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3 CÔNICAS

Uma seção cônica, ou simplesmente, uma cônica é uma curva obtida interceptando-se um cone (de
duas folhas) por um plano que não passa pelo vértice, chamado plano secante.

 Se o plano secante é paralelo a uma geratriz do cone, a cônica é uma parábola.


 Se o plano secante não é paralelo a uma geratriz e corta só uma das duas folhas do cone, a
cônica é uma elipse.
 Se o plano secante não é paralelo a uma geratriz e corta ambas as folhas do cone, a cônica é
uma hipérbole.

3.1 PARÁBOLA

Seja F um ponto fixo e d uma reta fixa em um


mesmo plano  com F  d . Ao conjunto de
todos os pontos equidistantes de F e d dá-se o
nome de parábola.

Podemos escrever do seguinte modo,

P  P   ; d ( P, F )  d ( P, d ) .

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Elementos principais da parábola

 Foco ( F ): ponto fixo


 Reta diretriz ( d ): reta fixa
 Eixo focal ( e. f . ): reta perpendicular à reta diretriz passando pelo foco.
 Vértice ( V ): intersecção do eixo focal com a parábola (ponto médio entre F e d ).
 Corda: segmento de reta ligando dois pontos distintos da parábola.
 Corda focal: corda que passa pelo foco.
 Raio focal: segmento de reta ligando um ponto da parábola com o foco.
 Lactus Rectum ( LR ): corda focal perpendicular ao eixo focal.

Equações da parábola

Considere uma parábola com vértice em V (0, 0) ;


eixo focal coincidindo com o eixo y e
concavidade voltada para cima. Seja P ( x, y ) um
ponto qualquer desta parábola e considere
d ( F , d )  2 p . Temos ainda,

 Coordenadas do foco F (0, p)


 Equação do eixo focal e. f .: x  0
 Equação da diretriz: d : y   p
 d ( P, F )  ( x  0)2  ( y  p) 2  x 2  ( y  p) 2
d ( P, d )  d ( P, P ')  ( x  x) 2  ( y  p)2

d ( P, d )  ( y  p ) 2

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Aplicando a definição de parábola:
x 2  ( y  p)2  ( y  p )2
Temos, portanto, a equação da parábola
P : x 2  4 py
x 2  ( y  p)2  ( y  p)2
x 2  y 2  2 py  p 2  y 2  2 py  p 2 Podemos também deduzir que a medida
x 2  4 py do lactus rectum é LR  4 p .

Observação. Nas mesmas hipóteses de 1), considerando que p seja sempre um valor positivo por
representar uma distância, se a concavidade da parábola estiver voltada para baixo, temos que:

Equação da parábola P : x 2  4 py
Coordenadas do foco F (0,  p )
Equação do eixo focal e. f .: x  0
Equação da diretriz: d : y  p
Medida do lactus rectum: LR  4 p

2) Uma parábola com vértice em V (0, 0) ; eixo focal


coincidindo com o eixo x e concavidade voltada para p0
direita. Teremos: LR

Equação da parábola P : y 2  4 px 


p

p

Coordenadas do foco F ( p, 0) V F x
d
Equação do eixo focal e. f .: y  0
Equação da diretriz: d : x   p
Medida do lactus rectum: LR  4 p

Observação. Nas mesmas hipóteses de 2), considerando que p seja sempre um valor positivo por
representar uma distância, se a concavidade da parábola estiver voltada para a esquerda, temos que:

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Equação da parábola P : y 2  4 px
Coordenadas do foco F ( p, 0)
Equação do eixo focal e. f .: y  0
Equação da diretriz: d : x  p
Medida do lactus rectum: LR  4 p

3) Se V  x0 , y0  (translação de eixos), eixo focal


paralelo ao eixo y e a concavidade está voltada
para cima ou para baixo. Mostra-se que a parábola
tem equação dada por

P :  x  x0 2   4 p  y  y0 
As coordenadas e os elementos são determinados
via equações de translação. Teremos então

 x  x0  x  x  x  x0
   ,
 y  y0  y   y  y   y0

obtendo
 x 2   4 py .

4) Se V  x0 , y0  , eixo focal paralelo ao eixo x e a concavidade está voltada para direita ou


esquerda. De forma análoga, mostra-se que a parábola tem equação dada por

P :  y  y0 2   4 p  x  x0  .
Exemplos

1 – Determine a equação e o gráfico da parábola que tem foco F (3, 4) e diretriz d : x  1  0 .

y
Solução. Dos elementos dados: foco F (3, 4) e diretriz

d : x  1 , podemos produzir o seguinte esboço inicial (veja

figura ao lado).
 F
Da qual inferimos que 2 p  2  p  1 , 

o eixo focal tem equação e. f .: y  4 (paralelo ao eixo 


coordenado x ), 
x
as coordenadas do vértice são V (2, 4)
         
e a parábola só pode ter concavidade voltada para a direita. 

Assim, a equação desta parábola é do tipo  d : x 1



 y  y0 2  4 p  x  x0  .
Portanto, a equação desta parábola é dada por
 y  4 2  4  x  2  .

O gráfico “final” está mostrado abaixo.


 y




 F
V


 x

           

 d : x 1


2 – Obtenha a expressão canônica da parábola 3 x 2  12 x  32 y  52  0 , determine as coordenadas


do vértice, a equação da reta diretriz e esboce o gráfico.

Solução. Neste caso temos uma parábola transladada para um sistema de eixos cuja origem coincide
com o vértice da parábola. Apliquemos o método prático de “completar os quadrados”.

   
3x 2  12 x  32 y  52  0  3 x 2  4 x  32 y  52  3 x 2  4 x  4  4  32 y  52
 
4 x 4  4   32 y  52  3  x  2   12  32 y  52  3  x  2   32 y  64
2 2
3  x 2

 quadrado perfeito 
 
32
Equação da parábola: ( x  2)2  ( y  2)
3

x  x  2 8
Neste caso,  , sendo V  2, 2  , p  e a equação canônica no sistema transladado
 y  y  2 3
8
dada por  x   4   y .
2
 3

Como o eixo focal é paralelo a Oy, as


coordenadas do foco são dadas por
 xF  xV  2

 8 2
 yF  yV  p  2  3  3

A reta diretriz é
8 14
y  yV  p  2   d:y
3 3

3 – Determine a equação e o gráfico da parábola que tem foco F (1,1) e vértice V (0, 0) .

Solução. Dos elementos dados, foco F (1,1) e vértice


V (0, 0) , temos a figura ao lado.

Sabemos que d ( F ,V )  p , então uma primeira informação


que podemos obter é que p 2  (1)2  12  2  p  2 .

Para uma parábola, quando o vértice está situado na origem, o


foco deve estar situado sobre um dos eixos coordenados,
então, a partir da informação dada podemos dizer que houve
uma rotação do sistema xOy de um ângulo que devemos
determinar.

Em xOy temos a concavidade voltada para cima e eixo focal coincidente com o eixo Oy . Assim,
a equação (reduzida) desta parábola é do tipo ( x)2  4 py . Assim, ( x)2  4 2 y (*) .

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Como o eixo focal coincide com Oy (eixo Oy  y
rotacionado) podemos utilizar as coordenadas do foco y
 x
para obter o ângulo  de rotação.
2 
Logo, cos   sen   .
2
F 
θ x
Utilizando as equações (“de volta”) da rotação: θ
     V   
 x  x cos   ysen  eixo focal

 y   xsen  y cos  

 2 2
 x  x y
 2 2
Substituindo seno e cosseno:  que, por sua vez, substituídos na equação (*) nos
 y   x 2  y 2
 2 2
2
 2 2   2 2 
dá  x y   4 2   x y  .
 2 2   2 2 
Daí, a equação desta parábola no sistema xOy é dada por x 2  2 xy  y 2  8 y  8 x  0 .

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