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Barrow, professor de Newton em Cambridge, descobriu que os dois problemas estão intimamente relacionados, percebendo que os
processos de diferenciação e integração são processos inversos. Entretanto, foram Newton e Leibniz, independentemente, que
exploraram essa conexão e desenvolveram o Cálculo.
Em particular, eles perceberam que o Teorema Fundamental permitia encontrar a área de uma figura plana de uma forma muito fácil,
sem a necessidade de se calcular a soma de áreas de um número indefinidamente grande de retângulos, mas sim usando a
primitiva da função envolvida.
O teorema afirma que se for um intervalo de com mais do que um ponto e se for uma função contínua de em , então, para
cada ∈ a função de em definida por
é derivável e a sua derivada é precisamente a função . Por outras palavras, é uma primitiva de .
Intuição
Intuitivamente, o teorema simplesmente diz que a soma de variações infinitesimais em uma quantidade ao longo do tempo (ou ao
longo de outra quantidade) adiciona a variação líquida naquela quantidade.
Para explicar esta afirmação, começaremos com um exemplo. Suponha que uma partícula viaja em uma linha reta com sua posição
dada por x(t) onde t é o tempo. A derivada desta função é igual a variação infinitesimal em x pela variação infinitesimal do tempo (é
claro, a própria derivada é dependente do tempo). Vamos definir esta variação na distância com o tempo como a velocidade v da
partícula. Na notação de Leibniz:
Pela lógica acima, uma variação em x, chamada , é a soma das variações infinitesimais dx. Que também se iguala à soma dos
infinitesimais produtos da derivada e do tempo. Esta soma infinita é a integração; a operação de integração permite recuperar a
função original a partir de sua derivada. Claramente, esta operação funciona como inversa já que podemos diferenciar o resultado
de nossa integral para recuperar a função velocidade.
Formalização
Formalmente, o teorema diz o seguinte:
Considere f uma função de valores reais, contínua ou com uma quantidade finita de descontinuidades de salto, definida em um
intervalo fechado [a, b]. Se F for a função definida para x em [a, b] por
então
Considere f uma função contínua de valores reais, definida em um intervalo fechado [a, b]. Se F é uma função tal que
então
Corolário
Considere f uma função contínua de valores reais, definida em um intervalo fechado [a, b]. Se F é uma função tal que
então
Prova
Parte I
É dado que
(A soma das áreas de duas regiões adjacentes é igual à área das duas regiões combinadas.)
De acordo com o teorema do valor médio para a integração, existe um c em [x1, x1 + Δx] tal que
Note que a expressão do lado esquerdo da equação é o coeficiente diferencial de Newton para F em x1.
Para encontrar o outro limite, usaremos o teorema do confronto. O número c está no intervalo [x1, x1 + Δx], então x1 ≤ c ≤ x1 + Δx.
Também, e .
A função f é contínua em c, então o limite pode ser inserido na função. Assim, temos
Parte II
Esta é uma prova limite por Soma de Riemann. É algumas vezes tratada como o segundo teorema fundamental do cálculo [1] ou
axioma de Newton-Leibniz.
Agora, somamos cada F(xi) juntamente com sua inversa aditiva, de forma que a quantidade resultante é igual:
Considere f contínua no intervalo fechado [a, b] e diferenciável no intervalo aberto (a, b). Então existe um c em (a, b) tal que
Segue que
A função F é diferenciável no intervalo [a, b]; logo, ela é também diferenciável em cada subintervalo [xi-1, xi]. Logo, de acordo com o
teorema do valor médio (acima),
Agora, por hipótese temos que . Além disso, pode ser expressado como de partição . e portanto
Tomando-se o limite da expressão com a norma das partições tendendo a zero, chegamos na Integral de Riemann. Que quando,
tomamos o limite quando a mais larga das partições aproxima-se de zero em tamanho, então temos que todas as outras partições
são menores e o número de partições se aproxima do infinito.
Nem F(b) nem F(a) são dependentes de ||Δ||, então o limite do lado esquerdo fica F(b) - F(a).
A expressão do lado direito da equação define a integral ao longo de f de a até b. Logo, obtemos
Exemplos
Como um exemplo, suponha que precisamos calcular
Generalizações
Não precisamos assumir a continuidade de f em toda a extensão do intervalo. A Parte I do teorema diz que: se f é uma função
integral de Lebesgue qualquer em e é um número em tal que é contínuo em , então
é diferenciável para com . Podemos tirar ainda mais restrições de f e supor que ela é pelo menos
localmente integrável. Neste caso, podemos concluir que a função F é diferenciável quase em toda sua extensão e F'(x)=f(x) em
quase toda sua extensão. Isto é geralmente conhecido como Teorema da diferenciação de Lebesgue.
A Parte II do teorema é verdadeira para qualquer função integral de Lebesgue f que possui uma antiderivada F (nem todas a funções
integrais possuem, entretanto).
A versão do teorema de Taylor que expressa o termo erro como uma integral pode ser visto como uma generalização do teorema
fundamental.
Há uma versão do teorema para funções de números complexos: suponha que U é um conjunto aberto em C e f: U -> C é uma
função que tem uma antiderivada holomórfica F em U. Então para cada curva γ : [a, b] -> U, a curva integral pode ser computada
como
O teorema fundamental pode ser generalizado para curvas e superfícies integrais em maiores dimensões e em manifolds.
Referências
1. ↑ Apostol, Tom M. (1967), Calculus, Vol. 1: One-Variable Calculus with an Introduction to Linear Algebra (2nd ed.), New York: John
Wiley & Sons, ISBN 978-0-471-00005-1 .
Stewart, J. (2003). Fundamental Theorem of Calculus. In Integrals. In Calculus: early transcendentals. Belmont, California:
Thomson/Brooks/Cole.
Larson, Ron, Bruce H. Edwards, David E. Heyd. Calculus of a single variable. 7th ed. Boston: Houghton Mifflin Company, 2002.
Leithold, L. (1996). The calculus 7 of a single variable. 6th ed. New York: HarperCollins College Publishers.
A Malet, Studies on James Gregorie (1638-1675) (PhD Thesis, Princeton, 1989).
H W Turnbull (ed.), The James Gregory Tercentenary Memorial Volume (London, 1939)
Ver também
Integral paramétrica
Ligações externas
«Vídeo aula - Teorema Fundamental do Cálculo»
Esta página foi editada pela última vez às 23h57min de 13 de setembro de 2021.
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