Análise Matemática II Rafaela Mateus

Revisão de alguns conceitos

1 Coordenadas Cartesianas

1.1 Definição

Sistema utilizado para determinar de forma única a posição de um ponto em um plano

ou no espaço, especificando suas distâncias a partir de duas ou três linhas
perpendiculares, conhecidas como eixos de coordenadas, que se intercetam em um
ponto chamado de origem.

1.2 2D e 3D

 Sistema de coordenadas cartesianas bidimensional, cada ponto é identificado

por um par de valores numéricos representando suas distâncias dos eixos
horizontal e vertical.
 Sistema de coordenadas cartesianas tridimensional, cada ponto é identificado
por uma tripla de valores numéricos representando suas distâncias dos três
eixos.
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2 Coordenadas Polares

2.1 Definição

Um sistema de coordenadas polares O ρθ no plano consiste de um ponto O,

denominado polo ou origem, e de uma semirreta OA, com origem em O, denominada
eixo polar.

Dado um ponto P do plano, suas coordenadas, neste sistema, são os valores ρ e θ,

onde ρ é a distância de P a O e θ é a medida do ângulo do eixo polar para a semirreta
OP. Escrevemos:

P = (ρ, θ )

Convenção: medida do angulo tomada de OA para OP no sentido anti-horrário é

positiva e negativa no sentido horário.

 Podemos usar a medida em radianos ou em graus para os ângulos. Por

exemplo, P = (2,30o) = (2,π/6).
 par (ρ,θ) determina, de maneira única, um ponto do plano. No entanto, um
ponto no plano pode ser determinado por meio de várias coordenadas polares
distintas, pois as medidas θ e θ + 2πk, onde k ∈ Z, estão associadas ao mesmo
ângulo e, portanto, (ρ,θ) e (ρ,θ + 2πk) representam o mesmo ponto do plano
o Assim, (ρ,θ) = (−ρ,θ + (2k + 1)π), quaisquer que sejam k ∈ Z e ρ ∈ R .
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2.2 Exemplo 1

No sistema de coordenadas polares Oρθ seguinte:

localize os seguintes pontos e determine outras coordenadas polares que os

representem:

a) P1 = (1,0o).
b) P2 = (4,−π/4).
c) P3 = (−1,0o).

Resolução:

a)

Podemos representar também P1 das seguintes maneiras: P1 = (−1,180o) = (1,360o k),

k ∈ Z.

b)
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Por exemplo, P2 = (−4,−π/4+π) = (4,−π/4+2πk), para k ∈ Z , são outras maneiras de

representar o ponto P2.

c)

Neste caso, como ρ = −1, temos que P3 = (1,0o+180o) = (1,180o) = (1,π) = (1,π + 2πk), k ∈
Z.
d)

Sendo ρ < 0, temos que P4 = (2,π/3 + π) = (2,4π/3 + 2πk), k ∈ Z .

2.3 Exemplo 2

Seja Oρθ um sistema de coordenadas polares no plano. Determine os pontos P = (ρ,θ)

do plano que satisfazem equação ρ = 3.

Resolução:
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Como na equação s gura a variável ρ, a outra, θ, Ø arbitrária. Isso significa que a

equação s estabelece condição sobre a distância do ponto ao eixo polar, não
importando a medida do ângulo.

Portanto, os pontos do plano que satisfazem equação são aqueles cuja distância ao
polo O Ø igual a 3. O conjunto solução, portanto, o círculo.

2.4 Exemplo 3

Seja Oρθ um sistema de coordenadas polares no plano. Determine o conjunto r dos

pontos P = (ρ,θ) do plano que satisfazem equação:

Resolução:

Novamente, como na equação só figura uma varável, a outra é arbitrária. Logo,

com ρ ∈ R .

ou seja, r é a reta que passa pelo polo O e tem inclinação em relação à

semirreta OA.
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3 Relação entre coordenadas polares e coordenadas cartesianas

3.1 Definição

Seja Oρθ um sistema de coordenadas polares no plano. Consideremos o sistema

cartesiano ortogonal OXY tal que o eixo polar seja o semieixo positivo OX e o eixo−OY
seja obtido rotacionando o eixo−OX de 90o no sentido anti-horário.

Seja P 6= O um ponto no plano com coordenadas ρ e θ no sistema Oρθ e coordenadas

x e y no sistema OXY . As relações entre estas coordenadas são dadas por:

x = ρ cosθ e y = ρ senθ

Das relações concluímos:

Convenção: Daqui em diante, sempre que fizermos referência a um sistema polar Oρθ
e a um sistema cartesiano OXY, no mesmo contexto, admitiremos que o semieixo OX
positivo é o eixo polar, caso este último não tenha sido definido explicitamente.

3.2 Exemplo 1

Determine as coordenadas cartesianas ou polares dos seguintes pontos:

a) P = (ρ,θ) = (2,π/2)
b) P = (x, y) = (1, 1)
c) P = (ρ,θ) = (−3,π/2)
d) P = (ρ, θ) = (− √ 2, 5π/4)
e) P = (x,y) = (4,5)
f) P = (x,y) = (0,−4).

Resolução:
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a) P = (ρ,θ) = (2,π/2)
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b) P = (x, y) = (1, 1)

c) P = (ρ,θ) = (−3,π/2)

d) P = (ρ, θ) = (− √ 2, 5π/4)
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e) P = (x,y) = (4,5)

f) P = (x,y) = (0,−4).

3.3 Exemplo 2

Determine as equações cartesianas das curvas abaixo dadas em coordenadas polares

e faça um esboço.

a) C : ρ = 2 .
b) C : θ = 3π/4
c) C : ρ cos(θ − π/3) = 2 .
d) C : ρ cos θ = 3
e) C : ρ = 2b sen θ , b > 0
f) C : ρ 2 − 4ρ cos θ + 2 = 0
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Resolução:

a) C : ρ = 2 .

b) C : θ = 3π/4
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c) C : ρ cos(θ − π/3) = 2 .

d) C : ρ cos θ = 3
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e) C : ρ = 2b sen θ , b > 0

f) C : ρ 2 − 4ρ cos θ + 2 = 0

3.4 Exemplo 3

Faça o esboço da região R = R1∪R2 do plano dada pelos seguintes sistemas de

desigualdades:

onde (ρ, θ) são as coordenadas polares de um ponto da região R.

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Resolução:
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3.5 Exemplo 4

Descreva a região esboçada abaixo por meio de um sistema de desigualdades da

forma:

Resolução:
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4 Coordenadas Cilíndricas

4.1 Definição

Um ponto em R 3 fica completamente definido a partir das suas designadas

coordenadas cil´ındricas. As coordenadas cil´ındricas s˜ao as coordenadas polares
adaptadas a um ponto de R 3.

Seja P = (x,y,z) um ponto do espaço, onde x, y, z são suas coordenadas em relação a

um sistema de eixos ortogonais OXYZ.

Seja P’ = (x,y,0) a projeção ortogonal do ponto P sobre o plano XY e sejam ρ e θ as

coordenadas polares de (x,y).

Dizemos então que (ρ,θ,z) são as coordenadas cilíndricas do ponto P.

O ρ também pode ser designaod por r.
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4.2 Relação entre coordenadas cilíndricas e coordenadas cartesianas

4.3 Exemplo 1

Determine as coordenadas cilíndricas dos pontos em coordenadas cartesianas.

a) P = (1, 1, 1).
b) P = (0, 1, 2).

Resolução:

a) P = (1, 1, 1).

b) P = (0, 1, 2).
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5 Coordenadas esféricas

5.1 Definição

As coordenadas esféricas são outra forma de definir um ponto R 3 . Neste caso se (r,
θ, ϕ), são as coordenadas esféricas de um ponto P de R 3 , então

i. r- distância de P `a origem dos eixos.

ii. θ- ângulo entre a semirecta com origem na origem dos eixos e que passa pela
projeção de P no plano xy e o semieixo positivo dos xx.
iii. ϕ- ângulo formado pelo vetor posição do ponto P e o semi eixo positivo 0z

5.2 Relação entre coordenadas esféricas e coordenadas cartesianas

5.3 Exemplo 1

Determine as coordenadas esféricas dos pontos em coordenadas cartesianas.

c) P = (1, 1, 1).
d) P = (0, 1, 2).
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Resolução:

a) P = (1, 1, 1).

b) P = (0, 1, 2).

6 Exemplos de coordenadas cartesianas, cilíndricas e esféricas

6.1 Exemplo 1

Determine as coordenadas cartesianas e esféricas dos pontos abaixo dados em

coordenadas cilíndricas.

a) P = (1, 0, 2).
b) P = (2, π/4, 3).

Resolução:

a) P = (1, 0, 2).
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b) P = (2, π/4, 3).

6.2 Exemplo 2

Determine as coordenadas cartesianas e as coordenadas cilíndricas dos pontos

abaixo dados em coordenadas esféricas.

a) P = (√ 10, π/4, π/3).

b) P = (2, π/6, π/4).

Resolução:

a) P = (√ 10, π/4, π/3).

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b) P = (2, π/6, π/4).

6.3 Exemplo 3

Determine a equação em coordenadas cartesianas e em coordenadas esféricas das

superfícies abaixo dadas em coordenadas cilíndricas

a) S: ρ = 2a cos θ, a > 0.
b) S: z = |ρ|.
c) S: z = ρ.
d) S: z = ρ2.

Resolução:

a) S: ρ = 2a cos θ, a > 0.
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b) S: z = |ρ|.

c) S: z = ρ.
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d) S: z = ρ2.

7 Cónicas

7.1 Definição

As cónicas são curvas em 2 que (a menos de rotação) podem ser definidas por
equações do segundo grau do tipo:

Ax2 + Cy2+ Dx + Ey + F = 0
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7.2 Elipse

Quando o discriminante -4AC é negativo, obtemos as chamadas elipses.

Geometricamente, podemos definir uma elipse como sendo o conjunto dos pontos do
plano tais que a soma das distâncias de cada um deles a dois pontos fixos (focos), é
igual a um comprimento constante, maior que a distância entre os focos.

7.3 Hipérbole

Quando o discriminante - 4AC é positivo, obtemos as chamadas hipérboles.

Geometricamente, podemos definir uma hipérbole como sendo o conjunto dos pontos
do plano tais que o módulo da diferença das distâncias de cada um deles a dois
pontos fixos do plano (focos), é igual a um comprimento constante, não nulo mas
menor que a distância entre os focos.
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7.4 Parábola

Quando o discriminante - 4AC é igual a zero, obtemos as chamadas parábolas.

Geometricamente, podemos definir uma parábola como sendo o conjunto dos pontos
do plano equidistantes dum ponto fixo (foco), e de uma reta que não passa pelo foco.