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Lições Bíblicas

ENCONTRE SEU GRANDE


OBJETIVO NESTE MUNDO
Matthew Barnett, filho do pastor Tommy Barnett, descobriu a causa
para a qual foi criado quando abandonou seus sonhos de sucesso
e começou a ouvir o sonho de Deus para a sua vida. Ele sentiu que
Deus o chamava para servir aos pobres e necessitados.

Pessoas entusiasmadas são impulsionadas pela causa especial que


Deus plantou dentro delas. O Senhor as direciona para estarem
exatamente onde Ele quer que estejam, ou seja, no centro de Sua
vontade, expressando sua causa.

Se você tem um sonho, talvez o realize. Mas se ele não for a sua
causa? se sentirá iludido, como quem teve uma decepção. Deus criou
você para uma grande causa em seu Reino e pode usar todas as
experiências da vida, até as mais difíceis, para realizá-la. Peça ao
Senhor que revele qual a sua missão no Reino, qual a causa dentro de você.

“ Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas


poucos são os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande
ceifeiros para a sua seara.” Mt 9.37 e 38
L ições Bíblicas

Aluno
I o TRIMESTRE 2024

LIÇAO 1 BÍBLIA: A FO NTE DA GENUÍNA DOUTRINA 3

LIÇÃO 2 A DOUTRINA DE MOISÉS 8

LIÇÃO 3 O CATIVEIRO MOTIVADO PELO DESPREZO AO ENSINO 12

LIÇÃO 4 OS JO V EN S QUE SE MANTIVERAM FIRMES NA DOUTRINA 17

LIÇÃO 5 AS FALSAS DOUTRINAS 22

LIÇÃO 6 A DOUTRINA E O AMOR PELO SENHOR 26

LIÇÃO 7 A DOUTRINA QUE DÁ VIDA E EXPULSA DEMÔNIOS 30

LIÇÃO 8 A SÃ DOUTRINA 35

LIÇÃO 9 A DOUTRINA DOS APÓSTOLOS 40

LIÇÃO 10 O CUIDADO COM O VENTO DE DOUTRINA 45

LIÇÃO 1 1 A DOUTRINA DEVE FAZER PARTE DO CULTO 50

LIÇÃO 13 A IGREJA NÃO SO BREVIVE SEM DOUTRINA 60


C A S A P U B L IC A D O R A DAS
A S S E M B L E IA S D E D E U S

Presidente da Convenção Geral das


Assembleias de Deus no Brasil
José WeLlington Costa Junior
O FUNDAMENTO
Presidente do Conselho Administrativo DOS APÓSTOLOS E
José Wellington Bezerra da Costa
Diretor Executivo
DOS PROFETAS
Ronaldo Rodrigues de Souza A Doutrina BíbLica como Base
Gerente de Publicações para uma Vida Vitoriosa
Alexandre Claudino Coelho
Consultor Doutrinário e Teológico Com a graça de Deus, iniciaremos
Elienai Cabral
o primeiro trimestre do ano. Estuda­
Gerente Financeiro
Josafá Franklin Santos Bomfim
remos um tema bem reLevante para
Gerente de Produção os nossos dias: Doutrina. O objetivo é
Jarbas Ramires Silva mostrar que as Escrituras Sagradas
Gerente Comercial são uma fonte genuína da doutrina
Cícero da Silva de Deus. Sabemos que as doutrinas
Gerente da Rede de Lojas têm três fontes: Deus, o homem e
João Batista Guilherme da Silva os demônios.
Gerente de TI
A cad a lição estudada, tem os
Rodrigo Sobral
a certe za de que vo cê verá que
Gerente de Comunicação
Leandro Souza da Silva as doutrinas de Deus são manuais
Chefe do Setor de Educação Cristã que nos ensinam a viver conforme
Marcelo Oliveira a vontade do Senhor até que Jesus
Chefe do Setor de Arte & Design venha arrebatar a sua Igreja.
Wagner de Almeida V iv e m o s tem pos trabalhosos
Comentarista e não podem os nos descuidar da
Elias Torralbo
sã doutrina para que venham os a
Editora
Telma Bueno
rechaçar as m uitas heresias que
Revisora rondam a Igreja.
Verônica Araujo
Projeto Gráfico, Designer e Capa Que Deus o(a) abençoe.
Suzane Barboza
Fotos Até o próximo trimestre.
shutterstock.com

Os editores.
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BÍBLIA: A FONTE DA
GENUÍNA DOUTRINA
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"Toda Escritura d ivinam ente SEGUNDA - 2 Pe 1.19-21


inspirada é proveitosa para Inspirados pelo Espírito Santo
ensinar, para redarguir, para TERÇA - Jo 5.39
corrigir, para instruir em justiça." A Palavra testifica acerca de Jesus
(2 Tm 3. 16) QUARTA - SL 119.72
A Palavra de Deus é preciosa
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA-SL 119.89
A Palavra permanece para sempre
SEXTA - SL 119.105
A Bíblia é a única fonte genuína A Palavra é lâmpada para
de doutrina para o cristão. os nossos pés
SÁBADO - Hb 4.12
A Palavra e o seu poder eficaz

JOVENS 3
TEXTO BÍBLICO

2 Timóteo 3.14-17
14 Tu, porém , p erm a n ece naquilo que 16 Toda Escritura d ivinam ente insp ira-
aprendeste e de que fostes inteirado, da é proveitosa para ensinar, para
sabendo de quem o tens aprendido. redarguir, para corrigir, para instruir
15 E que, d esde a tua m eninice, sabe as em ju stiça ,
sagradas letras, que podem fazer-te 17 Para q u e o ho m em d e D e u s se ja
sábio para a salvação, pela fé que há perfeito e p erfeitam en te instruído
em Cristo Jesus. para toda boa obra.

INTRODUÇÃO nifica “pequeno livro”. O termo Bíblia


N este trim estre, estu darem os a reLaciona-se com biblos, de onde vem
respeito do “Valor da Doutrina”. Este é o nome dado à parte interna do papiro,
um tema de fundamentaL importância m aterial usado na antiguidade para
para o cristão, individualmente e para escrever os livros.
a igreja. Quanto ao foco da primeira A BíbLia é também chamada de: Es­
Lição, abordaremos a BíbLia como fonte critura (Mc 12.10; 15.28); Santas Escrituras
segura da doutrina. (Rm 1.2) e Sagradas Letras (2 Tm 3.15).
Certamente você concorda que a 2. A origem Literária da BíbLia. A
Bíblia é indispensável para uma vida BíbLia é a PaLavra de Deus aos homens
cristã frutífera, saudável. Mas você e, como Literatura, é um Livro antigo. Seu
sabe qual é a sua origem e natureza? formato originaLera a de um roLo Ur36.2)
Nesta primeira Lição, vamos responder (2Tm 4.13). IniciaLmente, a BíbLia não foi
essas questões, discorrendo a respeito formada de um Livro só, mas cada Livro
da origem da Bíblia, a sua inspiração compunha um roLo individuaL. A inven­
divina e a sua elevada e inestim ável ção do papeL no sécuLo II peLos chineses
importância. eodesenvoLvim entoda imprensa, por
Johannes Gutenberg, contribuíram com
I - A O R IG E M D A B ÍB L IA a junção de seus livros.
1. Definição do termo. As Escrituras A Bíblia tem 66 livros que foram
Sagradas são uma confirmação de que escritos por 40 homens de lugares e
Deus deseja ser conhecido peLos seres culturas diferentes. Originalmente foi
humanos, por isso a revelação de si escrita em dois idiom as (hebraico e
mesmo foi preservada de forma escrita grego) e um diaLeto (aramaico), dentro
em um livro cham ado Bíblia Sagrada. de mais de 1600 anos, com os mais
Q ual o significado da palavra Bíblia? variados tem as, com um a unidade
Com o se deu o seu desenvolvimento adm irável e inigualável. O centro de
dentro da história? sua m ensagem não é o homem (an­
O vocábulo Bíblia tem origem na tropológico), mas Deus (teocêntrico),
expressão grega biblos (Mt 1.1), que abordando o criacionism o (Deus é o
significa “um livro”, ou ainda, da forma Criador de todas as coisas), a teologia
diminutiva “biblion" (Lc 4.17) que sig ­ (ênfase no conhecimento a respeito de

4 JOVENS
Deus e a sua reLação com o mundo), a II - A IN S P IR A Ç Ã O D A S E S C R I­
antropologia (exposição sobre o Lugar TURAS
do homem no plano de Deus), culm i­ 1. Um a breve definição. Term os
nando na soterioLogia e na escatoLogia como inspiração, iLuminação, apLicação,
(a doutrina da salvação e das últimas convicção e testemunho compõem a
coisas, respectivamente). discussão acerca da fonte das Escrituras.
3. A origem da Bíblia Sagrada. AA expressão “inspiração”é a que coor­
Bíblia é um livro sagrado e a expres­ dena o funcionamento das demais, pois
são dada a isso é “cânon sagrado”. A atesta a origem da Bíblia, reafirmando
palavra “cânon” é de origem cristã e assim a sua autoridade final.
vem do grego kanon e provaveLmente Do latim inspiratio, que advém do
do hebraico “kaneh”, que quer dizer verbo inspirare, inspiração quer dizer
“junco", “cana" ou “vara de medir", com “s o p ra re m ”, ou ainda, “insuflar”. Ao
referência a uma regra ou uma norma a afirmar que a Escritura é “divinam en­
seguir. 0 cânon bíbLico é uma referência te inspirada”, o apóstolo Paulo está
aos Livros considerados como Pa Lavra afirm and o que ela foi id e alizad a e
de Deus, servindo com o regra de fé e supervisionada pelo Espírito Santo (2
prática (Gl 6.16). Tm 3.16), motivo peLo quaLeLa é “digna
A canonização dos livros da Bíblia de toda aceitação" (1 Tm 1.15). Portanto,
foi feita porconcíLios ecLesiásticos nos uma vez que o Espírito Santo é que
quais os Livros eram considerados úteis inspirou a Bíblia, é Ele quem também
para a fé e a adoração cristã. O Antigo ilu m in a o hom em para que po ssa
Testamento foi aceito com o sagrado entendê-la, além de operar os seus
peLos judeus e, nos dias de Jesus, a sua resultados exclusivos, atestando ser
composição já existia. Quanto ao Novo ela a verdade eterna de Deus.
Testamento, a autoridade de seus Livros 2. A revelação e sp e cial da Bíblia.
se confirmou peLos seguintes critérios: Inicialmente verem os duas questões
a) deveríam ter sido escritos por um a serem consideradas: “Por que Deus
dos ap óstolos ou por alg u é m bem usou hom ens com o autores de sua
próximo a eles; b) o conteúdo deveria PaLavra?"e “Com oaceitara BíbLiacomo
ser coerente com os ensinos da igreja Palavra de Deus se ela foi escrita por
e os demais Livros sagrados e c) deve­ hom ens?”
ríam ser conhecidos e reconhecidos na Deus, inicialmente, se revelou ao
igreja. Os concílios não concederam homem por meio de sua criação (SL 19.1-
autoridade divina às Escrituras, apenas 6; Rm 1.18-20). ELe também se reveLou
a reconheceu. pela Bíblia, e por intermédio de Jesus
Cristo, “a quem constituiu herdeiro de
@ PENSE! tudo” (Hb 1.1-3), o qual denominamos
Qual a importância de se conhecer ReveLação Especial Portanto, a escoLha
a origem da Bíblia? de homens como autores da Bíblia é
justificada pela estratégia divina em
Q PONTO IMPORTANTE! dar-se a conhecer à humanidade. No-
0 desenvolvimento histórico da Bíblia ta-se que, tanto no Antigo quanto no
atesta ser ela a Palavra de Deus. Novo Testamento, Deus se comunicou

JOVENS 5
oraLmente com o homem (Gn 1.28-30), @ PENSE!
e depois incumbiu pessoas a fazer o Por que a Bíblia é um livro divino?
registro, em sua Palavra (Êx 17.14).
Os homens que escreveram a Bíblia 0 PONTO IMPORTANTE!
foram chamados por Deus para tal ta­ A Bíblia é um livro divino, pois o
refa, servindo-lhes como instrumento Espírito Santo é a sua fonte.
divino (2 Pe 1.21). O “canal” usado foi o
humano, mas a autoridade é divina, o III - A BÍBLIA COMO FONTE DA
que faz da Bíblia a Palavra de Deus para DOUTRINA
os homens de todos os tempos. 1. Definição do termo. O significado
3. A natureza divina da Bíblia. Como do termo “doutrina” é am plo. A este
confirmar a natureza divina da Bíblia? respeito, o Dicionário Teológico editado
Há meios pelos quais a fonte divina da pela CPAD afirma: “[Do lat. Doctrina, do
Bíblia pode ser constatada e aceita, tais verbo docio, ensinar, instruir, educar.]
como: a) sua unidade; b) sua mensagem Conjunto de princípios que formam a
sem igual; c) o cumprimento de suas base de um sistema religioso''. Já em
profecias e d) o seu testemunho próprio. uma análise mais específica, a referida
Mesmo tendo sido escrita por di­ obra dá a seguinte expLicação: “A doutrina
ferentes pessoas, nas mais variadas cristã acha-se baseada na BíbLia Sagrada
condições e em diferentes épocas, a - nossa única regra de fé e prática. ELa
unidade doutrinária e estrutural da Bíblia pode vir expressa em forma de credos,
indica a inquestionável e necessária declarações de fé ou dogmáticas”.
presença de um ideaLizador soberano, A doutrina tam bém pode ser en­
que conduziu a sua composição e es­ tendida como ensinamento. Portanto,
truturação. A mensagem das Escrituras doutrinar é ensinar com base em um
também faz deLa um Livro divino, pois conjunto de crenças pertencente a uma
reafirma a perfeição de Deus, o estado pessoa, individuaLmente, mas principaL­
de Queda do homem e os seus efeitos, mente a um determinado grupo reLigioso,
o am or de Deus revelado em Cristo, coLetivamente. Quanto ao uso do termo
bem como o chamado ao homem para “doutrina”nesta Lição, e em todas as de­
a redenção e para a esperança de vida mais deste trimestre, reLaciona-se com
eterna. A Bíblia contém profecias, das as bases da fé cristã, conforme expostas
quais muitas já se cumpriram, outras e ensinadas nas Escrituras Sagradas.
estão em franco cumprimento e outras 2. A importância da doutrina bíblica.
que ainda se cumprirão, e somente Deus A sua estima se confirma de muitas for­
é capaz de anunciar antecipadamente e, mas, principaLmente se considerada a
com precisão, a sua vontade. A própria sua missão de apontar o caminho a ser
Bíblia dá testemunho de sua natureza seguido peLa Igreja, isto é, para onde eLa
divina (2 Sm 23.1,2; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.20,21). deve ir, mas também de protegê-La dos
Os testem unhos da arqueologia, ataques externos, e, nesse caso, advertin­
da própria Bíblia e das muitas vidas do-a sobre o que não fazer como método
transformadas pela Palavra de Deus, de manutenção de sua saúde espirituaL.
de forma conjunta, também confirmam Historicamente, as doutrinas bíbLicas
a natureza divina da Bíblia. surgiram e se consoLidaram como res-

6 JOVENS
postas às ameaças e defesa aos ataques
à unidade da fé da Igreja. Nesse ponto, a
O CONCLUSÃO
doutrina se reafirma como indispensável, Nesta lição reafirmamos o lugar da
à vida da igreja, pois ela cumpre uma Bíblia como fonte genuína da doutrina
função delimitadora, mantendo assim cristã. Vimos que ela é a inspirada Pa­
a sua integridade. Uma igreja sem as lavra de Deus, cujo desenvolvimento
doutrinas bíbLicas pode ser comparada a histórico e estrutural comprova que,
uma casa sem portas, cuja característica não obstante tenha sido escrita por
é a ausência de limites e a presença homens falíveis, Deus é a sua fonte; o
marcante e desastrosa da desordem. que faz dela o Livro dos livros, pois é
A doutrina bíblica lança luz na tra­ o instrumento infalível e inerrante de
jetória da igreja e fecha as portas para comunicação da mensagem de Deus
as am eaças externas. aos seres humanos.
3. Bíblia, verdadeira fonte doutriná­
ria. A esta altura deve estar claro que a
Bíblia é o instrumento de comunicação
de Deus com o homem, que se dá em
duas dimensões: com o homem, em
geraLecom a Igreja, em particuLar. Note
que a ordem de Jesu s é para que o
EvangeLho seja pregado a todo o mundo
O HORA DA REVISÃO
(Mc 16.15), assim como Paulo afirmou 1. Qualo significado do vocábulo Bíblia?
que compartiLharia o mesmo EvangeLho
com os irmãos que estavam em Roma
(Rm 1.15). Obedecendo os respectivos
propósitos, o Evangelho a ser pregado 2. QuaL o sig nificado da expressão
ao pecador é o mesmo a ser ensinado “Cânon Sagrado"?
à Igreja, cuja fonte é uma só, a Palavra
de Deus, isto é, a Bíblia.
Considerando que, conforme já visto,
doutrina é ensinamento, as paLavras de 3. Qual era o formato original da Bíblia?
PauLo confirmam que a BíbLia é a fonte
de toda doutrina cristã: “Toda Escritura
divinamente inspirada é proveitosa para
ensinar, para redarguir, para corrigir, para 4. Segundo a Lição, com o confirmar
instruir em justiça”(2 Tm 3.16). a natureza divina da BíbLia?

© PENSE!
Qual a relação entre a Bíblia e a
doutrina? 5. Defi na o termo ‘‘doutri na".

Q PONTO IMPORTANTE!
A Bíblia é a fonte de toda a doutrina
cristã.
LIÇAO 2
« •
14 jan 2024

A DOUTRINA DE MOISÉS

TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"Então, disse o SENHOR a SEGUNDA-Êx 20.1

Moisés: Sobe a mim, ao monte, Deus entregou os


e fica lá; e dar-te-ei tábuas de Mandamentos a Moisés
pedra, e a lei, e os mandamentos TERÇA - Mt 5-17
que tenho escrito, para os Jesus cumpriu toda a lei
ensinares." (Êx 24.12) QUARTA - Jr 31 -31 -3 4
O antigo concerto apontava
RESUMO DA LIÇÃO para o novo
QUINTA - G l 324
A lei nos conduziu a Cristo
Moisés recebeu a Lei. SEXTA -Lv 1.1-7
diretamente do Senhor. As normas quanto aos holocaustos
SÁBADO - Êx 2 0 .3 -1 7
As leis morais

8 JOVENS
TEXTO BÍBLICO

Gálatas 3.23-26 para nos conduzir a Cristo, para que,


23 Mas, antes que a fé viesse, estávamos pela fé, fôssemos justificados.
guardados debaixo da lei e encerrados 25 Mas, depois que a fé veio, já não esta­
para aquela fé que se havia de mani­ mos debaixo de aio.
festar.
26 Porque todos sois filhos de Deus pela
24 De maneira que a lei nos serviu de aio, fé em Cristo Jesus;

INTRODUÇÃO a dizer a respeito de suas características


e de seu propósito. A abordagem neotes-
Nesta lição vamos tratar a respeito do
tamentária sobre a Antiga Aliança é feita
propósito e o valor da doutrina, Faremos
por meio da comparação entre ambas,
uma reflexão a respeito da “Doutrina de
tornando assim os seus respectivos sig­
Moisés", uma referência à lei que Deus
entregou ao seu servo, bem com o as nificados conhecidos e compreensíveis.
suas aplicações, A Carta aos Hebreus nos apresenta
um a com paração entre a Antiga e a
I - A ANTIGA ALIANÇA Nova Aliança. Na introdução, 0 autor
1. Com preendendo o termo. A ex­ nos apresenta como Deus tem se co ­
pressão “Antiga Aliança" se refere a uma municado com o seu povo na história,
parte importante do plano divino na his­ tanto na Antiga quanto na Nova Aliança
tória e não deve ser negligenciada e nem (Hb 1.1). Acerca da Antiga Aliança, esse
desvalorizada. Tanto na individuaLidade mesmo texto apresenta as suas princi­
de pessoas quanto na coletividade de pais características: os homens foram
seu povo, Deus estabeleceu importantes os seus instrumentos; ela foi externa;
e eternas alianças (Gn 9.8-19; i 7,3- ! 4; Êx ela dependeu de tomar uma forma por
34.10). Um exemplo é a aliança que Deus meio de cerimoniais e foi representada
fez com Israel e que é denominada de por símbolos, Sendo assim, por meio da
“os Dez Mandamentos". Esse concerto Antiga Aliança, Deus firmou um relacio­
foi entregue a Moisés no Monte Sinai namento com o seu povo, preservando-o
(Êx 34,28), e como resumo da aliança de de possíveis contaminações enquanto os
Deus com Israel, é possível afirmar que a israelitas aguardavam uma Nova Aliança
expressão “Antiga Aliança" faz referência a partir do que viam e experimentavam
à forma pela qual o povo de Israel foi na Antiga.
tratado por Deus no Antigo Testamento. 3. A relação entre a Antiga Aliança e
Em síntese, assim como a Nova Aliança, a Nova. A relação entre as duas alianças
a Antiga cumpriu o propósito de Deus começa com a indicação de que, embora
em se conectar e falar com os homens. cada uma delas tenha suas peculiarida­
2. C aracterísticas e propósito da des e propósitos, é possível identificar a
Antiga Aliança. A compreensão da Antiga advertência para que haja dedicação em
Aliança depende de analisá-la à luz da fazer o bem, em claro alinhamento com 0
Nova Aliança. Esse exercício passa por ensinamento de Jesus (Êx 23.4,5; Mt 5.38-
identificar o que o Novo Testamento tem 48). O escritor aos Hebreus informa que

JOVENS 9
a Antiga Aliança serviu de sombra para a Deus revelou o seu caráter santo e exigiu
Nova e que esta é superior àquela, pois o mesmo de seu povo.
possui “melhores promessas" (Hb 8.5-7). 2. O seu propósito. A liturgia ceri­
Em ambos os casos, existe a presença monial tinha 0 propósito fazer com que
da promessa, visto que, qualquer aliança 0 povo concentrasse a sua atenção em
depende da existência de uma promessa Deus. Ela podería ser dividida da seguinte
que, nesse caso, é confirmada por sinais maneira: em relação a Ele: diante da
exteriores, como o arco nas nuvens e a história; com respeito aos outros povos
circuncisão, além da Ceia do Senhor. e quanto ao futuro. Os sacrifícios e as
As promessas que Deus fez na Antiga cerimônias que envolviam o combate à
Aliança foram cumpridas perfeitamente impureza tiveram o propósito de indicar
em Cristo (Hb g.11-28). As que pertencem 0 meio do resgate da posição do homem
à Nova Aliança também se cumprirão, diante do Criador. Historicamente, as
pois quem prometeu não muda (Hb 13.8). festas e os festivais cumpriam o desígnio
Fica evidente, tanto pela essência como de lem brar o povo sobre as grandes
pela presença da promessa, que as duas obras realizadas por Deus ao longo de
alianças estão intimamente ligadas. sua trajetória. Na relação com outros
povos, o objetivo foi o de distinguir o
II - D O U T R IN A S L IT Ú R G IC A S povo de Deus dos dem ais povos por
1 . 0 que eram ? As “doutrinas litúrgi- meio de restrições alimentares e o uso
cas" também são identificadas como "leis de roupas diferentes. Finalmente, leis
cerimoniais”. Essas leis regulamentaram o como a guarda do sábado, a circuncisão,
sistema de ritos, ordenanças e cerimônias, a Páscoa e a redenção do primogênito
inclusive na oferta de animais em sacrifí­ projetavam o futuro, indicando a vinda
cio a Deus, inicialmente no Tabernáculo do Messias (Hb 9.9-11).
e depois no Templo. Além dos sacrifícios 3. Tempo de operação. A proposta
de animais, as leis cerimoniais consistiram deste subtópico é refletir sobre o prazo
em holocaustos e observâncias de festas de validade das “doutrinas litúrgicas". Ao
religiosas. O ato de sacrificar anim ais chamá-las de “sombras das coisas futuras"
está implícito na ação de Deus em vestir (Cl 2.17), a Bíblia sugere um tempo limite de
Adão e Eva logo que pecaram (Gn 3.21), atuação determinado pela chegada daquilo
e pode ser identificado explicitamente que ansíosamente se aguardava. Por isso,
nos dias de Caim e Abel, além de outros até quando essas doutrinas vigoraram,
casos (Gn 4.3-5; Hb 11.4). Portanto, elas se quando e por que deixaram de existir?
constituem tanto de ordenanças como Essas doutrinas litúrgicas trabalharam
de sacrifícios de animais, e com elas a com símbolos e tipos que apontaram para
intenção de Deus foi a de normatizá-las, aquilo que haveria de vir, com referência
o que ocorreu enquanto Israel peregri­ a um novo tempo inaugurado por Cristo,
nava no deserto e momentos antes da motivo pelo qual é possível afirmar que
constituição do Tabernáculo, com vistas à essas doutrinas foram válidas até a morte
organização das ações que ali ocorreríam de Cristo (Gl 5.1-12; Hb 10.8-10). Houve o
(Êx 25.8,9). Portanto, por meio dos ritos, que pode ser chamado de substituição,
das ordenanças e das cerimônias que cuja estrutura é essa: Cristo é o verdadeiro
juntos formaram as “doutrinas litúrgicas", sacrifício (Jo 1.29), e os crentes cumprem

10 JOVENS
a função sacerdotal (1 Pe 2.5,9), à medida
que oferecem sacrifícios aceitáveis diante
© CONCLUSÃO
de Deus (Rm 12.1). A lição estudada mostrou que a dou­
trina de Moisés tinha como um de
III - DOUTRINAS MORAIS seus propósitos apontar para Cristo.
1. Uma análise introdutória. As “dou­ Aprendem os tam bém que como
trinas morais" são parte da aliança de crentes, na atualidade, precisamos
Deus com o seu povo (Êx 6.1-8; 19.5- relembrar do nosso compromisso
8). Embora sejam importantes, essas em ter a vida centrada em Deus, a
doutrinas não possuem propósitos de viver em santidade e não andar em
salvação, pois esta é obra da graça de conformidade com esse mundo.
Deus, e somente pela fé em Jesus pode
ser alcançada (Ef 2.8,9). Essas doutrinas
evidenciam a natureza e a vontade de
Deus, que as entregou a Moisés (Êx 20.1). © HORA DA REVISÃO
Sendo assim, elas são perfeitas, eternas 1. A que se refere a expressão "Antiga
e imutáveis, e por meio da obediência a
Aliança"?
elas que Israel foi mantido como povo de
Deus (Êx 19.5), e pôde refletira santidade
divina, Essas doutrinas têm relação direta
com os Dez M andam entos e, juntos
2. Cite um exem plo de alian ça que
regulamentam o exercício da justiça, o
Deus fez com Israel.
respeito mútuo entre as pessoas. Em
síntese, as doutrinas morais exprimem
parte da lei de Deus, que nas palavras
do apóstolo Paulo é “santa” (Rm 7.12) e
3. Segundo a lição, quais são as prin­
como expressão da vontade divina, ela
é “boa, agradável e perfeita" (Rm 12.2). c ip a is c a ra c te rís tic a s da Antiga
2. O seu propósito. O principal pro­ Aliança?
pósito das doutrinas morais é advertir
o povo de Deus a não pecar (Êx 20.20),
princípio repetido pelo apóstolo João:
"vos escrevo para que não pequeis" (1 Jo 4. O que o escritor aos Hebreus fala
2.1). No texto de Êxodo está a expressão a respeito da Antiga A liança em
“provar-vos”, que aparece tam bém no relação à Nova?
episódio em que Deus provou Abraão
(Gn 22.1-24). Enquanto as doutrinas
cerimoniais apontavam para Cristo, as
morais lembram o ser humano sobre a 5, Qual é o principal propósito das doutri­
sua condição de pecador e convidam-no nas morais no Antigo Testamento?
a buscara solução em Deus. As doutrinas
morais visam também guiar o crente ao
conhecimento da vontade de Deus e a
viver em santidade.
O CATIVEIRO MOTIVADO
PELO DESPREZO AO
ENSINO
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
SEGUNDA-Jr 18.1-6
O Senhor é livre para fazer o
"E sede cumpridores da palavra
que e como quiser
e não somente ouvintes, TERÇA - Hb 12.6
enganando-vos com falsos A correção divina
discursos." (Tg 1.22) QUARTA - Mt 7 2 4 -2 7
A segurança daqueles que
praticam a Palavra
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA - At 8.14-24
O espírito do engano é vencido
pelo Espírito de Deus
Muitas são as consequências SEXTA - 2 Co 41,2
decorrentes do abandono Não negocie e nem altere as
do ensino das Escrituras, Escrituras Sagradas
por isso precisamos priorizar SÁBADO - Ne 8.1-12
o estudo bíblico. Em tempos de apostasia,
devemos nos voltar para a Palavra

12 JOVENS
wm i

______ J P t lS ® .
TEXTO BiBLfCO
■Jsvm uaejJb** - <*

Jeremias 27.4-11
4 E lhes darás uma mensagem para seus donosor, rei da Babilônia, e não puserem
senhores, dizendo: Assim diz o SENHOR o pescoço debaixo do jugo do rei da
dos Exércitos, o Deus de Israel: Assim Babilônia, visitarei com espada, e com
direis a vossos senhores: fome, e com peste essa nação, diz o
5 Eu fiz a terra, o homem e os animais SENHOR, até que a consum a pelas
que estão sobre a face da terra, pelo suas mãos.
meu grande poder e com o meu braço 9 E não deis ouvidos aos vossos profetas,
estendido, e os dou a quem me agrada. e aos vossos adivinhos, e aos vossos
6 E, agora, eu entreguei todas estas terras sonhos, e aos vossos agoureiros, e aos
nas mãos de Nabucodonosor, rei da vossos encantadores, que vos falam,
Babilônia, meu servo, e até os animais dizendo: Não servireis ao rei da Babilônia.
do campo lhe dei, para que o sirvam. 10 Porque mentiras vos profetizam, para
7 E todas as nações servirão a ele, e a vos mandarem para longe da vossa
seu filho, e ao filho de seu filho, até que terra, e para que eu vos lance dela, e
também venha o tempo da sua própria vós pereçais.
terra, quando muitas nações e grandes 11 Mas a nação que meter 0 pescoço sob
reis se servirão dele. o jugo do rei da Babilônia e o servir, eu
8 E acontecerá que, se alguma nação e a deixarei na sua terra, diz o SENHOR,
reino não servirem o mesmo Nabuco­ e lavrá-la-á e habitará neta.

E. INTRODUÇÃO I - O P E R IG O D E S E E S Q U E C E R
Nesta lição, vam os ver duas natu­ DA LEI DO S E N H O R
rezas do cativeiro babilônico: histórica 1. O povo de Deus e o cativeiro na
e exortativa. No a sp e c to histórico, BabiLônia. Por ocasião de seu chamado,
verem os o período em que o povo de Jeremias teve duas visões da parte de
Deus estava prestes a ser levado cativo Deus. A primeira foi a de uma vara de
para a Babilônia, principalmente por ter am endoeira com o clara referência à
negligenciado o ensino de Deus; quanto infalibilidade da Palavra de D eus (Jr
à ação exortativa, esta lição assum e a 111,12), enquanto a segunda foi a de uma
responsabilidade de advertir a todos panela a ferver inclinada para o norte,
os crentes sobre os grandes prejuízos indicando a mensagem de juízo que ele
o riundos do d esprezo à Palavra de teria de transmitir e que viria da região do
Deus. Com base nessas duas linhas de norte (Jr 1.13,14). Portanto, desde o início,
abordagem, inicialmente, a lição trata o ministério e a mensagem de Jeremias
sobre os perigos que cercam o crente estiveram relacionados com a convo­
no sentido de se esquecerem da lei do cação divina para o arrependimento de
Senhor, seguido do alerta para que não seu povo com vistas ao escape do juízo.
se deixe de ouvir a Palavra de Deus, No livro de 2 Reis, nos capítulos 24
culminando assim com uma denúncia e 25, encontram os detalhes sobre 0
sobre os falsos ensinos na atualidade. processo pelo qual o povo de Deus foi

JOVENS 13
levado para a Babilônia. Antes disso, e à sua Palavra foi o caminho proposto
Deus comunicou através de Jerem ias pelo Senhor para a restauração de seu
que o cativeiro teria a duração de s e ­ povo (Ed 1.1-4; Ne 8.1-18).
tenta anos (Jr 25.9,11). Segundo a Palavra
de Deus, o cativeiro faria desaparecer II - NÃO SE PODE DEIXAR DE
“dentre eles a voz de folguedo e a voz OUVIR AS ESCRITURAS
de alegria" (Jr 25.10). Com o era de e s­ 1. Causas da indiferença às Escrituras.
perar, essa mensagem fez de Jeremias Na atualidade, temos visto um esfriamento
um perseguido e odiado pela maioria espiritual que tem causado desinteresse,
de seus irmãos em seus dias que, in­ afastamento e aversão aos ensinos de
clusive, projetaram matá-lo (Jr 26,7-24). Deus. O homem tomou, erradamente, a
No entanto, o profeta não desfaleceu e decisão de viver independente do Criador,
cumpriu a missão de anunciar a m en­ como Adão e Eva (Gn 3.5). O conhecimento
sagem (Jr 27.1-11), sobre o Senhor e sua vontade passa pelas
2. Propósito e causa do cativeiro, Além Escrituras (Jo 5 39), pois por meio delas a
de avisar sobre o que seu povo sofreria, humanidade é informada a respeito do
Deus informou também que o propósito plano divino. O ser humano é, por natureza,
disso era de que seu povo se arrepen­ inclinado aos seus próprios desejos e a
desse, se convertesse e, então, pudesse ser independente de Deus, sendo ten­
habitar na terra que deu a vossos pais (Jr dencioso a negligenciare a desprezaras
25.5). Note, portanto, que o propósito do Escrituras (Jr 6.16,17). Portanto, a principal
cativeiro não foi o de destruir e nem de e maior causa da indiferença às Escrituras
humilhar, mas o de disciplinar e corrigir advém da natureza humana que, além
(Hb 12.11). Além disso, 0 Senhor apresentou de contrária a Deus e à sua vontade, traz
também o que 0 levou a permitir seu povo a rebeldia.
sofrer durante longos 70 anos nas mãos 2. C on seq u ê n cias da indiferença
dos babilônios: Todavia, não me destes às Escrituras. Ao pecar, o primeiro casal
ouvidos, diz o SENHOR [...1. Portanto, assim negligenciou e desobedeceu a ordem de
diz o SENHOR dos Exércitos: Visto que não Deus (Gn 2.15-17; 3.6,7). Os acontecimentos
escutastes as minhas palavras”(Jr 25.7,8). sucedentes mostram a tragédia oriunda
O cativeiro foi uma oportunidade para do desprezo à Palavra de Deus, pois tudo
que 0 povo pudesse reconhecer o erro o que o ser humano precisa para viver
de ter rejeitado ao Senhor e seus ensinos. bem está em sua submissão a ela (Sl 1.1-3).
3. A saída do cativeiro. Depois do que As terríveis consequências da deso­
foi abordado até aqui, é momento de bediência aos ensinos divinos ocorrem
conhecera saída que Deus providenciou em três dimensões, isto é, na relação
e apontou para que seu povo pudesse do homem com Deus, consigo mesmo
evitar o cativeiro, ou sair dele, já que e com as outras pessoas. Adão e Eva
a rejeição à lei de Deus foi a principal tentaram se esconder de Deus quando
causa do cativeiro. O desejo de Deus foi pecaram (Gn 3.8), perceberam que e s­
de que seu povo se subm etesse à sua tavam nus (Gn 3.7) e o homem culpou à
vontade, a fim de preservá-lo e aben­ mulher por sua atitude (Gn 3.12). A fonte
ço á-lo (Jr 27.6,11). A subm issão a Deus de toda insatisfação individual e dos

14 JOVENS
conflitos interpessoais é a rejeição da e Eva no jardim do Éden, levando-os à
vontade de Deus e de sua Palavra (Tg desobediência, cujas consequências
4.1- 7). e o pecado só poderá ser vencido atorm entam os hom ens até hoje. O
através do compromisso renovado e re­ Inimigo continua operando mediante
soluto com os ensinos divinos (Sl 119.11). os ensinos enganosos a fim de trazer
3. 0 caminho de volta às Escrituras.confusão e o enfraquecimento espiritual
Que caminho é este? Esta questão pode para a igreja. Nos dias de Elias, falsos
ser respondida de diferentes formas, e profetas enganavam o povo de Deus (1
aqui será utilizado o texto de Neemias Rs 18.20-22), assim como nos dias de
8 .1- 12. Em um contexto de contraste Jeremias, o espírito de engano atuava
entre a realidade da d estruição e o abertamente (Jr 5.30,31), bem como no
trabalho de restauração, o texto mostra período dos apóstolos (1 Jo 4.5). Sendo
a atitude do povo de Israel diante da lei assim, a igreja da atualidade deve re­
de Deus, indicando o caminho aos que conhecer que o espírito de engano que
desejam reencontrar-se com a Palavra atua na disseminação de falsos ensinos
de Deus, com o podem os ver: o povo ainda opera, e que os seus frutos são
solicitou que o livro da Lei de Moisés amargos e prejudiciais.
pudesse estar entre eles para ser lido; 0 2. Identificando os falsos ensinos.
povo deu atenção aos ensinos do livro e Diante da realidade dos falsos ensinos e
se dispôs a ouvir longamente sua leitura; de seus males, é preciso identificá-los,
o livro da Lei de Moisés foi colocado por m eio da própria Bíblia. Conforme
acim a do povo, que o reverenciou (v. analisado, a fonte dos falsos ensinos é
5); a m ensagem foi centrada em Deus 0 espírito de engano, e de acordo com
e o povo se quebrantou e adorou; o 1 João 4.1-6, é possível identificá-los e
povo desejou aprender; quebrantado resisti-los. A igreja não deve acreditar
e arrependido, o povo chorou (v. 9) e a em tudo, mas deve provar os espíritos e
vida do povo melhorou porque entendeu reconhecera existência do engano, pois
a palavra explicada (v. 12). Portanto, o somente peto Espírito é que Cristo pode
caminho de volta às Escrituras é pavi­ ser confessado com o vindo de Deus,
mentado através do temor a Deus, da sendo o critério final de verificação (vv.
consciência do próprio estado espiritual 2,3). É também importante ressaltar que
e do arrependimento sincero. aqueles que conhecem a voz de seu
Senhor não serão enganados (w. 4-6).
III - O PERIGO DOS FALSOS Em Gálatas 1.6-11, Paulo fala sobre esse
ENSINOS espírito de engano, que ele chamou de
1. A triste realidade dos falsos en­“outro evangelho”. Paulo mostra que o
sinos. O primeiro passo é reconhecera “veneno" do engano deve ser rejeitado
realidade dos falsos ensinos em todas pela igreja e essa rejeição se dá por meio
as ép o ca s da história. Paulo mostra do conhecimento do verdadeiro Evan­
que os falsos ensinos são suscitados e gelho (Rm 1.16,17). Portanto, no combate
disseminados por espíritos enganadores aos falsos ensinos sem pre deve ter o
(1 Tm 4.1). A Bíblia mostra que o Diabo é ensino do verdadeiro Evangelho como
enganador Uo 8.44). Ele enganou Adão referência e ponto de partida.

JOVENS 15
3. Vencendo os falsos ensinos. Im- ©CONCLUSÃO
põe-se a necessidade de uma saída pela
Partindo do exemplo histórico do
qual a igreja possa enfrentar e vencer o
cativeiro babilônico que 0 povo de
problema dos falsos ensinos. No texto
Deus sofreu, essa lição é um alerta
base dessa Lição é possível identificar a
à Igreja e aos crentes da atualidade
orientação de Deus para o seu povo e
acerca dos perigos e das terríveis
pode ser dividido em dois pontos: ouça a
Palavra de Deus (Jr 274.5.11) e identifique consequências advindas do desprezo
os falsos profetas e não dê ouvidos aos aos ensinos divinos. Precisamos reco­
seus ensinos, que contrariam à mensa­ nhecer a realidade dos falsos ensinos,
gem de Deus (Jr 279.10). identificando-os e combatendo-os
Paulo teve de lidar com a astúcia com a verdade de Deus.
dos falsos mestres que aproveitaram a
sua ausência da igreja em Corinto para
destilar 0 veneno dos falsos ensinos, ques­
tionando a autenticidade do ministério do
© HORA DA REVISÃO
apóstolo, com base principalmente em 1 Por ocasião do seu chamado, Jere­
suas limitações fisicas e na simplicidade mias teve duas visões. Quais foram?
de sua m ensagem . O enfrentamento
de Paulo aos ataques daqueles falsos
mestres passou pela confirmação de
que o serviço é o principal objetivo do 2. Quanto tempo duraria o cativeiro
ministério, e m esm o que em meio às segundo o profeta Jerem ias?
mais terríveis adversidades, o importante
é que a igreja desfrute da obra de Deus
realizada em Cristo (2 Co 3), O apóstolo
mostrou também que diante dos falsos 3, Qual era o propósito do Cativeiro
ensinos ele não desfalecería, não agíria
Babilônico?
com interesses pessoais e não falsificaria
a Palavra de Deus (2 Co 4.1,2). Portanto,
podemos afirmar que a forma mais eficaz
de enfrentar e vencer os falsos ensinos
4. Segundo a lição, qual foi o cam i­
é manter viva a confiança na verdade do
nho proposto peto Senhor para a
Evangelho, pregando-o em todo o tempo
restauração?
sem adulterá-lo (2 Tm 4.2-4).

© PENSE!
Como identificar e vencer os faisos
e n sin o s? 5. Segundo a lição, com o podem os
vencer os falsos ensinos?
© PONTO IMPORTANTE!
R eco nhecera realidade dos falsos
ensinos e perseverar na verdade
de Deus são os meios de vencê-los.
OS JOVENS QUE SE
MANTIVERAM FIRMES
NA DOUTRINA
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"E, se não, fica sabendo, ó SEGUNDA -G n 3 9 7 -9


rei, que não serviremos a teus A oportunidade não deve
deuses nem adoraremos a prevalecer sobre os princípios
estátua de ouro que levantaste." TERÇA - Dn 1.7-9
(Dn 3.18) Honrar a Deus é uma sábia decisão
QUARTA - Dn 5.10-16
RESUMO DA LIÇÃO
A decisão de honrar a Deus
QUINTA-Mt 513-16
A igreja deve se distinguir do mundo
A confiança em Deus e o
SEXTA - Fp 2.12-18
compromisso com a sua Palavra Vivendo de modo irrepreensível
contribuem com a manutenção
SÁBADO - 2 Tm 3.14-17
da fidelidade do crente.
Um convite à firmeza

JOVENS 17
Daniel 3.1-12 6 E qualquer que não se prostrar e não
1 O Rei Nabucodonosor fez uma estátua a adorar, será na mesma hora lançado
de ouro, cuja altura era de sessenta dentro do forno ardente.
côvados e a sua largura de seis côva- 7 Portanto, no mesmo instante em que
dos; levantou-a no campo de Dura, na todos os povos ouviram 0 som da buzina,
província de Babilônia. do pífaro, da harpa, da sambuca, do
2 E o rei Nabucodonosor mandou ajuntar saltério e de toda a espécie de música,
os sátrapas, os prefeitos, os presidentes, prostram-se todos os povos, nações e
os juizes, os tesoureiros, os conselheiros, línguas e adoraram a estátua de ouro que
os oficiais e todos os governadores o rei Nabucodonosor tinha levantado.
das províncias, para que viessem à 8 Ora, no mesmo instante, se chegaram
co n sag ração da estátua que o rei alguns homens caldeus e acusaram os
Nabucodonosor tinha levantado. judeus.
3 Então se reuniram os sátrapas, os 9 Disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei,
prefeitos, os presidentes, os juizes, os vive eternamente.
tesoureiros, os conselheiros, os oficiais 10 Tu, ó rei, fizeste um decreto que todo
e todos os governadores das províncias, o homem que ouvir o som da corneta,
para a consagração da estátua que o da flauta, da harpa, da sacabuxa, do
rei Nabucodonosor tinha levantado, e saltério, da sinfonia e de toda sorte
estavam em pé diante da estátua que de música se prostrasse e adorasse a
Nabucodonosor tinha levantado. imagem de ouro.
4 E o arauto apregoava em alta voz: 11 Todo aquele que não se prostrar a
Ordena-se a vós, ó povos, nações e adorar seja lançado no meio duma
gente de todas as línguas; fornalha de fogo ardente.
5 Quando ouvirdes o som da buzina, de 12 Há uns judeus, que constituíste sobre os
pífaro, da harpa, da sambuca, do saltério, negócios da província de Babilônia: Sa-
da gaita de foles e de toda espécie de draque, Mesaque e Abede-Nego; esses
música, prostráreis e adorareis a estátua homens, ó rei, não fizeram caso de ti; não
de ouro que o rei Nabucodonosor tem servem aos teus deuses, nem adoram
levantado. a imagem de ouro que levantaste.

INTRODUÇÃO que vale a pena ser fiel a Deus e à sua


Palavra em meio a uma geração inimiga.
Na lição d este dom ingo, vam os
discorrer a respeito dos conflitos do
cristão com os ataques à verdadeira I - FIRMEZA DOUTRINÁRIA
doutrina. Tomaremos o exemplo de vida 1, Jovens sob pressão. Ao lado de
dos jovens judeus Sadraque, Mesaque Daniel, os jovens Sadraque, Mesaque e
e A b e d e -N e g o . Inseridos na cultura Abede-N ego recebem merecido des­
babilônica, perm aneceram firmes no taque nas Escrituras, não somente pelos
propósito de honrar a Deus. livramentos da cova dos leões e da for­
A lição também trata sobre a firmeza nalha de fogo ardente, respectivamente,
doutrinária, os ataques das falsas doutri­ mas principalmente pela firmeza de fé na
nas e como viver a verdade da Palavra de verdade de Deus que demonstraram, em
Deus. O objetivo é fazer você perceber uma Babilônia hostil, aversa aos princípios

18 JOVENS
divinos. A profundidade das raízes de ram a garantia da presença do próprio
sua fé tornou-se conhecida diante dos Senhor com eles d esd e o momento
"ventos contrários" a que esses jovens em que foram Lançados na fornalha (Dn
foram submetidos. 3.25). Eles viram a confissão do rei acerca
Longe de casa, distante dos referenciais da grandeza inigualável de Deus (Dn
familiares e religiosos, diante do triste qua­ 3.26,28) e presenciaram a determinação
dro de deportação para a Babilônia, esses da alteza de que todos os moradores da
jovens hebreus foram testados de todas as babilônia deveriam respeitar o Deus de
formas, incluindo a crença, convicções e Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Os
até mesmo o risco de perdera própria vida, jovens foram recompensados pelo rei
enfim, foram testados no que aprenderam com prosperidade e destaque especial
a respeito de Deus e de seu povo. (Dn 3.30). De tal modo, percebem os
2. Três jovens e uma sábia decisão. que a fidelidade refletida na firmeza
A decisão dos jovens de não se prostrar doutrinária desses jovens fez os olhos
diante da estátua do rei Nabucodonosor do rei e de todo o povo se voltarem para
(Dn 3.16-18), foi o áp ice de uma vida Deus, e em seguida, levou-os a serem
pautada em boas e sábias decisões. recompensados, em questões pessoais,
Junto de Daniel, eles haviam resolvido Definitivamente, vale a pena manter-se
não se contaminar com as iguarias do firme na doutrina em todo tempo.
rei, contrariando assim o curso normal da
vida em Babilônia, fazendo-os diferente II - C O N F R O N T A N D O A F A L S A
dos dem ais (Dn 1.8-20). Essa decisão D O U T R IN A
oferece importantes lições, das quais 1, A falsa doutrina. O que é uma falsa
d uas se destacam : é preciso sab er doutrina e como ela se manifesta? A falsa
tomar decisões corretas, inclusive em doutrina se caracteriza principalmente por
situações simples, para que em outras contrariar e, em alguns casos, em negar
mais complexas isso ocorra naturalmente. os fundamentos da fé cristã, conforme
Não há dúvida de que a decisão tomada se vê na advertência de Paulo a Timóteo
por esses jovens, que colocou em risco sobre a distorção que fizeram sobre a
a manutenção de suas vidas, foi fruto da ressurreição, ponto doutrinário consi­
firmeza doutrinária que tinham, princi­ derado vital à fé do crente (2 Tm 2.18).
palmente, na adoração somente a Deus Com o engano como principal aliado, a
(Êx 20.3-5: Dn 3.17,18). Portanto, a firmeza falsa doutrina se manifesta de maneiras
doutrinária dá condições e permite que 0 distintas e surpreendentes, que podem
cristão tome sábias e corretas decisões. ser resumidas do seguinte modo: pela
3. Firmeza doutrinária recompensa­ astúcia dos que a disseminam, somada
da. A história dos jovens hebreus não é à ingenuidade dos m eninos na fé (Ef
um relato só de pressão e testes à fé, 4.14): como meios de tropeços ao povo
mas também de confirmação da justiça de Deus (Ap 2.14,15). de maneira a tentar
de Deus em recom pensar aos que o tornar normal a valorização dos interesses
honram, especialm ente em contextos pessoais em detrimento aos interesses
que contrariam os seus princípios. Esses espirituais (Hb 13.9): peta propagação
jovens foram recompensados, pois tive­ de dissensões e porfias, o que causa

JOVENS 19
divisões (Rm 16.1718). Portanto, a falsa como outras atitudes que podem ser
doutrina contraria a verdade de Deus e tomadas, dependem diretamente da
se manifesta por vias que desonram os unidade doutrinária da igreja, pois ela
princípios divinos. dá cLareza e firmeza sobre as crenças
2. A falsa doutrina e os seus males. A fundamentais que sustentam a vida da
falsa doutrina traz consigo o veneno que igreja, sendo aptas para o enfrentamento
destrói a vitalidade e a saúde espiritual da à falsa doutrina.
igreja, comprometendo assim que esta A divisão de entendimento e de crença
cumpra eficazmente a sua missão. Mas, traz danos terríveis à igreja. Paulo lamen­
por que a falsa doutrina é tão danosa tou a forma com que a igreja em Corinto
assim e quais seriam os males que ela estava lidando com a celebração da ceia
causa à igreja? Paulo advertiu que a falsa (1 Co 11.18) e por essa razão, ao escrever
doutrina deve ser considerada maldita (Gl à igreja em Éfeso, o apóstolo enfatizou
1.8-11), Observe que o apóstolo afirma que veementemente sobre a unidade, inclusive
o crente deve viver para agradar a Deus a doutrinária (Ef 4.3-6). Portanto, a forma
(v. 10) e que a doutrina por ele ensinada mais segura e eficaz que a igreja tem de
veio do próprio Deus (vv, 11,12). Nesse confrontar as falsas doutrinas é fortale­
caso, adulterar ou aceitar uma doutrina cendo a unidade doutrinária, cumprindo
adulterada é —em certa medida —afirmar assim o desejo de Jesus, demonstrado
que a mensagem e o ensino deixado por em sua oração: “que eles sejam um" (Jo
Deus não são suficientes para satisfazer 17.21). A unidade doutrinária é o muro de
a n ecessidade humana, e carece de contenção às ações sorrateiras e maldosas
alterações, sendo uma desonra a Deus da falsa doutrina.
e à sua natureza perfeita.
A lém de desonrar a Deus, a falsa III - V IV E N D O A V E R D A D E IR A
doutrina traz confusão, divide a igreja D O U T R IN A
em grupos e im pede que haja a d is­ 1. Averdadeira doutrina. A verdadeira
se m in ação da seiva vivificad o ra do doutrina procede de Deus (Tt 2.10) e está
verdadeiro Evangelho de Cristo (1 Tm de acordo com a piedade (íTm 6.3). Note
6.3-5), capaz de salvar o perdido (Rm que a natureza da verdadeira doutrina
1.16) e consolidar a sua Igreja (Rm 1.15). é divina, cujos frutos sempre são bons,
3. 0 confronto à falsa doutrina. Estásantos e piedosos: e juntos, capacitam
claro que a falsa doutrina e os seus males o cristão a manter uma vida cristã firme
são uma realidade e que, gostando ou e a refletir o caráter santo de Deus.
não, o cristão - em algum momento - Sendo de natureza divina, o conte­
terá de enfrentá-la, daí surge a pergunta: údo da sã doutrina é composto, tanto
“Com o confrontar a falsa doutrina?” 0 de elem entos quanto de propósitos
aprofundamento dos conhecimentos bí­ divinos, como por exemplo: a exaltação
blicos, a intensificação da vida de oração, a Deus, o Justo Criador: a triste realidade
a promoção de encontros saudáveis de do estado de pecado da humanidade
ensino da Palavra e a ampla distribuição e a sua necessidade de um Salvador:
de literaturas com a verdadeira doutri­ a gloriosa mensagem da redenção em
na são m eios eficazes de confronto à Cristo e a consumação de todas as coi­
falsa doutrina. No entanto, tanto essas sas. Sendo assim, a verdadeira doutrina

20 JOVENS
procede de Deus e tem como objetivo
a glória dELe, a salvação do perdido e a © CONCLUSÃO
edificação da igreja. Nesta lição, aprendemos que Sadra-
2. Os benefícios da verdadeira doutri­ que, MesaqueeAbede-Nego, diante
na. Uma igreja que vive a verdadeira dou­ da pressão babilônica e sob 0 risco
trina se beneficia em todos os aspectos. de morte, decidiram manter-se firmes
O apóstolo Paulo mostra que a verdade na fé em Deus e no propósito de
da Palavra de Deus ensina, repreende, honrá-lo até 0 fim. Com isso, vimos
corrige, instrui e capacita o crente a pra­ a necessidade de a igreja, por meio
ticar boas obras, agradando e honrando da verdadeira doutrina, confrontar
a Deus (2 Tm 3.16,17). Ao escrever para a falsa, sempre com o objetivo de,
Tito, Paulo diz que a doutrina verdadeira é à semelhança dos jovens hebreus,
fonte encorajadora aos crentes, e muro de
honrar a Deus acima de tudo.
proteção contra os falsos ensinamentos (Tt
1.9). Paulo, ao escrever a Timóteo, mostrou
que a boa doutrina oferece nutrientes à
vida espiritual da igreja, dando-lhe saúde
e vigor espirituais (íTm 4,6,7). Finalmente, © HORA DA REVISÃO
o apóstolo João afirma que a sã doutrina
garante as condições necessárias para a
1 Segundo a lição qual foi a maior re­
permanência de Deus na vida do cristão compensa que os amigos de Daniel
(2 Jo 9). receberam ?
3. Vivendo a verdadeira doutrina. É
possível notar que o combate às falsas
doutrinas e o incentivo para que a igreja
honrasse e vivesse a verdadeira doutri­ 2. .0 que é uma falsa doutrina?
na, ocuparam posição de destaque na
agenda dos apóstolos, o que confirma
que isso é vital à igreja de Cristo. Os falsos
ensinos não são um desafio enfrentado ,3. Qual é o principal aliado da falsa
somente pela Igreja Primitiva, mas a igreja doutrina?
da atualidade tam bém os enfrenta, e,
como os apóstolos, a liderança e a igreja,
devem se ocupar no com bate a este
mal, formando uma frente de incentivo 4. Cite, conforme a lição, um dos males
para que a geração atual viva intensa e que a faLsa doutrina traz.
plenamente a verdadeira doutrina.
A sã doutrina trabalha na manutenção
da comunhão com Deus, no fortaleci­
mento das bases da fé e a sua constante 5. Como confrontar a falsa doutrina?
preservação, além de promover saúde
espiritual. Diante de tudo isso, resta fa­
zer um importante e inadiável convite:
"Conheça e viva a verdadeira doutrina."
AS FALSAS DOUTRINAS

TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"Nós somos de Deus; aquele SEGUNDA - Ml 318


que conhece a Deus ouve-nos;
A diferença entre o justo e o ímpio
aquele que não é de Deus não
TERÇA - At 5 1 -11
A mentira não prosperará em uma
nos ouve. Nisto conhecemos nós igreja doutrinariamente saudável
o espírito da verdade e o espírito QUARTA - 2 Ts 2.1-6
do erro." (1 Jo 4.6) O falso ensino é uma
característica do Anticristo
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA - Rm 1.18-32
O abandono da verdade de Deus
Na atualidade encontramos resulta em depravação
muitas ideologias e falsas SEXTA - Mt 7 1 5 -2 3
doutrinas, por isso precisamos O castigo dos falsos profetas
conhecer a Palavra de Deus para SÁBADO - Jd 1-7
O cuidado com os ímpios
não ser enganados por elas.
e os falsos mestres

22 JOVENS
i Timóteo 4.1-5 a abstinência dos manjares que Deus
1 Mas o Espírito expressamente diz que, criou para os fiéis e para os que conhe­
nos últimos tempos, apostatarão alguns cem a verdade, a fim de usarem deles
da fé, dando ouvidos a espíritos enga­ com ações de graças.
nadores e a doutrinas de demônios. 4 Porque toda criatura de Deus é boa, e
2 Pela hipocrisia de homens que falam não há nada que rejeitar, sendo rece­
mentiras, tendo cauterizada a sua bido com ações de graças.
própria consciência. 5 Porque, pela palavra de Deus e pela
3 Proibindo o casamento e ordenando oração, é santificada.

INTRODUÇÃO isso, conforme a advertência de Paulo


a Timóteo a esse respeito. A “doutrina
Esta lição tem como objetivo ressaltar
de demônios" é promovida e produzida
que não podemos nos deixar enganar pela
por Satanás (1 Tm 4.1) com o propósito
sutileza das falsas doutrinas. O apóstolo
de fazer o crente apostatar da fé e se
Paulo cham a e ssas de “doutrinas de
tornar um hipócrita (v. 2).
demônios", identificando o espírito do
3 .0 enfrentamento às doutrinas de
Anticristo que atua por detrás dessas
demônios. O texto no qual Paulo trata
falsas doutrinas.
sobre “doutrina de demônios" oferece
I - D O U T R IN A D E D EM Ô N IO S
a forma pela qual a Igreja é orientada a
1. Doutrinas d e dem ônios, o que
enfrentá-la e vencê-la. O texto foi escrito
são? Dentre as muitas expressões que
as Escrituras Sagradas utilizam para se enquanto a igreja em Éfeso estava so­
referir ao falso ensino, está “doutrinas frendo com os ataques e os danos das
de demônios". Mas, afinal, o que signi­ falsas doutrinas. Paulo incentiva Timóteo a
fica "doutrinas de demônios”? O termo pregar, viver e se desenvolver na Palavra.
“demônios" aparece somente esta vez Logo, a referência feita às “doutrinas de
nesta Carta e indica, claramente, tudo demônios" é parte da seção em que o
aquilo que se opõe a Deus, à sua Pala­ jovem pastor foi desafiado a pregar diante
vra e aos seus princípios (1 Tm 4.1). Na da avalanche de falsos ensinamentos que
Seg und a Carta aos Tessalonicenses, a igreja estava recebendo. Observe aten­
Paulo já havia falado a respeito do que tamente as palavras de Paulo: “Propondo
ele chamou de “mistério da injustiça" (2 estas coisas aos irmãos, serás bom ministro
Ts 2,7). Portanto, a expressão "doutrinas de Jesus Cristo, criado com as palavras da
de demônios" é uma referência a todo fé e da boa doutrina que tens seguido (v.
ensino que influencia as pessoas a se 6). A expressão “propondo" tem relação
posicionarem contra Deus e à sua Palavra. direta com “pregar", enquanto “criado”se
2. A doutrina de demônios e as suas refere a “alimento", ou seja, a forma de
produções. A “doutrina de demônios”é o enfrentar a denominada “doutrinas de
ato de se ler de forma errada as Escrituras demônios" é pela pregação do Evangelho
Sagradas, promovendo a inimizade contra e da boa doutrina, pois é isso que alimenta
Deus. Seus resultados apontam para e preserva o rebanho de Deus.

JOVENS 23
II - A SEDUÇÃO DAS FALSAS sinta bem". Deus quer o bem das pes­
DOUTRINAS soas e que elas desfrutem da felicidade
1. A sedução da idolatria. A idolatria é verdadeira, mas o caminho para isso é
a fonte da sedução das falsas doutrinas. obedecer aos princípios absolutos da
A idolatria é mais do que a adoração a Palavra de Deus (Sl 1.1-6). O hedonismo
ídolos; é tudo o que ocupa o lugar de é o termo técnico e atual para aquilo que
Deus em nossas vidas. Por isso, Jesus afir­ Tiago chamou de “deleites”que são os
mou que o coração do homem sempre responsáveis pelas “guerras" que há entre
se voltará para o seu tesouro (Mt 6.21). O os homens. Os “deleites”desse mundo
que domina o coração humano torna-se não são capazes de satisfazer o anseio
um objeto de sua adoração. Conclui-se, da alma do homem; somente o temor e
portanto, que as falsas doutrinas — que a entrega a Deus levam o homem a des­
trabalham para desonrar a Deus — são frutar da verdadeira felicidade. Portanto,
sedutoras, pois elas sugerem que o a idolatria, o relativismo e o hedonismo
homem seja o centro da existência e são elementos bases para toda sorte de
não o Todo-Poderoso. falsa doutrina. Vencê-los é desfazer não
2. A sedução do relativismo. O rela- somente das consequências dos falsos
tivismo é a crença que afirma não existir ensinos, mas principalmente a sua raiz.
verdades absolutas, pois a verdade depen­ III - NÃO SE DEIXE ENGANAR
de do ponto de vista de cada pessoa. Por 1. A falsa doutrina não pode ser uma
exemplo, no que se refere aos princípios surpresa para a Igreja. A Igreja sempre foi
morais, o relativismo propõe que não há alertada sobre a realidade, os perigos e a
princípio moral imutável e nem absoluto. ação dos falsos ensinadores, pois Jesus
O relativismo prega a inexistência de uma e alguns de seus servos advertiram-na
verdade absoluta, e os seus adeptos a este respeito. Portanto, as falsas dou­
defendem crenças relativas e flexíveis, trinas não são e nem podem ser uma
sempre obedecendo à circunstância, ao surpresa para Igreja, que d eve estar
ambiente e à necessidade dos envolvi­ vigilante, preparada e não se deixar ser
dos. O relativismo ataca frontalmente a enganada. A advertência que Timóteo
verdade única e absoluta da Palavra de recebeu, enquanto pastoreava a igreja
Deus, e é aqui que ele se coloca como em Éfeso (1 Tm 4.1-5), havia sido predita
uma importante sedução da falsa doutrina pelo próprio Paulo. Ele sabia que depois
e que precisa ser rechaçada e enfrentada, de sua partida, Lobos cruéis iam aparecer
pois a Bíblia é a genuína fonte doutrinária para atacar o rebanho (At 20.29,30), togo,
deixada para a Igreja de Cristo. o surgimento e a ação de falsos mestres,
3. A sedução do hedonismo. O he­ no seio da igreja, não era uma novidade
donismo é outro importante fenômeno para aqueles irmãos. A Igreja pode até
da pós-modernidade, caracterizando-se sofrer com os ataques dos falsos mestres,
pela busca desenfreada e sem critério do mas o nosso Deus conhece todas as
prazer. A cultura pós-moderna incentiva coisas e Ele bondosamente nos alerta,
e patrocina o sentir-se bem, que traduz mediante a sua Palavra, sobre os perigos
muito bem a famosa frase “o importante que nos cercam. A Igreja tem todas as
é ser feliz", ou ainda, “Deus quer o seu condições necessárias para que não
bem e não o seu mal, portanto, faça o venha a ser enganada pelas seduções
que quiser para que você seja feliz e se dos falsos ensinos.

24 JOVENS
2. Desmascarando o engano doutriná­
rio. Em sua despedida da igreja em Éfeso,
ó CONCLUSÃO
o apóstolo Paulo indicou uma característica As falsas doutrinas são uma realidade,
dos que, com a sua partida, trabalhariam e Deus sempre alertou 0 seu povo
para disseminar falsos ensinos: a cruelda­ acerca disso, oferecendo recursos
de (At 20,2g,30).Em outra ocasião, esses poderosos e eficazes para resisti-las,
falsos mestres aparecem como "homens enfrentá-las e não se deixar levar por
que, com astúcia, enganam fraudulosa- elas. Esta lição reafirmou o compro­
mente”(Ef 4.14). O termo “astúcia”tem o misso que a Igreja deve ter com o
sentido de “fazer algo que vise benefícios ensino e propagação da sã doutrina.
próprios”, e ele aparece em outro texto
no qual indica a decisão do apóstolo em
não agir dessa forma, mesmo diante das
muitas pressões que sofria em seus dias.
Sendo assim, os que disseminam engano
© HORA DA REVISÃO
são desmascarados à medida que são
descobertos em sua maldade. 1, O que são doutrinas de dem ônios?
3. Com o se proteger do engano. A
recomendação de PauLo aos líderes da
igreja em Éfeso foi para que, ao contrário
dos enganadores que só pensam em si e
não amam a Igreja de Deus, eLes — com 2. Quem produz e promove as falsas
vigilância — cuidassem do rebanho do doutrinas?
Senhor, pois ele é formado por pessoas
que custaram 0 preço do sangue de Jesus
Cristo, Uma outra recomendação de Paulo
para que a Igreja não seja levada pelo
engano de falsas doutrinas é o estímulo ao 3. Como enfrentar a chamada “doutrina
verdadeiro crescimento espiritual que só de demônios"?
pode ocorrer por meio do equilíbrio entre a
verdade e o amor, que também promove
a unidade saudável do Corpo de Cristo (Ef
4.15,16). Finalmente, o apóstolo dos gentios
oferece uma outra arma eficaz contra os
4. Segundo a lição, 0 que é relativismo?
ataques dos enganos doutrinários, que é a
não falsificação da Palavra de Deus (2 Co
4.1,2). A expressão “falsificar" nos tempos
de Paulo era usada para se referir aos
que - desonestamente - diluiam vinho
5. O que é hedonismo?
com água, enganando assim aos seus
compradores, Desse modo, a lição aqui é
de que somente pela mensagem pura a
Igreja poderá não ser levada pelo engano
da falsa doutrina.
LIÇÃO 6
l i fev 2024

A DOUTRINA E O
AMOR PELO SENHOR
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"E perseveravam na doutrina dos


SEGUNDA - 1 J 0 4.8,8
apóstolos, e na comunhão, e no
O amor é uma evidência de que
partir do pão, e nas orações. Em somos nascidos de Deus
cada alma havia temor, e muitas
TERÇA - Mt 2 2 .37,38
maravilhas e sinais se faziam pelos
O grande mandamento
apóstolos." (At 2.42,43)
QUARTA - Jo 15.12
É preciso amar como Ele nos amou
RESUMO DA LIÇÃO
Q U IN T A -l Co 13 .1-7
A suma do amor
É necessário que haja doutrina SEXTA - l Pe 4 8
e fervor espiritual para que O amor ao próximo
os crentes tenham uma
SÁBADO - l Jo 3.14
espiritualidade saudável. Quem ama o irmão encontra vida

26 JOVENS
T E X T O B ÍB L IC O
y- jtssfe -c r-^ T

Apocalipse 2.1-7
1 Escreve ao anjo da igreja que está em 5 Lem bra-te, pois, de onde caíste, e
Éfeso: Isto diz aquele que tem na sua arrepende-te, e pratica as primeiras
destra as sete estrelas, que anda no obras; quando não, brevemente a ti
meio dos sete castiçais de oQro.
virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal,
2 Eu sei as tuas obras, e o teu trabalho, se não te arrependeres.
e a tua paciência, e que não podes
sofrer os maus; e pusestes à prova os 6 Tens, porém, isto: que aborreces as
que dizem ser apóstolos e o não são obras dos nicolaítas, as quais eu tam­
e tu o achastes mentirosos. bém aborreço.
3 E sofrestes e tens paciência; e traba­ 7 Quem tem ouvidos ouça 0 que o Espírito
lhaste pelo meu nome e não cansaste. diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei
4 Tenho, porém, contra ti que deixaste a comer da árvore da vida que está no
0 teu primeiro amor. meio do paraíso de Deus.

INTRODUÇÃO o Evangelho ali, m as não ficou muito


A falta de doutrina produz muitos tempo (At 18,19-21). Som ente em sua
m ales e um d e le s é a m ornidão e s ­ terceira viagem m issionária é q ue o
piritual. Quando não há ensino bíblico apóstolo pôde evangelizar efetivamente
a missão da igreja é comprometida. a cidade, tendo ficado três anos ali (At
Utilizando a igreja de Éfeso como exem­ 19.1). Provavelmente, Priscila e Áquila
plo, nesta lição, estudaremos a respeito desempenharam importante papel na
de com o os crentes se distanciaram implantação dessa igreja e cederam a
do am or de Deus e d e sua vontade. própria casa onde ela foi estabelecida
Veremos o perigo que cerca as igrejas (At 18.18,19; 1 Co 16.19). O casal também
na atualidade neste aspecto. Esta lição contribuiu com o desenvolvimento da
tam bém ressaltará que é necessário vida cristã e do ministério de Apoio (At
que a igreja fundam ente suas ações 18.24-28).
no zelo doutrinário e no amor fervoroso 2. A igreja de Éfeso e os seus princi­
por Deus. pais desafios. A Carta aos Efésios indica
os desafios que a igreja enfrentou no
1 - A IG R E JA D E É F E S O E R A F IR ­ início. A deusa Diana era o centro da
M E N A D O U T R IN A estrutura religiosa e econômica de Éfeso,
1. A igreja de Éfeso. Do ponto de que de acordo com a mitologia grega,
vista comercial, Éfeso era a cidade mais era virgem, e contrária ao casamento,
importante da Ásia Menor. Nos dias de razão pela qual a estrutura familiar da
Paulo, essa cidade tinha cerca de 250 sociedade efésia era fragilizada, tornan­
mil habitantes e abrigava o suntuoso do o divórcio algo comum e banalizado.
tem plo da deusa Diana, o que atraía Por isso, Paulo exortou os irmãos efésios
turistas e peregrinos, aquecendo assim a confiar na graça salvadora de Cristo, se
a economia. Em sua segunda viagem preparar espiritualmente para a batalha,
missionária, o apóstolo Paulo anunciou manter-se unidos na fé doutrinária, con­

JOVENS 27
servar a vida em santidade e a nutrirem Além dos bons exemplos oferecidos
uma família sadia. por essa igreja, ela também nos serve
3. A firm eza doutrinária da igrejade alerta para o excesso de trabalho e
de Éfeso. Historicamente, a igreja de o zelo doutrinário, mas sem 0 genuíno
Éfeso era uma das m ais importantes amor. A igreja de Éfeso é um a prova
e c o n h e c id a s da igreja do prim eiro de que é possível realizar grandes e
século. Isso não é mera casualidade, boas obras sem amor, Por isso Jesus
mas é fruto de seu vigor espiritual, de diz: “Lembra-te, pois de onde caístes,
seu comprometimento doutrinário e de e arrepende-te, e pratica as primeiras
sua relação com alguns dos principais obras; quando não, brevemente a ti virei
líderes, que fizeram dela um referencial. e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se
A igreja de Éfeso foi pastoreada por não te arrependeres" (Ap 2.5).
Paulo que, além de ter ensinado “todo o 2. O valor d as boas lembranças. A
conselho de Deus”(At 20.27), foi usado igreja de Éfeso foi orientada por Jesus
com o instrumento para a realização a se lembrar de onde caiu, a fim de que
de grandes m ilagres (At 19.11,12). Foi se arrependesse (Ap 2.5). A recom en­
pastoreada tam bém por Timóteo, tão d ação é: lem b rar-se, arrep en d er-se
elogiado por Paulo (Fp 2.19-23) e deixado e praticar, A igreja deveria se lembrar
em Éfeso justamente para "advertires a de onde havia caído, ou seja, deveria
alguns que não ensinem outra doutrina” considerar 0 que havia perdido, advindo
(íT m 1.3). Finalmente, essa igreja pôde o arrependimento como demonstração
d esfrutar do pastoreio do ap óstolo de tristeza e voltar às primeiras obras,
João que, de Éfeso, liderou as igrejas confirmando o arrependimento e a cons­
daquela região e de onde escreveu o ciência transformada. A igreja de Éfeso
Evangelho que leva o seu nome, além recebeu a oportunidade de recomeçar
de suas Epístolas. e resgatar a sua saúde espiritual.
Certam ente a igreja de Éfeso foi 3. De volta ao primeiro amor. O que
bem instruída e teve seu s a lice rce s Jesus quis dizer com "primeiro amor"?
doutrinários bem estabelecidos. Deus é a fonte de todo amor, Ele é o
próprio amor (1 Jo 4.8). Portanto, deixar
II - O PERIGO DE SE PERDER O o prim eiro am or é o m esm o q u e se
PRIMEIRO AMOR PELO SENHOR afastar de Deus, e isso im plica que a
1. Boas obras, porém sem amor. É igreja de Éfeso praticava boas obras,
trágico uma igreja ter de ouvir a seguinte mas ao mesmo tempo, estava distante
sentença: “tenho contra ti”. Foi o que a de Deus. O convite para que voltasse
igreja em Éfeso ouviu do Senhor Jesus ao primeiro amor indica o interesse do
(Ap 2.4). Antes disso, essa igreja foi elo­ Senhor de que a sua Igreja permaneça
giada, pois era dedicada no trabalho, em sua presença. Paciência e trabalho
no com bate à m aldade, no zelo pela não faltavam a igreja de Éfeso, mas ela
doutrina e na perseverança nas tribu­ foi orientada a voltar “
às primeiras obras”,
tações. Parecia ser uma igreja perfeita, pois estas foram praticadas com o amor
mas havia abandonado o primeiro amor genuíno. Sendo assim, ela foi convidada
(Ap 2.1-4). a restaurar a sua comunhão com Deus.

28 JOVENS
III - NÃO HÁ CONTRADIÇÃO © CONCLUSÃO
ENTRE DOUTRINA E FERVOR 0 exemplo da igreja de Éfeso reafirma
ESPIRITUAL que, por mais bem estruturada que
1.0 problema dos extremos. A igreja
possa ser, a igreja sempre terá proble­
de Éfeso valorizou a doutrina, mas não
mas e pendências a serem corrigidos.
permaneceu no amor a Deus. A igreja de
Essa igreja incorreu no erro da falta de
Corinto, que tinha vários dons espirituais
equilíbrio entre 0 compromisso com a
(1 Co 1.7), negligenciou os ensinos bíbli­
doutrina e 0 fervor espiritual, causado
cos e Paulo afirmou que os crentes dali
pelo abandono do “primeiro amor'’ e
eram carnais (1 Co 3.1-3). Os extremos
impedem o desenvolvimento saudável o afastamento de Deus. Sendo assim,
da vida espiritual da igreja. vimos os perigos que a igreja corre
2. A importância do equilíbrio. Ao criar 0 quando lhe falta equilíbrio entre 0 pre­
homem, Deus 0 constituiu de espírito, alma paro intelectual e o fervor espiritual.
e corpo. Não por acaso, Paulo rogou aos
irmãos da igreja em Roma que apresen­
© HORA DA REVISÃO
tassem a Deus os seus “corpos”(externo
e visível) e renovassem o “entendimento" 1. Qual era a cidade mais importante
(interno e invisível), e isso é evidência de da Ásia Menor?
que o ser humano integral tem valor para
Deus. Equilíbrio, e não os extremos, reflete
o caráter de Deus e é o que Ele espera de
seus filhos (Dt 5.32; Js 1.7; Pv 427)- 2. O que atraía os peregrinos à cidade
O Senhor não disse à igreja de Éfeso de Éfeso?
que o “primeiro amor”é mais importante
que o zelo doutrinário, mas que o pro­
blema consistia no fato de ter deixado
o primeiro em função do segundo. O 3. Qual casal contribuiu para o desen­
desejo de Jesus é o equilíbrio. volvimento de Apoio?
3. Doutrina e fervor espiritual, a
com binação perfeita. Uma vida cristã
genuína se define pelo equilíbrio entre a
compreensão do significado das Escri­
4. Qual a exortação do Senhor Jesus
turas e a sua prática. A compreensão da
para a igreja de Éfeso?
doutrina bíblica e a sua prática permite
ao crente desfrutar de uma relação real
e pessoal com o Senhor, que é o que
faltou à igreja de Éfeso, embora ela tenha
5. O que a igreja de Éfeso havia aban­
sido bem instruída pelos seus líderes.
donado?
Um a igreja q ue valoriza, busca e
trabalha pelo equilíbrio entre a doutrina
e o fervor espiritual se protege de uma
falsa religiosidade.
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A DOUTRINA QUE DA VIDA


E EXPULSA DEMÔNIOS
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"Eu sou a porta; se alguém entrar SEGUNDA - Rm 13.1,2


por mim, salvar-se-á, e entrará, Deus ordena as autoridades
e sairá, e achará pastagens. O TERÇA - Mt 7 28,29
ladrão não vem senão a roubar, Jesus ensinava com autoridade
a matar e a destruir; eu vim para
QUARTA - Lc 71-10
que tenham vida e a tenham com
abundância." (Jo 10.9,10)
A autoridade de Jesus sobre
as enfermidades
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA - Mc 5 .1-15
A autoridade de Jesus
sobre os demônios
A doutrina de Jesus reflete o SEXTA - Jo 11.2 5 -2 7
seu caráter, razão pela qual Jesus tem poder sobre a morte
ela liberta e dá vida aos que SÁBADO - Jo 17.1,2
creem e a obedecem. O poder de Jesus
sobre os homens

30 JOVENS
TEXTO
■ Jk

Marcos 1.21-28
21 Entraram em Cafarnaum, e, logo no 25 E repreendeu-o Jesus, dizendo: Cala-te
sábado, indo ele à sinagoga, ali ensinava. e sai dele.
22 E maravilhavam-se da sua doutrina, 26 Então, o espírito imundo, agitando-o e
porque os ensinava como tendo au­ clamando com grande voz. saiu dele,
toridade e não como os escribas. 27 E todos se adm iraram , a ponto de
23 E estava na sinagoga deles um homem perguntarem entre si, dizendo: Que é
com um espírito imundo, 0 qual excla­ isto? Que nova doutrina é esta? Pois
mou, dizendo: com autoridade ordena aos espiritos
24 Ah! Que temos contigo, Jesus Nazareno? imundos, e eles lhe obedecem!
Vieste destruir-nos? Bem sei quem és: 28 E logo correu a sua fama por toda a
o Santo de Deus. província da Galileia.

INTRODUÇÃO Tu tens as palavras da vida eterna” (v.


Por intermédio do ministério terreno
68). Pedro estava afirmando a autorida­
de da doutrina que procede de Jesus.
de Jesus, podem os ver que doutrina
Portanto, a autoridade da doutrina de
e obras cam inham unidas, A s obras
Cristo está relacionada ao fato de Ele
realizadas pelo Senhor Jesus revelam o
ser Deus, e a fonte de toda autoridade
seu caráter e a natureza da sua doutrina.
Portanto, além de relacionar a doutrina (Rm 13,1-4).
2. Autoridade qu e habilita. A a u ­
de Cristo com suas obras, esta lição
toridade de Jesus tem o propósito de
mostrará que am bas são inseparáveis
habilitar os seus discípulos a cumprirem
e que as obras do Senhor são firmadas
a sua m issão (Lc 10 .íg). No texto de
em quem Ele é.
Lu ca s 9.1-6 o Senhor Jesu s designa
os se u s d isc íp u lo s a re p re se n tá -lo
I - A AUTORIDADE DA DOUTRI­
em expedições missionárias. O poder
NA DE CRISTO
prometido seria para habilitar os discí­
1.0 conceito de autoridade. Autori­
pulos a realizarem milagres no nome
dade é um termo amplo e abrangente,
de Jesus. A autoridade tem relação
motivo pelo qual precisamos defini-lo.
direta com a representação da pessoa
O sentido de autoridade utilizado aqui
de Jesus e isso por meio da exposição
diz respeito à doutrina de Cristo, refe­
da m ensagem do Evangelho.
rindo-se à sua fonte divina, o que faz
A autoridade é um a reso lução a
dela ser digna de toda aceitação (1 Tm
fim de que possamos representar uma
1.15). Certa vez, os discípulos de Jesus
pessoa, razão pela qual Jesus mostra aos
recuaram e já não andavam mais com
discípulos que eles não deveríam desfa­
Ele (Jo 6.66). Então, o Mestre indagou
lecer quando fossem rejeitados, pois na
aos 12 discípulos dizendo: “Quereis vós
verdade, as pessoas estariam rejeitando
também retirar-vos?”(v. 67), Pedro então
ao próprio Senhor que os enviou. Sendo
disse: “Senhor, para quem iremos nós?

JOVENS 31
Q uem am a a Cristo
II - A DOUTRINA DE CRISTO DÁ
e ao próximo, VIDA AO HOMEM
guarda e pratica 1. Morte espiritual. O pecado tornou
toda a doutrina de Deus. a morte e os seus danos uma triste re­
alidade, inclusive a morte espiritual, já
que biblicamente, 0 homem sem Deus
assim, a autoridade de Cristo confere é descrito como morto espiritualmente.
todas as co n d içõ es n e cessária s em N esse caso, qual o sentido de morte
favor do avanço de seu Reino, incLusive espiritual? Em Efésios 2.1-3, Paulo ensina
na difusão de sua doutrina. que o homem sem Deus se encontra
3. Autoridade confirmada. A auto­morto em suas ofensas e pecado s e
ridade exercida no ministério de Jesus nos m ostra a lg u m a s características
contribuiu para que su as paLavras e d essa condição, com o por exemplo:
ações fossem confirmadas pelo povo, com eter práticas ilícitas d e lib e rad a-
Na co nclusão do Serm ão do Monte, mente: viver de acordo com os padrões
vemos que os ouvintes ficaram maravi­ deste mundo que é inimigo de Deus;
lhados, pois 0 Mestre “os ensinava com desobediência e seguir os desejos da
autoridade e não com o os e scrib a s” carne. Sendo assim, a morte espiritual
(Mt 729). faz do hom em inim igo de D eus (Tg
A autoridade de Jesus o distingue 44), que pratica tudo o que desonra
dos e scrib as, c u jo s d iscu rso s eram e contraria ao Senhor (Rm 1.29-31), e
vazios e d esco nexo s da verd ad eira som ente o Espírito pode reverter tal
autoridade, enquanto o Senhor a possui, situação (Gl 5.16,17).
com o explica Mattew Henry: “Cristo, 2. A vida de Cristo. Jesus é o bom
sobre a montanha mostrava mais au­ Pastor que “dá a vida pelas suas ove­
toridade que os escribas na cadeira de lhas" (Jo 10.11). Mas, afinal de contas, que
Moisés. D essa forma, quando Cristo vida é esta? Há muito o que dizer sobre
ensina às almas através do seu Espírito, a vida de Cristo, afinal, Ele é a própria
Ele ensina com autoridade. Ele disse: vida (Jo 14.6). Esta vida contrasta com
‘Haja luz. E houve luz”'. A autoridade de a morte espiritual, conforme descrita
Jesus faz dEle digno de ser ouvido e a anteriorm ente. P aulo afirm a q u e o
sua doutrina digna de toda aceitação, hom em é salvo por meio da vida de
haja vista ser ela de natureza divina. Cristo com o fruto da re co n c ilia ç ã o
adquirida pelo seu sofrimento na cruz
© PENSE! (Rm 5.10), que faz do reconciliado uma
Em que consiste a autoridade da nova criatura tanto em suas práticas
doutrina de Cristo? com o em sua posição diante de Deus
e dos homens (Cl 1.21-23).
^ PONTO IMPORTANTE! Jesus disse a N icodem os sobre a
A autoridade de Cristo é divina, e esta nova vida que Ele dá e que somente
é a razão pela qual os seus ensinos por e la é q uê o hom em pode ver e
são dignos de toda aceitação. fazer parte do Reino de Deus (Jo 3.3).

32 JOVENS
Os apóstolos lançaram
3. Doutrina de vida. Jesus é a vida,
logo suas palavras e os seus ensina­
as bases da doutrina
mentos tam bém são vida. O conceito cristã, e Cristo é o
de vida pode ser encontrado em vários fundamento central.
ensinos de Jesus, como na conclusão da
parábola do FiLho Pródigo (Lc 15.11-32),
no diálogo com a mulher Samaritana (Jo 9.35; At 10.38). Observe que as obras de
4.14), na mensagem que pregou após a Jesus sem pre estiveram conectadas
multiplicação dos pães e peixes (Jo 6.1- à sua m ensagem e aos seus ensinos.
15), na conversa com Marta enquanto Suas obras nunca estão separadas de
a consolava pela morte de Lázaro (Jo sua doutrina, inclusive o seu poder de
11.25), alé m de tantos outros textos expulsar demônios, A doutrina de Cristo
bíblicos que confirmam essa verdade. é am p la e tem com o propósito: “[...1
Je su s d isse que as suas palavras que conheçam a ti só por único Deus
são “esp írito e vida" (Jo 6.63). E sse verdadeiro e a Je su s Cristo, a quem
texto reafirma a natureza espiritual e enviaste” (Jo 17.3). Ela se fundamenta
divina das palavras de Jesus e o fato em quem Ele é, conforme a declaração
de q ue as su a s p alavras produzem de Pedro (Mt 16,16-18).
vida. Portanto, a resposta à pergunta: 2. Os dem ônios reconhecem J e ­
“q u e nova d outrina é e s ta ?” É um a sus. Os dem ônios conhecem a Jesus,
doutrina devida. sabem de sua natureza, reconhecem
a sua divindade e se encurvam diante
@ PENSE! do seu poderio (Mt 8.28-34).
Qual a relação entre a doutrina de Os Evangelhos relatam que quando
Cristo com a vida? a legião que aprisionava e atormentava
o Gadareno viu a Je su s de longe, se
® PONTO IMPORTANTE! prostrou e o adorou ( Mc 5.6), O reco­
Sendo Ele a própria vida, 0 Senhor nhecimento dos demônios em relação
Jesus é quem pode, tanto por pa­ a Jesus pode parecer um ato de adora­
lavras como por obras, ressuscitar ção, m as segundo Lawrence Richards
o homem de seu estado de morte “este não foi em absoluto um ato de
espiritual. adoração, m as um reconhecim ento
forçado dos espíritos imundos diante
III - A DOUTRINA DE CRISTO E de um hom em com a superioridade
OS DEMÔNIOS de Jesus". Os dem ônios se submetem
1. A doutrina de Cristo e suas obras. e respeitam tanto a Jesus com o à sua
Jesus se manifestou "para desfazer as autoridade.
obras do diabo" (1 Jo 3.8). Ele percorreu 3. Os dem ônios são expulsos. De­
vários lugares anunciando “0 evangelho pois d e um a expedição m issionária,
do Reino" e “fazendo o bem e curan­ os discípulos com entusiasm o deram
do a todos os oprim idos do diabo" e o se g u in te relato a Jesu s: “Senhor,
anunciando “0 evangelho do Reino" (Mt pelo teu nome, até os dem ô nio s se

JOVENS 33
0 domínio de Jesus sobre © CONCLUSÃO
os demônios advém de sua Infelizmente, é muito comum tratar
natureza e autoridade divina, as obras de Jesus sem que se teve
bem conhecidas pelos espíritos em consideração os seus ensinos,
maus que o reconhecem. e isso tem causado danos dos mais
variados à sua igreja. Por isso, essa
lição buscou apresentar a inabalável
verdade de que a doutrina de Cristo
também reflete 0 seu poder, razão pela
nos sujeitam" (Lc 10.17). Os discípulos qual ela também dá vida e expulsa
estavam corretos, pois o Mestre, ao os demônios. A doutrina de Cristo é
realizar milagres, inclusive libertando fonte de vida e de poder para todos
pessoas de espíritos imundos, mandou os crentes.
q ue os d iscíp ulo s de João Batista —
que estava preso — testemunhassem
acerca disso (Lc 721,22).
O domínio de Jesus sobre os d e ­ © HORA DA REVISÃO
m ô n io s a d v é m d e su a n atu reza e 1 Qual o sentido da palavra "autori­
autoridade divinas, bem co nhecidas dade" utilizado na lição?
pelos espíritos maus que o reconhecem
(At 19.13-16).
Em bora tenha sid o reconhecido
pelos demônios, o Senhor Jesus não 2. A autoridade da doutrina de Cristo
interrogou ou estabeleceu qualquer está relacionada a que fato?
diálogo com eLes. Jesus não dependia
que a sua identidade fosse confirmada
peLo Diabo. O q ue fica claro é a a u ­
toridade de Jesus e d e seu s ensinos
3, Qual o propósito da autoridade de
ser reconhecido até m esm o entre os
Jesus?
demônios.

@ PENSE!
De que forma a autoridade dos
4. C o m o é d e sc rito em E fé s io s o
ensinos de Jesus se relaciona com
homem sem D eus?
a expulsão de demônios?

Q PONTO IMPORTANTE!
As obras de Jesus não estão separadas
de quem Ele é, assim como de seus 5. Para que Jesus se manifestou?
ensinos, o que confere autoridade
à sua doutrina sobre todo 0 mal,
inclusive sobre os demônios.
A SÃ DOUTRINA

TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"Mas, vós, amados, edificando-vos a


SEGUNDA-Sl 334,5
vós mesmos sobre a vossa santíssima
A Palavra de Deus é reta e fiel
fé, orando no Espírito Santo,
conservai a vós mesmos no amor de TERÇA-2 Tm4 3 4
Deus, esperando a misericórdia de A sã doutrina é para os fiéis
nosso Senhor Jesus Cristo, para a QUARTA - G l 1.11,12
vida eterna." (Jd 20,21) Deus é a fonte da sã doutrina
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA -J o 16.13,14
O Espírito Santo conduz à
doutrina verdadeira
A sã doutrina vem SEXTA-Ef 51
de Deus e deve nortear Vivendo segundo a sã doutrina
a vida do crente. SÁBADO - l Pe 1.13-25
Viver a sã doutrina é honrar a Deus

JOVENS 35
Tito 2.1-10
1 Tu, porém, feia o que convém à sã doutrina. 6 Exorta semelhantemente os jovens a
2 Os velhos que sejam sóbrios, graves, que sejam moderados.
prudentes, sãos na fé, no amor e na 7 Em tudo, te dá por exemplo de boas
paciência. obras; na doutrina, mostra incorrupção,
3 As mulheres idosas, semelhantemente, gravidade, sinceridade.
que sejam sérias no seu viver, como 8 Linguagem sã e irrepreensível, para
convém a santas, nãocaluniadoras, não que o adversário se envergonhe, não
dadas a muito vinho, mestras no bem. tendo nenhum mal que dizer de nós.
4 Para que ensinem as mulheres novas 9 Exorta os servos a que se sujeitem a
a serem prudentes, a amarem seus seu senhor e em tudo agradem, não
maridos, a amarem seus filhos. contradizendo.
5 A serem moderadas, castas, boas donas ío Não defraudando; antes, mostrando
de casa, sujeitas a seus maridos, a fim toda a boa lealdade, para que, em tudo
de que a palavra de Deus não seja sejam ornamento da doutrina de Deus,
blasfemada. nosso Salvador.

INTRODUÇÃO com as Escrituras. Biblicamente, há três


Nesta lição veremos que doutrina é tipos de doutrinas: a doutrina de Deus;
um termo amplo e precisa ser compre­ a doutrina de demônios e a doutrina de
endido dentro de um aspecto específico, homens. A doutrina de Deus é encontrada
e aqui a análise será em torno do que exclusivamente na Bíblia Sagrada, e pode
a Bíblia chama de “sã doutrina”. Vamos ser compreendida como a expressão da
discorrer sobre o que se quer dizer com vontade de Deus ao seu povo por meio
doutrina e sã doutrina, além de enfatizar de sua Palavra (Tt 2.10). Quanto à doutrina
que a verdadeira doutrina é aquela que de demônios, é preciso dizer que os de­
procede de Deus e esta deve ser o pa­ mônios são mentirosos e enganadores
drão de vida de todo cristão. e eles atuam no sentido de confundir e
desviar os crentes, levando-os a aposta-
I - O QUE É DOUTRINA tarem da fé (1 Tm 4.1). Finalmente, a Bíblia
1. O sig n ificad o de doutrina. Na fala também da “doutrina de homens”,
primeira lição estudamos a respeito do tão letal como a de demônios, pois serve
conceito de doutrina e, nesta, vamos como instrumento de disseminação de
ampliar a compreensão a este respeito. heresias e engano (2 Co 11.14,15).
Em linhas gerais, doutrina é um termo que 2. Doutrina no Antigo Testamento.
advém do latim doctrina e indica ensino, Tendo em vista que o conceito de doutrina
o que implica dizer que o ato de ensinar, diz respeito a ensino, qual seria a com ­
em certa medida, se refere à tarefa de preensão disso no Antigo Testamento? A
doutrinar, quer seja uma pessoa, quer expressão “doutrina" aparece em Deute-
seja um grupo de pessoas. Quanto ao ronômio 32.2 como algo que “goteja”da
termo “sã doutrina”, indica para uma parte de Deus, e isso no sentido de que
doutrina saudável, em conform idade os ensinos divinos são recebidos - do

36 JOVENS
hebraico teqach - pelo seu povo, Outra a diferença de que essa se aplica ex­
palavra que faz alusão à “doutrina”no An­ clusivam ente aos ensinos de Jesus. É
tigo Testamento é torah, referindo-se em importante destacar que a Bíblia fala
particular ao Pentateuco, isto é, os cinco sobre a “doutrina de Jesus” (Jo 716,17),
primeiros livros da Bíblia, O significado de afinal de contas, Ele é o Verbo de Deus
torah é corpo de ensino do qual advém (Jo 1.1-14). Jesus foi Mestre por excelência
a lei de Deus, indicando os padrões que e ensinou como nenhum outro (Mc 4.2)
o seu povo deve adotar para a sua vida, e o conteúdo do que ensinou causou
e por meio do qual vem as instruções e admiração e atraiu multidões (Mc 1.27).
as direções a serem seguidas. Além de
apresentar a fonte divina da doutrina e II - A DOUTRINA VEM DE DEUS
de seu papel instrutivo, o Antigo Tes­ PARA OS CRENTES
tamento apresenta tam bém algum as 1. A doutrina vem de Deus. A dou­
características essenciais desse conjunto trina tem as Escrituras Sagradas como
de ensino, tais como: a doutrina é pura (Jó a sua fonte, mesmo porque a Bíblia é a
11.4); a doutrina é boa (Pv 4.2) e a doutrina Palavra de Deus, que cumpre o papel de
é transformadora (Is 29.24). Sendo assim, testificar a respeito de tudo aquilo que
a doutrina no texto veterotestamentário o homem precisa e é capaz de saber a
assum e o papel de ser uma dádiva de respeito do Criador (2 Tm 3.16). Diante
Deus a seu povo. É por meio dela que dessa afirmativa, surge a pergunta: “A
Ele nos guia por caminhos de pureza, de doutrina vem de q u e m ?” Há doutrina
bondade e de transformação. de homens, doutrina de demônios e a
3. Doutrina no Novo Testamento. doutrina de Deus. Quanto à doutrina de
A presença da doutrina no Novo Tes­ Deus, ela também tem sido cham ada
tam ento é ainda m ais forte, e assim de doutrina bíblica, pois conform e o
com o no Antigo Testamento, há dois termo indica, todo o seu conteúdo é
termos que são usados a seu respeito. apresentado pela Bíblia Sagrada, que,
A primeira expressão é didashalia cujo além de ser a Palavra de Deus, toda ela
significado é duplo, podendo indicar o ato é aplicável para o ensino dos homens
de ensinar ou 0 conteúdo a ser ensinado, em todas as áreas de sua vida, além de
como também a referência a quem se atuar na preservação da perseverança
propõe a ensinar e àquilo que se deve e da esp erança no Senhor (Rm 15.4).
ensinar. A respeito dos que ensinam, Portanto, a doutrina cristã tem Deus
Paulo advertiu sobre a necessidade de como a sua fonte.
que haja dedicação nesse ofício como 2. A doutrina é para os crentes. O
demonstração da elevada importância apóstolo Paulo afirma que “o Senhor
da transmissão da sã doutrina (Rm 12.7). conhece os que são seus” (2 Tm 2.19).
O mesmo apóstolo aborda ainda sobre O que faz de uma pessoa ser conside­
o conteúdo doutrinário a ser transmitido rada propriedade de Deus e outra não?
e ensinado à igreja de Deus (1 Tm 4.6; 2 Jesus garantiu aos seus discípulos que
Tm 3.10; Tt 1.9). eles seriam p s seus am igos à medida
A segunda palavra é didaquê, cujo que o b e decessem aos seu s ensinos
significado é o mesmo da anterior, com (Jo 15.14,15). A verdade eterna desses

JOVENS 37
ensino s não foi revelada a todas as pertence a Deus, ela vem dEle por meio
pessoas, mas àquelas que, na condição de instrumentos escolhidos pelo Senhor
de discípulos de Jesus, se interessaram para que seja entregue aos crentes.
em conhecê-lo (Mt 13,1-23). A distinção
entre os que amam a lei de Deus e os III - A DOUTRINA É A BASE DA
que não amam está presente também no CONDUTA DO CRENTE
Antigo Testamento (Sl 1,1-6). Se considerar 1. A doutrina como referência para o
apenas o tema da santidade, que é parte crente. O ser humano sempre vai buscar
da doutrina bíblica, é possível perceber uma referência, quer seja no exemplo de
que ela é uma exigência apenas ao povo alguma pessoa, quer seja um conjunto de
de Deus (1 Ts 5.23; Hb 12.14), ao passo princípios pelo qual ele possa ser guiado.
que dos pecadores é exigido que se Este é um dos motivos por que o escritor
arrependam de seus pecados (Mt 3.2; da Carta aos Hebreus orientou os seus
At 3.19). Portanto, a doutrina bíblica é um leitores a olharem para Jesus Cristo (Hb
conjunto de ensinos divinos, destinados, 12.2). Nesse caso, qual deve ser o ponto
exclusivamente, aos que amam a Deus de referência do crente no que se refere
e pertencem ao seu povo. ao conjunto de princípios pelo qual ele
3. A entrega da doutrina. Aqui édeve nortear os seus pensamentos, as
importante pensar sobre os meios usa­ suas decisões e as suas ações? Osalmista
dos por Deus para que a sua doutrina testemunhou que a Palavra de Deus é luz
fosse entregue ao seu povo ao longo da para o caminho dos que se submetem a
história, tanto no Antigo como no Novo Deus (Sl 119,105). Sendo assim, uma vez
Testamento. No Antigo Testamento é que doutrina é o conjunto de ensinamentos
possível encontrar os seguintes instru­ bíblicos e que deve ser obedecido pelo
mentos pelos quais Deus difundiu os crente, ela serve como um referencial e
princípios doutrinários a seu povo: os cumpre um papel semelhante ao da luz
sacerdotes com a responsabilidade de que ilumina o caminho, evitando aciden­
ensinar os princípios de Deus a Israel a tes, erros e permitindo correções quando
fim de preservar a santidade do povo necessário. Deste modo, a doutrina bíblica
(Lv 10.8-11); os levitas tam bém tinham serve de referência ao crente diante da
a função de ensinar a lei de D eus (2 escuridão do pecado que marca este
C r 35.3); os profetas que receberam a tempo, assim como é a fonte preservadora
mensagem de Deus e as transmitiram ao de sua fé no enfrentamento de seus mais
povo (Hb 1.1) e os pais que receberam a variados conflitos.
responsabilidade de transmitir os ensinos 2. A vida cristã e suas responsabili­
da lei aos filhos (Dt 6.5-9), O Novo Testa­ dades. A vida cristã pode ser analisada
mento apresenta alguns instrumentos por sob diferentes aspectos, inclusive sobre a
meio dos quais a doutrina foi difundida, expectativa que há em relação à vida de
como por exemplo: os apóstolos (2 Pe um cristão, que o torna responsável diante
3.2), os obreiros cham ados por Deus de Deus, de si mesmo e da sociedade.
e reconhecidos pela igreja (2 Tm 2.1,2) O cristão tem que refletir o caráter de
e os discípulos de Cristo, em geral (At Cristo, principalmente por meio de sua
8,4). Portanto, uma vez que a doutrina forma de viver como demonstração de

38 JOVENS
verdadeira transformação (2 Co 5.17). Essa O CONCLUSÃO
responsabilidade é bem compreendida
A sã doutrina serve ao crente como
se considerar o fato de que os cristãos
“luz" para 0 seu caminho e escudo de
são denominados de “sal da terra”e “Luz
proteção contra os ataques do Inimigo.
do mundo" (Mt 5.13-16), Assim como o sal
Por isso, aprendemos a respeito da
e a luz, o crente deve buscar beneficiar
importância da sã doutrina, pois ela
outras pessoas em detrim ento de si
mesmo. Se o crente deixar de cumprir vem de Deus, cujos princípios são
o seu propósito ele perde a razão de destinados aos que pertencem ao
sua própria existência. O cristão deve ter Senhor e que visam oferecer-lhes
uma vida vivida na luz para que as suas direção e condições para o honrarem
obras sejam vistas e conhecidas dos em tudo 0 que faz e em todas as áreas
homens com a finalidade de que Deus de sua vida.
seja glorificado (Mt 5.16), e isso só será
alcançado mediante a preservação da
“palavra da vida”(Fp 2.13-16).
3. A co n d u ta do crente em se u s
relacionamentos. A sã doutrina indica
o caminho ao crente quanto à sua con­ 0 HORA DA REVISÃO
duta, mas não é só isso, ela também dá
1 O que indica o vocábulo “doutrina"?
as condições necessárias para que isso
seja possível, principalmente no que se
refere aos relacionamentos. É importante
destacar que a qualidade de vida cristã
2, Quais são os três tipos de doutrina?
é medida pelas ações e reações diante
dos obstáculos e dificuldades da vida.
Os principais testes que podem revelar
a qualidade da vida espiritual de um
3. O que é a doutrina de Deus?
crente ocorrem em seus relacionamentos
interpessoais, nas mais variadas áreas
da vida. Seguindo nessa mesma linha,
ao escrever a Tito, o apóstolo Paulo
demonstra que a sã doutrina orienta e 4. Segundo a lição, quais os instrumen­
capacita o crente a desenvolver bons tos por meio dos quais a doutrina foi
relacionam entos, fazendo com que difundida no Novo Testamento?
os mais jovens tenham os mais velhos
como ponto de boa referência e fonte
de ensino, no bom uso das palavras para
com as pessoas, na relação amistosa 5, Como são denominados os cristãos
que deve haver entre líderes e liderados, em Mateus 5.13-16?
visando, sobretudo, que o Diabo não
encontre o que possa usar como arma
contra o crente.
LIÇÃO 9
3 mar 2024

A DOUTRINA DOS
APÓSTOLOS
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
SEGUNDA - Lv 22.31,32
"Edificados sobre o fundamento A prática de guardar os
dos apóstolos e dos profetas, mandamentos do Senhor
de que Jesus Cristo é a principal TERÇA - Is 1.10-17
pedra da esquina." (Ef 2.20) Viver em santidade é colocar
em prática a Palavra Deus
QUARTA - G l 6.9
Ser incansável em fazer o bem
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA-Rm 138
Quem ama o próximo, cumpre a lei
SEXTA - 1 Pe 4 8
A Igreja deve preservar o
O amor que cobrirá
compromisso de manter e multidão de pecados
ensinar a doutrina dos apóstolos, SÁBADO - l Co 15 57,58
que é a doutrina de Deus. O serviço cristão será
recompensado pelo Senhor

40 JOVENS
TEXTO

Atos 2.42-47
42 E perseveravam na doutrina dos após­ e repartiam com todos, segundo cada
tolos, e na comunhão, e no partir do um tinha necessidade.
pão, e nãs orações. 46 E, perseverando unânimes todos os
43 Em cada alma havia temor, e muitas dias no templo e partindo o pão em
casa, com iam juntos com alegria e
maravilhas e sinais se faziam pelos
singeleza de coração
apóstolos.
47 Louvando a Deus e caindo na graça
44 Todos os que criam estavam juntos e
de todo o povo. E todos os dias acres­
tinham tudo em comum. centava o Senhor à igreja aqueles que
45 Vendiam suas propriedades e fazendas se haviam de salvar.

INTRODUÇÃO Ü autoridade de Jesus Cristo, quem os


A doutrina dos apóstolos deve ser escolheu e os enviou.
estudada e praticada pelos crentes, As palavras de alguns dos apósto­
pois consiste em Cristo, o fundamento los nas apresentações de suas cartas
da Igreja. Esta lição tem como objetivo atestam isso, já que elas deveriam ser
mostrar que precisamos manter o com­ lidas e obedecidas, não porque eles
promisso de não negligenciar a doutrina as estavam escrevendo, m as porque
dos apóstolos. Vam os discorrer a res­ foram cham ado s pelo Senhor Jesus
peito do ensino prático dos apóstolos, (Rm 1.1; 1 Pe 1.1), Portanto, falar sobre
mostrando que ele produz o verdadeiro a doutrina dos apóstolos refere-se aos
amor e conduz o crente a uma vida de ensinos dos que receberam o chamado
serviço a Deus e ao próximo. e a autoridade necessária para isso, o
que faz dessa doutrina “digna de toda
I - O ENSINO DOS APÓSTOLOS aceitação" (1 Tm 1.15),
ERA PRÁTICO 2. A doutrina dos apóstolos. Paulo
1. Os apóstolos. 0 vocábulo apóstolo afirma que os crentes em Cristo estão
vem do latim apostoius e do grego “edificados sobre o fundam ento dos
apóstolos, cujo significado vai além de apóstolos" (Ef 2.20), que é o mesmo que
“mensageiro". O termo significa também “doutrina dos apóstolos" (At 2,42), pois
“o enviado", e nas Escrituras Sagradas a a eles foi dada a m issão de lançar as
ênfase é mais sobre aquEle que envia bases doutrinárias da igreja de Cristo. No
do que quem é enviado. É importante entanto, essas duas expressões fazem
d e sta c a r que, em b o ra tenham d e ­ referência ao ensino dos apóstolos e não
se m p e n h a d o um im portante p a p e l aos apóstolos em si, ou seja, a Igreja não
na edificação da igreja, os apóstolos está fundamentada nestes homens, mas
não tinham autoridade em si mesmos, na doutrina que receberam de Cristo e
pois o que fizeram e ensinaram foi na repassaram à Igreja do Senhor.

JOVENS 41
Quem ama a Cristo ® PONTO IMPORTANTE!
e ao próximo, Os apóstolos foram enviados pelo
guarda e pratica Senhor para lançaras bases sólidas
toda a doutrina de Deus. da doutrina cristã, que deve ser com­
preendida e praticada pelos crentes.

II - A DOUTRINA SUSCITA AMOR


1. O am or na doutrina d e Pedro.
O am or é a virtude q u e e vid e n cia a
A validade do que eles ensinaram prática da doutrina (Jo 15.10). A fé e
está no fato de que “Jesu s Cristo é a os ensinos de Pedro foram m oldados
principal pedra de esquina”, ou seja, o pelo seu relacionam ento com Jesus,
Senhor é a base e o sustento de toda e 0 que ensinou sobre o amor foi in­
doutrina ensinada pelos apóstolos, Sem fluenciado pelas marcas de seu último
Cristo, esses ensinos não existiríam ou diáLogo com o M estre (Jo 21.15-17).
não teriam valor nenhum, pois Cristo é Em sua Primeira Carta, Pedro adverte
o insubstituível. os crentes a am arem uns aos outros
3. A praticid ad e da doutrina dosardentemente (1 Pe 4.8). Este versículo
apóstolos. Um aspecto importante da é a chave para a compreensão de seu
doutrina dos apóstolos é o seu aspecto ensino sob re o amor. Pedro aponta
prático. Embora, do ponto de vista teóri­ para a transformação e m udança que
co, fossem bem fundamentados, esses Cristo operou nos crentes pelo seu
ensinamentos evocam a necessidade amor demonstrado na cruz. Ele diz que
de práticas que refletem a fé genuína o amor é a maior das virtudes, e a que
(Tg 1.21,22), No Evangelho S eg und o valida todas as demais.
João, somos exortados à produção de 2. O am or na doutrina de João. O
frutos que evidenciem o verdadeiro amor é um tema central nos ensinos
arrependimento (Jo 15.16). de João. Por isso, ele tem sido cham a­
O livro de Atos registra a conversão do de “o apóstolo do amor". Parte do
de m ilhares de p esso as e o fato de conteúdo do capítulo 4 de sua Primeira
que elas “perseveravam na doutrina Epístola identifica o quão essencial é o
dos apóstolos”, com o dem onstração amor para João. O s versículos 10,11 e
de uma verdadeira conversão, co m ­ 19 do capítulo 4 podem ser conside­
preensão e obediência aos princípios rados o eixo central do ensino sobre
ensinados pelos apóstolos. Quem ama o amor. João afirma que Deus é que
a Cristo e ao próximo, guarda e pratica amou e am a o ser humano primeiro e
toda a doutrina de Deus. nós respondemos adequadamente ou
não a este amor. João defende que o
@ PENSE! amor evidencia a nova vida em Cristo e
Qual foi a missão dos apóstolos e o fato de conhecer a Deus (1 Jo 4.7-9).
que relação isso tem com a doutrina Embora Ele não possa ser visto, todavia,
que ensinaram? por meio do seu amor a sua presença é

42 JOVENS
revelada e percebida. O amor de Deus Os apóstolos lançaram
faz com q u e venham o s a d esfrutar as bases da doutrina
da com unhão com o Senhor e com o cristã, e Cristo é 0
Espírito Santo. O amor testifica a obra fundamento central.
realizada por Cristo na cruz do Calvário
em nosso favor.
3 .0 amor na doutrina de Paulo. No
capítulo dois da Carta aos Filipenses, o
apóstolo Paulo fala de alguns pontos
doutrinários a respeito do amor. Ele apontavam para o caráter d e servo
enfatiza q ue o am or é: um a virtude que Jesus assumiría em seu ministério
a ser com partilhada entre os irmãos; terreno, com o propósito de atender
que a hum ildade é uma face genuína aos necessitados (Is 61.1-3).
do amor, e leva o crente a celebrar as O apóstolo Paulo fundam entou o
qualidades uns dos outros, e que Cristo seu argum ento sobre o dever cristão
é o modelo maior de amor, humildade de auxiliar os enferm os em suas ne­
e serviço (Fp 2.5-10). cessid ad es nas palavras de Je su s de
Paulo tam bém ensina que o am or q ue “m ais b e m -av e n tu ra d a co isa é
não é som ente um sentimento, mas dar do que receber" (At 20.35). Esse
uma ação, atitude. No capítulo 13 da princípio está alinhado ao que o S e ­
Primeira Carta aos Coríntios ele mostra nhor ensinou - em palavras e obras
que o amor tudo sofre, é benigno, não - aos seu s discípulo s sobre servirem
invejoso, não leviano e que ele “tudo ao s outros e não a si m e sm o s (Mt
sofre, tudo crê, tudo e sp e ra e tudo 20.26,27). Je su s d isse que “não veio
suporta" (1 Co 13.7). Sendo assim, não para ser servid o , m as para se rvir e
há doutrina aprovada por Deus que não dar a sua vida em resgate de muitos"
produza o verdadeiro amor. (Mc 1045). Ele entrega a própria vida
em favor de outros, razão pela q ual
0 PENSE! o Pai o exaltou e lhe deu um nom e
Qual a relação da doutrina com 0 sobre todos os nom es (Fp 2.9). Jesus
amor? é 0 servo por excelência.
2. O se rviço cristão na doutrina
0 PONTO IMPORTANTE! dos apóstolos. Os apóstolos lançaram
0 am or é a base e 0 resultado e as bases da doutrina cristã, e Cristo é
autêntico da verdadeira doutrina, o fundam ento central, Uma vez que
o serviço foi uma das características
III - A DOUTRINA GERA SERVIÇO fundam entais do ministério de Jesus,
1. Jesus, o servo por excelência. O essa virtude não poderia estar fora dos
Antigo Testamento anunciou a chega­ ensinos apostólicos. Historicamente,
da de Jesus em suas m ais diferentes o serviço a Deus e ao próximo é visto
condições, inclusive com o Servo (Is como fruto da doutrina dos apóstolos
53.1-12). Os textos do Antigo Testamento a partir do registro no livro dos Atos.

JOVENS 43
Doutrinariamente, o apóstolo Pedro O CONCLUSÃO
ensina que os dons espirituais devem
A doutrina dos apóstolos está funda­
ser usados em favor do Corpo de Cristo,
mentada em Jesus Cristo, e tal verdade
tratando-os como um serviço. No m es­
implica aspectos teóricos e práticos. A
mo contexto, ele indica que o cristão
doutrina dos apóstolos revela 0 que os
é cham ado a sofrer à sem elhança de
crentes de todos os tempos, precisam
Cristo, ou seja, trabalhar em favor da
crer e praticar. Aprendemos a respeito
Igreja, do Reino de Deus.
No ensino de João, o cristão deve da praticidade dos ensinos apostólicos,
estar pronto a servir o seu próximo com indicando a expectativa de Deus e das
os seus bens e com a sua própria vida pessoas em relação à Igreja. Isso se
(1J0 316,17). dá em dois aspectos na doutrina dos
Paulo ensinou também que 0 crente apóstolos: o primeiro é o amor, como
deve considerar o outro superior a si fruto da verdadeira doutrina, 0 segundo
m esm o, e reafirma a sua alegria em é 0 serviço abnegado, do qual 0 Senhor
se entregar no serviço em favor dos Jesus é 0 exemplo maior.
outros (Fp 2.3,17). A verdadeira doutrina
faz com que os crentes desejem servir
a Deus e ao próximo,
3 .0 serviço na vida cristã. Jesus é
O HORA DA REVISÃO
o alicerce da doutrina cristã, o m ode­ 1. Qual a origem do vocábulo “apó s­
lo de servo a ser seguido pelos seus tolo" e qual o seu significado?
discípulos e todos os crentes.
Paulo rogou aos irmãos da igreja em
Roma para que não se amoldassem aos 2. De acordo com a Lição, quem é a
padrões deste mundo, mas que mudas­ base e o sustento de toda doutrina
sem a forma (Rm 12.2). Segundo a forma ensinada pelos apóstolos?
de pensar deste mundo, maior é o que
é servido, aquele que está assentado à
mesa. Entretanto, Jesus Cristo ensinou
3. Q ual virtude é e vid e n ciad a pela
que no Reino de Deus maior é o que
prática da doutrina (Jo 15 10 )?
serve (Lc 22.26,27). Portanto, uma vida
cristã bíblica e madura é marcada pelo
serviço a Deus e ao próximo.
4. Qual é o tem a central nos ensinos
de João?
@ PENSE!
Como relacionar a doutrina dos
apóstolos com 0 serviço cristão?
5. No Reino de Deus, o maior é o que
® PONTO IMPORTANTE! serve à mesa ou o que é servido (Lc
Jesus é 0 servo por excelência e 0 ser­ 22.26,27)?
viço cristão é um dos meios pelos quais
a doutrina dos apóstolos é confirmada.
O CUIDADO COM O
VENTO DE DOUTRINA
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
"Jesus respondeu e disse-lhes: SEGUNDA- 2 Tm 3.1,2
A minha doutrina não é minha, Tempos trabalhosos
mas daq uele que me enviou. Se
TERÇA - 1 Pe 5.6-8
alguém quiser fazer a vontade
Humildade e vigilância
dele, pela m esm a doutrina,
conhecerá se ela é de Deus ou se QUARTA - Jo 16.33
falo de mim m esm o." (Jo 7. 16, 17) Bom ânimo para vencer o mundo
QUINTA-Ef 6.10-13
RESUMO DA LIÇÃO A armadura de Deus
SEXTA - Mt 22.34-40
A s Escrituras S ag rad as O amor a Deus e à sua Palavra é
nos aju dam a id entificar os proteção contra o engano doutrinário
falso s ensinos, nos p reparando SÁBADO - Sl 119 .9 7 -9 9
para resisti-los. O amor à Palavra de Deus torna
o homem mais sábio

JOVENS 45
TEXTO BÍBLICO
'U J a a H C r:-! <0

Efésios 4.11-16 14 Para que não sejamos mais meninos


11 E ele mesmo deu uns para apóstolos, inconstantes, levados em roda por todo
e outros para profetas, e outros para vento de doutrina, pelo engano dos
evangelistas, e outros para pastores e homens que, com astúcia, enganam
doutores. fraudulosamente.
15 Antes, seguindo a verdade em amor,
12 Querendo o aperfeiçoam ento dos
cresçamos em tudo naquele que é a
santos, para a obra do ministério, para
cabeça, Cristo.
edificação do corpo de Cristo,
16 Do qual todo o corpo, bem ajustado e
13 Até que todos cheguemos à unidade ligado pelo auxilio de todas as juntas,
da fé e ao conhecimento do Filho de segundo a ju s ta operação de cada
Deus, a varão perfeito, à medida da parte, faz o aumento do corpo, para
estatura completa de Cristo, sua edificação em amor.

INTRODUÇÃO refere ao “presente século" (2 Co 4,4; 2


Tm 4.10; Tt 2.12). Para que não se renda
Estam os estudando a respeito da
aos a p e lo s m und ano s e carn ais de
p re c io sid a d e da d outrina b íb lic a e
seu tempo, o crente precisa ser capaz
advertindo sobre os perigos das falsas
de identificar os seu s males, a fim de
doutrinas que conduzem as pessoas ao
enfrentá-los e vencê-los.
erro e às práticas pecaminosas. Na lição
O tempo atual tem sido chamado de
deste domingo, verem os uma análise
“pós-m odem o”, cujo sentido pode ser
a respeito do q ue a Bíblia cham a de
resumido como o movimento da cultura
“vento de doutrina”, a fim de que este
que rejeita os valores da modernidade
seja identificado, resistido e vencido.
e vê com desconfiança os princípios
Vamos também ver como podemos
racio n ais e universais. Na prática, o
identificar as atuais falsas doutrinas e m undo p ó s-m o d e rn o d esvalo riza a
com o o crente pode e d eve resistir lógica e o sentido das coisas, dando
aos seus ataques, mantendo assim o ênfase ao que foge à regra.
amor a Deus e à sua Palavra acim a de 2. Tem pos d e desco nstruçõ es. A
todas as coisas. p ó s-m o d e rn id a d e foi d issem in ad a,
principalmente, pelo pensam ento de
I - TENDÊNCIAS ATUAIS DAS a lg u n s teórico s q ue representam a
FALSAS DOUTRINAS ideia deste tempo, que busca afrontar
1. Tempos pós-modernos. O crente a fé cristã. A ideia destes teóricos é a
não conseguirá manter uma fé genuína de que o conhecimento herdado, seja
em Deus se ele não conhecer as tendên­ religioso ou familiar não pode ser con­
cias e os desafios de seu próprio tempo. siderado uma verdade absoluta, pois é
Nesse caso, que tempos são os atuais? fruto da mente humana, apenas. Para
Quais as principais marcas da atualidade? alguns teóricos da pós-m odernidade
A Bíblia faz sérios alertas sobre o as palavras, co nhecim ento e poder
perigo que cerca o crente no que se estão re la cio n ad as de form a q u e o

46 JOVENS
discurso não tem a intenção somente © PONTO IM PORTANTE!
de comunicar, mas de estabelecer do­ Os ventos de doutrinas da atualidade
mínio e poder, Eles também propagam se caracterizam pela desconstrução
a desconstrução das bases pré-esta- dos fundamentos basilares da fé cristã.
belecidas pois para tais pensadores,
são apenas criações humanas. A d e s­ II - A RESISTÊNCIA DO CRENTE
construção do conhecimento herdado, 1 .0 mundo a ser resistido. O crente
da palavra falada e da palavra escrita é desafiado a vencer a tentação (1 Co
representa a destruição da tradição, 10.13), o Diabo (Tg 47) e o mundo (1 Jo 54).
do ensinamento e da Palavra de Deus, Antes de identificar as características do
pilares do Cr.istianismo, Sendo assim, o mundo e qual o meio eficaz de vencê-lo,
vento atual é o da desconstrução em é preciso compreender o que o apóstolo
torno da fé na Palavra de Deus. João quer dizer com o termo “mundo”.A
3. Espiritualidade sem vida. A men­palavra “mundo”na Bíblia tem algumas
talid ad e p ó s-m o d e rn a traz consigo variações, mas aqui ela vem do grego
aquilo q ue tem de m ais nocivo à fé kosmos, que literalmente quer dizer “algo
cristã na atualidade, pois ela defende o ordenado", e que aqui assum e também
fim do padrão, principalmente o bíblico. uma relação com “sistema ordenado",
Logo, a verdade é particularizada, a au­ ou ainda, “sistema mundano". Esse sis­
toridade é desrespeitada, a moralidade tema representa muito bem o “espírito
é circunstancial e os relacionamentos do anticristo", cuja principal marca é a
são “descartáveis". de ser “contra tudo o que se chama de
A espiritualidade sem com prom is­ Deus” (2 Ts 2.4), ou seja, este mundo é
so com a igreja local é um fenômeno inimigo de Deus, de seu povo e de sua
p ó s -m o d e rn o q u e e stá no âm ag o Palavra. Portanto, este é o mundo a ser
da m aioria dos d esvio s doutrinários resistido pelo crente fiel.
da atualidade. Os seu s adeptos não 2. Um m undo sem fundam entos.
minimizam a importância da espiritu­ Qual a característica do mundo atual?
alidade; entretanto, d esv in cu lam -n a De que forma a fé cristã é testada e
de qualquer com prom isso com uma desafiada atualmente? A respeito deste
denominação, e até m esm o com uma tempo, o sociólogo e filósofo Zygmunt
liderança espiritual, afinal de contas, o Bauman caracterizou a Pós-Modernida-
que importa é o sentir-se bem e viver de como "sociedade líquida", cuja marca
conforme os próprios padrões. principal é a fluidez, isto é, a não solidez
Na espiritualidade pós-m oderna é das relações em seu s m ais variados
possível ter “experiências sobrenaturais" aspectos, resultando assim na falta de
sem com prom isso com a verdade da comprometimento e relacionamentos
Palavra de Deus, mesmo porque, ela é a sem profundidade e descartáveis.
espiritualidade do sentir e não do viver. N e sse contexto de instabilidade
e ausência de fundam entos sólidos,
© PENSE! a doutrina cristã é colocada à prova o
Quais as principais características tempo todo, aliás, isso foi previsto pelo
das falsas doutrinas na atualidade? apóstolo Paulo ao falar de um período

JOVENS 47
por ele chamado de “tempos trabaLho- © PENSE!
sos”(2 Tm 3.1). O justo diante do deslocar Atualmente, a que o crente mais
dos fundamentos estruturais da vida, deve resistir?
remonta os tempos bíblicos (Sl 11.3; Hc
14). Portanto, assim como os salmístas e © PONTO IM PORTANTE!
o profeta Habacuque foram desafiados, A principal resistência do crente
os crentes da atualidade o são e devem na atualidade deve ser em relação
manter firme a sua fé, m esm o em um ao sistema mundano que se opõe a
mundo sem fundamentos sólidos. Deus, e isso só será possível pela fé.
3. A vitória que vence o mundo. O
apóstolo João afirma que “a vitória que III - AME O SENHOR, AME ASUA
vence o mundo" é “a nossa fé" (1 Jo 5.4). PALAVRA
Mas, afinal, que é esta fé capaz de vencer 1. Criados para amar. Dentre as virtu­
o mundo? Qual o seu significado e como des apresentadas na Palavra de Deus, 0
o crente deve utilizar-se dela na tarefa amor é a mais nobre e subLíme. Entretanto,
de resistir ao mundo atual, junto de seus a Bíblia ensina que o amor deve ser em­
ventos de doutrinas? Em primeiro lugar, pregado na direção correta, caso contrário,
não se trata de qualquer fé. Não é uma os seus efeitos serão desastrosos, como 0
fé subjetiva, pois o apóstolo é objetivo “amor ao dinheiro”que traz consigo males
em dizer “a nossa fé", que remonta ao e dores (1 Tm 6.10) ou quando o homem
texto de Judas que, incentivando os seus é “amante de si mesmo”(2 Tm 3.2).
leitores, disse que eles deveríam "bata­ A expressão “afeição”é usada para
lhar pela fé que uma vez foi dada aos demonstrar a pureza e a força do amor,
santos”(v. 3). O Senhor Jesus é o autor pois indica a forte inclinação para algo,
desta fé (Hb 12.2) e ela é dada por Deus capaz de Levar uma pessoa a abrir mão
aos crentes (Ef 2.8). Em segundo lugar, de sua própria vida em favor do outro
esta fé oferece condições ao crente (1 Ts 2.8). O amor é condutor das boas
para que resista aos constantes ataques ações humanas, ele determina a direção
de seu adversário. Paulo compara a fé a ser trilhada.
a um escudo, com evidência clara de O hom em foi criado para am ar a
que ela cumpre um papel de defesa aos Deus, entretanto, o pecado desvirtuou
ataques do Diabo (Ef 6.16). O escritor aos esse propósito, Levando-o a desviar-se
Hebreus afirma que a fé oferece firmeza do seu amor. Em Cristo, o homem tem
e garantia ao crente em todo o tempo todas as condições para am ar e redi­
e em todas as circunstâncias. Após o recionar o seu amor a Deus (Rm 14.8).
salm ista perguntar sobre a condição 2. Am e ao Senhor. O texto de Deu-
dos justos enquanto vê os fundamentos teronômio 6,5 serve com o referência
da Terra serem abalados, ele declara quanto à forma adequada do ser hu­
a soberania de Deus e o seu controle mano se relacionar com o Criador. O
sobre tudo o que ocorre na terra (Sl 11.4). próprio Senhor Jesus reverberou esta
Sendo assim, a fé é a arma adequada ordem (Lc 10.27). Em todo o Novo Tes­
para o crente resistir aos ventos atuais tamento há incentivo ao amor a Deus e
de doutrina, m antendo-se firme sobre a Cristo, sob graciosas promessas (Rm
a Rocha que é Jesus Cristo. 8.28; 1 Co 2.9; 8.3; Ef 6.24).

48 JOVENS
0 salmista afirmou que os que amam
a D eus têm a garantia de sua eficaz ©CONCLUSÃO
proteção, fazend o-o triunfantes nas O Diabo não desistiu de disseminar
m ais d iversas batalhas. Portanto, o desvios doutrinários no meio da igre­
amor a Deus é também uma forma de ja, com 0 intuito de promover o seu
resistência aos ataques das tendências enfraquecimento espiritual. Percebe-
atuais das falsas doutrinas, pois o crente -se também que as suas formas são
que ama ao Senhor lutará - intencio­ atualizadas conforme 0 tempo, 0 que
nalm ente - por agradá-lo, inclusive, impõe à igreja 0 desafio de identificar as
rejeitando todo o tipo de desvio da tendências atuais das falsas doutrinas,
verdade de sua Palavra. Essa lição apontou que, atualmente,
3. Ame a sua Palavra. Além do amor a pós-modernidade representa a es­
a Deus, o amor à sua Palavra é também
sência desses desvios e que somente
um recurso poderoso no processo de
por meio da fé genuina é que o crente
enfrentar, resistir e vencer as tendências
resistirá aos ataques deste tempo.
atuais das falsas doutrinas. O salmista
A igreja deve fortalecer-se na fé, renovar 0
declarou o seu amor pela Palavra de
seu amor para com Deus e a sua Palavra,
Deus (Sl 119.97) e, conforme o seu pró­
prio testemunho, os resultados desse
seu compromisso com a verdade são:
meditar na Palavra de Deus “em todo © HORA DA REVISÃO
o dia” (v. 97), desviar os seus pés “de 1. Segundo a Lição, o que é preciso
todo caminho mau" (v. 101) e aprender para que o crente não se renda aos
a aborrecer e a rejeitar “todo falso c a ­ apelos m undanos e carnais?
minho”(v. 104). A partir das palavras do
salmista é possível perceber que, além
de outras garantias, o amor pela Palavra 2. Com o o tempo atual tem sido cha­
de Deus possibilita a identificação dos
mado e qual o sentido do termo?
falsos caminhos, evitando o erro, a fim
de agradar a Deus que deve ser amado
acima de todas as coisas.
3. Q u al o fenôm eno p ó s-m o d e rn o
que está no âm ago da maioria dos
0 PENSE!
desvios doutrinários da atualidade?
De que forma o amor a Deus e à
sua Palavra pode contribuir com
a resistência aos atuais ventos de
4, O que a mentalidade pós-moderna
doutrinas?
traz consigo que é nocivo à fé?
© PONTO IMPORTANTE!
Amara Deus inclui agradá-lo em tudo,
inclusive por meio do compromisso 5. Segundo o Evangelho de João, o que
com a verdade de sua Palavra, nos faz vencer o mundo?
rejeitando por ela todo tipo de desvio
doutrinário.
m h m
A DOUTRINA DEVE
FAZER PARTE DO CULTO
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
"A palavra de Cristo habite em SEGUNDA-Sl 1 0 0 .1 -5
vós abundantemente, em toda Os louvores e a celebração a Deus
a sabedoria, ensinando-vos e
TERÇA - Sl 1 4 9 .1 -9
admoestando-vos uns aos outros, Os fiéis louvam a Deus
com salmos, hinos e cânticos
espirituais; cantando ao Senhor com QUARTA - Mt 18.20
graça em vosso coração." (Cl 3.16) Quando nos reunimos em
nome de Jesus
RESUMO DA LIÇÃO QUINTA - Jo 4 23,24
Adorara Deus em espírito e em verdade
SEXTA - Rm 12.1
A liturgia do culto a Deus deve O culto racional
respeitar e estar de acordo com
SÁBADO -Ef 518-20
as Escrituras Sagradas.
Um culto repleto do
Espírito Santo

50 JOVENS
TEXTO

1 Coríntios 14.26-33 29 E falem dois ou três profetas, e os outros


julguem.
26 Que fareis, pois, irmãos? Quando vos
ajuntais, cada um de vós tem salmo, 30 Mas, se a outro, que estiver assentado, for
tem doutrina, tem revelação, tem língua, revelada alguma coisa, cale-se 0 primeiro.
tem interpretação. Faça-se tudo para 31 Porque todos podereis profetizar, uns
edificação. depois dos outros, para que todos
27 E, se alguém falar língua estranha, aprendam e todos sejam consolados.
faça-se isso por dois ou, quando muito 32 E os espíritos dos profetas estão sujeitos
três, e por sua vez, e haja intérprete. aos profetas.
28 Mas, se não houver intérprete, esteja 33 Porque Deus não é Deus de confusão,
calado na igreja e fale consigo mesmo senão de paz, como em todas as igrejas
e com Deus. dos santos,

INTRODUÇÃO só mais tarde foi aplicado ao contexto


do culto cristão.
O culto é essencial na vida de um
A liturgia cristã deve estar pautada
cristão , É n e le q u e a c o m u n h ã o é
nas Escrituras Sagradas, conduzindo
fortalecida, a edificação é possível, as
os crentes à adoração. O Dicionário
responsabilidades cristãs são cum pri­
das em parte, o louvor congregacional Teológico da CPAD afirma que “a litur­
acontece e a Palavra de Deus é pregada gia, em si, não se constitui em culto; é
e ensinada. necessário que venha acom panhada
0 culto cristão tem as suas normas, d e verd ad eira d isp o siçã o esp iritual
pois, pela sua Palavra, Deus orienta o para a adoração ao Senhor. A liturgia
seu povo a ad o rá-lo e d e que forma é a roupagem e o amor a Deus, a ver­
deve fazê-lo. Mesmo nas diversidades, dad eira su b stân cia do culto." Rito e
pessoais e culturais, a ordem do culto culto tam bém são termos correlatos,
deve ser respeitada, principalm ente contribuindo para que o culto tenha o
no q ue se refere à centralidade das padrão bíblico (Rm 12.1,2).
Escrituras no culto a Deus. 2. Ordem no culto. A respeito do
culto, a D eclaração de Fé das Assem ­
1 - A ORDEM NO CULTO bléias de Deus diz o seguinte: “Enten­
1. Liturgia cristã. O vocábulo “litur­ dem os que a adoração pública é um
g ia ” ad vêm dos term os gregos “leit" encontro com Deus para um diálogo:
(“laós”, povo) e “urgia" (trabalho, ofício) nós conversam os com Ele por meio
que, conjuntam ente, significam “ser­ de nossas orações, cânticos e ofertas,
viço ou trabatho público". É um termo e Deus fala conosco por meio de sua
am p lo , m a s q u e no m u n d o g re g o P ala vra (p reg ação e ensino) e d as
passou a ter uma conotação sagrada, m anifestações dos dons espirituais"
in d ica n d o um “ofício re lig io so ”. Foi Esse tem a é importante e complexo,
usado, originalmente pelos sacerdotes pois o culto é composto de elementos
levíticos no Tem plo de Jerusalém , e hum anos e espirituais, dai a necessi-

JOVENS 51
A ordem no culto não © PONTO IMPORTANTE!
serve para enrijecê-lo, mas A ordem do culto é importante para
para coLocá-Lo em direção ao que venhamos a cumprir como pro­
pósito determinado nas Escrituras
propósito para o qual
Sagradas.
foi estabelecido.
li - A DIVERSIDADE DO CULTO
1. O culto. O termo culto tem sido
definido a partir da palavra grega latreia
dade de uma ordem pré-estabelecída, e leitorgia. indicando o vocábulo ado­
com vistas à “decência e ordem ”(1 Co rado. ou adoração, prática vital no culto
14.40). Isso não é negligenciar e nem cristão. Adorar é reverenciar, prostrar-se,
desprezar a espiritualidade do culto, curvar-se, reconhecer, celebrar e exaltar
pois como afirma o Comentário Bíblico a m ajestade divina. Portanto, o culto
Beacon: “Onde a decência e a ordem leva o crente a reconhecer a grandeza
não são observadas em cada parte da e a santidade de Deus, assim com o a
adoração a Deus, não se pode adorar sua própria pequenez e necessidade
d e um a form a esp iritual.” Um culto de perdão e santificação.
c o n sid e ra d o bem o rd en ad o e q u e Cultuar tem relação com adorar a
agrada a Deus é aquele que cum pre o Deus. Essas duas ações correspondem
seu propósito de adoração, edificação, ao serviço em favor do Senhor e de sua
comunhão, exortação e pregação do Igreja. Isso levou Paulo a convocar os
Evangelho. A ordem no culto não serve irmãos de Roma a que entregassem o
para enrijecê-lo, m as para c o lo cá -lo corpo em "sacrifício" e renovassem a
em direção ao propósito para o qual m ente (que equivale à totalidade do
foi estabelecido. homem) como um "culto racional" a Deus
3. Elementos do culto. Ao invés de (Rm 12.1). Culto é entrega. É uma forma
ser influenciada pelas religiões pagãs de de consagrar tudo a Deus como reco­
seu tempo, a Igreja Primitiva influenciou nhecimento de sua grandeza e graça.
e deu novo sentido a algum as práticas 2. Diversidade no culto. O culto dá
c u ltu a is, co m o afirm a o D icion ário ao crente a oportunidade de servir ao
W ycliffe: "em alg uns exempLos parti­ Senhor, como forma de adoração. Mas,
culares, o que parece m ais provável como isso pode ser feito? Em Eclesiastes
é uma sim ilaridade de terminologias, 9.10 está escrito: “Tudo quanto te vier à
onde o cristianism o lhes dá um novo mão para fazer, faze-o conforme as tuas
teor e significado” forças [...]." Aquele que deseja agradar a
Um culto bíblico tem oração, louvor, Deus e servi-lo, deve fazê-lo por meio
leitura bíblica, exposição das Escritu­ do que tem de melhor, e é aqui que
ras Sagradas, testem unho, ofertas e a diversidade cum pre o seu papel de
dízimos. adoração, pois, cada um pode servir ao
Senhor com o que é capaz de fazer. Paulo
©PENSE! fala sobre a “diversidade de dons, de
Como cum prira ordem do culto? mistérios e de operações”, ao normatizar

52 JOVENS
o uso dos dons espirituais, enfatizando
A exposição fiel das
que só há um Deus que opera soberana­ Escrituras faz arder 0 coração
mente em favor do mesmo propósito (1 dos crentes (Lc 24.32J e converte
Co 12.1-11). Em outra ocasião, ele ensina 0 perdido, pois, a pregação do
sobre diferentes ministérios, dados pelo Evangelho é o instrumento pelo
mesmo Senhor e com o mesmo objetivo
qual Deus decidiu salvar os que
de preparar os crentes para edificação
do Corpo de Cristo (Ef 4.11,12). Portanto,
creem (l Co 1 .21 ).
a diversidade deve ser vista como um
recurso precioso, que deve ser bem III - A EXPOSIÇÃO DAS ESCRI­
administrado no culto, para que cada um, TURAS NO CULTO
na sua individualidade, adore ao Senhor 1. E xpon do a s E scritu ras. A ex­
e sirva à igreja, inclusive com os dons p o s iç ã o fie l d as E s c ritu ra s a tin g e
espirituais, com o propósito de honrara o c o ra ç ã o d o s cre n te s (Lc 24.32) e
Deus e edificar o Corpo de Cristo. converte o perdido, pois, a pregação
3. Unidade na diversidade. O textodo Evangelho é o instrum ento pelo
de Apocalipse 7.9-11 é uma referência quaL Deus decidiu salvar os que creem
a um culto u n iversal q u e em breve (1 Co 1,21). Portanto, a exposição da
ocorrerá, no quaL todos os redimidos Palavra de Deus deve ser central no
se prostrarão diante d e Cristo para culto cristão.
adorá-lo e reverenciá-lo. N a o b ra O P a sto r P e n te co sta l
Deus constituiu a humanidade com (CPAD), o autor m ostra q u e a igreja
características diversas, e em uma análise deve buscar se parecer com a Igreja
mais restrita, em certa medida, isso se Primitiva, principalm ente na valoriza­
reflete no culto, quer seja nos diferentes ção da pregação da Palavra de Deus,
dons que o Senhor dá aos crentes, ou com o se lê: “A Igreja Primitiva pregou
mesmo na forma com que cada um adora a Palavra e foi através d esse ato que
a Deus. No entanto, os diferentes dons e Deus fez com que a Igreja crescesse.
as diferentes personalidades não justifi­ Nós também devemos fazer 0 mesmo.”
cam a falta de reverência e a desordem A exposição fiel das Escrituras deve ser
que podem comprometer a adoração ao central no culto genuinamente cristão.
Senhor e a edificação do Corpo de Cristo. 2. Louvores que pregam as Escritu­
ras. Desde os primeiros dias da igreja
©PENSE! até hoje, a pregação é o método mais
Como a diversidade pode contribuir com um e usado para a proclam ação
no propósito do culto? das Escrituras. Entretanto, há outras
fo rm a s p e la s q u a is e s s a v e rd a d e
© PONTO IMPORTANTE! pode ser com partilhada, com o pelo
0 propósito do culto consiste na recurso dos hinos a serem cantados
adoração a Deus e na edificação da durante os cultos, já q ue por e le s a
igreja. Portanto, a diversidade que doutrina bíblica pode ser bem fixada
cumpre esse propósito é genuina­ na mente e no coração dos presentes.
mente aprovada pelo Senhor. Reafirmamos a importância da Harpa

JOVENS 53
Cristã que, conforme consta no Dicio­ ©CONCLUSÃO
nário do Movimento Pentecostal ela é
Esta lição discorreu sobre 0 culto
o “hinário o ficial d e n o ssas igrejas",
cristão genuinamente pentecostal,
que surgiu “em virtude das peculiari­
ressaltando 0 seu padrão bíblico. A
dades históricas e doutrinárias”, e “os
ordem do culto não visa "engessá-lo",
pioneiros sentiram a n ecessidade de
mas norteá-lo. para que os seus obje­
um hinário q ue tam bém e n fo casse
tivos de adoração e edificação sejam
as verdades pentecostais.” Há outros
hino s q u e tam b é m cu m p re m este alcançados. Por isso, aprendemos a
propósito, mas para nós, a Harpa Cristã respeito da importância da ordem no
cum pre e sse papel com segurança, culto, a diversidade e a exposição das
justam ente porque nela constam as Escrituras.
bases doutrinárias de nossa confissão.
3, Pregando as Escrituras. Até aqui
a ênfase tem sido sobre o dever de © HORA DA REVISÃO
a n u n cia r as E scritu ra s. Co ntud o , é 1. Qual 0 significado do termo “liturgia"?
p re ciso d e sta c a r o co n teúd o a ser
anunciado no culto prestado a Deus.
Não basta saber o que fazer, é preciso
saber com o fazer.
Jesus ordenou que os seus discípu­ 2. O que o Dicionário Teológico afirma
los pregassem 0 Evangelho a toda cria­
a respeito da liturgia?
tura (Mc 16.15). Observe que o Mestre
não só ordenou que pregassem, mas
também orientou qual a mensagem que
deveríam pregar. Quando a igreja deixa
de ser fiel na entrega da m ensagem
3. O que é adoração pública?
genuinam ente bíblica, ela, inevitavel­
mente, pregará m ensagens contrárias
à verdade de Deus, e isso é prejudicial
à sua saúde espiritual. Portanto, a Igreja
de Cristo deve expor as Escrituras em
4, O que é adorar?
seus cultos, perm anecendo fiel, certa
de que será recompensada.

@ PENSE!
Qual o nível de com prom isso da
5. Qual o lugar da exposição das Es­
igreja com a exposição das Escrituras
em um culto? crituras Sagradas no culto?

Q PONTO IM PORTANTE!
A exposição das Escrituras deve
ter um lugar de destaque no culto.
24 mar 2024

PERSEVERANDO NA
DOUTRINA DE CRISTO
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL
SEGUNDA-Sl 11916
" N ã o d efraud an d o ; antes, A Palavra de Deus traz alegria à vida
m ostrando toda a boa leald ad e,
TER Ç A -Pv 47
para que, em tudo, sejam A Palavra de Deus nos dá sabedoria
ornam ento da doutrina de Deus,
QUARTA-Sl 119125
nosso Salvador." (Tt 2. 10) Deus concede aos seus servos
inteligência para entender
seus testemunhos
RESUMO DA LIÇÃO
Q U INTA-Sl 119.68
Deus é bom e nos ensina
Para herdar a salvação o crente seus estatutos
precisa perseverar na doutrina S E X T A -S l 119.15
de C risto até o fim. Meditando nos preceitos do Senhor
SÁBADO - Lc 21.34-36
Advertência quanto à vigilância

JOVENS 55
2 João 1-9 princípio tivemos: que nos am emos
1 O ancião à senhora eleita e a seus uns aos outros.
filhos, aos quais amo na verdade e não 6 E o amor é este: que andemos segundo
somente eu, mas também todos que os seus mandamentos. Este é o man­
têm conhecido a verdade. damento, como já desde o princípio
2 Por amor da verdade que está em nós ouvistes: que andeis nele.
e para sempre estará conosco. 7 Porque já muitos enganadores entraram
3 A graça, a misericórdia, a paz, da parte no mundo, os quais não confessam que
de Deus Pai e da do Senhor Jesu s Jesus Cristo veio em carne. Este tal é
Cristo, o Filho do Pai, sejam convosco o enganador e o anticristo.
na verdade e amor. 8 Olhai por vós mesmos, para que não
4 Muito me alegro por achar que alguns percamos o que temos ganhado; an­
de teus filhos andam na verdade, assim tes, recebam os o inteiro galardão.
como temos o mandamento do Pai. g Todo aquele que prevarica e não per-
5 E agora, senhora, rogo-te, não como severa na doutrina de Cristo não tem a
escrevendo-te um novo mandamen­ Deus; quem persevera na doutrina de
to, mas aquele mesmo que desde o Cristo, este tem tanto o Pai como o Filho.

INTRODUÇÃO pela moral do próprio Deus que, à seme­


lhança dEle, são imutáveis. A moralidade
Na lição deste dom ingo, estu da­
cristã diz respeito ao comportamento
remos a respeito da doutrina de Jesus
de acordo com as Escrituras, Ela pode
Cristo. Ela é a b a se q u e sustenta a
ser considerada também como “abso­
Igreja e toda a doutrina cristã. Veremos
luto moral” e se relaciona diretamente
alguns dos principais ensinos de Jesus
e a necessidade do crente olhar para com o caráter moral de Deus, exigindo
si mesmo, vivendo assim em constante santidade, justiça, amor, honestidade
vigilância e oração. e misericórdia. Um exemplo disso é o
princípio de que matar é errado, pois o
I - DIANTE DE UM MUNDO IMORAL homem foi criado à imagem de Deus (Gn
1. A moralidade cristã. Precisamos1.27; Êx 20.13). Sendo assim, um mundo
compreender o significado de “ética”e pautado na moralidade cristã seria um
“moral". O termo “moral" vem do vocá­ mundo marcado pelas características
bulo latino mos, do adjetivo moralis, e divinas, conforme ensinadas na Bíblia
significa “costume" ou “uso”. A palavra Sagrada.
“ética" vem do grego ethica, de etheos, 2. Um mundo imoral. Jesus afirmou
cujo sentido é “aquilo que se relaciona que “os homens am aram mais as tre­
com o caráter”. A ética trata m ais do vas do que a luz” (Jo 3.19). João afirma
aspecto teórico e estuda a respeito do o seguinte: “Sabem os que som os de
que é certo, enquanto a moral lida com D eu s e q u e todo o m undo está no
a prática do que é certo e bom, A ética maligno" (1 Jo 5.19). O apóstolo parece
e a moralidade cristãs são determinadas generalizar, mas isso se dá porque ele

56 JOVENS
quer indicar a gravidade e a seriedade @ PENSE!
do tema, A esse respeito o Comentário Qual deve ser a postura do crente
Bíblico Matthew Henry afirm a q ue “a diante de um mundo imoral?
h u m a n id a d e está d ivid id a em d ois
grandes partidos ou domínios, um que © PONTO IMPORTANTE!
pertence a Deus e um que pertence Ele deve perseverar na verdade da
à m aldade ou ao maligno" e sobre os Palavra de Deus.
que estão sob o domínio do Maligno,
ele afirma que “eles estão unidos pela II - ANDANDO SEGUNDO OS
natureza, diretriz e princípio maligno e MANDAMENTOS DE JESUS
estão unidos em uma cabeça," Há uma 1. O s m and am ento s d e Je su s. O
cab eça da m alignidade e do mundo Sermão do Monte (Mt 5-7) é a mais im­
m aligno; e ele tem um controle tão portante mensagem pregada e ensinada
grande aqui que é cham ado de por Jesus. Extenso, profundo e cativante,
o d eus deste século" (2 Co 4.4). Esse esse sermão tem sido considerado uma
sistem a m aligno é contrário a Deus, expressão ampliada e aplicada da lei de
à sua Palavra e ao seu povo. Ele não Deus entregue a Moisés. A conclusão
se g u e os princípios m orais divinos, desse sermão (Mt 7) oferece um resu­
portanto, é um mundo imoral, mo e uma recapitulação dos princípios
3. O cristão diante de um mundodo Reino de Deus expostos por Jesus,
imoral. João afirma q ue “m uitos e n ­ podendo assim representar a expressão
ganadores entraram no m undo”, com fiel dos m andam entos de Jesus. Eles
a principal característica de que “não estão assim dispostos: relacionamentos
confessam que Jesu s Cristo veio em interpessoais saudáveis; relacionamento
carne”(2 Jo 7). É neste m esm o mundo saudável com Deus; o caminho da sal­
que “os nascidos de Deus”estão e são vação e o da perdição; alerta sobre os
desafiados a vencerem (1 Jo 5,18-20), falsos profetas e a seriedade do Reino
Diante de tão g ran d e desafio, q u a l demonstrada na forma com que se dará 0
deve ser a postura do cristão em um dia de acerto de contas. Portanto, aí estão
mundo imoral? O próprio João, em sua os pontos pelos quais os mandamentos
Segunda Carta, oferece a resposta à de Jesus são identificados e podem ser
essa questão. Ele afirma que o crente bem compreendidos.
não pod e retroceder para q u e não 2. M andam entos santificadores.
perca o galardão (v, 8); e não prevaricar, Je su s foi Mestre por excelência, ao
que é o m esm o q ue não ultrapassar ponto de até os servidores dos fariseus
os limites estabelecidos pela doutrina re co n h e ce rem a su a sa b e d o ria (Jo
(v. 9). O crente, portanto, ao invés de 7,46). Jesus ensinou por palavras (Mt
voltar atrás ou ir além do que as Escri­ 7.29), por meio dos sinais que operou
turas estabeleceram , deve perseverar na presença dos discípulos, ensinan­
na verdadeira doutrina, com vistas à do princípios eternos, e até ao orar, o
manutenção da comunhão com Deus, Mestre com partilhou ensinam entos,
e assim poder enfrentar e v en cer o com o se vê na cham ada “Oração S a ­
mundo imoral, resistindo pela Palavra. cerdotal" (Jo 17). Jesus pediu ao Pai para

JOVENS 57
que os discípulos fossem santificados © PONTO IMPORTANTE!
"na p a la v ra ”, pois ela “é a v e rd a d e ”. O crente que conhece e cumpre os
A referência à Palavra de D eus tem mandamentos de Jesus vive uma vida
relação direta com a verdade eterna abundante, santificada e perseverante,
da doutrina que Jesus ensinou, e em
toda esta oração é possível identificar III - O LHAN D O POR N Ó S MESMOS
os aspectos fundamentais destes seus 1. Olhai por vós mesmos. A expressão
mandamentos: o verdadeiro conheci­ usada por João, “olhai por vós mesmos"
mento de Deus e a glorificação do Filho; em 2 João 8, é praticamente uma repe­
a preservação do crente pela palavra da tição das palavras de Jesus aos seus
verdade e o compromisso dele diante discípulos em Marcos 13, no qual há ad­
de uma sociedade imoral. Portanto, os vertências em pontos específicos, como
m andamentos de Jesus preservam o o cuidado com o engano doutrinário e
crente em um mundo mal e capacita-o a atenção e vigilância. Em Mateus 26.41
a viver os propósitos divinos. estão registradas as palavras de Jesus
3. Os benefícios dos mandamentos para que Pedro, Tiago e João vigiassem
de Jesus. Jesus afirmou que aqueles e orassem, como uma clara advertência
que fazem o que Ele ordena são seus sobre as terríveis consequências que o
am igo s (Jo 15.14). Diante do desafio pecado poderia lhes causar. Vigilância e
c o lo ca d o ao c o le g ia d o ap ostólico, oração são duas práticas vitais ao crente
Pedro perguntou a Jesus qual seria o que deseja vencer a si mesmo, o pecado,
ganho d eles por deixarem tudo para o mundo e o Diabo, e isso implica olhar
segui-lo, ao que Jesus respondeu “cem para si mesmo, na intenção de identificar
vezes tanto, já neste tem po” e, ainda possíveis inclinações do coração para o
acrescentou que "no século vindouro mal, e assim poder buscar auxílio em Deus.
a vida eterna" (Mc 10.30). Sendo assim, A falta de vigilância levou Pedro a negar
o crente que ouve e cum pre os m an­ Jesus por três vezes (Mt 26.31-35,69-75)-
damentos de Jesus tem a garantia de O crente deve vigiar e orar como práticas
bênçãos nesta vida e na eternidade (Jo de cuidar de si mesmo.
5.24). O crente que cum pre os m an­ 2. Cuidados pessoais. Paulo advertiu
dam entos de D eus recebe bênçãos ao jovem pastor Timóteo para que ele
incontáveis, com o por exemplo: não redobrasse a atenção no cuidado pró­
é enganado pelas falsas doutrinas e prio, evitando assim a própria perdição
nem pelo espírito do Anticristo; está enquanto trabalhava em salvar os outros
pronto a perseveraraté o fim, não perde (1 Tm 4.16). Paulo aconselhou Timóteo
o g alard ão q ue re ce b eu do Senhor ao exercício pessoal na piedade, ou seja,
e m antém a com unhão com o Pai e boas práticas espirituais e ao cuidado
com o Filho. da doutrina (íT m 4.7). Em um mundo
im oral e perigoso, o crente d eve ter
0 PENSE! os cuidados acim a expostos, além de
De que forma o cumprimento dos outros, especialmente no que se refere
mandamentos de Jesus beneficia o à escolha das companhias e da natureza
crente? das conversas pessoais, pois como afir­

58 JOVENS
ma o apóstolo Paulo: “Não vos enganeis:
as m ás conversações corrompem os O CONCLUSÃO
bons costum es” (1 Co 15.33). Portanto, Aprendemos que 0 mundo se encontra
intencionalmente, d ediq ue-se a boas perdido na imoralidade, contrariando
práticas e a boas companhias, e sob o os padrões divinos, expostos e ensi­
poder do Espirito Santo, vença 0 mundo. nados nas Escrituras. E neste mundo,
3. V encendo o mundo. Depois de nessas condições, que 0 crente é
discorrer sobre a urgente e permanente desafiado a se manter fiel a Deus.
necessidade de vigilância e oração, além enfrentando e vencendo as propostas
dos cuidados pessoais que o crente deve e os enganos deste sistema contrario
ter, aqui se apresenta a forma pela qual aos princípios divinos. Esta lição rea­
ele pode enfrentar e vencer o mundo, firma a necessidade de 0 crente “olhar
efetivamente. Destaca-se a necessidade
para si mesmo", isto é, estar vigilante
de conhecer os desafios impostos por
e em oração, conforme advertido pelo
este tempo, além de uma vida dedicada
proprio Jesus, pois somente assim
ao preparo espiritual, bíblico e intelectual,
é que 0 mundo poderá ser vencido.
com vistas a responder adequadamente
às indagações mais comuns na atuali­
dade (1 Pe 3.15). Considere as palavras
de Charles Colson e Nancy Pearcey, na
obra “O Cristão na Cultura de Hoje": eles © HORA DA REVISÃO
afirmam que, depois de considerar a
1. Qual o significado do termo “ética"?
realidade do mundo em nossos dias, o
cristão deve abraçar “a verdade de Deus,
entendendo a ordem física e moral que
2. Seg und o a lição, q u al deve ser a
Ele criou, defendendo amorosamente
postura do crente diante do mundo?
essa verdade diante de seus vizinhos, e
tendo a coragem de demonstrá-la em os
caminhos da vida.”Portanto, vigiem, orem
e cuidem de sua vida espiritual, pois assim 3. Qual a mais importante mensagem
poderás enfrentar e vencer este mundo ensinada e pregada por Jesus?
imoral, mantendo-se firme na verdadeira
e pura doutrina da Palavra de Deus.
4. Cite uma das bênçãos advindas do
© PENSE! crente cum prir os m andam entos
De que forma o olhar por si mesmo de Jesus.
contribui no enfrentamento e na
vitória contra este mundo imoral?

@ PONTO IMPORTANTE! 5. Quais são, segundo a lição, as práticas


O cuidado pessoal envolve vigilância, vitais para o crente que deseja vencer
oração e práticas piedosas, que juntas o mundo?
dos mandamentos de Jesus, somam
força e condições para que 0 crente
vença o mundo.
A IGREJA NÃO SOBREVIVE
SEM DOUTRINA
TEXTO PRINCIPAL LEITURA SEMANAL

"Exorta sem elhantem ente os SEGUNDA-Sl 3 3 4


jo ven s a q ue sejam m od erados. A Palavra do Senhor é reta
Em tudo, te dá por exem p lo TERÇA - Pv 19.21
de bo as obras; na doutrina, O conselho do Senhor
m ostra incorrup ção, g ravid ad e, permanecerá
sin ce rid a d e ." (Tt 2 .6, 7) QUARTA - Sl 119 24
Prazer nos testemunhos do Senhor
RESUMO DA LIÇÃO Q UINTA-SL 1199
Caminhos puros
A Igreja d e p e n d e dos
SEXTA - Pv 19 21
fundam ento s in ab aláve is do O conselho do Senhor é permanente
Senhor, pois por eles a m entira é
SÁBADO - Sl 106.12-14,26
ven cid a e o crente vive de m od o
Consequências de não crer nas
a ag rad ar a Deus. Palavras do Senhor

60 JOVENS
TEXTO BÍBLICO
SMHBH.I f. i , -ÍS1 M l ) ■ * m>

2 Timóteo 2.14-21 18 Os quais se desviaram da verdade,


14 Traze estas coisas à memória, orde­ dizendo que a ressurreição era já feita,
n an d o -lh e s diante do Senhor que e perverteram a fé de alguns.
não tenham contendas de palavras, 19 Todavia, o fundamento de Deus fica firme,
que para nada aproveitam e são para tendo este selo: O Senhor conhece os
perversão dos ouvintes. que são seus, e qualquer que profere o
15 Procura apresentar-te a Deus aprovado, nome de Cristo aparta-se da iniquidade,
como obreiro que não tem de que se 20 Ora, numa grande casa não somente há
envergonhar, que maneja bem a palavra vasos de ouro e de prata, mas também
da verdade, de pau e de barro: uns para honra,
16 Mas evita os falatórios profanos, porque outros, porém, para desonra.
produzirão maior impiedade. 21 De sorte que, se alguém se purificar
17 E a palavra desses roerá como gan- destas coisas, será vaso para honra,
qrena; entre os quais são Himeneu e santificado e idôneo para uso do Senhor
Fileto. e preparado para toda boa obra.

INTRODUÇÃO está separado de quem Ele é, afinal


de contas, “Ele não pode negar-se a si
Nesta lição, que encerra 0 trimestre,
mesmo" (2 Tm 2.13), Então, podem os
estu d a re m o s a respeito do caráter
afirm ar q ue os preceito s do Senhor
e ss e n c ia l da doutrina para a m an u ­
tenção da vida e da saúde da igreja. O perm anecem inabaláveis e imutáveis,
objetivo é reafirmar a importância da pois, D eus é im utável e p e rm anece
doutrina para a igreja. Veremos que os para sem pre (Tg 1.17).
fundamentos doutrinários de Deus são 2. Fundam ento eterno. O teólogo
firmes e eternos. Norman Geisler define eternidade como
“não temporalidade ou atemporatidade”.
I - O FIRME FUNDAMENTO DE Ele ainda afirma que “do principio ao
DEUS PERMANECE fim, a Bíblia d eclara que D eus não é
1. A natureza do fundam ento de dominado pelo tempo”. Deus é eterno,
Deus. Os fundamentos divinos revela­ pois Ele é antes do princípio de todas as
dos nas Escrituras Sagradas contribuem coisas (Gn 1.1; St 90.2). Um dos nomes
para firmar a nossa fé em Deus. Paulo de Jesus é "pai da eternidade” (Is 9.6),
afirm a q ue se “o fundam ento” é “de A doutrina de D eus é um funda­
Deus”ele “fica firme”haja o que houver mento eterno, Sendo assim, podemos
(2 Tm 2.19), pois pertencem a Deus. afirmar que a doutrina divina, contida e
O salm ista reconheceu o caráter exposta nas Escrituras é eterna.
de Deus em suas obras (Sl 19.1), assim 3. Fundamento firme. Além de eter­
como Paulo ensina que Deus é conhe­ no, o fundamento de Deus é firme (2
cido também por meio da criação (Rm Tm 2.19). A expressão “firm e” indica
1.18-20). As obras de Deus refletem o algo consistente, sólido, fixo, resistente,
seu caráter, isto é, o que Ele faz não seguro, ou ainda, para algo que não

JOVENS 61
0 fundamento de Deus II - DESMASCARANDO OS MEN­
é firme, pois reflete o caráter TIROSOS
inabalável do Senhor 1. A re alid ad e dos m entirosos. A
B íblia aponta para a triste e trágica
e o fundamento de Deus dá
realidade da mentira (Jo 8.44). Desde
firmeza ao crente para viver em o p ecado com etido por Adão e Eva
pureza e agradara Ele. (Gn 3.1-13), a mentira é um a triste re­
alidade no m undo dos homens, cujo
ven en o e c o n se q u ê n c ia s afetam a
ced e à pressão de nenhum a nature­ todas as famiLias indistintam ente (At
za. O fundam ento de D eu s é firme, 5.1-11). Biblicam ente, à m edida que o
inabalável não sofre alteração e nem tem po passar e se aproximar a vinda
cede a nenhum tipo de pressão, pois o de Cristo, o mundo se renderá ainda
contexto no qual Paulo fala da firmeza m ais à m entira (2 Ts 2.11,12; Ap 13 .1-
do fundamento de Deus era de infide­ 18). O m entiroso não tolera e rejeita
lidade e desvio de alguns; no entanto, a v erd ad e a respeito d e D eus (1 Jo
isso não abala e nem altera a qualidade 2.4,22), O engano é a p rincip al arm a
segura e inviolável da verdade de Deus. do mentiroso, especialm ente aqueles
No m esm o texto no qual Paulo indica que mentem em relação às questões
a firm eza do fundam ento de Deus, doutrinárias, cujo propósito é desviar
ele fala de uma verdade relacionada as pessoas da verdade. Nos tem pos
ao Senhor e da atitude do crente que m ais antigos já havia os en g an a d o ­
vive de acordo com este fundamento res, pois o A ntigo T estam ento fala
doutrinário. No que se refere à verdade dos falsos profetas que trabalhavam
sobre Deus, ele afirma que “o Senhor para perverter a verdade de Deus (Is
conhece os que são seus", e os crentes 9.15,16; Jr 23.14.25,26,32). A mentira é
que se fundam entam na verdade da ab o m inável a D eus e E le ju lg a rá os
Palavra devem apartar-se “da iniquidade" mentirosos (Ap 22.15).
(v. 19). Diante disso, destacam -se duas 2, D esm ascarando os mentirosos.
verdades: o fundam ento d e D eus é Ao tratar sobre a mentira doutrinária,
inabalável, pois reflete o caráter firme Paulo adverte Timóteo de que os en­
do Senhor e o fundamento de Deus dá ganadores diziam que “a ressurreição
firmeza ao crente para viver em pureza era já feita" (2 Tm 2.18). Diante d essa
e agradar a Ele. colocação do apóstolo é possível afir­
mar que os mentirosos não negaram a
0 PENSE! doutrina e a realidade da ressurreição,
Qual a natureza do fundamento m as a modificaram . Ele s desviaram ,
de Deus? propositalmente, a verdade a fim de
m acular e desvirtuar a fé dos cristãos.
@ PONTO IMPORTANTE! Ao tratar sobre os que mentem doutri-
O fundamento de Deus reflete a sua nariamente, Paulo menciona os nomes
própria natureza, razão pela qual ele de Himeneu e Fileto com o desviados
é firme e inabalável. da verdade e responsáveis pela d is-

62 JOVENS
sem ínação das mentiras doutrinárias AqueLes que querem
que corroem a igreja (2 Tm 2.17). Pro­ agradar a Deus e herdar a
vavelmente, esses dois homens foram vida eterna devem procurar
m estres entre os irm ãos, e q ue nas
viver uma vida santa, justa,
palavras do apóstolo, serviram com o
fiel em amor.
“vaso s para desonra", o que perm ite
co ncluir que os que trabalham para
en g an a r a ig reja do ponto d e vista
doutrinário, geralmente, vêm do meio
da igreja e, em certa medida, exercem III - V IV E N D O U M A V ID A M O ­
influência sobre o povo (2 Co 11.13-15), D ERADA
Portanto, temos de ter cuidado e nos 1. Um a vida moderada. O crente é
mentermos vigilantes doutrinariamente, chamado a viver moderadamente, e as
pois muitos buscam enganar e corroer condições necessárias para isso estão à
as bases doutrinárias da igreja. Os en­ sua disposição nas Escrituras Sagradas.
ganadores sem pre apresentam meias Mas, o que efetivamente vem a ser esta
v e rd a d e s a fim d e d isse m in are m o vida m oderada? O Dicionário Vine diz
veneno doutrinário no Corpo de Cristo. que o termo moderação está associado
3. Há e sca p e para os mentirosos.ao termo mansidão, associação com o
Inevitavelmente, surge a seguinte ques­ bom. O crente não deve se envolver
tão: “Há esperança para os que mentem em contendas de palavras (2 Tm 2.14).
doutrinariamente?" Sim, se houver arre­ A queles que querem agradar a Deus
pendimento e 0 abandono da prática do e herdar a vida eterna devem procurar
erro. A Palavra de Deus afirma que “se viver uma vida santa, justa, fiel em amor. A
confessarmos os nossos pecados, ele é vida moderada diz respeito ao equilíbrio
fiel e justo para nos perdoar os pecados como fruto da comunhão com Deus.
e nos purificar de toda injustiça" (1 Jo 1.9). 2. A m o d e ra ç ã o co m o obra do
Em 2 Timóteo 2.21, Paulo afirma que “se Espírito Santo. O crente moderado é
alguém se purificar destas coisas, será com edido em suas ações, palavras e
vaso para honra", indicando que existe suas em oções, com o no exercício da
sim a possibilidade de mudança e trans­ paciência. As m anifestações do “fruto
formação de vida para aqueles que se do Espírito”refletem com elevada pre­
enveredaram pelo caminho do engano cisão as características de um crente
doutrinário. Paulo ensina também que m oderado, em co ntraste com um a
o arrependim ento é o cam inho para vida não moderada que é levada sob
que e ssa m udança passe a ser uma o domínio da carne (Gl 5.19-22). Dentre
realidade. O caminho para que menti­ as virtudes do Fruto do Espírito Santo, a
rosos no âmbito doutrinário encontrem “temperança" é a que mais se aproxima
a porta de saída e de transformação é do sentido de “moderação", já que 0 seu
o arrependimento, que só pode ocorrer significado prático é a capacidade que 0
por meio de uma instrução feita “com crente recebe de agir com autocontrole
mansidão" por obreiros preparados (2 nas mais diversas e difíceis circunstân­
Tm 2.24-26). cias da vida. Essa capacidade é parte

JOVENS 63
da obra que somente o Espírito Santo 0 CONCLUSÃO
pode realizar no homem, pois, conforme
Estudamos a respeito dos fundamentos
Law rence O. Richards - Ele “fornece
de Deus que permanecem inabaláveis
energia para a nova natureza que impul­
e intocáveis. Esses fundamentos nos
siona o convertido para a direção oposta
ajudam a resistir ao engano doutri­
à natureza pecaminosa.”A moderação
nário, disseminar a verdade de Deus
é uma obra exclusivamente do Espirito
Santo, motivo pelo qual o crente que de­ e a viver uma vida moderada. Vimos
seja viver moderadamente deve “andar que moderação é equilíbrio e controle
e ser guiado pelo Espirito” (Gl 5.18, 25). diante de diferentes circunstâncias.
Andar e ser guiado pelo Espírito Santo Se quisermos uma vida moderada
é o mesmo que ser dominado por Ele e precisamos buscar a ser cheios do
fazer aquilo que é ordenado na Palavra Espírito Santo.
de Deus (Ef 5,18). Somente pelo Espírito
Santo é que o crente pode viver uma
vida verdadeiramente moderada,
© HORA DA REVISÃO
3. Alcançando uma vida moderada. 1. Segundo a lição, qual o propósito
Paulo ensinou e estimulou Tito a ensi­ dos fundamentos divinos?
nar aos jovens a serem moderados (Tt
2.6), reafirmando assim que este é o
caminho que o verdadeiro cristão deve
seguir, S e o crente é cham ado a ter 2. Com o o teólogo Normam Geisler
uma vida moderada, qual é o caminho define eternidade?
a ser tom ado para que este objetivo
seja alcançado? É preciso confiar em
Deus, orar e dedicar-se à leitura bíblica
(Sl 1.1,2). A moderação não é uma virtude 3. Há esperança para os que mentem
a ser sentida, mas a ser vivida em nosso doutrinariamente?
dia a dia. O crente deve viver com a
consciência da presença permanente
de Deus, desenvolvendo práticas de
piedade e quebrantamento, Portanto,
4. Segundo a lição, quais são as c a ­
tenha um a vida m oderada e honre a
racterísticas do crente moderado?
Deus com isso.

@ PENSE!
0 que é uma vida moderada?
5. Dentre as virtudes do Fruto do Es­

© PONTO IMPORTANTE! pírito, qual a que mais se aproxima


Uma vida moderada é o mesmo que do sentido de moderação?
uma vida comedida e equilibrada,
uma obra que só o Espírito Santo
pode produzir no crente.
O QUE PODEMOS
APRENDER COM AS
MULHERES RCANTES
DA BÍBLIA?

U ma das coisas qu e t irnam a Escritura tão


con fiável é qu e encontra m os histórias de p essoas
com o A bigail, B ate- Seba e Ester, qu e são
con sid erad as m ulheres d i Deus. M as encon tram os
tam hém Jezabel, D alila e S alom é qu e p o d e m o s
classificar com o is vilãs d a Bíblia.

As histórias dessas m ulhe res d a B íblia revelam um


D eus que, m esm o a cim a d e tudo, se inclina p a r a
encon trar-n os on de estan os, a f i m de esten der seu
a m o r e m i sericórdia.

Q uanto m ais tem po é in 'estido com essas e outras


histórias bíblicas m ais n ítid a fic a a p ercep çã o d a
b o n d a d e de D eus e as lan eiras surpreendentes
com o E le se revela n is p á g in a s d a Bíblia.
O QUE FAZER QUANDO A FE
SE ENCONTRA COM A VIDA
REAL NA UNIVERSIDADE?
É possível um jovem entrar na universidade e prosperar na
sua caminhada com Cristo? A resposta é um sim!

O ensino superior não precisa ser uma batalha perdida. Com


um pouco de ajuda, os estudantes cristãos poderão ver a
universidade como um canal das bênçãos de Deus em vez
de uma armadilha espiritual.
Lembre-se a quem você pertence! Você pertence a Jesus
Cristo. Que seu santo nome seja glorificado através de seus
estudos e vida profissional.

“Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes


contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabe­
doria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao enten­
dimento, e, se clamares por entendimento, e por inteligência
alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a te­
souros escondidos a procurares, então, entenderás o temor
do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.”
Provérbios 2 .1 - 5

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