) depende somente
dos estados inicial e final não dependendo do
caminho percorrido entre os dois estados.
Isto nos faz concluir que a quantidade, (𝛿Q - 𝛿W), é uma função de ponto, e
portanto, é a diferencial exata de uma propriedade do sistema. Essa propriedade
é a energia total do sistema e é representada pelo símbolo E.
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Assim podemos escrever: 𝜹𝑸 − 𝜹𝑾 = 𝒅𝑬
ou, 𝜹𝑸 = 𝒅𝑬 + 𝜹𝑾 (4.2-2)
Observe-se que, sendo E uma propriedade, sua diferencial é escrita dE.
Quando a Eq. 4.2-2 é integrada, de um estado inicial 1 a um estado final 2,
temos
𝜹𝑸 = 𝒅𝑼 + 𝒅 𝑬𝑪 + 𝒅 𝑬𝑷 + 𝜹𝑾 (4.2-7)
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Três observações podem ser feitas relativa a essa equação:
1. A energia total E, realmente existe e podemos fazer uso desta para escrever a primeira
lei. Entretanto é mais conveniente, em termodinâmica, trabalhar separadamente com a
energia interna U, a energia cinética EC, e com a energia potencial EP.
3. A equação 4.2-3 e 4.2-7 somente tratam com variações de energia interna, energia
cinética e energia potencial. Não conseguimos nos informar sobre os valores absolutos
dessas quantidades através dessas equações. Se quisermos atribuir valores à energia
interna, energia cinética e potencial, precisamos admitir estados de referência e atribuir
𝜹𝑸
= ∆𝑼 + ∆𝑬𝑪 + ∆𝑬𝑷 + 𝜹𝑾
𝜹𝒕 𝜹𝒕 𝜹𝒕 𝜹𝒕 𝜹𝒕
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Calculando o limite desses valores quando 𝛿𝑡 tende para zero temos
𝛿𝑄
lim = 𝑄 ˙, fluxo instantâneo de calor
𝛿𝑡→0 𝛿𝑡
𝛿𝑊
lim = 𝑊 , potencia
𝛿𝑡→ 𝛿𝑡
0
∆(𝐸𝐶)
lim ∆𝑈
= 𝑑𝑈 , lim = 𝑑(𝐸𝐶) , lim ∆(𝐸𝑃)
= 𝑑(𝐸𝑃)
𝛿𝑡→𝑜 𝛿𝑡 𝑑𝑡 𝛿𝑡→𝑜 𝛿𝑡 𝛿𝑡 → 𝛿𝑡
𝑑𝑡 𝑑
Portanto a primeira lei em termos de fluxo é
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Calor específico a pressão constante, CP,
Calor específico a volume constante, CV,
• São propriedades relacionadas à energia interna.
• São particularmente úteis para a termodinâmica nos cálculos envolvendo
o modelo de gás ideal.
• São definidas para substâncias puras e compressíveis simples como
sendo a derivada parcial das funções U(T,v) e h(T,P) respectivamente;
𝜕𝑈
𝐶𝑉 = ) (4.4-1)
𝜕 𝑉
𝜕ℎ
𝐶𝑃 = ) (4.4-2)
𝜕 𝑃
𝑑𝑈
𝐶𝑉 = (incompressivel) (4.4-3) 19
𝑑
• A entalpia, para qualquer substância, é função:
• Da energia interna,
• Da pressão e
• Do volume específico em
qualquer fase. h = u + Pv
• Portanto para substâncias incompressíveis, o calor
específico a pressão constante CP e a volume constante, Cv são
iguais.
Assim; Cv = CP= C, para sólidos e líquidos
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2 2
𝑑ℎ = 𝐶𝑃 ∫ 𝑑𝑇 e 𝑑𝑈 = 𝐶𝑉 ∫ 𝑑𝑇
1 1
Cv (T)= dU (4.5-1)
dT
Separando as variáveis,
du = Cv T dT (4.5-2)
integrando desde T1 até T2 obtemos:
T
u(T2 )-u(T1) =∫T 2 Cv dT (4.5-3)
1
A entalpia específica foi definida como h=u+Pv, entretanto, para um gás ideal
a equação de estado é: Pv=RT, substituindo o valor do produto Pv na equação
de definição da entalpia, temos: h=u+RT (4.5-4)
Mostra que a entalpia específica também é função somente da temperatura.
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Assim da Eq. 4.4-2 de definição do calor específico a pressão constante, resulta
para o gás ideal:
dh
CP T = (4.5-5)
dT
dh = CP T dT (4.5-6)
T
h(T2 )- h(T1)=∫T 2 CP T dT (4.5-7)
1
Uma relação importante entre os calores específicos dos gases ideais pode
ser obtida, diferenciando a Eq. 4.5-4 em relação à temperatura
dh
= du + R (4.5-8)
dT dT
𝑘 = 𝐶𝑃(𝑇) (4.5-11)
𝐶𝑣(𝑇)
Como Cp> Cv segue-se que k >1. Combinando a Eq. 4.5-9 com a Eq. 4.5-11
𝑘𝑅
Resulta 𝐶𝑃 𝑇 = (4.5-12)
𝑘−1
𝑅
𝐶𝑣 𝑇 = (4.5-13)
𝑘 −1
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Um sistema já foi definido como tendo uma quantidade fixa de massa.
Surge agora uma pergunta: variará a massa do sistema quando houver variação
de energia do sistema?
Se isto acontecer, então a nossa definição de sistema como tendo uma
quantidade fixa de massa não será válida, quando variar a energia do sistema.
Da teoria da relatividade, sabemos que a massa e a energia estão relacionadas
pela equação:
𝐸 = 𝑚𝐶 2 (4.6-1)
onde C é a velocidade da luz,
m a massa e
E é a energia.
Onde,
𝒅𝒎𝒗𝒄/
𝒅𝒕 é a taxa de variação de massa dentro do volume de controle no
tempo t. 31
No mesmo limite, quando dt tende para zero, os termos do lado direito da Eq.
4.7-4 tornam-se respectivamente;
𝛿𝑚𝑒 𝛿𝑚𝑠
lim = 𝑚˙𝑒 , lim = 𝑚𝑠
𝑑𝑡→ 𝑑𝑡 𝑑 𝑡 →0 𝑑𝑡
0
Nesta expressão 𝑚˙𝑒 e 𝑚˙𝑠 , são as taxas instantâneas de escoamento de massa na
entrada e saída, respectivamente, no volume de controle.
𝑑𝑚 𝑣𝑐
Em resumo a Eq. 4.7-4 quando dt →0 é, = 𝑚˙𝑒 − 𝑚˙𝑠 (4.7-5)
𝑑
Em geral podem existir várias localizações na superfície de controle através das
quais a massa pode entrar ou sair. Assim, a Eq. 4.7-5 é reescrita introduzindos e o
somatório nos termos do lado direito da equação, como na Eq. 4.7-6
𝑑 𝑣𝑐
= ∑𝑒 𝑚˙𝑒-∑𝑠 𝑚˙𝑠 (4.7-6) 32
𝑑
Vamos considerar um outro aspecto do escoamento de massa através de uma
superfície de controle. Para simplificar, admitamos que um fluido esteja
escoando uniformemente no interior de um tubo ou duto como mostrado na
Fig. 4.7-3.
𝑚˙ = 𝐴𝑉 (4.7-7)
𝑣
onde 𝑉 é a velocidade.
Deve-se observar que este resultado, a Eq. 4.7-7, foi desenvolvido para uma
superfície de controle estacionária A, e que, tacitamente admitimos que o
escoamento era normal à superfície e uniforme através da superfície. Deve-se
também considerar que a Eq. 4.7-7 se aplica a qualquer uma das várias
correntes de escoamento que entra e sai do volume de controle , sujeito às
hipóteses mencionadas.
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Já consideramos a primeira lei da termodinâmica para um sistema, que consiste
numa quantidade fixa de massa e mostramos que para um processo ela pode
ser representada pela Eq. 4.2-3, isto é
∑ 𝑄1−2 = 𝐸2 − 𝐸1 + ∑ 𝑊1−2
Vimos também que, dividindo por dt, ela pode ser escrita em termos de uma
equação de fluxo médio num intervalo de tempo dt,
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A fim de escrever a primeira lei em termos de fluxo para um volume de
controle, procedemos de modo análogo ao usado para deduzir a equação da
conservação da massa em termos de fluxo.
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Seja
Et energia do volume de controle no instante t
Então
E1 = Et + ee𝛿me a energia do sistema no instante t
E2 = Et+ dt + es𝛿ms a energia do sistema no
instante t+dt
Portanto,
E2 - E1 = Et+ 𝛿t+ es𝛿ms- Et - ee𝛿me = (Et+dt- Et) + (es𝛿ms- ee𝛿me) (4-8-2) 37
Consideremos com maior detalhe o trabalho
associado às massas 𝜹me e 𝜹ms que cruzam a
superfície de controle. O trabalho é realizado
pela força normal (normal à área A) que age
sobre a 𝛿me e 𝛿ms quando estas massas
atravessam a superfície de controle. Essa força
normal é igual ao produto da tensão normal - 𝝈n,
pela área A. O trabalho realizado é:
−𝜎𝑛𝐴𝑑𝑙 = −𝜎𝑛𝛿𝑉 = −𝜎𝑏𝑣𝛿𝑚 (4.8-3)
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Então, o trabalho total realizado pelo sistema durante, dt, será;
𝛿𝑊 = 𝛿𝑊𝑣𝑐 + 𝑃𝑠𝑣𝑠𝛿𝑚𝑠 − 𝑃𝑒𝑣𝑒𝛿𝑚𝑒 (4.8-4)
dividamos, agora, as Eq. 4.8-2 e 4.8-4 por dt e substituamos na primeira lei Eq.
4.8-1. Combinando os termos e rearranjando,
𝛿𝑄
+ 𝛿𝑚 𝑒 𝑒𝑒 + 𝑃𝑒 𝑣𝑒 = 𝐸 𝑡+𝛿𝑡−𝐸 𝑡
+ 𝛿𝑚 𝑠 𝑒𝑠 + 𝑃𝑠𝑣𝑠 + 𝛿𝑊𝑣𝑐 (4.8-5)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑑𝑡
𝑑𝑡
Cada um dos termos de fluxo mássico dessa expressão pode ser rescrito na
forma:
𝑉2 𝑉2
𝑒 + 𝑃𝑣 = 𝑢 + 𝑃𝑣 + + 𝑔𝑍 = ℎ + + 𝑔𝑍 (4.8-6)
2 2
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Utilizando-se a Eq. 4.8-6 para as massas entrando e saindo do volume de
controle, a Eq. 4.8-5 torna-se
𝛿𝑄 𝑉𝑒 2 𝑉𝑠 2
+ 𝛿𝑚 𝑒 ℎ𝑒 + + 𝑔𝑍𝑒 =
𝐸 𝑡+𝛿𝑡−𝐸 𝑡
+
𝛿𝑚 𝑠
ℎ𝑠 + + 𝑔𝑍𝑠 +
𝛿𝑊𝑣𝑐
(4.8-7)
𝑑𝑡 𝑑𝑡 2 𝑑𝑡 𝑑𝑡 2 𝑑𝑡
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Consideremos um certo conjunto de hipóteses (além daquelas que levaram à
equação da 1a lei) que conduzem a um modelo razoável para esse tipo de
processo, ao qual nos referimos como processo em regime permanente.
1. O volume de controle não se move em relação ao sistema de
coordenadas.
• Esta hipótese significa que todas as velocidades medidas em relação aquele
sistema são também velocidades relativas à superfície de controle, e não há
trabalho associado com a aceleração do volume de controle.
2. Quanto à massa no volume de controle, o estado da mesma em cada ponto
do volume de controle não varia com o tempo.
𝑑𝑚 𝑣𝑐 𝑑𝐸 𝑣𝑐
• Esta hipótese requer que =0 , é também =0
𝑑 𝑑
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portanto, concluímos para o processo em regime permanente, podemos
escrever a equação da continuidade, Eq. 4.7-4 como:
∑𝑚˙ 𝑠 = ∑𝑚˙ 𝑒 (4.9-1)
e a primeira lei da termodinâmica como:
𝑉𝑒 2
˙ ˙ 𝑉𝑠 2
∑ 𝑄𝑣𝑐 + ∑ 𝑚𝑒 ℎ𝑒 + + 𝑔𝑍𝑒 = ∑ 𝑚˙𝑠 ℎ𝑠 + ˙
+ 𝑔𝑍𝑠 + ∑ 𝑊𝑣𝑐 (4.9-2)
2 2