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IBADCC

Instituto Bíblico Teológico da Assembléia de Deus


Central de Cosmos

INSTITUTO BÍBLICO TEOLÓGICO


ASSEMBLÉIA DE DEUS
CENTRAL DE COSMOS
Preparando cristãos para a defesa da fé!

Rua E, Lote 01, Quadra 09 - Parque Sueli


Cosmos- CEP: 23058-230 - Rio de Janeiro - RJ
E-mail: ibadcc.institutoteologico@gmail.com

Diretor do IBADCC:
Pr. Professor Marcos Silvério Teixeira

Presidente de Honra:
Pastor Paulo César Silvério

Coordenadora do IBADCC:
Professora Kaylla Silva Teixeira Araújo

Secretário Geral:
Professor João Marcos Silva Teixeira
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Preparando cristãos para a defesa da fé!

DISCIPLINA

PANORAMA DO ANTIGO
TESTAMENTO
(PENTATEUCO)

Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatorial para Curso


exclusivo do IBADCC.

1ª Edição - Maio/2023

TODOS OS DIREITOS
RESERVADOS AO IBADCC
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 6
I A formação do Canon do Antigo 7
Testamento e como ler o AT
II O contexto do Antigo Testamento no 28
AOP
III Gênesis e as Origens 43
IV Os Patriarcas 49
V Escravos no Egito 56
VI Bibliografia 66
VII ANEXO I 67

IX ANEXO II 68

IBADCC
Instituto Bíblico Teológico da Assembléia de Deus
Central de Cosmos

PENTATEUCO
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CENTRAL DE COSMOS

APRESENTAÇÃO

Seja bem-vindo(a), caro(a) aluno(a)!

Parabéns pela sua decisão de transformação, pois isso também


mostra o quanto você está compromissado em contribuir com a
transformação da igreja e da sociedade onde você está inserido.
O Instituto Bíblico Teológico da Assembléia de Deus Central de
Cosmos estará acompanhando você durante todo este processo, pois
“os homens se educam juntos, na transformação do mundo”.

Os materiais produzidos oferecem linguagem simples, completa e de


rápida assimilação, contribuindo para o seu desenvolvimento bíblico,
teológico e ministerial, para desenvolver competências e habilidades
e aplicar os conceitos, fundamentos e prática na sua área ministerial,
possibilitando você atuar em favor do Reino de Deus com mais
excelência. Nosso objetivo com este material é levar você a
aprofundar-se no conteúdo, possibilitar o desenvolvimento da sua
autonomia em busca de outros conhecimentos necessários para a sua
formação bíblica, teológica e ministerial.
Utilize todos os materiais didáticos e recursos pedagógicos que
disponibilizamos para você, participe no grupo online com o tutor
online que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-
lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar
com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Pois, a torá sairá de Sião, de Jerusalém
virá a palavra de Yahweh.
Isaías 2:3
INTRODUÇÃO

Durante este módulo faremos um panorama do antigo


testamento da bíblia sagrada, especificamente o
Penteteuco, estudaremos um pouco sobre a história de
Israel , desde a criação de todas as coisas, até a morte de
Moisés.

Mas, para compreendermos melhor o Antigo Testamento,


antes precisamos entender como podemos conhecer à Deus
e como o antigo testamento foi escrito e organizado da
maneira em que temos hoje.

Veremos como o Antigo Testamento foi escrito, preservado


e se ele é digno de confiança como texto histórico.

Bons Estudos!

6
CAPITULO

A FORMAÇÃO DO CÂNON
DO ANTIGO TESTAMENTO E
COMO LER O AT

ouvimos, ó Deus; os nossos
Com nossos próprios ouvidos,
antepassados nos contaram os feitos que realizastes no
tempo deles, nos dias da antiguidade.
Salmos 44:1
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1. O ANTIGO TESTAMENTO MERECE SER LIDO?

“TODA A ESCRITURA É INSPIRADA POR


DEUS E ÚTIL PARA O ENSINO, PARA A
REPREENSÃO, PARA A CORREÇÃO E
PARA A INSTRUÇÃO NA JUSTIÇA, PARA
QUE O HOMEM DE DEUS SEJA APTO
E PLENAMENTE PREPARADO PARA
TODA BOA OBRA.” 2 TIMÓTEO 3:16,17

2. COMO LER O ANTIGO TESTAMENTO?

Estudar o AT é uma tarefa incrível, mas também exige


disciplina. A preparação adequada pode ajudar o aluno a colher
bons frutos. O Deus soberano, que criou o universo, que
controla a história e que realizará seu plano no tempo devido,
decidiu manifestar-se. Em si mesmo isto é um ato de graça, e
devemo-nos sentir estimulados a ouvi-lo. No entanto, o ato de
ouvir pode ser prejudicado por muitos fatores. Em primeiro
lugar, a revelação de Deus não foi feita na língua portuguesa ou
no âmbito da cultura ocidental. Consequentemente, precisamos
esforçar-nos para receber a mensagem com clareza. Quanto
mais o aluno conhece a cultura do Antigo Oriente Médio,
especificamente a de Israel no período do AT, mais barreiras ele
pode eliminar e mais fácil será de entender a palavra de Deus.

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Outro fator de dificuldade é que mesmo ao ouvirmos, somos


seletivos em relação ao que ouvimos. Além disso, tentamos
conformar a mensagem ao que desejamos ouvir. A solução é
permitir que a Bíblia fale por si. Todos temos pressupostos
acerca da Bíblia. Eles devem ser constantemente avaliados e
refinados para não distorcer seus ensinamentos. Os objetivos
dos autores bíblicos não devem ser subordinados aos nossos por
mais dignos que sejam. Há muitas lições valiosas a serem
aprendidas com o AT, mas nem todas são lições que o AT tenta
ensinar. Se o aluno deseja colher ensinamentos fundamentados
na autoria do texto, deve aprender a discernir o que o texto
ensina em vez de lhe sobrepor as ideias. Quando o leitor
permite que a Bíblia fale do próprio ponto de vista e com seus
propósitos, ele pode estar mais aberto para aprender o que ela
pretende ensinar.

É claro que Deus pode falar conosco e se revelar com uma


leitura superficial das escrituras, quem somos nós para dizer
como Deus vai agir? Mas o estudo aprofundado pode render
resultados ainda maiores, porém é acompanhado de maior
dificuldade.

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2.1 ASPECTOS DA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA

Um dos principais princípios da interpretação já foi citado:


devemos permitir que a Bíblia fale por si só. É difícil consegui-
lo, pois todo intérprete possui pressuposições, isto é, ideias
preestabelecidas sobre o que a Bíblia é, o que ela diz e como
todas as coisas se enquadram. Elas podem moldar a
interpretação do texto e distorcê-la. A interpretação adequada
não exige que os leitores eliminem todas as pressuposições, mas
insiste em que eles reconheçam sua existência, reavaliando
constantemente sua validade e subordinando-as ao texto das
Escrituras.

O objetivo desse princípio é impedir que os intérpretes


manipulem o texto conforme seus interesses. Para o texto
transmitir autoridade, ele deve desfrutar de certa autonomia.
É importante entender que a bíblia foi escrita por nós, mas não
para nós. Ou seja, ela foi escrita para um determinado tempo,
onde os autores, inspirados por Deus, tinham objetivos claros e
definidos. Para entendermos a autoridade bíblica precisamos
buscar as intenções dos autores do texto. É como se fosse uma
tarefa de ler uma carta enviada para uma outra pessoa, para
entender precisamos saber qual a cosmovisão (visão de mundo)
do destinatário.

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2.2. PROCEDIMENTOS DE INTERPRETAÇÃO


Mas como determinar a intenção do autor? Primeiro, o gênero
literário deve ser identificado. Na literatura atual, uma biografia
não deve ser lida como suspense nem uma peça como poesia. O
gênero literário influencia a abordagem e a interpretação da
obra. Isso também se aplica ao AT. A profecia é um gênero
diferente da literatura proverbial. O intérprete deve,
inicialmente, identificar o gênero e aprender tudo o que pode
sobre ele.
2.3. EM SEGUNDO LUGAR,
é importante descobrir o que for possível sobre o público para o
qual a obra foi escrita, e ainda as circunstâncias da composição.
Esses fatos podem afetar a interpretação de certas afirmações.
2.4. EM TERCEIRO LUGAR,
por meio da análise do contexto, devemos tentar identificar a
intenção do autor ou editor. Esta pode ser explícita ou deduzida
de observações relativas à seleção e à organização do material
feitas por ele.
Como leitores e estudiosos da bíblia, se conhecermos bem o
autor, o público, a situação e o gênero literário, estaremos aptos
para nos colocarmos no lugar do ouvinte e entendermos as
palavras e, especialmente, a mensagem do trecho interpretado.
A interpretação exige que nos tomemos, na medida do possível,
parte do público original. A mensagem a eles transmitida é a
mesma para nós.

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A Bíblia simplesmente não “caiu do céu”, nem foi escrita numa


linguagem especial com uma forma única de literatura por uma
estranha classe de seres humanos não afetados por seu contexto
social e histórico. Não, a Bíblia foi escrita por pessoas reais, vivendo
em contextos específicos da história, para tratar do indivíduo em
particular e das necessidades da comunidade.
MICHAEL GORMAN

3. O DEUS QUE SE REVELA


Como podemos conhecer a Deus? Isso é possível? Para muitos
nos dias de hoje Deus é apenas uma invenção do ser humano
para tentar explicar as coisas inexplicáveis do mundo. Neste
sentido, Deus seria apenas o resultado de nosso cognitivo
limitado que tentamos preencher com o sobrenatural. É certo
que não podemos colocar Deus dentro de uma caixa e afirmar:
“Deus é isso ou aquilo”. Só é possível conhece-lo porque ele se
deixa ser conhecido através de sua auto-revelação.
Deus escolheu se mostrar para sua criação; é o que chamamos
de Revelação. Ele em seu grande amor optou por se fazer
conhecido e tornou isso possível por intermédio de sua auto-
revelação na natureza e na história.
Não é possível colocar Deus em uma gaiola e dizer que sabemos
tudo sobre Ele, nós apenas conhecemos aquilo que Ele escolheu
se mostrar; não sabemos o quanto Deus se revelou e
possivelmente grande parte ainda continua sendo um mistério.

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Em um sentido mais elaborado, o conceito de “revelação” não


significa mera transmissão de um conjunto de conhecimentos,
mas sim a manifestação pessoal de Deus na história. Deus
tomou a iniciativa por intermédio de um processo de auto-
revelação, que atinge seu ápice e plenitude na história de Jesus
de Nazaré.
Quando falamos da revelação de Deus podemos interpretar que
Ele se revela de algumas maneiras:

3.1 A REVELAÇÃO GERAL DE DEUS

Podemos entender como revelação Geral ou Revelação Natural


a possibilidade de conhecer parte da sabedoria de Deus por
intermédio do mundo que ele criou. Observando a ordem e a
beleza de sua criação podemos encontrar Deus se manifestando
através de sua obra. Inclui tudo que Deus revelou no mundo à
nossa volta, incluindo o próprio homem. Não é possível ter um
pleno conhecimento do plano de salvação de Deus na revelação
geral, mas é uma ótima forma de se entender que existe um
Deus que quer ser conhecido.
Algumas maneiras que podemos ver o caráter de Deus em sua
criação:

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A Revelação Natural: “Os céus declaram a glória de Deus


e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. ” Salmos
19:1. Podemos ver o caráter de Deus através de sua criação,
assim como sabemos que existe um artista por trás de um
quadro, também podemos entender que existe um Deus
inteligente e criativo por trás da criação. Além de toda
beleza da criação o universo demonstra uma ordem e um
propósito, apontando para um ser sobrenatural que
planejou e criou todas as coisas.

A revelação Moral: “De fato, quando os gentios, que não


têm a lei, praticam naturalmente o que ela ordena, tornam-
se lei para si mesmos, embora não possuam a lei; pois
mostram que as exigências da lei estão gravadas em seus
corações. Disso dão testemunho também a consciência e os
pensamentos deles, ora acusando-os, ora defendendo-os. ”
Romanos 2:14,15 Todos nós temos um senso de
moralidade, uma ideia do que é certo e errado, isso indica
que existe um ser acima de nós que implantou isso em
nossos corações.

A revelação Geral de Deus atinge todas as pessoas em todos os


lugares do mundo. Qualquer ser humano pode perceber a
existência de um Deus criador através de sua criação e sua
consciência. Ainda que não seja essencial para conhecer Deus
em sua plenitude é fundamental para que possamos perceber a
graça de Deus e testemunhar para os não crentes abrindo uma
porta para a evangelização.
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Mas se não podemos entender plenamente a Deus através da


revelação Geral, como podemos conhece-lo? A resposta está no
fato de que Deus também se revelou de uma forma especial.

3.2 A REVELAÇÃO ESPECIAL


Se a revelação Geral de Deus não traz conhecimento suficiente
de Deus para salvar uma pessoa, como será possível conhecer a
salvação que Deus graciosamente nos concede? Além da
revelação Geral, Deus também se manifestou de uma forma
pessoal para algumas pessoas na história, é o que chamados de
Revelação Especial. A revelação especial é a revelação
sobrenatural de Deus, através da qual o pecador toma
conhecimento de como Deus resgata pecadores, por meio de
Jesus Cristo, para a sua glória.
Quais são os meios da revelação especial? Como vemos a
Escritura? Ela é uma produção humana, ou é a graciosa
revelação de Deus. Podemos destacar alguns meios que Deus se
revelou de maneira especial:
A comunicação verbal: A comunicação de Deus com
Adão e Eva é apresentada como uma comunicação verbal,
Deus se comunicava com eles com voz audível. Outros
personagens na bíblia também viveram essa experiência,
como Daniel, Moisés e os profetas.
A revelação por Sonhos: Deus também usou sonhos
para se revelar ao seu povo. No antigo Testamento vemos
Deus se comunicando com José através de sonhos, até
mesmo a Reis pagãos como o faraó e o rei da Babilônia Deus
se manifestou por sonhos. 15

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A Revelação por Milagres: Deus se mostrou


sobrenaturalmente na história através de muitos milagres,
um ótimo exemplo são os milagres registrados no livro de
Êxodo, quando as pragas atingiram o Egito e o mar
vermelho se abriu. Os milagres sempre são apresentados
como eventos que acontecem na história real, como
quaisquer outros eventos. Se alguém tivesse uma filmadora,
quando as águas do Mar Vermelho se abriram, teria gravado
o evento em vídeo, como faria com qualquer outro
acontecimento normal.
A revelação escrita: Outra maneira como Deus se revelou
foi através da bíblia. Homens que viveram sua experiência
com Deus registraram de forma inspirada pelo Espírito em
textos escritos. Em Alguns casos vemos estes textos sendo
ditados diretamente por Deus, como por exemplo os dez
mandamentos e as falas dos profetas quando diziam “assim
diz o Senhor”. Outros textos da bíblia foram escritos por
homens que foram testemunhas oculares dos eventos em
que Deus se mostrava, outros escreveram suas experiências
pessoais com Deus como Davi. O Antigo Testamento nos diz
que que o resultado da revelação especial do Senhor nas
Escrituras é perfeito.

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A revelação especial é necessária porque, como vimos


anteriormente, a revelação geral não é suficiente para
proporcionar todo o conhecimento de Deus necessário para nos
relacionarmos com ele. O ser humano só poderá ser salvo se
crer no evangelho. Mas como o apóstolo Paulo disse: “como
crerão naquele de quem não ouviram? ” (Rm 10.14). A
revelação de Deus mostra que ele intervém na criação para se
relacionar pessoalmente com suas criaturas. Os milagres, as
visões e as comunicações verbais são eventos sobrenaturais.
Através de nosso estudo bíblico, entendemos que a revelação de
Deus é o processo e o resultado da comunicação racional e
proposicional entre Deus e a raça humana. Essa comunicação
inclui a revelação de informações com conteúdo intelectual e
racional, e também a revelação da pessoa de Deus no encontro
pessoal com o homem.

A autorrevelação de Deus, ainda que


tenha chegado até nós por intermédio
de instrumentos subjetivos, é infalível e
inerrante por não se limitar à
manifestações verbais isoladas, mas
uma série de atos de fala divinos na
História.
PEDRO DULCI

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4 - O ANTIGO TESTAMENTO É DIGNO DE


CONFIANÇA?

Muitos nos dias de hoje insistem em dizer que o antigo


testamento não aconteceu de verdade, que é apenas um livro de
mitos e fábulas e que não pode ser levado a sério como um livro
que conte a verdadeira história de Deus se revelando a sua
criação. Nesta seção apresentaremos algumas evidencias
literárias e arqueológicas que nos mostram que o antigo
testamento pode sim ser considerado um livro histórico de
confiança.
4.1 Ausência de embelezamento.
O Antigo estamento não tem medo de mostrar todos os
problemas de suas personagens, não esconde nenhum pecado
ou coisas ruins e vergonhosas que o povo de Deus fez. Nas
tradições antigas não se registravam em escritos as ações
vergonhosas de um povo, mas isso não acontece no Antigo
Testamento, uma grande evidencia de que seu conteúdo é
verdade.

4.2 Evidências arqueológicas


O propósito da arqueologia é recuperar
a cultura material dos povos da
antiguidade e, assim, tentar reconstruir
sua história e seu estilo de vida. Para
atingir esse objetivo é necessário o
trabalho conjunto de um grande número
de especialistas.
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Os objetos mais comuns encontrados na arqueologia do Oriente


Médio são pedaços de cerâmica.

A principal contribuição da arqueologia para o estudo da bíblia


é o esclarecimento que oferece sobre o cotidiano dos tempos
bíblicos como política, costumes e práticas dos povos antigos. A
arqueologia também nos ajuda a confirmar a autenticidade de
nomes, lugares e acontecimentos registrados na bíblia. Deve-se,
porém, reconhecer que, na maioria dos casos, a arqueologia é
incapaz de fazer tal confirmação e, às vezes, pode até dificultar a
tarefa do apologeta. A arqueologia é capaz de oferecer fatos (ex:
Senaqueribe realmente foi rei na época de Ezequias e atacou
Jerusalem), mas, frequentemente, o dignificado dos dados
arqueológicos depende de interpretação pessoal.
A arqueologia pode ajudar muito no estudo da bíblia, porém
deve-se tomar muito cuidado pois ela é limitada.

Apenas uma fração das evidências arqueológicas subsiste no


solo;
Apenas uma fração dos possíveis sítios arqueológicos foi
detectada;
Apenas uma fração dos sítios arqueológicos detectados foi
escavada;
Apenas uma fração do que foi escavado foi completamente
examinado e publicada
Apenas uma fração do que foi examinado e publicado
contribui para a pesquisa bíblica.
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Para os autores da bíblia, a história é o instrumento teológico


pelo qual Deus se revela. A Arqueologia pode autenticar a
história, mas não a teologia, e do ponto de vista bíblico, a
história sem a teologia não tem sentido.

4.3 O QUE A ARQUEOLOGIA FEZ PELA BÍBLIA:


Confirmou a veracidade de personagens bíblicos
Confirmou a existência de lugares mencionados na bíblia
Confirmou relatos extra bíblicos de acontecimentos
históricos.
Alguns exemplos arqueológicos:
o TÁBUAS DE MARI
▪ Escritos em 1800 a.C
▪ Encontrados no Vale do Eufrates (Iraque)
▪ Menciona as cidades de Harã e Naor (Gn 24.10; 28.10)
▪ Menciona Arioque (Gn. 14.1)
o TÁBUAS DE NUZI
▪ Escritos em 1800 a.C
▪ Menciona costumes específicos da época de Abraão,
exatamente como Moisés relatou 500 anos mais tarde.
▪ Fala de contratos, casamentos, leis, etc.
o TÁBUAS DE EBLA
▪ Escritas em 2300 a.C.
▪ Encontrados no sítio Markdith (Síria)
▪ Mencionam a rota comercial: Sodoma, Gomorra, Adamá,
Zeboim e Zoar (Gn.14.8)
▪ Mencionam os hititas.
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o PRISMA DE TAYLOR
▪ Escrito em cuneiforme em 800 a.C
▪ Menciona Senaqueribe (2a Reis 19)
▪ Menciona Taharca – o grande rei cuxita.
▪ As crônicas Babilônicas dizem que quando Senaqueribe voltou
para casa, seus dois filhos se levantaram e o mataram.
A inspiração Divina
o Existem centenas de evidências que mostram a autoridade do
Antigo Testamento, mas a principal delas é a nossa fé, a fé de
que foi o próprio Deus quem inspirou e direcionou todas as
coisas para que o Antigo Testamento fosse preservado
sobrenaturalmente.

5 - A FORMAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO


Na criação do homem a escrita ainda
não havia sido desenvolvida, as
histórias dos feitos de Deus foram
sendo transmitidas por tradição oral
durante séculos, sendo preservadas
sobrenaturalmente por Deus.
De acordo com a história geral a escrita começou a ser
desenvolvida em torno de 3.500 anos a.C e foi nos tempos de
Moisés que o povo hebreu começou a registrar os feitos de Deus
em palavras escritas.

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O Antigo Testamento foi escrito em Hebraico em sua maior


parte e alguns trechos em aramaico. O hebraico é uma língua
em que a mensagem é mais sentida que meramente pensada. A
língua hebraica é expressada mediante metáforas vividas e
audaciosas, capazes de desafiar e dramatizar a narrativa dos
acontecimentos, sendo por isso denominada de língua pictórica.
Outra característica da língua hebraica é o fato de ser pessoal,
apelando diretamente ao coração e às emoções, e não apenas à
mente e à razão.
O At foi composto durante o período de mil anos que se
estenderam de meados do segundo a meados do primeiro
milênio a.C. Embora o NT considere Deus o autor do AT pela
inspiração do Espirito Santo, pelo menos quarenta autores
diferentes foram identificados. Entre os escribas antigos estão
personalidades bíblicas bem conhecidas: Moisés, Davi e
Salomão. Autores menos conhecidos incluem hebreias como
Débora e Miriã e gentios como Agur e Lemuel. O AT contem
cinco gêneros ou tipos literários: Lei, narrativa histórica, poesia,
sabedoria e profecia.
Os materiais que eram utilizados para a escrita naquele tempo
eram: tabuinhas, velino, pergaminho, couro e papiro. Outros
materiais também utilizados para a escrita eram o metal (Ex.
28:36), a cera (Is. 8:1), as pedras preciosas (Ex. 39:6- 4), os
cacos de louça ou ostracos (Jó 2:8).
Durante a história do povo de Israel, homens inspirados pelo
Espirito Santo registraram as palavras de Deus em forma
escrita, que mais tarde seria organizado no Antigo Testamento
como conhecemos.
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5.1 A FORMAÇÃO DO CÂNON


O termo “cânon” é derivado da palavra grega kanõn, que quer
dizer “vara reta, beira reta, régua”. São os livros que foram
considerados inspirado por Deus e que formaram a bíblia. Nas
escrituras hebraicas há 39 livros que os judeus aceitam como
canônicos. São os mesmos que foram aceitos pela igreja
apostólica, e pelas Igrejas Protestantes desde os dias da
Reforma. Mas logo vem a pergunta: Que é que torna canônico
um livro da Escrituras? Quando é que o povo de Deus na
antiguidade considerou ou aceitou os vários livros que compões
o Antigo Testamento como sendo Canônicos?
O processo de formação do cânon foi longo e provavelmente
deu-se em fases:
Fase 1: Pronunciamentos detentores de autoridade.
Fase 2: Documentos formais escritos
Fase 3: Coleção de documentos escritos
Fase 4: Coleção de documentos escritos e fixação do cânon

É importante entender que o cânon hebraico foi estabelecido ou


fixado pela liderança religiosa da comunidade hebraica.
Concílios rabínicos e eclesiásticos não determinaram o Cânon,
apenas confirmaram ou aprovaram a coleção de livros
divinamente inspirados e detentores de autoridade já
reconhecida por “Palavra do Senhor” na comunidade religiosa.

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Até os dias de Neemias quase todos os livros do Antigo


testamento já eram reconhecidos como palavra de Deus.

É importante falarmos sobre a septuaginta, que foi a primeira


tradução do Antigo testamento para o Grego por volta 250 a.C.,
nesta tradução foram acrescentados alguns livros que não eram
reconhecidos pelos Judeus como canônicos, alguns destes eram:
Baruc, Tobias, Judite, o 1o. e o 2o. livro dos Macabeus, o
Eclesiático e o livro da Sabedoria. Para os Judeus e os
protestantes estes são considerados os livros apócrifos,
apresentam valor religioso e até mesmo histórico, mas não
possuem autoridade canônica.

Foi depois da reforma protestante, no Concílio de Trento em


1546, após grande discussão e polêmica que alguns destes livros
foram aceitos como canônicos e passou a fazer parte da bíblia
católica.

O cânon escriturístico judaico não é uma cuidadosa seleção da


literatura hebraica antiga, mas representa, mais ou menos,
tudo o que havia. [...] O cânon escriturístico judaico
representa, até onde podemos saber, e à luz
do corpo de textos de Cumrã, quase a totalidade da literatura
hebraica clássica.
PHILIP DAVIES

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6 - A ORGANIZAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO


Nossa bíblia não está organizada em ordem cronológica, ou seja,
não está compilada como uma linha do tempo onde cada livro é
uma sequência do anterior. A palavra bíblia significa biblioteca,
e assim como em uma biblioteca, os livros do Antigo
Testamento estão organizados por temas, cada um em sua
categoria. Por isso é tão importante entendermos como eles
estão organizados.
A princípio, na bíblia hebraica os livros foram organizados em
apenas três categorias: A torá (ou pentateuco) que são os 5
primeiros livros da bíblia, Os profetas e Os Escritos.

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Em nossa bíblia o Antigo testamento está organizado em 5


categorias: Pentateuco, Históricos, Poéticos, Profetas Maiores e
Profetas Menores. Para facilitar a visualização da estrutura do
AT vamos usar gráfico que chamaremos de “Arco do AT”

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7 - POR QUE ESTUDAR O ANTIGO TESTAMENTO?

“A ação inspiradora de Deus no Antigo Testamento era como


um filete de pólvora, cuja a cor era igual à cor da terra. Antes, já
se sabia da sua existência e do seu destino, mas não se conhecia
ainda seu traçado preciso nem o conteúdo concreto desse
traçado. Esse filete estava sendo conduzido por Deus até chegar
ao fogo. No momento em que cristo chega, ressuscita e
comunica o Espírito, o fogo se acende e se estende à pólvora,
iluminando, de repente, o seu traçado invisível. ” (Carlos
Mesters)
Apenas conhecendo o antigo testamento é que podemos ter um
pleno conhecimento da identidade e da mensagem de Cristo. É
impossível falar de salvação ou plano de redenção sem entender
toda história do povo de Israel e como Deus foi preparando tudo
para a vinda do messias.

Refletindo..
. se revelar para nós? Diante de toda a criação
Você já parou para pensar como é maravilhoso ter um Deus
que escolheu
ele optou por se mostrar por meio de um relacionamento
pessoal.
É possível conhecer a Deus pessoalmente! Tenha um tempo
de oração e comece a buscar por esse relacionamento
pessoal com o Deus criador de todas as coisas e que nos ama
com um amor incondicional.

27
CAPITULO

O CONTEXTO DO ANTIGO
TESTAMENTO NO ANTIGO
ORIENTE PRÓXIMO

Diz o tolo em seu coração: "Deus não existe".


Corromperam-se e cometeram atos detestáveis;
não há ninguém que faça o bem.
Salmos 14:1
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1 - O MUNDO DO ANTIGO TESTAMENTO

A história da nação israelita desenvolveu-se em um contexto


geográfico específico. Por essa razão, a Bíblia leva a sério a
geografia e registra acontecimentos reais ocorridos no tempo e
no espaço. A Bíblia não é uma passagem secreta que leva a uma
história fictícia como As crônicas de Nárnia. No entanto, não é
simplesmente uma coleção de registros antigos. Também não
tenciona ser um jornal ou manual topográfico. Como a
arqueologia, a geografia expande nosso conhecimento do
ambiente das narrativas bíblicas e enriquece, dessa forma,
nossa compreensão de certos textos do AT.
O mundo físico do AT era o Oriente Próximo Antigo, conhecido
atualmente por Oriente Médio ou, às vezes, sudoeste da Asia. As
narrativas do AT abrangem a região da Mesopotâmia a leste,
Ásia Menor ou Anatólia ao norte, a região siro-palestina e Egito
a oeste, e a península arábica ao sul. Os atuais Irã e Iraque
ocupam a maior parte da antiga Mesopotâmia, enquanto a Ásia
Menor hoje é denominada Turquia, e a Arábia Saudita controla
a maior parte da península arábica. Quase 4/5 da história do AT
ocorre na área siro-palestina na costa leste do Mediterrâneo.
Esse território, nos dias de hoje, inclui Síria, Líbano, Jordânia e
Israel.

1.1 MESOPOTÂMIA
O norte da Mesopotâmia foi o lugar originário dos israelitas,
pois os patriarcas hebreus viveram na região de Harã em Padã-
Arã entre o Tigre e Eufrates. E é também na mesopotâmia onde
o povo acaba indo como escravo para a babilônia.

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Foi na mesopotâmia que surgiu o que chamamos comumente


de civilização, ou seja, a vida nas cidades.

Cada cidade mesopotâmica tinha seu próprio rei e era


independente das outras. Um reino mais amplo acontecia
quando uma cidade poderosa conquistava outras e passava a
cobrar dela impostos, o que era bastante frequente naquela
região.

Os nômades sempre estavam presentes na mesopotâmia.


Eram grupos armados circulando nos espaços vazios entre as
cidades.

31
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Legado da Mesopotâmia
• Urbanismo
• Escrita Cuneiforme
• Sistema numérico e calendário
• Códigos jurídicos
“Se um filho bateu em seu pai, cortarão sua mão”
“Se um awillum destruiu o olho de um outro awillum,
destruirão seu olho.
A Religião da Mesopotâmia
Os mesopotâmios eram politeístas e cada cidade
independente acabou desenvolvendo seu próprio sistema
religioso. A impotência dos deuses variavam de acordo com
o domínio da cidade.

MARDUK ASSUR
O rei era considerado um representante da divindade na terra,
e esta era sempre local (por exemplo, Marduk era o deus
principal na Babilônia, Assur o era em Assur e assim por
diante). Os templos dos deuses, assim como os palácios dos
reis, eram centros de grandes latifúndios produtivos, na qual
trabalhavam os camponeses.
32
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ZIGURATE

EMUNA ELISH E EPOPEIA DE GILGAMESH

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1.2 EGITO
O Egito Antigo nasceu da união de diversas vilas ao longo do rio
Nilo que corre desde a África Tropical (no sul, centro do
continente africano) até passar no meio da região desértica do
norte. Antes de chegar ao Mar Mediterrâneo, ele se abre em
diversos braços no terreno plano formando o Delta do Nilo.

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O Egito foi desde o começo um reino unido:


Dinástico Primitivo (2920 -2575 a.C)
Reino Antigo (2575 – 2134 a.C)
Reino Médio (2040 – 1640 a.C)
O Reino Novo (1550 – 1070 a.C.)

Legado do Egito
• O urbanismo Egípcio
• Escrita e papiro
• Palavras de Sabedoria
• Medicina
• A Família Egípcia

35
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A Religião Egípcia

Os deuses eram representados de diversas maneiras justamente


pela percepção da multiplicidade e complexidade da verdade
espiritual. A imagem definia um significado, não uma aparência
real da divindade. Os egípcios acreditavam que seus deuses não
tinham as formas por eles imaginadas, pois a imagem era um
símbolo que representava um atributo. Como eram muitos
atributos, as imagens se multiplicaram em igual quantidade.
(André Reinke)

Os Mitos Egípcios
No início nada havia, nada existia,
tudo era treva e escuridão.
Nada tinha forma e não se tomava
consciência dos outros,
pois não havia como distingui-los,
pois não havia luz.
Tudo estava, pois, latente, inerte...
Mas neste abismo cósmico onde
a possibilidade de tudo esperava, MITO DE HELIÓPOLIS
uma força, trazendo dentro de si a eternidade,
como se fosse massa disforme, ali
permanecia, silente...
36 [...]Louvor a ti, ó Atum!
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1.3 OS CANANEUS
Canaã era a faixa fértil no Oriente Próximo que unia os dois
grandes blocos civilizacionais da antiguidade, a Mesopotâmia e
o Egito. Como se tratava de uma espécie de “corredor de
passagem” entre as grandes potências, nunca teve um reino
poderoso o suficiente para fazer frente a elas ou se impor
regionalmente.

37
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Legado dos Cananeus


• Escrita Alfabética
• As técnicas Náuticas Fenícias

A Religião Cananeia

BAAL ASTARTE
38
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• Baal era adorado com diversos sacrifícios


• Sacrificio comum era o molk (crianças humanas)
• Prostituição ritual

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1.4 OS PERSAS

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Legado dos Persas


•Liberdade cultural dos povos
dominados
• Internacionalização cultural

Quando entrei pacificamente na Babilônia estabeleci a sede


real no palácio do príncipe na alegria e no júbilo. Marduk, o
grande Senhor, adquiriu para si em mim um coração grande
que ama a Babilônia e eu todos os dias faço com que ele seja
temido.
"Assim diz Ciro, rei da Pérsia: "O Senhor , o Deus dos céus, me
deu todos os reinos da terra. Ele me encarregou de lhe construir
um templo em Jerusalém, em Judá.
Esdras 1:2

A Religião Persa

AHURA-MAZDA

ZARATUSTRA 41
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ÁSIA MENOR/ANATÓLIA
É uma região montanhosa;
com solo rico e clima
mediterrâneo a oeste e sul,
um planalto central árido e
estéril e montanhas altas a
leste, próximas à Armênia. A
riqueza de minérios nas
cadeias montanhosas centrais
fornecia aos habitantes
recursos para comércio com o
restante do Antigo Oriente
Médio.

PENÍNSULA ARÁBICA
É um planalto enorme. A
terra é, em grande parte,
desértica, dunas de areia e
campos de lava cercados
por orlas marítimas
relativamente férteis. A
península é dividida em
três regiões: 1) o nordeste
chamado Arábia de Petra;
2) o deserto da Arábia ao
norte e na região central; e
3) a faixa litorânea sul
chamada Arábia
afortunada.

42
CAPITULO

GÊNESIS E AS ORIGENS

No princípio criou Deus o céu e a terra.


Gênesis 1:1
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Introdução
O Antigo Testamento apresenta o pano de fundo histórico com
base no qual somos capazes de compreender o Novo. Isso se
torna aparente diante do fato de o Novo Testamento conter
mais de 600 referências ou alusões ao Antigo.

Para entender a identidade de Jesus e forma que ele viveu em


seu ministério precisamos antes compreender todo o contexto
histórico do povo de Israel. Por isso nas próximas aulas
estudaremos o plano de redenção de Deus através da História.

Na aula de hoje faremos um breve panorama da história do


Povo de Deus desde a Criação até um pouco antes do povo
entrar na terra prometida. Nosso objetivo é que você possa
entender um pouco mais de todo o contexto histórico do povo
de Deus e ter mais clareza para interpretar a bíblia.

1 - A ERA DOS PRIMÓRDIOS – O COMEÇO DE TUDO


Gênesis 1 – 11
Espaço de Tempo: da criação do mundo até aprox. 2000 a.C.

Genesis é o livro do princípio e contém a base de boa parte da


teologia do AT. É o primeiro livro do pentateuco, também
conhecido por torá. É essencial compreender o conteúdo e a
mensagem deste livro para estudar o restante da bíblia. Ele não
é um livro de ciências, embora os cientistas estejam corretos em
investigar suas afirmações. Não é uma obra de biografias,
apesar de aprendermos muito com a vida dos homens e
mulheres descritos em suas páginas. Não é um compêndio de
história, embora siga o caminho da história. É um livro de
teologia, apesar de não ser organizado sistematicamente.

44
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O texto de Gênesis 1-11 é a introdução da Bíblia como um todo.


Apesar de sucinta, essa seção cobre um período muito maior do
que o restante do Antigo Testamento – de Abraão a Malaquias.
Ao longo das escrituras, encontramos inúmeras referências que
ampliam e expõe significado dessa primeira parte. Esses
capítulos são fundamentais para compreendermos
corretamente toda a revelação divina transmitida na forma
escrita.
O PRINCIPAL OBJETIVO DO LIVRO DE GÊNESIS É CONTAR A MANEIRA E
O MOTIVO DE DEUS ESCOLHER A FAMÍLIA DE ABRAÃO E FAZER
ALIANÇA COM ELA.

O período inicial da criação pode ser resumido da seguinte


maneira:

O relato da criação - Gn 1.1-2.2


- Não podemos datar ao certo quando aconteceu a criação, o
livro de gênesis não tem o objetivo de fazer ciência, mas sim
mostrar que existe um Deus e que Ele criou todas as coisas. O
relato da origem do universo é simples, porém profundo. Ele
ressalta em particular a atividade criadora de Deus manifestada
na Terra. Declara a existência de Deus, que criou o universo e a
vida que nele existe. Afirma claramente que o Senhor formou
todas as coisas e que sua criação é Boa.

“SÓ HÁ UM ÚNICO DEUS


CRIADOR DE TODAS AS COISAS,
UM ÚNICO DEUS QUE MERECE
ADORAÇÃO E LOUVOR, UM
ÚNICO DEUS ETERNO – ORIGEM
E DESTINO DE TUDO”

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A queda e suas consequências - Gn 3.1-6.10


- Um dos temas centrais de Gênesis é a introdução ao pecado
no mundo e seu impacto sobre a história humana. O texto deixa
claro que o “pecado original”, aquele que todos nós nascemos é
o desejo de ser dono de si mesmo, o desejo de ser como Deus.

FAREI QUE HAJA INIMIZADE ENTRE VOCÊ E


A MULHER, E ENTRE A SUA DESCENDÊNCIA
E O DESCENDENTE DELA. ELE LHE FERIRÁ
A CABEÇA, E VOCÊ LHE FERIRÁ O
CALCANHAR".
GÊNESIS 3:15

O Dilúvio - Gn 6.11-8.19

•A terra estava cheia de violência; uma violência tal que tornava


impossível o desenvolvimento ordenado da sociedade.
•A terra não era mais “boa”;
•Deus se “arrepende” (Antropoformismo). Deus estava irado
com a raça humana.
•Deus decide esmagar a criação como um oleiro esmaga um
jarro de barro que se arruína.
•Deus é Justo Juiz
•Mas o juízo de Deus está impregnado de graça redentora.

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Deus observou a grande maldade no mundo, pois todos


na terra haviam se corrompido.
Assim, Deus disse a Noé: "Decidi acabar com todos os seres
vivos, pois encheram a terra de violência. Sim, destruirei todos
eles e também a terra!
Gênesis 6:12,13

Nunca mais amaldiçoarei a terra por causa do ser humano,


embora todos os seus pensamentos e seus propósitos se
inclinem para o mal desde a infância. Nunca mais destruirei
todos os seres vivos.
Gênesis 8:21

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A Torre de Babel - 11.1-9


- Os descendentes de Noé permaneceram por um período
muito longo em uma única região. Contrariando a ordem divina
de se espalharem sobre a terra, resolveram construir a torre de
Babel na planície de Sinear. Mas, Deus interveio e pôs fim
àquele empreendimento, ao confundir as línguas.
Consequentemente, a raça humana se espalhou pela terra, e
deu, assim, cumprimento à intenção que Deus tinha,
originalmente, para a humanidade. No capítulo 10 vemos os
desentendes de Noé se distribuindo geograficamente.

DEPOIS, DISSERAM:
"VENHAM, VAMOS
CONSTRUIR UMA CIDADE COM
UMA TORRE QUE CHEGUE ATÉ
O CÉU. ASSIM, FICAREMOS
FAMOSOS E NÃO SEREMOS
ESPALHADOS PELO MUNDO".
GÊNESIS 11:4

48
CAPITULO

OS PATRIARCAS
O Senhor disse a Abrão: — Saia
da sua terra, da sua parentela
e da casa do seu pai e vá para a terra que lhe mostrarei.
Farei de você uma grande nação, e o abençoarei, e
engrandecerei o seu nome. Seja uma bênção!
Gênesis 12:1,2
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1 - OS PATRIARCAS
Durante a primeira parte do segundo milênio a.C., os patriarcas
viveram em meio às culturas do Oriente Próximo. Abraão
emigrou do vale dos rios Tigre e Eufrates para a Palestina, e
Jacó e seus filhos estabeleceram-se no Egito no final da era
patriarcal. A área entre o Nilo e os rios Tigre e Eufrates é
conhecida como Crescente Fértil.

Àquela época, as grandes pirâmides já haviam sido construídas


no Egito. Na Mesopotâmia, havia vários códigos que regulavam
o comércio e as relações sociais. Mercadores em caravanas de
camelos e jumentos cruzavam com frequência a Palestina, para
negociar nos dois maiores centros culturais do mundo antigo.

OS PAIS COMEÇARAM SUA JORNADA


TALVEZ ENTRE 2000 E 1800 A.C.
LOCALIZADOS NA IDADE DO BRONZE II

Hebreu (‘ibri), ou a forma cananeia Heber, significa “que é do


outro lado” e aparece apenas 33 vezes no Antigo Testamento,
enquanto Israel é usado 2.500 vezes.
VIVIAM EM TENDAS
CRIAVAM GADO MIÚDO
AS VEZES PLANTAVAM TRIGO E
PRODUZIAM VINHO
FICAVAM SOB TUTELA DAS
CIDADES
COMPRAVAM TERRENOS
FAZIAM ALIANÇAS

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1.1 - A LÍNGUA DOS PATRIARCAS


Acredita-se que as tribos israelitas adotaram a língua canaanita
ou foram influenciadas por ela, dando origem a formas arcaicas
do hebraico desenvolvidas posteriormente. Aliás, o idioma dos
israelitas nunca foi chamado de hebraico na Bíblia, mas língua
de Canaã (Isaías 19:18) ou judaico em textos mais tardios.
(André Reinke)

1.2 - O DEUS DOS PATRIARCAS


Temos uma informação bíblica
tardia de que Deus se manifestou
a Abraão, Isaque e Jacó como El
Shadday, e não como Iahweh
(Êxodo 6:3). Ou seja, segundo o
redator bíblico, os pais migrantes
não conheciam o nome Iahweh,
mas El, o nome divino com o qual
se depararam em Canaã.

EL COM DOIS LEÕES ALUDINDO AO PLANETA VÊNUS NA ALÇA DA FACA


DE GEBEL ALARAQUE

51
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Famílias de nômades ou seminômades, criadores de animais e


agricultores temporários típicos do Oriente Próximo Antigo,
vivendo em regime de patriarcado. Sua língua é desconhecida,
talvez um protoaramaico com influências cananeias — alguns
autores o tratam como paleo-hebraico.
Seguiam o chamado do Deus apresentado como Shadday,
depois agregando o nome El assimilado em Canaã. Construíam
altares e santuários ao Deus peregrino em diversos lugares,
sempre associados às manifestações sagradas durante sua
jornada.
(André Reinke)

2 - ABRAÃO
O Senhor tinha dito a Abrão: "Deixe sua terra natal, seus
parentes e a família de seu pai e vá à terra que eu lhe mostrarei.
Farei de você uma grande nação, o abençoarei e o tornarei
famoso, e você será uma bênção para outros.
Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o
amaldiçoarem. Por meio de você, todas as famílias da terra
serão abençoadas".
Gênesis 12:1-3
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Gn 12.1 a 12.18 Aprox. 2000 a.C.

Abraão é um dos mais importantes e bem conhecidos


personagens da história. Tanto no judaísmo quanto no
cristianismo, ele é considerado um patriarca. No cristianismo,
ele é lembrado como um homem de grande fé e pai dos fiéis.
Abraão nasceu em uma família de idolatras, em meio a um povo
pagão. Seu pai pode ter participado da adoração da Lua, na
cidade de Ur, e, mais tarde, em Harã. Em resposta ao chamado
de Deus, Abraão partiu de Harã e viajou pela palestina, uma
terra cerca de 600 quilômetros distante dali. Já velho recebeu a
promessa de um Filho e que seria pai de muitas nações. Abraão
era um homem Rico, vivia em uma cultura seminômade, onde a
terra e o estabelecimento local não tinham tanto valor. Além de
Isaque, Abraão teve outros filhos. O mais conhecido foi Ismael,
pai dos árabes, e Midiã, pai dos Midianitas. De acordo com a
bíblia os dois filhos foram abençoados.
É IMPORTANTE NOTARMOS QUE ABRAÃO NÃO É APRESENTADO
COMO HOMEM JUSTO, NEM É CONSIDERADO DIFERENTE DO
MUNDO. OUTRA PASSAGEM DEIXA CLARO QUE A FAMÍLIA DE
ABRAÃO NÃO ADORAVA JAVÉ. ENTÃO O SENHOR REALMENTE
APARECEU A ABRAÃO “DO NADA”.

Deslizes de fé
O nascimento de Ismael
A expulsão de Hagar
O Nascimento de Isaque
O Sacrifício de Isaque
A busca de uma esposa
para Isaque

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2 - JACÓ
No topo da escada estava o Senhor , que lhe disse: "Eu sou o
Senhor , o Deus de seu avô, Abraão, e o Deus de seu pai, Isaque.
A terra na qual você está deitado lhe pertence. Eu a darei a você
e a seus descendentes.

Gênesis 28:13
Então Jacó fez o seguinte voto: "Se, de
fato, Deus for comigo e me proteger nesta
jornada, se ele me providenciar alimento
e roupa, e se eu voltar são e salvo à casa
de meu pai, então o Senhor certamente
será o meu Deus.

Gênesis 28:20,21

O homem disse: "Deixe-me ir, pois está amanhecendo!". Jacó,


porém, respondeu: "Não o deixarei ir enquanto não me
abençoar". "Qual é seu nome?", perguntou o homem. "Jacó",
respondeu ele.
O homem disse: "Seu nome não será mais Jacó. De agora em
diante, você se chamará Israel, pois lutou com Deus e com os
homens e venceu".
Gênesis 32:26-28
2.1 - A ORIGEM DAS FUTURAS TRIBOS DE ISRAEL
LIA: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Diná
RAQUEL: José e Benjamim

BILA (Criada de Raquel): Dã e Naftali


ZILPA (Criada de Lia): Gade e Asser

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3 - JOSÉ E O EGITO (Gn 37 – 50)


José era o filho predileto de Jacó, por causa disso seus irmãos
passaram a odiá-lo e o venderam para mercadores ismaelitas
que o levaram cativo para o Egito. Ali se tornou um escravo e
sempre honrou a Deus em todo o tempo e não cedeu as
investidas da mulher de Potifar. Quando foi chamado para
interpretar os sonhos de Faraó Deus o honrou e fez com que se
tornasse o governador de todo o Egito, estando de baixo apenas
do Faraó. Com a fome os irmãos de José se viram obrigados a
buscar comida no Egito onde se reencontraram com seu irmão.
José os perdoou e chamou toda sua família para morar naquela
terra onde futuramente seriam escravizados. A ida dos israelitas
ao Egito se deu em torno de 1800 a.C.

José disse a seus irmãos: “Em breve morrerei, mas certamente Deus os
ajudará e os tirará desta terra. Ele os levará de volta para a terra que prometeu
solenemente dar a Abraão, Isaque e Jacó”.
Então José fez os filhos de Israel prestarem um juramento e disse: “Quando
Deus vier ajudá-los e conduzi-los de volta, levem meus ossos com vocês”.
José morreu com 110 anos. Os egípcios o embalsamaram e o colocaram em
um caixão no Egito.

Gênesis 50:24-26
55
CAPITULO

ESCRAVOS NO EGITO

Então o Senhor lhe disse: — Fique sabendo, com certeza, que


a sua posteridade será peregrina em terra alheia, será
reduzida à escravidão e será afligida durante quatrocentos
anos. Mas eu castigarei a nação que os escravizar. Depois eles
sairão com muitas riquezas.
Gênesis 15:13,14

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A NAÇÃO SANTA

A história sagrada toma uma nova dimensão a partir do livro de


Êxodo. Séculos se passaram em silêncio desde a morte de José.
Nesse ínterim, os descendentes dos patriarcas tornaram-se
extremamente numerosos. Um novo faraó subiu ao trono e viu
nesse crescimento populacional uma ameaça para os egípcios.
Passou, então, a escravizar e oprimir os israelitas. Sob a
liderança de Moisés, esse povo foi resgatado do cativeiro,
transformou-se numa nação independente e se preparou para
conquistar e ocupara terra de Canaã.
1 - O LIVRO DO ÊXODO
O nome hebraico do livro Shemot vem de suas primeiras
palavras ‫( ואלה שמות‬Ve'êle shemot) que significa “E estes são os
nomes.” A Septuaginta traduziu o nome do livro para o grego
Ἔξοδος, que seria vertido para o termo Êxodo que significa
“Saída”

1.1 Conceitos básicos:


• A supremacia de Javé sobre as divindades pagãs
• A lei mosaica como constituição religiosa e social para Israel
• O Êxodo como acontecimento da redenção do Israel Antigo
• A presença de Deus simbolizada pelo tabernáculo
• De acordo com a tradição MOISÉS
• Alguns estudiosos afirmam que moisés escreveu parte de
Êxodo e que organizadores fizeram acréscimos posteriores.
• Alguns consideram de autoria de Josué.
• A maioria reconhece Moisés como autor do registro da saída
do Egito.
• Na Hipótese Documentária as principais fontes seriam
Javista, Eloísta e Sacerdotal e teria sido organizado no pós
exílio.
57
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• Sesóstris III seria o faraó que promoveu José


• Declínio da dinastia XIII e controle dos Hicsos.
• Expulsão dos Hicsos e estabelecimento da Dinastia XVIII com
Ahmose.

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2 - A ESCRAVIDÃO NO EGITO
Os escravos eram essencialmente estrangeiros, pois os egípcios
só eram escravizados como punição de delitos muito graves. Os
escravos eram chamados de asiáticos e trazidos por duas vias:
como prisioneiros de guerra e pagamento de tributos dos reinos
subjugados ou no tráfico, para abastecer as propriedades
privadas, em ascensão durante o Novo Império. (André Reinke)

2.2 A língua e a escrita dos escravos israelitas


Como a lexicografia tem demonstrado, o alfabeto hebraico é
uma adaptação direta do fenício, sua origem costuma situar-se
depois da chegada dos israelitas a Canaã.
2.3 O Deus dos escravos
Deus respondeu a Moisés: "Eu Sou o que Sou. Diga ao povo de
Israel: Eu Sou me enviou a vocês".
Deus também instruiu Moisés: "Diga ao povo de Israel: Javé
‫) )ְיהָוה‬, o Deus de seus antepassados, o Deus de Abraão, o Deus
de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vocês. Esse é meu
nome para sempre, o nome pelo qual serei lembrado de geração
em geração.
Êxodo 3:14,15 59
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3 - O Chamado de Moisés

Então o Senhor lhe disse: "Por certo, tenho visto a opressão do


meu povo no Egito. Tenho ouvido seu clamor por causa de seus
capatazes. Sei bem quanto eles têm sofrido. Por isso, desci para
libertá-los do poder dos egípcios e levá-los do Egito a uma terra
fértil e espaçosa. (...) Agora vá, pois eu o envio ao faraó. Você
deve tirar meu povo, Israel, do Egito".
Êxodo 3:7-10

3.1 A Batalha Espiritual

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Foi assim que o Senhor libertou Israel das mãos dos egípcios
naquele dia, e os israelitas conseguiam ver os cadáveres dos
egípcios na praia.
Êxodo 14:30

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4 - A Aliança no Sinai

‘Vocês viram o que fiz aos egípcios. Sabem como carreguei vocês
sobre asas de águias e os trouxe para mim. Agora, se me
obedecerem e cumprirem minha aliança, serão meu tesouro
especial dentre todos os povos da terra, pois toda a terra me
pertence. Serão meu reino de sacerdotes, minha nação santa’.
Essa é a mensagem que você deve transmitir ao povo de Israel".
Êxodo 19:4-6

5 - A Lei
▪ As leis morais
▪ As leis Civis
▪ As leis cerimoniais
5.1 - Os Dez Mandamentos
"Eu sou o Senhor , seu Deus, que o libertou da terra do Egito,
onde você era escravo.
"Não tenha outros deuses além de mim.
"Não faça para si espécie alguma de ídolo ou imagem de
qualquer coisa no céu, na terra ou no mar.
"Não use o nome do Senhor , seu Deus, de forma indevida.
"Lembre-se de guardar o sábado, fazendo dele um dia santo.
"Honre seu pai e sua mãe...
"Não mate.
"Não cometa adultério.
"Não roube.
"Não dê falso testemunho contra o seu próximo.
"Não cobice a casa do seu próximo
62 Êxodo 20:2-17
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5.2 - A Lei do Senhor: Justiça e Santidade


"No futuro, seus filhos lhes perguntarão: ‘O que significa tudo
isso?’, e vocês responderão: ‘Com a força de sua mão poderosa,
o Senhor nos tirou do Egito, onde éramos escravos.
Êxodo 13:14
6 - Os Sacerdotes e o Tabernáculo

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7 - 40 anos no deserto
O povo de Israel demorou um pouco mais de um ano até
chegarem à terra prometida, mas o povo não confiou em Deus e
tiveram medo de possuir a terra. Apenas Josué e Calebe
acreditaram na promessa de que Deus os daria a terra.

7.1 - A Peregrinação no Deserto


Por causa da desobediência, o povo de Israel foi condenado a
peregrinar pelo deserto por cerca de 40 anos, até que toda a
geração de Josué e Calebe morressem e permanecesse apenas a
nova geração. Apenas Josué e Calebe foram poupados. Nem
mesmo Moisés pôde entrar na terra prometida por ter
desobedecido a Deus.

Mas, tão certo quanto eu vivo e tão certo quanto a terra está
cheia da glória do Senhor, nenhuma dessas pessoas entrará na
terra. Todas elas viram a minha presença gloriosa e os sinais
que realizei no Egito e no deserto. Repetidamente, porém, me
puseram à prova, recusando-se a ouvir a minha voz. Jamais
verão a terra que jurei dar a seus antepassados. Nenhum
daqueles que me trataram com desprezo a verá.
Números 14:21-23

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8 - Deuteronômio - A releitura da Lei


Com uma nova geração por conquistar a terra prometida a
leitura da Lei é feita novamente e a Aliança com Deus
reestabelecida.

A ESTRUTURA NARRATIVA DO PENTATEUCO


Gênesis 1 - 11: Prólogo Prímevo;

Gênesis 12 - 50: Registro dos patriarcas e das


matriarcas;

Êxodo 1.1 - 13.30: Israel no Egito

Êxodo 12.31 - 18.27: Êxodo Israelita, viagem ao monte


Sinai;

Êxodo 19.1 - Números 10.10: Israel acampado no


Sinai;

Números 10.11 - 12.16: Jornada no deserto do Sinai


até Cades-Barneia;

Números 20.1 - 21.35: Peregrinação desde Zim ao


monte Hor (Moabe);

Números 22 - Deuterônomio 34: Israel acampado em


Moabe;

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Este é um pequeno resumo da história do Povo de Israel nos 5


primeiros livros da bíblia. Vemos um Deus todo poderoso se
revelando e formando o seu povo, estabelecendo
relacionamento com eles e preparando o caminho para a vinda
do messias. É maravilhoso vermos a onipotência de Deus em
libertar seu povo milagrosamente, estabelecer uma aliança com
ele e permanecer cuidando, sustentando e conduzindo o povo
para uma vida Santa.

BIBLIOGRAFIA
HILL, Andew E. Panorama do Antigo Testamento/ Andrew E.
Hill, Jhon H. Walton. São Paulo: Editora Vida, 1995.

ARNOLD, Bill T. Descobrindo o Antigo Testamento/ Bryan E.


Beyer, Bill T. Arnold, Robert W. Yarbrough, Walter A. Elwell.
São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2001.

SCHULTZ, Samuel J. Curso Vida Nova de Teologia Básica.


Panorama do Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida
Nova, 2008.

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PANORAMA DO PENTATEUCO – ANEXO:

GÊNESIS
Autor............... Moisés, segundo a tradição.
Data................ 1450-1410 a.C
Propósito........ Mostrar como surgiu o mundo e tudo que ele
contém, a fim de explicar o desejo de Deus de ter um povo
separado para adorá-lo.
Temas............ Origem do mundo, humanidade, pecado, a nação
de Israel, a soberania e fidelidade de Deus, obediência e bênção.
Palavras-chave: Criação, aliança, genealogia.

ÊXODO
Autor................ Moisés, segundo a tradição.
Data................. 1450-1410 a.C
Propósito......... Registrar os eventos da libertação de Israel do
Egito e seu desenvolvimento como nação.
Temas............. A soberania de Deus, orientação, redenção,
aliança com Israel, obediência.
Palavras-chave: Libertação, sacrifício, sinal, tabernáculo,
santuário.

LEVÍTICO
Autor............... Moisés, segundo a tradição.
Data................ 1445-1444 a.C
Propósito......... Descrever os deveres dos levitas na adoração e
ensinar aos israelitas como viver de modo santo.
Tema............... A santidade de Deus e a santidade na vida
cotidiana. Palavras-chave: Santidade, oferta, sacrifício.
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PANORAMA DO PENTATEUCO – ANEXO:

NÚMEROS
Autor............... Moisés, segundo a tradição
Data................ 1450-1410 a.C
Propósito......... Contar como Israel foi preparado para entrar na
Terra Prometida, como eles pecaram e foram castigados e como
voltaram a entrar na terra.
Temas............. Rebelião, fé, justiça e fidelidade de Deus.
Palavras-chave: Censo, murmuração, pureza, tabernáculo.

DEUTERONÔMIO
Autor.............. Moisés, segundo a tradição, exceto o resumo
final, possivelmente escrito por Josué.
Data................ 1407-1406 a.C
Propósito......... O livro é um apelo em favor da obediência a
Deus motivados pelo amor e temor.
Temas............. A obediência traz a bênção; a desobediência, a
maldição. Palavras-chave: Aliança, obedecer, lembrar,
abençoado, amaldiçoado.

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