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INTRODUÇÃO plano cartesiano com um número finito de

pontos, que é sempre mencionado quando


Em 1637, o matemático e filósofo escolhemos a configuração da tela.
francês Renée Descartes publicou seu grande Aumentando o número de pontos, melhoramos
trabalho O Discurso sobre o Método, em que a qualidade da imagem do monitor ou da
são estabelecidas as bases filosóficas de seu impressão dessa imagem. Nas muitas
método para o estudo das ciências, o chamado utilizações de recursos de imagens, como na
método cartesiano, até hoje presente na tomografia ou na localização por satélite, essa
organização do conhecimento em muitas organização é fundamental para uma
áreas. No apêndice, Descartes ilustra o seu interpretação precisa dos resultados obtidos.
método apresentando a “Géométrie”, que foi o
passo inicial no estabelecimento de relações A nomenclatura da Geometria Analítica
mais estreitas entre a Álgebra e a Geometria. (coordenadas, abscissas, ordenadas, etc.) foi
O trabalho contém uma teoria para equações introduzida por Leibniz, que e inspirou na
algébricas associadas a curvas planas – por terminologia adotada pelos gregos em seus
exemplo, equações de segundo grau cálculos geométricos. As bases da Geometria
associadas a parábolas. Analítica estão, portanto, contidas nos
trabalhos desses três grandes matemáticos -
Alguns anos mais tarde, um outro Descartes, Fermat e Leibniz - e foram
matemático francês, Pierre Fermat, publicou posteriormente adotadas por Euler ao
um trabalho onde também relacionou formalizar o conceito de função.
equações a retas, às curvas que chamamos
cônicas e a outras curvas até então pouco
conhecidas. Tem-se registros de que as idéias NOÇÕES BÁSICAS
iniciais de Fermat sobre a Geometria Analítica
são, na verdade, anteriores ao trabalho de Consideremos dois eixos x e y
Descartes, mas esses registros só foram perpendiculares em O, os quais
encontrados e publicados em 1769, após a sua determinam um plano .
morte.
Dado um ponto P qualquer tal que P 
A Geometria Analítica, trata, portanto, , conduzamos por eles retas x’ e y’ tais que:
desde a sua origem, das relações entre as x' // x e y’ // y.
equações algébricas e os objetos geométricos,
buscando Denominemos P1 a intersecção de x
a simplificação técnica dos problemas com y’ e P2 a intersecção de y com x’.
geométricos e a interpretação geométrica dos
resultados obtidos nos cálculos algébricos. Os
cálculos e a descrição dos objetos geométricos
ficam mais simples com os recursos algébricos
da teoria das matrizes associados aos
processos de resolução de equações.

As técnicas da Geometria Analítica


desempenham um papel fundamental ainda
hoje, por exemplo, no desenvolvimento da
Computação Gráfica. As telas dos nossos
computadores são modelos da estrutura do
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Nestas condições, definimos: Entre o conjunto de pontos do plano e
a) abscissa de P é o número real o conjunto de pares ordenados (x, y), existe
xp = OP1. uma correspondência biunívoca, ou seja, para
cada ponto do plano existe um único par
b) ordenada de P é o número real ordenado e para cada par ordenado existe um
yp = OP2. único ponto no plano.

c) coordenadas de P são os números reais xp A principal consequência desta


e yp geralmente indicados na forma de um par propriedade é o fato de:
ordenado (xp, yp) onde xp é o primeiro termo.
 “dar um ponto” significa dar um par
d) o eixo das abscissas é o eixo Ox . ordenado (xp, yp);
 “pedir um ponto” significa pedir um par
e) o eixo das ordenadas é o eixo Oy. de coordenadas (xp, yp);
 Todo ponto P procurado representa
f) sistema de eixos cartesianos ortogonais (ou duas incógnitas: xp e yp.
sistema ortonormal ou sistema retangular) é o
sistema xOy. Notemos que os pares ordenados
A1(3, 5) e A2(5, 3) são diferentes visto que a
g) a origem do sistema é o ponto O. ordem em que os termos são apresentados
difere dois pares ordenados. Na figura abaixo
h) plano cartesiano é o plano . você pode ver a representação destes dois
pontos no plano.

Ex.: Vamos localizar no plano cartesiano os


pontos A(2, 0); B(0, 3), C(2, 5),
5 9
D(-3, 4), E(-7, -3), F(4, -5), G( , ),
2 2
5 9
H(  ,  );
2 2

De forma geral, se a  b então


(a, b)  (b, a).

POSIÇÃO DE UM PONTO EM
RELAÇÃO AO SISTEMA

Os eixos x e y dividem o plano


cartesiano em quatro regiões chamadas
QUADRANTES que recebem os nomes
indicados na figura:

MATEMÁTICA III 3 GEOM. ANALÍTICA – PONTO E RETA


Os pontos do tipo (a, -a) formam um
conjunto de pontos chamado de bissetriz dos
quadrantes pares. Observe a figura:

Sendo P um ponto qualquer do plano


cartesiano temos que:
P  I Quad .  xp  0 e yp  0
P  II Quad.  xp  0 e yp  0
P  III Quad.  xp  0 e yp  0 Assim, temos que P  b24  xp  yp
P  IV Quad.  xp  0 e yp  0
Existem ainda os pontos que estão Se uma reta é paralela ao eixo das
sobre os eixos, assim: abscissas, então todos os seus pontos
possuem a mesma ordenada.
 P pertence ao eixo das abscissas se a
ordenada é nula: Se uma reta é paralela ao eixo das
P  Ox  y p  0 ordenadas, então todos os seus pontos
possuem a mesma abscissa.
 P pertence ao eixo das ordenadas se a
abscissa é nula: Também valem as recíprocas das duas
propriedades acima.
P  Oy  x p  0
Destas propriedades temos que os pontos
que estão no eixo vertical são do tipo (0, a) e 01) Dados os pontos A5 ; 5  , B 6;  6  ,
os pontos do eixo horizontal são do tipo (a, 0). C2,5 ;  2,5  , D 9,1; 9,1 , E0 ; 0  , F7 ,2 ; 0  ,
O pontos do tipo (a, a) formam um G0 ;  5  ,H 3; 0  , I0; 2  , 
J;  3 , 
conjunto de pontos chamado de bissetriz dos
quadrantes ímpares. Observe a figura: 
K 2 ;  2 e L ; 9 18 
2 4 
 , pergunta-se: quais

pontos são pertencentes:


a) ao primeiro quadrante?

b) ao segundo quadrante?

Assim, temos que P  b13  x p  y p

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c) ao terceiro quadrante? 02) Localize no plano cartesiano, os 12 pontos
dados na questão anterior:

d) ao quarto quadrante?

e) ao eixo das abscissas?

DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS

Dados os pontos A(x1; y1) e


B(x2; y2), calculemos a distância d entre eles:

1º caso: AB é horizontal:
f) ao eixo das ordenadas?

d AB  x2  x1

g) à bissetriz dos quadrantes ímpares?

2º caso: AB é vertical:

h) à bissetriz dos quadrantes pares? dAB  y 2  y1

MATEMÁTICA III 5 GEOM. ANALÍTICA – PONTO E RETA


3º caso: AB é oblíqua: dAB  x 2  x1 2  y 2  y1 2
dAB   3  3 2  6   2 2
dAB  x 2  x1 2  y 2  y1 2 dAB   6 2  8 2
dAB  36  64
dAB  100
Demonstração: dAB  10
O triângulo ABC é retângulo em C, Observação: Convém destacar que a ordem
assim, pelo teorema de Pitágoras temos que: dos termos nas diferenças das abscissas ou
das ordenadas não influi no cálculo de d já que
2 2
dAB  dAC  dBC
2 inverteria apenas o sinal das diferenças e,
quando elevado ao quadrado, esse sinal é
desconsiderado.
Como Ax1 , y1  , Bx 2 , y 2  e Cx2 , y1  ,
então:

2 2 2
dAB  x 2  x1  y 2  y1

dAB  x 2  x1 2  y 2  y1 2

Observação: a notação de módulo em x 2  x1


e y 2  y1 foi desconsiderada pois, ao elevar
ao quadrado o resultado é positivo ou nulo.

Ex.(1): Calcule a distância entre os pontos A(-


3, 6) e B(3, -2).

Ex. (2): A distância entre os pontos


A(a – 1, 1) e B(-1, 2) é 3. Determine a.

dAB  x 2  x1 2  y 2  y1 2
3 a  1   12  1  2 2
9  a2  1
a2  8
a 8
a  2 2

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e) P3,  3  e Q 3, 3 

03) Calcule a distância entre os pontos dados:


a) A 3 , 7  e B1, 4 

f) C 4, 0  e D0, 3 

b) E3,  1 e F3 , 5 

c) H 2,  5  e O0 , 0  g) K1, 3  e L 1, 4 

04) Qual a distância do ponto (10, -24) à



d) M0,  2  e N 5 ,  2  origem?

MATEMÁTICA III 7 GEOM. ANALÍTICA – PONTO E RETA

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