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INTRODUÇÃO BÍBLICA

“Não há dúvida: A Bíblia de fato traz para nós hoje a mensagem de


Deus, e é tão relevante para nós hoje como era relevante para os
hebreus da antiguidade. Mas a forma de ser entregue aquela
mensagem era uma forma hebraica antiga, e em primeira instância, a
mensagem se dirigia a pessoas que enfrentavam as questões e
circunstâncias específicas de sua época.”.
Merece Confiança o Antigo Testamento? Gleanson L. Archer, Jr.

‘‘A Bíblia sagrada não se assemelha a nenhum outro livro


no mundo inteiro. É o único livro que se apresenta como
sendo a revelação escrita do único Deus verdadeiro, visando
a salvação do homem, e que demonstra sua autoridade
divina por meio de muitas provas infalíveis.’’

ETEBES
CENTRO DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA BATISTA DO ES
Enilton de Souza Araújo
Bacharel em Teologia - Seminário
Teológico Batista do Sul

Pastor há 37 anos da PIB em


Linhares/ES, sendo o primeiro e único
ministério pastoral

Foi presidente da CBEES no biênio 1999-


2001

Foi professor no SETEBES (Seminário


Teológico Batista do ES), das disciplinas
de Introdução Bíblica, Homilética 1, 2 e
3, Hermenêutica, Novo Testamento 1 e 2,
Teologia Bíblica do Novo Testamento,
Teologia Sistemática, Grego 1 e 2,
Exegese do Novo Testamento

ETEBES
CENTRO DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA BATISTA DO ES

Wolmar Craus
Coordenador Geral

Diego Juliano Bravim


Diretor
SUMÁRIO
Introdução Bíblica.........................................................................................................03
De Adão à Moisés, Deus fez de homens livros............................................................04
Definição de Termos..................................................................................................05
Materiais com os quais a Bíblia foi escrita.....................................................................05
Formatos da Bíblia.....................................................................................................06
Divisão da Bíblia por Capítulos e Versículos..............................................................07
As Línguas da Bíblia.......................................................................................................08
Hebraico....................................................................................................................08
O Alfabeto..................................................................................................................08
Grego.........................................................................................................................09
O Alfabeto Grego.......................................................................................................10
Revelação, Inspiração e Registro: Revelação...............................................................10
A necessidade da Revelação....................................................................................11
As verdades reveladas pela Bíblia............................................................................11
Inspiração.....................................................................................................................12
Canon............................................................................................................................13
Gênero Histórico........................................................................................................15
Ficção........................................................................................................................15
Sabedoria..................................................................................................................16
A Canonização do Novo Testamento.........................................................................16
Bases para selecionar os Livros Canônicos...............................................................17
A fixação do Cânon do Novo Testamento..................................................................17
A Transmissão da Bíblia.................................................................................................19
O Antigo Testamento Hebraico..................................................................................20
Manuscrito.................................................................................................................21
Códices.....................................................................................................................21
A Bíblia Impressa.......................................................................................................22
Crítica Bíblica................................................................................................................26
Referências Bibliográficas............................................................................................27

ETEBES
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INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO BÍBLICA
Fonte: Pexels - Tima Miroshnichenko

A Bíblia sagrada não se assemelha a nenhum outro livro no mundo inteiro. É o único livro que se
’’
apresenta como sendo a revelação escrita do único Deus verdadeiro, visando a salvação do homem, e
que demonstra sua autoridade divina por meio de muitas provas infalíveis.

“Não há dúvida: A Bíblia de fato traz para nós hoje a mensagem de Deus, e é tão
relevante para nós hoje como era relevante para os hebreus da antiguidade. Mas a forma
de ser entregue aquela mensagem era uma forma hebraica antiga, e em primeira
instância, a mensagem se dirigia a pessoas que enfrentavam as questões e
circunstâncias específicas de sua época.”.

Merece Confiança o Antigo Testamento? Gleanson L. Archer, Jr.

A Bíblia é o único REGISTRO divinamente INSPIRADO da REVELAÇÃO redentora de Deus e de


sua VONTADE. Somente pela Bíblia Deus e sua vontade se fazem conhecidos adequadamente, apesar
’’
de o homem poder ampliar seus conhecimentos sobre Deus através de outras fontes.

A Bíblia é uma biblioteca de 66 livros escritos por 40 escritores num período de 1500 anos; não
obstante, nela se desenvolve um único tema, que une todas as partes, a redenção do homem.

O tema se divide assim:

1 O Antigo Testamento: a preparação do Redentor. Faz a pergunta: “Onde está o Cordeiro” dos
lábios de Isaque ao Pai Abraão – (Gênesis 22.7)

2 Os Evangelhos: a manifestação do Redentor – João apresenta Jesus – ‘‘Eis o Cordeiro de Deus


que tira o pecado do mundo.’’ – (João 1.29).

3 Atos: A Proclamação da mensagem do Redentor – Filipe e o Eunuco – (Atos 8.32).

4 As Epístolas: – A Explicação da obra do Redentor – (2 Coríntios 5.17).

5 O Apocalipse: A Consumação da obra do Redentor – (Apocalipse 5.12).

Para responder à pergunta: Por quê a Bíblia é importante? formulamos as seguintes respostas:

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1 A Bíblia é importante porque explica a origem do homem e o propósito de sua existência.

O homem foi criado por Deus para viver em serviço fiel e amoroso a Deus e ao seu
próximo e a passar a eternidade em companhia do seu criador.

A Interpretação da Bíblia – Weldon E. Viertel

2 A Bíblia é importante porque fornece orientação para a vida diária dos cristãos.

Os três problemas do homem são: a) Sua culpa e rejeição; b) incapacidade de viver com seu próximo
e c) suas frustrações na vida, causadas pelas derrotas.

3 A Bíblia é importante porque conduz o homem condenado ao Redentor, e o triste e sofredor


ao único confortador que pode resolver suas necessidades.

Somente a Bíblia apresenta soluções aos dois grandes obstáculos do homem: 1. seus erros ou más
ações e, 2. a sempre presente possibilidade da morte que o destruirá.

A Bíblia não se caracteriza como livro de história, ciência, etc. É o livro da REDENÇÃO que esclarece
ao homem como se RECONCILIAR com Deus através de Jesus.

A Bíblia Sagrada foi escrita por homens divinamente inspirados e é o registro da


revelação do próprio Deus ao homem. É um tesouro perfeito da revelação divina. Deus é
o seu autor, a Salvação como finalidade. É a verdade, sem qualquer mistura de erro.
Revela os princípios pelos quais Deus nos julga; e, portanto, é, e permanecerá até o fim
do mundo, o verdadeiro centro de união cristã e o padrão supremo pelo qual se aferirão
toda conduta, credos e opiniões religiosas do ser humano. Jesus Cristo é o critério pelo
qual a Bíblia deve ser interpretada.

Citação de The Baptist Faith and Message – Declaração adotada pela Convenção
Batista do Sul dos Estados Unidos em sua assembléia anual em 1963.

DE ADÃO A MOISÉS, DEUS FEZ DE HOMENS LIVROS


1 Adão trouxe a história da criação através de 930 anos e,
sem dúvida, contou-a a Lameque, pai de Noé, de quem foi
contemporâneo por 56 anos.

2 Lameque, por sua vez, foi contemporâneo de Sem, filho de


Noé, por mais de 90 anos. Pelas palavras: “Noé era varão justo
e reto em suas gerações” (Gênesis 6.9), podemos saber
como Deus, por meio de um só pregador, garantiu a transmissão
verbal da sua revelação.

3 Noé foi contemporâneo de sete gerações antediluvianas e


de onze pós-diluvianas, assim vivendo durante 58 anos da vida
curta do patriarca Abraão, e morreu 17 anos antes da saída dele
para a terra da promessa. Assim Abraão veio a tomar
conhecimento das coisas de Deus e a robustecer sua Fé.
Fonte: Pexels - Brett Jordan

4 Abraão, podemos imaginar, historiando os fatos ao seu


neto Jacó, que tinha 14 anos quando o “Pai dos fiéis” faleceu.

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5 Jacó a seu neto Coate.

6 Coate a Anrão,

7 Anrão a Moisés.

Sete homens trouxeram a revelação desde a criação até que a Bíblia começou a ser escrita, por
determinação de Deus a Moisés (Êxodo 17.14).

Deus, deu a sua palavra. “porque a profecia não foi antigamente produzida por vontade de
homem algum, mas os homens santos de Deus falaram pelo Espírito Santo” (II Pedro 1.21).

DEFINIÇÃO DE TERMOS
O Significado da palavra Bíblia – A palavra “Bíblia” procede da palavra grega βιβλίον que significa
“Livros pequenos”. Os livros da Bíblia foram escritos originalmente em peças separadas. (Salmos
40:7) - Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu respeito.

Os nomes da Bíblia – O nome bíblia foi usado pela primeira vez por Crisóstomo no século IV. Mas ela
é também conhecida com outros nomes:

1 A Palavra de Deus (Hebreus 4.12)

2 A Escritura de Deus (Êxodo 32.16)

3 As Sagradas Letras (II Timóteo 3.15)

4 A Lei (Mateus 12.5)

5 A Escritura da Verdade (Daniel 10.21)

6 As Palavras da Vida (Atos 7.38)

MATERIAIS COM OS QUAIS A BÍBLIA FOI ESCRITA


PAPIRO - Um “biblion” (livro) se referia principalmente a um rolo de
papiro. Papiro era um tipo de material usado para se escrever, feito de
junco, que crescia em pântanos. O caule de planta tinha cerca de 6
centímetros de diâmetro. Era cortado em seções que mediam cerca de 30
centímetros de comprimento. Cada seção era aberta em toda a sua
extensão, e a medula, cortada em tiras finas, que teriam 6 centímetros de
largura e 30 centímetros de comprimento, e coladas lado a lado. Uma
segunda camada de tiras, com fibras em ângulos retos à camada inferior,
era colada em cima. As duas camadas eram apertadas até que formassem
um só tecido. Várias partes do material eram juntadas e enroladas em
tamanho conveniente. A rolos dessa natureza provavelmente é que Paulo
Fonte: https://www.ufmg.br/
se referia como bíblia (livros). É claro que na época de Paulo os rolos eram espacodoconhecimento/
apenas do Antigo Testamento. historia-sobre-papel/

A fabricação de papiro era um negócio florescente no Egito, pois crescia abundantemente às


margens do delta do Nilo (Jo 8.11).

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Fonte: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/historia-sobre-papel/

PERGAMINHO - O pergaminho, por sua vez, tem uma história


interessante que está relacionada com a competência dos reis em
possuírem a melhor biblioteca da época. Um deles, Ptolomeu Epífanes
(205-182 a.C.), decretou um embargo sobre as exportações do papiro
produzido no Egito, o qual obrigou o rei de Pérgamo a buscar uma fórmula
alternativa de materiais capazes de receber a escrita. Foi assim que se
desenvolveu a indústria do pergaminho (daí o seu nome), o qual era
fabricado com peles de gado, antílopes, cabras e ovelhas, especialmente
animais recém-nascidos.

As peles eram mergulhadas em solução de cal para remover os pelos, depois limpavam-nas com
faca, lavavam e punham para secar e depois poliam. Quando Ptolomeu Epifanes proibiu a exportação
de papiro, Heumenes II, rei de Pérgamo adotou o pergaminho para os livros da sua biblioteca.

A cidade de Pérgamo ficava situada na Mísia, região da Ásia. Em Pérgamo tinha uma igreja, que foi
mencionada no Apocalipse como tendo o trono de Satanás. Deveria ser um centro de grande idolatria.

FORMATOS DA BÍBLIA
ROLOS – De papiro ou pergaminho, com largura de 30 cm e
comprimento variável.

CÓDICE – Formato de um livro de grandes proporções feito de


pergaminho. Suas folhas mediam 65cm de comprimento por
55cm de largura. Os rolos eram relativamente difíceis de usar e a
Igreja Primitiva logo descobriu a dificuldade de encontrar uma
passagem específica. Desta maneira, antes de finalizar o primeiro
século, se começou a utilizar a forma de códice, a qual consistia
em dobrar uma ou várias folhas de papiro e costurá-las juntas.

É muito possível que esta forma de códice tenha sido uma


proposta idealizada pelos cristãos gentios em seu afã por
diferenciar a típica leitura em rolos utilizada nas sinagogas.
O pergaminho foi também utilizado posteriormente em forma de
códice. Em 331 d.C., o imperador Constantino ordenou a
elaboração de 50 cópias da Bíblia em pergaminho. Duas dessas
cópias existem hoje em dia, e constituem as cópias manuscritas
mais importantes do texto do Novo Testamento: o Códice
Sinaítico e o Códice Vaticano. Fonte: Pexels - Ivan Samkov

LIVRO – Impresso, só possível a partir de 1450 com a invenção da imprensa por Johann
Gutemberg – Alemanha. A Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso.

NOTA IMPORTANTE

Ao serem escritos sobre o frágil papiro, e por causa do uso contínuo dos mesmos, os documentos
originais do Novo Testamento foram logo destruídos ou se extraviaram. Durante o transcurso de mais
de quatorze séculos, até a invenção da imprensa, chegaram a ser feitas milhares de cópias
manuscritas do Novo Testamento, das quais, aproximadamente 5.000 existem hoje, representando
não menos que 250.000 das chamadas "variantes textuais".

O Texto do Antigo Testamento, por outro lado, foi zelosamente resguardado pelas autoridades
judaicas e recompilado entre os anos 750 e 1000 d.C. em uma edição denominada Texto Massorético
(TM). Esta obra é o resultado do trabalho dos chamados "massoretas" ou comentaristas, que foram
eruditos judeus dedicados ao estudo e depuração das distintas cópias manuscritas do texto bíblico.

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Uma de suas escolas, a de Ben 'Asher, em Tiberíades, criou no final do século IX a.C. um sistema de
integração de vogais dentro do texto de consoantes, que acabou por impor-se e dominar sobre as
demais escolas, tanto de Tiberíades como da Babilônia. Por outro lado, existe hoje o recurso de consulta
aos manuscritos do Mar Morto que em quase sua totalidade, datando do século II a.C., contêm o Antigo
Testamento.

A Transmissão Textual do Antigo Testamento Chamamos de "Antigo Testamento" o conjunto de


Livros Sagrados que os judeus denominam tenakh, abreviatura formada com as iniciais T N K
(pronúncia: Torah, Nebi'im, Ketubim = Lei, Profetas e Escritos), e que constitui, para os judeus e
cristãos, a mais antiga fonte escrita da revelação divina.

Os 39 livros do Antigo Testamento foram inspirados por Deus para serem escritos em língua
hebraica, salvo algumas pequenas porções em aramaico (Jeremias 10.11; Daniel 2.4-7.28 e Esdras
4.8-6; 8; 7.12-26). Os documentos originais saídos das mãos dos autores bíblicos, se perderam ou
foram destruídos em algum momento, de tal maneira que nenhum original chegou até nós. Todavia,
antes do seu desaparecimento, se fizeram cópias manuscritas e, com o passar dos séculos, o texto de
ditos manuscritos foi sendo transmitido mediante um processo de cópias cuidadosamente elaboradas.
Algumas cópias dos ditos manuscritos têm chegado até nós, seja em forma de códices ou de
fragmentos.

Mais ou menos no ano 1445 a.C. quando do Êxodo, Deus manda Moisés registrar em um livro os
acontecimentos. ÊX 17:14 - Então, disse o SENHOR a Moisés: Escreve isto para memória num livro e
repete-o a Josué; porque eu hei de riscar totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu.

No ano 90 d.C. na cidade de Jâmnia os 24 livros do antigo testamento (Bíblia Hebraica) que
correspondem aos 39 livros do antigo testamento da Bíblia em português foram canonizados.

No ano 331 d.C. Toda a Bíblia já havia sido reconhecida e os 27 livros do Novo Testamento incluídos e
canonizados.

DIVISÃO DA BÍBLIA POR CAPÍTULOS E VERSÍCULOS


A Bíblia se divide em duas partes: Antigo Testamento – Composto por 39 (trinta e nove) livros e
Novo Testamento – O Novo Testamento é composto por 27 (vinte e sete) livros.

Os livros estão divididos em capítulos: (1.189 ao todo)

A O Antigo Testamento tem 929 capítulos

B O Novo Testamento tem 260 capítulos

Esta divisão foi feita em 1.250 d.C. por Hugo de Santo Caro, abade dominicano. Para se ler a
Bíblia toda em um ano, basta ler 3 capítulos de Segunda a Sexta-feira e no Sábado e Domingo 5
capítulos.

Os capítulos estão divididos em versículos: (31.173 ao todo)

A O Antigo Testamento tem 23.214 versículos

B O Novo Testamento tem 7.959 versículos

Esta divisão foi feita por Robert Stevens, um impressor de Paris em 1551.

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AS LÍNGUAS DA BÍBLIA
O Hebraico é a língua em que foi escrita a maior parte do
Antigo Testamento. Os pontos e traços embaixo e por cima das
letras hebraicas formam as suas vogais, que foram
acrescentadas à Bíblia hebraica pelos judeus, muitos séculos
depois do nascimento de Cristo. Desde que o hebraico deixou
de ser a língua comum falada pelos judeus, os sinais das vogais
tornaram-se necessários a fim de preservar os sons corretos
das palavras quando se fizesse a leitura da Bíblia Hebraica.

Poucas passagens do Antigo Testamento foram escritas


no aramaico: Jeremias 10.11; Daniel 2.4-7; 28; e Esdras 4.8-
6; 8; 7.12-26.

O Alfabeto hebraico em uso nos manuscritos existentes e


nas Bíblias impressas tem o nome de (Ashurith – lê-se
axurith), que significa Assírio, porque os judeus o empregaram
depois do cativeiro babilônico, parecendo que o adotaram na
ocasião do cativeiro, ou então pouco depois.
Gramática Hebraica – Guilherme Kerr JUERP – 1980
Anteriormente ao cativeiro babilônico, o hebraico se escrevia
Fonte: Pexels - Cottonbro
em caracteres antigos ou fenícios.

Escavações arqueológicas feitas por Petrie em Sarbut El Khadem, 1905 e dos professores Lake e
Blake de Harvard em Serabit el Khadem, 1927, revelam que o alfabeto teve origem na região do Sinai
em 1800 a C. daí passando para a Arábia do Sul e para a Fenícia, onde se tornara bem vulgarizado já em
1400 a C.

O hebraico se escreve, como o árabe e algumas outras línguas semitas, da direita para a esquerda.
O alfabeto consta apenas de consoantes em número de vinte e duas. Quando o hebraico entrou em
declínio como língua falada e os judeus perceberam o perigo de se perder a leitura exata dos sons
vocálicos, inventaram os pequenos sinais extratextuais, que aparecem hoje em cima e principalmente
embaixo das consoantes, para representar as vogais. Esses sinais chamam-se sinais massoréticos,
de MASSORAH , que quer dizer tradição , e os homens que os inventaram chamam-se
MASSORETAS. O texto hebraico que possuímos hoje é trabalho desses homens e chama-se texto
massorético.

O ALFABETO:
FORMA NOME REPRESENTAÇÃO SIGNIFICADO VALOR NUMÉRICO
Aleph , Boi 1
Beth Bh, B Casa 2
Gimel Gh, G Camelo 3
Dãleth Dh, D Porta 4
Hê H Janela 5
Vãv V Gancho 6
Zavin Z Podão 7
Hêth H Cerca 8
Têth T Cobra (?) 9

08 ETEBES
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FORMA NOME REPRESENTAÇÃO SIGNIFICADO VALOR NUMÉRICO
Yôdh Y, Mão 10
Kph Kh, K Palma 20
Lãmedh L Aguilhão 30
Mem M Água 40
Nun N Peixe 50
Sãmedh S Esteio 60
Avin ‘ Olho 70
Pê ou Phê Ph, P Boca 80
Cãndhê Ç Anzol (?) 90
Qôph Q Fundo da Agulha 100
Rêsh R Cabeça 200
Sîn Shîn S, Sh Dente 300
Tãu ou Tãv Th, T Cruz 400

GREGO – Com a expansão do Império Grego, cerca de 325 a C., promovida por Alexandre, o
Grande, a língua grega tornou-se dominante em muitas nações conquistadas. Cerca do ano 250 a C., o
Antigo Testamento começou a ser traduzido para o grego. Na Palestina, nos tempos de Jesus, o grego
era falado amplamente, e a tradução do Antigo Testamento para o grego (LXX – Septuaginta) era lida
freqüentemente.

Nos dias de Jesus:

A língua sagrada dos judeus era o hebraico

A língua falada, o aramaico

A língua oficial, o latim

A língua universal, o grego.

Os estudiosos do novo testamento acreditam que grande parte do Novo Testamento tenha sido
escrito originalmente em letras “UNCIAIS”. No início do século 9 o manuscrito foi alterado para letras
menores, chamadas minúsculas

De acordo com a tradição, o alfabeto grego foi recebido dos fenícios, portanto, os alfabetos hebraico,
grego e o português estão baseados no fenício. A língua grega, entretanto, era totalmente diferente da
língua semítica dos fenícios.

A língua grega tornou-se mais apropriada para a mensagem do Novo Pacto, visto que a proclamação
da redenção humana deveria ser pregada a todas as nações. (Lucas 24.47)

O Grego do novo testamento é chamado de “koinê” comum, usado difusamente em todo o Império
Romano e não o clássico, empregado pelos filósofos da época e intelectuais.

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09
O ALFABETO GREGO:

MAIÚSCULAS NOME MINÚSCULAS PRONÚNCIA


A Alfa a a em mar
B Beta b em boi
Gama y g em gato
Delta g d em de
E Épsilon e em até
Z Zeta z em prazo
H Eta e em vê
Teta th em palavra inglesa
I Iota I em mim
K Capa k c em cá
Lambda l em lá
M Mu m em mato
N Nu v n em nada
Xi X em exame ou sexo
O Ómicron o ó em nó
Pi p em pó
P Ro r em rato
Sigma s em sim
T Tau t em tem
Y Úpsilon u
Fi F em Faraó
X Qui x c em eco ou ch na palavra alemã ich
Psi os em psicologia
Omega o em dono

REVELAÇÃO, INSPIRAÇÃO E REGISTRO

REVELAÇÃO
As palavras galah do Antigo Testamento e apocalipse do Novo significam “revelação”. Elas se
referem a uma verdade, fato ou pessoa escondida, que possa ser conhecida. Significa também “tirar o
véu”, “descobrir”. Já Apocalipse, no sentido do próprio conteúdo do livro, significa “abrir a cortina”
para que o auditório possa ver a apresentação.

O ato da revelação de Deus significa a sua ação em puxar a cortina e mostrar o que está
escondido. Ele permite que a natureza de sua pessoa e sua vontade sejam reveladas ao homem.

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A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO
A Deus É Espírito – Jesus disse à mulher samaritana (João 4.23,24) que os verdadeiros adoradores
adorariam o Pai em Espírito e em verdade, porque Deus é Espírito. Visto que Deus é espírito, torna-se
impossível ao homem vê-lo com seus olhos. (João 1.18 , 6.46)

B A Revelação é uma Iniciativa de Deus – O homem, sendo criatura, não pode descobrir a Deus na
natureza, porque Deus não se corporificou em sua criação (Panteísmo). O Criador está for a e além de
sua criação.

Como o homem chega ao Conhecimento? – Por duas maneiras: pelos cinco sentidos (visão,
olfato, tato, paladar e audição). Que o habilitam a conhecer a existência física ao seu redor. Possui
também uma mente, com a qual classifica, correlaciona e percebe o conhecimento que resulta das
experiências em seus sentidos. Emprega também sua mente num processo de raciocínio lógico
especulativo pelo qual se esforça para chegar a uma verdade. Porém, quer pelos sentidos ou pelo
raciocínio, o homem não atinge o conhecimento de Deus. Pois deus não é matéria. Deus não é igual a
criação.

Já que o homem é incapaz de descobri a Deus, o Senhor se revela, e essa é a única maneira do
homem o conhecer. Deus precisou se revelar “puxar a cortina” que o esconde do conhecimento
humano.

“A revelação é a atividade de Deus, tornando-se conhecido pelo homem, e não uma


conquista do homem em descobrir a Deus”.

Weldon E. Viertel – A Interpretação da Bíblica – JUERP

Depois que Deus revela sua natureza e vontade ao homem, este, então, deve corresponde-las e
expressá-las em seu próprio nível de experiência. Descrevendo a Deus como nosso Pai, já estamos
comunicando certas características da natureza de Deus. Um pai – faz a provisão necessária aos
membros da família, protege e ministra orientação. É símbolo de autoridade no lar.

AS VERDADES REVELADAS PELA BÍBLIA


A Bíblia revela a natureza, a vontade e o propósito de Deus para com o homem; o caminho da
salvação, as exigências e recursos para a vida cristã, as soluções para os problemas, o poder de seu
Reino, e a promessa de sua vitória final.

Três pontos de vista emergem dos debates sobre o significado da revelação. Podem ser classificados
como:

A Liberal – Declara que a Bíblia contém a Palavra de Deus, bem como uma variada mistura de
palavras do homem. Diz também que nem tudo o que a Bíblia ensina é digno de ser chamado a
Revelação de Deus. Alguns teólogos liberais crêem que os escritores bíblicos eram inspirados somente
ao ponto em que, de tempos em tempos, sua percepção religiosa e seu gênio eram aprofundados e
afinados em descobrir “verdades divinas” para sua própria época.

B Neo-ortodoxo – Declara que a Bíblia se torna a Palavra de Deus. Críticos liberais do século IX
enfatizam que a Bíblia está cheia de erros e imperfeições. Karl Barth respondeu que a Bíblia torna-se a
Palavra de Deus quando Deus escolhe o canal imperfeito para confrontar o homem com Sua Palavra
Perfeita. É uma posição por demais subjetiva. Limita a revelação ao encontro existencial do indivíduo
com Deus. A Bíblia não é considerada como Palavra de Deus, mas se define como o meio pelo qual vem
a Palavra de Deus.

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C Conservador – Crê que a Bíblia é a Palavra de Deus. A Bíblia põe em forma concreta as verdades
divinas, tornadas conhecidas na história. A Bíblia foi escrita por homens inspirados que puseram a
revelação de Deus em forma concreta que pudesse ser preservada e comunicada. O Espírito Santo usa
as escrituras para confrontar o homem com as exigências de Deus. A Bíblia é o guia para se ter um
entendimento mais aprofundado de Deus, mediante um encontro com ele, efetuado por meio do Espírito
Santo.
INSPIRAÇÃO
Assoprar para dentro. É a atividade divina em que o Espírito Santo fala ao coração e guia os homens
para que comuniquem a revelação que, como resultado leva à produção das Escrituras. (2TM 3:16) -
Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir,
para instruir em justiça;

A inspiração do Antigo Testamento – O Senhor instruiu a Moisés para que colocasse palavras na
boca de Arão, “… e eu serei com a tua boca… e vos ensinarei o que haveis de fazer. E ele falará por
ti ao povo; assim ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus” (Ex. 4.15,16 –VIBB). Mais tarde,
disse Deus: “…Eis que te tenho posto como Deus a Faraó, e Arão, o teu irmão, será o teu profeta”
(Ex. 7.1). O conceito neste texto é que o profeta é aquele que fala palavras que Deus pôs em sua boca.
Amós afirmou: “…falou o Senhor Deus, quem não profetizará?” (Amós 3.8). Quando o profeta falava
sob o controle do E. Santo, ele declarava que a palavra era do Senhor: “…e disse-me o Senhor”
(Isaias 40.5). Deus disse a Jeremias: “…Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (Jeremias
1.9).

A inspiração do Novo Testamento – Três textos do Novo Testamento apresentam a doutrina da


inspiração:

1 (2TM 3:16-17) - Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente
preparado para toda boa obra.

2 (2PE 1:20-21) - Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte
de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.

3 (HB 1:1-2) - Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais,
pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as
coisas, e por quem fez também o mundo;

O Espírito Santo e a Inspiração - A fonte da inspiração é o Espírito Santo. Nenhum verdadeiro


profeta poderia falar “Assim diz o Senhor”, a não ser que tivesse recebido em si mesmo a ação do
Espírito Santo. (2 Pedro 1.21).

Em 1 Cor. 2.11 e versos seguintes, Paulo escreve que nenhum homem conhece os pensamentos de
outro, senão o espírito daquele homem. Do mesmo modo, ninguém conhece os pensamentos de Deus,
senão o Espírito de Deus. O Espírito está capacitado a tornar conhecida a mente de Deus aos homens
espirituais.

OBSERVAÇÃO - O termo “Escritura” no Novo Testamento, refere-se ao Antigo Testamento.

Jesus e a Inspiração - Jesus considerou o


Antigo Testamento como a inspirada e
Autorizada Palavra de Deus. Quando
interrogado sobre a questão do divórcio
(Mateus 19.2-9), ele citou Gênesis 2.24 e
interpretou a Escritura. Quando Tentado pelo
Diabo, ele mencionou as Escrituras. Fonte: Pixabay - Pentecost

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Os apóstolos e a Inspiração – O Antigo Testamento era a Bíblia dos apóstolos, bem como de Jesus.
Eles tiveram um elevado conceito da inspiração e autoridade do Antigo Testamento. Em (AT 1:16) Pedro
disse: - Irmãos, convinha que se cumprisse a escritura que o Espírito Santo predisse pela boca
de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus. Com estas palavras o
apóstolo cria que o Antigo Testamento era a Palavra de Deus falada por Davi sob a liderança do Espírito
Santo. Mateus manteve ponto de vista semelhante: (MT 1:22) - Ora, tudo isso aconteceu para que se
cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta.

CANON

Definição do termo – A palavra “cânon” procede do grego,


que por sua vez, recebeu-a da língua semítica. O sentido da raiz
da palavra e “junco”. O junco ou a cana era usado como
instrumento para medir, por isso o cânon tomou significado de
uma regra de padrão.

Canonização significa “ser oficialmente reconhecido


como guia ou regra autorizada em matéria de fé ou de
prática”. E também: “um corpo definido de literatura
sagrada que foi reconhecido oficialmente como
divinamente inspirado e autorizado”.

A Canonização do Antigo Testamento – O processo da


origem e desenvolvimento do Cânon do Antigo Testamento deu-
se em três passos:

1 Revelação – A manifestação de um conhecimento de


Fonte: Pixabay - Pentecost
Deus e sua vontade para com o homem;

2 Inspiração – O registro, sob a liderança do Espírito Santo, da verdade que Deus tornou conhecida
na revelação; e

3 Canonização – O reconhecimento daqueles escritos que evidenciam a divina revelação e que são
divinamente inspirados.

Fatores Determinantes na Canonização – A autoridade divina da maioria dos livros do Antigo


Testamento foi reconhecida pelo povo muito antes que qualquer autoridade oficial tivesse tomado
qualquer decisão sobre a amplitude do Cânon.

Os teólogos reconheceram que o processo de canonização não era apenas um ato oficial humano da
igreja, mas também o trabalho providencial do Espírito Santo.

A O trabalho do Espírito Santo – Era o critério pelo qual se determinava qualquer livro ser
divinamente inspirado. O Talmude (Conjunto de leis e lendas judaicas, codificadas e coligidas
(reunidas) vários séculos depois de Cristo) em Seder Olam Rabba 30, afirma – “Até esta época
(época de Alexandre, o Grande), os profetas profetizaram mediante o Espírito Santo; dessa
época em diante, incline seu ouvido e ouça as coisas do sábio”.

B Somente os livros escritos em hebraico – Poderiam ser qualificados para o Cânon Palestiniano.

C Autoria Profética - Um fator determinante na seleção dos livros do Cânon, era a autoria profética,
visto que a primeira qualificação de um profeta era ser possuído pelo Espírito Santo, para que Deus
pudesse falar sua Palavra por meio dele. De acordo com as declarações do talmude (Baba Bathra
14b), somente Éster não foi atribuído a qualquer autor profético.

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13
As Divisões do Cânon do Antigo Testamento – O antigo testamento hebraico estava dividido em
três partes: 1. A Lei (Torah), 2. Os Profetas e 3. Os Escritos. Não há determinação específica se estas
atribuições se referem à seqüência cronológica em que os livros surgiram ou se à sua importância no
Cânon.

O Reconhecimento dos Livros do Antigo Testamento – Como já dissemos anteriormente, a


autoridade divina da maioria dos livros do AT foi reconhecida pelo povo muito antes de se tomar uma
atitude oficial.

1 O Cânon Palestiniano – Depois da destruição de Jerusalém e do Templo, no ano 70 d.C. os


eruditos judeus mudaram-se para Jâmnia, para estudo e ensino das Escrituras. Um concílio de líderes
judeus em 90 d.C. (mais tarde chamado Concílio de Jâmnia) discutiu a questão de quais livros
deveriam se inclusos no Cânon do Antigo Testamento. Após alguma divergência, finalmente,
reconheceu oficialmente os 24 livros do A T hebraico (os 39 de nossa Bíblia, em português). A Igreja
evangélica foi grandemente influenciada no século 16, em reconhecer os mesmos livros como
canônicos.

2 O Cânon Alexandrino – Um grande grupo de Judeus que falavam o grego, chegaram a Alexandria
no Egito, fugindo (diáspora) da perseguição promovida pelos judeus não cristãos. Construíram um
templo e produziam literatura religiosa. Sua seleção de escritos religiosos (ano 300 d.C.) incluía tratados
gregos e hebraicos. Consideravam sagrados todos os livros da Bíblia hebraica, mas incluíram também
alguns livros adicionais, que hoje são chamados de apócrifos (secretos ou escondidos) ou pseudo-
epigráficos (escritos falsos). A diferença hoje entre o A T Católico e o Protestante é o resultado da
escolha diferente entre os livros da Bíblia hebraica da Palestina e os Livros da Bíblia Grega de
Alexandria.

3 O Pentateuco Samaritano – Durante as reformas religiosas sob a liderança de Esdras e a


reconstrução dos muros sob a liderança de Neemias, mais ou menos no ano 450 a C., foi exigida a
separação entre judeus e estrangeiros. Visto que os samaritanos se casaram com estrangeiros, os
judeus deixaram de se associar com eles (Neemias 13.23…) Essa atitude forçou os samaritanos a
estabelecer o seu próprio lugar para adoração. A liderança religiosa foi dada provavelmente por Eliasibe,
que era sumo sacerdote e genro de Sambalate.

De acordo com Josefo (historiador judeu), existia um templo samaritano no Monte Gerizim no ano
332 a C e o Canon Samaritano, substituiu a palavra Templo por Monte Gerizim.

A Bíblia samaritana consistia somente dos cinco livros da lei. A realidade de que eles adotaram
somente o Pentateuco se infere que somente essa parte do AT era reconhecida oficialmente como
autorizada na época do rompimento de relações.

4 A Septuaginta – Uma grande comunidade judaica tinha se desenvolvido no Egito, especialmente


na vizinhança de Alexandria. Os judeus de Alexandria falavam o idioma grego e precisavam de uma
versão grega dos seus escritos religiosos. O livro da Lei foi traduzido no ano 250 a C. Os outros livros
foram traduzidos pra o grego no ano 150 a C. A Bíblia grega contém todos os escritos contidos na Bíblia
hebraica, acrescida de material adicional, os chamados apócrifos ou pseudo-epigráficos.

Josefo, historiador judaico, registra uma tradição interessante a respeito da origem da Bíblia grega
(Antiguidades XII, 2, 1-14). Descreve como rei Egípcio, Ptolomeu Filadelfo (285-246 a C) desejou
possuir os livros da Lei judaica em sua biblioteca particular. Seu bibliotecário, Demétrio, sugeriu que os
livros solicitados fossem traduzidos para o grego. O rei, então, ordenou que o sumo sacerdote Eleazar
mandasse buscar em Jerusalém 72 tradutores (6 de cada tribo). Na sua chegada, foram banqueteados
durante 7 dias consecutivos. Ficaram isolados na Ilha de Faros e em 72 dias cumpriram a missão. Foi
nessa tradução que os livros apócrifos foram acrescentados.

5 Os Pseudo Epigráficos – Os apócrifos (secretos ou obscuros) ou pseudo-epigráficos (escritos


falsos), são escritos religiosos que não foram considerados canônicos pelos eruditos reunidos em
Jâmnia, mas reverenciados e usados por outros grupos. Apócrifos tem o sentido de “secretos ou

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escondidos”. Talvez a idéia fosse que eles seriam disponíveis somente aos iniciados, à pessoa madura
espiritualmente. Deveriam ser excluídos do uso público.

A literatura apócrifa era largamente lida na Palestina. Os autores do Novo Testamento


aparentemente conheciam todos os livros apócrifos e muitos dos pseudo-epigráficos. Os livros
apócrifos eram populares entre as pessoas que falavam o grego e o latim. Jerônimo favoreceu o Cânon
adotado pelos judeus da Palestina e fez distinção entre os livros contidos no mesmo e os Apócrifos.
Entretanto, ele traduziu os livros Apócrifos para o latim e incluiu-os no Cânon Hebraico. No concílio de
Trento em 1546, a Igreja Católica Romana declarou oficialmente o status canônico dos livros Apócrifos
e referiu-se a eles como “deuterocanônicos”. Todos os livros encontrados na tradução latina (Vulgata)
de Jerônimo foram declarados canônicos.

Lutero negou a infalibilidade do Papa e certas doutrinas da Igreja Católica que se baseavam nos
apócrifos. Desafiou a doutrina do purgatório, negando o direito de acrescentar ao cânon II Macabeus
12.46. Argumentou que os livros apócrifos não estavam no Cânon Hebraico. Ele acrescentou os livros
no final da Bíblia Alemã, em 1534, mas conferiu-lhes um status inferior. Outros grupos protestantes
acompanharam a decisão do concílio judaico, a distinção feita por Jerônimo e a posição de Martinho
Lutero em rejeitar os livros Apócrifos como canônicos.

Alguns desses livros têm grande valor histórico; outros são clássicos devocionais; uns são
interessantes; outros, definidamente, são invenções. Tanta coisa, nessa literatura, é abertamente
supersticiosa e for a de harmonia com o restante das Escrituras, que não pode ser admitida como sendo
inspirada. A classificação a seguir é uma pequena introdução a esse corpo de literatura.

GÊNERO HISTÓRICO
A I Esdras – (200 a 150 a C) - Às vezes chamado de II Esdras, porque na
LXX os livros canônicos de Esdras e Neemias são chamados Esdras A e B.
É uma narrativa bíblica de II Crônicas 35 até Esdras e Neemias.

B I e II Macabeus – (Final do II ou início do I século a C.) – I Macabeus


é uma obra mais extensa e é uma história dos judeus deste Antíoco até a
morte de Simão (175-135 a C). II Macabeus refere-se aos sofrimentos dos
judeus sob Antíoco (176-171 a C). Preocupa-se mais com a religião judaica
Fonte: Pixabay - Books
do que com a história.

FICÇÃO
Tinha fins didáticos. Era propaganda judaica para impressionar lições
éticas, religiosas e patrióticas.

A Tobias – (225-175 a C) – É colocada ênfase na obediência filial,


sepultamento dos mortos, anjos, demônios e axiomas morais e éticos.
Grande ênfase no ensino contra casamento misto. Supõe-se que os
eventos ocorreram durante o VIII século a C.

B Judite – (Início do II século) – Retrata o patriotismo e devoção dos


judeus. Remonta a época dos assírios, e seu rei Nabucodonozor. Fonte: Pixabay - Book

C Epístola de Jeremias – (225-175 a.C) – Sua finalidade foi expor a insensatez da idolatria durante
a época da helenização dos judeus.

D III Macabeus – (I século a C) – Enfatiza a providência de Deus durante os tempos da perseguição


sob os Ptolomeus do Egito. Foi escrito por um judeu de Alexandria.

E Carta de Aristeas – (I século a C) – Escrita por um gentio que ajudou a iniciar a tradução das
Escrituras hebraicas para o grego. O conteúdo é um elogio a tudo o que é judaico.

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SABEDORIA
A Eclesiástico ou Sabedoria de Jesus, o Filho de Siraque – (190-170
a C) – Um manual de conduta para promover um viver superior. Aproxima-
se do livro de Provérbios, quanto ao seu conteúdo.

B Sabedoria de Salmão – (100 a 50 a C) – Propósito didático e


proselitista. Analisa a realidade cotidiana e o judaísmo.

C Livro de Baruque – Supostamente escrito pelo secretário de


Jeremias. Como uma profecia, lamenta a queda de Jerusalém (66-70).
Fonte: Pixabay - игорь альшин Trata das razões da queda e da esperança por sua restauração.

D Livros questionados – Foram levantadas dúvidas quanto à inclusão do Cântico dos Cânticos e
Eclesiastes no cânon. Os rabinos declararam que “os livros sagrados maculam as mãos”. O sentido
da frase é incerto, mas implica num reconhecimento de santidade especial de alguns escritos e não de
outros. Alguns rabinos argumentavam que o livro do Cântico dos Cânticos maculava as mãos, enquanto
que outros usavam do mesmo argumento, com relação a Eclesiastes. No concílio de Jâmnia os rabinos
concordaram que os dois livros eram Escritura Sagrada.

A CANONIZAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO


Vinte e sete livros foram escritos originalmente sobre a vida de Cristo. Desde essa época, já se
escreveram milhares de livros para explicar o sentido dos 27. Apesar do fato de que Cristo nunca
escreveu sequer um livro, todavia, sua vida se tornou a fonte de muitas bibliotecas Os quatro primeiros
livros do N.T. expõem a vida de Cristo, e os 23 restantes apresentam as interpretações doutrinarias de
sua vida, as implicações práticas para a vida e serviços diários e a esperança eterna que Cristo oferece e
por fim a promessa de sua volta.

Depois da morte de Jesus, durante cem anos, ou no período de cem, os 27 livros do Novo Testamento
foram escritos e coligidos vagarosamente em um só volume. Esta coleção fixa de trabalhos tornou-se
reconhecida como autorizada para a fé e vida da igreja. O uso prático determinou quais livros seriam
inclusos na coleção muito antes do seu reconhecimento oficial em 397 a.D.

O Período de Transmissão Oral

Depois que receberam a plenitude do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, eles se compenetraram
na urgência da tarefa delegada por Jesus para que se pregasse o evangelho em todo o mundo. Para
cumprir a missão utilizaram duas fontes provar aos judeus que Jesus era o Messias:

1 Seu testemunho de experiências pessoais, inclusive o que eles tinham visto Jesus fazer; e

2 As escrituras do Antigo Testamento, em primeiro lugar Isaías 40, que prediziam o sofrimento e a
morte do Servo escolhido de Deus.

A igreja primitiva relutou em escrever os ensinos de Jesus, por várias razões:

A Os cristãos primitivos esperavam um retorno de breve de Cristo; portanto, empregavam seu tempo
na proclamação do evangelho.

B Preferiam falar pessoalmente, a escrever (II João 12).

C Os discípulos de Jesus foram escolhidos entre um grupo não literário da sociedade.

D Os rabinos preservaram seus ensinos oralmente e Jesus nada escreveu.

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E Os apóstolos que tinham sido testemunhas oculares de Jesus estavam disponíveis enquanto o
evangelho não espalhasse além da Judéia.

Parece que se passaram aproximadamente 30 anos depois da morte e ressurreição de Jesus, e


então, os primeiros evangelhos começaram a ser registrados. Este é o período que os eruditos
classificam de Período Oral.

A origem dos Escritos

Dois fatores enfatizaram a necessidade de narrativas escritas sobre a vida e os ensinos de Jesus:

1 A morte dos apóstolos ameaçava destruir a fonte dos ensinos autênticos.

2 A difusão do evangelho aos gentios, que não tinham um conhecimento profundo do Antigo
Testamento, exigiu um ensino pormenorizado e autorizado.

BASES PARA SELECIONAR OS LIVROS CANÔNICOS


A Origem Apostólica – Jesus escolhera doze homens para estarem com ele e serem seus
intérpretes após sua ascensão. Seu testemunho deveria ser aceito pela igreja como possuindo a
autoridade do próprio Jesus. Conseqüentemente seus escritos deveriam ter um lugar de honra dentro
das igrejas.

B Aceitação pelas igrejas – Nas cartas de Paulo, os leitores são admoestados a certificarem-se de
que seus escritos eram aceitos como genuínos (II Tess. 2.2 e 3.17). A igreja receptora deve ser capaz de
responsabilizar-se por qualquer obra, fazer cópias e distribuí-las a outras igrejas.

C Consistência doutrinária – Foi o terceiro elemento da determinação do cânon final. Ela


possibilitou a igreja a expor e repudiar as grandes heresias dos primeiros séculos e a preservar o
evangelho em sua pureza, utilizando-se do AT como padrão e os ensinos dos apóstolos. Livros com
erros óbvios, bem como não tão óbvios, foram, desta forma, eliminados do cânon.

A FIXAÇÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO


À medida que a igreja crescia, na era apostólica, ela começou a colecionar certos escritos, que por fim
se tornaram o Novo Testamento, que foi considerado como sendo igualmente inspirado, como “as
Escrituras”. Como aconteceu isto? Quem escolheu estes vinte e sete livros? Por que outros livros
foram excluídos? Estas são algumas perguntas com que se depara o estudante sério do NT.

Quando Paulo estava escrevendo suas cartas, ele não tinha consciência de que elas posteriormente
iriam ser consideradas escritos sagrados. Ele e os outros autores escreveram pra suprir necessidades
específicas dos primeiros leitores. Embora tenham sido guiados pelo Espírito Santo a escreverem, eles
só tinham em mente sua geração de leitores.

A Coleções Antigas – A primeira coletânea de livros que pode ser


propriamente referida como um esforço definido no sentido de um “Novo
Testamento” foi compilada pelo herege Marcião (c. 145). Rejeitando
completamente o AT e tudo o que era judaico, ele aceitou somente o
Evangelho de Lucas e dez cartas de Paulo: Gálatas, I e II Coríntios,
Romanos, I e II Tessalonicenses, Laodicenses (Efésios?), Colossenses,
Filipenses e Filemon.

Foi em reação a essas coletâneas, feitas pelos grandes líderes


hereges do segundo século, que as igrejas começaram a unir-se para
definir que livros eram realmente autorizados e quais deveriam ser
rejeitados como espúrios.

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B O aparecimento de um cânon – Por volta de 180 a Igreja de Roma compilou uma relação de
livros, conhecidos agora como o Cânon Muratoriano. Embora o manuscrito existente seja
fragmentário, parece que a lista original continha os quatro Evangelhos, treze cartas de Paulo, as três
cartas de João, Judas e Apocalipse. Somente as cartas de Tiago e Hebreus estão ausentes. O nome,
Cânon Muratoriano, vem de um bibliotecário chamado Muratori, que descreveu o documento do oitavo
século em Milão, Itália, no século dezoito.

Outras vozes começaram a se pronunciar acerca das coletâneas de suas igrejas também. Pelo
menos três grandes homens do segundo século levantaram suas vozes para proclamar alguns escritos
como verdades aceitas e outros como espúrios:

1 Irineu – (morreu c.190) da Ásia Menor, discípulo de Policarpo. Foi


para Roma, tornou-se Bispo de Leão na Gália. Em sua obra principal
“Contra Heresias” é bem claro em aceitar os quatro evangelhos. Cita
como autorizados todos os livros do NT, exceto Filemon, Tiago, II Pedro, II
João e Judas. Colocou Hebreus numa posição subcanônica. Contudo,
aceitava “O Pastor de Hermas” como escritura.
Vitral na Igreja de Santo Irineu, Bispo de Lugduno na Gália (atual Lyon, na França)
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ireneu_de_Lyon

2 Clemente de Alexandria – (morreu c. 215) escreveu comentários


sobre os livros do NT, aceitou os quatro evangelhos, I Clemente (carta de
Clemente de Roma aos Coríntios), o Didaquê dos Doze Apóstolos, a Carta
de Barnabé, o Pastor de Hermas, O Apocalipse de Pedro e A Pregação de
Pedro.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Clemente_de_Alexandria

3 Tertuliano – (morreu 220), de Cartago, na África, citou todos os livros


do NT, exceto II Pedro, II e III João e Tiago. Aceitou os quatro evangelhos.
Dizia que Barnabé escreveu o livro de Hebreus. Foi o primeiro a usar o
termo: Novo Testamento.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tertuliano

C O Cânon do IV Século

1 Eusébio de Cesaréia (270-340 a D), possuía a maior biblioteca de


escritos cristãos do mundo. Classificou os escritos que não tinham uma
autoridade apostólica como: disputados e heréticos. Menciona somente
Tiago, II Pedro, II e III João e Judas como livros disputados Os livros que
classificou como heréticos foram: Os Atos de Paulo, O Pastor, O Apocalipse
de Pedro, Barnabé e Didaquê (Ensino dos Doze). Em sua lista de livros
aceitos, ele incluiu Hebreus como da autoria de Paulo.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eus%C3%A9bio_de_Cesareia

2 Agostinho de Hipona (África do Norte) (354-430 a D) – Aceitou


todos os 7 livros que tinham sido questionados em várias seções da Igreja.
Entretanto, fez diferença em vários graus de valor entre os livros canônicos.
Nem todos os livros tinham autoridade igual.
Retrato de Santo Agostinho por Philippe de Champaigne, século XVII

18
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Agostinho_de_Hipona

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3 O Concílio de Laodicéia (363 a D) – Trinta e dois lideres cristãos se
reuniram, e decretaram, que somente os livros canonizados do AT e NT
fossem lidos nas igrejas. Neste concílio, apocalipse foi rejeitado.

Uma cópia do Missorium de Teodósio no Museu de Mérida, na Espanha.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Conc%C3%ADlio_de_Laodiceia

4 Atanásio de Alexandria (298-373 a D) – Em sua 39ª Epístola


Festiva (367) , talvez, tenha sido o primeiro a aplicar o termo “cânon” aos
27 livros exatos, do nosso NT com os temos hoje. Ponderou que o Didaquê
e O Pastor seriam úteis para os jovens cristãos, mas distinguiu-os dos livros
canônicos.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atan%C3%A1sio_de_Alexandria

5 O Terceiro Concílio de Cartago (397 a D) – Sob a liderança influente


de Agostinho, Bispo de Hipona, o Concílio adotou uma lista de livros das
Sagradas Escrituras: Os quatro Evangelhos, O Livro de Atos dos Apóstolos,
as treze epístolas de Paulo, a Epístola de Paulo aos Hebreus, Duas
epístolas de Tiago e uma de Judas e um livro do Apocalipse de João.

Pelo final do IV século, o cânon foi fixado. Vinte e sete livros foram
reconhecidos como possuidores de autoridade de Escritos Sagrados.
Alguns outros (O Pastor de Hermas, A Epístola de Barnabé e a Epístola de
Clemente) foram permitidos serem lidos em devoção privada para
edificação. Mas, uma grande distinção foi feita entre este e as “Escrituras”.
Santo Agostinho, líder do
Os escolhidos para estarem no cânon foram aqueles que haviam sido lidos
Concílio, num afresco do por um período de vários séculos e provados serem de valor espiritual
S é c u l o V I , d a B a s í l i c a especial para as igrejas.
Lateranense.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atan%C3%A1sio_de_Alexandria

D O Novo Testamento do Século VI – Durante a Idade Média, a Igreja Católica Romana tinha se
tornado autoridade suprema em todas as questões eclesiásticas. A Bíblia oficial da Igreja Romana era a
tradução latina feita por Jerônimo (a Vulgata). A hierarquia da Igreja reivindicava autoridade para
interpretar as Escrituras. E também reclamava o mesmo direito para interpretar a tradição não escrita.
Os reformadores deram à Bíblia em sua forma acabada a infalibilidade que antes se pressupunha residir
na hierarquia da Igreja.

Lutero declarou que somente as Escrituras, sem a tradição, eram a fonte única e completa da
doutrina; que somente o Cânon Hebraico do AT e os livros reconhecidos do NT devem ser admitidos
como autorizados. Discutindo e condenando a matéria apresentada por Lutero, a Igreja Católica
Romana se dividiu.

A despeito da oposição de Lutero a Tiago, a Igreja Luterana fez causa comum com as demais
igrejas protestantes e aceitou o mesmo Cânon do Novo Testamento.

A TRANSMISSÃO DA BÍBLIA
Antes das descobertas de Qumran em 1948, o mais antigo texto hebraico conhecido era um
manuscrito dos Profetas (O Códice do Cairo), datado cerca do ano 895. Apesar de ter mais de 1000
anos, está datado após muitas gerações depois dos escritos originais dos profetas.

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As descobertas do Mar Morto são importantes porque produziram fragmentos sobreviventes da
biblioteca de uma comunidade judaica nos anos 130 a C a 70 a D. Um rolo do 2o Século a C de Isaías
habilitou os eruditos a se aproximarem mais de 100 anos aos autógrafos.

O ANTIGO TESTAMENTO HEBRAICO


Manuscritos básicos da Bíblia Hebraica Moderna – A
edição moderna da Bíblia hebraica de Kittel é baseada
primeiramente nos seguintes manuscritos:

1 O Códice do Cairo (895) – O mais antigo manuscrito


Massorético dos Profetas que se conhece;

2 O códice de Lenningrado (916) – dos Profetas


Posteriores (916).

3 O Códice Allepo (930) - Um manuscrito inteiro de todo o


A.T. , que foi parcialmente queimado numa sinagoga em 1948;

4 O Códice de Leningrado (1008) – de todo o A.T. Fonte: Pexels - Cottonbro

O Texto Massorético – Cerca de 100 a.D. líderes judeus produziram uma edição padronizada do
texto hebraico consonantal (somente consoantes) do A.T. Gerações sucessivas de editores inseriram
um grande número de sinais para orientar os leitores nas sinagogas na enunciação correta dos escritos
sagrados. Essas edições incluíam as marcas de pontuação e os pontos das vogais. Notas eram
colocadas às margens, no começo e no fim dos manuscritos. Os escribas judeus que faziam esse
trabalho eram chamados de massoretas derivação da palavra Massorah (tradição). O texto que os
massoretas estabeleceram tornou-se conhecido como “texto massorético”. Os escribas judeus
faziam seu trabalho de modo reverente e cuidadoso. Tinham regras preciosas, que determinavam a
qualidade e o tamanho dos couros a serem usados, o tamanho das colunas em cada página e as letras.
Nossa Bíblia atual é baseada no trabalho desses eruditos judeus. Apesar de o mais antigo manuscrito
ser datado de 895, é realmente maravilhoso como sua concordância é quase total com o segundo rolo
de Isaías da comunidade de Qumran (1948).

A Septuaginta – Tradução do AT por 72 homens, que começou com o Pentateuco em (250 a.C.) em
Alexandria. A tradução de outros livros do A.T. em grego parece ter sido completada no ano 150 a.C.
Algumas observações importantes foram feitas por Geisler e Nix (eruditos modernos e
pesquisadores do A.T.). 1. A Septuaginta varia das traduções literais para as traduções livres dos
escritos; 2. Foi designada para uso público nas sinagogas, em vez do uso erudito dos rabinos; 3. foi a
primeira tentativa de se traduzir o A.T. para outra língua.

Traduções em Outras Línguas – Depois do exílio, o judaísmo substituiu a língua hebraica falada
pelo aramaico. Tornou-se, então, necessário traduzir as Escrituras hebraicas para o aramaico para o
culto nas sinagogas. O ato de traduzir chamou-se tangem e a própria tradução se chamou targum. A
tradução podia ser data oralmente com observações interpretativas. O Targum Onkelos do
Pentateuco e o Targum Jonathan dos Profetas tornaram-se oficiais pelo século 5 A.D. A Igreja Síria
requereu uma tradução simples do A.T. em aramaico Sírio, que é um dialeto do aramaico da Palestina. A
Bíblia Síria é conhecida com o nome de “Peschitta”, que significa “tradução simples”. A Tradução foi
feita provavelmente na metade do 1º Século a.D. Com a difusão da língua oficial do Império Romano,
surgiu a necessidade de se traduzir o A.T. para o latim. Traduções latinas da Septuaginta já estavam
sendo usadas no ano 150 A.D. A tradução de Jerônimo (da Vulgata) substituiu todas as antigas versões
latinas.

O Novo Testamento – Os manuscritos mais antigos do NT que existem na atualidade são em papiro.
Depois do IV século A.D., praticamente todos os manuscritos foram escritos em pergaminho.

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MANUSCRITOS
Manuscritos em Papiro

A P52 – Um fragmento de papiro, de 6,5 cm por 8,5 cm, contendo poucos


versos do quarto Evangelho, é o exemplar mais antigo de qualquer porção do
NT que existe atualmente. Teve sua origem provavelmente entre 117 e 138
A.D.

P45, P46, P47 – Em 1930 e 1931, Chester Beatty, Londres, comprou


importantes papiros bíblicos, contendo muita coisa dos Evangelhos e dos
Atos, as Epístolas Paulinas e o Apocalipse. Os papiros estão agora no Museu
de Beattyt, próximo a Dublin. O P45 contém 30 folhas de papiro códice: 2 de
Mateus, 2 de João, 6 de Marcos, 7 de Lucas e 13 de Atos. Originalmente o
códice consistia de cerca de 220 folhas removidas de um original que continha
104 páginas das epístolas de Paulo. As epístolas estão nesta ordem:
Romanos, Hebreus, I e II Coríntios, Efésios, Gálatas, Filipenses,
Colossenses, I e II Tessalonicenses. É datado de (200 AD). O P47 consiste de
10 folhas pouco mutiladas de um códice do livro de Apocalipse. O livro total se
calcula ter tido 32 folhas em comprimento. É datado de 250-290 AD.

P66, P72, P75 – A Biblioteca Bodmer em Genebra, comprou uma grande


coleção de papiros, que inclui textos nas línguas grega e copta (copta-língua
do Egito). P 66 – contém a maior parte do Evangelho de João e é datado de
200 AD. P72 – contém Judas e as Epístolas de Paulo e é datado do século
III.Contém também vários livros apócrifos e Salmos. P75 – Contém 102 das
144 páginas de um códice de Lucas e João. É datado de 175-225 AD.
Fonte: http://bibliateca.com.br/site/os-papiros-e-os-pergaminhos/outros-2-papiros-de-chester-beatty

B Os Manuscritos em Pergaminho – Pelo IV século o A.T e o N.T. eram transmitidos juntos em


pergaminho na forma de códice. O grego era escrito em letras unciais (maiúsculas).

CÓDICES
A Códice Vaticano (B) – Este códice é datado da 1ª parte do século IV (325 A.D.) e é um dos mais
valiosos de todos os manuscritos da Bíblia Grega. Faltam no códice 46 capítulos de Gênesis, uma seção
de 30 salmos, e o resto do Novo Testamento depois do capítulo 9 de Hebreus.

B Códice Sinaítico – Este códice foi escrito no século IV, um pouco mais tarde que o Vaticano. Foi
conseguido do Mosteiro de Santa Catarina, no Monte Sinai, por Tischendorf em 1859. Enquanto ele
visitava o mosteiro, viu folhas de pergaminho na cesta de papel. Estas eram parte de um exemplar da
versão Septuaginta do A.T., escrito na forma oficial (letras gregas maiúsculas). Ao tirar 43 folhas da cesta
de papel, um monge casualmente observou que duas cestas de papel, contendo material idêntico, já
tinham sido queimadas. Em sua terceira viagem ao Mosteiro, conseguiu o códice contendo o único
exemplar conhecido e completo do N.T. grego e a maior parte do A.T. em escrita uncial. Persuadiu aos
monges a fazer uma dádiva do referido documento ao Czar da Rússia. O Governo Britânico comprou o
manuscrito da Rússia mais tarde, em 1933, aproximadamente por U$ 500.000.

C Códice Alexandrino – Este códice foi escrito no século V e contém o A.T., exceto mutilações, e a
maior parte do Novo Testamento. Foi presente do Patriarca de Constantinopla ao rei da Inglaterra em
1627. Está no museu britânico.

D Códice de Efraim, (C) – Este manuscrito do V século foi apagado no 12º século e as folhas usadas
por Sto. Efraim para uma tradução grega de sermões. Tischendorf, mediante o uso de elementos
químicos, conseguiu decifrar os originais subscritos, deste palimpsesto (manuscrito de pergaminho que
foi raspado para receber novo texto).

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E Códice de Bezae (D) – Bezae era um erudito francês que sucedeu Calvino como líder da Igreja
Protestante em Genebra. Apresentou à Biblioteca de Cambridge, em 1581, um manuscrito do século VI,
dos Evangelhos e Atos em grego e latim, confrontando-se as duas línguas nas páginas. O Códice
contém variações livres de palavras e sentenças do que se considera ser o texto normal do N.T.

F A Vulgata Latina de Jerônimo – Em 382 A.D. o Papa Damasco comissionou a Jerônimo para
fazer uma revisão da velha tradução latina. Jerônimo escolheu um texto latino relativamente bom e
comparou-o com manuscritos em grego antigo. Os Evangelhos foram corrigidos primeiro e o A.T.
completado em 405 A.D. O trabalho tornou-se a Bíblia oficial da Igreja Latina e continua a ser a Bíblia
atual da Igreja Católica Romana. “Vulgata” significa “usual” ou “comum”.

O Concílio de Trento em 1546, declarou que a Vulgata é a Bíblia autorizada da Igreja Católica.

A BÍBLIA IMPRESSA
A invenção da imprensa, por João Gutemberg no século XVI, na
Alemanha, tornou possível a impressão de livros de forma mais rápida,
barata e em grau mais alto de exatidão do que a cópia à mão. O primeiro
livro a ser impresso entre (1450 e 1456) foi a vulgata latina de
Jerônimo.

Gutenberg Johannes Gensfleisch


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Gutenberg

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia_Poliglota_Complutense

A A impressão do Texto Grego – O renascimento da cultura (a


Renascença) no século XV criou um desejo de se estudar a literatura em
sua língua ou texto original. Em 1502, o Cardeal Ximenes da Espanha
planejou uma Bíblia Poliglota (em muitas línguas) em que a edição do NT
impressa em 1514 continha textos em colunas paralelas do hebraico,
aramaico, grego e latim. O A.T. foi impresso em 1517; todavia, a Bíblia
Poliglota foi publicada somente em 1522. A Bíblia tornou-se conhecida
como a Poliglota Complutensiana (Complutum é o nome da cidade em
que foi impressa).

Um famoso editor parisiense chamado, Estefânio, fez quatro edições do N.T. grego (1546, 1549,
1550 e 1551). Na terceira edição, imprimiu, às margens das páginas, vários extratos de 14 códigos na
quarta edição, dividiu o texto em versículos numerados. Seu filho afirmou que dividiu o trabalho em
versículos enquanto viajava de Paris para Lião. O texto de Estefânio, que se baseou em Erasmo e na
Bíblia Poliglota, tornou-se conhecido como Textus Receptus (Texto Aceito).

B A Bíblia em Inglês – Apesar de o cristianismo ter sido levado à


Inglaterra no começo do século IV, o trabalho missionário era feito em latim.
Alguns poemas e poucos versículos das Escrituras apareceram no inglês
antigo do século VIII. Alfredo, o Grande (901), pôs partes da Bíblia em
Inglês para seu povo. O período inglês antigo encerrou-se logo depois da
Conquista Normanda em 1066.

A tradução da Bíblia para o inglês da Idade Média começou no século


XIV. William de Shoreham produziu a primeira tradução em prosa da
porção da Bíblia em um dialeto suíno da Inglaterra em 1320. Richard Rolle
fez uma tradução literal da Vulgata Latina para o dialeto do norte da
Inglaterra em 1340. Esses trabalhos prepararam o caminho para João Rolle, detalhe de "Poemas Religiosos",
início do século XV (Algodão Sra. Faustina B.
Wycliffe (1320-1384). VI)

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Richard_Rolle

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C A Tradução de Wycliffe (1383) – João Wycliffe esteve associado à
Universidade de Oxford durante muito tempo. Mais tarde tornou-se político
e finalmente reformador, pregando contra vários males do seu tempo.
Traduziu a Vulgata. Completou em 1383, um ano antes de sua morte. Os
exemplares tinham que ser distribuídos secretamente aos seus seguidores,
chamados lollardos, que viajavam por toda a Inglaterra, lendo-os para o
povo. A pregação dos lollardos perturbou a Igreja que baniu a tradução
inglesa de Wycliffe e proibiu o trabalho dos seus seguidores. O corpo de
Wycliffe foi exumado e queimado em 1428. As cinzas foram lançadas num
rio próximo. Apesar de todas as perseguições, a Bíblia de Wycliffe continuou
a ser usada largamente no século XV.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/John_Wycliffe

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Tyndale

D As Escrituras por Tyndale (1526) – A ambição de William Tyndale


era fazer pela Inglaterra o que Lutero fizera pela Alemanha. Declarou que
brevemente ele proporcionaria a um rapaz que usasse o arado condições
de possuir mais conhecimentos da Bíblia que os líderes da Igreja. Sentiu
que o povo tinha o direito de saber o que lhes for a prometido pela Bíblia;
mas, muitos não podiam ler o latim.

Visto que o Rei e a Igreja da Inglaterra tinham proibido o uso da


tradução inglesa, Tyndale foi à Alemanha para imprimir o N.T. Exemplares
da tradução apareceram na Inglaterra no princípio de 1526. De 1527 a 1531 Tyndale esteve em
Marburgo (Alemanha), trabalhando na tradução do A.T. Foi traído em 1535, sendo condenado à forca e
queimado. Suas últimas palavras, foram: ‘‘Senhor, abre os olhos do rei da Inglaterra’’. Sua tradução
do N.T. baseou-se na 2ª e 3ª edições de Éramos, a Vulgata e a tradução alemã de Lutero. A tradução do
A.T. foi baseada no hebraico. 15.000 exemplares do N.T. foram vendidos até o ano de 1535.

E A tradução da Bíblia por Coverdale (1535) – O trabalho que Tyndale


começou foi completado por Myles Coverdale, que nasceu em Yorkshire,
cerca de 1488. Depois de diplomar-se em Direito Canônico pela
Universidade de Cambridge, em 1531, deixou o sacerdócio da ordem dos
Agostinhos, e iniciou uma série de pregações contra várias práticas
religiosas. É possível que tenha se encontrado com Tyndale em Hamburgo
em 1529. Sua tradução da Bíblia foi impressa em 1535. Dedicou-a a
Henrique VIII, provavelmente na expectativa de alcançar a aprovação do rei
para sua circulação na Inglaterra. Apesar do rei não ter dado sua permissão,
contudo não a baniu. Baseou sua tradução de uma versão latina, da
tradução de Lutero e Tyndale. Foi a primeira bíblia a ser impressa em inglês.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Myles_Coverdale

F A Grande Bíblia (1539) – A Grande Bíblia, é assim chamada pelo seu


tamanho, foi um trabalho feito em conjunto por Coverdale e Richard
Grafton em 1538, com a autorização do Rei Henrique VIII. Sua tradução
deveria ser uniforme e livre de interpretações. A Bíblia apareceu em 1539,
um exemplar para cada igreja da Inglaterra. Trazia em sua primeira página:
“Esta é a Bíblia indicada para uso das igrejas”.

A distribuição da Grande Bíblia foi estimulada pelo rei a todos o que


causou uma grande procura. O rei emitiu uma segunda declaração
aconselhando os leitores a “lerem de forma humilde e reverentemente”.
Os líderes eclesiásticos conservadores reagiram contra a liberdade de
interpretação dos leigos. Em 1543 todas as traduções que levavam o nome de Tindalle foram
denunciadas. Quando o Rei Henrique VIII morreu, a Grande Bíblia foi restaurada ao seu lugar nas
igrejas.
Fonte: https://stringfixer.com/pt/Great_Bible#wiki

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G A Bíblia de Genebra (1560) – O primeiro N.T. inglês com os capítulos
divididos em versículos de acordo com o N.T. grego de Estefânio era a Bíblia
de Genebra, impressa em 1557. Emn1560 a Bíblia inteira foi revista e
impressa em Genebra. O tipo, o tamanho e as notas deram-lhe grande
popularidade entre o povo.

Bíblia de Genebra original (edição de 1560)

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia_de_Estudos_de_Genebra

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/B%C3%ADblia_do_Rei_Jaime

H A Versão do Rei Tiago (King James) – No final do Século XVI, os


protestantes de fala inglesa tinham duas versões da Bíblia: A Grande
Bíblia, preferida pelos anglicanos, e a Bíblia de Genebra, preferida
pelos protestantes calvinistas. Em 1604, o rei Tiago convocou uma
conferência para acertar as diferenças de opinião sobre as versões da
Bíblia. 54 eruditos foram nomeados para providenciar uma tradução nova
que fosse aprovada por todas as igrejas. O novo trabalho foi baseado num
estudo dos manuscritos antigos hebraico e grego, bem como em muitas das
traduções posteriores. Foi dada atenção à beleza da língua.

I Edições Recentes

1 A versão inglesa revista – Foi aprovada em 1870 e foi publicada nos


anos de 1881-1885. Novos manuscritos tendo sido descobertos
possibilitaram uma melhor compreensão dos mais antigos. Eruditos
americanos foram convidados a participar no trabalho da versão inglesa
revista. A versão americana tornou-se conhecida como a versão
americana padrão (American Standard Version).
Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/American_Standard_Version

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/New_English_Bible

2 A Nova Bíblia Inglesa (New English Bible) – publicada em 1961 e


1970, Foi uma revisão da versão americana com adaptação para o inglês da
Inglaterra, sem quaisquer afetações e interpretações.

Esta é a capa do livro New English Bible . Acredita-se que os direitos autorais da arte
da capa do livro pertencem à Oxford University Press e à Cambridge University Press .

J A Bíblia em Língua Portuguesa

1 A Versão de Almeida – Em 1495, a rainha D. Leonor, mulher de D.


João XI na intenção de popularizar as Escrituras, mandou traduzir com
recursos próprios A Vida de Cristo que foi originalmente escrita na língua
latina pelo Dr. Ludolfo da Saxônia e que continha muitas citações da
Bíblia. Dez anos depois ela mandou publicar na língua lusitana os Atos dos
Apóstolos e as epístolas gerais de Tiago, Pedro, João e Judas. Esta nobre
senhora faleceu em 1525.

Uma segunda edição da Vida de Cristo foi publicada em 1554. Ambas


desapareceram das bibliotecas por uma reação do clero.
Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:B%C3%ADblia_Sagrada_Jo%C3%A3o_Ferreira_de_Almeida_1899.jpg

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Nessa época, organizaram-se diversas expedições comerciais para o desenvolvimento das várias
colônias dos países europeus. Entre estas, a Companhia Holandesa das Índias Orientais. A carta
patente exigiu que cuidassem em plantar a Igreja entre os povos e procurasse a sua conversão. Foi esta
companhia que mais tarde, em 1963, patrocinou a revisão do N.T. de João Ferreira de Almeida.

João Ferreira de Almeida nasceu em Lisboa, de pais católicos romanos, em 1628. Ainda criança
mudou-se para a Holanda, aceitou a fé da Igreja Reformada em 1642 ao ler um folheto espanhol.
Aprendeu a falar espanhol, francês e Holandês, línguas nas quais era exímio evangelista. Durante a sua
longa vida pastoral escreveu e publicou várias obras, entre as quais sobressai a versão portuguesa da
Bíblia. Deixou completo o N.T. não logrando concluir a tradução do A.T., que só chegou até o livro de
Ezequiel, capítulo 48 versículos 21. Faleceu em Batávia aos 6 de agosto de 1691.

Em 1681, começou a publicação da Bíblia de Almeida, pelo Novo Testamento. Por Ordem da
Companhia Holandesa das Índias Orientais, a primeira edição foi feita em Amsterdan, para circular entre
as igrejas evangélicas portuguesas que estas companhias estabeleceram nas suas feitorias asiáticas. A
primeira versão saiu com muitos erros tipográficos.

Dois anos depois do falecimento de João Ferreira de Almeida, em 1693, saiu uma segunda edição
do N.T., revista pelos missionários da Companhia Holandesa das Índias Orientais na cidade da Batávia
em Java Maior. Em 1712 houve uma terceira revisão às expensas da Sociedade de Propaganda do
Conhecimento Cristão.

De 1738 a 1753 parte por parte, foram sendo impressos os livros do A.T. iniciados por João Ferreira
de Almeida, em dois volumes na cidade de Batávia.

Em 1819, a Bíblia completa de João Ferreira de Almeida foi publicada em um só volume pela
primeira vez.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Pereira_de_Figueiredo

2 A Versão de Figueiredo – Nascido em Tomar, perto de Lisboa, em


1725 e morreu em um convento em Lisboa em 1797, o padre Antônio
Pereira de Figueiredo iniciou a versão da Bíblia tendo por base a Vulgata.
Por dezoito anos ele se ocupou com esta obra. A Primeira edição saiu em
1778 pelo N.T., em seis volumes, cerca de 400 páginas.

O A.T. de Figueiredo foi publicado em dezessete volumes desde 1783


a 1790.

A Bíblia de Figueiredo em um só volume foi publicada pela primeira vez em 1821. Em 1828 dois
fatos notáveis aconteceram: Ela não contém os livros apócrifos e foi aprovada em 1842 pela rainha
D. Maria II.

Fonte: Pexels - Johnmark Smith

A Edição Brasileira – Em 1879, uma edição do N.T. foi publicada pela


3
Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro.

Em 1902, as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da


Bíblia no Brasil, se reuniram para nomear uma comissão para traduzir os
textos hebraico e grego em português. A comissão foi formada por
Episcopais e Presbiterianos. Em 1910, após algumas publicações
isoladas dos evangelhos e do livro de atos, todo o novo testamento foi
publicado. A Bíblia inteira só apareceu em 1917.

A Edição Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil teve por base a edição de João
Ferreira de Almeida (1940). Foi esta que a comissão revisora estudou e repassou, com certo reajuste
vocabular.
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4 A Tradução Revisada da Imprensa Bíblica Brasileira – Na primeira
reunião da Imprensa Bíblica Brasileira em 02 de julho de 1940, a HARMONIA
primeira decisão foi de iniciar imediatamente a impressão da Bíblia no
Brasil. A segunda decisão foi a de iniciar a revisão do texto da tradução de
DOS EVANGELHOS
S.L. WATSON E W.E. ALLEN
Almeida. Comissões foram organizadas e foi eleito o presidente da
7.ª EDIÇÃO

comissão revisora o Dr. S.L. Watson, diretor do Colégio e Seminário Batista


do Rio de Janeiro, em 1917-18 e 1935-36. Diretor do Seminário Teológico
Batista do Recife em 1941, diretor da Casa Publicadora Batista, várias
vezes, professor e autoridade da língua hebraica. O Pr. Manoel Avelino de
Souza, o Dr. W.E. Allen, professor de Grego do Seminário Batista do
Sul do Brasil-RJ, o Dr. A.R. Crabtree, professor de hebraico e outros
fizeram parte dessas comissões. Fonte: Reprodução digital da capa do livro

O primeiro trabalho apareceu em A Harmonia dos Evangelhos, de Watson e Allen, impresso em


1942. A comissão usou os melhores textos gregos.

Em 1949, a Imprensa Bíblica Brasileira tinha pronta sua revisão do N.T.

A revisão do A.T. foi muito mais difícil e mais árdua. O texto hebraico era mais difícil e há três vezes
mais volume em páginas. No entanto, o trabalho foi terminado em 1960, justamente quando a
Sociedade Bíblica Brasileira achou que não ficaria muito bem aparecerem as duas revisões na mesma
ocasião e resolveu então aguardar alguns anos.

Em 1968 foi publicada a revisão da Imprensa Bíblica Brasileira em forma de Bíblia de Púlpito.

Em 1972 apareceu a tradução de Almeida em revisão da Imprensa Bíblica Brasileira no formato


popular.

CRÍTICA BÍBLICA
Crítica textual (baixa crítica) – A Baixa crítica avalia os textos de tradução que têm chegado até nós
para determinar as palavras do texto original. Os eruditos empregam métodos científicos na
reconstrução de um texto, e têm alcançado grande progresso em restaurar o texto dos escritos originais.

O racionalismo e o método literal de interpretação baseado nas análises gramatical e histórica


prepararam o caminho para os estudos literários da fonte dos séculos dezenove e vinte. O racionalismo
removeu a reverência pela Bíblia como revelação divina e proporcionou o estudo dela como qualquer
livro. Os eruditos analisaram os Evangelhos para determinar se eram de fato históricos ou se foram
criados pelos discípulos, que estariam, porventura, expressando suas crenças.

Crítica histórica e literária (alta crítica) – A alta crítica se preocupa com o estudo da autoria, das
datas e do propósito de cada escrito. Estabeleceu que os escritos do NT foram completados ao findar o
primeiro século. Há ainda muito desacordo sobre a origem dos livros do AT. A determinação do
fundamento histórico, propósito do autor e a identidade dos leitores dos livros são necessários para que
se possa entender a mensagem inteligentemente.

Em acréscimo às dúvidas relativamente à historicidade e segurança dos Evangelhos, a linguagem foi


examinada para determinar se a vida de Cristo foi compilada de várias fontes ou se fora o trabalho único
de um autor.

Contribuições positivas da crítica bíblica – Os cientistas da crítica bíblica submetem suas teorias
ao criticismo para determinar se as hipóteses são relevantes a todos os fatos conhecidos e se de fato
são positivas. Se a hipótese falhar perante os testes que se fazem da mesma, então, os cientistas
rejeitam-nas. A mesma técnica deve ser usada na interpretação bíblica. Usando o Pentateuco como
exemplo, há partes de livros que reivindicam ser de autoria mosaica. Os judeus, e os leitores ao tempo
do NT julgavam que Moisés fosse o autor do Pentateuco, mas certas frases indicam que algumas
dessas declarações são de época posterior à de Moisés.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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