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INSTITUTO SUPERIOR DE

ENGENHARIA DE COIMBRA

** DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL **

HIDRÁULICA GERAL 2

PROBLEMAS PRÁTICOS

ADICIONAIS
Pedro Nuno Madeira Afonso
Prof. Coordenador
COIMBRA 2022
HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

PREFÁCIO

O presente caderno de exercícios foi desenvolvido com o objectivo de complementar a matéria leccionada nas aulas
teórico-práticas de Hidráulica Geral 2.

De um modo geral os exercícios apresentados focam os pontos essenciais da matéria dada nas aulas, não introduzindo
matéria nova. Todavia procuram colocar as questões de um modo diferente, de forma a permitir um treino adicional
de análise e compreensão do modo de resolução destes problemas.

É fornecida a resolução da maioria dos problemas, exceptuando-se o dimensionamento das redes (capítulo 1) e o
traçado do perfil da superfície livre de alguns problemas do capítulo 3.

Coimbra, 17/2/2022
Pedro Nuno Madeira Afonso

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

1 ESCOAMENTOS PERMANENTES EM PRESSÃO


Perdas localizadas

Problema 1-1

Uma tubagem de ferro fundido com 200 mm de diâmetro e 5000m de extensão transporta água entre 2 reservatórios
de nível constante, com as cotas indicadas na figura. Na tubagem existe uma válvula de regulação para controlar o
caudal escoado. Além das perdas de energia localizada à entrada e saída dos reservatórios, existe uma perda de
U2
energia localizada na válvula dada pela expressão geral H V  KV . Nessas condições:
2g

a) Determine o caudal escoado quando a válvula está totalmente aberta, apresentando, nessa situação, um
KV  8 . Trace a linha piezométrica e de energia do sistema;

b) Para reduzir o caudal escoado procede-se ao fecho parcial da válvula. Qual deverá ser o valor de KV para

reduzir o caudal escoado para 0.025 m3/s?

Utilize as fórmulas de Scimemi para avaliação das perdas contínuas.

60 m
Saída com transição
r/D = 0.1

Água

Válvula de
regulação

Entrada em
aresta viva

a)

Aplicando a eq. de Bernoulli entre a superfície livre dos 2 reservatórios (A e B):

 pA U2   p U2 
 zA    A    zB  B   B   jL   H L
  2g    2g 

dado que a pressão e a velocidade à superfície dos reservatórios são nulas vem

60  10  jL   H L

Para tubagens de ferro fundido podemos determinar a perda de energia unitária pela eq.

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1
 Q  0.535
Q  35 D 2.625
j 0.535
 j 2.625 
 35 D 

Podemos exprimir Q em função da velocidade média para obter uma expressão para j em função de U (não é
obrigatório mas simplifica os cálculos posteriores).

 D2
Q  UA  U
4

Substituindo na expressão de j, e atendendo que a tubagem tem D = 0.2 m, obtemos:

1
   0.22  U  0.535 1
j     0.061328 U  0.535

 4  35  0.2
2.625

As perdas localizadas são dadas por:

U12 U2 U2
 H L  K1
2g
 K 2 2  K3 3
2g 2g

As velocidades de referência U1 …U3 são todas iguais à velocidade na conduta, U.

Dos valores de K fornecidos na sebenta de HG2 temos:

 Saída de reservatório com r/D = 0.1  K1 = 0.12

 Válvula  K2 = 8 (dado do problema)

 Entrada em reservatório  K3 = 1

Assim

U2 U2 U2 U2
 H L  0.12
2g
8
2g
1
2g
 9.12
2g

Logo, substituindo na eq. de Bernoulli:

1
U2
50   0.061328U  0.535  5000  9.12 e resolvendo, obtemos:
2g

U  1.3747 m/s ; Q  0.0432 m3/s

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Linhas de energia e piezométrica:

60 m
Saída com transição
r/D = 0.1
A
Água

Linha de energia 10 m

Linha piezométrica
B
Válvula de
regulação
Entrada em
aresta viva

b)

Para o caudal Q = 0.025 m3/s, a velocidade de escoamento é

Q 0.025
U   0.796 m/s
A   0.22
4

A perda de carga contínua será:

1
 0.025  0.535
j 2.625 
 0.003539
 35  0.2 

H  jL  0.003539  5000  17.6963 m

Logo, da eq. de Bernoulli

 0.7962 0.7962 
50  17.6963  1.12  Kv   K v  998.15
 2g 2g 

Assim, para reduzir o caudal a 0.025 m3/s o coeficiente de perda de carga localizada da válvula devia aumentar para
KV  998.15

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Problema 1-2

A tubagem de ligação entre os 2 reservatórios é em aço soldado, com 50 mm de diâmetro e uma extensão total de 80
m. Na figura indicam-se as perdas de carga localizadas no sistema e os respectivos coeficientes de perda localizada.
A torneira tem um diâmetro de saída de 20 mm. Nas condições indicadas, determine o caudal escoado. Utilize as
fórmulas de Scimemi para avaliação das perdas contínuas.

14 m Saída em
aresta viva K = 0.5
Curva a 90 º
K = 0.3

Água

Torneira
K = 10

4m
3m
D = 20 mm

Resposta:

Aplicando a eq. de Bernoulli entre a sup. livre do reservatório de montante (secção 1) e a secção do jacto à saída da
torneira (secção 2) temos:

 U 22 
14  0  0    4  0    jL   H L
 2g 

Perdas contínuas:

1
 Q  0.53
Fórmula de Scimemi para o aço soldado Q  29.8 D 2.755
j 0.53
 j 2.755 
 29.8 D 

mas

 D2
Q  UA  U
4

1
   0.052  U  0.53 1
E substituindo na eq. anterior temos: j      0.25289 U  0.53

 4  29.8  0.05
2.755

Perdas localizadas:

A velocidade de referência de todas as singularidades é a velocidade média na tubagem U (ver secção 1-1 da sebenta
de HG2), excepto para a torneira onde a velocidade de referência será U2. Logo o somatório das perdas localizadas
será:

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U2 U2 U2 U2 U2
 H L   Ki
2g
  0.5  0.3  0.3
2g
 10 2  1.1 
2g 2g
 10 2
2g

Relacionando as velocidades na tubagem e no jacto na secção 2 temos:

  0.052
Q  UA  U 2 A2  U 2  U 4  U 2  6.25  U
  0.022
4

Regressando à eq. de Bernoulli

  6.25  U    6.25  U 
2 2
1
U2
14  0  0    4  0     0.25289U   80  1.1

0.53  10 
 2g  2g 2g

donde

U = 0.5942 m/s; Q = 0.00117 m3/s

Problema 1-3

Na instalação hidráulica indicada na figura escoa-se água numa tubagem de aço novo sem soldadura, com 50 mm de
diâmetro. O caudal escoado é de 4 l/s. A torneira tem um diâmetro de saída de 25 mm. As perdas de carga localizada
nos diversos acessórios da instalação resumem-se no quadro1 (expressas em termos de comprimento equivalente).
Utilizando as fórmulas de Scimemi para avaliação das perdas contínuas e nas condições indicadas:
a) Determine a pressão no ponto A, desprezando as perdas de carga localizadas;
b) Idem, considerando as perdas de carga localizadas.

3m 3m Torneira totalmente
aberta
5.9 m

Curva a 90º
1.5 m 3m Válvula de
globo totalmente
aberta

0m 3m
Q A
Curva a 90º
4.5 m

Quadro1

Acessório Comprimento equivalente

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(D - diâmetro da tubagem)

Curva a 90 º 10D
Válvula de globo totalmente aberta 120 D

Torneira totalmente aberta 120 D

Resposta:

a)

Aplicando a eq. de Bernoulli entre A e a secção do jacto à saída da torneira (secção 2) temos:

 pA U A2   U 22 
 0    
  5.9  0     jL   H L
  2g   2g 

0.004 0.004
Q = 0.004 m3/s  U A   2.0382 m/s ; U 2   8.1529 m/s
  0.05 2
  0.0252
4 4

Perdas contínuas:

Fórmula de Scimemi para o aço sem soldadura: Q  36.4 D 2.59 j 0.55 

1 1
 Q  0.55  0.004  0.55
j  2.59 
 2.59 
 8.4803  102
 36.4 D   36.4  0.05 

Perdas localizadas:

 H L 0

Substituindo valores na eq. de Bernoulli

 p A 2.03822   8.15292  2
 0   
  5.9  0    18  8.4803 10  0 
  2g   2g 

pA
Donde  10.6058 mca ; p A  103937 Pa

b)

De acordo com os dados do problema, o comprimento equivalente total da instalação é:

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L eq  4  10  0.05  120  0.05  120  0.05  14 m

Logo

 U A2   U 22 
  j  L   Lq 
pA
 0    
  5.9  0  
  2g   2g 

 p A 2.03822   8.1529 2 
  8.4803 10  18  14 
2
0      5.9  0 
  2g   2 g 

pA
Donde:  11.793 m  PA = 115572 Pa

Traçado de condutas e sua relação com a piezométrica

Problema 1-4

Uma conduta de ferro fundido novo liga uma albufeira a um reservatório de distribuição de água. No percurso existe
um ponto alto onde o eixo da conduta atinge a cota 480 m. Para evitar pressões negativas no ponto alto existe uma
válvula de regulação instalada à entrada no reservatório de jusante. Usando as fórmulas de Scimemi e nas condições
indicadas na figura:
a) Determine a pressão no ponto alto B quando a válvula de regulação está totalmente aberta, apresentando
então um coeficiente de perda de energia localizada K = 8 (despreze as restantes perdas de carga localizada);
b) Para evitar pressões negativas a válvula de regulação é fechada parcialmente. Qual deverá ser o valor da
perda de carga localizada a introduzir pela válvula de modo a garantir uma pressão positiva de 1 m c.a. no
ponto alto B e qual o caudal escoado nessa situação? (despreze as restantes perdas de carga localizada).

500 m

Albufeira
A

B 480 m

Ferro fundido
D = 250 mm
LAC = 4200 m
LAB = 1200 m

C 420 m

Válvula

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Resposta:

a)

Aplicando a eq. de Bernoulli entre a superfície livre da albufeira e do reservatório temos

 500  0  0    420  0  0   jL   H L

Para o ferro fundido as perdas contínuas usando a eq. de Scimemi são:

1
 Q  0.53
Q  35D 2.625
j 0.535
 j 2.755 
 35  0.25 

Considerando apenas a perda localizada na válvula:

U2 Q Q2
 H L 8 ; mas U    H L 8 2
2g A    0.252 
2g  
 4 

Regressando à eq. de Bernoulli

 500  0  0    420  0  0   jL   H L , logo

1
 Q  0.53 Q2
80     4200  8
 35  0.25 
2.755 2
   0.252 
  2g
 4 

Resolvendo a eq. anterior usando e.g. a função solve das calculadoras TI (ou a função solver no Excel), obtemos

Q
Q = 0.109 m3/s. Logo U   2.2217 m/s
A

Com o caudal escoado vamos aplicar a eq. de Bernoulli entre a albufeira e a secção B para determinar a pressão
nesse ponto alto.

1
 p 2.22172   0.109  0.53
 500  0  0    480  B    1200   2.755 
  2g   35  0.25 

pB
Donde:  2.531 mca  pB  24804 Pa

b)

Aplicando a eq. de Bernoulli entre a albufeira e a secção B e fixando aí a altura piezométrica de 1 mca:

1
 U2 
 500  0  0    480  1    1200    0.53
Q
2.755 
ou, atendendo à relação U = Q/A
 2g   35  0.25 

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 
  1
 Q2   Q  0.53
 500  0  0    480  1  2 2 
 1200   2.755 
    0.25    35  0.25 
 2 g   
  4  

Resolvendo a eq. anterior usando e.g. a função solve das calculadoras TI (ou a função solver no Excel) obtemos o
caudal escoado

Q
Q  0.0995 m3/s logo: U   2.028 m/s
A

Para determinar o K da válvula aplicamos a eq. de Bernoulli entre a sup. livre da albufeira e a sup. livre do
reservatório

 500  0  0    420  0  0   4200  


0.0995  0.53
2.755 
  H L
 35  0.25 

Donde  H L  14.234 m

Logo

U2 2.0282
 H L  14.234 m  K 2g
K
2g
 K  67.88

Tubagens em série e paralelo

Problema 1-5

Uma tubagem com 200 mm de diâmetro, 5000m de extensão e uma rugosidade de Manning de K = 100 m1/3s-1,
transporta água entre 2 reservatórios com 40 m de desnível.
a) Considerando apenas as perdas localizadas na entrada e saída dos reservatórios (ver figura), determine o
caudal escoado.
b) Pretendendo aumentar o caudal escoado para 50 l/s, sem aumentar o desnível entre os 2 reservatórios,
determinar o comprimento de uma tubagem de 200 mm, com rugosidade de Manning de K = 90 m 1/3s-1, a
instalar em paralelo (conforme indicado na figura 2). Considerar apenas as perdas de carga contínuas e que
os troços em paralelo têm o mesmo comprimento.

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100 m
Saída em
aresta viva

Água
L = 5000 m
Entrada em
Q
aresta viva
60 m

Figura 1

100 m
Saída em
aresta viva

L1 L1 + L2 = 5000 m
Água
Q1
L2= L3 Entrada em
Q2 aresta viva

Q3
Figura 2

Resposta:
a)
Perdas de energia contínuas (eq. de Manning – ver cap. 7 de HG 1)
2
2 1  
 j   
Q
Q  K s AR j 3 2
2 
 K AR 3 
 s 

Para tubagens circulares, o raio hidráulico R , igual ao quociente da secção molhada pelo perímetro molhado é igual
D
a R
4

Perdas localizadas
Temos apenas a saída e entrada em reservatório, em aresta viva, com K igual a 0.5 e 1.0, respectivamente. As perdas
de carga localizadas serão:
U2 U2 Q Q2
 H L   0.5  1.0 
2g
 1.5
2g
; atendendo que U 
A
vem:  H L  1.5
2 gA2

Aplicando a eq. de Bernoulli entre a sup. livre dos 2 reservatórios

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100  0  0    60  0  0   jL   H L
2
 
 
2
 
 
40    L  1.5 Q
2
Q Q Q2
2   40   2 
 5000  1.5
 K AR 3  2 gA2     0.22 
2

 s    0.22  0.2  3  2g 
 100     
 4  4    4 

Resolvendo a eq. anterior obtemos Q = 0.03806 m3/s;

b)
O sistema é constituído por 1 nó e 3 troços. Escrevendo as correspondentes equações dos nós e troços temos
Q1  Q2  Q3
 2
  Q 
100  H A   1  L
  K A R 23  1
 s 1 1 

  Q 
2

 H A  60    L2
2

3 
2
  K s A2 R2 
 2
  Q 
 H A  60   3
 L (nota L  L )
  K A R 23  2 3 2

  s 3 3 

Temos ainda a eq. adicional que impõe um comprimento total de 5000 m:


L1  L2  5000

Substituindo os valores conhecidos nas eq. anteriores


0.05  Q2  Q3 (eq. do nó)
2
 
 
100  H A     L  100  H  0.0137514  L (eq. do troço 1)
0.05
2  1 A 1

 100    0.2   0.2 


2 3

   
 4  4  
2
 
 
H A  60    L
Q2
2  2  H A  60  5.50056  Q22  L2 (eq. do troço 2)
 100    0.2   0.2 
2 3

   
 4  4  
2
 
 
H A  60    L
Q3
2  2  H A  60  6.79082  Q32  L2 (eq. do troço 3) (nota: L2 = L3)
 90    0.2   0.2 
2 3

   
 4  4  

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L1  L2  5000

Temos 5 eq. para 5 incógnitas (Q2, Q3, HA, L1, L2).


Resolvendo o sistema de 5 equações usando a função solve das calculadoras TI obtemos a solução:
Q2  0.026316 m3/s
Q3  0.023684 m3/s
H A  71.018 m
L1  2107.57 m
L2  2892.43 m

Não possuindo uma calculadora capaz de resolver o sistema de 5 eq., o problema poderá ser resolvido por tentativas,
seguindo a sequência (caso 2 descrito nas aulas):
1. Arbitrar um valor para Q2
2. calcular a perda de energia total no troço 2 (eq. do troço 2)
3. a perda de energia total no troço 3 é igual à do troço 2. Usando a eq. do troço 3 calcular Q3
4. Verificar se a eq. do nó é observada. Em caso afirmativo a solução foi encontrada e em seguida usam-se as
equações dos troços 1 e 2 (ou do 1 e 3) e da soma de L1+L2 =5000 para determinar L1 e L2 . Caso contrário
arbitra-se novo valor para Q2, no sentido de fazer cumprir a eq. do nó e repete-se o procedimento até que o
cumprimento dessa condição seja observado.

Exemplificando.
1. Arbitrando e.g. Q2 = 30 l/s
2. Calcular a perda de energia no troço 2
H 2  H A  60  5.50056  Q22  L2  5.50056  0.032  L2  0.00495  L2
3. Calcular Q3 usando a eq. do troço 3 e sabendo que a perda de energia total é igual nos troços 2 e 3

H 3  H A  60  0.00495  L2  6.79082  Q32  L2  Q3  0.027 m3/s

4. Verificação da eq. da continuidade:


0.05  0.03  0.027 (não verifica)
arbitrar novo valor de Q2, inferior ao anterior, e repetir procedimento. Podemos usar a expressão sugerida
nas aulas para arbitrar o novo valor de caudal:
Qi'  Qi  Q Qi  Q2  0.03  0.05  0.03  0.027   0.0263 m3/s (já muito próximo do valor exacto)

5. Após algumas iterações obteríamos os valores exactos dos caudais. Em seguida usamos as equações dos
troços 1 e 2 (ou do 1 e 3) e da soma de L1+L2 =5000 para determinar L1 e L2. Por ex., considerando Q2 =
0.0263 m3/s obteríamos para HA, L1 e L2 os valores:

100  H A  0.0137514  L1 100   60  5.50056  0.02632   5000  L1    0.0137514  L1


 
 H A  60  5.50056  0.0263  L2  
2

 L  L  5000 
 1 2 

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

donde
 L1  2108.9 m

 L2  2891.1 m
 H  71.0 m
 A

nota: o processo de determinação dos caudais podia ser mais expedito, igualando as equações dos troços 2
e 3 (a perda de energia é igual) e combinando com a eq. do nó. Teríamos:
5.50056  Q22  L2  6.79082  Q32  L2
 Q2  1.1111115  Q3 Q2  0.026316 m3/s
   
0.05  Q2  Q3
 0.05  Q2  Q3 Q3  0.023684 m3/s
o que são já os valores exactos dos caudais.

Problema 1-6

Na instalação da figura faz-se a transferência de água entre 2 reservatórios através de um sistema de tubagens em
paralelo. Para o efeito utiliza-se uma bomba que funciona com uma potência de 8 kW, com um rendimento de 70%.
As condutas em paralelo são em aço novo sem soldadura e têm ambas 36 m de extensão. Desprezando as perdas de
carga localizadas no sistema e as perdas contínuas nos pequenos troços de ligação aos reservatórios (AB e CD),
determinar o caudal total escoado e o caudal em cada troço do sistema em paralelo (utilizar as fórmulas de Scimemi
na avaliação das perdas de carga).

13 m
D1 = 40 mm D
L1 = 36 m
C

5m
A 1

2
Água
B D2 = 80 mm
Bomba L2 = 36 m

Resposta:
Há mais de uma abordagem possível para resolver o problema. Podemos, p. ex. considerar o sistema constituído por
um 1º troço entre o reservatório de montante e o nó de entrada no sistema em paralelo (nó B – ver figura ) e um sistema
de 2 condutas em paralelo que ligam ao reservatório de jusante. O último troço, a jusante do sistema em paralelo, é
irrelevante, dado que se desprezam aí as perdas contínuas (no troço a montante do sistema em paralelo, não podemos fazer
o mesmo, apesar de também se desprezarem as perdas contínuas, porque ele contém uma bomba). Vamos designar por A e D
as secções correspondentes à superfície livre dos reservatórios de montante e jusante, respectivamente.

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Temos então as seguintes equações para resolver este problema:


Q  Q1  Q2 (eq. dos nós) Q  Q1  Q2
 
 H A  H B  H t  0 (eq. troço AB) 5  H B  H t  0
 substituindo os valores conhecidos: 
 H B  H D  j1 L1 (eq. troço 1)  H B  13  j1  36
 H B  H D  j2 L2 (eq. troço 2)  H B  13  j2  36

No sistema anterior temos 4 equações e 7 incógnitas. Temos D1 = 40 mm D


13 m

L1 = 36 m
de adicionar mais 3 equações para poder obter uma solução. C

Duas equações adicionais são as da perda de carga contínua 5m


A 1
(j1, j2). A perda de energia unitária para o aço sem soldadura
2
é dada por Água
B D2 = 80 mm
1
Bomba L2 = 36 m
 Q  0.55
Q  36.4 D 2.59 j 0.55  j 2.59 
 36.4 D 
Logo,
1 1
 Q1  0.55  Q1  0.55
j1   2.59 
 j1   2.59 
 36.4 D1   36.4  0.04 
1 1
 Q2  0.55  Q2  0.55
j2   2.59 
 j2   2.59 
 36.4 D2   36.4  0.08 

A 3ª equação é a da potência de funcionamento da bomba (sabemos que a bomba funciona com uma potência de 8 kW e
rendimento 70%):

9.8QH t 9.8QH t 0.571429


P (kW) 8  Ht 
 0.7 Q

Substituindo estas eq. no sistema de equações iniciais ficamos com um sistema de 4 eq. com 4 incógnitas:

Q  Q1  Q2

5  H B  0.571429  0
 Q


1

 H  13   Q1  0.55
 B    36
 36.4  0.04 2.59 

 1

 H  13   Q2  0.55
 36
 B  2.59 
  36.4  0.08 
Resolvendo o sistema de 4 equações lineares usando a função solve das calculadoras TI obtemos a solução:
Q = 0.03098 m3/s; Q1 = 0.00441 m3/s; Q2 = 0.02657 m3/s; HB =23.441 m

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Não possuindo uma calculadora capaz de resolver o sistema de 4 eq., o problema poderá ser resolvido por tentativas,
seguindo a sequência (caso 2 descrito nas aulas teóricas):
1. Arbitrar um valor para Q1 (ou Q2)
2. calcular a perda de energia total no troço 1 (eq. do troço 1) e o valor de H B
3. a perda de energia total no troço 2 é igual à do troço 1. Usando a eq. do troço 2 calcular Q2
 0.571429 
4. Com a eq. do troço AB  5  H B   0  , calcular Q;
 Q 
5. Verificar se a eq. do nó é observada (Q = Q1+Q2). Em caso afirmativo a solução foi encontrada. Caso
contrário arbitra-se novo valor para Q1, no sentido de fazer cumprir a eq. do nó e repete-se o procedimento
até que o cumprimento dessa condição seja observado

Exemplificando.
1. Arbitrar um valor para Q1.
Face aos dados do problema, à partida é difícil ter um palpite para o valor a arbitrar. Todavia,
independentemente do valor inicial, é sempre possível encontrar a solução. Seja, e.g. Q = 10 l/s = 0.01 m3/s
2. Calcular a perda de energia no troço 1 e o valor de HB.
1
 0.01  0.55
 2.59 
 36  1.283 m
 36.4  0.04 
1
 0.01  0.55
H B  13   2.59 
 36  H B  14.283 m
 36.4  0.04 
3. Calcular Q2 usando a eq. do troço 2 e sabendo que a perda de energia total é igual nos troços 1 e 2
1
 Q2  0.55
14.283   2.59 
 36  Q2  0.00839 m3/s
 36.4  0.08 

 0.571429 
4. Com a eq. do troço AB  5  H B   0  , calcular Q;
 Q 

 0.571429 
 5  14.283   0   Q  0.0616 m3/s
 Q 

5. Verificação da eq. da continuidade:


Q  0.0616 m3/s
 Q  Q1  Q2 (não verifica)
Q1  Q2  0.01  0.00839  0.01839 m3/s

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6. arbitrar novo valor de Q2, maior que o anterior, e repetir procedimento. Podemos usar a expressão sugerida
nas aulas para arbitrar o novo valor de caudal:
Qi'  Qi  Q Qi  Q2  0.01 0.0616  0.01  0.00839   0.0335 m3/s (já mais próximo do valor exacto)

7. Após algumas iterações obteríamos os valores exactos dos caudais.

Problema 1-7

Nas condições indicadas na figura:


a) Determine a potência de funcionamento da bomba sabendo que funciona com um rendimento de 70% e o
caudal escoado é de 30 l/s. Desprezar as perdas de carga localizadas e usar as fórmulas de Scimemi;
b) Se a bomba existente for substituída por uma bomba com uma potência de funcionamento de 80 kW,
mantendo o rendimento de 70%, qual o caudal escoado? Desprezar as perdas de carga localizadas.
100 m

R2
20 m

R1
Água Ferro fundido
D2 = 20 cm
L2 = 2000m
Ferro fundido
D1 = 15 cm
L1 = 1500m

Resposta:
a)
Sabendo o caudal escoado e as características das condutas, o problema é de resolução directa.
As perdas de energia para as condutas de ferro fundido são dadas por
1
 Q  0.535
j 2.625 
 35 D 

A perda de energia total no sistema é:


1 1
 0.03  0.535  0.03  0.535
 H  j1 L1  j2 L2  j   35  0.152.625   1500   35  0.22.625   2000  40.574 m

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A potência de funcionamento da bomba é dada por


9.8QH t
P (kW)

Sabemos Q e pelo que para avaliar a potência P é necessário calcular Ht


H t  H R 2  H R1   H  100  0  0    20  0  0   40.574  120.574 m

Logo
9.8  0.03 120.574
P  50.641 (kW)
0.7

b)
Sabendo a potência de funcionamento da bomba e o seu rendimento temos
9.8QH t 9.8QH t
P (kW)  80 
 0.7

A altura total de elevação (Ht) será função do caudal Q, de acordo com a expressão
1 1
 Q  0.535  Q  0.535
H t  H R 2  H R1   H  100  20   2.625 
 1500   2.625 
 2000
 35  0.15   35  0.2 

As 2 eq. anteriores formam um sistema de 2 eq. com 2 incógnitas. Resolvendo esse sistema de equações obtemos a
solução do problema. Usando a função solve das calculadoras TI obtemos:

Q = 0.03904 m3/s; Ht = 146.377 m

Não possuindo uma calculadora capaz de resolver o sistema de 2 eq., o problema poderá ser resolvido por tentativas,
seguindo a sequência (caso 2 descrito na parte teórica):
1. Arbitrar um valor para Q
2. Calcular Ht para o valor arbitrado de Q
3. Com os valores de Q e Ht calcular a potência P e verificar se é igual a 80 kW
4. Em caso afirmativo a solução foi encontrada
5. Caso contrário, arbitrar novo Q no sentido de fazer verificar o valor da potência de funcionamento da bomba
de 80 kW e repetir procedimento.

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Problema 1-8

Em determinado aproveitamento hidroeléctrico a adução à central é constituída por uma conduta em pressão, com
1400 mm de diâmetro, seguida da conduta forçada com 800 mm de diâmetro. Ambas as condutas têm uma rugosidade
absoluta equivalente de 0.05 mm. A temperatura média da água é de 10 ºC. Sabendo que o caudal máximo turbinável
é de 3 m3/s, determine a correspondente potência de funcionamento da turbina admitindo um rendimento de 65%.
Desprezar as perdas de carga localizadas.

500 m

A
D1 = 1400 mm
L1 = 4800 m

1 D2 = 800 mm
L2 = 100 m
Central
Conduta forçada
2 420 m

B
Turbina

Resposta:
Conhecemos o caudal escoado e as características das condutas pelo que o problema caí no caso 1 descrito nas aulas
teóricas, i.e., o problema é de resolução directa.

Sendo dada a rugosidade absoluta equivalente das tubagens, vamos usar a fórmula de Colebrook-White (C-W) para
avaliar as perdas de carga.

U2  k 2.51  2Q 2  k 2.51 
j log 2    ou j log 2   
8 gD   gD
2 5 
 3.7 D D 2 gDj   3.7 D D 2 gDj 

No troço 1 temos:
D = 1.4 m; k =0.05 mm; Q = 3 m3/s; L = 4800 m; de uma tabela das propriedades físicas da água tiramos  = 1.31E-
6 m2/s

Resolvendo a eq. de C-W usando a função solve das calculadoras TI obtemos j1 = 0.00158. Logo
H1  j1 L1  0.00158  4800  7.584 m

No troço 2 temos:
D = 0.8 m; k =0.05 mm; Q = 3 m3/s; L = 100 m;  = 1.31E-6 m2/s
Resolvendo a eq. de C-W usando a função solve das calculadoras TI obtemos j2 = 0.026457. Logo
H 2  j2 L2  0.026457 100  2.646 m

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

A perda de energia total no sistema será (desprezam-se as perdas localizadas):


H  H1  H 2  7.584  2.646  10.23 m

A potência de funcionamento da turbina é dada pela expressão:


P  9.8QH u

Sendo a queda útil dada pela expressão: Hu  H A  H B  H  500  420  10.23  69.77 m

Logo, sendo o rendimento  = 65% = 0.65 vem:


P  9.8  0.65  3  69.77  1333.3 kW

Problema 1-9

Um conjunto de fontes de um parque urbano é alimentado a partir de um reservatório, através de um sistema de


tubagens em série. Os jactos das fontes atingem 4 m de altura, possuindo um diâmetro à saída de 20 mm. Desprezam-
se as perdas de carga localizada e as perdas de carga nos pequenos troços de ligação às fontes (troços 3 e 4) e nos
jactos.
a) Se o jacto da 2ª fonte atinge a cota 10 m, qual é a cota da superfície livre do reservatório abastecedor? (a sup.
do reservatório está em contacto com a atmosfera)
b) A que cota está a saída do jacto da primeira fonte?
(Usar as fórmulas de Scimemi na avaliação das perdas contínuas)

Z1 = ?

Água

4m Z2 = ?
D = 20 mm
Z = 10 m
3
1

Ferro fundido 4m
D1 = 75 mm D = 20 mm
L1 = 50 m 2
4

Ferro fundido
D2 = 50 mm
L2 = 80 m

Resposta:
a)

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Estamos perante um sistema de condutas em série. Os dados relativos às fontes permitem determinar os caudais
escoados pelo que o problema será de resolução directa.
Aplicando a eq. de Bernoulli entre as secções da base (A) e do topo (B) do jacto da 2ª fonte temos:

 pA U2   p U2 
 zA    A    zB  B   B   0 (despreza-se a perda de carga no jacto)
  2g    2g 

A pressão no jacto é nula bem como a velocidade no seu topo. Logo

 U A2 
 A
z  0      zB  0  0   0  U A  2 g   z B  z A   2  g  4  8.854 m/s (considerando  = 1)
 2g 

  0.022
O caudal nos troços 2 e 4 será: Q2  Q4  U A A4  8.854   0.00278 m3/s
4

Dado que a 1ª fonte tem um funcionamento igual à 2ª fonte (o mesmo diâmetro de saída e a mesma altura do jacto), é
fácil concluir que o caudal no troço 3 é igual ao caudal nos troços 2 e 4 (dispensando a repetição do cálculo anterior).
Assim, a eq. dos nós determina que o caudal no troço 1 será:
Q1  Q2  Q3  0.00278  0.00278  0.00556 m3/s

A cota do reservatório de montante determina-se sabendo que a diferença de energia entre as secções de início (1) e
fim (A) do sistema de condutas em série 1, 2 e 4 é igual ao somatório das perdas de energia nesse sistema de condutas.
Logo

 p1 U12   pA U A2  0
 1
z    
  A
z      H1  H 3  H 4
  2g    2g 

A pressão e velocidade à superfície do reservatório de montante são nulas e a pressão em A também é nula.
Avaliando as perdas de carga pela fórmula de Scimemi temos
1 1
 Q1  0.535  0.00556  0.535
j1   2.625 
 2.625 
 0.02622
 35 D1   35  0.075 
H1  j1 L1  0.02622  50  1.311 m
1 1
 Q2  0.535  0.00278  0.535
j2   2.625 
 2.625 
 0.052476
 35 D2   35  0.05 
H 2  j2 L2  0.052476  80  4.1981 m

Logo

 8.8542 
 z1  0  0    10  4   0  1   1.311  4.1981  z1  15.509 m
 2g 

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

b)
Dado que se despreza a perda de energia no troço 3, a eq. de Bernoulli permite concluir que a cota atingida pelo jacto
da 1ª fonte é igual à energia no nó de derivação para a 1ª fonte (C).
A energia no nó C é igual à energia no reservatório de montante, z1, menos as perdas Z = HC
de energia no troço 1.
A cota z2 é igual a HC menos a altura do jacto (4m). 4m Z2 = ?
D = 20 mm
z2  15.509  1.311  4  10.198 m 3

Problema dos vários reservatórios ligados entre si

Problema 1-10

No sistema representado na figura, a albufeira A abastece os reservatórios B, C e D, através de um sistema de condutas


adutoras em ferro fundido, com os diâmetros e comprimentos indicados. O abastecimento ao reservatório B utiliza
um grupo elevatório funcionando com uma potência de 20 kW e um rendimento de 60%. Com base nos dados
fornecidos na figura determine os caudais nas adutoras (desprezar as perdas localizadas).

240 m
B

L = 3000 m
AB
D = 300 mm

Rede 200 m
Bomba
P = 20 kW Albufeira
 = 0.6
 A

L = 2000 m
 AE
D = 250 mm
180 m
C
E 170 m
D


Rede

Rede

L = 2000 m
EC
D = 250 mm
L = 3000 m
ED
D = 200 mm

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Resposta:
Adutora 1
A eq. do troço permite escrever:
H A  H B  jLAB  Ht  200  240  j  3000  Ht
A perda de energia unitária pode ser avaliada em função do caudal, pela fórmula de Scimemi:
1 1
 Q  0.535  Q  0.535
j  2.625 
 2.625 
. Substituindo na eq. anterior temos
 35D   35  0.3 
1
 Q  0.535
200  240   2.625 
 3000  H t .
 35  0.3 
Nesta eq. temos 2 incógnitas pelo que teremos de introduzir outra equação para poder avaliar o caudal. Essa equação
será a da potência da bomba, cujo valor é conhecido:
9.8QH t 9.8QH t 16
P  20   Ht 
 0.8 9.8Q

Substituindo Ht na eq. do troço obtemos:


1
 Q  0.535 16
200  240   2.625 
 3000 
 35  0.3  9.8Q

Resolvendo a eq. anterior obtemos o caudal escoado na adutora 1.

As restantes adutoras fazem parte de um sistema de 3 reservatórios ligados entre si. Neste caso, não é possível, à
partida, determinar a energia no nó E pelo que o problema terá de ser resolvido iterativamente.
O sistema de eq. será:
Q2  Q3  Q4
1
 Q2  0.535
200  H E   2.625 
 2000
 35  0.25 
1
 Q3  0.535
H E  180   2.625 
 2000
 35  0.25 
1
 Q4  0.535
H E  170   2.625 
 3000
 35  0.2 

Resolvendo o sistema de 4 equações lineares usando a função solve das calculadoras TI obtemos a solução:
Q2 = 0.067194 m3/s; Q3 = 0.037154 m3/s; Q4 = 0.03004 m3/s; HE = 184.9668 m

Não possuindo uma calculadora capaz de resolver o sistema de 4 eq., o problema poderá ser resolvido por tentativas,
seguindo a sequência (caso 2 descrito na aula teórica):

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

1. Arbitrar um valor para HE


2. Utilizar-se as equações dos troços para determinar os caudais
3. Verificar se a eq. do nó é observada (Q2 = Q3+Q4 se o valor arbitrado para HE for > 180 m ou Q2 + Q3= Q4
se o valor arbitrado para HE estiver entre 170m e 180 m). Em caso afirmativo a solução foi encontrada. Caso
contrário arbitra-se novo valor para HE, no sentido de fazer cumprir a eq. do nó e repete-se o procedimento,
até que essa equação seja observada.

Problema 1-11

No sistema indicado na figura as condutas são em aço soldado. Em D há uma saída livre para a atmosfera de um
caudal de 10 l/s. Nas condições indicadas, determine a distribuição de caudais nos diversos troços e a potência de
funcionamento da bomba instalada em E, se esta funcionar com um rendimento de 75% (desprezar as perdas
localizadas).

110 m
Condutas em aço soldado

L = 2000 m
AC
A D = 300 mm
100 m
L = 10000 m
BC
1 D = 300 mm
E
2 B
Saída lívre para
a atmosfera
C
3
60 m
L = 2000 m
CD
D = 150 mm
D
Q = 10 l/s

Resposta:
Com os dados do problema é possível determinar a energia no nó C pelo que o problema é de resolução directa.
Para calcular a energia em C começamos por avaliar a energia no nó D:

 p U2   U D2 
H D   zD  D   D 
  60  0  1 
  2g   2g 

Q 10 E  3
Sabemos o caudal e o diâmetro da conduta pelo que U D    0.5659 m/s
A   0.152
4
Logo

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

 U2 
H D   60  0  1 D   60.016 m
 2g 

Usando a eq. do troço 3 calculamos a energia no nó C:


1
 0.01  0.53
H C  H D  j3 L3  H C  60.016   2.755 
 2000  70.699 m
 29.8  0.15 

Com a energia em C podemos usar a eq. do troço 2 para calcular o respectivo caudal:
1
 Q2  0.53
H B  H C  j2 L2  100  70.699   2.755 
 10000  Q2  0.049106 m3/s
 29.8  0.3 

A eq. do nó C permite avaliar o caudal no troço 1:


Q1  Q2  Q3  0.049106  0.01  0.039106 m3/s

Podemos agora calcular a potência de funcionamento da bomba:


9.8QH t
P (kW) sendo Q = Q1 = 0.030106 m3/s;  = 75% e Ht dado por:

1
 0.039106  0.53
H t  H A  H C  jL1  110  70.699   2.755 
 2000  43.1146 m
 29.8  0.3 
Logo
9.8QH t 9.8  0.039106  43.1146
P   22.031 (kW)
 0.75

Problema 1-12

No sistema indicado na figura o reservatório A abastece de água os reservatórios D e E. As tubagens são em ferro
fundido revestido a betume. Na entrada do reservatório D verifica-se uma perda de energia localizada de 2 m c.a. (em
válvulas e outros acessórios). Com base nos dados da figura determine a distribuição de caudais e a potência de
funcionamento da bomba ( = 70%). Considere a viscosidade cinemática da água igual a 1.31 E-6 m2s-1.

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70 m

60 m

D
3 2
D1 = 250 mm
L1 = 2000 m

Q = 18 l/s D2= 200 mm


C L2 = 1800 m
D3 = 125 mm
L3 = 1000 m
10 m

1
B
A
H2O
 = 0.7

Resposta:
Sendo dado o caudal e características da conduta 3, é possível calcular, à partida, a energia no nó E, pelo que o
problema é de resolução directa.

Aplicando a eq. do troço 3 temos:


H C  H D  j3 L3   H L  H C  H D  j3 L3  2

A perda de energia pode ser avaliada pela fórmula de Colebrook-White (C-W)

U2  k 2.51 
j log 2   
8 gD 
 3.7 D D 2 gDj 
ou
2Q 2  k 2.51 
j log 2   
 gD
2 5  3.7 D D 2 gDj
 

Para tubagens de ferro fundido revestido a betume a tabela disponível no


formulário do caderno de problemas práticos de HG 2 dá um valor de
rugosidade absoluta equivalente de 0.1 mm. Assim, com os dados do
problema temos:

2  0.0182  0.1E  3 2.51 1.31E  6 


j log 2   
 g  0.125  j 
 3.7  0.125 0.25 2 g  0.125 
2 5

Usando a função solve das calculadoras TI obtemos j = 0.018256

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Logo, HC  H D  j3 L3  2  60  0.018256 1000  2  80.256 m

Com a energia em C, a eq. do troço 2 permite calcular o caudal escoado (o escoamento é de C para E porque a energia
em C é maior que a energia em E).
80.256  70
H C  H E  j2 L2  j2   0.005698
1800

Sabendo j usamos a eq. de C-W para determinar o caudal escoado:

2Q 2  k 2.51   D2  k 2.51 
j log 2     Q   2 gDj log   
 gD
2 5   3.7 D D 2 gDj
 3.7 D D 2 gDj  2  

  0.22  0.1E  3 2.511.31E  6 


Q 2 g  0.2  0.005698 log    0.0339 m3/s
2  3.7  0.2 0.2 2 g  0.2  0.005698 
 

A eq do nó C permite avaliar o caudal no troço 1:


Q1  Q2  Q3  0.018  0.0339  0.0519 m3/s

A potência de funcionamento da bomba instalada no troço 1 será:


9.8QH t
P (kW) com Q = Q1 ,  = 70%

a altura total de elevação é dada por (considerando para secção a jusante da bomba o nó C)
H t  H C  H A  j1 L1  80.256  10  j1  2000

A perda de energia unitária no troço 1 é dada por:

2Q 2  k 2.51  2  0.0519 2  0.1E  3 2.51 1.31E  6 


j log 2     j1  2 log 2   
 gD
2 5  3.7 D D 2 gDj  g  0.255  3.7  0.25 0.25 2 g  0.25  j
   
Usando a função solve das TI obtemos j = 0.004169

Logo
Ht  80.256  10  0.004169  2000  78.594 m

9.8QH t 9.8  0.0519  78.594


P   57.1 (kW)
 0.7

Problema 1-13

Para o abastecimento de água a uma povoação construiu-se um sistema de captação, armazenamento e distribuição de
água constituído por:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

 2 albufeiras (A1 e A2);


 1 reservatório (R1);
 1 estação elevatória (E1).
Sabe-se que a povoação necessita um caudal de 50 l/s e que este deve ser fornecido à entrada da rede (em P) com uma
pressão de 30 m c.a. Sabe-se também que o caudal máximo explorável em A2 e 30 l/s. Nessas condições determine:
a) Qual deverá ser a cota da superfície livre no reservatório R1;
b) O diâmetro do troço R1-A2 de modo a minimizar os custos associados à bombagem de água;
c) A potência de funcionamento da bomba na estação elevatória E 1 ( = 65%).

Todas as condutas são de ferro fundido e desprezam-se as perdas localizadas.

80 m

A2
D=?
10 m L = 4700 m
2
1
E1
A1 D = 250 mm
R1
Estação L = 5600 m
elevatória 3
20 m

D = 250 mm
L = 2800 m P

Povo
ação

Resposta:
a)
Como conhecemos o caudal e as características do troço 3, e temos dados para calcular a energia no nó P, a eq. do
troço 3 permite calcular a energia no nó do reservatório R1.

 p U2 
Energia em P: H P   zP  P   P 
  2g 

pP
A altura piezométrica em P são os 30 mca exigidos à entrada da rede:  30 mca

Q 0.05
A velocidade em P é: U    1.019 m/s , logo
A   0.252
4

 p U2   1.0192 
H P   z P  P   P    20  30    50.053 m
  2g   2g 

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Eq. do troço 3: H R1  H P  j3 L3  H R1  H P  j3 L3

1 1
 Q3  0.535  0.05  0.535
Usando a fórmula de Scimemi para o FF temos j3      2.625 
 35  0.25
2.625
 35D3  
Substituindo na eq. do troço 3:
1
 0.05  0.535
H R1  H P  j3 L3  50.053   2.625 
 2800  62.166 m
 35  0.25 
HR1 é igual à cota da superfície livre no reservatório R1 dado que a pressão e a velocidade à superfície do reservatório
são nulas.:

 p U2 
H R1   z R1  R1   R1    z R1  0  0 
  2g 

b)
Como a albufeira A2 faz uma alimentação sem necessitar de bombagem (consumo energético nulo), vamos utilizar o
caudal máximo explorável, i.e., 30 l/s.
Eq. do troço 2: H A2  H R1  j2 L2  80  62.166  j2  4700  j2  0.003794

Usando a eq. de Scimemi para o FF temos


Q2  35D22.625 j20.535  0.03  35  D22.625  0.0037940.535  D2  0.211 m

c)
Como a povoação necessita de 50 l/s, a eq. do nó correspondente ao reservatório R 1 determina que A1 deve fornecer
um caudal
Q1  Q2  Q3  Q1  Q3  Q2  50  30  20 l/s  0.02 m3/s

A potência de funcionamento da bomba é dada por


9.8QH t
P (kW) com Q = Q1 ,  = 65%

a altura total de elevação é dada por (considerando para secção a jusante da bomba o nó C)
Ht  H R1  H A1  j1 L1  62.166  10  j1  5600

1 1
 Q1  0.535  0.02  0.535
j1      2.625 
 0.78033E  3 , logo
 35  0.25
2.625
 35D1  
Ht  62.166  10  0.78033E  3  5600  56.536 m

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

9.8QH t 9.8  0.02  56.536


P   17.048 (kW)
 0.65

Problema 1-14

O reservatório A abastece os reservatórios B e C e a rede de distribuição da localidade D através do sistema de condutas


de ferro fundido indicado na figura. Sabendo que o caudal e a pressão à entrada da rede (em D) devem ser 20 l/s e 40
m c.a, respectivamente, determine a distribuição de caudais nos diversos troços e a cota da superfície livre em A.
Desprezar as perdas de carga localizadas.

60 m
A
D1 = 250 mm
L1 = 3000 m
Condutas em
ferro fundido B D2= 100 mm
1 2 L2 = 2000 m
D3 = 250 mm
E L3 = 1000 m

40 m D4 = 100 mm
3 L4 = 2000 m
F 20 m D5 = 250 mm
L5 = 1000 m
4 5 D
C
Rede de distribuição

Resposta:
Sendo conhecido o caudal a fornecer e a energia à entrada da rede, e as características das condutas, é possível
determinar à partida energia nos nós do sistema pelo que a resolução do problema é directa.

Sendo o caudal a fornecer 20 l/s, a velocidade na secção D será


Q 0.02
UD    0.4076 m/s
A   0.252
4
A altura piezométrica em D é 40 mca (pressão pretendida à entrada da rede)

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

A energia em D será

 p U2   0.40762 
H D   zD  D   D    20  40  1   60.01 m
  2g   2g 
A eq. do troço 5 permite calcular a energia no nó F:
H F  H D  j5 L5

Adoptando a fórmula de Scimemi para o FF


1 1
 Q5  0.535  0.02  0.535
j5   2.625 
 2.625 
 0.78033E  3 , logo
 35D5   35  0.25 
A energia em F será:
H F  H D  j5 L5  60.01  0.78033E  3 1000  60.79 m

Com a energia em F e a eq. do troço 4 podemos calcular o respectivo caudal. Sendo a energia em F maior que a energia
em C, o escoamento é de F para C. Logo, a eq. do troço 4 será:
H F  H C 60.79  40
H F  H C  j4 L4  j4    0.010395
L4 2000

Com a perda de energia unitária no troço, a eq. de Scimemi permite determinar o respectivo caudal:
Q4  35D42.625 j40.535  Q4  35  0.12.625  0.0103950.535  Q4  0.00721 m3/s

A eq. do nó F permite calcular o caudal no troço 3:


Q3  Q4  Q5  0.00721  0.02  0.02721 m3/s

Com o caudal e as características da conduta no troço 3, podemos calcular a energia no nó E:


Eq. do troço 3: H E  H F  j3 L3  H E  60.79  j3 1000

A perda de energia unitária será:


1 1
 Q3  0.535  0.02721  0.535
j3   2.625 
 2.625 
 1.38734 E  3
 35D3   35  0.25 
A energia no nó E vem
H E  60.79  1.38734 E  3 1000  62.1773 m

Sendo a energia no nó E superior à energia no reservatório B, o escoamento é de E para B. O caudal no troço avalia-
se de modo idêntico ao que se fez no troço 4:
H E  H B 62.1773  60
H E  H B  j2 L2  j2    0.0010887
L2 2000

Q2  35D22.625 j20.535  Q2  35  0.12.625  0.001088650.535  Q2  0.002157 m3/s

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

A eq. do nó E permite calcular o caudal no troço 1:


Q1  Q2  Q3  0.002157  0.02721  0.02937 m3/s

Finalmente, a eq. do troço 1 permite determinar a energia no inicio do troço, a qual corresponde à cota da superfície
livre do reservatório A:
Eq. do troço 1: H A  H E  j1 L1  H A  62.177  j1  3000
1 1
 Q1  0.535  0.02937  0.535
j1   2.625 
 2.625 
 1.600 E  3
 35D1   35  0.25 

Logo
H A  62.177  1.60E  3  3000  66.978 m

Problema 1-15

Determinar os caudais escoados nas condutas de ferro fundido dúctil representadas na figura. Desprezar as perdas de
carga localizadas. Usar as fórmulas de Scimemi na avaliação das perdas contínuas.

80 m

50 m

B
2
D1 = 250 mm
A 1 L1 = 1000 m D2= 250 mm
L2 = 900 m
D
3
D3 = 400 mm
L3 = 1000 m
E
5m
Q = 80 l/s
4
D4 = 300 mm
L4 = 1000 m

Resposta:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Não é possível determinar, à partida, a energia nos nós do sistema (D e E) pelo que a resolução terá de ser efectuada
por um processo iterativo, conforme descrito na sebenta de HG 2.

Usando o processo iterativo de resolução de sistemas de equações, disponível nas calculadoras TI, a solução obtém-
se resolvendo o conjunto de eq. dos nós e troços do sistema:

Q1  Q2  Q3

Q3  Q4  0.08 Notas:
 1
  Q1  0.535  as equações estão escritas admitindo que HD é
50  H D   35  0.252.625   1000
   inferior a HA. Caso isso não se verifique, a
 1
resolução do sistema de equações dará um
  Q2  0.535
80  H D   2.625 
 900 valor negativo para Q1.(ver anexo A do cap. 1 da
  35  0.25 
 1 sebenta de HG2 acerca do uso das funções sign e abs para
  Q3  0.535
H D  H E    1000 lidar com valores negativos de caudal).
2.625 
  35  0.4   Usa-se a eq. de Scimemi para o FF no cálculo
 1
  Q4  0.535 de j
H E  5   2.625 
 1000
  35  0.3 

A solução é:
HD = 36.908 m; HE =26.731 m; Q1 = 0.090418 m3/s; Q2 = 0.180943 m3/s; Q3 = 0.271361 m3/s; Q4 = 0.191361 m3/s

Não possuindo uma calculadora capaz de resolver o sistema de 6 eq., o problema poderá ser resolvido por tentativas,
seguindo a sequência:
1. Arbitrar um valor para HD
2. Usando as eq. dos troços 1 e 2 calcular os respectivos caudais
3. Usar as eq. do nó D para calcular Q3
4. Usar a eq. do troço 3 para calcular HE
5. Usar a eq. do troço 4 para avaliar Q4
4. Verificar se a eq. do nó E é observada (Q3 = Q4+0.08). Em caso afirmativo a solução foi encontrada. Caso
contrário arbitra-se novo valor para HD, no sentido de fazer cumprir a eq. do nó E, e repete-se o procedimento
até que o cumprimento dessa condição seja observado.

Exemplificando
Seja HD = 50 m

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

eq. dos troços 1 e 2:


1 1
 Q1  0.535  Q1  0.535
50  H D   2.625 
 1000 50  50   2.625 
 1000
 35  0.25   35  0.25  Q1  0
 
1 1
Q2  0.149074 m3/s
 Q2  0.535  Q2  0.535
80  H D   2.625 
 900 80  50   2.625 
 900
 35  0.25   35  0.25 

eq. do nó D
Q1  Q2  Q3  Q3  0  0.149074  0.149074 m3/s

eq. do troço 3
1
 0.149074  0.535
50  H E   2.625 
1000  H E  46.678 m
 35  0.4 

eq. do troço 4
1
 Q4  0.535
46.678  5   2.625 
 1000  Q4  0.27112 m3/s
 35  0.3 

Verificar se a eq. do nó E é observada


Q3  0.147074 ; Q4  0.27112 m3/s  Q3  Q4  0.08 Não verifica

Arbitrar novo valor para HE < 50 m (para aumentar Q3 e reduzir Q4) e repetir procedimento até se obter
Q3  Q4  0.08

Problema 1-16

Determinar os caudais escoados nas condutas de ferro fundido dúctil representadas na figura. Desprezar as perdas de
carga localizadas. Usar as fórmulas de Scimemi na avaliação das perdas contínuas.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

50 m

30 m

A
D1 = 300 mm B
L1 = 700 m
1 2
D2= 200 mm
L2 = 800 m
20 m
E
3 D3 = 300 mm
L3 = 300 m 4
F
5m D4 = 150 mm C
5 L4 = 1000 m
D5 = 400 mm
L5 = 1500 m
D

Resposta:
A resolução deste problema processa-se de modo idêntico ao descrito no exercício anterior. Indica-se apenas o sistema
de equações dos nós e troços e o resultado final.

Q1  Q2  Q3
Q3  Q4  Q5
1
 Q1  0.535
50  H E   2.625 
 700
 35  0.3  Notas:
1
 Q2  0.535  as equações estão escritas admitindo que HE é
30  H E   2.625 
 800
 35  0.2  inferior a HB e HF é inferior a HC. Caso isso não
1 se verifique, a resolução do sistema de
 Q3  0.535
HE  HF   2.625 
 300 equações dará um valor negativo para Q2 e para
 35  0.3 
1 Q4. (ver anexo A do cap. 1 da sebenta de HG2 acerca do
 Q4  0.535
20  H F   2.625 
 1000 uso das funções sign e abs para lidar com valores negativos
 35  0.15  de caudal).
1
 Q5  0.535  Usa-se a eq. de Scimemi para o FF no cálculo
HF  5   2.625 
 1500
 35  0.4  de j

A solução é:
HE = 28.73698 m; HF =18.37933 m; Q1 = 0.228909 m3/s; Q2 = 0.016232 m3/s; Q3 = 0.245141 m3/s; Q4 = 0.007736
m3/s; Q5 = 0.252877 m3/s

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 1-17

No sistema indicado na figura as tubagens são em ferro fundido. A cota topográfica do nó de entrada na rede é 25 m.
Quando o caudal entrado na rede for de 50 l/s e para as condições indicadas, determine:
a) Os caudais nas diversas tubagens;
b) As cotas piezométricas à saída dos nós C e E e a pressão no nó F.
Desprezar as perdas localizadas.

110 m
105 m
Condutas em
ferro fundido
B

A
D1 = 150 mm
L1 = 3000 m 2
1 D2= 200 mm
L2 = 4000 m 90 m

3 D3 = 300 mm D
L3 = 500 m 4
E D4 = 125 mm
L4 = 1000 m
50 l/s D = 300 mm
25 m 5 L 5 = 4000 m
5
F

Rede de distribuição

Resposta:
a)
Com os dados fornecidos não é possível conhecer, à partida, a energia no nó F (não sabemos a pressão no nó). Assim,
apesar de ser dado o caudal no troço 5 não é possível determinar, à partida, a energia nos nós E e C.
A resolução do problema terá de ser efectuada por um processo iterativo, conforme descrito na sebenta de HG 2.

Usando o processo iterativo de resolução de sistemas de equações, disponível nas calculadoras TI, a solução obtém-
se resolvendo o conjunto de eq. dos nós e troços do sistema:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Q1  Q2  Q3
Q3  Q4  0.05 Notas:
1
 Q1  0.535  as equações estão escritas admitindo que HC é
105  H C   2.625 
 3000
 35  0.15  inferior a HA e HE é inferior a HD. Caso isso
1
 Q2  0.535 não se verifique, a resolução do sistema de
110  H C   2.625 
 4000
 35  0.2  equações dará um valor negativo para Q1 e para
1 Q4.(ver anexo A do cap. 1 da sebenta de HG2 acerca do
 Q3  0.535
HC  H E   2.625 
 500 uso das funções sign e abs para lidar com valores negativos
 35  0.3 
de caudal).
1
 Q4  0.535
 Usa-se a eq. de Scimemi para o FF no cálculo
90  H E   2.625 
 1000
 35  0.125  de j
1
 0.05  0.535
HE  HF   2.625 
 4000
 35  0.3 

A solução é:
HC = 89.166 m; HE =88.431 m; HF =81.358 m; ; Q1 = 0.01455 m3/s; Q2 = 0.03074 m3/s; Q3 = 0.04529 m3/s; Q4 =
0.00471 m3/s; Q5 = 0.05 m3/s

Não possuindo uma calculadora capaz de resolver o sistema de 6 eq., o problema poderá ser resolvido por tentativas,
seguindo a sequência:
6. Arbitrar um valor para HC
7. Usando as eq. dos troços 1 e 2 calcular os respectivos caudais
8. Usar as eq. do nó C para calcular Q3
9. Usar a eq. do troço 3 para calcular HE
10. Usar a eq. do troço 4 para avaliar Q4
5. Verificar se a eq. do nó E é observada (Q3 + Q4 = 0.05). Em caso afirmativo a solução foi encontrada. Caso
contrário arbitra-se novo valor para HC, no sentido de fazer cumprir a eq. do nó E, e repete-se o procedimento
até que o cumprimento dessa condição seja observado.

Exemplificando
Seja HC = 90 m
eq. dos troços 1 e 2:
1 1
 Q1  0.535  Q1  0.535
105  H C   2.625 
 3000 105  90   2.625 
 3000
 35  0.15   35  0.15  Q1  0.0141 m3/s
 
1 1 Q2  0.03 m3/s
 Q2  0.535  Q2  0.535
110  H C   2.625 
 4000 110  90   2.625 
 4000
 35  0.2   35  0.2 

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

eq. do nó C
Q1  Q2  Q3  Q3  0.0141  0.03  0.0441 m3/s

eq. do troço 3
1
 0.0441  0.535
90  H E   2.625 
 500  H E  89.301 m
 35  0.3 

eq. do troço 4
1
 Q4  0.535
90  89.301   2.625 
1000  Q4  0.003057 m3/s
 35  0.125 

Verificar se a eq. do nó E é observada


Q3  0.0441 m3/s; Q4  0.003057 m3/s  Q3  Q4  0.047157  0.05 Não verifica

Arbitrar novo valor para HC < 90 m (para aumentar Q3 e Q4) e repetir procedimento até se obter Q3  Q4  0.05

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Redes de distribuição de água

Nota: faz-se apenas a resolução do Problema 1-19. Para os restantes exercícios faz-se apenas um comentário geral
sobre a sua resolução. Com base nos problemas resolvidos na sebenta de HG 2, e nas aulas, será fácil resolver os
exercícios propostos.

Problema 1-18

Pretende-se dimensionar a rede de distribuição de água indicada na figura, usando tubagens de PEAD, classe 1 MPa.
Com os dados indicados na figura, determine os diâmetros das tubagens.

3 l/s
[148 m] [177 m] 11
2

7 4

[200 m]
1 10 [172 m] 8 12
[165 m] [172 m] [149 m] [172 m]
[174 m]
45.5 l/s [172 m] [172 m]

9 5 13

6 [150 m] 14
[165 m]

3 l/s [160 m] 2 l/s

Quadro 1
Troço 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
L (m) 1000 2000 1000 1000 2000 2000 1000 1000 1000 1000 2000 1000 1000 1000

Comentário:
A rede é constituída por 1 única malha. A sua resolução é feito nos moldes normais.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 1-19

Na rede de distribuição de água indicada na figura as tubagens são em ferro fundido, com os comprimentos indicados
no quadro 1. Nas condições indicadas determine:
a) Os diâmetros das tubagens;
b) A cota da soleira do reservatório abastecedor sabendo que a pressão mínima admissível na rede é 18 mca;
c) As pressões máximas nos nós se a altura máxima de água no reservatório for de 3 m.

3 l/s
[148 m] [177 m] 11
2

7 4

[200 m]
[172 m] 8 [149 m] [172 m] 12
1 [165 m] 10
[174 m]

38 l/s

9 5 13

6 [153 m] 14
[165 m]

3 l/s [160 m] 2 l/s

Quadro 1
Troço 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
L (m) 1000 2000 1000 1000 2000 2000 1000 1000 1000 1000 2000 1000 1000 1000

Resposta
a)
a.1) Determinação dos caudais de percurso:

38   3  3  2 
q  0.002 l/s/m
0  2000  1000  1000  2000  1000  1000  1000  500  1000  2000  1000  1000  500

Os caudais totais de percurso serão dados por:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

q  Ld 1  0.002  0  0 l/s q  Ld 8  0.002  1000  2 l/s


q  Ld 2  0.002  2000  4 l/s q  Ld 9  0.002  500  1 l/s
q  Ld 3  0.002  1000  2 l/s q  Ld 10  0.002  1000  2 l/s
q  Ld 4  0.002  1000  2 l/s q  Ld 11  0.002  4000  4 l/s
q  Ld 5  0.002  2000  4 l/s q  Ld 12  0.002  1000  2 l/s
q  Ld 6  0.002  1000  2 l/s q  Ld 13  0.002  1000  2 l/s
q  Ld 7  0.002  1000  2 l/s q  Ld 14  0.002  500  1 l/s

a.2) Distribuição de caudais na rede


Com base nos consumos totais de percurso e na equação da continuidade nos nós, determina-se a distribuição de
caudais na rede ramificada e arbitra-se uma distribuição de caudais na rede malhada (Figura 1):
3 l/s
11
2 (2)

11 13 11 11
3
2 3

(4) I + (2) 7 II + (2) 4 (4)

5
15 4 8 12 7
1 ( 0) 10

(2) 5 (2) 3 (2)


38 38 l/s 38 13 11 0 2
2 5
2
10

(2) IV + (1) 9
III + (4) 5 (2) 13

1 3
8 0 1
6 6 14
(1)
3 l/s 2 l/s

- caudal total de percurso


Notas:
- Todos os caudais estão em l/s
- Sentido positivo de circulação de caudais

Figura 1 Distribuição de caudais na rede.

A partir dos valores dos caudais de montante e com base no critério da velocidade máxima (Quadro 1), dimensionam-
se os diversos troços da rede ramificada e pré dimensiona-se a rede malhada. Os resultados apresentam-se no Quadro
2.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Quadro 1 Velocidades e caudais máximos para vários diâmetros

Quadro 2 Dimensionamento da rede ramificada e pré-dimensionamento da rede malhada

Troço Qm (l/s) D (mm)


(FF)
1 38 250
2 15 150
3 13 150
4 5 100
5 6 100
6 10 125
7 4 100
8 5 100
9 2 80
10 13 150
11 11 150
12 2 80
13 5 100
14 1 60

a.3) Determinação dos caudais exactos na rede malhada e dimensionamento da rede malhada.
Vamos aplicar o método de Hardy-Cross. Para isso é necessário começar por calcular os caudais equivalentes nos
diversos troços da rede ( Qe  Q j  0.55q  Ld ). Os resultados apresentam-se no quadro e figura seguintes.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Quadro 3 Cálculo dos caudais equivalentes.

Troço Qj (l/s) * qLd (l/s) Qe (l/s)


2 11 4 13.2
3 11 2 12.1
4 3 2 4.1
5 2 4 4.2
6 8 2 9.1
7 2 2 3.1
8 3 2 4.1
9 1 1 1.55
10 11 2 12.1
* Ver distribuição de caudais arbitrada (figura 1)

2 (2) {12.1}

11 13 11
3
2 3

{13.2}
(4) I + (2)
{3.1}
7 II + {4.1}
(2) 4

5
15 4 8
10

(2) {12.1} 5 (2) {4.1} 3


13 11 2
2
10
(1)

(2) IV + {1.55} 9
III + (4) 5

1
6 8 6

{9.1} {4.2}
3 l/s

(...) - caudal total de percurso


{...} - caudal equivalente
Notas: - Todos os caudais estão em l/s
- Sentido positivo de circulação de caudais

Figura 2 Caudais equivalentes.

A distribuição exacta dos caudais na rede malhada obtém-se por aplicação do método de Hardy-Cross. No quadro
seguinte apresenta-se o desenvolvimento do método ao longo da 1ª iteração, sendo avaliados os caudais equivalentes
corrigidos que serviriam de início à 2ª iteração.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Quadro 4 Desenvolvimento do método de Hardy-Cross.

Troço Di (mm)1 L (m) Qe (l/s) H (m)2 H /Qe Qe corrigido


2 150 2000 13.200 8.80 0.67 12.326
MALHA I 7 100 1000 -3.100 -2.14 0.69 -4.218
10 150 1000 -12.100 -3.74 0.31 -13.975
= 2.9160 1.67
QI = -0.8743

3 150 1000 12.100 3.74 0.31 12.344


MALHA II 4 100 1000 -4.100 -3.62 0.88 -3.856
8 100 1000 -4.100 -3.62 0.88 -4.604
7 100 1000 3.100 2.14 0.69 4.218
= -1.3493 2.77
QII = 0.2440

5 100 2000 -4.200 -7.57 1.80 -3.452


MALHA III 9 80 1000 -1.550 -1.75 1.13 -1.803
8 100 1000 4.100 3.62 0.88 4.604
= -5.7050 3.82
QIII = 0.7475

9 80 1000 1.550 1.75 1.13 1.803


MALHA IV 6 125 2000 -9.100 -10.74 1.18 -8.099
10 150 1000 12.100 3.74 0.31 13.975
= -5.2476 2.62
QIV = 1.0008

Correcções aos caudais:

1
Diâmetro interno das condutas.
2
Adoptou-se a expressão de Scimemi para o ferro fundido Q  35Di2.625 j 0.535 . Nota: os valores da perda de energia

são calculados com o valor absoluto do caudal sendo posteriormente afectados do sinal do caudal.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Malha I QI  
 H i

2.916
 0.8743
H 2  1.67
2 i

Qi

Malha II QII  
 H i

1.3493
 0.2440
H 2  2.77
2 i

Q i

Malha III QIII  


 H i   5.7050  0.7475
H i 2  3.82
2
Qi

Malha IV QIV  
 H i

5.2476
 1.0008
H 2  2.62
2 i

Q i

A correcção dos caudais nos troços não comuns faz-se por adição da correcção Q ao valor anterior do caudal

Qe corrigido  Qe  Q :

Q2  13.2  (0.8743)  12.326 l/s


Q3  12.1  (0.244)  12.344 l/s
Q4  4.1  (0.244)  3.856 l/s
Q5  4.2  (0.7475)  3.452 l/s
Q6  9.1  (1.0008)  8.099 l/s

No troço comum, o caudal corrigido é dado por:


Q7  3.1  (0.8743)  (0.244)  4.218 l/s (se nos situarmos na malha I)
Q7  3.1  (0.244)  (0.8743)  4.218 l/s (se nos situarmos na malha II)
Q8  4.1  (0.244)  (0.7475)  4.604 l/s (se nos situarmos na malha II)
Q8  ....  4.604 l/s (se nos situarmos na malha III)
Q9  1.55  (0.7475)  (1.0008)  1.803 l/s (se nos situarmos na malha III)
Q9  ....  1.803 l/s (se nos situarmos na malha IV)
Q10  12.1  (1.0008)  (0.8743)  13.975 l/s (se nos situarmos na malha IV)
Q10  ....    13.975 l/s (se nos situarmos na malha I)

Para a obtenção dos caudais exactos, este processo iterativo deveria ser continuado até se atingir Q 0 nas 4 malhas

da rede.

No quadro seguinte apresentam-se os resultados exactos obtidos em programa de cálculo automático.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Quadro 5 Caudais (equivalentes) exactos na rede.

Troço Qe (l/s)

2 12.978
MALHA I 7 -4.053
10 -14.112
3 12.831
4 -3.369
MALHA II
8 -4.982
7 4.053
5 -2.587
MALHA III 9 -1.727
8 4.982
9 1.727
MALHA IV 6 -7.310
10 14.112

Seguidamente, de posse dos caudais exactos na rede malhada, revê-se o pré-dimensionamento dos diâmetros,
verificando se o caudal de montante não excede o caudal máximo admissível (critério da velocidade máxima).
Utilizando os valores exactos dos caudais equivalentes e os valores dos caudais totais de percurso, determinam-se os
caudais de montante e jusante em cada troço. Essa análise resume-se na Figura 3 e Quadro 6. Como se pode observar,
os diâmetros definidos no pré-dimensionamento são correctos.
3 l/s

2 (2) {12.831}

10.778 13.731 11.731


3
2.953 2.269

{12.978}
(4) I + (2)
{4.053}
7 II + (2) 4
{3.369}

4.269
4.953 8
14.778 10
5.882 (2) {4.982} 3.882
15.012 (2) {14.112} 13.012
2.177 0.387
8.210
(1)

(2) IV + {1.727} 9
III + (4) 5

1.177
6 6.210 4.387

{7.310} {2.587}
3 l/s

(...) - caudal total de percurso


{...} - caudal equivalente
Notas: - Todos os caudais estão em l/s
- Sentido positivo de circulação de caudais

Figura 3 Distribuição exacta de caudais na rede.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Quadro 6 Verificação do pré-dimensionamento.

Troço Qm (l/s) D (mm) Qmax (l/s) Obs.


(PEAD)
2 14.778 150 16.65 Verifica
3 13.731 150 16.65 Verifica
4 4.629 100 6.29 Verifica
5 4.387 100 14.35 Verifica
6 8.210 125 10.75 Verifica
7 4.953 100 6.29 Verifica
8 5.882 100 6.29 Verifica
9 2.177 80 3.68 Verifica
10 15.012 150 16.65 Verifica

b) Determinação da cota do reservatório abastecedor.

A cota mínima da soleira do reservatório depende da pressão mínima pretendida na rede e do valor das perdas de
energia ao longo dos troços.
Vamos começar por determinar as perdas de energia nos troços da rede, com base na distribuição exacta de caudais
determinada na alínea a), indicados na figura seguinte. Os resultados indicam-se no Quadro 7.

3 l/s
[148 m] [177 m] 11
2 (2) {12.831}

10.778 13.731 11.731 11


3
2.953 2.269

(4) (2) 7 (2) 4 (4)


{12.978} {4.053} {3.369}

[200 m] 4.269
4.953 [172 m] 8 [172 m] 12 7
1 ( 0) 14.778 [165 m] 10 [149 m]
[174 m]
5.882 (2) {4.982} 3.882 (2)
38 38 l/s 38 15.012 (2) {14.112} 13.012 0 2
2.177 5
8.210 0.387

(1)

(2) {1.727} 9 (4) 5 (2) 13

1.177 3
6.210 0 1
6 4.387 14
[165 m]
{7.310} [153 m] {2.587} (1)
3 l/s [160 m] 2 l/s

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Quadro 7 Avaliação das perdas de energia.

Troço L D qLd Qj Qm Qe H
(m) (mm) (l/s) (l/s) (l/s) (l/s) (m)
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8)
1 1000 250 0 38.00 38 38.00 2.59
2 2000 150 4 10.78 14.778 12.98 8.53
3 1000 150 2 11.73 13.731 12.83 4.17
4 1000 100 2 2.269 4.269 3.369 2.51
5 2000 100 4 0.39 4.387 2.59 3.06
6 2000 125 2 6.21 8.210 7.31 7.13
7 1000 100 2 2.95 4.953 4.05 3.54
8 1000 100 2 3.88 5.882 4.98 5.21
9 1000 80 1 1.18 2.177 1.73 2.15
10 1000 150 2 13.01 15.012 14.11 4.99
11 2000 150 4 7.00 11 9.20 4.48
12 1000 80 2 0.00 2 1.10 0.92
13 1000 100 2 3.00 5 4.10 3.62
14 1000 60 1 0.00 1 0.55 1.04
1
 Qe  0.535
Notas: coluna (7) - Qe  Q j  0.55q  Ld ; Coluna (8) - H   2.625 
L
 35D 

De posse das perdas de energia na rede, podemos determinar a cota da soleira do reservatório. Esse cálculo resume-
se nos Quadros seguintes e foi efectuado de acordo com o seguinte procedimento:

1. Fixou-se a pressão mínima admissível na rede no nó de jusante do troço 11 (col.(6)):

P  j  18 m H 2 O
11

O ponto a escolher deve ter uma cota topográfica elevada e ficar o mais afastado possível do reservatório.
Observando o esquema da rede analisamos em 1º lugar os nós de jusante dos troços 12, 13 e 14, como
possíveis candidatos a nó mais desfavorável. No entanto, olhando para a perda de energia nesses troços e
comparando-a com a queda de cota topográfica observada, facilmente se conclui que o ponto de pressão
mais desfavorável é o nó de jusante do troço 11. Apesar de não ser o mais afastado do reservatório, tem
uma cota topográfica mais alta, que vai gerar uma pressão mínima.

Calculou-se a cota piezométrica no mesmo nó por simples adição da cota topográfica:

Z  P   j  174  18  192 m
11

2. Seguidamente calcularam-se as cotas piezométricas nos restantes nós da rede, por simples adição ou
subtracção das perdas de energia, consoante nos desloquemos contra ou no sentido do escoamento.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Assim, a cota piezométrica a montante do troço 11 será:

 Z  P  m   Z  P   j  H11  192  4.48  196.48 m


11 11

Este valor é igualmente a cota piezométrica a jusante dos troços 3 e 4:

Z  P  j  196.48 m
3

Z  P  j  196.48 m
4

A cota piezométrica a jusante do troço 11 é igual à cota piezométrica a montante dos troços 12 e 13.

 Z  P  m  192 m
12

 Z  P  m  192 m
13

Seguidamente podemos determinar as cotas piezométricas a jusante dos troços 12 e 13, por simples
subtracção da perda de energia nesses troços:

Z  P  j   Z  P  m  H12  192  0.92  191.08 m


12 12

Z  P  j   Z  P  m  H13  192  3.62  188.38 m


13 13

Quadro 8 Cálculo das pressões na rede

Troço Zm Zj H (P/)m (P/)j (Z+P/)m (Z+P/)j CE


(m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m)
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
1 200 165 2.59
2 165 148 8.53
3 148 177 4.17 196.48
4 149 177 2.51 196.48
5 153 149 3.06
6 165 153 7.13
7 172 148 3.54
8 172 149 5.21
9 172 153 2.15
10 165 172 4.99
11 177 174 4.48 18 196.48 192
12 174 172 0.92 192 191.08
13 174 165 3.62 192 188.38
14 160 165 1.04

Procedendo de modo idêntico obtemos as cotas piezométricas nos restantes nós da rede. No quadro seguinte
apresentam-se os valores obtidos.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Troço Zm Zj H (P/)m (P/)j (Z+P/)m (Z+P/)j CE


(m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m)
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
1 200 165 2.59 211.77 209.18
2 165 148 8.53 209.18 200.66
3 148 177 4.17 200.66 196.48
4 149 177 2.51 198.99 196.48
5 153 149 3.06 202.05 198.99
6 165 153 7.13 209.18 202.05
7 172 148 3.54 204.19 200.66
8 172 149 5.21 204.19 198.99
9 172 153 2.15 204.19 202.05
10 165 172 4.99 209.18 204.19
11 177 174 4.48 18 196.48 192.00
12 174 172 0.92 192.00 191.08
13 174 165 3.62 192.00 188.38
14 160 165 1.04 188.38 187.35

Finalmente, as alturas piezométricas nos nós obtêm-se por simples subtracção da cota topográfica aos
valores das cotas piezométricas i.e., a coluna 6 do Quadro 7 obtém-se subtraindo as colunas 8 e 3 e a coluna
5 obtém-se subtraindo as colunas 7 e 2.

Troço Zm Zj H (P/)m (P/)j (Z+P/)m (Z+P/)j CE


(m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m)
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
1 200 165 2.59 11.77 44.18 211.77 209.18
2 165 148 8.53 44.18 52.66 209.18 200.66
3 148 177 4.17 52.66 19.48 200.66 196.48
4 149 177 2.51 49.99 19.48 198.99 196.48
5 153 149 3.06 49.05 49.99 202.05 198.99
6 165 153 7.13 44.18 49.05 209.18 202.05
7 172 148 3.54 32.19 52.66 204.19 200.66
8 172 149 5.21 32.19 49.99 204.19 198.99
9 172 153 2.15 32.19 49.05 204.19 202.05
10 165 172 4.99 44.18 32.19 209.18 204.19
11 177 174 4.48 19.48 18.00 196.48 192.00
12 174 172 0.92 18.00 19.08 192.00 191.08
13 174 165 3.62 18.00 23.38 192.00 188.38
14 160 165 1.04 18.00 22.35 188.38 187.35

O valor da cota piezométrica a montante do troço 1 (211.77 m) corresponde à cota mínima do reservatório
abastecedor. É este o valor que garante a pressão mínima na rede de 18 m conforme se pode observar nas
colunas 5 e 6 do Quadro 7 (pressões sempre superiores ou iguais a 18 m).

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

O valor 11.77 m da altura piezométrica no nó do reservatório abastecedor significa que a soleira deve ficar
11.74 m acima da cota do terreno.

c)
As pressões máximas nos nós ocorrem durante o período nocturno, quando os consumos são mínimos, ou mesmo
nulos, e as perdas de energia são mínimas.
Admitindo a situação mais desfavorável, do ponto de vista de determinação das pressões máximas, de considerar um
consumo nocturno nulo, a cota piezométrica na rede é constante e igual à cota da superfície livre do reservatório.
Para a altura máxima de água no reservatório de 3 m, e uma cota da soleira de 211.77 m, a cota da superfície livre será
3 + 211.77 = 214.77 m.
As pressões máximas na rede obtêm-se subtraindo a 214.77 m a cota topográfica de jusante dos troços. Esses valores
indicam-se na coluna das cotas estáticas (CE – coluna (9)) no quadro seguinte.

Troço Zm Zj H (P/)m (P/)j (Z+P/)m (Z+P/)j CE


(m) (m) (m) (m) (m) (m) (m) (m)
(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9)
1 200 165 2.59 11.77 44.18 211.77 209.18 49.77
2 165 148 8.53 44.18 52.66 209.18 200.66 64.18
3 148 177 4.17 52.66 19.48 200.66 196.48 26.66
4 149 177 2.51 49.99 19.48 198.99 196.48 24.99
5 153 149 3.06 49.05 49.99 202.05 198.99 56.05
6 165 153 7.13 44.18 49.05 209.18 202.05 59.18
7 172 148 3.54 32.19 52.66 204.19 200.66 59.19
8 172 149 5.21 32.19 49.99 204.19 198.99 58.19
9 172 153 2.15 32.19 49.05 204.19 202.05 54.19
10 165 172 4.99 44.18 32.19 209.18 204.19 40.18
11 177 174 4.48 19.48 18.00 196.48 192.00 25.48
12 174 172 0.92 18.00 19.08 192.00 191.08 23.00
13 174 165 3.62 18.00 23.38 192.00 188.38 30.00
14 160 165 1.04 18.00 22.35 188.38 187.35 26.38

Problema 1-20

Na rede de distribuição de água indicada na figura as tubagens são em ferro fundido, com os comprimentos indicados
no quadro 1. Nas condições indicadas determine:
d) Os diâmetros das tubagens;
e) A cota da soleira do reservatório abastecedor sabendo que a pressão mínima admissível na rede é 18 mca;
f) As pressões máximas nos nós se a altura máxima de água no reservatório for de 3 m.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

[150 m] 3 [140 m]
2
2 l/s

7 4

[180 m]
1 [150 m] 10 [160 m] [160 m] 8
[150 m]

22 l/s

6
5
[150 m]

Quadro 1
Troço 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
L (m) 1000 2000 1000 1000 2000 2000 1000 1000 1000 1000

Comentário:
A rede é constituída por 3 malhas e 2 troços ramificados. A sua resolução é feita nos moldes normais.

Problema 1-21

Na rede de distribuição de água indicada na figura as tubagens são em PVC classe 0.6 MPa, com os comprimentos
indicados no quadro 1. Nas condições indicadas na figura determine:
g) Os diâmetros das tubagens;
h) A pressão mínima nos nós sabendo que o reservatório abastecedor possuir a soleira à cota 150 m;
i) As pressões máximas nos nós se a altura de água máxima de água no reservatório for de 3 m.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

2 l/s

[100 m]
3 [100 m]
1 l/s

[130 m]
[125 m]

[150 m]

28 l/s
2 4
1

6 [100 m]

[130 m] 3 l/s

5
9

[125 m]
2.5 l/s

Quadro 1
Troço 1 2 3 4 5 6 7 8 9
L (m) 500 1000 1000 1000 500 2000 2000 1000 1000

Comentário:
A rede é constituída por 2 malhas, mas sem troços comuns. A sua resolução é feita nos moldes normais.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

2 ESCOAMENTOS EM SUPERFÍCIE LÍVRE


Escoamentos uniformes

Problema 2-1

Para o canal trapezoidal indicado na figura e de acordo com os elementos fornecidos, determine:
a) A inclinação do canal de modo a que um caudal de 11 m3/s seja escoado com uma altura de água em regime
uniforme de 1 m.
b) A inclinação crítica e altura de escoamento crítico para o mesmo caudal. Classifique o escoamento da alínea
a).
c) A altura de escoamento uniforme para o mesmo caudal, se a inclinação do canal for 0.01.

K = 60 m 1/3 s -1 (Manning)

45 º hu = 1 m 45 º

6m

Resposta:
a)
A inclinação que deverá ter o canal para transportar 11 m3/s, em regime uniforme, nas condições da figura é obtida
pela eq. de Manning:
2 1
Q  KAR 3 i 2

h 1
Para a secção trapezoidal temos m
B
A   B  mh  h   6  11 1  7 m2 (taludes a 45º corresponde m = 1)

P  B  2h 1  m2  6  2 1 1  12  8.8284 m

Logo, R  A P  0.7929 m

Substituindo valores na eq. de Manning obtemos a inclinação do canal:


2 1 2 1
Q  KAR 3 i 2
 11  60  7  0.7929 3  i 2
 i  9.347 E  4

b)
A altura de escoamento crítico num canal trapezoidal é dada pela expressão

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

 B  2mhc   6  2 1 hc 
1 1 1 1
 Q2  3 3
 112  3 3
hc    , logo, no presente caso hc   
 g  B  mhc  g  6  1 hc

Resolvendo a eq. recorrendo à função solve das calculadoras TI, obtemos hc  0.6733 m .

A altura de escoamento na alínea a) é 1 m > hc pelo que temos um escoamento lento.

A inclinação crítica é o valor de inclinação para o qual, um dado caudal, se escoa em regime uniforme crítico. É obtida
a partir da eq. de Manning.
Para o regime uniforme crítico temos
h  hc ;
Ac   B  mhc  hc   6  1 0.6733  0.6733  4.4931 m2
Pc  B  2hc 1  m 2  6  2  0.6733  1  12  7.904 m
Rc  Ac Pc  0.56846 m
2 1 2 1

Q  KAc Rc ic  11  60  4.4931 0.56846  ic  ic  3.536 E  3


3 2 3 2

c)
A altura uniforme hu é avaliada pela eq. de Manning:

 B  2h 
0.4

 Q 
0.6
u 1  m2 h 1
hu    m
K i B  mhu B

No presente caso temos: Q = 11 m3/s; K = 60 m1/3s-1 ; m = 10; B = 6 m; i = 0.01. Logo,

 6  2h 
0.4

 11 
0.6
u 1  12
hu   
 60 0.01  6  hu

Resolvendo a eq. recorrendo à função solve das calculadoras TI, obtemos hu  0.493 m .

Problema 2-2

Determine o caudal escoado, em regime uniforme, num colector de betão (K = 75 m 1/3s-1 – Manning) de secção
circular, com diâmetro D  1 m , inclinação i  0.004 e uma altura de água de 0.7 m.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Resposta:
O caudal em regime uniforme é avaliado pela expressão de Manning:
2 1
Q  KAR 3 i 2

Para as secções circulares, a secção de escoamento e o perímetro molhado são dados


por:
D2 D  2h 
A  (  sen ) ; P ; com   2arc cos 1   (com  expresso em radianos)
8 2  D
Neste caso temos:
 2  0.7 
  2arc cos 1    3.96463
 1 

12
A  (3.96463  sen3.96463)  0.58723 m2
8
1 3.96463
P  1.9823 m
2
R  A P  0.2962 m

2 1 2 1
Logo Q  KAR 3 i 2
 75  0.58723  0.2962 3  0.004 2
 1.2377 m3/s

Problema 2-3

Determine a altura de água e a velocidade com que se escoa em regime uniforme um caudal de 300 l/s num colector
de betão (K = 75 m1/3s-1 – Manning) com um diâmetro D  0.6 m e inclinação i  0.02 .

Resposta:
Nas secções circulares, a altura uniforme avalia-se começando por determinar o ângulo :
0.6
8  Q 
  sen  0.4   D 1.6 0.4 ,
2 K i
avaliando em seguida a correspondente altura uniforme de escoamento dada por:
D   
h 1  cos    (com  expresso em radianos)
2   2 

0.6
8  0.3 
Neste caso temos:   sen    0.6 
1.6 0.4

20.4  75 0.02 

0.6   2.7844  
Usando a função solve obtemos   2.7844 rad . Logo h  1  cos     0.2467 m
2   2 

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 2-4

O canal trapezoidal indicado apresenta uma secção mista e possui uma inclinação de 0.001. Para a situação de regime
uniforme e nas condições indicadas na figura determine:
a) O caudal escoado;
b) Qual será a altura e a velocidade média com que se escoa um caudal de 2 m3/s?

Protecção de Protecção de
enrocamento enrocamento
1/3 -1 1/3 -1
K = 40 m s K = 40 m s

Leito natural
1/3 -1
K = 55 m s
0.7 m

1.05 m 1.5 m 1.05 m

Resposta:
a)
Trata-se de uma secção mista, sendo o valor do coeficiente de rugosidade a adoptar para determinar as
características de escoamento em regime uniforme dado por:
2/3
 
 
K  
P
 Pj 
  3/ 2 
 Kj 

Sendo P o perímetro molhado e Pj os perímetros parciais com rugosidade Kj (ver figura).

No presente caso tem-se:


2
 1.05 
Perímetro molhado: P  B  2h 1  m 2  1.5  2  0.7  1     4.0239 m
 0.7 
Perímetros parciais:
2
 1.05 
P1  P3  h 1  m 2  0.7  1     1.2619 m
 0.7 

P2  1.5 m

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

2/3
 
2/3
 
   
 
Logo K   
P 4.0239
  44.286 m
 Pj       
  3/ 2    1.2619    1.5    1.2619  
 Kj   3 3 3 
  40 2   55 2   40 2  

2 1
O caudal escoado em regime uniforme é dado por: Q  KAR 3 i 2

Temos
 1.05 
A   B  mh  h  1.5   0.7   0.7  1.785 m2
 0.7 

P  B  2h 1  m2  4.0239 m
R  A P  0.4436 m

logo
2 1 2 1
Q  KAR 3 i 2
 44.286  1.785  0.4436 3  0.001 2
 1.454 m3/s

b)
A altura uniforme, em canais trapezoidais, é dada pela eq. de Manning:

 B  2h 1  m 
0.4
0.6 2
2 1  Q 
Q  KARh 3 i 2
 h 
K i  B  mh 

Logo, o caudal de 2 m3/s escoa-se com uma altura dada por:


0.4
 2 
 1.5  2h 1   1.05  
 
0.6   0.7  
h
2  

 44.286 0.001   1.05 
 1.5  h
 0.7 

Resolvendo a eq. usando a função solve obtemos


h =0.824 m
Q 2 2
A velocidade média de escoamento será U     0.887 m/s
A  B  mh  h  1.05 
1.5   0.824   0.824
 0.7 

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 2-5

O canal cuja secção transversal se representa possui paredes em betão com rugosidade (Manning) K = 75 m1/3s-1. Para
uma inclinação do fundo do canal de 1/1000 determine o caudal escoado em regime uniforme para as seguintes alturas
de água:
a) hu = 1.0 m
b) hu = 1.2 m

1.0 m 2.0 m 1.0 m

0.3 m

K = 75 m 1/3 s -1
1.1 m

Resposta:

a) 1.0 m 2.0 m 1.0 m

Quando a altura de escoamento uniforme é 1 m, só o leito menor


é ocupado. O canal funciona como se tivesse uma secção 1/3 -1
K = 75 m s
1.1 m
1m
simples.
2 1
O caudal é dado pela equação de Manning Q  KAR 3 i 2

Neste caso temos:


A  2 1  2 m2
P  2  2 1  4 m
R  A P  0.5 m
i = 1/1000 = 0.001
K =75 m1/3s-1

2 1 2 1
Logo: Q  KAR 3 i 2
 75  2  0.5 3  0.001 2
 2.988 m3/s

b)
Quando a altura de escoamento é 1.2 m, o leito maior é ocupado e o canal passa a funcionar como um canal de secção
composta ou leito múltiplo.
Nestes casos, o cálculo do escoamento uniforme é feito dividindo a secção total em secções parciais, por meio de
verticais passando pelas arestas de separação dos leitos (justificação para este procedimento é dado na secção 3.2.6 da sebenta de HG
2).

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Para cada secção parcial calcula-se a capacidade de transporte por K j Aj R j 2/3 , não se incluindo no perímetro molhado

para cálculo de R j o segmento da vertical de separação. A capacidade de transporte da secção total é K j Aj R j 2/3

e o caudal transportado em regime uniforme é dado por Q    K j Aj R j 2/3  i1/ 2 .

Secções parciais 1 e 3
K1  K3  75 m1/3 s 1

A1  A3  1 0.1  0.1 m2

P1  P3  1  0.1  1.1 m 1.0 m 2.0 m 1.0 m

R1  R3  A P  0.09091 m  
1/3 -1
K = 75 m s
1.1 m  1.2 m
Seção parcial 2
K 2  75 m1/3 s 1

A2  2 1.2  2.4 m2

P2  2  2 1.1  4.2 m

R1  R3  A P  0.5714 m

O caudal escoado será:

Q    K j A j R j 2/3  i1/ 2   75  0.1 0.090912/3  75  2.4  0.57142/3  75  0.1 0.090912/3   0.0011/ 2  4.015 m3/s

Problema 2-6

Um canal possui uma secção transversal do tipo “secção composta”, constituída por um leito central e 2 leitos de cheia
laterais. Nas condições indicadas na figura, determine o caudal escoado em regime uniforme.

1.5 m
Leito lateral Leito lateral

Leito central 1.0 m

2m 4m 1m 3m 1m 1.5 m 2m

Leito central: K = 60 m 1/3 s -1 (Manning)


1/3 -1
Leitos laterais: K = 50 m s (Manning)
Inclinação do canal: i = 0.001

Resposta:
A resolução é semelhante à do problema 2-5 b). Assim temos:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Secção parcial 1   1 1.5 m


K1  50 m s 1/3 1 Leito lateral  Leito lateral
mL

Leito central 1 1.0 m


mC
2 1.5
A1  4 1.5   7.5 m2
2 2m 4m 1m 3m 1m 1.5 m 2m

P1  4  22  1.52  6.5 m

R1  A1 P1  1.1538 m

Secção parcial 2
K 2  60 m1/3 s 1

 3 4 
A2     1  4  1.5  9.5 m2
 2 

P2  3  2  12  12  5.828 m

R2  A2 P2  1.630 m

Secção parcial 3
K3  50 m1/3 s 1

2 1.5
A3  1.5 1.5   3.75 m2
2

P3  1.5  22  1.52  4 m

R3  A3 P3  0.9375 m

O caudal escoado será:

Q    K j Aj R j 2/3  i1/ 2 

 50  7.5 1.1538 2/3


 60  9.5 1.630 2/3  50  3.75  0.9375 2/3   0.0011/ 2  43.69 m3/s

Problema 2-7

Na figura representa-se um canal de drenagem de um parque urbano. Para as condições indicadas, determine o caudal
escoado em regime uniforme se o canal tiver uma inclinação de 0.002.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

K = 50 m 1/3 s-1 K = 65 m 1/3 s-1 K = 35 m 1/3 s-1

0.2 m

0.3 m

1.0 m 0.75 m 1.0 m

Resposta:
A resolução deste problema é semelhante à do problema anterior pelo que se apresenta apenas o resultado final.
Q  Q1  Q2  Q3  0.69432 m3/s

Problema 2-8

O canal indicado na figura desce com uma inclinação constante de 2 m em cada quilómetro. Nas condições indicadas:
a) Determinar o caudal máximo escoado sem que ocorra a invasão do leito de cheia;
b) Determinar o caudal escoado durante uma cheia que atinja uma altura de água de 2.4 m.

Leito de cheia lateral Leito de cheia lateral


1/3 -1 1/3 -1
(Arbustos - K = 20 m s ) (pastagens - K = 30 m s )

Leito central
1/3 -1
2.4 m ( K = 45 m s ) 2.4 m

1.0 m 1.0 m

15 m 2.1 m 1.8 m 1.5 m 25 m

Resposta:
a)
Quando a altura de escoamento uniforme é 1 m, só o leito menor é ocupado. O canal funciona como se tivesse uma
secção simples.
2 1
O caudal é dado pela equação de Manning Q  KAR 3 i 2

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Neste caso temos: Leito central


1/3 -1
( K = 45 m s )
 1.8  5.4 
A   1  3.6 m2
 2  5.4 m
1.0 m
P  2.12  12  1.8  1.52  12  5.9287 m
R  A P  0.6072 m 2.1 m 1.8 m 1.5 m
i = 2/1000 = 0.002
K =45 m1/3s-1

2 1 2 1
Logo: Q  KAR 3 i 2
 45  3.6  0.6072 3  0.002 2
 5.195 m3/s

b)
Apesar da transição entre o leito central e leitos laterais não ser abrupta e, portanto, não dar origem à situação descrita
na secção 3.2.6 da sebenta de HG 2, deve manter-se a abordagem utilizada para as secções compostas ou de leito
múltiplo. Isso resulta de a rugosidade nas margens laterais ser substancialmente superior à do leito central, provocando
uma redução da velocidade média nessas zonas. Nestas situações, a eq. de Manning deve ser aplicada separadamente
nos canais laterais e central e o caudal total é a soma dos caudais avaliados em cada zona.
Leito de cheia lateral Leito de cheia lateral
1/3 -1 1/3 -1
(Arbustos - K = 20 m s ) Leito central (pastagens - K = 30 m s )
1/3 -1
( K = 45 m s )

  
1.4 m
2.4 m 2.4 m 2.4 m

1.0 m 1.0 m

15 m 2.1 m 1.8 m 1.5 m 25 m

Assim temos:
Secção parcial 1
K1  20 m1/3 s 1

1.4 15
A1   10.5 m2
2

P1  152  1.4 2  15.0652 m

R1  A1 P1  0.696971 m

Secção parcial 2
K 2  45 m1/3 s 1

A2  3.6  1.4  5.4  11.16 m2

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

P2  2.12  12  1.8  1.52  12  5.9287 m

R2  A2 P2  1.88237 m

Secção parcial 3
K3  30 m1/3 s 1

25  1.4
A3   17.5 m2
2

P3  252  1.4 2  25.0392 m

R3  A3 P3  0.6989 m

O caudal escoado será:

Q    K j Aj R j 2/3  i1/ 2 

 20 10.5  0.696671 2/3


 45  11.16  1.882372/3  30  17.5  0.69892/3   0.0021/ 2  60.11 m3/s

Problema 2-9

Para o colector circular indicado, e para os dados fornecidos na figura determine:


a) A altura com que se escoa, em regime crítico, um caudal de 500 l/s;
b) A inclinação que deveria possuir o colector de modo que o caudal da alínea a) se escoasse em regime
uniforme crítico.

K = 75 m 1/3 s -1
D=1m

H2O

Resposta:
a)

Ac
A expressão geral para o regime crítico tem a forma: Q0  g Ac
bc

Para o regime crítico em canais circulares, a eq. geral do regime crítico estabelece a seguinte eq. para o o ângulo :

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

1 1
 Q2  3   3 5
  sen  8    sen  D 3
(com  em radianos)
b
 g   2

A altura de escoamento relaciona-se com o ângulo por:

 2h 
  2arc cos 1   (com  expresso em radianos)  D
 D h

No presente caso temos: Q = 0.5 m3/s; D = 1m. logo


1 1
 0.52  3    3 5 3
  sen  8    sen  1 (com  em radianos)
 g   2

Resolvendo a eq. anterior através da função solve das calculadoras TI


  2.7346 rad

Logo, a altura de escoamento crítico para o caudal de 500 l/s é:


D  
hc   1  cos     0.3989 m
2  2 

b)
A inclinação crítica é o valor de inclinação para o qual, o caudal de 500 l/s, se escoa em regime uniforme crítico. É
2 1
obtida a partir da eq. de Manning: Q  KAR 3 i 2

Para o regime uniforme crítico temos


h  hc

Para as secções circulares, a secção de escoamento e o perímetro molhado são dados por ( em radianos):

D2 D
A  (  sen ) ; P ; logo:
8 2

12
Ac  (2.7346  sen  2.7346 )  0.2923 m
8
1 2.7346
Pc   1.3673 m
2
Rc  Ac Pc  0.2138 m

2 2
 Q   0.5 
Logo: ic       0.00407
 KA R 2 3   75  0.2923  0.2138 2 3 
 c c   

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 2-10

Para o canal indicado, e para os dados fornecidos na figura determine:


a) A altura de escoamento com que se escoa, em regime crítico, um caudal de 500 l/s;
b) A altura de escoamento com que se escoa, em regime crítico, um caudal de 2000 l/s;

Resposta:
a)
Admitindo que o escoamento se dá apenas no leito central, temos uma secção de escoamento rectangular.
Nesse caso, a altura crítica pode avaliar-se por:

Q2 0.52
hc  3  3  0.294 m
B2 g 12  g

Como hc < 0.6 m, confirma-se que o caudal de 500 l/s se escoa no leito central.

b)
Para o caudal de 2000 l/s se escoar em regime crítico apenas no leito central, a altura de escoamento seria:

Q2 22
hc  3 3 2  0.74 m  0.6 m  o escoamento ocupa tb os leitos laterais logo, a altura crítica tem de ser
2
B g 1 g
avaliada pela expressão geral

Ac
Q0  g Ac
bc

No presente caso temos

Ac  2   0.5   hc  0.6    1 hc  2  hc  0.6

bc  0.5  1  0.5  2 m

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Ac  2hc  0.6 
Logo, para o caudal de 2 m3/s temos Q0  g Ac  2  g  2hc  0.6 
bc 2

Resolvendo a eq. anterior obtemos hc  0.7673 m

Escoamentos gradualmente e rapidamente variados

Problema 2-11

Na figura representa-se o escoamento junto a uma comporta colocada num canal rectangular com 2m de largura. O
caudal escoado é 1 m3/s e a altura de escoamento a montante da comporta é de 2.4 m.
a) Trace a curva da função E(h) (energia especifica);
b) Determinar graficamente e analiticamente a altura de escoamento h2 nas seguintes hipóteses:
i. A perda de energia específica no escoamento sob a comporta é nula;
ii. A perda de energia específica no escoamento sob a comporta é igual a 0.1 m;
c) Se a abertura da comporta for a  0.3 m , o coeficiente de contracção da lâmina líquida descarregada for
Cc  0.6 e a perda de energia específica no escoamento sob a comporta for nula, qual o valor da altura de
escoamento h1;
d) Demonstre que a redução da abertura da comporta implica um aumento da energia específica do escoamento
sob a comporta, conseguido através de um aumento do nível de água a montante.

3
Q = 1 m /s
h1 = 2.4 m

h2

Água
a

Resposta:
a)
U2 Q2
Energia específica: E  h   h
2g 2 gA2

No presente caso temos um canal rectangular com largura B = 2 m escoando um caudal de Q =1 m3/s. Assim, a função
energia específica será:
Q2 12 1
E  h  h  h .
2 g  Bh  2 g  2h 
2 2
8 gh 2

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Dando valores a h, calculando os correspondentes valores de E, e efectuando um gráfico dos resultados, obtemos a
curva da função E(h) apresentada na figura seguinte.

b)
1 1
Para h1 = 2.4 m a energia específica é E1  h1   2.4   2.4022 m
8 gh12 8  g  2.4 2

i. Se a perda de energia na comporta é nula E2  E1 . logo

1
h2   2.4022 m . Resolvendo esta eq. obtém-se h2 = 0.074 m
8 gh22

ii. Se a perda de energia na comporta for E = 0.1 m, a eq. de Bernoulli permite escrever
E2  E1  0.1  2.4022  0.1  2.3022 m . logo

1
E2  2.3022  h2  , cuja resolução permite obter h2 = 0.0757 m
8 gh22

c)
Se a abertura da comporta é 0.3 m e o coeficiente de contracção é 0.6, a altura de escoamento h2 na secção contraída
da lâmina líquida descarregada sob a comporta será
h2  a  Cc  0.3  0.6  0.18 m

1
Para esta altura de água, a energia específica é E2  0.18   0.573676 m
8  g  0.182

Se a perda de energia na comporta é nula então E2  E1 . Logo, podemos escrever

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

1
E1  h1   0.573676 m , cuja resolução permite obter h1 = 0.528 m
8 gh12

d)
Considerando nula a perda de energia na comporta (apenas para simplificar a demonstração), como se pode observar
nas figuras seguintes:
 para a situação 1, a abertura da comporta (a) conduz a uma altura h2 = 0.15 m à qual corresponde uma energia
E2 = 0.72 m. Não havendo perdas de energia, E1 = E2 = 0.72 m e, da curva E(h), obtemos uma altura de
6
escoamento a montante h1 = 0.69 m.
E (m) Curva E (h)
 Reduzindo a abertura da comporta (a’) obtemos a situação 2, com uma redução da altura de água na secção
contraída a jusante para h25= 0.1 m. A este valor corresponde um aumento da energia específica para E2 =
1.38 m. Não havendo perdas de energia, E1 = E2 = 1.38 m e, da curva E(h), verificamos que esse aumento de
energia se obtém através de um aumento da altura de escoamento a montante para h1 = 1.37 m.
4

Fica assim demonstrado, utilizando a curva E(h), que a redução da abertura da comporta implica um aumento da
energia específica do escoamento sob a comporta, alcançado através de um aumento do nível de água a montante.
3

E(m)
2


E1 = E 2 = 1.38 m

1

E1= E 2 = 0.72 m

0
h 2 h2 h1 h1
h(
0.05
0.15
0.25
0.35
0.45
0.55
0.65
0.75
0.85
0.95
1.05
1.15
1.25
1.35
1.45
1.55
1.65
1.75
1.85
1.95
2.05
2.15
2.25
2.35
2.45
2.55
2.65
2.75
2.85
2.95
h2 = 0.1 m h2 = 0.15 m h1 = 0.69 m h1 = 1.37 m h (m)

Situação  Situação 

h1 = 1.37 m

h1 = 0.69 m h2 = 0.15 m h2 = 0.1 m

a' a

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 2-12

No canal representado na figura há uma pequena elevação do fundo ( Z  0.2 m ). O canal tem secção rectangular,
com 2 m de largura e escoa um caudal de 2 m3/s. No troço a montante da elevação esse caudal escoa-se com uma
altura de água de 2.4 m. Considere desprezáveis as perdas de energia no escoamento. Para as condições da figura:
a) Trace a curva da função E(h) para Q=Cte=2 m3/s. Ela é igual nos 2 troços?;
b) Estabeleça a expressão que relaciona a energia específica nos 2 troços (E1 e E2);
c) Com base na curva E(h) diga se a altura de água no 2º troço será maior ou menor que a verificada no 1º troço.

3
Q = 2 m /s
h1 = 2.4 m
Água
Z = 0.2 m

Troço 1 Troço 2

Resposta:

a)
U2 Q2
Energia específica: E  h   h
2g 2 gA2

No presente caso temos um canal rectangular com largura B = 2 m escoando um caudal de Q =2 m3/s. Assim, a função
energia específica será:
Q2 22 1
E  h  h  h .
2 g  Bh  2 g  2h 
2 2
2 gh 2

Dando valores a h, calculando os correspondentes valores de E, e efectuando um gráfico dos resultados, obtemos a
curva da função E(h) apresentada na figura seguinte.
A curva E(h) é igual nos 2 troços dado que ela depende apenas do caudal e geometria da secção, que se mantêm
constantes.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

b)
Desprezando as perdas de energia, a eq. de Bernoulli estabelece:

 U12   U 22 
 z1  h1     z2  h2   ou  z1  E1    z2  E2  logo, a relação entre a energia específica nos 2 troços será:
 2g   2g 

E1  E2  z1  z2  z

E1  E2  0.2 m

c)
Entrando com a altura de escoamento h1 = 2.41m na curva E(h) obtemos a energia específica no troço 1 E1 = 2.409m.
Dada a relação E1  E2  0.2 m concluímos que E2 = 2.209 m. Entrando com este valor na curva E(h) obtemos a altura
de escoamento no troço 2, h2 = 2.198 m. Portanto, a altura de escoamento no troço 2 é menor que a altura de
escoamento no troço 1.
A figura seguinte ilustra a obtenção dos valores anteriores.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

6
E(h) Curva E(h)
5

3 E = z = 0.2
E 1= 2.409 m E(h)

2
E2 = E 1 - z = 2.209 m

0
h
0.10
0.20
0.30
0.40
0.50
0.60
0.70
0.80
0.90
1.00
1.10
1.20
1.30
1.40
1.50
1.60
1.70
1.80
1.90
2.00
2.10
2.20
2.30
2.40
2.50
2.60
2.70
2.80
2.90
3.00
h2 = 2.198 m h1 = 2.4 m

Problema 2-13

Para os casos indicados nas figuras seguintes, trace qualitativamente o perfil da superfície livre, indicando as curvas
de regolfo e as zonas ou pontos com altura de escoamento uniforme ou crítica. Considere que todos os troços são
suficientemente extensos para neles se estabelecer o regime uniforme.

Reservatório
a) de grandes
dimensões 1

i < ic
2

i > ic Queda
3
i < ic vertical

Reservatório
b) de grandes
dimensões
1
i > ic
2
i > ic

3
i > ic Queda
vertical

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Reservatório
c) de grandes
dimensões 1
i < ic 2
3 Queda
i < ic
i < ic vertical

Comporta

a hc < a < hu
d) Reservatório
de grandes
dimensões
i < ic

Comporta

a > hu
e) Reservatório
de grandes
dimensões
i < ic

Comporta

f) Reservatório
de grandes a > hu
dimensões
i > ic

Comporta
g) Reservatório
de grandes a < hu
dimensões
i > ic

Regime uniforme

Açude
h = hu
h)

i < ic

Resposta:
Na descrição dos perfis da superfície livre apresentados em seguida, adoptam-se as seguintes designações:
 hu – altura uniforme;
 hc – altura crítica.

a) À entrada do troço 1 temos a altura uniforme, hu1; na mudança de inclinação entre os troços 1 e 2 temos hc
desenvolvendo-se a montante uma curva de regolfo f2 e a jusante uma F2; na passagem do troço 2 para o 3

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

teremos um ressalto hidráulico. A altura de escoamento no final do troço 2 será hu2 ou hu3 consoante o ressalto
se localize no troço 3 ou no 2, respectivamente. Na queda vertical temos h C.

Reservatório
a) de grandes
dimensões 1

i < ic
2

i > ic Queda
3
i < ic vertical

b) À entrada do troço 1 temos hc seguida de uma curva F2 ; na mudança de inclinação entre os troços 1 e 2 temos
hu1 (regime rápido é controlado por montante) e a jusante desse ponto temos uma curva F 2 que liga a hu2; na
mudança de inclinação entre os troços 2 e 3 temos hu2 e a jusante desse ponto temos uma curva F3 que liga a
hu3; na queda vertical temos hu3

Reservatório
b) de grandes
dimensões
1
i > ic
2
i > ic

3
i > ic Queda
vertical

c) À entrada do troço 1 temos hu1; na mudança de inclinação entre os troços 1 e 2 temos h u2 desenvolvendo-se
a montante uma curva de regolfo f2 (regime lento é controlado por jusante), ligando as linhas de alturas
uniformes nos 2 troços; na mudança de inclinação entre os troços 2 e 3 temos h u3 e a montante desse ponto
temos uma curva f1 que liga as linhas de alturas uniformes nos 2 troços; Na queda vertical temos h C.

Reservatório
c) de grandes
dimensões 1
i < ic 2
3 Queda
i < ic
i < ic vertical

d) À entrada do canal temos hu; a montante da comporta temos uma curva f1 que une hu a uma altura junto à
comporta igual à energia específica do escoamento necessária para escoar o caudal sob a comporta; a jusante
da comporta temos hu (não há ressalto).

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Comporta

a hc < a < hu
d) Reservatório
de grandes
dimensões
i < ic

e) O escoamento mantém-se sempre com uma altura igual a hu.

Comporta

a > hu
e) Reservatório
de grandes
dimensões
i < ic

f) À entrada do canal temos hc a que se segue uma curva F2 que une a hu; o escoamento permanece em seguida
sempre com hu.

Comporta

f) Reservatório
de grandes a > hu
dimensões
i > ic

g) À entrada do canal temos hc a que se segue uma curva F2 que une a hu; a montante da comporta temos um
ressalto hidráulico a que se segue uma curva F1 que une até à altura de água na face de montante da comporta
(correspondente à energia específica necessária para escoar o caudal sob a comporta); a jusante da comporta
temos uma curva F3 que une a hu.

Comporta
g) Reservatório
de grandes a < hu
dimensões
i > ic

h) A montante do açude temos uma curva f1 que une à altura uniforme a montante.
Regime uniforme

Açude
h = hu
h)

i < ic

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 2-14

Na figura ilustra-se o troço do rio Mondego a montante da ponte-açude de Coimbra, onde o rio apresenta um declive
fraco para os caudais normais. Diga, justificando, que tipo de curva de regolfo se pode observar nessa zona.

Açude-Ponte de Coimbra

Resposta:
É uma curva do tipo f1. Regolfo em canal de declive fraco a montante de um açude.

Problema 2-15

Relativamente à situação ilustrada na figura:


a) Que fenómeno está a ocorrer na zona 2?
b) Que tipo de escoamento (rápido, ou lento) temos nas zonas 1 e 3? Justifique

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Resposta:
a) Em  temos um ressalto hidráulico
b)  – regime rápido;  – regime lento. O ressalto liga um regime rápido a montante a um regime lento a
jusante.

Problema 2-16

A galeria circular indicada na figura irá transportar um caudal de 5 m3/s. As paredes da galeria são em betão (K=75
m1/3s-1) e a extensão dos troços é suficiente para neles se estabelecer o regime uniforme. Nessas condições:
a) Determine as alturas de escoamento e a tensão de arrastamento nas secções 1 e 2. Admita escoamento
uniforme nessas secções;
b) Determine a altura H admitindo uma perda de energia localizada na entrada da galeria de 0.1 m;
c) Trace o perfil da superfície livre assinalando as curvas de regolfo.

A H
2
i = 0.002 m
Reservatório /m
de grandes
dimensões
i=0
.03
D=2m m/m

Secção transversal

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Resposta:
a)
Nas secções circulares, a altura uniforme avalia-se começando por determinar o b

ângulo :
0.6
8  Q 
  sen    D 1.6 0.4
20.4  K i 
 D
Avaliando em seguida a correspondente altura uniforme de escoamento dada por: h

D   
h 1  cos    (com  expresso em radianos)
2  2 

Neste caso temos Q = 5 m3/s; D = 2 m; K = 75 m1/3s-1.


Logo, para o troço 1, com i = 0.002 vem
0.6
8  5 
  sen    2  que resolvendo usando a função solve obtemos   3.74305 rad
1.6 0.4

20.4  75 0.002 

2  3.74305  
Logo, h1  1  cos     1.296 m
2   2 

Para o troço 2, com i = 0.03 vem


0.6
8  5 
  sen  0.4   2  que resolvendo usando a função solve obtemos   2.31392 rad
1.6 0.4

2  75 0.03 

2  2.31392  
Logo, h2  1  cos     0.598 m
2  2 

b)
A altura de escoamento à entrada do troço 1 vai depender da classificação da inclinação do troço 1.
Para o efeito podemos calcular a altura crítica e compará-la com a altura uniforme avaliada na alínea a).
Para o regime crítico em canais circulares, a eq. geral do regime crítico estabelece a seguinte eq. para o ângulo :
1 1
 Q2  3   3 5
  sen  8    sen  D 3
(com  em radianos)
 g   2

A altura de escoamento relaciona-se com o ângulo por:


 2h 
  2arc cos 1   (com  expresso em radianos)
 D

No presente caso temos: Q = 5 m3/s; D = 2m. logo

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

1 1
 52  3    3 5
  sen  8    sen  2 3 (com  em radianos)
 g   2

Resolvendo a eq. anterior através da função solve das calculadoras TI


  3.29095 rad

Logo, a altura de escoamento crítico é:


D  
hc   1  cos     1.0746 m
2  2 

Temos hu1  h1  hc  o declive do troço 1 é fraco e o regime à entrada do troço é o regime uniforme lento, com

uma altura hu1  h1  1.296 m

Aplicando a eq. de Bernoulli entre a albufeira e a secção de entrada do canal temos:

 U2 
H   h1  1   0.1
 2g 

Q   sen 3.29095  sen  3.29095  5


U1  ; A1  D 2  22   1.7194 m2 ; U1   2.908 m/s
A1 8 8 1.7194

Logo,

 U2   2.9082 
H   h1  1   0.1  1.7046     0.1  1.9 m
 2g   2g 

c)
Andamento qualitativo da superfície livre:

A H f2 2
Reservatório F2
i = 0.002
de grandes m/m
dimensões

D=2m
i=0
.03
m/m
Secção transversal

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 2-17

O canal representado possui paredes de betão (K = 80 m1/3s-1) e considera-se que a extensão dos troços é suficiente
para neles se estabelecer o regime uniforme.
a) Sabendo que o caudal entrado no canal é de 20 m3/s, determine H e as alturas de água nas secções 1, 2 e 3.
Despreze as perdas de energia na entrada no canal.
b) Para um valor de H = 2 m, qual seria o caudal entrado no canal? (desprezar a perda de energia na entrada).

H 1

2
3
i1 = 0.004
i2 = 0.001
Queda
Secção transversal
vertical
1/3 -1
K = 75 m s

10 m

Resposta:
a)
Para determinar a alturas de água nas secções 1,2 e 3 é necessário classificar as inclinações dos troços. Para isso
podemos calcular a inclinação crítica e compará-la com a inclinação dos troços.
A altura critica para os canais rectangulares é dada por

Q2 202
hc  3
2
 3 2  0.7418 m
B g 10 g

Ac  Bhc  10  0.7418  7.418 m2

Pc  B  2hc  10  2  0.7418  11.4836 m

Rc  Ac Pc  0.646 m

Logo, da equação de Manning:


2 2
 Q   20 
ic       0.00203
 KA R 2 3   80  7.418  0.646 2 3 
 c c   

logo
i1 > ic  regime rápido
i2 < ic  regime lento
Então:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

h1 = hc = 0.7418 m;
h3 = hc = 0.7418 m;
h2 = altura uniforme no troço 1 (hu1) ou altura uniforme no troço 2 (hu2), consoante a localização do ressalto.

U12 Q 20 2.696 2
H  E1  h1  ; U1    2.696 m/s logo H  E1  0.7418   1.113 m
2g A1 10  0.7418 2g

Estudo da localização do ressalto.


Admitindo, como hipótese inicial (a confirmar no final dos cálculos), que o ressalto se localiza no 2º troço temos:
 Altura de escoamento na secção 2 é igual à altura uniforme no troço 1: h2  hu1

 Altura conjugada de jusante do ressalto é igual à altura uniforme no troço 2: hcj  hu 2

 A altura conjugada de montante do ressalto é maior que a altura na secção 2 hcm  h2

As alturas uniformes hu1 e hu2 são avaliadas pela eq. de Manning:

 B  2h 1  m 
0.4
0.6 2
 Q 
h 
K i B  mh h 1
m
B
No presente caso temos: Q = 20 m3/s; K = 80 m1/3s-1 ; m = 0; B = 10 m; i1 = 0.004; i2 = 0.001

10  2h 
0.4

 20 
0.6
u1 1  02
hu1    , usando a função solve obtemos: hu1  0.5995 m
 80 0.004  10

10  2h 
0.4

 20 
0.6
u2 1  02
hu 2    , usando a função solve obtemos: hu 2  0.9298 m
 80 0.001  10

Se o ressalto se localizar no troço 2 hcj  hu 2  0.9298 m . A altura conjugada de montante será:

hcj hcj2 2U 2j hcj


hcm    
2 4 g

A velocidade na secção de jusante do ressalto será


Q 20 20
Uj     2.151 m/s logo, a altura conjugada de montante será:
A Bhcj 10  0.9298

0.9298 0.92982 2  2.1512  0.9298


hcm      0.5811 m
2 4 g

Resulta dos cálculos efectuados que hcm  h2 o que não é possível. Conclui-se que o ressalto não se localiza no troço
de jusante pelo que ficará localizado no troço de montante.
Para o ressalto a montante iremos ter:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

 Altura de escoamento na secção 2 é igual à altura uniforme no troço 2: h2  hu 2

 Altura conjugada de jusante do ressalto é menor à altura uniforme no troço 2: hcj  hu 2

 A altura conjugada de montante do ressalto é igual à altura uniforme no troço 1 hcm  hu1

Portanto, da análise efectuada concluímos que, a altura de escoamento na secção 2 será h2  hu 2  0.9298 m

b)
Admitindo que para esta nova situação o declive do troço 1 continua a ser forte (a confirmar posteriormente), na
secção 1 temos um regime crítico pelo que são válidas as eq. do regime crítico e a eq. da energia específica. Assim
temos:
h1  hc

Q2
Eq. do regime crítico para canal rectangular: hc  3
B2 g

U12 Q2 Q2
Eq. da energia específica: E1  H  2 m  h1   h1   h 
2 g  Bhc 
c
2g 2 gA12 2

Substituindo valores conhecidos:

Q2
hc  3
10 2  g Q  48.197 m3/s
resolvendo o sistema de eq. usando a função solve obtemos: 
 hc  1.333 m
2
Q
2  hc 
2 g 10  hc 
2

Confirmação da classificação da inclinação do troço 1.


Secção de escoamento crítica: Ac  Bhc  13.333 m2

Perímetro molhado crítico: Pc  B  2hc  12.666 m

Raio hidráulico crítico: Rc  Ac / Pc  1.0526 m

Da eq. de Manning obtemos a inclinação crítica correspondente ao caudal de 48.197 m3/s:


2 2
 Q   48.197 
ic       0.0019
 KA R 2 3   80  13.333  1.0526 2 3 
 c c   

Logo i1  ic  confirma-se a hipótese inicial (o declive do troço 1 é forte) e podemos afirmas que, para H = 2 m, o
caudal entrado no canal é 48.197 m3/s.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 2-18

No canal representado entra um caudal de 14 m3/s.


a) Classifique a inclinação dos vários troços;
b) Diga, justificando, se ocorre um ressalto hidráulico;
c) Determine as alturas de escoamento nas secções B, C e D;
d) Trace o perfil da superfície livre.

12.2 m

10.6 m
10 m
3
Q = 14 m /s

A 8.5 m
1 8.2 m

L1 = 150 m B 2
L2 = 750 m C 7.3 m
3
Secção transversal D
1/3 -1
L3 = 300 m Queda
K = 65 m s vertical

6m

Resposta:
a)
Inclinação dos troços
10  8.5
i1   0.01
150
8.5  8.2
i2   0.0004
750
8.2  7.3
i3   0.003
300

Para classificar as inclinações anteriores podemos, e.g., calcular a altura crítica e compará-la com as alturas uniformes
nos 3 troços.
Sendo o canal rectangular, a altura crítica pode ser avaliada pela expressão

Q2 142
hc  3  hc  3  0.8221 m
B2 g 62 g

 B  2h 1  m 
0.4
0.6 2
 Q 
A altura uniforme é dada pela expressão: h    .
K i B  mh

No presente caso temos: Q = 14 m3/s; K = 65 m1/3s-1 ; m = 0; B = 6 m; i1 = 0.01; i2 = 0.0004 ; i3 = 0.003, logo

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

 6  2h 
0.4

 14 
0.6
u1 1  02
hu1   
 65 0.004  6

 6  2h 
0.4

 14 
0.6
u2 1  02
hu 2   
 65 0.0004  6

 6  2h 
0.4

 14 
0.6
u3 1  02
hu 3   
 65 0.003  6

hu1  0.5805 m  hu1  hc  o declive do troço 1 é forte



usando a função solve obtemos hu 2  1.6998 m  hu 2  hc  o declive do troço 2 é fraco
h  0.8582 m  hu 3  hc  o declive do troço 3 é fraco
 u3

b)
Sim, face ao resultado da classificação das inclinações dos troços, irá ocorrer um ressalto na passagem do troço 1 para
o 2 porque há a passagem de um regime (uniforme) rápido para um regime (uniforme) lento. A passagem de regime
rápido a lento implica a ocorrência de um ressalto hidráulico.

c)
A altura de escoamento em B só pode ser determinada após a determinação da localização do ressalto (no troço 1 ou
2).
Como os troços 2 e 3 têm ambos declives fracos, o escoamento será lento em ambos os troços. Como o escoamento
lento é controlado por jusante, a altura uniforme que se estabelece ao longo do troço acaba por se propagar até ao
início do troço e, em C, teremos uma altura igual à altura uniforme no troço 3:
Altura de água no ponto C: hC  hu 3  0.8582 m

Em D há uma queda vertical que determina a passagem de regime lento para regime rápido. Essa passagem implica a
ocorrência de regime crítico que irá ocorrer na secção da queda vertical.
hD  hc  0.8221 m

Estudo do ressalto para determinação de hB


Admitindo, como hipótese inicial (a confirmar no final dos cálculos), que o ressalto se localiza no troço 2 temos:
 Altura de escoamento em B é igual à altura uniforme no troço 1: hB  hu1  0.5805 m

 Altura conjugada de jusante do ressalto é igual à altura uniforme no troço 2: hcj  hu 2  1.6998 m

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

 A altura conjugada de montante do ressalto é maior que a altura em B hcm  hB

Se 2 hcj  hu 2  1.6998 m , a altura conjugada de montante será:

hcj hcj2 2U 2j hcj


hcm    
2 4 g

A velocidade na secção de jusante do ressalto será


Q 14 14
Uj     1.3727 m/s , logo
A Bhcj 6  1.6998

1.6998 1.6982 2 1.3727 2 1.6998


hcm      0.323 m
2 4 g

Logo hcm  hB o que não é possível. Conclui-se que o ressalto não se localiza no troço 2 pelo que ficará localizado no
troço 1 e, nesse caso iremos ter:
 Altura de escoamento em B é igual à altura uniforme no troço 2: hB  hu 2

 Altura conjugada de jusante do ressalto é menor à altura uniforme no troço 2: hcj  hu 2

 A altura conjugada de montante do ressalto é igual à altura uniforme no troço 1 hcm  hu1

Portanto, a altura de escoamento na secção 2 será hB  hu 2  1.6998 m .

d)

À entrada do canal temos um regolfo tipo F2 que liga a altura de 0.6 m à saída da comporta à altura uniforme no
troço1. A jusante do ressalto temos um regolfo do tipo F1 que liga à altura uniforme no troço 2. Na parte final do
troço 2 temos um regolfo f2 que liga à altura uniforme no troço 3 que ocorre em C. Finalmente, na parte final do
troço 3 temos um regolfo f2 que liga à altura crítica que ocorre em D.

12.2 m

10.6 m
F2 F1
10 m hu2 = 1.6998 m

f2
hu1 = hc = 0.822 m
A 0.581
m hu3 = 0.858 m
1 f2

i1 > iC B 2 C
3
i1 < i C i1 < iC D
Queda
vertical

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 2-19

Água escoa-se sob uma comporta, num canal rectangular, sendo conduzida para uma queda vertical, conforme
indicado. À saída da comporta o escoamento tem uma velocidade média de 10 m/s (secção 1). A montante da queda
o escoamento atinge o regime uniforme com uma altura de água de 1.05m. O perfil da superfície livre imediatamente
a jusante da comporta indica-se na figura. Nas condições indicadas irá ocorrer um ressalto hidráulico? Em caso
afirmativo localize a sua posição (admita uma variação linear da superfície livre entre cada 2 pontos conhecidos).
Caso contrário trace qualitativamente o perfil da superfície livre a classifique as curvas de regolfo existentes.

0.25 m 0.31 m
Água 0.15 m 0.20 m
0.1 m
1.05 m

U1 = 10 m/s

6 Queda
20 m 20 m 20 m 20 m
1 2 3 4 5
vertical

Resposta:
Vamos efectuar os cálculos por metro de largura do canal (o resultado é independente da largura do canal).

O caudal entrado no canal avalia-se sabendo a velocidade e a secção de escoamento em 1:


Q  UA  10  0.1  1 m3/m/s

Se ocorrer ressalto, a altura uniforme de 1.05 m será uma altura em regime lento e corresponde à altura conjugada de
jusante do ressalto. A partir desse valor podemos calcular a altura conjugada de montante do ressalto:

hcj hcj2 2U 2j hcj


hcm    
2 4 g

hcj = 1.05m
Q 1
Uj   0.95238 m
A 1.05 1

1.05 1.052 2  0.952382 1.05


Logo hcm      0.1606 m
2 4 g

Dado que a altura conjugada de montante é maior que a altura de água no início do canal (hcm > 0.1) significa que o
ressalto ocorre, é livre e inicia-se entre as secções 2 e 3 (hcm está entre 0.15 e 0.2 m) . Interpolando entre as secções 2
e 3 obtemos:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

 0.2  0.15  20 m


  L  15.76 m à esquerda da seção 3
 0.2  0.1606  L

Entre a secção 1 e o início do ressalto desenvolve-se uma curva de regolfo do tipo f3.

Problema 2-20

O descarregador de soleira normal indicado descarrega um caudal de cheia de 4 m3/s por cada metro de largura de um
canal rectangular.
O descarregador é continuado por um canal rectangular com a mesma largura do descarregador. Desprezando as
perdas de energia no descarregador e a velocidade na zona a montante do descarregador:
a) Determinar a altura (d2) que o escoamento atinge a jusante do ressalto considerando que o ressalto ocorre
logo no inicio do canal (não há regolfo tipo f3);
b) Determinar a perda de energia no ressalto.

3
q = 4 m /s/m

U = 0 m/s

5m

d2

Descarregador Canal

Resposta:
a)
Desprezando as perdas de energia na zona do descarregador, a energia específica a montante e jusante do
descarregador é igual.
Como se despreza a velocidade a montante do descarregador, a energia específica nessa secção será apenas a altura
de escoamento i.e. 5 m.
Designando por 0 e 1 as secções a montante e jusante do descarregador temos:
U12 Q2 42
E0  E1  5  h1   h1   h 
2 g  B 2  h12 2 g  12  h12
1
2g

Resolvendo esta eq. obtém-se h1 = 0.4223 m


Dado que não há regolfo tipo f3 no canal, a altura conjugada de montante do ressalto é igual a h1 = 0.4223 m.
Assim, d2 pode ser determinado pela eq. das alturas conjugadas do ressalto:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

h1 h 2 2U 2 h
d2    1  1 1
2 4 g

4
U1  Q / A   9.472 m/s
1 0.4223

0.4223 0.42232 2  9.472 2  0.4223


d2      2.578 m
2 4 g

b)
A perda de energia no ressalto é dada pela expressão

 h2  h1   2.578  0.4223
3 3

H    2.3 m
4h2 h1 4  2.578  0.4223

Problema 2-21

Na figura ilustra-se a bacia de dissipação de energia de um descarregador de cheias de uma barragem. A bacia tem
secção rectangular, com 20 m de largura. Para o caudal de 100 m3/s a altura de escoamento à entrada da bacia é de
0.4 m. Para essas condições determine:
a) A altura conjugada a jusante do ressalto e os números de Froude a montante e jusante;
b) A perda de energia no ressalto e a correspondente potência hidráulica dissipada.

Bacia de dissipação
Descarregador de energia h2
b = largura = 20 m Ressalto h1

Q= h2
100 m3
/s h1 = 0.4 m
Soleira do
descarregador Bloco de
impacto

Resposta:
O problema é semelhante ao anterior pelo que se apresenta apenas o resultado final
a) h2 = 3.377 m, FR1 = 6.313, FR2 = 0.257;
b) H = 4.883 m, P = 4785.34 kW ( P   QH - potência de escoamento dissipada)

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Problema 2-22

Água escoa-se sob uma comporta, num canal rectangular de declive fraco. O caudal escoado no canal é de 4 m3/s. A
jusante da comporta o canal é suficientemente extenso para se estabelecer o regime uniforme. Nas condições indicadas
na figura e desprezando a contracção da lâmina descarregada sob a comporta, determine:
a) O valor da abertura a, da comporta, acima do qual o ressalto fica afogado;
b) O valor da abertura a, da comporta, acima do qual deixa de haver ressalto.

Água

3
Q = 4 m /s hu
a

i = 0.001
K = 75 m 1/3 s -1
Secção transversal

3m

Resposta:

a)

Desprezando a contracção da lâmina líquida descarregada sob a comporta, podemos dizer que o ressalto fica
afogado quando a abertura da comporta for maior que a altura conjugada de montante do ressalto.
A altura conjugada de jusante do ressalto é igual à altura uniforme no canal, que podemos avaliar pela eq. de
Manning:

 B  2h 1  m 
0.4
0.6 2
 Q 
h 
K i B  mh h 1
m
B
No presente caso temos: Q = 4 m3/s; K = 75 m1/3s-1 ; m = 0; B = 3 m; i = 0.001

3  2  h 
0.4

 4 
0.6
u 1  02
hu    , cuja resolução usando a função solve das TI fornece
 75 0.001  3 0

hu  0.84664 m . Logo, a altura conjugada de jusante do ressalto será: h2  hu  0.84664 m

A altura conjugada de montante obtém-se pela expressão:


h2 h 2 2U 2 h
h1    2  2 2
2 4 g

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

4
U2  Q / A   1.5749 m/s
3  0.84664

0.84664 0.84664 2 2 1.5749 2  0.84664


h1      0.356 m
2 4 g

Portanto, o ressalto fica afogado quando a abertura da comporta a  0.356 m

b)
Deixa de haver ressalto hidráulico quando o escoamento sob a comporta passar para regime lento, ou seja, quando a
abertura da comporta for maior que a altura crítica.
Para canais rectangulares, a altura crítica pode avaliar-se por:
Q2 42
hc  3  hc  3  0.566 m
B2 g 32 g

Logo, deixa de haver ressalto hidráulico quando a > 0.566 m.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

3 TURBOMÁQUINAS HIDRÁULICAS
Problema 3-1

Uma bomba com as características resumidas no quadro 1 deverá ser utilizada para elevar água para uma estação de
tratamento, através de uma tubagem em ferro fundido. A altura geométrica de elevação é 20 m. O comprimento total
da tubagem é 10 km e o somatório das perdas de carga localizada é estimado em 10 vezes a altura cinética do
escoamento. Nessas condições:
a) Seleccione um diâmetro comercial adequado para a tubagem sabendo que o caudal a elevar é de 60 l/s
(considere apenas os diâmetros indicados no quadro 2);
b) Calcule a potência de funcionamento da bomba. Considere que o caudal bombado é efectivamente 60 l/s
sendo regulado por uma válvula à saída da bomba que introduz uma perda localizada adicional que, para esse
caudal, coloca a altura total exigida pela instalação em 35 m;
c) Calcule o consumo de energia da bomba, na situação da alínea b), considerando um rendimento para o motor
eléctrico da bomba igual a 90% e um período de funcionamento diário de 16h.

Quadro 1

Caudal (l/s) 0 10 20 30 40 50 60 70
Altura total de
45 44.7 43.7 42.5 40.7 38.5 36.0 32.0
elevação (m)
Rendimento da
- 45 60 67 70 70 63 50
bomba (%)

Quadro 2
Diâmetros comerciais de condutas em ferro fundido
D (mm) 250 300 350 400

Resposta:

a)
Dado que as características da bomba são fornecidas na forma tabular, o problema será resolvido graficamente.

Para cada diâmetro obtemos a curva característica da instalação, pela expressão geral:
H i  H geom   H  H geom  H L  H C

Onde
Hgeom – altura geométrica de elevação
HC – perda de carga contínua

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

HL – perda de carga localizada

Com base nos dados do problema temos:


U2 Q2
H i  H geom  10  jL  20  10 2
 j  10000
2g  D2 
2g  
 4 

1
 Q  0.535
Usando a eq. de Scimemi para o ferro fundido: j   2.625 
donde, a curva característica da instalação será:
 35D 
1
10Q 2  Q  0.535
H i  20   2.625 
 10000
  D   35 D
2 2

2g  
 4 

Para cada valor de D (0.3m, 0.35m, etc.), dando valores a Q obtemos os correspondentes valores de Hi e podemos
fazer o traçado da curva característica da instalação (Hi, Q) para cada diâmetro comercial.
A curva característica da bomba é dada no quadro 1 (sob a forma tabular).
Nas figuras seguintes apresentam-se os gráficos da curva característica da bomba e da curva característica da
instalação para os diâmetros 300 mm, 350 mm e 400 mm (não foi necessário testar o diâmetro 250 mm pois o diâmetro
300 mm já se mostrou insuficiente, como se verá adiante)). Os cálculos foram efectuados numa folha Excel seguindo
o procedimento descrito anteriormente.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Dos gráficos anteriores conclui-se que:


 O diâmetro 300 mm é insuficiente pois o ponto de funcionamento da instalação (intersecção da c.
característica da bomba com a c. característica da instalação) corresponde a um caudal de cerca de 50 l/s o
que não satisfaz a exigência de elevar 60 l/s;
 O diâmetro 350 mm é viável. O ponto de funcionamento corresponde sensivelmente, a um caudal de 65 l/s e
uma altura de elevação de 34 m. O fornecimento do caudal de 60 l/s é assegurado.
 Para o diâmetro 400 mm não foi possível determinar o ponto de funcionamento dado que o caudal máximo
fornecido no quadro 1 é de 70 l/s. No entanto é possível concluir que o diâmetro 400 mm tem capacidade
excedentária pelo que, sendo naturalmente uma tubagem de maior custo, não será a opção a adoptar.

Assim, o diâmetro adequado será 350 mm.

b)
A potência de funcionamento da bomba é dada por:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

9.8QH t
P (kW)

Sendo o caudal Q = 60 l/s e a altura total exigida pela instalação Hi =Ht = 35 m, só necessitamos de determinar o
rendimento da bomba. Para isso entramos com o valor do caudal na curva de rendimento da bomba, conforme indicado
na figura seguinte, obtendo-se um valor de rendimento   63% .

Logo, a potência de funcionamento da bomba será:


9.8  0.06  35
P =35.667 (kW)
0.63

c)
A potência do motor eléctrico (PE) é igual ao quociente da potência da bomba pelo rendimento do motor eléctrico:
P 32.667
PE    36.297 kW
E 0.9

O consumo de energia eléctrica é igual ao produto da potência do motor eléctrico pelo tempo de funcionamento:
E  PE t  36.297 kW 16 h  580.75 kWh

Problema 3-2

Duas bombas idênticas, com as características indicadas no quadro 1, devem ser instaladas numa estação elevatória
de águas residuais que alimenta uma estação de tratamento através de uma tubagem em ferro fundido com diâmetro
200 mm e 2.5 km de extensão. A altura geométrica de elevação é 15 m. O peso específico da água residual é 9800
N/m3. As perdas de carga localizadas fixam-se em 10U 2 2 g . Traçar as curvas características e calcular o caudal
bombado e a potência de funcionamento da instalação quando:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

a) As bombas são ligadas em paralelo;


b) As bombas são ligadas em série.
Quadro 1

Caudal (l/s) 0 10 20 30 40
Altura total de
30 27.5 23.5 17.0 7.5
elevação (m)
Rendimento da
- 44 58 50 18
bomba (%)

Resposta:
a)
A curva característica de 2 bombas em paralelo obtém-se somando, para cada valor de altura de elevação, os caudais
fornecidos por cada uma das bombas.
Assim, a curva característica de 2 bombas em paralelo será:

Caudal (l/s) 0 20 40 60 80
Altura total de
30 27.5 23.5 17.0 7.5
elevação (m)
Rendimento da
- 44 58 50 18
bomba (%)

A curva característica da instalação será:


H i  H geom   H  H geom  H L  H C

com
Hgeom – altura geométrica de elevação
HC – perda de carga contínua
HL – perda de carga localizada

Com base nos dados do problema temos:


U2 Q2
H i  H geom  10  jL  15  10 2
 j  2500
2g    0.2 2 
2g  
 4 
1
 Q  0.535
Usando a eq. de Scimemi para o ferro fundido j   2.625 
, a curva característica da instalação será:
 35D 
1
10Q 2  Q  0.535
H i  15   2.625 
 2500
   0.2  
2 2 35  0.2 
2g  
 4 

Traçando as curvas características da associação de bombas em paralelo e da instalação, obtemos o gráfico seguinte.
O ponto de funcionamento corresponde, aproximadamente, às seguintes condições:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Q = 26.5 l/s = 0.0265 m3/s


Ht = 26.2 m
 = 48.5 %

A potência de funcionamento da bomba será:


9.8QH t 9.8  0.0265  26.2
P = =14.03 (kW)
 0.485

b)
A curva característica de 2 bombas em série obtém-se somando, para cada valor de caudal, as alturas de elevação de
cada uma das bombas.
Assim, a curva característica de 2 bombas em série será:

Caudal (l/s) 0 10 20 30 40
Altura total de
60 55 47 34 15
elevação (m)
Rendimento da
- 44 58 50 18
bomba (%)

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

A curva da instalação é a mesma da alínea anterior.

Traçando as curvas características da associação de bombas em série e da instalação, obtemos o gráfico seguinte.
O ponto de funcionamento corresponde, aproximadamente, às seguintes condições:
Q = 32 l/s = 0.032 m3/s
Ht = 30 m
 = 43 %

A potência de funcionamento da bomba será:


9.8QH t 9.8  0.032  30
P = =21.88 (kW)
 0.43

Problema 3-3

Água é bombada entre 2 reservatórios através de uma tubagem de ferro fundido com 150 mm de diâmetro e 1000 m
de extensão. As perdas de carga localizada totais correspondem a um comprimento equivalente de 20 m. Utiliza-se

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

uma bomba centrífuga com a curva característica intermédia indicada na figura (curva correspondente ao diâmetro do
impulsor  130).
a) Se o desnível entre os 2 reservatórios (H geom) for igual a 10 m, determine o caudal escoado e o rendimento
de funcionamento da bomba.
b) Pretendendo garantir um rendimento da bomba superior a 70 %, diga se a bomba utilizada seria uma boa
escolha caso a altura geométrica de elevação fosse alterada para 15 m.

Resposta:
a)
Curva característica da instalação:
H i  H geom   H  H geom  H L  H C  H geom  jL  jLeq , onde Leq corresponde ao comprimento equivalente.

1
 Q  0.535
Usando a eq. de Scimemi para o ferro fundido j   2.625 
, a curva característica da instalação será:
 35D 
1
 Q  0.535
H i  10   2.625 
 1020
 35  0.2 

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Q (m3/h) Ht (m)
Dando valores a Q e calculando os correspondentes valores de Ht
0 10
obtemos (quadro):
20 10.89
40 13.25
50 14.94
55 15.90
60 16.94
65 18.06

Podemos agora traçar a curva da instalação no diagrama contendo a curva característica da bomba. O resultado indica-
se na figura seguinte.

Do gráfico verifica-se que o ponto de funcionamento do sistema corresponde, aproximadamente, às seguintes


condições:
Q = 54 m3/h
Ht = 15.7 m
 = 77 %

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

b)
Se a altura geométrica de elevação passasse para 15 m, sem haver outras alterações, a curva característica da instalação
seria igual à da alínea anterior, apenas deslocada 5 m para cima. Na figura seguinte ilustra-se a curva da instalação,
para estas condições, e a curva da instalação para a situação da alínea a).

Do gráfico verifica-se que o ponto de funcionamento do sistema, para esta nova situação, corresponde,
aproximadamente, às seguintes condições:
Q = 40.4 m3/h
Ht = 18.2 m
 = 73 %
Portanto, o rendimento da bomba mantinha-se acima dos 70% pelo que a bomba, seria uma boa escolha.

Problema 3-4

Pretende-se instalar uma bomba centrífuga acima do nível de água do reservatório de alimentação, conforme indicado
na figura 1.
A curva característica da bomba, bem como informação acerca do seu NPSH, indica-se na figura 2. Utiliza-se a bomba
com a curva característica mais baixa (correspondente ao diâmetro de impulsor  158). Se conduta elevatória for em
PEAD, com um diâmetro interno de 141 mm, determinar:

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

a) O caudal elevado;
b) Verificar se há risco de cavitação na bomba. Considerar a pressão atmosférica igual a 10.32 mca e uma
temperatura da água de 10 ºC.
Para as perdas localizadas considerar apenas as que ocorrem no troço AB, as quais correspondem a um comprimento
equivalente de 30 m.
120 m
118 m
C
Conduta em PEAD
D = 141 mm
LAB = 20 m
LBC = 1000 m

B
Z = 105 m
Z = 100 m
Bomba
A

Água

Figura 1

Figura 2

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Resposta:
a)
Usando um procedimento semelhante ao do problema anterior temos:
Curva característica da instalação

 U2 
H i  H C  H A   H  H geom  H L  H C   zC  C   z A  jL  jLeq
 2g 

Q
UC  Q / A 
  0.1412
4
1
 Q  0.56
Usando a eq. de Scimemi para o PEAD j   2.69 
, a curva característica da instalação será:
 58.9 D 
Q2
2
   0.1412 
  1
 4   Q  0.56
H i  120   100   2.69 
 1030 ou, simplificando,
2g  58.9  0.141 
1
 Q  0.56
H i  20  209.2607Q   2
2.69 
1030
 58.9  0.141 

Q (m3/h) Ht (m)
Dando valores a Q e calculando os correspondentes valores de Ht
0 10
obtemos (quadro):
20 20.82
40 22.84
60 25.86
65 26.76
70 27.72

Podemos agora traçar a curva da instalação no diagrama contendo a curva característica da bomba. O resultado indica-
se na figura seguinte.

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

Do gráfico verifica-se que o ponto de funcionamento do sistema corresponde, aproximadamente, às seguintes


condições:
Q = 58 m3/h
Ht = 25.5 m
 = 75.3 %

Portanto, o caudal elevado é 58 m3/h

b)
Para um caudal elevado de 58 m3/h, da curva do NPSH ilustrada no gráfico da alínea anterior obtemos um NPSH da
bomba de NPSH b  2.75 m (fig. seguinte).

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HG 2 – Problemas práticos – 2021/22

O NPSH da instalação é dado por


patm tv
NPSH i   (hs  H ) 
 
tv
Para a água a 10ºC, a tensão de saturação do vapor é de  0.125 mca (extraído de tabela com as propriedades físicas da água)

A pressão atmosférica é um dado do problema: Patm  10.32 m

A altura de aspiração da bomba é hs  105  100  5 m


1
 58  0.56

 3600 
A perda de energia total no troço de aspiração é: H     30  0.159 m
 58.9  0.141
2.69

 
Logo, NPSHi  10.32  (5  0.159)  0.125  5.036 m

Como o NPSHi é superior ao NPSHb , não há risco de ocorrer cavitação.

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