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Pesquisa sobre o Inspetor de Soldagem no Brasil

(Research about the Welding Inspector in Brazil)

1
Luiz Gimenes Junior, 2Henrique F. L. Reis, 3José Ramalho, 4Ronaldo Pinheiro da Rocha Paranhos

1,2
FATEC - Faculdade de Tecnologia de São Paulo - Departamento de Soldagem
Núcleo Tecnológico de Soldagem & Qualidade.
R. Cel. Fernando Prestes, 30 - São Paulo/SP CEP 01124-060
4
LAMAV-CCT-UENF. Av. Alberto Lamego, 2000 - Parque Califórnia - Campos dos Goytacazes - RJ
CEP: 28013-602 – Brasil.
Resumo

Este trabalho tem por objetivo traçar um perfil dos inspetores de soldagem atuantes no país A metodologia
consistiu de um formulário de pesquisa desenvolvido para ser aplicado via internet contendo perguntas sobre o
nível de instrução, região do país, segmento industrial que atua, faixa salarial entre outros. Os entrevistados
responderam ao questionário on-line, tendo sido as informações selecionadas, tabuladas e armazenadas em
banco de dados para análise.
Os resultados da pesquisa permitem identificar onde se encontram, como atuam e ajudar a fornecer
informações sobre este importante profissional, além de fornecer subsídios para estudos que visem futuras
ações direcionadas especificamente a esta atividade

Palavras-chaves: Inspetor de Soldagem.

Abstract: ceramic.

Key-words: Welding Inspector

1. Introdução

Entende-se por Inspetor de Soldagem, “o profissional qualificado e certificado, segundo os requisitos


estabelecidos pelo Sistema Nacional de Qualificação e Certificação de Inspetores de Soldagem – SNQC. A
função do Inspetor de Soldagem é contribuir para a garantia da qualidade de produtos e serviços que utilizam a
soldagem como processo de fabricação e montagem” [1]
O Inspetor de Soldagem Nível 1 é um profissional que atua diretamente na obra executando o controle e
acompanhamento da junta soldada, antes, durante e depois da soldagem, baseado nos parâmetros estabelecidos
nas instruções de execução e inspeção de soldagem. Já o Inspetor de Soldagem Nível 2, além das atribuições do
Inspetor Nível 1, é o profissional responsável pela elaboração das instruções de soldagem, assim como, pela
qualificação de procedimentos de soldagem e de soldadores.
No Brasil, a introdução dos Inspetores de Soldagem teve origem no inicio da década de 1980, com o
crescimento e consolidação da indústria metal-mecânica vinculada aos segmentos do petróleo e nuclear. Nesta
época, os inspetores atuavam como parte dos sistemas de qualidade destes setores. Esta experiência mostrou
excelentes resultados na contribuição à melhoria da qualidade das construções soldadas. Mais recentemente, a
contratação de grande parte das obras de responsabilidade no segmento metal-mecânico faz referência à
participação deste profissional durante o acompanhamento da obra bem como na qualificação de processos e
procedimentos envolvendo operações de soldagem [2]. Desta forma, houve um boom de demanda por este tipo
de profissional no mercado, associado à crescente demanda de pessoal qualificado em soldagem que vem
ocorrendo no Brasil nos últimos anos.
Este trabalho tem por objetivo traçar um perfil dos inspetores de soldagem atuantes no país. É sabido que a
retomada da produção industrial que vem ocorrendo necessitará de maior quantidade de inspetores e, isto num
primeiro instante devido a natural lei de oferta e procura, este fato pode ser o responsável por atrair profissionais
sem a devida formação ou qualificação necessárias para atuar numa atividade que, em última instancia, é a
responsável final pela aprovação ou não de um equipamento, conjunto ou componente que tenha construções
soldadas.
A Inspeção de Soldagem, é exercida também por profissionais, que estão certificados por outros organismos,
como a AWS, e também atuam com o registro no CREA como profissionais habilitados profissionalmente a
atuar em competências profissionais de engenharia e tecnologia

2. Procedimento Experimental

Para a realização deste trabalho, foram avaliados aspectos como formação acadêmica, área de atuação,
faixa salarial e outros tópicos que podem contribuir com informações para, num primeiro instante identificar
onde estão e o que fazem estes profissionais e numa etapa posterior permitir a tomada de diretrizes e ações a
serem seguidas voltadas a estes profissionais. A pesquisa foi realizada pela internet com apoio do site
www.infosolda.com.br. Não houve contato entrevistador-entrevistado, o que garantiu a imparcialidade das
respostas. Todas as respostas foram voluntárias. O questionário foi colocado à disposição no site, e os
profissionais foram formalmente convidados e estimulados via internet a participarem da pesquisa, de onde o
questionário foi preenchido e enviado.
Os seguintes aspectos foram pesquisados: (a) Distribuição por região, (b) Distribuição por estado, (c)
Registro em entidade de classe, (d) Entidades Certificadoras, (e) Faixa Salarial, (f) Fluência em idiomas, (g)
Ramo de atuação industrial, (h) Experiência na área, (i) Pretensão de investir em formação e (j) Relação entre
profissionais com CREA e profissionais qualificados por entidade certificadora.
Os questionários recebidos foram devidamente avaliados, sendo feita a natural eliminação dos que
apresentaram inconsistências e erros de preenchimento. No total foram respondidos 302 questionários. Na
primeira seleção, foram excluídos 22 questionários devido a não adequação do entrevistado aos objetivos da
pesquisa, tendo sido aproveitados 280, ou seja, 92,7% do total de formulários recebidos. Numa segunda triagem
foram eliminados mais 23 questionários devido a falta de algumas informações relevantes, perfazendo um total
de 257 questionários aproveitados, ou seja, 85,1% das respostas originais foram aproveitadas.
Visando a comparação e análise dos dados, algumas das respostas qualitativas foram transformadas em
quantitativas, conforme apresentado a seguir:
Formação acadêmica: este item visava identificar a formação ou grau máximo de estudo atingido
pelos inspetores. As opções eram: ensino fundamental, ensino médio ou técnico profissionalizante, superior
incompleto, superior completo, e pós-graduação (especialização, mestrado ou doutorado). Foram atribuídos a
cada um destes o valor mínimo de anos estudados para se atingir este grau, conforme apresentado na tabela 1.

Tabela 1. Formação acadêmica.

Valor atribuído
Escolaridade
(anos)
Fundamental 8
Ensino Médio ou técnico profissionalizante 11
Superior incompleto 13,5
Superior completo 16
Pós Graduação: 20

Estudo da segunda língua (inglês): Este item teve por objetivo avaliar o nível de conhecimento de
língua inglesa, tão importante e fundamental para o desempenho da profissão de Inspetor de Soldagem devido ao
manuseio de normas e literaturas que são utilizadas neste idioma. A transformação teve por base o tempo médio
de um curso de inglês seqüencial, sendo adotados os valores apresentados na tabela 2.

Tabela 2. Conhecimento de língua inglesa.

Valor atribuído
Grau Atingido
(anos)
Básico 1 a 5 anos 3
Básico mais de 5 anos 5
Avançado 1 a 5 anos 4
Avançado mais de 5 anos 6
Tempo de experiência na profissão: Neste item foi avaliada a faixa de experiência informada e para
cada uma foi atribuído um valor médio. Nos extremos foi adotado o valor médio de 20% acima ou abaixo da
faixa, o que fez com que se considerasse o valor de 12 anos para os que informaram tempo de experiência maior
que 10 anos e 1,5 anos no valor arredondado de 19,2 meses (20% a menos) para os profissionais com experiência
declarada de até 24 meses. A transformação destes valores é apresentada na tabela 3.

Tabela 3 – Tempo de Experiência.

Valor atribuído
Faixa informada
(anos)
Até 2 anos 1,5 (19,2 meses)
De 2 a 5 anos 3,5
De 5 a 10 anos 7,5
Mais de 10 anos 12

Faixa Salarial: Neste item a pesquisa foi feita por faixas uma vez que é a forma como as pessoas
sentem-se mais à vontade para informar sobre sua remuneração. Mantendo a coerência com o item anterior, foi
também utilizado o critério de 20% para os valores de faixas extremas e pontos médios para as faixas
intermediarias. A transformação destes valores é apresentada na tabela 4.

Tabela 4 – faixas salariais.

Valor atribuído
Faixa informada
(Reais)
Até R$ 1.000,00 R$ 800,00
De R$ 1.000,00 a R$ 5.000,00 R$ 3.000,00
De R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 R$ 7.500,00
Mais de R$ 10.000,00 R$ 12.000,00

3. Resultados e Discussão

Idade dos Inspetores de Soldagem: o primeiro tópico pesquisado foi a idade dos inspetores, como
mostrado no figura 1. A idade média é de 34 anos. A maior concentração encontra-se na faixa entre 25 e 34 anos
onde se encontra 49,1% da amostra pesquisada.

Idade dos Inspetores

20 19
18

15 14 14 14
Quantidade

13
12 12 12
11 11
10
10 9
8
7 7 7 7
6 6 6
5
5 4 4 4 4 4 4
3 3 3
2 2 2
1 1 1 1 1 1
0
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 57 58 63

Figura 1 – Distribuição dos inspetores por idade

Distribuição dos Inspetores de Soldagem por região: a figura 2 mostra que estes profissionais
concentram-se predominantemente na região sudeste do Brasil (64%), seguido pelas regiões nordeste (18%) e sul
(15%). Este resultado já era esperado, devido a concentração e distribuição das indústrias de equipamentos e
bens de capital do Brasil.
Distribuição de Inspetores por Região

3% 18%

15%
64%

Nordeste Sul Sudeste Outras regiões

Figura 2. Distribuição de Inspetores de Soldagem por Região.

Distribuição dos Inspetores de Soldagem por Estado: Observa-se na figura 3 a predominância de


Inspetores de Soldagem nos Estados de São Paulo (27%) e do Rio de Janeiro (25%), seguido por Bahia (11%),
Minas Gerais (9%) e Paraná (7%). A grande concentração de Inspetores de Soldagem no Estado do Rio de
Janeiro foi atribuída a recente ativação do setor naval, bem como a demanda de serviços na área de petróleo na
região de Macaé.

Distribuição de Inspetores por Estados


3% 10%
25%
4%
4%
7%

9%
11% 27%
RJ SP BA MG PR SC RS ES outros estados

Figura 3. Distribuição de Inspetores de Solda por Estado.

Distribuição dos Inspetores de Soldagem por entidade certificadora: Em relação à entidade onde os
profissionais obtiveram sua qualificação como inspetores de soldagem, figura 4, destaca-se o fato de que 40%
dos profissionais que participaram desta pesquisa não são certificados. Em seguida aparece a FBTS (Fundação
Brasileira de Tecnologia da Soldagem, www.fbts.org.br) como a principal entidade de certificação dos
inspetores, seguida da ABENDE (Associação Brasileira de Ensaios Não-Destrutivos, www.abende.org.br),
seguida de outras entidades de certificação. Observa-se na figura 4 que uma pequena parcela dos profissionais
informou que obteve a certificação em entidades estrangeiras, no caso a AWS e o ASME. É interessante verificar
que 40% dos profissionais não sejam qualificados por entidade certificadora. De fato, técnicos e tecnólogos
podem atuar como inspetores de processo e engenheiros podem qualificar procedimentos de soldagem.

Entidade Certificadora

40% 38%

1%
1% 3% 18%
FBTS ABENDE AWS ASME Outras Não qualificado

Figura 4. Entidade Certificadora dos Inspetores de Solda.


Distribuição por faixa salarial: Na figura 5 pode ser observado que, apesar de a profissão de Inspetor de
Soldagem ser conhecida no mercado como profissão de boa remuneração, 11% dos profissionais declararam na
pesquisa que auferem rendimentos até R$ 1000,00 mensais. Por outro lado, uma pequena parcela de 6% reportou
rendimentos acima de R$ 10.000,00 mensais. Extremos à parte, é importante observar que a grande maioria dos
profissionais (83%) encontra-se na faixa entre R$ 1000,00 e R$10.000,00 mensais.

Faixa Salarial
6% 11%
22%

61%
Até R$ 1 mil de R$ 1 a 5 mil de R$ 5 a 10 mil Acima de R$ 10mil

Figura 5 – Distribuição por faixa salarial

Distribuição por tempo de experiência profissional: A figura 6 mostra que a distribuição entre as
faixas propostas na pesquisa foi muito parecida, com ligeira predominância para a faixa de 2 a 5 anos de
experiência (31%). As demais faixas de tempo de experiência variaram de 21 a 24%.

Tempo de atuação na área

24% 21%

24% 31%

até 2 anos de 2 a 5 anos de 5 a 10 anos acima de 10 anos

Figura 6 – Distribuição por tempo de experiência

Distribuição por segmento de atuação: Neste quesito da pesquisa, os profissionais podiam marcar
mais de uma opção. A figura 7 mostra, como esperado, que os segmentos industria de bens de capital (38%) e
prestação de serviços (29%) são os que concentram a maioria dos profissionais de inspeção. Chama a atenção a
significativa porcentagem de profissionais que declararam trabalhar com atividades de ensino (15%).
Segmento de Atuação

8%
38%
15%
1%
3%

3%
3%

29%

Industria de Bens de Capital, Engenharia e CQ Prestação de Serviços


Fabricante de Consumiveis Fabricantes de Máquinas Equipamentos
Laboratórios de Ensaios Representante Técnico Comercial
Área de Ensino Não Infomaram

Figura 7 Distribuição dos Inspetores de Soldagem por segmento de atuação.

Distribuição da habilitação profissional (certificação) dos inspetores: No cruzamento da informação


sobre a habilitação dos profissionais, mostrado na figura 8, constata-se que 60% dos profissionais não possuem
registro em entidade de classe, com apenas 40% dos profissionais com registro no CREA, nas habilitações
técnico (25%), tecnólogo (4%) e engenheiro (11%).
Habilitação Profissional ou Certificação

25%

4%
60%
11%

CREA TÉCNICO CREA TECNÓLOGO

CREA ENGENHEIRO SEM CREA ou não informado

Figura 8 Distribuição dos Inspetores de Soldagem por habilitação profissional

Escolaridade: observa-se na figura 9 que a profissão é majoritariamente exercida por profissionais com
ensino técnico de segundo grau com 41,2% do total da amostra. É importante destacar também o tamanho do
grupo de profissionais com nível superior incompleto (25%).

Escolaridade
5
25

41,2

21,1
7,5

Ensino Fundamental
Ensino Médio ou Ensino Técnico
Pós Graduação, Mestrado ou Doutorado
Superior Completo
Superior incompleto
Figura 9 Distribuição dos Inspetores de Soldagem por escolaridade

Propensão a investir na própria formação: A figura 10 mostra que neste item da pesquisa foi
observada que estes profissionais estão conscientes da necessidade de contínuo aperfeiçoamento. Foi um dos
itens que todos os questionários foram respondidos. O principal foco dos profissionais são: maior capacitação em
sua própria área de atuação com cursos de inspeção de soldagem e END (35%), a obtenção de curso superior
completo em tecnologia ou engenharia (31%) e curso de pós-graduação (13%).

Propensão a investir em formação


7%
31%

35%

13%
2% 7%

Superior em Tecnologia ou Engenharia


Pós Graduação (MSc ou PhD)
Extensão ou Especialização
Curso Técnico
Curso em Inspeção de Soldagem e END
Ensino a Distância

Figura 10 Distribuição da propensão em investir na educação

Média salarial dos Inspetores de Soldagem: os valores dos salários médios nos diferentes estados são
apresentados na figura 11, destacando que só estão representados os estados que tiveram respostas de mais de 2
profissionais, o que deixou de fora do estudo os estados AL, AM, DF, MT, RO, RR, SE e TO que tiveram
respostas à pesquisa enviadas por apenas 1 profissional. Uma primeira observação importante é que o eixo RJ-SP
não concentra os maiores salários para estes profissionais. Os maiores salários médios encontram-se nos estados
do CE, BA e PE. Tal fato pode ser explicado pela escassez de profissionais e de oportunidades de trabalho nestes
estados. Ainda, os profissionais com maior formação e experiência optam por viver nos grandes centros.

Média Salarial dos Inspetores de Soldagem no Brasil (ref 2008)

6,00
Valores em R$ (X1000)

5,00

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
CE BA PE RJ PR SP MG RS RN SC AC ES MA PA

Figura 11 Salário médio do Inspetor de Soldagem no Brasil. Ano 2008.

Por outro lado, se os maiores salários médios não estão nos centros tradicionais, a quantidade de vezes
que estes ocorrem se concentra nestas regiões. Isto vem a evidenciar que os estados do CE, BA e PE têm medias
altas mas poucas vagas para os profissionais, o que reforça ainda mais o conceito de alto salário para carência de
mão de obra local. As figuras 12, 13, 14 e 15 mostram em que Estados estão os salários conforme a faixa
salarial informada. Pode se observar que RJ, SP e MG concentram os salários acima de R$10.000,00, enquanto
SP, BA e RJ concentram os salários entre R$5-10 mil.
Locais da faixa salarial acim a de R$ 10.000,00 Locais da faixa salarial entre 1 e R$ 5.000,00

1% <1%
6% 6%
4% 3%
6% 4% 31%
5%
12%

5%
9%
18% 52%
9% 24%
SP RJ BA MG PR SC ES RS
RJ SP MG AM BA PE RN AC CE PE DF MA RO

Figura 12 Locais da faixa salarial acima de R$10 Figura 13 Locais da faixa salarial entre R$1-5 mil.
mil
Locais da faixa salarial entre 5 e R$ 10.000,00 Locais da faixa salarial abaixo de R$ 1.000,00
<2%
3% 3%
3% 3% 23% 3% 3% 27%
5% 3%
7%
10%

7%
10% 18% 7%
7% 20%
18% 10%
SP BA RJ MG PR RS CE RJ MG SP BA PA PE
PE MT RN RR SE TO RN AL ES MA PR RS

Figura 14 Locais da faixa salarial entre R$5-10 mil. Figura 15 Locais da faixa salarial abaixo de R$1
mil.

Influência da experiência profissional na faixa salarial: Na avaliação das faixas salariais em


comparação ao tempo de experiência dos profissionais (figuras 16, 17, 18 e 19) o comportamento foi exatamente
como o esperado, ou seja, as faixas salariais apresentam uma relação direta com o tempo de experiência. A faixa
salarial abaixo de R$1 mil é predominantemente exercida por profissionais em inicio de carreira enquanto que a
faixa salarial acima de R$10 mil concentra 64% dos profissionais com mais de 10 anos de experiência.

Experiência média na faixa salarial Experiência média na faixa salarial


acima de R$ 10.000,00 de 5.000 a R$ 10.000,00
6% 29%
12% 0% 27%
24%

64% 38%

12 anos 7,5 anos 3,5 anos 1,5 anos 12 anos 7,5 anos 3,5 anos 1,5 anos

Figura 16 Experiência média na faixa salarial acima Figura 17 Experiência média na faixa salarial de
de R$10 mil. R$5-10 mil.
Experiência média na faixa salarial Experiência média na faixa salarial
de 1.000 a R$ 5.000,00 abaixo de R$ 1.000,00
20% 7% 3%
22% 17%

36% 22% 73%

12 anos 7,5 anos 3,5 anos 1,5 anos 12 anos 7,5 anos 3,5 anos 1,5 anos

Figura 18 Experiência média na faixa salarial de Figura 19 Experiência média na faixa salarial
R$1-5 mil. abaixo de R$1 mil.

Outro aspecto analisado foi a influência do conhecimento da língua inglesa e como esta reflete na
remuneração auferida pelos profissionais. A figura 20 mostra que há um progressivo aumento na remuneração
conforme o maior conhecimento da língua inglesa. O ganho inicial é mais pronunciado, uma vez que num
primeiro instante parte-se da base zero, mas ainda é bastante expressivo mesmo comparando 5 com 6 anos de
estudo da língua com um expressivo aumento médio de R$ 680,00 mensais na remuneração.

Anos de estudo de inglês x Faixa salarial


7,00
Salario em Reais (x1000)

6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
6 anos 5 anos 4 anos 3 anos 0 / nd
Anos de estudo

Figura 20 Relação entre anos de estudo de língua inglesa e remuneração.

4. Conclusões

Com os dados levantados acima foi possível formar um retrato com o perfil profissional que atua na
área de inspeção de soldagem no Brasil. Algumas das informações apresentadas confirmam o que habitualmente
é dito sobre as características dos inspetores, enquanto outras apresentam um diagnostico mais apurado da
realidade fruto de uma pesquisa recente e realizada com total imparcialidade pela internet. Os dados
apresentados servem como subsídio para orientar e direcionar ações que visem estes profissionais como publico
alvo.
É importante observar que, por se tratar de uma profissão exercida majoritariamente por profissionais
com segundo grau completo, a aspiração destes profissionais seja naturalmente os cursos superiores, cursos na
própria área e em atividades correlatas, como END por exemplo.
De todos os itens pesquisados que influenciam a remuneração destes profissionais, cabe destacar o local
de atuação, observa-se também grande correlação com o tempo de experiência, e com o conhecimento de uma
segunda língua.
Esta pesquisa visou identificar e apresentar estes pontos e pretende ser refeita periodicamente para
acompanhar a evolução desta importante profissão na realidade brasileira.

Referências Bibliográficas:
[http://fbts.com.Br]
5. Agradecimentos

Os autores agradecem o apoio concedido pelo CNPq e Tecnorte/Fenorte e ao LECIV/UENF pelos ensaios de
granulometria e plasticidade do resíduo.

6. Referências Bibliográficas

[1] SZEKELY, S.; TRAPAGA, G. Industrial ecology – the need to rethink the materials cycle: some
problems, solutions and opportunities in the materials field. Journal of Research Materials, USA, v. 10, n. 9, p.
2178-2196, 1995.

[2] PARANHOS, R.P.R.; SOUZA, A.C. Soldagem a Arco Submerso. Coleção Soldagem 2000. Editado por
SENAIRJ-CETEC de Solda, Rio de Janeiro, RJ, 1999, 77p.

[3] DAVIS, L. An Introduction to Welding Fluxes for Mild and Low Alloy Steels. The Welding Institute,
Cambridge, UK, 34p. 1981.

[4] DONDI, M.; MARSIGLI, M.; FABBRI, B. Recycling of industrial and urban wastes in brick
production – a review. Tile & Brick International, Germany, v. 13, p. 218-225, 1997.

[5] MENEZES, R.R.; NEVES, G.A.; FERREIRA, H.C. O estado da arte sobre o uso de resíduos como
matérias-primas alternativas, Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v. 6, n.
2, p. 303-313, 2002.

[6] LIEW, A.G.; WONG, C.H.K.; SAMAA, A. A.; NOOR, M.J.M.M. Incorporation of sewage sludge in
clay brick and its characterization, Waste Management & Research, United King, v. 22, n.4, p. 226-233, 2004.

[7] OLIVEIRA, E.M.S.; SAMPAIO, V.G.; HOLANDA, J.N.F. Evaluation of the suitability of municipal
waterworks waste as a raw material for red ceramic brick production, Industrial Ceramics, Italy, v. 26, n. 1, p.
71-76, 2006.

[8] SOUZA, G.P.; SOUSA, S.J.G.; TERRONES, L.A.; HOLANDA, J.N.F. Mineralogical analysis of
ceramic sedimentary used in red ceramic. Cerâmica, São Paulo, v. 51, n. 320, p. 180-186, 2005.

[9] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7181-84: solo – análise


granulométrica. Rio de Janeiro, 1984.

[10] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6459-84: solo – determinação do


limite de liquidez. Rio de Janeiro, 1984.

[11] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7180-84: solo – determinação do


limite de plasticidade. Rio de Janeiro, 1984.

[12] SANTOS, P.S. Ciência e Tecnologia de Argilas. 2a edição, Edgard Blücher Ltda. São Paulo. 1989, v. 1,
408p.

[13] PRACIDELLI, S.; MELCHIADES, F.G. Importância da composição granulométrica de massas para
cerâmica vermelha. Cerâmica Industrial, São Carlos, v. 2, p. 31-35, 1997.

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