Você está na página 1de 10

GUIA DE

SOBREVIVÊNCIA
Termologia: área da Física responsável Fica a dica: temperatura mede a energia
pelo estudo do calor e de seus efeitos cinética média das moléculas de um corpo,
sobre a matéria. As principais grandezas já a energia térmica mede a soma total da
físicas estudadas pela termologia são a energia cinética desse corpo.
temperatura, o calor e a energia térmica. É Termômetro: instrumento utilizado para
importante saber o que cada uma representa medir temperatura.
e não as confundir!
Energia térmica: a matéria é formada
por moléculas. Essas moléculas têm uma
certa liberdade para se movimentar, seja
transladando, rotacionando ou até mesmo
vibrando.
Termologia

Existem diversas escalas de temperatura


Se elas se movimentam, podemos concluir diferentes. As principais são:
então que elas possuem energia cinética. A • Escala Celsius: escala termométrica mais
soma total da energia cinética das moléculas utilizada mundialmente. Nela, ao nível
que compõem um corpo é o que chamamos do mar, 0 ºC corresponde ao ponto
de energia térmica desse corpo. de congelamento da água e 100 ºC
Temperatura: as moléculas de um corpo não corresponde ao ponto de ebulição da água.
possuem uma única velocidade. Em geral, a • Escala Fahrenheit: escala termométrica
velocidade das moléculas é bastante variada. utilizada nos Estados Unidos. Nela, ao
A temperatura é definida como a medida da nível do mar, 32 ºF corresponde ao ponto
energia cinética média das moléculas de um de fusão da água e 212 ºF corresponde ao
corpo, ou seja, a medida da agitação média ponto de ebulição da água.
dessas moléculas.
• Escala Kelvin: escala termométrica
utilizada na ciência. É considerada a
escala absoluta de temperatura, em que
não existem temperaturas negativas e 0 K
corresponde ao zero absoluto.
Para converter valores de temperatura entre
escalas, utiliza-se a fórmula abaixo:
Do lado esquerdo (azul), moléculas de TC = TF - 32 = TK - 273
um corpo mais frio. Do lado direito (rosa),
moléculas de um corpo mais quente. 5 9 5

2
Em que TC é o valor da temperatura na escala Todas as dimensões de um material se
Celsius, TF é o valor da temperatura na escala dilatam quando esse é aquecido. Porém,
Fahrenheit e TK é o valor da temperatura na muitas vezes, a dilatação é notável em apenas
escala Kelvin. uma ou duas dimensões. Sendo assim, para o
caso de sólidos, podemos dividir a dilatação
em três casos:
• Dilatação linear: quando a dilatação
notável ocorre apenas em uma dimensão.
Considere um fio de comprimento L0 a
uma temperatura T0. Ao aquecer esse fio
até uma temperatura T, seu comprimento
passa a valer L.

A variação no comprimento Δ L pode ser


Zero absoluto: menor valor de temperatura calculada usando:
que qualquer corpo pode atingir. Nessa ΔL = L0αΔT
temperatura (-273,15 ºC, -459,67 ºF ou 0 K),

Termologia
as moléculas do corpo atingem sua energia
Em que α é o coeficiente de dilatação
cinética mínima. Vale lembrar que, mesmo
linear. Esse coeficiente é uma característica
nessa temperatura, as moléculas nunca estão
única de cada material.
completamente paradas.
• Dilatação superficial: quando a
Equilíbrio térmico: dois corpos,
dilatação notável ocorre apenas em duas
inicialmente em temperaturas diferentes,
dimensões.
que entram em contato de alguma forma,
Considere uma placa quadrada com lados
sempre atingem a mesma temperatura,
de comprimento L0 a uma temperatura
desde que o contato seja mantido por tempo
T0. Ao aquecer essa placa até uma
suficiente. Quando isso ocorre, dizemos que
temperatura T, o comprimento de seus
eles atingiram o equilíbrio térmico.
lados passa a valer L.
Calor: para que dois corpos atinjam o
equilíbrio térmico, a energia térmica deve
ser transferida do corpo mais quente para
o corpo mais frio. Denominamos calor a
energia térmica transferida entre corpos.
Sendo assim, um corpo nunca possui calor,
ele pode receber ou ceder calor.
A variação na área ΔA pode ser calculada
Dilatação térmica: fenômeno em que usando:
um corpo tem suas dimensões ampliadas
ou reduzidas devido à variação de sua ΔA= A0βΔT
temperatura. Em geral, corpos se dilatam
quando a sua temperatura aumenta e se Em que β é o coeficiente de dilatação
contraem quando a sua temperatura diminui. superficial. Vale lembrar que β = 2α.

www.aprovatotal.com.br 3
• Dilatação volumétrica: quando a - Isolante térmico: material que dificulta
dilatação é notável nas três dimensões do a passagem de calor. Alguns exemplos
objeto. de isolantes térmicos são o isopor, a
Considere um cubo com arestas de borracha e a madeira.
comprimento L0 a uma temperatura T0. Ao
Podemos medir “quão bom condutor” é
aquecer esse cubo até uma temperatura
um material por meio da grandeza física
T, o comprimento de suas arestas passa a
condutividade térmica (k):
valer L.
Materiais Condutividade Térmica (k)
Cobre 381
Chumbo 35
Água 0,6
Madeira 0,1
Ar 0,026
A variação no volume ΔV pode ser Podemos notar, na tabela acima, que o
calculada usando: cobre possui um k alto, logo, ele é um
ótimo condutor térmico. Já o ar tem
ΔV = V0 γ ΔT
um k bastante baixo, sendo um péssimo
condutor térmico, ou seja, um isolante
Em que γ é o coeficiente de dilatação
térmico.
volumétrica. Vale lembrar que γ = 3α.
Para calcular a quantidade de calor Q
Dilatação de líquidos: líquidos, em geral, conduzida através de um material de
Termologia

se dilatam bem mais do que sólidos sob espessura L e área de seção reta A, quando
a mesma variação de temperatura. Para existe uma diferença de temperatura ΔT
calcular a dilatação de líquidos, utilize a entre as suas extremidades, utilizamos a
mesma fórmula da dilatação volumétrica. chamada lei de Fourier:
Vale lembrar também que, como densidade Q = k A ΔTΔt/ L
e volume são grandezas inversamente
proporcionais, em geral, um aumento de
temperatura diminui a densidade do líquido
e uma redução de temperatura aumenta a
densidade do líquido.
Transmissão de calor: como vimos, calor
é transmitido entre corpos que possuem
temperaturas distintas. Essa transmissão
pode ocorrer de três formas:
• Condução: tipo de transmissão de calor
que ocorre por meio do contato físico
entre corpos.
Vale lembrar que alguns materiais
conduzem calor melhor do que outros:
- Condutor térmico: material que facilita • Convecção: tipo de transmissão de
a passagem de calor. Os metais, em calor que ocorre através do transporte
geral, são ótimos condutores térmicos. ascendente ou descendente de matéria
dentro de um fluido.

4
Lembre-se: as partes mais quentes de um Substância Calor específico (cal/goC)
fluido são as menos densas e, portanto, Água 1
tendem a “subir”, enquanto as partes Álcool 0,590
mais frias de um fluido são as mais densas Gelo 0,550
e, portanto, tendem a “descer”.
Alumínio 0,219
Ferro 0,119
Cobre 0,093
Prata 0,056

Estado físico: a matéria pode se organizar de


diversas formas. Essas formas são chamadas
de estados físicos ou fases. Os três estados
físicos mais comuns são:

O aquecimento da água dentro de uma chaleira • Sólido: estado físico em que forma e
depende dos movimentos de convecção. volume são bem definidos, ou seja, no
qual a matéria é resistente a deformações.
• Radiação térmica: tipo de transmissão
• Líquido: estado físico em que a matéria
de calor que ocorre através de ondas
não possui forma definida (se molda à
eletromagnéticas, não necessitando de um
forma do recipiente), mas possui volume
meio material para haver a propagação.
definido.
É graças à radiação térmica que o calor
• Gás: estado físico em que a matéria é

Termologia
proveniente do Sol consegue atravessar
capaz de se expandir livremente até
o vácuo do espaço e chegar até nosso
ocupar todo o recipiente, ou seja, não
planeta.
possui forma nem volume definidos.
Calor sensível: para que um corpo varie
sua temperatura em ΔT, é necessário que
seja cedida a ele uma quantidade de calor
(no caso de aquecimento) ou retirada
dele uma quantidade de calor (no caso de
resfriamento).
Essa quantidade de calor Q é chamada de
calor sensível e pode ser calculada usando: Nos sólidos, as moléculas estão fortemente
ligadas em uma estrutura cristalina. Já em um gás,
as moléculas têm total liberdade para se mover.
Q = m.c.ΔT Os líquidos estão em um estado intermediário.

Mudança de fase: o estado físico de


Em que m é a massa do corpo, e c é o seu um corpo pode variar de acordo com as
calor específico. condições de pressão e temperatura em que
ele está. Cada mudança de estado físico tem
Calor específico: grandeza física que um nome único:
relaciona a quantidade de calor recebida (ou
cedida) por um material e a variação térmica
causada. O valor do calor específico depende
do material em questão, ou seja, diferentes
materiais requerem diferentes quantidades
de calor para elevar a sua temperatura em
um mesmo número de graus.

www.aprovatotal.com.br 5
• Fusão: mudança do estado sólido para o uma massa m de determinada substância,
líquido. usamos:

• Solidificação: mudança do estado líquido Q = mL


para o sólido.
Em que L é o calor latente da substância. Cada
• Condensação: mudança do estado gasoso substância tem valores únicos para calores
para o líquido. latentes de fusão, de ebulição etc.
• Vaporização: mudança do estado líquido Vale lembrar que, durante uma mudança
para o gasoso. Pode ocorrer de três formas de fase, a temperatura de uma substância
diferentes: permanece constante, pois toda variação de
calor é utilizada para realizar a mudança de fase.
- Ebulição: ocorre quando o líquido Por exemplo, no gráfico abaixo, calor é cedido
se encontra em sua temperatura de a um bloco de gelo que está inicialmente a uma
ebulição (específica para cada líquido). temperatura de – 50 ºC. Note que, durante
Manifesta-se ao longo de todo o as mudanças de fase (fusão e vaporização), a
líquido. temperatura se mantém constante.
- Evaporação: ocorre abaixo da
temperatura de ebulição do líquido.
Manifesta-se apenas na superfície do
líquido.
- Calefação: ocorre quando o líquido é
Termologia

exposto a uma temperatura acima de


sua temperatura de ebulição. É um Gás ideal: modelo idealizado de um gás,
processo extremamente veloz. utilizado para um estudo simplificado dos
gases.
• Sublimação: mudança direta do estado Nesse modelo, consideramos que:
sólido para o estado gasoso, sem passar
pelo estado líquido. • As partículas do gás têm tamanho
desprezível.
• Ressublimação: mudança direta do
estado gasoso para o estado sólido, sem • Essas partículas não interagem entre si
passar pelo estado líquido. através de forças elétricas, apenas através
de colisões.
Calor latente: as mudanças de fase ocorrem
a temperaturas bem definidas para cada • Todas as colisões entre partículas são
substância, ou seja, cada substância possui elásticas, ou seja, não dissipam energia.
sua temperatura de fusão, sua temperatura Lei dos gases ideais: a relação entre
de ebulição etc. Podemos forçar uma as grandezas pressão (p), volume (V) e
mudança de fase ao ceder ou retirar calor de temperatura (T) de qualquer gás ideal é dada
um corpo que já está na temperatura ideal por:
para que a mudança ocorra.
Por exemplo, a temperatura de fusão da água
pV = nRT
é 0 ºC. Se cedermos calor suficiente para
um bloco de gelo que já se encontra nessa
temperatura, a fusão irá ocorrer e teremos Em que n é o número de mols de gás e R
como resultado água no estado líquido. é a constante dos gases ideais, que vale
Para calcular essa quantidade calor Q para 8,31 J/mol.K.

6
Para comparar as grandezas (p, V e T) de um O caso em que uma quantidade de calor
mesmo gás (mesmo número n de mols) em Q é retirada do sistema pode ter duas
diferentes instantes (1 e 2), usamos a relação: consequências:
• A redução da energia interna U do sistema.
p1V1 p2 V2
= • A realização de trabalho W sobre o sistema.
T1 T2
Podemos resumir a primeira lei da
Energia interna: soma da energia cinética e termodinâmica pela seguinte expressão
potencial das moléculas que constituem um matemática:
corpo. Q = ΔU + W

Para um gás ideal monoatômico, a energia Tome cuidado com os sinais! Por convenção:
interna U pode ser calculada usando: • Um calor Q é positivo quando entra no
sistema e negativo quando sai do sistema.
3nRT
U= • Um trabalho W é positivo quando realizado
2
pelo sistema e negativo quando realizado
sobre o sistema.
Já para um gás diatômico:
Trabalho termodinâmico: a forma mais
5nRT fácil de calcular o trabalho de um sistema
U= na termodinâmica é construir um gráfico da
2
relação entre pressão e volume do sistema e

Termologia
calcular a área sob esse gráfico.
Observando essas fórmulas, podemos
concluir que, caso o número de mols do Processos termodinâmicos: na termodinâmica,
alguns processos recebem nomes especiais,
gás permaneça constante, a energia interna
dependendo das variações de grandezas
depende apenas da temperatura, ou seja, a
como pressão (p), volume (V), temperatura
energia interna varia apenas se a temperatura
(T) e calor (Q):
do gás variar.
• Processo isobárico: a pressão p
Termodinâmica: área da física responsável
permanece constante. Nesse caso, o
pelo estudo das relações entre calor, trabalho,
gráfico da relação entre pressão e volume
temperatura e energia. fica:
Primeira lei da termodinâmica: “Quando
flui calor para um sistema (ou para fora dele), p
o sistema ganha (ou perde) uma quantidade p
de energia igual à quantidade de calor
transferido." v
O caso em que uma quantidade de calor
Q é recebida pelo sistema pode ter duas
consequências: Então, a área sob esse gráfico vale pΔV, ou
• O aumento da energia interna U do seja :
sistema. W = pΔV
• A realização de trabalho W pelo sistema
(sobre algo fora dele). Substituindo na primeira lei da
termodinâmica:

ΔU = Q - p ΔV
www.aprovatotal.com.br 7
• Processo isovolumétrico: o volume Mas fique tranquilo! Os vestibulares não
V permanece constante. Nesse caso, o costumam cobrar o cálculo da área sob
gráfico da relação entre pressão e volume esses gráficos.
fica: Segunda lei da termodinâmica: “O calor
p
jamais flui naturalmente de um corpo frio
para um corpo quente.”
W=0
Em outras palavras, em geral, o calor sempre
flui do corpo de maior temperatura para o
corpo de menor temperatura. No entanto, é
v possível forçar o contrário a acontecer.
V
Então, a área sob o gráfico é nula, ou seja: Máquina térmica: equipamento capaz
de converter calor em trabalho mecânico.
W=0 O esquema de uma máquina térmica está
representado abaixo:
Substituindo na primeira lei da
termodinâmica:

ΔU = Q

• Processo isotérmico: a temperatura


T permanece constante, logo, não existe
variação da energia interna (ΔU = 0).
Termologia

Substituindo isso na primeira lei da


termodinâmica:
Q=W
Podemos notar duas coisas no esquema
acima:
• Processo adiabático: o calor Q
permanece constante, ou seja, nenhum • Nem todo o calor que entra na máquina
calor entra ou sai do sistema. térmica é transformado em trabalho, parte
Sendo assim, podemos substituir Q = 0 na dele é rejeitada, logo, nenhuma máquina
primeira lei da termodinâmica. Então: térmica possui 100% de rendimento.

ΔU = -W • Uma quantidade de calor (QQuente) entra


na máquina a uma temperatura alta, e uma
Os gráficos que relacionam pressão quantidade menor (QFrio) é rejeitada a uma
e volume para processos isotérmicos temperatura mais baixa.
e adiabáticos são um pouco mais
O rendimento η real de uma máquina térmica
complicados, como podemos ver a seguir:
é calculado por:
W
=
QQuente

Todo o calor que entra e não é rejeitado é


transformado em trabalho:

W = QQuente - QFrio

8
Logo: Refrigerador: tipo de máquina térmica que
funciona ao contrário, ou seja, ele realiza
QQuente - QFrio QFrio trabalho para remover calor de um meio frio
= =1 - e enviá-lo para um meio quente. Isso não
QQuente QQuente viola a segunda lei da termodinâmica, pois
esse não é um processo natural, mas forçado.
Máquina de Carnot: uma máquina térmica
ideal, ou seja, que possui o maior rendimento
possível. Essa máquina segue um ciclo
termodinâmico chamado de ciclo de Carnot,
composto por dois processos isotérmicos e
dois processos adiabáticos:

A
B

D
T2 C A eficiência ε real de um refrigerador é dada
T1
por:
QFrio QFrio

Termologia
Na prática, a construção de uma máquina de = =
W QQuente - QFrio
Carnot é impossível, porém, toda máquina
térmica é construída tendo em mente o
rendimento de uma máquina de Carnot Assim como nas máquinas térmicas, a
(rendimento máximo). Esse rendimento eficiência de um refrigerador nunca é
máximo depende apenas das temperaturas de 100%. A eficiência máxima que um
de entrada (quente) e de saída (fria) e é dado refrigerador pode atingir é calculada a partir
por: das temperaturas de entrada (fria) e de saída
(quente), e é dada por:
TQuente - TFria TFria
= =1 - TFria
TQuente TQuente
=
TQuente - TFria

ANOTAÇÕES

www.aprovatotal.com.br 9
CONTATO@APROVATOTAL.COM.BR

APROVA-TOTAL

@APROVATOTAL

APROVATOTAL

APROVATOTAL

@APROVATOTAL

Você também pode gostar