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INSTITUTO FEDERAL DE

EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA
SUL-RIO-GRANDENSE
IFSUL - CÂMPUS PELOTAS

CÁLCULO II - NOVO

ODAIR ANTONIO NOSKOSKI


Capítulo 1

Estudo da Reta e do Plano

Nesta disciplina, estudaremos uma parte inicial de geometria analítica e posteriormente


o cálculo aplicado a funções reais de várias variáveis. Na parte inicial, estudaremos a
reta no IR2 e no IR3 e o plano no IR3.

A.1 Estudo do Ponto


A.1.1 Eixo
Uma reta pode ser percorrida em dois sentidos. Orientar uma reta é escolher um
dos dois sentidos, conforme a figura abaixo.

Toda reta orientada é um eixo: (e)

A.1.2 Segmento Orientado


Um segmento de reta de extremos pertencentes a um eixo é chamado de segmento
orientado, determinado por dois pontos, em que o primeiro é a origem e o segundo a
extremidade.
(e)
A ordem que aparece os pontos define o sentido do segmento.
A B
(e)
Assim, o par (A,B) define o segmento orientado AB . Já o segmento BA definido pelo
par (B,A) define o segmento orientado oposto.
O sentido positivo de um segmento orientado é o mesmo do eixo que o contém.

Dados dois segmentos orientados AB e CD , dizemos que são segmentos coincidentes,


se e somente se, A=C e B=D e escrevemos AB = CD ou (A,B)=(C,D).

A.1.3 Segmento nulo


Segmento nulo é o segmento cuja extremidade coincide com a origem.

1
A.1.4 Módulo
Dado um segmento orientado AB e definindo um segmento unitário com tamanho u,
dizemos que um número real m é o módulo do segmento AB , se esse valor é a razão
entre o segmento AB e o segmento unitário.
A B
(e)
u
A.1.5 Direção
Dados dois segmentos orientados PQ e MN , não nulos, dizemos que eles têm a mesma
direção, quando as retas PQ e MN, suportes dos respectivos segmentos, são paralelas ou
coincidentes.

A.2 O ponto no IR 2
A.2.1 Coordenadas cartesianas
Dados dois eixos OX e OY, perpendiculares em 0(zero). Eles determinam um plano
(π ) . Consideremos um ponto P∈ (π ) e tracemos por ele a reta x’ paralela ao eixo OX e
y’ paralela ao eixo OY.
Os pontos P1 e P2 são, respectivamente, as intersecções de y’ com o eixo OX e de x’
com o eixo OY.
y‘
0 e o P1 determinam o segmento orientado
P2 P 0P1 cuja medida algébrica é a abscissa do
x‘ ponto P.
0P1 = P2 P = x P
0 e o P2 determinam o segmento orientado
0P2 cuja medida algébrica é a ordenada do
ponto P.
0 P1
0P2 = P1P = y P
Os valores de xP e yP constituem um par ordenado ou coordenadas que determinam a
posição do ponto P no plano (π ) . O plano (π ) é denominado plano cartesiano e os
eixos OX e OY são os eixos cartesiano, sendo o eixo OX das abscissas e o eixo OY o
eixo das ordenas. XOY indica o sistema de eixos coordenados ortogonais. O ponto 0 é a
origem do sistema.

2
A.2.2 Quadrantes
Os eixos coordenados, ao se
interceptarem, formam quatro ângulos de
90º, dividindo o plano em quatro regiões (-,+) (+,+)
denominadas de quadrantes, conforme
figura ao lado. Como a intersecção define a II quadrante I quadrante
origem do plano (0,0), cada quadrante
possui uma combinação de sinal distinta. No III quadrante IV quadrante
primeiro quadrante temos a abscissa e a
ordenada positiva, no segundo quadrante, a (-,-) (+,-)
abscissa negativa e a ordenada positiva, no
terceiro quadrante, a abscissa e a ordenada
negativa e no quarto quadrante, temos a abscissa positiva e a ordenada negativa.
Podemos perceber facilmente que existe uma correspondência biunívoca entre os pontos
de um plano cartesiano e pares ordenados (xP,yP) de números reais, ou seja, para cada
par ordenado (xP,yP) existe um único ponto P do plano cartesiano correspondente e vice-
versa.
Exemplo
Temos seis exemplos no plano cartesiano abaixo.

1) O ponto A se encontra no primeiro quadrante com coordenadas A(6,4).


2) O ponto B se encontra no segundo quadrante com coordenadas B(-4,2).
3) O ponto C se encontra no terceiro quadrante com coordenadas C(-2,-3).
4) O ponto D se encontra no quarto quadrante com coordenadas D(5,-2).
5) Já o ponto E pertence ao eixo OX com coordenadas E(3,0).
6) Já o ponto F pertence ao eixo OU com coordenadas F(0,-4).
Note que sempre que um ponto pertence a um dos eixos a coordenada relativa ao outro
eixo é nula, ou seja, se o ponto pertence ao eixo OX a ordenada yP=0.

3
A.2.3 Distância entre dois pontos
Dados os pontos A(xA,yA) e B(xB,yB), a distância d entre esses dois ponto é
d= (x B − x A )2 + ( y B − y A )2
Exemplos
1) Determine a distância entre os pontos A(1,2) e B(3,5).
3 1 5 2 √4 9 √13
2) Calcule o perímetro do triângulo com os vértices em A(2,3), B(-2,1) e C(2,-3).

C
2 2 1 3 √16 4 √20
2 2 3 3 √0 81 9
2 2 3 1 √16 16 √32
B í √20 9 √32 !
A

A.2.4 Ponto médio


Dado um segmento orientado AB , se C é um ponto médio desse segmento, então suas
coordenadas são determinadas pelas médias das coordenadas dos pontos A e B, ou seja,
"# $"% &# $&%
e
Exemplo
1) Determine as coordenadas do ponto médio do segmento orientado definido pelos
pontos A(1,2) e B(3,5).
)$* + $- .
'( 2 ,( 3,5
Ponto médio 0 2; 3,5 .

A.2.5 Coordenadas polares


Considerando uma semi-reta OX orientada de um plano. Esta semi-reta de
origem O (pólo), denominado eixo polar, define o sistema polar. Chamamos de
coordenadas polares de um ponto A, em relação ao sistema polar dado, aos números
ρ = d OA (distância de A até O) e ω = m( xÔA) (medida do ângulo que o segmento AO
faz com o eixo polar, ou o eixo OX). A notação em coordenadas polares é A (ρ, ω) , em
que a primeira coordenada ρ é o raio polar e a segunda coordenada ω é o ângulo
polar.
O ângulo polar ω tem uma infinidade de valores possíveis (ω ± 2 kπ ) , em que
k ∈ Ζ/ e é contado positivamente no sentido anti-horário. O valor do raio polar ρ (raio
vetor) é positivo se estiver no mesmo sentido do terminal do ângulo ω e negativo caso
contrário.

4
Um ponto P num plano, em um sistema polar fica bem determinado pela intersecção de
uma circunferência de centro em O e raio ρ interseccionado com o semi-eixo traçado
por O e determinado pelo ângulo ω , conforme o exemplo a seguir.
Exemplo
 2π  2π
Seja o ponto em coordenadas polares P − 5,  ,
 3  3
sua representação se encontra na figura ao lado, em
2π O
que ρ = −5 e ω = .
3
Usando a menor determinação para ω , podemos
representar de 4 formas diferentes o mesmo ponto P. P

 5π   − π  2π   − 4π 
P 5,  P 5,  P − 5,  P − 5, 
 3  3   3   3 

 Relação entre coordenadas polares e cartesianas


Dado um ponto P representado ao mesmo tempo no
Y
sistema cartesiano e no sistema polar. No sistema P
cartesiano o ponto P tem as coordenadas
representadas por x e y e no sistema polar por ρ e ω, ρ
ou seja, P(x,y) e P(ρ,ω), respectivamente. y
ω
A partir do triangulo retângulo OPP1 podemos tirar
as relações: O x P1 X
2 34 56 e 7 35 86
Do mesmo triângulo retângulo, podemos determinar as relações inversas:
7 7
986 ⇒ 6 9 4 98
2 2
3 2 7 ⇒3 < 2 7
Exemplos
 7π 
1) Encontre as coordenadas cartesianas do ponto P − 4, 
 6 
√3
2 34 56 ⇒ 2 4= > 2√3
2
1
7 35 86 ⇒ 7 4? @ 2
2
CD
A ? B, @ → A G√H, G
E

5
2) Encontre P (ρ , ω ) , supondo 3<0 e 0 ≤ ω < 2π para P (2,2)
3 2 2 √4 4 √8
2 I
6 9 4 98 9 4 981
2 4
Note que o ponto P se encontra no primeiro quadrante s sendo negativo o raio, a medida
J -J
de 6 deve ser I (faça a representação gráfica para verificar).
+ +
LD
A G, G → A ? √K, @
B
A.3 O ponto no IR 3
A.3.1 Coordenadas cartesianas
Tracemos por um ponto fixo O(origem) três eixos perpendiculares entre si conforme
figura abaixo. Z
OX  eixo das abscissas
C
OY  eixo das ordenadas
OZ  eixo das cotas P
O B
Os três eixos determinam dois a dois três planos:
XOY, XOZ e YOZ. Y
A
Dado um ponto P, suas projeções em relação aos
eixos coordenados determinam os pontos A, B e C, X
respectivamente aos eixos OX, OY e OZ.
OA=x (abscissa)
OB=y (ordenada)
OC=z (cota)

A.3.2 Octantes
Vimos que no plano cartesiano os eixos coordenados dividem a região em quatro
quadrantes. Como os pontos no espaço são ternas ordenadas e cada eixo possui dois
sinais (positivo e negativo), temos oito possíveis combinações de sinais para cada terna
ordenada. As oito combinações de sinais situam-se, cada uma, numa região do espaço,
denominada de octante.
N O primeiro octante é aquele que possui todas as
coordenadas positivas (veja a figura), depois, em
sentido anti-horário, dá-se continuação à contagem
dos octantes.
Caso um ponto pertença a um dos eixos
M
7 coordenados, será representado por uma terna
ordenada com duas componentes nulas. O ponto
possuirá as três componentes nulas se, e somente
2
se, esse ponto for a origem. Caso o ponto pertença
a um dos planos coordenados, será representado
por uma terna com uma componente nula.

6
Exemplo
Indique em qual octante ou eixo coordenado, cada um dos pontos dados está situado:
Pontos: O 2, 4,8 , P 2, 4,8 , 0 2,4,8 , Q 2, 4, 8 , R 2,4, 8 , S 2,4,8 ,
T 2,0,0 , U 0, 4,0 , V 0,0,8 , W 0, 4,8 , X 2,0,8 e Y 2, 4,0 .
Ponto O: quarto octante
Ponto P: terceiro octante
Ponto 0: primeiro octante
Ponto Q: oitavo octante
Ponto R: sexto octante
Ponto S: segundo octante
Ponto T: eixo “ox”
Ponto U: eixo “oy”
Ponto V: eixo “oz”
Ponto W: plano “yoz”
Ponto X: plano “xoz”
Ponto Y: plano “xoy”

A.3.4 Distância entre dois pontos


Dados os pontos O 2 , 7 , N e B 2 , 7 , N , a distância d entre esses dois ponto é
2
d= (x B − x A ) + ( y B − y A ) + (z B − z A )2
2

Exemplos
1) Determine a distância entre os pontos A(-1,2,3) e B(3,-3,4).
3 1 3 2 4 3 √16 25 1 √42

2) Calcule o perímetro do triângulo com os vértices em A(-1,2,3), B(0,-2,1) e C(2,2,-3).

C
0 1 2 2 1 3 √21
2 1 2 2 3 3 √45
2 0 2 2 3 1 √36 6
B í √21 √45 6 !
A

7
A.3.5 Ponto médio
Dado um segmento orientado AB , se C é um ponto médio desse segmento, então suas
coordenadas são determinadas pelas médias das coordenadas dos pontos A e B, ou seja,
"# $"% &# $&%
2 7
e
N N
N
2
Exemplo
1) Determine as coordenadas do ponto médio do segmento orientado definido pelos
pontos A(3,1,-3) e B(3,7,5).
*$* \ .$) ^ -`*
[( 3 ]( 4 _( 1
Ponto médio 0 3,4,1 .

A.3.6 Exercícios

1. Indique a quais quadrantes pertencem os seguintes pontos:


O 2,4 , P 1,2 , 0 0,3 , Q 3, 5 , R 1,0 , S 7, 2 e T 0, 1 .
2. Esboce, graficamente, os pontos do exercício anterior.
3. Calcule a distância, dos pontos dados no exercício 1, à origem.
4. Considere Y 2, 1 e O 3,4 . Se Y for o ponto médio do segmento OP, quais
as coordenadas de P?
5. Calcule o perímetro dos polígonos abaixo
a) b)

6. Complete a tabela abaixo utilizando coordenadas polares ou retangulares.


Ponto Coordenada Coordenada
retangular polar
A (1,0)
B (2,π/2)
C (-3,0)
D (3,3π/2)
E (1,1)
F (22,3π/4)

8
7. Determine o sinal das coordenadas para que o ponto b 2, 7, N pertença aos
octantes, eixos ou planos indicados.
Quinto octante:
Sétimo octante:
Plano “xoz”:
Eixo “oy”:
8. Considere o paralelepípedo abaixo e calcule as distâncias indicadas:

z
c d

A dc
3
D B d c

d
O 4 y
c
2
C
x

9. Calcule o ponto médio do segmento OP, sendo O 2,4, 1 e P 5,2,1 .


10. Se Y 8,4,1 é o ponto médio do segmento OP com P 5,3,3 , quais as
coordenadas de O?

C. A RETA NO ℝH
Nesta unidade estudaremos como definir uma reta no espaço, com um conjunto de
elementos pré-determinados. Estudaremos também, as posições relativas entre retas e
seus pontos de intersecção. Mais adiante, veremos que algumas retas são definidas
como subespaços vetoriais do ℝH , mas para isso é necessário que saibamos equacioná-
las e representá-las, geometricamente, no espaço tridimensional.

C.1 Equações da reta no espaço


Que elementos são necessários para definirmos uma reta? Basta um ponto? Basta um
vetor?
Pense num ponto. Por esse ponto que você pensou, podemos traçar infinitas retas que se
interceptam nesse ponto. Pense num vetor. Com a direção do vetor que você pensou,
podemos ter infinitas retas que serão paralelas. Agora se tomarmos um ponto e um
vetor, aí sim poderemos definir uma reta.
Uma reta fica bem definida se conhecermos sua direção e um ponto que pertença a ela.

9
Considere uma reta f que terá a direção de um vetor g⃗ 9, i, 4 e que conterá o ponto
O 2j , 7j , Nj . Ao vetor g⃗ que indica a direção da reta, daremos o nome de vetor diretor
da reta f. Veja as figuras.

N N
P
A A

g⃗ 7 g⃗ 7

2 Figura C.1
2 Figura C.2

Na figura C.1 temos uma reta que passa pelo ponto O e tem a direção do vetor g⃗.
Se considerarmos, sobre a reta f, um ponto qualquer b 2, 7, N , o vetor Ob kkkkk⃗ que
representa o segmento orientado Ob, será paralelo ao vetor g⃗. (ver figura C.2)
Pela condição de paralelismo de dois vetores, podemos escrever:
kkkkk⃗
Ob g⃗ com ∈ ℝ.
Fazendo as devidas substituições, temos:
b−O= g⃗ ou ainda,
(2, 7, N) − (2j , 7j , Nj ) = (9, i, 4), isolando o ponto b temos a equação vetorial da
reta f.
(2, 7, N) = (2j , 7j , Nj ) + (9, i, 4)
Exemplo
A equação vetorial da reta que passa pelo b(3, −2,1) e possui a direção do vetor g⃗ =
(−2, −1,2) é:
(2, 7, N) = (3, −2,1) + (−2, −1,2)

reta f.
Se fizermos variar no conjunto dos números reais, obteremos todos os pontos sobre a

= 2, por exemplo, então teremos o b(−1, −4,5),


(2, 7, N) = (3, −2,1) + 2(−2, −1,2) = (−1, −4,5).
Se ponto já que

Se tomarmos a equação vetorial da reta e realizarmos todas as operações indicadas,


teremos:
(2, 7, N) = (2j , 7j , Nj ) + (9, i, 4)
(2, 7, N) = (2j , 7j , Nj ) + ( 9, i, 4)
(2, 7, N) = (2j + 9, 7j + i, Nj + 4)
2 = 2j + 9
m7 = 7j + i
N = Nj + 4
A esse conjunto de equações, damos o nome de Equações

paramétricas da reta f.

10
Exemplo
As equações paramétricas da reta que passa pelo b(3, −2,1) e possui a direção do vetor
g⃗ = (−2, −1,2) são:
2 =3−2
m7 = −2 −
N = 1+2
Agora vamos supor que o vetor diretor g⃗ = (9, i, 4) possua todas as suas componentes
não nulas.

2 − 2r
Se isolarmos nas equações paramétricas, teremos:

⎧2 = 2j + 9 → =
9
⎪ 7 − 7r
7 = 7j + i → =
⎨ i
⎪N = N + N − Nr
⎩ 4 → =
j
4

2 − 2r 7 − 7r N − Nr
Como o valor de é o mesmo para as três equações, podemos dizer que:

= =
9 i 4
Essas equações são chamadas de Equações simétricas da reta f.

Exemplo
As equações simétricas da reta que passa pelo b(3, −2,1) e possui a direção do vetor
g⃗ = (−2, −1,2) são:
2−3 7+2 N−1
= =
−2 −1 2

isolarmos uma variável em função da outra, obtendo duas equações, 7 em função de 2 e


Se, das equações simétricas, trabalharmos as igualdades, uma de cada vez, de modo a

N em função de 2 por exemplo, teremos, por fim, as Equações reduzidas da reta f.

2 − 2r 7 − 7r
Vamos trabalhar com a seguinte equação:

=
9 i
Vamos isolar a variável 7
i i
7= 2 − 2r + 7r
9 9
Note que as únicas variáveis da equação são 2 e 7.

e u− t 2r + 7r v por 8, teremos:
s s
Se substituirmos t por
7= 2+8
Assim, deixamos 7 em função de 2. Agora façamos o mesmo para deixarmos N em
função de 2:
4 4
N = 2 − 2r + Nr
9 9

11
Note que as únicas variáveis da equação são 2 e N.

e u− t 2r + Nr v por x, teremos:
w w
Se substituirmos t por
N = 2+x
O sistema formado por essas duas equações é chamado de equações reduzidas em [. Se
isolarmos as variáveis em função de 7 ou de N, teremos as equações reduzidas em ] ou
as equações reduzidas em _.
7 = 2+8
y
N = 2+x
Exemplo
As equações reduzidas em 2 da reta que passa pelo b(3, −2,1) e possui a direção do
vetor g⃗ = (−2, −1,2) são:

equações para isolarmos 7 e N.


Considerando as equações simétricas do exemplo anterior, podemos trabalhar as

2−3 7+2 N−1


= =
−2 −1 2
1 7
m 7 = 22 −2
N = −12 + 4
Note que nas equações paramétricas, o vetor diretor da reta fica bem explícito nos
coeficientes de . Nas equações simétricas, as componentes do vetor diretor estão nos

a variável independente, e teremos g⃗ = (1, , ), g⃗ = ( , 1, ) ou g⃗ = ( , , 1)


denominadores e nas equações reduzidas você pode identificar o vetor diretor, isolando

conforme as equações forem reduzidas em 2, 7 ou N. (Verifique)


C.2 Retas paralelas aos planos coordenados
Se as componentes do vetor diretor possuírem uma ou duas coordenadas nulas, teremos
os casos especiais em que as retas serão paralelas aos planos e aos eixos coordenados.
Consideremos, primeiro, que uma das componentes do vetor diretor é nula.
k⃗ = ({, |, })
C.2.1 z N
Nesse caso, as equações da reta ficam:
(2, 7, N) = (2j , 7j , Nj ) + (0, i, 4)
2 = 2j
m 7 = 7j + i g⃗ 7
N = Nj + 4
7 − 7r N − Nr
= , 2 = 2r
i 4
7 = N+8 2
y 2=2
Figura C.3
r

Essa reta é paralela ao plano "7 N" já que a variável 2 é uma constante, variando apenas
7 e N.

12
k⃗ = (•, {, })
C.2.2 z N
Nesse caso, as equações da reta ficam:
(2, 7, N) = (2j , 7j , Nj ) + (9, 0, 4)
2 = 2j + 9 g⃗
m 7 = 7j 7
N = Nj + 4
2 − 2r N − Nr
= , 7 = 7r
9 4
2
N = 2+8
Figura C.4

y 7=7
r

Essa reta é paralela ao plano "2 N" já que a variável 7 é uma constante, variando apenas
2 e N.

k⃗ = (•, |, {)
C.2.3 z
Nesse caso, as equações da reta ficam: N
(2, 7, N) = (2j , 7j , Nj ) + (9, i, 0)
2 = 2j + 9
m7 = 7j + i
N = Nj
7
2 − 2r 7 − 7r
= , N = Nr
9 i g⃗
7 = 2+8
y N=N
r 2
Figura C.5

Essa reta é paralela ao plano "2 7" já que a variável N


é uma constante, variando apenas 2 e 7.

Exemplos
1) Verifique que a reta f é paralela ao plano "2 7".
7 = 22 − 1
f: y
N=1
Se a reta é paralela ao plano "2 7", então seu vetor diretor deve formar um ângulo de
90º com o eixo " N", já que qualquer vetor do plano "2 7" é perpendicular ao eixo " N".
O vetor diretor de f é • = (1,2,0) e como vetor diretor do eixo " N" podemos
considerar o vetor ‚k⃗ = (0,0,1). Fazendo o produto escalar entre g⃗ e ‚
k⃗ obtemos zero
como resultado, o que garante a ortogonalidade entre esses vetores, ou seja, a reta f é
paralela ao plano "2 7".

2) Determine as equações paramétricas da reta •, paralela ao plano "2 N" e que passa
pelo ponto O(1,4, −2). Sabe-se ainda que a reta • é perpendicular ao vetor ! k⃗ =
(−1,2,3).

13
Se a reta é paralela ao plano "2 N", então seu vetor diretor deve ser ortogonal ao vetor
diretor do eixo " 7" já que o plano "2 N" é perpendicular ao eixo " 7". Como a reta
ainda é perpendicular a outro vetor, seu vetor diretor também deverá ser ortogonal a
esse vetor.
Vimos na unidade anterior, que o produto vetorial entre ! k⃗ e g⃗ nos garante um vetor
simultaneamente ortogonal a ! k⃗ e a g⃗. Nesse caso, o vetor diretor da reta • é um vetor
simultaneamente ortogonal ao vetor ƒ⃗ = (0,1,0) (já que esse vetor pertence ao eixo
" 7") e ao vetor !
k⃗ = (−1,2,3).
Fazendo o produto vetorial entre !
k⃗ e ƒ⃗, temos:

⃗ı ⃗ȷ kk⃗
k⃗ × g⃗ = …−1 2 3… = −k
! k⃗ − 3ı⃗ = (−3,0, −1)
0 1 0
2 = 1−3
Assim, as equações paramétricas de • são: •: m 7 = 4
N = −2 −

C.3 Retas paralelas aos eixos coordenados


C.3.1 f ∥ Š[
Se uma reta é paralela ao eixo " 2", então seu vetor diretor é paralelo ao vetor
‹⃗ = (1,0,0).
Suas equações são: N
(2, 7, N) = (2j , 7j , Nj ) + (9, 0,0)
2 = 2j + 9
m 7 = 7j
N = Nj 7

7 = 7r g⃗
ou

yN = N = ‹⃗
2
r Figura C.6

C.3.2 f ∥ Š]
Se uma reta é paralela ao eixo " 7", então seu vetor diretor é paralelo ao vetor
ƒ⃗ = (0,1,0).
Suas equações são: N

(2, 7, N) = (2j , 7j , Nj ) + (0, i, 0)


2 = 2j
m7 = 7j + i
N = Nj
g⃗ 7
2 = 2r = ƒ⃗
ou

yN = N
r
2
Figura C.7

14
C.3.3 f ∥ Š_
Se uma reta é paralela ao eixo " N", então seu vetor diretor é paralelo ao vetor
k⃗ = (0,0,1).

Suas equações são: N
(2, 7, N) = (2j , 7j , Nj ) + (0,0, 4)
2 = 2j
m 7 = 7j
N = Nj + 4 g⃗
=‚ k⃗
7
2 = 2r
ou

y7 = 7
r
2
Figura C.8

1) Determine as equações da reta f paralela ao eixo


Exemplos

" N" e que passa pelo ponto O(3,1,2).

Sabemos que apenas os valores de N irão variar e que 2 e 7 são fixos em 3 e 1


2=3
respectivamente. Assim, : Œ
7=1
2) Determine as equações da reta •, paralela ao eixo " 2" e que passa pela origem.

7=0
Nesse caso, temos o próprio eixo " 2" que possui equação y
N=0
.

Se conhecermos apenas dois pontos, O e P ,distintos da reta f, fica fácil encontrar seu
C.4 Reta definida por dois pontos

kkkkk⃗ ou g⃗ = PO
vetor diretor, basta fazermos g⃗ = OP kkkkk⃗ ou ainda g⃗ = OP
kkkkk⃗ com ∈ ℝ∗

Determine as equações simétricas da reta que passa pelos pontos O(5,2, −2) e P(0,8,3).
Exemplo

Tomaremos como vetor diretor, o vetor OP kkkkk⃗ = (−5,6,5).


Usando o ponto O nas equações, obtemos:
2−5 7−2 N+2
= =
−5 6 5

Queremos saber se os pontos O(2) , 7) , N) ), P(2 , 7 , N ) e 0(2* , 7* , N* ) são colineares,


C.5 Condição para três pontos sejam colineares

Considere que os três pontos estejam sobre a mesma reta f.


ou seja, se estão sobre a mesma reta.

A B C

Nesse caso, Figura podemos


C.9
kkkkk⃗ e O0
colineares: OP kkkkk⃗ , por exemplo.
formar dois vetores

Como são vetores colineares, vale a relação: OP kkkkk⃗ = O0


kkkkk⃗ com ∈ ℝ.
Dessa forma: (2 − 2) , 7 − 7) , N − N) ) = (2* − 2) , 7* − 7) , N* − N) )
2 − 2) 7 − 7) N − N)
Com as devidas operações, temos a condição de colinearidade entre três pontos:
= = =
2* − 2) 7* − 7) N* − N)

15
C.6 Ângulo entre duas retas
Calcular o ângulo entre duas retas é muito simples, basta calcular o ângulo entre seus
vetores diretores, levando em consideração que nos interessamos sempre pelo menor
ângulo, motivo pelo qual, consideramos o módulo do produto escalar.
4 5Ž = |•k⃗||‘k⃗|
|•
k⃗.‘
k⃗|

Ž 0 ≤ Ž ≤ 90°

Figura C.7 Condição de paralelismo entre duas retas


C.10 Se duas retas são paralelas, então seus vetores
diretores também o são. Vimos, na unidade anterior, a condição de paralelismo entre
vetores. Agora vamos aplicar essa condição nos vetores diretores das duas retas.
Se ∥ 5 então 4 ∥ g⃗” : t• = s• = w•
t s w
g⃗˜ – – –

g⃗” 5

Verifique que as retas f e • são paralelas:


Exemplo
Figura
2 =2−2
2 = 47 + 1
C.11
:— 7 = 5 − 5: Œ
)
N = −47 − 3
N = −3 + 2
Tomando os vetores diretores de f e • e aplicando a condição, temos:
g⃗˜ = (−2, − 1⁄2 , 2), g⃗” = (4,1, −4) e + = ) = `+
` `)⁄

Como a condição foi satisfeita, as retas são paralelas.

C.8 Condição de ortogonalidade entre duas retas

ângulo entre seus vetores diretores for de 90°.


Duas retas são ortogonais ou perpendiculares se o

g⃗˜ ângulo entre seus vetores diretores for de 90°.


As retas são perpendiculares quando se interceptam e o

g⃗” 5
ângulo entre seus vetores diretores for de 90°.
As retas são ortogonais quando não se interceptam e o

Figura C.9 Condição de coplanaridade entre duas retas


C.12 Dizemos que duas retas são coplanares se estão no
mesmo plano. Como saber se duas retas estão num mesmo plano?
Se duas retas estiverem no mesmo plano, então seus vetores diretores e um terceiro
vetor com origem numa das retas e extremidade na
g⃗˜
š
kk⃗
outra, serão coplanares.

g⃗” 5
Vimos na unidade anterior que três vetores são

Se f e • são coplanares então: (g⃗˜ , g⃗” , š


kk⃗) = 0
coplanares se o produto misto desses vetores for nulo.

Figura
C.13 C.10 Posições relativas entre duas retas
Duas retas podem ser coplanares (contidas no mesmo plano) ou reversas (em planos
diferentes).

16
C.10.1 Retas coplanares
Neste caso, temos três situações possíveis:

temos ∩ 5 = bœ .
a) As retas são concorrentes: são retas que se interceptam num único ponto e

b) As retas são paralelas: não há intersecção e temos ∩ 5 = ∅.

∩ 5 = ž8Ÿž8ž 5 8 5.
c) As retas são coincidentes: as retas possuem todos os pontos em comum e temos

a) b) c)
=5
5 5
Em

Figura
C.14
qualquer um dos casos acima, temos retas coplanares o que nos garante a condição de
coplanaridade entre duas retas.
Se a condição de coplanaridade for satisfeita e ainda, se os vetores diretores forem
colineares, teremos um caso de paralelismo ou de coincidência. Se for um caso de
coincidência, teremos pontos em comum o que é fácil de verificar, bastando para isso
tomar um ponto de uma das retas e ver se pertence também à outra. Caso isso não
aconteça, sabemos que o caso é de paralelismo.
Se ainda, sabendo que as retas são coplanares, os vetores diretores não forem colineares,
teremos um caso de concorrência.

C.10.2 Retas não coplanares

As retas não coplanares são denominadas de


5 reversas. São retas que não possuem pontos de
intersecção e por pertencerem a planos distintos, o
produto misto da condição de coplanaridade não é
nulo.

Figura C.15 Se (g⃗˜ , g⃗” , š


kk⃗) ≠ 0 então f e • são reversas

Para estudar a posição relativa entre duas retas, você

Tome um ponto de cada reta, gerando o vetor š kk⃗ que possui origem numa das
pode seguir os seguintes passos:
i.
retas e extremidade na outra e juntamente com os vetores diretores, calcule o
produto misto.
ii. Se o resultado do produto misto for nulo, as retas poderão ser concorrentes,
paralelas ou coincidentes.
iii. Analise as direções dos vetores diretores. Se forem colineares, as retas serão
paralelas ou coincidentes.
iv. Se forem coincidentes, qualquer ponto que pertença a uma reta, pertencerá
também à outra. Se não forem coincidentes, serão paralelas.
v. Se o resultado do produto misto for não nulo, as retas serão reversas.

17
Veja o esquema abaixo:

(g⃗˜ , g⃗” , š
kk⃗) = 0 ou (g⃗˜ , g⃗” , š
kk⃗) ≠ 0

Retas reversas

∩5 = Retas

g⃗˜ ∥ g⃗”
infinitos pontos coincidente

∩5 =∅ Retas
paralelas

g⃗˜ g⃗” Retas


s concorrent

Verifique a posição relativa entre as retas f e •.


Exemplo

2 = −2N + 1
a) : = = 5: Œ
¡`) ¢$* £
* `) 7 = −3N + 4
2=2
b) : m7 = 1 + 5: - = ` = `
¡$ ¢`) £$*

N=2

a) g⃗˜ = (2,3, −1) e g⃗” = (−2, −3,1)


Solução:

São vetores colineares o que significa que as retas ou são paralelas ou são coincidentes.
Neste caso nem é preciso calcular o produto misto pois sabemos que se duas linhas de

Vamos agora escolher um ponto da reta f e verificar se esse ponto também pertence à
um determinante são proporcionais, o resultado é nulo.

reta •.
b˜ (1, −3,0)
Atribuindo N = 0 e substituindo na reta •, temos 2 = 1 e 7 = 4 (o que dá o ponto
b” (1,4,0)). Logo, o ponto b˜ (1, −3,0) ∉ • e concluímos que as retas são paralelas.
b) g⃗˜ = (2,1,0) e g⃗” = (5, −2, −2)

Como os vetores diretores não são colineares, vamos definir o vetor š kk⃗ e calcular o
produto misto (g⃗˜ , g⃗” , š
kk⃗).
š
kk⃗ = b kkkkkkk⃗
˜ b” = (−2,1, −3) − (0,1,2) = (−2,0, −5)
2 1 0
(g⃗˜ , g⃗” , š
kk⃗) = ¥ 5 −2 −2¥ = 20 + 4 + 25 = 49 ≠ 0
−2 0 −5
18
Logo, as retas são reversas.
C.11 Intersecção entre duas retas
Quando a posição relativa é um caso de concorrência, sabemos que existe um único
ponto de intersecção entre as retas e, na maioria dos casos, o que nos interessa é calcular
o ponto de intersecção entre essas retas.

2, 7 e N coincidem.
O ponto de intersecção é um ponto em comum entre as retas, nesse ponto os valores de

Desejamos encontrar o ponto de intersecção entre as retas f e • nos seguintes casos:


Não existe uma única maneira de calcular esse ponto, vamos ver alguns casos.

2 =1+
7 =2+1
a) : y 5: m 7 = 2 +
N = 22 − 3
N =3+6
na primeira equação da reta • e substituir na segunda e na terceira
equação, assim teremos a reta • nas equações reduzidas.
Vamos isolar

= 2 − 1 → 7 = 2 + (2 − 1) → 7 = 2 + 1
= 2 − 1 → 7 = 3 + 6(2 − 1) → N = 62 − 3
Igualando a variável N da reta • com a variável N da reta f, temos:
62 − 3 = 22 − 3 → 42 = 0 → 2 = 0
Atribuindo o valor de 2 = 0 para determinar 7 e N, temos 7 = 1 e N = −3
Logo, o ponto de intersecção entre f e • é (0,1, −3).
2 = 37 + 2
b) : Π5: \ = =
¡$) ¢$) £
N = −7 − 1

Nesse caso, podemos substituir o N da reta f, no N da reta • e calcular a proporção:


7 + 1 −7 − 1
= → 27 + 2 = −27 − 2 → 47 = −4 → 7 = −1
2 2
Agora, substituímos o 7 da interseção na reta f e calculamos 2 e N.
2 = 3(−1) + 2 → 2 = −1
N = −(−1) − 1 → N = 0
Logo, o ponto de intersecção entre f e • é (−1, −1,0).

C.12 Reta ortogonal a duas retas

g⃗§ g⃗˜

5 g⃗”
¦
Para que
uma reta
seja Figura C.16

ortogonal a duas outras retas f e • não colineares, basta que seu vetor diretor seja
ortogonal, simultaneamente, aos vetores de f e de •.
Vimos, na unidade anterior, que o produto vetorial entre dois vetores !
k⃗ e g⃗, gera um
vetor š
kk⃗, simultaneamente ortogonal a !
k⃗ e a g⃗.
Sendo assim, podemos tomar para g⃗§ qualquer múltiplo de g⃗˜ × g⃗” .

19
Queremos equacionar uma reta ¦ que seja ortogonal às retas f e • dadas e que passe
Exemplo

pelo ponto b(−3,0,2).


2 =1+
7 =2+1
:y 5: m 7 = 2 +
N = 22 − 3
N =3+6
‹⃗ ƒ⃗ ‚ k⃗
g⃗§ = g⃗˜ × g⃗” = …1 1 2… = 6‹⃗ + 2ƒ⃗ + ‚ k⃗ − ‚
k⃗ − 2‹⃗ − 6ƒ⃗ = (4, −4,0)
1 1 6
Logo, a reta ¦ terá como vetor diretor o vetor g⃗§ = (4, −4,0) e, como passa no pelo
ponto b(−3,0,2), terá suas equações dadas por:
2 = −3 + 4
: m 7 = −4 − 9 9 é ž495
N=2
2+3 7
= , N = 2 − 5ž é ž495
4 −4
7 = −2 − 3
:y − !Nž 95 "2"
N=2
(2, 7, N) = (−3,0,2) + (4, −4,0) − g ž9©

1) Verifique a posição da reta r: (que contém o ponto P(-1,2,5) e vetor diretor g⃗ =


C.13 Exercícios

(2,1, −3) em relação à reta s:


− x + 3 2y − 8 z +1
= = . Em caso de concorrência,
2 4 4
determine o ponto de intersecção. Represente graficamente uma das retas.
2) Verifique a posição da reta r: (que contém o ponto P(0,1,3) e vetor diretor g⃗ =
7 =2+2
(1,0,1) em relação à reta 5: y
N = 22 − 1
. Em caso de concorrência, determine o
ponto de intersecção. Represente graficamente uma das retas.
3) Sejam os pontos A(1,2,-1), B(-1,0,-1) e C(2,1,2), vértices de um triângulo.
Determine as equações das retas que contém os lados desse triângulo.
4) Dados os pontos médios Y) (2,1,3), Y (5,3, −1) e Y* (3, −4,0) dos lados de um
triângulo OP0, determine as equações paramétricas do lado deste triângulo, cujo
ponto médio é Y) .

e a reta 5: (2, 7, N) = (4,0,2) +


x + 3 y − z + 5 = 0
5) Determine o ângulo entre a reta r : 

(2 , , −3 ).
 x − y + 3z − 3 = 0

6) Dados os vetores !
k⃗ = (1,5,2) e g⃗ = (4,1,1), escreva as equações paramétricas da
reta que contém a diagonal maior do paralelogramo definido por ! k⃗ e g⃗.
7) Analise a posição relativa entre as retas dadas. No caso de retas concorrentes,
indique o ponto de intersecção entre elas:
2 = 3+ 2−2 N−1 7+3
:m 7 = 2 − 5: = =
1 2 2
N =1+4

20
 x = 3 − 2t
 z−2
8) Determine m para que as retas r :  y = 2t e s: x = , y = 0 sejam
z = 4 + mt m + 1

ortogonais.
9) Determine a equação paramétrica da reta que passa pelo ponto A(2, 3, -1) e que é
simultaneamente perpendicular às retas
 y = 2x + 3 y −3 z
r:  e s: = ;x = 2
 z = − x − 1 3
2 = 27 + 5
10) Determine os ângulos que a reta : Œ
N = −37 + 1
forma com os eixos cartesianos.

11) Interprete, geometricamente, as classificações de um sistema composto por três


equações lineares a três incógnitas: Possível (determinado ou indeterminado) e
Impossível.
2 = −3 +
12) Verifique a posição relativa entre as retas : m 7 = − e 5: = ` ,N = 0
¡$ ¢`)

N=4
13) Determine as equações reduzidas em “z”, da reta que passa pelo ponto b(3, −7,8) e
é paralela ao plano "2 7".
14) Determine as equações reduzidas em “x”, da reta que passa pelo ponto b(0, −3, −1)
e é paralela ao plano "2 N".
15) Determine as equações reduzidas em “y”, da reta que passa pelo ponto b(2,0,4) e é
paralela ao plano "7 N".
16) Determine as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto b(6,1,0) e é
paralela ao eixo " 2".
17) Determine as equações simétricas da reta que passa pelo ponto b(1,2,3) e é paralela
ao eixo " 7".
18) Determine a equação vetorial da reta que passa pelo ponto b(4,0,0) e é paralela ao
eixo " N".
19) Determine as equações reduzidas da reta que passa pelos pontos O(3,2, −7) e
P(−2,3,0).
20) Verifique se os pontos dados são colineares:
a) O(1,4,2), P(3, −3,8) e 0(2, −7,6)
b) O(5,0,1), P(1,7, −2) e 0(3, −1,4)

C.13.1 Respostas
1) Reversas

2 = 1−2 2 =1+ 2 = −1 + 3
2) Reversas

3) m7 = 2 − 2 , m 7 =2− , m 7=
N = −1 N = −1 + 3 N = −1 + 3
21
2 = 2−2
4) m7 = 1 − 7
N =3+
5) 4 5Ž =
\
√^+
2 = 2j + 5
6) m7 = 7j + 6
N = Nj + 3
7) 0 84 8 58 8 b(4,1,5)
= −2 ! = 1
2 = 2+5 2 =6+
8)

9) m 7 = 3 − 3 16) m 7=1
N = −1 − N=0
10) 4 5Ž¡ = , 4 5Ž¢ = 2=1
√)+ 17) m7 = 2 +
, 4 5Ž£ = N=3
) *

18) (2, 7, N) = (4,0,0) + (0,0,1)


√)+ √)+

2 =N−5 2 = −57 + 13
12) Paralelas
13) Œ 19) Œ
7 = N − 15 7 = 77 − 21
7 = −2 − 3
14) Pode ser y
20) Não, não.
N = −1
2 =2+
15) m 7 = 0
N=4

D. O PLANO

Assim como a reta é um subconjunto do ℝH , o plano também é. Pertencem à reta,


infinitos pontos. Pertence ao plano, infinitas retas, ou seja, infinitos pontos. Como a reta
é um conjunto de pontos e a relação entre conjuntos é a de inclusão, dizemos que uma
reta está contida ou não no plano ou que um plano contém ou não contém uma reta.
Veremos, mais adiante, que os planos que passam na origem são espaços vetoriais
euclidianos, e por serem espaços vetoriais, seus elementos são denominados de vetores.
Estudaremos, nesta unidade, como definir um plano, como equacionar um plano, suas
posições relativas, ângulos entre dois planos, entre retas e planos, planos paralelos aos
eixos e planos coordenados, e algumas outras definições que são de grande importância
para o entendimento das próximas unidades.

D.1 Equação geral do plano


Que elementos são necessários para definirmos um plano? Basta uma reta? Bastam dois
pontos?
Analise: Se tomarmos uma reta, podemos ter infinitos planos que a contém, basta
imaginar um plano girando em torno de uma reta como se ela fosse um eixo, a cada

22
grau, teremos um plano diferente. Se tomarmos dois pontos, teremos a mesma situação
já que dois pontos distintos geram uma reta.
Agora vamos juntar uma reta com um ponto: se essa reta não estiver contida no plano e
o ponto sim, poderemos equacionar o plano. Melhor ainda se essa reta for perpendicular
ao plano. Assim definiremos um vetor, o vetor diretor da reta, ortogonal ao plano
(também chamado de vetor normal ao plano) e um ponto do plano. Dessa forma,
teremos um único plano que terá um vetor normal definido e um ponto que pertence ao
plano.
Analise a figura D.1. Se tomarmos um ponto b(2, 7, N) qualquer, do plano, distinto de
8k⃗ = (9, i, 4) O(2r , 7r , Nr ), e formarmos o vetor Ob kkkkk⃗ ,
poderemos afirmar que Ob kkkkk⃗ é ortogonal a 8k⃗ já
que 8k⃗ é ortogonal ao plano, o que garante que
A também será ortogonal a qualquer vetor do
plano ou a vetores paralelos ao plano.
Figura D.1

8k⃗ = (9, i, 4)
kkkkk⃗ = 0
ortogonais: 8k⃗ ∙ Ob
Podemos então escrever a condição para vetores

A P Desenvolvendo o produto escalar acima temos:


kkkkk⃗ = 0
8k⃗ ∙ Ob
(9, i, 4). (2 − 2r , 7 − 7r , N − Nr ) = 0
Figura D.2

9(2 − 2r ) + i(7 − 7r ) + 4(N − Nr ) = 0


92 − 92r + i7 − i7r + 4N − NNr = 0
92 + i7 + 4N + (−92r − i7r − NNr ) = 0
Como os coeficientes de g⃗ são conhecidos e as coordenadas de O também são, podemos
substituir os termos (−92r − i7r − NNr ) por « e assim, a equação geral do plano fica:
92 + i7 + 4N + = 0

Exemplo
A equação do plano I que contém o ponto O(2,1, −1) e possui vetor normal
8k⃗ = (5, −3,2) é:
Substituindo o vetor e o ponto na equação geral do plano, temos:
92 + i7 + 4N + =0
52 − 37 + 2N + =0

do ponto O em 2, 7 e N da equação:
Para calcularmos o valor de , na equação do plano, podemos substituir as coordenadas

5(2) − 3(1) + 2(−1) + = 0 → 10 − 3 − 2 + =0 → = −5

plano I.
Voltando à equação do plano e substituindo o valor de , temos a equação geral do

52 − 37 + 2N − 5 = 0
D.2 Determinação de um plano
23
Vimos que para definir um plano, precisamos conhecer um ponto que pertença a ele e
um vetor normal ao plano.
Outros elementos podem gerar o ponto e o vetor, são eles:
 Três pontos distintos coplanares e não colineares
Com três pontos distintos, podemos formar dois vetores !
k⃗ e g⃗ distintos e com esses dois

!
k⃗ e a g⃗, conseqüentemente, ortogonal ao plano, logo: 8k⃗ = ! k⃗ × g⃗. Como precisamos
vetores, calculando o produto vetorial, geramos um vetor simultaneamente ortogonal a

conhecer um ponto e nesse caso conhecemos três pontos, basta escolhermos um deles
para substituirmos na equação do plano.

!
k⃗ × g⃗ Exemplo

O(2,1,4), P(0,3,1)
Qual a equação do plano que contém os

!
k⃗ 0(−1,0, −2)?
pontos e
g⃗
Fazendo ! kkkkk⃗ = (−2,2, −3) e g⃗ =
k⃗ = OP
kkkkk⃗ = (−3, −1, −6), temos 8k⃗ = !
O0 k⃗ ×
g⃗ = (−15, −3,8) (verifique)
Figura

Escolhendo o ponto O para substituir na equação, teremos:


D.3

I: − 152 − 37 + 8N + = 0
I: − 15(2) − 3(1) + 8(4) + = 0 → −30 − 3 + 32 + = 0 → = 1
Logo, I: − 152 − 37 + 8N + 1 = 0
Se tivéssemos formado outros vetores ou escolhido um dos outros dois pontos para
substituir na equação, encontraríamos o mesmo plano. Pode acontecer de as equações
serem múltiplas, bastando simplificá-las para verificar que geram o mesmo plano.
Verifique escolhendo outro ponto.
 Duas retas concorrentes contidas no plano

No caso de duas retas e 5 concorrentes, tomamos os seus vetores diretores para


calcular o produto vetorial que irá gerar o vetor normal. Para encontrarmos um ponto do
plano, basta tomarmos um ponto de uma das retas.
!
k⃗˜ × g⃗”
Exemplo

7 =2+1 7 = 22 − 1
Qual a equação do plano que contém as
retas : y e 5: y
!
k⃗˜ N = −2 + 2 N=2
g⃗” 5

Figura Tomando os vetores diretores das retas e


calculando o produto vetorial temos:
!
k⃗˜ = (1,1, −1) e g⃗” = (1,2,1) → 8k⃗ = !
k⃗˜ × g⃗” = (3, −2,1)
D.4

para substituir na equação, b˜ (0,1,2), teremos:


I: 32 − 27 + N + = 0
Escolhendo um ponto da reta

I: 3(0) − 2(1) + (2) + = 0 → −2 + 2 + = 0 → = 0


Logo, I: 32 − 27 + N = 0

 Duas retas paralelas contidas no plano

24
Neste caso, devemos escolher um vetor diretor e formar outro vetor com um ponto de
cada reta, assim o vetor normal será o resultado do produto vetorial entre o vetor diretor
escolhido e o segundo vetor formado por um ponto de cada reta.

8k⃗
kkkkk⃗
= g⃗˜ × OP
Exemplo

7 =2+1
Qual a equação geral do plano que
O g⃗˜ contém as retas : y
N = −2 + 2
e
P s 5:
¡$)
=
¢`*
=
£`*
`
?
Figura Como as retas são paralelas, vamos
D.5
kkkkk⃗ . Sendo O um ponto da reta , fazemos 2 = 0 temos O(0,1,2) e
determinar o vetor OP
escolher um ponto de cada reta para

sendo P um ponto da reta 5, temos P(−1,3,3). Assim temos o vetor OP kkkkk⃗ = (−1,2,1) e
kkkkk⃗ e o vetor diretor da reta , por exemplo, temos:
calculando o produto vetorial entre OP
kkkkk⃗ = (1,1, −1) × (−1,2,1) = (3,0,3)
8k⃗ = g⃗˜ × OP
para substituir na equação, b˜ (0,1,2), teremos:
I: 32 + 07 + 3N + = 0
Escolhendo um ponto da reta

I: 3(0) + 0(1) + 3(2) + = 0 → 6 + = 0 → = −6


Logo, I: 32 + 3N − 6 = 0
OBS.: Quaisquer outros elementos que possam determinar um plano, cairão num desses
casos descritos acima. Analise os elementos dados e sempre extraia um vetor normal ao
plano e um ponto pertencente a ele.

D.2.1 Plano que passa pela origem


Se o plano passa pela origem, significa que ele contém o ponto M(0,0,0), nesse caso
sua equação será do tipo:
I: 92 + i7 + 4N = 0
Basta substituir a origem na equação para verificar que o valor de se anula.

D.3 Intersecção de plano com os eixos coordenados


Da intersecção de um plano com um eixo coordenado, temos um ponto. Este ponto está
sobre o eixo coordenado, o que significa que as coordenadas referentes aos outros dois
eixos, são nulas.
Exemplo:
Dado o plano I: 42 + 27 + 6N − 2 = 0, queremos determinar as intersecções com os
eixos coordenados.
O ponto de intersecção com o eixo “ 2”, possui ordenada e quota nulas. Neste caso,
fazemos 7 = N = 0, obtendo assim 2 = 2. Logo, o ponto de intersecção com o eixo
“ 2” é O(2,0,0).

25
O ponto de intersecção com o eixo “ 7”, possui abscissa e quota nulas. Neste caso,
fazemos 2 = N = 0, obtendo assim 7 = 1. Logo, o ponto de intersecção com o eixo
“ 7” é P(0,1,0).
O ponto de intersecção com o eixo “ N”, possui abscissa e ordenada nulas. Neste caso,
fazemos 2 = 7 = 0, obtendo assim N = 3. Logo, o ponto de intersecção com o eixo
“ N” é 0(0,0,3).

D.3.1Esboço gráfico de um plano


Para esboçar o gráfico de um plano que não passa pela origem, basta marcar os pontos
de intersecção com os eixos coordenados e ligá-los, formando um triângulo que
representará o plano equacionado.
Exemplo
Esboce graficamente o plano definido pela equação I: 42 + 27 + 6N − 2 = 0.
Já vimos que se um ponto pertence a um dos eixos
coordenados, o valor das outras duas coordenadas é nulo.
Fazendo 2 = 7 = 0 obteremos N = 3, ou seja, o plano
intercepta o eixo " N" no ponto (0,0,3).
Fazendo 2 = N = 0 obteremos 7 = 1, ou seja, o plano
intercepta o eixo " 7" no ponto (0,1,0).
Fazendo 7 = N = 0 obteremos 2 = 2, ou seja, o plano
intercepta o eixo "02" no ponto (2,0,0).
Agora marcamos esses pontos nos eixos e ligamos,
formando um triângulo.

D.4 Planos paralelos aos eixos e aos planos coordenados


D.4.1 Planos paralelos aos eixos coordenados
a) Plano paralelo ao eixo "Š[":
Se um plano é paralelo ao eixo " 2", seu vetor normal será do tipo 8k⃗ = (0, i, 4), já que
qualquer vetor desse tipo é ortogonal ao eixo " 2".

Exemplo

Um plano de equação I: 37 − 6N + 3 = 0 é paralelo ao


eixo " 2". Este plano possui vetor normal 8k⃗ = (0,1, −2) e
intercepta os eixos " 7" e " N" nos pontos −1 e 2
respectivamente.

26
b) Plano paralelo ao eixo "Š]":
Se um plano é paralelo ao eixo " 7", seu vetor normal será do tipo 8k⃗ = (9, 0, 4), já que
qualquer vetor desse tipo é ortogonal ao eixo " 7".

Exemplo

Um plano de equação I: 32 − 6N + 3 = 0 é paralelo ao eixo


" 7". Este plano possui vetor normal 8k⃗ = (1,0, −2) e
intercepta os eixos " 2" e " N" nos pontos −1 e 2
respectivamente.

c) Plano paralelo ao eixo "Š_":


Se um plano é paralelo ao eixo " N", seu vetor normal será do tipo 8k⃗ = (9, i, 0), já que
qualquer vetor desse tipo é ortogonal ao eixo " N".

Exemplo

Um plano de equação I: 32 − 67 + 3 = 0 é paralelo ao eixo


" N". Este plano possui vetor normal 8k⃗ = (1, −2,0) e
intercepta os eixos " 2" e " 7" nos pontos −1 e 2
respectivamente.

D.4.2 Planos paralelos aos planos coordenados

a) Plano paralelo ao plano "[Š]":


Se um plano é paralelo ao plano "2 7", seu vetor
N normal será do tipo 8k⃗ = (0,0, 4), já que qualquer
8k⃗ = (0,0, 4)
vetor desse tipo é ortogonal ao plano"2 7" e paralelo
ao eixo " N".

7 Exemplo
Um plano de equação I: 4N − 2 = 0 é paralelo ao
plano "2 7". Este plano possui vetor normal 8k⃗ =
Figura (0,0,1) e intercepta o eixo " N" no ponto 2.

2
D.10

27
b) Plano paralelo ao plano "[Š_":
Se um plano é paralelo ao plano "2 N", seu vetor
N normal será do tipo 8k⃗ = (0, i, 0), já que qualquer
vetor desse tipo é ortogonal ao plano"2 N" e
paralelo ao eixo " 7".
8k⃗
= (0, i, 0)
7
Exemplo
Um plano de equação I: 47 − 2 = 0 é paralelo ao
plano "2 N". Este plano possui vetor normal 8k⃗ =
(0,1,0) e intercepta o eixo " 7" no ponto 2.
2
Figura
D.11

c) Plano paralelo ao plano "]Š_":


Se um plano é paralelo ao plano "7 N", seu vetor
N
normal será do tipo 8k⃗ = (9, 0,0), já que qualquer vetor
desse tipo é ortogonal ao plano"7 N" e paralelo ao eixo
" 2".

8k⃗ 7
= (0,0, 4)
Exemplo
Um plano de equação I: 4N − 2 = 0 é paralelo ao plano
"2 7". Este plano possui vetor normal 8k⃗ = (0,0,1) e
intercepta o eixo " N" no ponto 2.
Figura

2
D.12

D.5 Equações paramétricas do plano


Assim como as equações paramétricas da reta, as equações paramétricas do plano são
assim chamadas por possuírem parâmetros reais em suas equações.
Vimos na unidade B que podemos decompor vetores no plano e no espaço, como
combinação linear de vetores dados. Pois bem, se conhecermos dois vetores não
colineares de um plano, poderemos conhecer todos os outros que serão combinações
lineares desses dois vetores conhecidos.

O(2r , 7r , Nr ) e dois vetores ! k⃗ =


Se conhecermos um ponto

!
k⃗ (9) , i) , N) ) e g⃗ = (9 , i , N ) não
O ℎ!
k⃗+tg⃗ b colineares, paralelos ao plano I,
poderemos escrever o vetor Ob kkkkk⃗ (com
g⃗
b(2, 7, N) um ponto qualquer do

vetores ! k⃗ e g⃗ da seguinte forma:


plano) como combinação linear dos

kkkkk⃗ = ℎ!
Figura
Ob k⃗ + g⃗

2 = 2r + ℎ9) + 9
Desenvolvendo a equação acima, teremos as equações paramétricas do plano;

I: m 7 = 7r + ℎi) + i 4 ℎ∈ℝ
N = Nr + ℎ4) + 4

28
Exemplo
As equações paramétricas do plano paralelo aos vetores !
k⃗ = (−2,2,3) e g⃗ = (0,1,4) e
que contém o ponto O(3,5,0) são:
2 = 3 − 2ℎ
I: m7 = 5 + 2ℎ + 4 ℎ∈ℝ
N = 3ℎ + 4
Se quisermos conhecer pontos do plano, basta atribuir valores para e ℎ.

D.6 Ângulo entre a reta e o plano


Para calcularmos o ângulo Ž entre uma reta e um plano, basta calcular o ângulo - entre
8k⃗ de 90°, já que Ž e - são ângulos
a reta e o vetor normal do plano e descontar

-
complementares.
(g⃗˜ . 8k⃗)
Ž 4 5- =
|g⃗˜ ||8k⃗|

Figura Ž = 90° − -

Exemplo:
2 = 27 − 3
Calcule o ângulo Ž entre a reta : y e o plano I: 2 − 7 + 2N + 1 = 0.
N=4
Primeiramente calculamos o ângulo - entre o vetor diretor da reta e o vetor normal do
plano:
(2,1,0). (1, −1,2) 1
4 5- = → 4 5- = → - ≅ 79,5°
|(2,1,0)||(1, −1,2)| √30
Ž = 90° − 79,5° → Ž = 10,5°

D.7 Condição de paralelismo e ortogonalidade entre dois planos


D.7.1 Condição de paralelismo entre dois planos
Se dois planos são paralelos, seus vetores normais
8k⃗) também o são. Logo, a condição de paralelismo
entre dois planos é a condição de paralelismo
8k⃗ I)
entre vetores.

I) ∥ I ⇒ 8k⃗) ∥ 8k⃗ ⇒ t¯ = s¯ = w¯
t s w
Figura
° ° °

29
D.7.2 Condição de ortogonalidade entre dois planos
Se dois planos são ortogonais, seus vetores normais também o são. Logo, a condição de
ortogonalidade entre dois planos é a condição de ortogonalidade entre vetores.

8k⃗)
I) ⊥ I ⇒ 8k⃗) ⊥ 8k⃗ ⇒ (8k⃗) . 8k⃗ ) = 0
8k⃗
I) I

Figura

D.7 Condição de paralelismo entre uma reta e um plano


Se uma reta é paralela a um plano, seu vetor diretor será ortogonal ao vetor normal do
plano.
∥ I ⇒ 8k⃗ ⊥ g⃗˜ ⇒ (8k⃗ ∙ g⃗˜ ) = 0
8k⃗
g⃗˜

I
Figura

D.8 Condição para que uma reta esteja contida em um plano


Se uma reta está contida em um plano, todos os seus pontos pertencem ao plano, neste
caso, basta tomar dois pontos da reta e verificar se pertencem ao plano. Podemos
também verificar se o vetor diretor da reta é ortogonal ao vetor normal do plano e se um
ponto da reta pertence ao plano.
Exemplo:
Verifique se a reta dada pertence ao plano I: 2 − 7 + 2N + 1 = 0
2 =7−3
:y
N=1
a)

b) 5: = =
¡`) ¢ £$
* )
Solução:
a) Primeiramente vamos verificar se g⃗˜ é ortogonal a 8k⃗.
(1,1,0). (1, −1,2) = 0
Os vetores são ortogonais.

b˜ (−3,0,1)
Agora vamos tomar um ponto da reta e verificar se esse ponto pertence ao plano.

I: (−3) − (0) + 2(1) + 1 = 0


Sim, a reta f está contida no plano.

b) Primeiramente vamos verificar se g⃗” é ortogonal a 8k⃗.


(2,3,1). (1, −1,2) = 2 − 3 + 2 = 1 ≠ 0
Não, a reta • não está contida no plano.

30
D.9 Intersecção entre reta e plano

Se uma reta intercepta um plano, existe um ponto em comum entre a reta e o plano.
Uma maneira simples de verificar se existe essa intersecção, é escrever as equações
reduzidas da reta e substituir as variáveis dependentes na equação do plano. O resultado
encontrado nessa equação, será o valor de uma das
componentes do ponto de intersecção, se este existir.

Depois, substituímos esse valor nas outras equações da
I reta para calcular as outras componentes. Não haverá
intersecção no caso de paralelismo entre reta e plano.
Figura

Exemplo:
5: = =
¡`) ¢ £$
\ * *
Verifique se há intersecção entre a reta e o plano
I: 2 − 7 + 2N + 1 = 0.

2 = 27 + 1
Solução:
Primeiramente vamos escrever as equações reduzidas da reta 5: Œ
N =7−2
. Agora

(27 + 1) − 7 + 2(7 − 2) + 1 = 0
vamos substituir na equação do plano:

27 + 1 − 7 + 27 − 4 + 1 = 0
2
37 − 2 = 0 →7 =
3
Para calcular os valores das coordenadas 2 e N do ponto de intersecção, vamos substituir
o valor de 7 nas equações reduzidas da reta:
2 7
2 = 2 ? @ + 1 →2 =
3 3
2 4
N = − 2 →N = −
3 3
Logo, o ponto de intersecção entre a reta • e o plano é A² uH , H , H v.
C G `B

D.10 Intersecção entre dois planos


O resultado da intersecção entre dois planos, quando existe, é uma reta. A intersecção
entre três planos pode gerar uma reta ou um ponto. Os planos coordenados se
interceptam num ponto, a origem.

Para determinarmos a reta gerada da intersecção entre dois


I)
planos, resolvemos o sistema formado pelas equações dos dois
planos. Como o sistema é do tipo duas equações e três
I
incógnitas, teremos um sistema possível e indeterminado.

Figura

31
I) : 22 − 7 + N − 2 = 0 e
Exemplo:

I : 2 + 7 + N = 0.
Determine o resultado da intersecção entre os planos

Solução:

22 − 7 + N − 2 = 0
Montamos o sistema formado pelas duas equações.
Œ
2+7+N = 0

intersecção, por exemplo a variável 2.


Escolhemos uma das incógnitas para ser a variável independente das equações da reta

Somando as equações, deixamos N em função de 2.


3
32 + 2N − 2 = 0 →N = − 2 + 1
2
Substituindo N numa das duas equações, teremos 7 em função de 2. (vamos substituir na

3
segunda equação)
2 + 7 + ?− 2 + 1@ = 0
2
3 1 2
2 + 7 − 2 + 1 = 0 → 7 − 2 = −1 →7 = − 1
2 2 2
]=G−³
[

A reta intersecção dos planos possui equações reduzidas em [: m


_ = −G[ + ³
H

D.11 Distâncias
Quando calculamos distâncias, estamos sempre calculando a menor das distâncias. No
caso de ponto à reta, traçamos um segmento da reta ao ponto, porém esse segmento
deve ser perpendicular à reta, e calculamos seu módulo. No caso de distâncias entre
duas retas, esse cálculo só faz sentido se as retas forem paralelas ou reversas, já que
retas concorrentes possuem distância nula no ponto de intersecção e retas coincidentes
possuem distância nula em todos os pontos. No caso de distância de um ponto a um
plano, traçamos um segmento do plano ao ponto, sendo este segmento perpendicular ao
plano, e calculamos seu módulo. Por fim, para calcularmos a distância entre dois planos,
que só faz sentido se os planos forem paralelos, traçamos um segmento perpendicular
aos planos e calculamos seu módulo.

D.11.1 Distância de ponto à reta

b Tomamos um ponto b˜ da reta e determinamos o vetor kkkkkk⃗bb˜ e


com g⃗˜ , o vetor diretor da reta, calculamos a distância de um
ponto à reta da seguinte forma:

µg⃗˜ × bbkkkkk⃗˜ µ
=
Figura
´˜
|g⃗˜ |

2 = 27 + 1
Exemplo:
A distância do ponto b(−1,2,3) à reta : Œ
N =7−2
é:
|(2,1,1) × (2, −2, −5)|
´˜ =
|(2,1,1)|
63

´˜
2

32
D.11.2 Distância entre duas retas

a) Retas paralelas

b˜ A distância entre duas retas paralelas, é a distância de um


ponto de uma das retas até a outra reta. Como o vetor
5 diretor das duas retas é o mesmo, temos:
kkkkk⃗˜ µ
µg⃗ × bb
=
|g⃗|
Figura
˜”

b) Retas reversas
Para calcular a distância entre retas reversas, precisamos
g⃗˜

determinar seus vetores diretores e um vetor que vai de uma
reta à outra.
kkkkkkk⃗
µ g⃗˜ , g⃗” , b ˜ b” µ
=
b” g⃗” 5
˜”
|g⃗˜ × g⃗” |

Figura

D.11.3 Distância de um ponto a um plano

b
Para calcularmos a distância de um ponto a um plano,

ao plano 8k⃗ = (9, i, 4) e conhecendo as coordenadas do


precisamos determinar as coordenadas do vetor normal

ponto b(2) , 7) , N) ), temos:


|92) + i7) + 4N) + |
I =
µ√9 + i + 4 µ
´J

Figura

D.11.4 Distância de plano a plano

b I)
basta escolher um ponto do plano I) e calcular a sua
Para calcular a distância de um plano a outro plano,

distância até o plano I , ou seja, o cálculo da distância


entre dois planos se resume no cálculo da distância de
I um ponto a um plano.
|9 2) + i 7) + 4 N) + |
J¯ J° = ´¯ J° =
· ¸9
Figura
+i +4 ·

OBS.1: Se quisermos calcular a distância de uma reta a um plano, basta escolher um


ponto da reta e calcular sua distância até o plano.

OBS.2: Só fazem sentido os cálculos de distâncias entre planos e entre reta e plano se
os planos forem paralelos e se a reta for paralela ao plano.

33
2 =7−1
Exemplos:
1) Calcule a distância entre as retas : Œ e 5: = =
¡ ¢$ £
N = −7 + 2 ` `

As retas dadas são paralelas pois, g⃗˜ = (1,1, −1) e g⃗” = (−2, −2,2), sendo
Solução:

kkkkk⃗
bb˜ = (0,1,1) − (0, −2,0) = (0,3,1)
assim:

|(1,1, −1) × (0,3,1)|


˜” =
|(1,1, −1)|
|(4, −1,3)| √26
˜” = = ≅ 2,9 !
|(1,1, −1)| √3

2=2
2) Calcule a distância entre as retas : m7 = 1 + 5: - = ` = `
¡$ ¢`) £$*

N=2
Solução:
Vimos, na unidade anterior, que essas retas são reversas. Logo:

kkkkkkk⃗
µ g⃗˜ , g⃗” , b ˜ b” µ
=
˜”
|g⃗˜ × g⃗” |
|49|
˜” = ≅ 4,9 !
√101

3) Calcule a distância do ponto b(0,2,1) ao plano I) : 22 − 7 + N − 2 = 0.

|92) + i7) + 4N) + |


Solução:

´J =
µ√9 + i + 4 µ
|2(0) − 1(2) + 1(1) − 2| 3
´J = = ≅ 1,2 !
µ√4 + 1 + 1µ √6

4) Calcule a distância entre os planos I) : 22 − 7 + N − 2 = 0 e I : 42 − 27 +


2N + 3 = 0

|9 2) + i 7) + 4 N) + |
Solução:

J¯ J° = ´¯ J° =
· ¸9 + i + 4 ·
Fazendo b) = (0,0,2) e sabendo que 8k⃗ = (4, −2,2), temos:

|4(0) − 2(0) + 2(2) + 3| 7


= = = ≅ 1,4 !
µ√16 + 4 + 4µ
J¯ J° ´¯ J°
√24

34
1) Determine os ângulos que a reta intersecção dos planos: 22 + 37 − 2N − 1 = 0 e
D.12 Exercícios

22 + 47 − 3N + 5 = 0 forma com os eixos cartesianos.


2) Assinale com V a(s) afirmativa(s) que forem verdadeiras e com F a(s) falsa(s)
afirmativa(s). No caso de uma falsa afirmativa, corrija-a.

ao plano que contém a reta 7 + N = 0 mas não é necessariamente paralela ao


a) Uma reta que possui um vetor diretor do tipo (0,0,c) é necessariamente paralela

plano que contém a reta 2 + N = 0.


b) Um plano pode ser gerado por uma reta e um ponto que pertença à mesma reta.

3) O ponto de intersecção da reta r (reta perpendicular ao plano de equação 2 + 7 −


c) Quaisquer dois vetores formam uma base para o plano.

N + 1 = 0 e que contém o ponto b˜ (2,6,1)) com a reta s (reta intersecção dos planos
22 − 7 + 3 = 0 2 + 7 − 3N = 0) é:

O(1, −1,2), P(0,3,3) 0(2,0,4) e que distam 10 unidades do ponto (3, −7,0).
4) Escreva as equações dos planos paralelos ao plano que contém os pontos

5) Determine os valores de 9, i, 4 e para que os planos I) : 292 − 7 + 4N + 2 = 0 e


I : 42 + i7 + 8N + = 0 sejam coincidentes.
x + 3 y − z + 5 = 0
6) Determine o ângulo entre a reta r :  e o plano π : x − 10 y + 8 z − 7 = 0
 x − y + 3z − 3 = 0
Construa os gráficos da reta e do plano, mostrando os pontos de intersecção do
plano com os eixos coordenados.
 2x + 3y + z = 0
7) Determine o ângulo entre a reta r :  e o plano π : x − y + z − 3 = 0 .
 x − 2 y + 3z + 1 = 0
Construa os gráficos da reta e do plano, mostrando os pontos de intersecção do
plano com os eixos coordenados.
x − 2 y + 2z − 4 = 0
8) Encontre a equação do plano determinado pelas retas r:  e
 x + 4 y + 8z + 8 = 0
 x + y + 5z − 5 = 0
s: 
 x + 8 y + 12 z − 12 = 0
se encontra no plano 2 − 27 − 3N − 8 = 0
x+3 z +7 − y +5
9) Mostrar que a reta = =

10) Escreva as equações paramétricas da intersecção dos planos: 22 + 7 − N = 0 e 2 +


4 2 1

7 + N = 1. Calcule a distância do ponto b(1,2,3) a cada um dos planos


11) Determinar as equações da reta que passa pelo ponto ¹(6,4, −2) e é paralela a cada
um dos planos 2 + 27 − 3N + 8 = 0 e 22 − 7 + N − 7 = 0
12) Calcule y para que a distância do ponto b(−4, 7, 5) ao plano I: 22 + 7 + 2N + 8 =
0 seja 4!4.
 x − 2y + z + 4 = 0
13) Determine o ângulo entre a reta r: e o plano
 x + 2 y + 3z − 4 = 0
π : 3x − 7 y + 8 z − 9 = 0 . Construa os gráficos da reta e do plano.
14) Determine os ângulos que a reta intersecção dos planos π1 : 2 x + 3 y − 2 z − 1 = 0 e
π 2 : 2 x + 4 y − 3z + 5 = 0 forma com os eixos cartesianos.
x −1 y − 3 z + 1
15) Ache a equação do plano determinado pelas retas r: = = e
2 4 −6

35
 x = 3+t

s:  y = −1 + 2t
 z = 4 − 3t

x −1 y + 2 z
16) Verifique se a reta = = é paralela ao plano π : 2 x + 2 y − 2 z − 4 = 0 .

17) Qual a distância do ponto b(0,2, −1) ao plano I: 2 − 27 − 3N − 8 = 0?


3 2 5

18) Qual a distância entre os planos I) : 22 + 7 − N = 0 e I: −42 − 27 + 2N − 5 = 0?


19) Qual a distância entre a reta (2, 7, N) = (3, −2,1) + (−2, −1,2) e o plano
I: 2 − 27 − 3 = 0
2 = −2N + 1
20) Qual a distância entre as retas : = = 5: Œ
¡`) ¢$* £
* `) 7 = −3N + 4
?

D.12.1 Respostas
1) 4 5Ž¡ = *, 4 5Ž¢ = 4 5Ž£ = *
)

2) F é necessariamente paralela; F o ponto não deve pertencer à mesma reta; F dois

3) b(1,5,2)
vetores não colineares.

4) 72 + 37 − 5N ± 10√83 = 0
5) 9 = 1; i = −2; 4 = 4 ! 8; = 4
6) 5 8Ž =
+
√ººj
7) 5 8Ž =
º
√-^-
8) −32 + 47 − 8N + 8 = 0
9) Mostre que o vetor normal e o vetor diretor são ortogonais e que um ponto da

2 =1−2
reta pertence ao plano.

10) m7 = −1 + 3 ) = √\ ; =
) -
√*
N = 1−
2 =6−
11) m 7 = 4 − 7
N = −2 − 5
12) 7 = −22 ! 7 = 2
13) 5 8Ž =
))
√ -\
14) 4 5Ž¡ = ; 4 5Ž¢ = ; 4 5Ž£ =
. ) *
√-º √-º √-º
15) 22 + 117 + 8N − 27 = 0
16) Sim
º
√)+
17)
-
√ +
18)
+
√-
19)

20) ¸
*-

Bibliografia

36
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• REIS, Genésio Lima e SILVA, Valdir Vilmar. Geometria analítica. 2ª edição – Rio
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• LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. Vol.2. 3.ed. São Paulo:


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• STEINBRUCH, Alfredo e WINTERLE, Paulo. Álgebra linear. 2ª edição – São


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• WINTERLE, Paulo. Vetores e Geometria Analítica. Pearson Makron Books

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Geometria Analítica. 1ª edição – São Paulo, SP , Livraria da Fisica Editora, 2010.

37

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