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Instituto Educacional Teológico do Gama

IBADEG
INSTITUTO E DUCACIO NAL T E O L ó G I CO
DO G A M A

LIVRO TEXTO:

Teologia
Sistemática IV
Pr.Jadyr Ferreira da Silva
Pr. Wilian Marcos Sabino Gomes
Ev. Cássio da Silva Barbosa
2022
Instituto Educacional Teológico do Gama
Todos os Direitos reservados pela lei dos Direitos
Autorais 9610/98. Nenhuma parte deste livro poderá ser
reproduzida, sob quaisquer meios. (eletrônico, fotográfico e
outros).
O conteúdo original da obra é de total e exclusiva
responsabilidade do autor.

Sobre o livro: Teologia Sistemática IVCategoria: (Ensino


Teológico)
Autoria e Pesquisas: Pr. Jadyr Ferreira da Silva. Pb.Willian
Marcos Sabino Gomes. Ev. Cássio da Silva Barbosa
Revisão Teológica: Pr Jadyr Ferreira da Silva
Revisão Textual: Professora Nildete Pinheiro
Digitação: Raquel Alves Lima
Capa: HBL Editora
Diagramação: HBL Editora
Formato: 14x 21 cm
Editora: HBL Editora
Telefone: (61) 3394-7846/ 3394-0557
Impresso em Brasília - Brasil
Instituto Educacional Teológico do Gama

Palavra do Presidente

Tenho-me por privilegiado e escolhido de


Deus ao receber a incumbência de criar o IBADEG -
Instituto Educacional Teológico do Gama, porque
sei da minha importância que isto representa para o
segmento Evangélico.
Chegamos para fazer a diferença na área do
Ensino Teológico, não somos apenas mais um Instituto
no mercado, somos o IBADEG; tudo aquilo que com
certeza vai somar para a boa formação de obreiros e
líderes com o Ensino de qualidade a nível médio, em
regime presencial e à distância a baixo custo e com
comodidade, aproveitando seu tempo disponível.
A Bíblia afirma no livro do profeta Oséias
4:6 “O meu povo foi destruído porque lhe faltou o
conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento,
também, eu te rejeitarei...” por isso gostaríamos
de incentivá-los a busca do conhecimento que é
fundamentado para o bom desempenho das atividades
ministeriais. Para isso será necessário que tenhas
vontade, persistência, disciplina e acima de tudo
disposição.

Egmar Tavares da Silva


Pastor Presidente
Instituto Educacional Teológico do Gama

Como Estudar este Livro

Às vezes estudamos muito e aprendemos ou


retemos pouco ou nada.
Isto em parte acontece pelo fato de estudarmos sem
ordem nem método.
Embora sucintas as oríentações que passamos a expor
ser-lhe-ão muito útil.

1. BUSQUE A AJUDA DIVINA

Ore a Deus dando-lhe graças e suplicando direção


e iluminação do alto. Deus pode vitalizar e capacitar
nossas faculdades mentais quanto ao estudo da palavra
de Deus. Nunca execute qualquer tarefa de estudo ou
trabalhos da palavra de Deus sem primeiro orar.

2. ALÉM DA MATÉRIA A SER ESTUDADA,


TENHA À MÃO AS SEGUINTES FONTES DE
CONSULTA E REFERÊNCIA:

• Bíblia, Se possível em mais de uma versão.


•Dicionário bíblico.
•Atlas bíblico.
•Concordância bíblica.
•Livro ou caderno de apontamentos individuais,
Teologia Sistemática IV

•Habitue-se a sempre tomar notas de seus estudos e


meditações.

3. SEJA ORGANIZADO AO ESTUDAR

A. Ao primeiro com a matéria procure obter


uma visão global da mesma,isto é,como um todo,
Não sublinhe nada. Não faça apontamentos. Não
procure referências na Bíblia. Procure sim descobrir
o propósito da matéria em estudo, isto é, o que deseja
ela comunicar-lhe.

B. Passe então ao estudo de cada lição observando


a sequência dos textos que a englobam. Agora sim à
medida que for estudando sublinhe palavras, Frases e
trechos chaves. Faça anotações no caderno a isso isso
destinado.

C. Ao final de cada lição encontra-se uma revisão


geral de cada parte do livro; perguntas e exercícios
que deverão ser respondidos sem consulta ao texto
correspondente. Responda todas as questões se for
possível, logo em seguida volte ao texto e confira
as suas respostas. Fazendo assim. Você chegará ao
final do seu estudo, com um bom aproveitamento no
aprendizado intelectual e espiritual.

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Instituto Educacional Teológico do Gama

APRESENTAÇÃO

AO INSTITUTO TEOLÓGICO DO GAMA


(IBADEG) como Centro difusor do Ensino da Palavra e
Guardião dos Oráculos Divinos, cabe a responsabilidade
de preservar sem mácula os sagrados preceitos da sã
doutrina; por isto mesmo, e por encontrarmo-nos numa
época em que as doutrinas heréticas proliferam no
mundo, confundindo até mesmo a um grande número
de salvos; mister se faz que, ensinemos à herança do
Senhor, “Todo o conselho de Deus...” de acordo com
At 20:20.
É por este e vários outros motivos que incluímos
na nossa grade curricular a matéria ‘TEOLOGIA
SISTEMÁTICA que no nosso caso terá o seu conteúdo
distribuído por quatro livros assim compreendidos:

1º livro: Bibliologia, Teologia e Cristologia;


2º livro: Pneumatologia, Antropologia e Harmatiologia;
3º livro: Soteriologia. Eclesiologia e Angelologia;
4º livro: Escatologia, Tipologia e Missiologia.

Sendo este, o quarto (4º) livro da série TEOLOGIA


SISTEMÁTICA é também o último a que nos
propusemos apresentar com assuntos tão diversificados
e polêmicos. Sabemos que são várias as correntes
de interpretações para alguns, dos temas por nós
abordados; Vários deles provocam controvérsias
e aguçam a curiosidade humana; e não poderia ser
diferente, porque senão seriamos tolhidos da liberdade
do exercício pleno do livre-arbítrio.
Neste livro estamos lhes apresentando as seguintes
matérias: ESCATOLOGIA – Doutrina das últimas
coisas; TIPOLOGIA BÍBLICA E MISSIOLOGIA.
Esperamos ter alcançado o nosso objetivo que é
auxiliar na árdua tarefa de conceituar doutrinas bíblicas
adequando-as aos princípios cristãos e convencionais
que norteiam os caminhos daqueles que se propõem
a seguir as santas pegadas do mestre Jesus Cristo de
Nazaré.
Versículo para meditação:
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil
para o ensino, para a repreensão, para a correção,
para a educação na justiça”. (2ª Tm 3.16)

Os Autores
Instituto Educacional Teológico do Gama

PREÂMBULO

Embora alguns críticos possam discordar


acreditamos piamente nos conceitos por nós
apresentados nos quatro volumes desta série
TEOLOGIA SISTEMÁTICA.
Escrever matérias didáticas ou teológicas não é
tarefa fácil.
Como são várias as correntes teológicas de
interpretação bíblica, há um leque variável de conceitos
que nos levam às vezes ao confronto de idéias e não
poucas vezes a especulações.
Tomando por base o que o Apóstolo Paulo
afirma na sua 1ª Carta aos Coríntios 13.9ª “Em
parte, conhecemos...” É bom que cada estudante da
Bíblia, tenha em mente outra afirmação do mesmo
Apóstolo Paulo que diz: “Ora, o homem natural não
compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe
parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas
se discernem espiritualmente”. Mas o que é espiritual
discerne tudo. E ele de ninguém é discernido (1º Cor
2.14 e 15).
Por isto mesmo o estudante da Bíblia precisa
distinguir corretamente os sentidos: literal, figurado e
simbólico da Palavra escrita, para que possa entendê-
la e interpretá-la.
Assim sendo, leiam com muita atenção o conteúdo
de mais este livro.
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SUMÁRIO

1ª Parte ESCATOLOGIA
Definição................................................................. 13
As Sete Dispensações............................................. 15
O Tempo da Vinda de Jesus Cristo......................... 23
Predição Profética do Batismo com o Espírito Santo..27
O Milênio................................................................ 39
O Juizo Final........................................................... 41
Novo Céu e Nova Terra........................................... 43
Conclusão............................................................... 45
Atividade de Apoio I................................................. 46

2ª Parte TIPOLOGIA
Introdução............................................................... 47
Adão........................................................................ 49
OAnimal Sacrificado para VestirAdão e Eva............... 49
Abel......................................................................... 50
A Arca de Noé......................................................... 50
Abraão Oferece Isaque............................................. 52
Uma Noiva para Isaque............................................ 54
O Carneiro que Substituii Isaque no Holocausto.....57
Melquisedeque........................................................ 57
Judá........................................................................... 58
José........................................................................... 59
José, o mais Perfeito Tipo de Jesus......................... 60
Exodo - Tipo de Cristo no Tabernáculo.................. 63
Uma Visão Panarâmica ............................................ 65
Átrio ou Pátio.......................................................... 67
A Cortina do Átio (Ex. 27:9-I2).............................. 68
A porta.................................................................... 72
O Altar de Bronze................................................... 82
A Pia de Bronze....................................................... 84
A Tenda Congregação............................................. 87
A Mesa dos Pães...................................................... 94
O Altar do Incenso................................................... 102
O Véu e o Santo dos Santos.................................. 105
A Arca e o Propiciatório........................................ 110
Tipologia de Cantares a Noiva do Cosdeiro.......... 119
Conclusão.............................................................. 127
Atividades de Apoio II........................................... 128

3ª Parte MISSIOLOGIA
A Missão da Igreja................................................ 129
Introdução............................................................. 130
Conclusão.............................................................. 139
Atividades de Apoio III.......................................... 140

Bibliografia........................................................... 141
Teste Final............................................................. 143
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PARTE I

ESCATOLOGIA

DEFINIÇÃO

A palavra escatologia é formada de duas palavras


gregas (eschatos = último, fim) e (logos = palavra,
discursão, instrução, ensino, assunto, tema). Portanto
escatologia é o estudo do fim ou estudo das últimas
coisas, ou ainda o estudo dos últimos dias.
Várias passagens das Escrituras empregam
a palavra eschatos juntamente com (heméra = dia).
Assim temos (eschatê heméra = último dia), usado
em Jo 6:39 e 7:37. A primeira ocorrência se refere
ao último dia da ressurreição, um dia escatológico,
enquanto que a segunda apenas faz alusão ao último
dia da festa de casamento. Temos (eschatais hemerais =
últimos dias) em At. 2:17; II Tm 3:1; Tg 5:3 e (escahtou
Tôn hemerôn = últimos dias ) em Hb 1:2. todas estas
passagens aludem ao período de tempo entre a 1ª e a
2ª vindas de Jesus. Os últimos dias iniciam-se com a
1ª vinda de Jesus que veio na “plenitude do tempo”
(Gl. 4:4), pois o tempo anterior à dispensação da lei já
estava cumprido (Mc 1:15; Lc 16:16). Estamos vivendo
os últimos dias. Esse período de tempo que a Bíblia
Teologia Sistemática IV

chama de últimos dias recebe ainda outras designações,


tais como: “Tempo aceitável... dia da salvação”
(Is 49:8) ou “ano aceitável do Senhor” (Is 61:2a);
“dispensação da plenitude dos tampos” (Ef 1:10) ou
“dispensação da graça” (Ef 3:2) ou “dispensação do
mistério” (Ef 3:9; “Tempo da oportunidade”, Tempo
sobremodo oportuno”, “dia da Salvação” (II Co 6:2),
“Tempos Oportunos” (II Tm 2:6), “Tempos devidos”
(Tt 1:3); “hoje” (Hb 3:7,15;4:7,8); “Fins dos Séculos”
(1 Co 10:11); “última hora” (I Jo 2:18).
Durante este período a Igreja tem a incumbência
de proclamar o evangelho antes que venha o “grande
e Terrível dia do Senhor (Mt 4:5), que porá fim aos
últimos dias, para inaugurar o “dia da vingança do
nosso Deus” (Is 61:2b)”.

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CAPÍTULO I

AS SETE DISPENSAÇÕES

I – Definição:
Dispensação é um período de tempo durante o
qual Deus prova os homens em referência à obediência
a uma revelação da sua vontade. Esta definição
expressa a idéia de tempo, mas a palavra dispensação
(OIKOVOVIA = OIKONOMIA) apresenta mais a
idéia de mordomia, administração, economia, isto é,
a responsabilidade humana diante do Deus Vivo (Ef.
1:10; Ef. 3:2,9; Cl 1:25; Hb 11:3; Lc 12:42-48; 1 Co
4:1).

II – As Sete Dispensações
A seguir apresentamos um esboço (resumido) das
sete dispensações. Observe que em cada dispensação
é dada ao homem uma prova ou responsabilidade
específica. Cada época termina em fracasso humano
e esse tem seu juízo correspondente. As dispensações
mostram que o homem está totalmente cheio de pecado
e perdido (Rm 3:10-23).

1 – DISPENSAÇÃO: INOCÊNCIA OU
Teologia Sistemática IV

SANTIDADE

A – Responsabilidade: Não comer

“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem


de Deus o criou; homem e mulher os criou”.
“E Deus os abençoou, e Deus lhes disse:
Frutificai e Multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a;
e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos
céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra”
(Gn 1:27-28).

“Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal,


dela não comerás; porque no dia em que dela comeres,
certamente morrerás”. (Gn 2:17)

B – Fracasso: Comeram

“E viu a mulher que aquela árvore era boa para


se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para
dar entendimento; Tomou de seu fruto, e comeu, e deu
também a seu marido, e ele comeu com ela”. (Gn 3:6).

C – Juízo: Maldição e Morte (vide Gn.3:16-19)


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2 – DISPENSAÇÃO: CONSCIÊNCIA

A– Responsabilidade: Obedecer, Sacrifício Derramando


Sangue

“E fez o Senhor Deus a Adão e à sua mulher


túnicas de peles. E os vestiu. Então disse o Senhor
Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo
o bem e o mal; ora para que não estenda a sua mão,
e tome também da árvore da vida, e coma e viva
eternamente”. (Gn 3:21-2)

“E Abel também trouxe dos primogênitos das


suas ovelhas, e da gordura; e atentou o Senhor para
Abel e para a sua oferta”. (Gn 4:4)

B – Fracasso: Corrupção

“E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida;


porque toda a carne havia corrompido o seu caminho
sobre a terra”. (Gn 6:12)

C – Juízo: Dilúvio Universal (vide Gn 6:7,13)

3 – DISPENSAÇÃO: GOVERNO HUMANO

A – Responsabilidade: Povoar e Espalhar-se por toda


a terra

“Quem derramar o sangue do homem, pelo


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Teologia Sistemática IV

homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez


o homem conforme a sua imagem. Mas vós frutificai
e multiplicaí-vos; povoai abundantemente a terra, e
multiplicai-vos nela”. (Gn 9:6-7)

B – Fracasso: Desobedeceram

“E disseram: Eia edifiquemos nós uma cidade e


uma torre cujo cume toque nos céus, e façamo-nos um
nome, para que não sejamos espalhados sobre a face
de toda a terra”. (Gn 11:4)

C – Juízo: Confusão de Línguas

“Por isso se chamou o seu nome Babel,


porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a
terra, e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda
a terra”. (Gn 11:9)

4 – DISPENSAÇÃO: PROMESSA

A – Responsabilidade: Permanecer em Canaã

“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra,


da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que
eu te mostrarei”.
“E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei
e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma benção. E
abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os
que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as
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famílias da terra”. (Gn 12:1-3)


“E apareceu-o Senhor a Abrão, e disse: A tua
descendência darei esta terra. E edificou ali um altar
ao Senhor, que lhe aparecera”. (Gn 12:7).

B – Fracasso: Morreram no Egito

“E havia fome naquela terra; e desceu Abrão ao


Egito, para peregrinar ali, porquanto a fome era grande
na terra (Gn 12:10).
“E tomaram o seu gado e os seus bens que
tinham adquirido na terra de Canaã, e vieram ao Egito,
Jacó e toda a sua descendência com ele”. (Gn 46:6)

C – Juízo: Escravidão (vide Ex 1:8-14)

5 – DISPENSAÇÃO: LEI

A – Responsabilidade: Guardar a Lei

“Então todo o povo respondeu a uma voz, e


disse: Tudo que o Senhor tem falado faremos”.
“E relatou Moisés ao Senhor as palavras do povo”.
(Êxodo 19:8)

B – Fracasso: Violaram A Lei, Rejeitavam Cristo.

“O presidente, porém, disse: Mas que mal fez


ele? E Eles mais clamavam, dizendo: Seja crucificado”.
(Mateus 27:23)
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Teologia Sistemática IV

C – Juízo: Dispersão Mundial (vide Deuteronômio


28:63-66 e Lc.21:24)

6 – DISPENSAÇÃO: GRAÇA OU IGREJA

A – Responsabilidade: Receber Cristo Pela Fé; Andar


no Espírito.

“Mas, a todos quantos o Receberam, deu-lhes


o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem
no seu nome”. (João 1:12)
“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê
já está condenado, porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus”. (João 3:18)
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto
não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras,
para que ninguém se glorie”. (Efésios 2:8-9).

B – Fracasso: Rejeição de Cristo

“E não quereis vir a mim para terdes vida”. (João


5:40 e 2 Tm.3:1-7)

C – Juízo A Grande Tribulação

“Porque haverá então grande aflição, como


nunca houve desde o princípio do mundo até agora,
nem tampouco há de haver”. (Mateus 24:21)
“Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem
poderá subsistir?” (Apocalipse 6:17)
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7 – DISPENSAÇÃO: O REINO (PROMETIDO A


ISRAEL, RESTAURADO).

A – Responsabilidade: Obedecer e Adorar a Cristo


(vide Isaìas 11:3-5 e Zac.14:16,17)

B – Fracasso: Rebelião Final

“E acabando-se os mil anos será solto da sua


prisão. E sairá a enganar as nações que estão sobre os
quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número
é como a areia do mar, para juntá-las em batalha. E
subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial
dos Santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo,
do céu, e os devorou”. (Apocalipse 20:7)

C – Juízo: O Grande Trono Branco, Inferno.

“E vi um grande trono branco, e o que estava


assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o
céu; e não se achou lugar para eles”. E vi os mortos,
grandes e pequenos, que estavam diante de Deus, e
abriram-se os livros; e abriu-se outro livro, que é o da
vida. E os mortos foram julgados cada um segundo
suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no
lago de fogo. Esta é a segunda morte.
“E aquele que não foi achado escrito no livro da
vida foi lançado no lago de fogo”. (Apocalipse 20:11-
15).
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Teologia Sistemática IV

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CAPÍTULO II

O TEMPO DA VINDA DE JESUS CRISTO

Tentativas houve para determinar a data de


Cristo, mas em nenhuma delas o Senhor veio na hora
marcada pelos homens.
E destacou que o tempo exato da sua vinda está
oculto em Deus; Mateus 24:36-44

I – Os Sinais que Precederão a sua Vinda

Falsos Cristos (Mateus 24:5): “Porque muitos


virão e meu nome dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão
a muitos”.
Guerras (Mateus 24:6): “E ouvireis de guerras
e rumores de guerras; olhai não vos assusteis porque
é mister que isso aconteça, mas ainda não é o fim”.

I – Guerra Mundial – 8 milhões morreram 15 milhões


mutilados.

II – Guerra Mundial – 55 milhões morreram

Fome Mateus 24:7... “Haverá fomes”...


Milhares de pessoas morrem [de fome] diariamente
no mundo.
Teologia Sistemática IV

Pestes Mateus 24:7... “E pestes”...


Câncer, cólera, AIDS e outras.

Terremotos Mateus 24:7... “E terremotos em vários


lugares”...
1985: 8.000 mortos no México
1988: 25.000 mortos na Armênia
1990: 35.000 mortos no Irã
1993: 30.000 mortos na Índia

Multiplicação do Pecado Mateus 24:12 “e, por se


multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos se esfriará”.

Proliferação do ocultismo I Timóteo 4;1. “Mas o


Espírito expressamente diz que nos últimos tempos
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos
enganadores, e a doutrinas de demônios”.

Decadência Moral II Timóteo 3:1-2. “Sabe,


porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos
trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si
mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos,
desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos”...

Ciência Avançada Naum 2:4. “Os carros correrão


furiosamente nas ruas, colidirão um contra o outro nos
largos caminhos; o seu aspecto será como os de tochas,
correrão como relâmpagos”.
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II – Confirmações Bíblicas da Sua Vinda

Do próprio Jesus Mateus 24:27


Dos Apóstolos I João 2:28
Dos Profetas Isaías 60:1-2
Dos Anjos Atos 1:10-11

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Teologia Sistemática IV

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CAPÍTULO III

PREDIÇÃO PROFÉTICA DO BATISMO COM


O ESPÍRITO SANTO

A segunda vinda de Jesus será dividida em duas


fases:

1ª Fase: Arrebatamento da Igreja


2ª Fase: A Vinda de Jesus em Glória

1ª FASE: ARREBATAMENTO DA IGREJA

O termo arrebatar significa “Tirar com violência”

A – Aspectos Gerais

 Será ante a última Trombeta (1 Cor. 15:52):


“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante
a última trombeta; porque a trombeta soará, e os
mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos
transformados”.

 Será muito rápido (Mateus 24:27): “Porque,


assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra
no Ocidente, assim também é a vinda do Filho do
Homem”.
Teologia Sistemática IV

Cristo virá até as nuvens (Atos 1:9-11)...: “Vendo-o


eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu...
Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no
céu, há de vir assim como para o céu o viste ir”.

Ocorrerá a ressurreição da vida João 5:29

Os mortos ressuscitarão primeiro (I Tess.


4:16): ... “E os que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro”.

A Grande Tribulação

Enquanto a Igreja se regozija no céu, a terra é sacudida


por grandes catástrofes, as quais resultam dos juízos de
Deus. A Grande Tribulação iniciar-se-á tão logo ocorra
o arrebatamento da igreja.
A Terra entrará em pânico total com o
desaparecimento dos Filhos de Deus, e em meio a
desordem surgirá um ser que aparentemente solucionará
os problemas mundiais, trazendo uma falsa paz.
Este período de Grande Tribulação é o
cumprimento literal da última semana de Daniel (70ª
Semana) Daniel 9:24-27. Será após o Arrebatamento
da Igreja II Tes. 2:6-7

A Duração deste Período será de Sete Anos Divididos


em Duas Etapas.

3 anos e meio de falsa paz.


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3 anos e meio de Grande Tribulação


Apoc. 13:5... “E deu-se lhe poder para continuar por
quarenta e dois meses”.
Ler Daniel 9:24-27

Será o grande dia da ira de Deus. Apoc. 6:16-17,


Sofonias 1:14-18

 Reino do Anti-Cristo II Tes. 2:3. “Ninguém de


maneira nenhuma vos engane, porque não será assim
sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o
homem do pecado, o filho da perdição”.

O que será que os salvos verão quando forem


arrebatados?
O que acontecerá com a Igreja após o
arrebatamento?

II Cor. 5:10: “Porque todos devemos comparecer


ante o Tribunal de Cristo, para que cada um receba
segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem
ou mal”.
Este julgamento não foi estabelecido para
determinar se as pessoas que diante dEle comparecerem
são culpadas ou inocentes, isto é, salvas ou perdidas,
uma vez que já foram arrebatadas. Agora se trata da
questão de recompensa.

Cristo irá galardoar os seus (Apoc. 22:12): ...


“E o meu galardão está comigo, para dar a cada um
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Teologia Sistemática IV

segundo a sua obra”.


As obras serão provadas (I Cor. 3:13): “A obra de cada
uma se manifestará; na verdade o Dia a declarará,
porque pelo fogo provará qual seja a obra de cada um”.

Vejamos alguns tipos de obras

Ouro – Justiça, Pureza.


Prata – Perdão
Pedras Preciosas – Solidez
Madeira – Humanidade
Feno – Alimento Fraco
Palha – Muito Volume

“Como estamos construindo o nosso edifício


espiritual?”

Vejamos alguns tipos de galardão

Coroa incorruptível (I Cor. 9:25): “E todo aquele


que de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma
coroa corruptível, nós, porém, uma incorruptível”.
Reservada aos que tem autodomínio

Coroa da vida (Apoc. 2:10): ... “sê fiel até a morte,


e dar-te-ei a coroa da vida”. Reservada aos mártires e
sofredores

Coroa de glória (I Pe 5:3-4): “Nem como tendo


domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de
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exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo


Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória”.

Reservada aos Ministros que presidem com fidelidade

Coroa da justiça (II Tim. 4:8): “Desde agora, a coroa


da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo
juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas
também a todos que amarem a sua vinda”.

Reservada aos que amam a sua vinda

Pedra branca (Apoc. 2:17): ... “Ao que vencer darei


a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra
branca”...
Utilizadas nos julgamentos
Utilizadas por pessoas especiais
Utilizadas pelos vencedores

As bodas do Cordeiro

Este glorioso evento terá seu início tão logo


termine o Tribunal de Cristo.
As Bodas do Cordeiro será o enlace matrimonial
entre Cristo e a Igreja.

Será a sua abertura com louvor (Apoc. 19:7):


“Regozijemos-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe
glória; porque vindas são as bodas do cordeiro”...
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Teologia Sistemática IV

A esposa estará preparada (Apoc. 19:7)... “E já a sua


esposa se aprontou”.

Será celebrada a grande Ceia do Senhor (Apoc.


19:9)... “Bem aventurado aqueles que são chamados
à ceia das bodas do cordeiro”.

Cristo mesmo Servirá a mesa. (Lucas 12:37): ... “Em


verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à
mesa, e, chegando-se, os servirá”.

Os crentes do A.T. participarão desta festa (Mateus


8:11): ... “E assentar-se-ão à mesa com Abraão, Isaque
e Jacó no reino dos céus”.

OBS: Os mártires da Grande Tribulação não


participarão desta festa.

2ª FASE – A VINDA DE JESUS EM GLÓRIA

É a sua revelação ou manifestação pessoal em


glória, majestade e poder às nações da terra.
Esta revelação se dará logo termine as Bodas do
Cordeiro Apo. 19:11-16

Sua vinda se dará lentamente (Mateus 24:30): ‘Então,


aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas
as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do
Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
grande glória”.
32
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

Todo olho o verá (Apo. 1:7) “Eis que vem com as


nuvens, e todo olho o verá”...

Virá acompanhado da esposa (Id. 14)... ”Eis que é


vindo o Senhor com milhares de seus santos”.
Apo. 19:14. “E seguiram-no os exércitos que há no céu
em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e
puro”.

Virá acompanhado pelos anjos (Mateus 25:31)): “E,


quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos
os santos anjos, com Ele, então, se assentarão no trono
da sua glória”.

Haverá convulsões na terra. (Mateus 25:29): “E, logo


depois da aflição daqueles dias o sol se escurecerá, e a
lua não dará mais a sua luz, e as estrelas cairão do céu,
e as potências dos céus serão abalados”.

Descerá sobre o Monte das Oliveiras (Zac. 14:4):


“E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o Monte
das Oliveiras”...

O povo Judeu será libertado (Zac. 14:45) ... “E


o Monte das Oliveiras será fendido pelo meio,... e
fugireis pelo vale dos meus montes”.

Será o fim da Grande Tribulação (Apo. 20:2): “Ele


prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e
satanás, e amarrou-o por mil anos”.
33
Teologia Sistemática IV

A ressurreição dos mártires da grande tribulação


(Apo. 20:4)... ”E vi as almas daqueles que foram
degolados pelos testemunhos de Jesus, e pela palavra
de Deus”...

Implantará o reino milenial (Apo. 19:15): “E da sua


boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as
nações; e ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo
é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus
todo poderoso”.

As Duas Bestas

A que subiu do mar. Apo. 13:7-10, Significa um


dirigente político.
A que subiu da terra, Apo. 13:11-18, Significa
um dirigente religioso.
Conhecido como falso profeta Apo. 19:20

Os Sete Selos

Primeiro Selo – Cavalo Branco Apo. 6:1-2


Cavalo Branco significa falsa paz
Como conseguirá implantar esta paz?
Resolvendo o problema do arrebatamento
Resolvendo o problema sócio – político
Ler Apo. 6:7-12

Segundo Selo – Cavalo Vermelho Apo. 6:3-4


Cavalo Vermelho significa guerra
34
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

Inicio da segunda etapa da Grande Tribulação. Apo.


12:12 ‘Pelo que alegrai-vos, ó céus, e vós que neles
habitais. “Ai dos que habitam na terra e no mar; porque
o diabo desceu a vós, e tem grande ira, sabendo que já
tem pouco tempo”.

Terceiro Selo – Cavalo Preto Apo. 6:5-6


Cavalo Preto significa dificuldade e fome
Balança significa controle
Começa a escassez de alimento Apo. 13:16-17

Quarto Selo - Cavalo Amarelo Apo. 6:7-8


Cavalo Amarelo significa doença e morte

Quinto Selo Os Mártires Apo. 6:9-11


A visão dos Mártires da Grande Tribulação. São
aqueles que não receberão o sinal da besta.

Sexto Selo A Vinda de Jesus Apo. 6:12-17


A Vinda do Senhor em Glória

Sétimo Selo As Trombetas Apo. 8:1-2

As Sete Trombetas

Primeira Trombeta Apo. 8:7


1/3 dos alimentos são destruídos
Começa a fome sobra a terra Apo. 6:6

Segunda Trombeta Apo. 8:8-9


35
Teologia Sistemática IV

1/3 das águas dos mares apodrecem


1/3 das criaturas marítimas morrem
1/3 dos navios e embarcações naufragam

Terceira Trombeta Apo. 8:10-11


1/3 das águas doce apodrecem
A sede se intensifica mais Isaías 19:5-8
Comparar com Êxodo 7:20-24

Quarta Trombeta Apo. 9:1-6


Começa a ira de Deus sobre os homens
O abismo é aberto e soltos os demônios Lucas 8:31
Os homens que tiverem o sinal da besta serão possessos.
Não haverá morte por cinco meses.

Sexta Trombeta Apo. 9:14-16


São chefes de 200 milhões de demônios
Sétima Trombeta apo. 11:15
Esta Trombeta se refere ao milênio

As Sete Taças

Primeira Taça Apo. 16:1-2


Chaga má e maligna será uma epidemia mundial.
Comp. Com Êxodo 9:9 e Jo 2:7
Esta praga afetará quem tem o sinal da besta

Segunda Taça Apo. 16:3


Toda água apodrecerá
Todas as criaturas aquáticas morrerão
36
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

O odor da podridão dos mares será insuportável.


Terceira Taça Apo. 16:4
Toda água potável se contaminará
As criaturas aquáticas morrerão
Leiamos Isaías 19:5-8

Quarta Taça Apo. 16:8-9


Calor intenso
OBS: A falta de alimento, as úlceras, o mau cheiro, o
sol causticante, os homens possessos. “Serão homens
normais”

Quinta Taça Apo. 16:10-11


Dores insuportáveis

Sexta Taça Apo. 16:12-16


Preparação para o Armagedom

Sétima Taça Apo. 16:17-21


A vinda do Senhor em Glória

37
Teologia Sistemática IV

38
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CAPÍTULO IV

O MILÊNIO

DEFINIÇÃO: Após a Grande Tribulação, Cristo


voltará em glória, pousará seus pés sobre o Monte das
Oliveiras, e assim iniciará o Reino Milenar.

Aspectos Gerais

Quem viverá no milênio?


Cristo reinará sobre o mundo. Apo. 11:15, Zac. 14:9
Satanás será preso por mil anos Apo. 20:1-2
Cristo será reconhecido como Rei dos Reis Apo. 19:16
Será um reinado de paz
Os armamentos serão destruídos Ezeq. 39:9-10
Algumas armas serão Transformadas [em instrumentos
pacíficos] Isaías 2:4, Miq. 4:3-4
Jerusalém será a capital do reino. Isaías 2:2-3
Haverá o julgamento das nações Mat. 25:31-32
Conforme o tratamento que deram a Israel. Joel 3:2
O grande enterro dos mortos Ezeq. 39:11-15
Os homens serão poucos no início Isaías 13:12
A maldição da terra será tirada Isaías 29:17
O mar morto terá vida Ezeq. 36:29-30, 47:9-10
Não haverá doenças. Isaías 29:17-19, 35:5-6
Teologia Sistemática IV

A idade será prolongada. Iasías 64:19-20


Todos conhecerão a Cristo. Mateus 24:4. Isaías 11:9
Haverá Salvação no Milênio Isaías 65:23-24
Não haverá mais crises. Isaías 65:21-23
As nações adorarão ao Senhor anualmente. Zac. 14:16-
19
Os animais serão dóceis Isaías 11:6-9
O sol brilhará mais Isaías 30:26
A lua será como o sol Isaías 24:23
Israel receberá Jesus como Messias Zac. 12:10-11, 13:6
Israel possuirá toda terra prometida Gen. 15:8,17:7-8
Israel será reconhecido como cabeça Zac. 8:23
No final Satanás será solto Apo. 20:7-9
Enganará as nações
Será lançado no lago de fogo Apo. 20:10

40
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CAPÍTULO V

O JUÍZO FINAL

A cena do Juízo Final que aparece na Bíblia é


esta que fala em justiça soberana e santa.
A idéia do Juízo é retratada através do Rei sobre
o seu trono medindo a justiça de todos que estão à sua
frente.
Os termos usados para descrever o trono
“Grande e Branco” salienta a Soberania e Santidade.

Aspectos Gerais

Cristo será o Juiz Atos 17:31


A esposa o auxiliará I Cor. 6:2
Quem será julgado?
Os mortos Apoc. 20:12-13
Os anjos caídos I Cor. 6:3
Como será o julgamento?
Conforme as obras. Rom. 2:5-7
Baseado no que foi escrito. Apoc. 20:12
Todos serão condenados?
Teologia Sistemática IV

42
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CAPÍTULO VI

NOVO CÉU E NOVA TERRA

“Então vi um novo céu e uma nova terra. Porque


já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar
já não existe”.

Aspectos Gerais

“Novo céu e nova terra” Apoc. 21:1


“O mar já não existe” Apoc. 21:1
O “tabernáculo de Deus” Apoc. 21:3
“Fora estão os abomináveis”
A “nova Jerusalém” Apoc. 21:9-10
A cidade é de ouro Apoc. 21:18,21
As dimensões da cidade Apoc. 21:16-17
As pedras preciosas Apoc. 21:19-21
A árvore da vida Apoc. 22:1-5
Convite Final Apoc. 22:17. “E o espírito e a esposa
dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem
sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da
vida”.

Jesus acabou de dizer “Eis que venho sem


demora”, Apoc. 22:12.
Teologia Sistemática IV

O Espírito, a noiva e todo aquele que ouve fazem


como na súplica, “Vem”. Jesus responde. “Certamente,
venho sem demora” v.20.
É a última palavra Sua, de que se tem registro,
o recado de despedida à noiva que O aguarda ao
desaparecer Ele das nossas vistas.
A passagem contém um convite aos pecadores
para que venham a Ele, a fim de estarem prontos
quando Ele voltar.

44
Instituto Educacional Teológico do Gama

CONCLUSÃO

É recomendável aos estudantes da Bíblia que tragam


sempre em mente as palavras registradas no livro das
revelações escatológicas do Novo Testamento (O
Apocalipse) que diz: “Eis que venho sem demora,
guarde o que tens para que ninguém tome tua coroa.
Apocalipse 3:11”

Que Deus nos abençoe e guarde.

Ev. Cássio da Silva Barbosa.


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ATIVIDADES DE APOIO I

Complete as afirmações abaixo.

a)A palavra escatologia é formada de duas palavras


gregas (___________________________________,e
(________=________________________________).

b)___________________________________ é um
período de tempo que Deus prova os homens em
referência a obediência a uma revelação da sua vontade.

c)A segunda vinda de Jesus Cristo será dividida em


duas fases. A 1ª fase _________________________
_____________

d)2ª fase.____________________________________

e)A grande tribulação também será dividida em duas


fases. 1ª fase: três anos e meio de _________________
____________________ 2ª fase: mais, três anos e meio
de ________________________________________.

f)Coroa incorruptível, coroa da vida, coroa de


glória, coroa de justiça, pedra branca; são tipos de
__________________________ que estão reservados
aos que permanecerem fiéis.
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2ª PARTE

TIPOLOGIA

INTRODUÇÃO

O Antigo Testamento é um celeiro de revelações


acerca de Jesus Cristo. Ele aparece nas mais diversas
formas e ocasiões, onde foi necessária Sua presença.
As fontes mais fidedignas* e pentecostais crêem
que a expressão Anjo do Senhor, que ocorre mais de
50 vezes no Antigo Testamento, identifica à pessoa do
Filho de Deus, em suas mais diversas atuações.
O Filho de Deus, Jesus, foi manifestado a várias
pessoas no Antigo Testamento. Abraão por exemplo,
viu-o no Cordeiro que substituiu Isaque e Jesus deu
testemunho disso, (Jo 8.56). Jacó viu-o na visão da
escada, (Gn 28.12), e o próprio Jesus, mais tarde, fala
acerca disso, (Jo 1.51).
Quando o povo de Deus saiu do Egito, naquela
noite, foi instituída a Páscoa para Israel. Cada família
tomaria para si um cordeiro, disse o Senhor, (Ex 12.3).
Todo o ritual da Páscoa mostrava o sacrifício de Cristo.
João Batista falou do Cordeiro (Jo 1.29), o apóstolo
Paulo falou da Páscoa, (I Co 5.7).
Em cada figura do tabernáculo se podia ver a pessoa
Teologia Sistemática IV

do Filho de Deus; sua natureza divina e humana, sua


obra redentora, ressurreição e seus ministérios como
rei, profeta e sacerdote. Através da tipologia podemos
contemplá-lo ao longo do Antigo Testamento. Ele
pode ser visto em cada um dos 39 livros do Antigo
Testamento, onde aparece como figura central, por
exemplo, em Gênesis, Ele é a providência das vestes
que cobriram a nudez e a vergonha do 1º casal, ele é
a Semente da mulher; em Josué, o Capitão da nossa
salvação.
Jesus Cristo, nosso Senhor, é para o universo, Israel,
a Igreja, e para o mundo, o centro perfeito; onde todas
as coisas acontecem conforme o apóstolo Paulo afirma
em Romanos 11.36 “Porque dele, e por meio dele,
e para ele são todas as coisas”. A ele, pois, a glória
eternamente.

O QUE É UM TIPO?

A palavra vem do grego, significa molde ou sinal.


Aquilo que inspira fé como modelo. Personagem
paradigmática.
Os tipos de Cristo são personagens, animais
ou objetos, no caso, de Gênesis, que possuíram
características “messiânicas”. Eram profecias vivas,
ou
Visíveis, a respeito de Cristo. Estudando a respeito
desses personagens, entendemos um pouco mais sobre
o caráter de Jesus e do seu ministério. Tais pessoas
e fatos, abordados na seqüência, eram sombras da
realidade, que é Cristo.
48
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OS TIPOS DE CRISTO EM GÊNESIS

ADÃO

Este foi o primeiro homem. Talvez não o


associássemos à pessoa de Cristo se Paulo não o tivesse
feito. O apóstolo traça tal paralelo em Romanos 5.12-21
e em I Cor. 15.21,22, 45-49. A semelhança entre Jesus
e Adão está no fato de ambos terem sido os primeiros
de suas respectivas “espécies”. Adão foi o primeiro
da raça humana. Jesus foi o primogênito dos filhos de
Deus (Rm 8.29). Seus atos foram determinantes na
formação da natureza de seus descendentes (Rm 5.19;
Is 53.10). Tanto o pecado de Adão quanto a salvação em
Cristo podem ter conseqüências eternas, dependendo,
para isso, da escolha que se faz pelo livre-arbítrio. Além
desses pontos, a comparação entre os dois é feita com
ênfase no contraste:

O ANIMAL SACRIFICADO PARA VESTIR


ADÃO E EVA

O pecado trouxe a consciência da nudez e,


conseqüentemente, a vergonha. Eles tomaram a
iniciativa de fazer algo que os cobrissem. Usaram
folhas de figueira para fazer aventais, ou cintas.
Tanto o material era inadequado quanto insuficiente
a extensão da roupa produzida. Deus então lhes
fez túnicas de peles (Gn 3.21). A pele iria cobri-los
convenientemente, além de aquecê-los. Para que Deus
49
Teologia Sistemática IV

utilizasse peles, entendemos que pelo menos um animal


deveria ser morto.
A iniciativa humana para cobrir os danos do pecado
é totalmente ineficaz. Só Deus podia fazê-lo. Para isso,
ele enviou o seu filho, o Cordeiro de Deus, que, tendo
sido morto, nos cobre, nos protege e nos torna dignos
de chegar à presença de Deus sem constrangimentos.

ABEL

Abel foi morto sem que fosse digno de morte. Seu


sangue clamava a Deus desde a terra. Jesus também foi
morto sem haver cometido nenhum crime e seu sangue
fala melhor que o de Abel. Vemos um paralelo simples
entre Abel e Jesus, conforme descrito em Hebreus
12.24.

A ARCA DE NOÉ

Quando Deus decidiu destruir os homens perversos


e pecadores, ele mandou que Noé construísse a arca.
Este seria o único meio de salvação neste tempo que
antecede a destruição final. Noé “pregava a arca”
como a última chance. Nós pregamos o Cristo.
Evidentemente, só entraria na arca quem cresse na
palavra de Noé, na segurança da embarcação e se
arrependesse de sua condição de pecado. Entrar na arca
era um ato público e subentende renúncia ao que ficava
para trás. Tudo isso encontra paralelo na conversão a
50
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Cristo. Finalmente, cabe lembrar que a salvação pela


arca foi comparada ao batismo pelo apóstolo Pedro em
sua primeira epístola (3.20-21).
Assim como a longanimidade de Deus esperava
nos dias de Noé, assim também hoje Deus não quer
que alguns se percam: “Não retarda o Senhor a sua
promessa, como alguns a julgam demorada; pelo
contrario, ele é longânime para convosco, não querendo
que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao
arrependimento” (2Pedro 3.9).
Assim como só havia uma arca, e esta só possuía
uma porta, assim também só há uma arca de salvação
hoje. Ela foi terminada no Calvário, e sua única Porta,
Jesus Cristo, ainda esta aberta a todos que queiram
abrigar-se do juízo divino (João 10.9). O tempo para
a salvação é hoje. Amanhã pode ser tarde demais
(Hebreus 3.7,8). Tipo - “(Quando os grandes e sábios
provaram para a sua satisfação que era impossível
ser o mundo destruído pela água, quando os temores
do povo se acalmaram, quando todos consideraram a
profecia de Noé como uma ilusão, e o olhavam como
a um fanático, então é que veio o tempo de Deus.)
... Antítipo – (Quando os raciocínios da filosofia
houverem banido o temor dos juízos de Deus; quando
ensinadores religiosos estiverem a apontar no futuro
para longas eras de paz e prosperidade, e o mundo
estiver absorto em sua rotina de negócios e prazeres,
plantando e construindo, banqueteando-se e divertindo-
se, ... então é que súbita destruição lhes sobrevirá, e
não escaparão). (I Tess. 5:3).”.
51
Teologia Sistemática IV

ABRAÃO OFERECE ISAQUE

“Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único


filho, Isaque, a quem amas, e vai-te a terra de Moriá;
oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes,
que eu te mostrarei. Levantou-se, pois, Abraão de
madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou
consigo dois dos seus servos, e a Isaque, seu filho;
rachou lenha para o holocausto, e foi para o lugar que
Deus lhe havia indicado... Tendo Abraão erguido os
olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres
entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu
em holocausto, em lugar de seu filho” (Gênesis 22.2,3,
13).
Abraão estava disposto a obedecer, por isso
levantou-se de madrugada e preparou-se para a longa
viagem até o monte Moriá. Cada incidente, ao longo
do caminho, reveste-se de profundo significado. Ao
pé do monte, disse Abraão a seus moços: “Ficai-vos
aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali, e
havendo adorado, tornaremos a vós” (Gênesis 22.5).
O “tornaremos” indica a fé profunda do patriarca,
para quem Deus era poderoso para substituir seu filho,
ou mesmo ressuscitá-lo.
A pergunta natural de Isaque: “Eis aqui o fogo e a
lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?”
(Gênesis 22.7), Abraão responde com convicção:
“Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto”
(v. 8). Deus o Pai, identificado neste texto como àquele
que provê (Jeová Jiré), honrou a fé nele depositada, e
52
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proveu uma vítima substituta para Isaque, mas somente


depois de Abraão haver ido até o fim na sua obediência
a ordem do Senhor.
Assim como Isaque, que já não era uma criança.
Poderia facilmente ter evitado tornar-se uma vítima,
assim também o outro Isaque, o Senhor Jesus Cristo,
poderia, se o desejasse ter evitado a cruz. Eis as suas
palavras: “Dou a minha vida pelas ovelhas... Ninguém
ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou. Este
mandamento recebi de meu Pai” (Jo 10.15,18). O
autor da carta aos Hebreus afirma que Cristo orou com
grande clamor e lagrimas, aquele que podia livrá-lo
da morte (Hebreus 2.14,15), mas voluntariamente
submeteu-se há vontade do Pai, “sendo obediente até
a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2.8).
Muito mais forte que o amor de Abraão por Isaque
foi e ainda é o amor do Pai Celestial por seu Filho
Jesus. Contudo, para nos salvar Deus o entregou a
morte, provando o seu amor por nos, sendo nós ainda
pecadores (Romanos 5.8; 8.32; João 3.16). Abraão
encontrou substituto para Isaque, mas para Jesus não
havia substituto. Sua oração para que, se possível,
o amargo cálice do sofrimento e da morte lhe fosse
tirado, teve de ser complementado por outra: “não seja,
porém, o que eu quero, mas o que tu queres” (Marcos
14.35,36). Quando consideramos o Isaque levando a
lenha sobre seus ombros, subindo um monte até então
sem nome, temos em Abraão e no cordeiro figuras de
Deus Pai e Deus Filho. TIPO – (Gêneses 22:6, 13
Abraão pegou a lenha para o sacrifício e pôs nos
53
Teologia Sistemática IV

ombros de Isaque. Pegou uma faca e fogo, e os dois


foram andando juntos... Tendo Abraão erguido
os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos
chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro
e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.).
ANTÍTIPO (Jo 1:17 Tomaram eles, pois, a Jesus;
e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o
lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico,).

UMA NOIVA PARA ISAQUE

Se no drama de Moriá - onde mais tarde se ergueria


o Templo israelita - temos em Abraão e no cordeiro
figuras do Deus Pai e Deus Filho, no casamento de
Isaque deparamo-nos com os mais perfeitos tipos de
toda a Trindade.
Se Isaque foi um tipo fiel de Cristo em sua
obediência até a morte, também o foi em relação ao
seu casamento com Rebeca uma noiva oriunda de sua
parentela.
Eliezer, em cuja mão estava toda a fazenda do seu
senhor, tipifica o Espírito Santo enviado há terra para
preparar e levar até Cristo uma noiva “gloriosa, sem
macula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e
irrepreensível” (Efésios 5.27).
É interessante notar os tipos, na seqüência de
Gênesis, Cristo morre no capitulo 22 como o “Cordeiro
de Deus”, que tira o pecado do mundo (João 1.29);
no capitulo seguinte ocorre à morte de Sara, sua mãe
natural, como tipo de Israel, e então, no capitulo 24;
54
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a Igreja é chamada para ocupar sua elevada posição


de noiva do Cordeiro, depois, derrubada à parede de
separação entre os judeus, e os gentios (Efésios 2.14).
Em sua missão de buscar uma noiva para Isaque,
Eliezer tomou dez camelos, nos quais levou “vasos de
prata e vasos de ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca”.
Na Bíblia, o número dez significa perfeita ordem
divina, onde nada falta. Por isso a Rebeca do Novo
Testamento, a Igreja de Cristo, não tem falta de nada,
recebeu da parte do Pai (Abraão), por intermédio do
Espírito Santo (Eliezer), os seguintes dons:
a) Vasos de Prata: A prata é símbolo de resgate (Ex
30.12-16; Lc 5.15), e aponta para a obra expiatória de
Cristo no Calvário. Os vasos de prata são as primeiras
coisas mencionadas na relação dos presentes dados a
Rebeca por Eliezer. Como a noiva de Cristo, fomos
salvos mediante o lavar regenerador e renovador do
Espírito Santo, que aplicou nas nossas vidas o sangue
purificador de Cristo (Tt 3.5; 1ª Jo 1.7).
b) Vasos de Ouro: O ouro indica a glória de Deus,
como o metal presente nos lugares Santo e Santíssimo
do Tabernáculo, onde se manifestava a glória divina
(2ª Cor 3.18).
c) Vestidos: Rebeca recebeu de Eliezer, vestidos. A
Igreja jamais poderá ser apresentada ao seu Noivo
trajada dos trapos imundos da sua própria justiça.
Por isso o Espírito Santo dá-lhe vestidos apropriados
vestidos de salvação e vestidos de louvor (Is 61.3,10).

O encontro de Isaque com Rebeca (Gn 24).


55
Teologia Sistemática IV

Neste trecho Abraão é um tipo de um Rei que faria o


casamento de seu filho (Mt 22.2). o Servo é um tipo
de Espírito Santo, que não fala de si mesmo, mas das
coisas do noivo para conquistar a noiva (Jo 16.13,14).
E que enriquece a noiva com presentes do noivo (1ª Cor
12.7-11; Gl 5.22 e 23), e que traz a noiva ao encontro
do noivo (At 13.4; 16.6 e 7; Rm 8.11; 1ª Tess 4.14-17).
Rebeca é um tipo da Igreja (a virgem noiva de Cristo)
(Gn 24.16; 2ª Cor 11.2; Efésios 5.25-32). Isaque, um
tipo de Cristo, a quem não havendo visto a noiva a
ama através do testemunho do Servo (1ª Pd 1.8) e que
sai ao seu encontro para recebe-lo (Gn 24.63; 1ª Tess
4.14-17). Estes incidentes não provam a teoria, mas
ilustram a dupla natureza da volta de Cristo.

ISAQUE

Sua semelhança com Cristo se deve a dois episódios


de sua vida:

1 - A EXPERIÊNCIA DE MORIÁ

A cena de Abraão levando Isaque, seu único filho,


para ser sacrificado, nos lembra que Deus entregou seu
filho unigênito, Jesus, para ser morto em sacrifício.
Isaque aceitou resignadamente a decisão de seu pai
e carregou a lenha que serviria para queimá-lo. Jesus
aceitou seu sacrifício e carregou a própria cruz. Ambos
subiram um monte para serem mortos. A diferença se
dá no desfecho das histórias. Isaque foi poupado. Jesus
foi morto de fato.
56
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2 - CASAMENTO

Em Gênesis 24 temos um relato que serve como


base para se pregar sobre a trindade divina. Abraão
representa o Pai; Isaque, o Filho; Eliezer simboliza
o Espírito Santo. Eliezer foi enviado à terra natal de
Abraão para buscar a esposa de Isaque – Rebeca – que
tipifica a igreja, noiva de Cristo.

O CARNEIRO QUE SUBSTITUIU ISAQUE NO


HOLOCAUSTO

Quando Abraão ia sacrificar Isaque, Deus não


o permitiu. Ao levantar seus olhos, Abraão viu um
carneiro embaraçado pelos chifres. Tomou-o e o
sacrificou em lugar de seu filho (Gn 22.13). Conforme
o texto nos mostra, o carneiro foi providenciado por
Deus para que Isaque fosse poupado e, ainda assim, o
sacrifício fosse realizado.
A justiça divina exige que todo pecado tenha a devida
punição. O sacrifício pelo pecado da humanidade não
poderia deixar de ser efetuado. Todos nós morreríamos
eternamente em conseqüência do nosso pecado.
Entretanto, a providência divina preparou um cordeiro,
Jesus, que foi morto em nosso lugar a fim de nos dar
a vida eterna (Jo 1.29).

MELQUISEDEQUE

Este era rei de Salém e sacerdote de Deus


57
Teologia Sistemática IV

Altíssimo. O escritor da carta aos Hebreus traça uma


analogia entre Melquisedeque e Cristo. O paralelo se
faz em torno da questão do sacerdócio de ambos e
principalmente pelo fato de que nem um nem outro
pertencia à tribo de Levi que ainda não existia e de
onde, deveriam, segundo a lei, vir os sacerdotes. Além
disso, a omissão sobre origem, genealogia e morte
de Melquisedeque, dá uma impressão de eternidade
do personagem, relacionando-o, assim, à eternidade
de Cristo. Melquisedeque era rei de Salém, que era
o antigo nome de Jerusalém. Jesus é o Rei dos reis
e a sede do seu governo será a Nova Jerusalém.
Melquisedeque ofereceu a Abraão pão e vinho. Jesus
ofereceu aos discípulos pão e vinho quando instituiu
a ceia.

JUDÁ

Ao abençoar seus filhos, Jacó disse que Judá é um


leãozinho e dele não se arredará o cetro. Ele amarrará
o seu jumentinho e lavará suas vestes no vinho. Tal
pronunciamento foi uma profecia surpreendente em
forma poética. No Novo Testamento, Jesus se encaixa
nessa profecia como a mão que entra numa luva feita
sob medida. Ele é o Leão da tribo de Judá (Ap 5.5) que
regerá as nações com cetro de ferro (Ap 12.5). Cristo
entrou em Jerusalém, montado em um jumentinho.
Quanto a lavar as vestes no vinho, isso representa sua
morte e o derramamento do seu sangue. O lavar nos dá
margem para pensar no poder purificador do sangue de
58
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Jesus. Aí poderíamos questionar: por que suas vestes


precisariam ser lavadas? Teriam elas alguma impureza?
A única explicação que encontramos foi relacionar as
vestes ao corpo, ou seja, o sangue foi derramado para
purificar aqueles que fariam parte da igreja, que é o
corpo de Cristo.
No texto de Gênesis 49, há um trecho misterioso: “...
até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos”.
O nome Siló parece ser uma referência a Cristo. Na
parte que diz “a ele se congregarão os povos”, não
está bem claro se o pronome pessoal “ele” se refere a
Judá ou a Siló. De qualquer forma, não temos dúvida
de que a Cristo se congregarão os povos, “segundo o
beneplácito, que propusera em si mesmo, e tornar a
congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação
da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus
como as que estão na terra”. (Ef 1.9-10).

JOSÉ

José foi um dos 12 filhos de Jacó. Foi invejado pelos


irmãos que o venderam por 20 moedas de prata. Jesus
foi vendido por 30 moedas. José foi tirado da casa de
seu pai e foi viver no Egito como servo. Jesus também
deixou a casa do Pai celestial e veio ao mundo em forma
de servo (Fp 2.7). José foi o meio de salvação para o
Egito e para sua própria família no tempo da fome.
Da mesma forma, Jesus é o único meio de salvação
para a humanidade. Ele é o pão para a fome espiritual.
Em Gênesis, José é o tipo mais evidente de Cristo.
59
Teologia Sistemática IV

O próprio Faraó lhe deu o nome de Zafenate Panéia,


que significa “Salvação do Mundo”. Aí então, ele foi
elevado à posição de governador do Egito. Assim como
Jesus foi exaltado pelo Pai e recebeu um nome que
é sobre todo nome, passando a ter todo o poder nos
céus e na terra (Fp 2.9; Mt 28.18). Acima de José só
havia Faraó. Acima de Cristo, só o Pai. José comprou
para Faraó toda a terra do Egito. Jesus comprou com
o seu sangue todos aqueles que serão salvos. “Porque
foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus,
homens de toda a tribo, e língua, e povo e nação”>
(Ap 5.9).

JOSÉ, O MAIS PERFEITO TIPO DE JESUS.

José, no antigo Testamento, foi um tipo de Jesus; e Jesus é o


Antítipo de José.

JOSÉ JESUS
Gn37.2 Pastor Jo 10.11 0 Bom Pastor

Gn37.13 Enviado aos seus irmãos Jo1.11.12 Veio pra os seus

Gn37.03 Amado do pai Lc 03.22 Amado do Pai

Gn37.18-20 Odiado Jo 7.7;15.25 Odiado

Gn37.23 Tiraram-lhe a Túnica Jo 19.23,24 Tiraram-lhe a Túnica

Gn37.28 Vendido como Escravo Mt 26.15 Vendido como Escravo

Gn39.1 Levado ao Egito Mt 2.13 Levado ao Egito

Gn9.17 Servo Mt3.13 Servo

Gn39.20 Preso Mt26.50 Preso

Gn41.43b Ajoelhar diante de José Lc5.12 Rml4.11 Fl 2,10 Ajoelhar d/ Jesus

60
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Gn41.44 Nada se fazia sem José Jo 15.5 Nada se faz sem Jesus

Gn41.45 a Salvador do mundo Jo4.42 Salvador do mundo

Gn41.45b Casamento com uma Gentia Ap 19.7 Casamento de Jesus com a Igreja

Gn41.45c Por toda a terra do Egito Mt 4.23;9.35 Por toda a terra Palestina

Gn41.46 30 anos com o governo Lc 3.23 30 anos com seu Ministério

Gn41.55 Fazer o que ele mandar Mt 21.6; Jo 2.5 Fazer tudo que Ele mandar

Gn41.56,57 Provedor do pão Jo 6.11,35 Provedor do pão

Gn39.17,18 Traído Mt 26.4 Traído

Gn45.4,5 Perdoou Lc 23,34 Perdoou

Gn45.5 Consolador Jo 14.6 Consolador

Gn39.7,12 Tentado Lc 22.40 Mt 4.1 Tentado

Gn39.22 Senhor dos oprimidos Lc4.18 Senhor dos oprimidos

Gn39.3 Capacidades raras Jo 3.1,2 Capacidades raras

Gn41.41,42 Príncipe da terra Egito Is 9.6 At5.31 Príncipe da Paz

Gn41.42 Vestido de linho Jo 19.23,24 Túnica de Linho

Gn41.14 Subiu da prisão para a honra Mt 28.20 Subiu da sepultura p/ ser honrado

Gn43.33 Se maravilharam Mt22.23 Mc 1.22 Se maravilharam

Gn45.3 Revela-se aos seus Lc 24.36-42 Revela-se aos seus

Gn42.24 Chorou Jo 11.35 Chorou

Gn45.13;47.11,1 Exemplo de bom filho Jo 19.27 Exemplo de bom Filho

Gn37.11 Inveja Mt 27.18 Inveja

Gn39.4 Tudo entregue a José Mt11.27 Tudo entregue a Jesus

Gn41.38 Espírito de Deus Mt3.16 Espírito de Deus

Gn43.11 Levaram-lhe presentes Mt2.11 Levaram-lhe presentes

Gn45.13 Glória de José Jo 1.14;2.11 Glória de Jesus

Quer olhemos para Cristo como o objeto do


61
Teologia Sistemática IV

amor do Pai ou do Ódio de seus irmãos, vermo-lo


maravilhosamente simbolizados em José, o primeiro
filho de Jacó e Raquel.
O amor de Jacó por José era tão forte que seus
irmãos se encheram de inveja e não podiam falar-lhe
pacificamente. Assim como Jacó não escondia seu amor
pelo filho da sua velhice, assim também o Pai Celestial
não escondeu seu amor por seu Filho. Os Evangelhos
registram o testemunho audível do próprio Deus,
ocorrido em diversas ocasiões (Mateus 3.17; 17.5). O
próprio Jesus referiu-se diversas vezes ao amor com
que era amado pelo Pai (João 15.9; 17.23,24).
Por outro lado, os irmãos de José, por não cederem
ao pensamento de exaltação de José revelado em seus
sonhos, e por não terem seus corações em comunhão
com os elevados propósitos do filho amado de Jacó,
odiaram-no a ponto de o venderem como escravo. Da
mesma maneira se comportaram os judeus dos dias
de Jesus, que veio para os que eram seus, mas os seus
não o receberam (João 1.12). Não o reconheceram nem
como Rei de Israel nem como o Filho de Deus, porque
seus olhos não estavam abertos para ver a sua gloria,
“como a gloria do unigênito do Pai, cheio de graça e
de verdade” (João 1.14). Compare com Gênesis 37.4:
“Vendo, pois, seus irmãos, que o pai o amava mais
que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe
podiam falar pacificamente”.
Jesus, ao contar a parábola dos lavradores maus, fala
de si mesmo quando diz: “E por último enviou-lhes
seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho. Mas os
62
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lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o


herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua
herança...” (Mateus 21.37-39). Veja o que a Bíblia
diz de José: “De longe o viram e, antes que chegasse,
conspiraram contra ele para o matar” (Gênesis 37.18).
Na benção de Jacó a José (Gênesis 49.22-26) está
escrito que os flecheiros lhe deram amargura, mas o
Deus Todo-poderoso o abençoaria com bênçãos que
excederiam as bênçãos de Abraão e Isaque. Assim
aconteceu com Jesus, o bem amado do Pai. Não
tiveram respeito pelo Filho. Lançaram-no fora. Deus
e os homens estavam em discórdia acerca de Cristo,
e ainda o estão, Eles o crucificaram, mas Deus o
ressuscitou dentre os mortos. Os homens o colocaram
entre malfeitores, porém Deus colocou-o à sua direita,
nas alturas. Os homens deram-lhe o lugar mais baixo
na terra, mas Deus deu-lhe o lugar mais elevado nos
céus, em inigualável majestade.

EXODO – TIPO DE CRISTO NO


TABERNÁCULO

No Êxodo, Senhor Deus precisava mostrar ao povo


63
Teologia Sistemática IV

a face do redentor. Então foi entregue uma fotocópia


autenticada do salvador através do tabernáculo, os
quais vão ser apresentados tipologicamente de forma
sintética.
Para uma fotocópia ser autentica como o original,
é preciso três coisas: 1º o documento original, 2° Um
órgão de confiança devidamente qualificado para
autenticá-lo, 3º é imprescindível o registro oficial
em livro próprio. No caso dessa fotocópia Divina, o
tabernáculo, o original é a figura principal e central de
toda a bíblia, ou seja, Jesus cristo. O que autenticador
é o espírito Santo e a palavra de Deus é o livro oficial
onde essa fotocópia foi oficialmente lavrada.
Os utensílios, os móveis, especificações, enfim, cada
detalhe do Tabernáculo é uma fotografia de Cristo. Em
nenhum lugar do velho testamento existe álbum tão
completo e perfeito dEle como nesse santuário.
Conforme Hebreus 8:5, fala-nos de figuras e das
sombras das coisas celestiais. Foi dito por Deus a
Moisés (Ex. 25:8) que construísse um santuário, sendo-
lhe revelado nos mínimos detalhes seu modelo (Ex.
24:18). Era um Templo portátil e montavam-no todas
as vezes que os hebreus faziam acampamento.
Tudo foi feito como o Senhor Deus ordenara a Moisés
(Ex. 39 e 40). Seus construtores, Bezaleel e Aoleabe
o fizeram em detalhes, minuciosamente - Ex. 31:1-6.
O Tabernáculo seria algo que homem algum
jamais teria imaginado. Foi construído para que as
verdades fundamentais no Novo Testamento fossem
compreendidas. Cada detalhe e objeto falavam da obra
64
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

redentora de Jesus Cristo. Glória a Deus!


Nota: Para efeito de melhor entendimento deste estudo,
vamos considerar que o CÔVADO (medida usada na
época) seja igual a 50 cm. Na verdade, um côvado seria
à medida que iria do cotovelo à ponta dos dedos de
um homem, sendo admitido que valha algo em torno
de 43 cm ou 45 cm ou ainda 50 cm.

UMA VISÃO PANORÂMICA

“E me farão um santuário, para que eu possa


habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te
mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo
de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis”...
“Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te
foi mostrado no monte.”
(Êxodo 25:8,9,40)

Deus havia conduzido Israel, o seu povo para


longe do Egito, liberando-o da antiga escravidão. Nos
capítulos anteriores ao da referencia, relatam como
Deus usou Moises, ser servo para liderar aquele povo
indigno de maior confiança. Como lemos em Êxodo
13:21,22: “O SENHOR ia adiante deles, durante o dia,
65
Teologia Sistemática IV

numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho;


durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar,
a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se
apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem
a coluna de fogo durante a noite”. No mesmo dia que
Israel retirou-se de diante de Faraó, Deus providenciou
testa manifestação da sua presença entre eles. Alem da
utilidade de dirigi-los, a nuvem também os protegia.
“Então, o Anjo de Deus, que ia adiante do exército de
Israel, se retirou e passou para trás deles; também a
coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs
atrás deles, e ia entre o campo dos egípcios e o campo
de Israel; a nuvem era escuridade para aqueles e para
este esclarecia a noite; de maneira que, em toda a noite,
este e aqueles não puderam aproximar-se”. (Êxodo
14:19,20)
O nosso Deus não mudou, ele continua sendo
iluminador, purificador e protetor de seu povo. Mas,
ao invés de habitar numa nuvem, coluna de fogo ou
qualquer obra de engenharia humana, habita hoje na
vida de cada um de seus filhos. E é exatamente aqui
que podemos perceber o tremendo contraste entre tipo*
e o antítipo*; entre a fotografia e o objeto em si. Na
verdade se Deus não habita na sua vida ou se o seu
corpo não se constituir como seu atual tabernáculo,
você jamais poderá compreender as belezas existentes
tanto no tipo como também no antítipo que desejamos
descrever no modelo do tabernáculo. ´
É difícil saber com exatidão quanto tempo passou
desde a saída do povo de Israel do Egito, até quando
66
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

Deus convocou Moisés ao cume do monte Sinai, o


qual estava envolto em sua Glória para transmitir-lhe
os Dez mandamentos, as leis civis e cerimoniais e o
protótipo do Tabernáculo. Sabemos apenas que Moises
permaneceu lá durante quarenta dias e quarenta noites.
E eis o tabernáculo:

ÁTRIO OU PÁTIO

A tenda e seus objetos apontam para Cristo.


Olhando de longe, vê-se um cercado em forma de
retângulo demarcado por uma cortina (50 x 25m) de
linho branco (pureza e santidade), com 2,5m de altura,
sustentado por 60 firmes colunas, apoiadas em base de
cobre (Ex. 27:9 e 12).
Por cima da cerca ainda se pode ver o teto da
tenda, que está do lado de dentro deste cercado.
Não havia exteriormente beleza alguma. “Não
tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas
nenhuma beleza havia que nos agradasse, era
desprezado, e dele não fizemos caso.” (Isaías 53:2-3)
Dentro desse cercado de linho branco, chamado de
Átrio ou Pátio (media 50m de cumprimento por 25m
de largura), podia-se ver em sua primeira metade, o
Altar de Holocausto; mais à frente a Pia de Bronze
cheia de água. Na segunda metade desse Pátio ficava
uma espécie de casa que seria exatamente a tenda.
67
Teologia Sistemática IV

A CORTINA DO ÁTRIO (Ex.27:9-i2)

Cristo, sob a perspectiva humana.

A primeira coisa que consideramos a cerca de


diversas partes do Tabernáculo, acompanhando o
homem até seu encontro com Deus no interior do Santo
dos Santos, a primeira “fotografia” que se vê é a cortina
do átrio.
Alguém poderá notar que deixamos de incluir nos
versos citados o lado oriental da cortina. Será assunto
da próxima lição que é a porta.
Antes de qualquer outra coisa, devemos examinar que
materiais foram usados na confecção dessa cortina e
demonstrar pela palavra de Deus, o sentido Tipológico
dos mesmos para a vida do crente.
Apesar de serem utilizados na construção da cortina
do átrio três materiais básicos, a verdade é que o povo,
estando do lado de fora, podia ver apenas um:
– linho fino: E qual seria o seu significado bíblico?
Existem no livro de Apocalipse três textos que nos
ajudarão a desvendar o mistério. O primeiro deles,
Ap 19:11-14 “Nos versículos 6 a 8 do mesmo capítulo
estão o segundo texto que precisa ser examinado”,

- colunas de bronze: E qual seria o seu significado


bíblico?
A cortina possuía ainda 60 colunas de bronze,
assentadas sobre bases também de bronze, contendo
cada uma delas na extremidade superior, uma cinta
68
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

de prata. A distancia que as separava era de cinco


côvados; apesar de não termos como determinar com
exatidão qual o comprimento de um côvado, contudo
podemos, deixando de atentar para este detalhe também
importante, examinar os símbolos que nos revelam
Cristo.
Os dois metais utilizados na cortina, bronze e prata,
seu significado é de extrema importância, pois esses
materiais são usados em quase todas as partes do
Tabernáculo ou de seus utensílios.
O bronze. O mesmo significa Juízo e Justiça. Esses
são alguns dos textos que nos sugerem tal interpretação:
Dt 28:23; Dn19:6; Ap.1:15;2:18. No texto de Dt 28
encontram-se relacionados diversos castigos que
Deus prometeu exercer sobre Israel caso não lhe
obedecessem Dentre eles o verso 23a “Os teus céus
sobre a tua cabeça serão de bronze”; Essa referencia
evidencia o juízo de Deus. No livro do Apocalipse,
nos textos 1:15 e 2:18, observamos a descrição feita
dos pés do Senhor e do Anjo da Igreja em Tiatira. Em
ambos os casos, vemos a declaração do juízo Divino
sobre os problemas espirituais existentes nas igrejas.
Em Daniel 10:6 “O seu corpo era como o berilo, o seu
rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas
de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como
bronze polido; e a voz das suas palavras era como o
estrondo de muita gente”.

Encontramos uma descrição do que parece ter sido


uma CRISTOFANIA, ou seja, uma aparição real de
69
Teologia Sistemática IV

Cristo a Daniel que tem uma semelhança do texto de


Apocalipse1 14 15. “A sua cabeça e cabelos eram
brancos como alva lã, como neve; os olhos, como
chama de fogo; os pés, semelhantes ao bronze polido,
como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de
muitas águas”. O Pronunciamento daquele mensageiro,
cujos pés brilhavam como “bronze polido”, encerava
uma mensagem de julgamento sobre os reinos
vindouros, conforme podemos verificar estudando o
cap. 11 do mesmo livro.
Antes de deixarmos as nossas considerações sobre o
bronze como tipo ou símbolo de julgamento, convém
estudarmos mais um texto bíblico.
Deus ordenou a Moisés que fizesse uma serpente de
bronze. Conforme registrado em Jo 3:14,15 Jesus
reivindicou para si aquela figura, comparando-a a sua
morte em julgamento sobre o pecado. Alguns escritores
têm concluído que àquela serpente era o tipo de Cristo
ao carregar sobre si o nosso pecado.
Que a serpente era um símbolo de juízo, disso não
temos duvida alguma. Porem entendemos que nas
escrituras símbolos são sempre consistentes; nesse caso
a serpente não pode ser considerada como símbolo de
Cristo, uma vez que em toda a bíblia ela simboliza
Satanás, ou o seu fruto (manifestação) que é o pecado.
Isso desde Gn 3:1 onde encontramos registro bíblico
referente à serpente ou Satanás, ate Ap 20:2 onde está
escrito: “Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que
é o diabo, Satanás”. O significado é sempre o mesmo.
Observemos as palavras de Jesus em Jo3: 14 “E do
70
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modo por que Moisés levantou a serpente no deserto,


assim importa que o Filho do Homem seja levantado”,
Cristo foi levantado na cruz pela mesma razão que
aquela figura de bronze foi erguida no deserto. O bronze
representa julgamento à haste pela qual a serpente foi
levantada tipifica a cruz e a serpente tipifica o pecado
que Cristo tomou sobre si conforme 2ª Co 5:21.
As colunas de bronze, então, concluímos que
representam Cristo quando tomou sobre si o julgamento
efetuado por Deus contra o pecado.

Obs.: algumas bíblias traduzem o termo


“nekhousseth” como “cobre”; contudo, devemos
observar que o hebraico não faz distinção entre os
dois. Sendo o bronze uma liga de metal contendo
cobre e estanho. A diferença não tem nenhuma
importância. De qualquer maneira ambos os
metais são refinados pelo fogo.

- Os ganchos de prata: para encerrarmos os materiais


que continham nas cortinas do átrio, convém lembrar
dos ganchos que sustentavam o tecido e as vergas
que mantinham as colunas de pé. Esses eram feitos
de prata. Assim podemos dizer que a prata sustentava
tanto as cortinas de linho como também as colunas,
essas ultimas através das vergas que o termo traduzido
do original significa ligaduras. Sendo assim a ausência
das vergas e dos ganchos tornaria completamente inútil
o linho puro. Com isso é fácil perceber que a prata
empenhava uma função típica muito importante na
71
Teologia Sistemática IV

construção da cortina, portanto Analisemos:


Êxodo 30:11-16
Moisés declara em Êxodo 38:25-27, que o
dinheiro do arrolamento era constituído de prata, o
qual foi utilizado na confecção dos objetos, de prata
do Tabernáculo. Concluímos, pois, que a prata, no
Tabernáculo, tipifica Redenção.
Devemos considerar que o preço do redentor
conforme a profecia de Zacarias 11:12 “Pesaram, pois,
meu salário, trinta moedas de prata”. Cumprimento
dessa profecia encontra-se registrado em Mateus
26:14,15 com o pacto de Judas Iscariotes e os principais
Sacerdotes. Ao preço de 30 moedas de prata o traidor
deveria entregar o mestre a eles. Devemos levar em
consideração que não é por preço de ouro ou prata
que podemos ser hoje completamente redimidos
comprando a salvação da sua alma com algum dinheiro.
“O apostolo nos esclarece a esse respeito: ...” sabendo
que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou
ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento
que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue,
como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue
de Cristo, 1ª Pe 1:18,19.

A PORTA

Sem duvida os estudantes conhecem a declaração


que Jesus fez a cerca de si como sendo “a Porta” em:
Jo 10:9 “Eu Sou a porta. Se alguém entrar por mim,
será salvo; entrará e sairá e achará pastagem”.
72
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

Os versos 10 e 11 do mesmo capítulo esclarecem a


importância dessa linguagem figurada. Assim lemos:

“O ladrão vem somente para roubar, matar e


destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em
abundância. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a
vida pelas ovelhas”.

E também:
Jo 14:6 “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém
vem ao pai senão por mim”.

Pelas evidencias dos textos apresentados, seria


desnecessário de nossa parte um esforço maior para
provar que cristo é a porta, pois essa é uma “foto” bem
interessante de CRISTO.

Examinando o texto de Êxodo 27:13-16 que


descreve a composição do lado do átrio que servia de
acesso para o tabernáculo encontramos as seguintes
instruções: (consulta bíblica)

A descrição da obra já completada encontra-se


em Êxodo 38:13-20; o versículo 16 esclarece que as
cortinas em ambos os lados da entrada eram idênticas
às cortinas dos outros três lados.
73
Teologia Sistemática IV

Não havia nenhuma outra abertura ao redor do átrio,


somente a entrada oriental; ou a leste do tabernáculo,
que nos faz examinar alguns testos bíblicos.
Primeiro notemos a sua localização; conforme já
mencionado, ficava no lado “oriental”, ou a leste do
tabernáculo. Ao examinarmos alguns textos bíblicos,
notemos a estreita relação desse fato com a pessoa de
Cristo.
No Edem, por exemplo, é fácil perceber que a
entrada ficava no lado leste.
Por que Adão e Eva tendo sido expulsos, foram
colocados querubins (Anjos de Guarda), no lado do
oriente. Gn 3:24, não creio que tal localização tenha
sido mera coincidência.
Outro exemplo refere-se à visão que o profeta teve
quando a glória do Senhor encheu o templo.
Ez 43:1-5 “Então, o homem me levou à porta, à
porta que olha para o oriente. E eis que, do caminho do
oriente, vinha à glória do Deus de Israel; a sua voz era
como o ruído de muitas águas, e a terra resplandeceu
por causa da sua glória. O aspecto da visão que tive
era como o da visão que eu tivera, quando vim destruir
74
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a cidade; e eram as visões como a que tive junto ao


rio Quebar; e me prostrei, rosto em terra. A glória
do SENHOR entrou no templo pela porta que olha
para o oriente. O Espírito me levantou e me levou ao
átrio interior; e eis que a glória do SENHOR enchia o
templo”.
Note o estreito relacionamento que há entre 0 lado
oriental e o fato da glória do senhor ter entrado por este
lado ao encher o templo. Mateus confirma a relação
existente entre o leste e o Senhor Jesus. Sabemos que
ele é sol de justiça e a luz do mundo, e o sol nasce no
leste. (Mt. 2:1, 2,9). (Consulta bíblica)
Antes de considerarmos os outros componentes
da porta, deixe-me fazer um pequeno parêntese para
afirmar dois fatores básicos que confundem muitos no
estudo da palavra de Deus. São elas a interpretação, que
é sempre uniforme (de uma só maneira), e a aplicação,
que pode sofrer variações. Tenho notado que muitas
dificuldades têm surgido entre crentes e estudantes da
palavra, porque desconhecem tais fatores, o que produz
uma tremenda confusão entre convicção e aplicação
das escrituras. Com o desconhecimento desses fatos
muitos chegam a causar rupturas em sua comunhão
com aqueles que não possuem a mesma aplicação,
assim como aprendi com um excelente, professor quero
lhe dizer que cada um aplica sua fé como o Espírito de
Deus lhe conceda, mas a interpretação ou convicção
tem que ser a mesma, sempre uniforme, falando uma
só língua.
75
Teologia Sistemática IV

Colunas da entrada: Nossa observação a respeito


das colunas e cortinas da entrada do átrio, sabemos
perfeitamente, podem não ser aceitas como conclusões
absolutas, isto é, como interpretação, mas sim, como
aplicação. No entanto, ainda que sejam aplicações,
acreditamos que através delas podemos obter de Deus
um entendimento mais claro acerca da entrada do
tabernáculo.
Recordemos que havia quatro colunas na entrada do
Átrio. O numero quatro é significativo, dele podemos
extrair lições preciosas.
A bíblia fala, por exemplo, dos “quatro cantos da
terra”, há quatro pontos cardeais na bússola, todos
eles mencionados nas escrituras. Do mesmo modo
Deus escolheu quatro homens pra contar a história
do Deus-Homem em quatro dimensões escrevendo
os quatro evangelhos. Portanto devemos considerar
o fato que esse número nas escrituras, representa a
UNIVERSALIDADE. Esse pensamento encontra
reforço no livro do apocalipse, onde temos a descrição
de quatro seres viventes e quatro anjos (Ap 4:6; 7:1)
cujos mistérios são universais ou “aos quatro cantos
da terra” concluímos então que as quatro colunas da
porta de entrada do pátio do Tabernáculo declaram a
universalidade de Cristo como única porta de acesso
à presença de Deus.

As cores da porta - Que lições poderiam elas


oferecer?
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Ex 27:16 “E à porta do pátio haverá uma coberta de


vinte côvados, de pano azul, e púrpura, e carmesim, e
linho fino torcido, de obra de bordador; as suas colunas,
quatro, e as suas bases, quatro”.

São mencionadas Quatro cores na cortina da porta,


se considerarmos que o linho fino retorcido era de cor
branca. Azul, púrpura e carmesim ou escarlate. Deus
possuía uma forte razão para empregá-las.

Comecemos pelo azul: porque o criador escolheu


o azul para tingir o céu?
Como soberano, ele poderia ter optado por outras
cores, porem escolheu o azul. É por isso mesmo que o
azul representa as coisas celestiais. O Salmista Diz: Sl
8:3,4 “Quando vejo dos teus céus, obra dos teus dedos,
a lua e as estrelas que preparaste; que é o homem mortal
para que te lembres dele? E o filho do homem, para
que o visites”?

Sl19:1 Os céus manifestam a glória de Deus e o


firmamento anuncia a obra das suas mãos.
Sabemos que muitos alto-denominados cientistas
negam as verdades da criação, e apresentam uma
explicação “cientifica” para a origem de todas as
coisas, inclusive a respeito do azul do céu que é de
fácil compreensão. A razão é simples, e os simples a
entendem perfeitamente.
Não estaria Deus, desde a criação atraindo a atenção
dos homens na direção de seu filho que haveria de
77
Teologia Sistemática IV

descer dos céus para redimir a humanidade decaída, e


transforma-la em um “povo celestial”? Dessa maneira
podemos afirmar que os céus são azuis, porque Deus
o criou assim.
Ainda com respeito ao azul, examinemos uma
instrução dos hebreus referente às suas vestimentas.
O registro encontrado em Números 15:38,39 e
Deuteronômio 22:12 sendo que o primeiro texto
recomenda: “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que
nos cantos das suas vestes façam borlas pelas suas
gerações; e as borlas em cada canto, presas por um
cordão azul. E as borlas estarão ali para que, vendo-as,
vos lembreis de todos os mandamentos do SENHOR
e os cumprais; não seguireis os desejos do vosso
coração, nem os dos vossos olhos, após os quais andais
adulterando”.
A luz desses versos podemos ver que o azul, preso
aos quatro cantos (Dt 22:12) das vestes, haveria de
servir constantemente como lembrete ao povo de
que eles não eram mais escravos, e sim, que agora
pertenciam ao Deus celestial. Concluímos então que
o azul usado na construção do Tabernáculo referia-se
a origem celestial de Jesus.

Jo 3:13 “Ora, ninguém subiu ao céu, senão aquele que


de lá desceu, a saber, o Filho do Homem que está no
céu”.

Carmesim ou escarlate: Em primeiro lugar.


A palavra “escarlate” nas escrituras refere-se a um
78
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inseto (ilex coccifera). Os ovos desse inseto, uma vez


esmagados, produzem um liquido vermelho empregado
até hoje como corante para medicamentos, cosméticos,
bebidas, produtos alimentícios etc. são necessários 155
mil insetos para se produzir um quilo de corante.

Esta cor é mencionada diversas vezes nas


escrituras, alem das muitas referencias ao seu uso
no Tabernáculo. Examinando alguns textos onde a
encontramos, cremos ser possível estabelecer uma
explicação entre o emprego desta cor e a nossa foto
de cristo.
No livro de Levítico (14:4-6), no processo de
purificação do leproso, reparamos que entre os artigos
exigidos, havia o estofo carmesim que, junto aos
demais elementos, deveriam ser embebidos no sangue
de uma ave sacrificada; para depois ser aspergido sobre
o corpo do leproso. Como a lepra, de acordo com as
escrituras, tipifica o pecado, sua purificação só poderia
ser concretizada pelo uso do vermelho do estofo e do
sangue aspergido.
Uma importante referencia à cor vermelha encontra-
se em: Is 1:18 “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o
SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a
escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda
que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão
como a lã.”

Desejo acrescentar mais uma curiosa observação a


respeito de cores. Havia, no Tabernáculo, muito ouro
79
Teologia Sistemática IV

e a cor do ouro é amarela. Quando projetadas juntas, a


cor vermelha, azul e amarela, resulta em BRANCO.
Considerando que o nosso Salvador é também o
Criador e que as leis da natureza, consequentemente,
foram criadas por Ele, ao pensar na harmonia existente
entre a natureza e os detalhes desta foto de Cristo,
a admiração e o espanto nos invadem o coração
maravilhado, fazendo-nos encurvar ante a majestade
do Soberano Senhor e Rei.

Púrpura. Para finalizar este capítulo, resta-nos


ainda considerar a cor “púrpura”; e, em princípio,
convém ressaltar que a púrpura é conseguida através
da mistura do azul com o vermelho. Em nosso estudo,
este detalhe é extremamente importante quanto ao
tipo bíblico e aplicações que iremos extrair desta foto
maravilhosa do Senhor que veio do céu, tornou-se
pecado, morreu por nós e estabeleceu o Seu reino
eterno. Sem dúvida, cremos que esta cor representa o
Deus humano (Teofania).
Esta cor aparece 26 vezes em conexão com o
tabernáculo e o sacerdócio. No discurso proferido por
Jesus acerca do homem rico e Lázaro, encontramos
um versículo talvez chave para nossa compreensão do
assunto.

“Ora, havia certo homem rico que se vestia de


púrpura e de linho finíssimo e que, todos os dias, se
regalavam esplendidamente”. Lucas 16:19:
80
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Havia uma razão básica por que a púrpura era


possuída apenas por reis e pessoas ricas. Era caríssima!
Extraída de um molusco (murex trunculus ou m.
brandaris) que habitava as águas da ilha de Creta e
Fenícia, sendo de difícil obtenção, apenas os ricos
possuíam recursos para adquiri-la.
Com isto em mente, lembremo-nos de julgamento
de Cristo perante Pilatos, Marcos soldados ao vestirem
Jesus com um manto de púrpura.

“Vestiram-no de púrpura e, tecendo uma coroa


de espinhos, lha puseram na cabeça. E o saudavam,
dizendo: Salve rei dos judeus!” Mc 15:17,18

O evangelista João registra o mesmo fato


praticamente com as mesmas palavras. Num ato de
zombaria, os soldados sem o perceberem renderam a
sua homenagem Àquele que é o Rei dos Reis detentor
de todas as riquezas do Deus Trino.
Sim, Cristo e o Deus humano (João 1:14) veio do
azul celeste dos céus, tomou sobre si os nossos pecados
escarlates e vestiu-se vitoriosamente de púrpura, como
Rei. Esta é a foto que Deus nos apresenta nesta porta,
ou entrada do Tabernáculo.

“Faze-me compreender os caminhos dos teus


preceitos; Assim meditarei nas tuas maravilhas.”
Salmo 119:27
81
Teologia Sistemática IV

O ALTAR DE BRONZE

UMA FOTO DA MORTE VICÁRIA DE CRISTO

A palavra “Vicária” significa “tomar o lugar de outro,


ou servir como substituto”. No Tabernáculo, todas as
ofertas trazidas ao altar de bronze eram vicárias. Elas
representavam o sacrifício que Cristo haveria de fazer
ao tomar o nosso lugar na cruz do calvário por nossos
pecados. É neste altar que começamos a compreender
o alto preço que Cristo pagou por nós.
A palavra “altar”, no original, significa “um lugar
de sacrifício”. No Antigo Testamento ela é encontrada
374 vezes com o mesmo significado o que equivale a
dizer que a aproximação à Divindade sempre exige
sacrifício.
Os altares não são originários da construção do
Tabernáculo, e apesar de encontrarmos pela primeira
vez a palavra apenas em Gênesis 8:20, quando Noé
e sua família saíram da arca após o grande dilúvio,
provavelmente Abel e Caim fizeram as suas ofertas
em altares Gn 4:3,4.
Os objetivos das ofertas feitas sobre o altar de
bronze nem sempre eram os mesmos; porém, sempre
82
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havia um sacrifício característico. Havia sacrifícios


de louvor, de gratidão, de confissão de pecados, de
consagração, enfim. Podemos afirmar que todas as
ofertas e sacrifício expressão alguma característica do
cordeiro imaculado.
Não existiam no Tabernáculo altares individuais,
havia apenas o altar de bronze, o que nos leva a pensar
com tristeza que entre crentes e denominações em
nossos dias, muitos há que agem como se possuíssem
os seus altares particulares. É bom ressaltar a cada dia
que em meio à tanta divergência, houve apenas um
único sacrifício eficiente para redenção da humanidade,
e esse sacrifício é suficiente para todos os homens.
A descrição do altar de bronze encontra-se em: Ex
27:1-8
Novamente observe a insistência de Deus para que
o modelo fosse seguido á risca. A execução da Obra
e todos os seus detalhes encontram-se em Ex 38:1-5.
Agora vejamos se Cristo é “fotografado” através deste
altar.
O Primeiro detalhe, (não na ordem da importância)
é que o altar era quadrado. No Antigo Testamento este
termo sempre se refere aos altares, no novo testamento,
a palavra aparece somente uma vez e refere-se a nova
Jerusalém (Ap 21:16), com a tradução “quadrangular”.
Tal emprego apresenta o aspecto da perfeita igualdade
que há em Cristo Jesus, e o apostolo Paulo expressou
essa verdade em Cl 3:11, com as seguintes palavras:
“no qual não pode haver grego nem judeu, circuncisão
nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém
83
Teologia Sistemática IV

Cristo é tudo em todos”.


Quando estudamos a cerca do bronze, e seu
significado de “julgamento”, vemos que o revestimento
do altar também é feito de bronze, porem. Sua estrutura
era de acácia. Uma madeira da classe das leguminosas.
é uma madeira de perfume suave e de pequeno porte.
Cresce em lugares secos e quentes, é bastante resistente
contra insetos (cupins, larvas etc.). Não é difícil fazer
uma ligeira comparação entre essa madeira e a pessoa
de Jesus Cristo.

Is 53:2ª” Porque foi subindo como renovo perante


ele e como raiz de uma terra seca;”

Podemos também relacionar a madeira à humanidade


em geral e, de modo mais especifico, a Cristo, no
Tabernáculo, há diversas simbologias em testos
bíblicos que ilustram a humanidade, comparando-a as
arvores. Sl 1:3

” Ele é como árvore plantada junto a corrente de


águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja
folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem
sucedido”.

A PIA DE BRONZE

UMA FOTO DE CRISTO: A ÁGUA VIVA

Dentre os moveis do Tabernáculo, sem duvidas um


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dos mais interessantes era a pia de bronze.


Examinando as instruções dadas por Deus para a
confecção dessa peça: (consulta bíblica) Ex.30:17-21)

O Espírito Santo ainda acrescenta:

Ex 38:8 “Fez também a bacia de bronze, com o


seu suporte de bronze, dos espelhos das mulheres
que se reuniam para ministrar à porta da tenda da
congregação”.

É fascinante verificar como Deus, em poucos


versos, revela a nós tantos símbolos e ligações
espirituais. Certamente não conseguiremos tratar de
todo o assunto, que é muito extenso, por isso vamos
sintetizar esse tipo.
Quanto ao material usado, sabemos que era
inteiramente de bronze, e o significado do simbolismo
já foi estudado pelos queridos leitores. Sugerimos que
tão somente recapitule o que já foi visto sobre o bronze.
Aparentemente é difícil de explicar as indefinições
apresentadas por Deus a respeito desta pia. Não foi
definido por Deus suas dimensões, seu formato, seu
peso ou o modo de ser transportado. Quase nenhum
detalhe!

85
Teologia Sistemática IV

De que maneira pode-se, afinal, aplicar hoje tais


ensinamentos a nós?
É fácil. Basta recordar as Palavras de 1 Pedro
2:9, que declara ser cada crente um sacerdote da
dispensação da Igreja, e que, como sacerdote, o crente
deve conservar lavados os seus instrumentos de serviço
a Deus (os pés e as mãos) que representam o andar e
o trabalhar, antes de poder desfrutar comunhão com
Cristo no interior da tenda da congregação.
Convêm lembrar, nesse momento, os sete passos
básicos contidos na figura do tabernáculo para se
chegar à presença do Senhor.
Em razão da sua ordem e importância na vida do crente.
Os passos são:

1. Decisão à porta do átrio.


2. Aceitação através do altar de bronze.
3. Purificação através da pia.
4. Comunhão à mesa dos pães.
5. Intercessão junto do altar de incenso.
6. Testemunho através do castiçal.
7. Face a face com Deus além do véu.
Para que o crente seja realmente útil e sua vida
seja frutífera nas mãos de Deus, é imprescindível que
ele dê todos estes passos. Infelizmente, muitos há que
se satisfazem em assumir os dois primeiros e nunca
prosseguem até o lugar da bênção maior, ou seja, a
presença real de Deus.
É também essencial que reconheçamos a constante
necessidade de retorno à pia de bronze para nossa
86
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purificação. Quanto aos sacerdotes da Antiga Aliança,


continuamente deveriam se lavar na pia, fosse para
adentrar o santuário ou para se chegarem ao altar a fim
de oficiarem perante o Senhor.
Existe um grupo de crentes que erroneamente crê
e se alegra com a possibilidade de atingir em vida
um estado de perfeição tal que os impeça de pecar.
Esta hipótese é rejeitada pelo apóstolo João que, sob
inspiração do Espírito Santo, escreveu em 1 João 1:8-
10; 2:1,2(consulta bíblica)

A TENDA DA CONGREGAÇÃO

UMA FOTO DO CORPO DE CRISTO

A descrição da tenda da congregação, como é


chamado o tabernáculo em si, encontra-se registrada
em Ex 26:1-37; Ex36:20-38. Por serem textos muito
extensos e, supondo que todos os seminaristas podem
recorrer à Bíblia, quando isto se fizer necessário,
escreveremos, a fim de fazer referências quando
estudarmos os detalhes.
Obs.: Também devemos destacar que seria
impossível esmiuçar os mínimos, e ricos detalhes
dessa esplendida construção, pois, seria necessário
outro livro somente para a tenda da congregação,
que é rica em tipologia. Por isso falemos
superficialmente.

A altura do prédio era de aproximadamente quatro


87
Teologia Sistemática IV

metros e meio, portanto, bem mais alto que a cerca em


volta do pátio e podia ser visto de qualquer ponto do
acampamento. Todavia, nossa primeira consideração
baseia-se em uma interrogação, a saber: O que é que
se via do lado de fora do átrio?

A Palavra de Deus nos informa que a cobertura final


daquela tenda era feita com a pele de animais marinhos
(Edição revista e atualizada da Sociedade Bíblica do
Brasil). Contudo, o termo hebraico utilizado em Ex.26:
14 e em todas as demais referências acerca do assunto
é “tahas’, è a tradução revista e corrigida da versão da
Bíblia em português a traduz como “texugo”.
Surge aqui, então, uma pequena dificuldade, desde
que e mamífero não é um animal nativo daquela região
geográfica. No entanto, esta tradução combina bem
mais com o original do que a anterior, o que leva muitos
estudiosos a concluírem que o referido animal marinho
seria o “dugão”, pertencente à família do peixe-boi,
cujo habitat seria às margens do Mar Vermelho.
Historicamente “Isto nem parece ser tão” hipotético,
pois, a pele de dugão era usada pelos beduínos para a
confecção de calçados e, se no caso, utilizada como
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cobertura da tenda, bem poderia servir, pois era um


animal de grande porte, medindo aproximadamente
cinco metros de comprimento e pesando cerca de
duzentos e cinqüenta quilos.
Traçando um paralelo entre estas informações e
os textos que apresentaremos em seguida, poderemos
tirar alguma conclusão lógica a respeito. Por exemplo,
em Ezequiel 16:10 lemos que, dentre as muitas
manifestações da graça de Deus para com Israel, uma
delas foi calçar os pés daquele povo com peles de
texugo, que aliás, nos leva a considerar as palavras de
Moisés registradas em Deuteronômio 29:5: “Quarenta
anos vos conduzi pelo deserto; não envelheceram
sobre vós as vossas vestes, nem se gastou no vosso pé
a sandália”.
É evidente que não podemos deixar de reconhecer
aqui uma demonstração clara do cuidado de Deus, de
modo miraculoso para com seu povo; mas, não seriam
estes os mesmos calçados aos quais Deus se refere em
Ezequiel conforme o texto citado há pouco?
Na verdade, quanto ao nosso estudo, não é tão
importante comprovar se a cobertura era feita de peles
de animais marinhos ou de texugo, pois tanto este
último como o dugão possui a pele de cor acinzentada,
sem nenhuma beleza aparente e em nada atraente. Com
isso, não podemos deixar de considerar o texto de Isaías
53:2 que se refere à Cristo:

“Porque foi subindo como renovo perante ele, e


como raiz duma terra seca; não tinha aparência nem
89
Teologia Sistemática IV

formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que


nos agradasse”.

Ao olhar para aquela tenda, estando do lado


de fora, o povo não podia avistar qualquer beleza,
assim como ninguém pode contemplar a beleza de
Cristo estando também fora dele. As manifestações
de beleza e esplendor do Senhor Jesus encontravam-
se simbolicamente no interior da tenda, totalmente
encobertas pelas peles dos animais marinhos, ou
texugos.
Por baixo daquela cobertura havia ainda uma
segunda, confeccionada com peles de carneiros, tintas
de vermelho, descritas também em Ex 26:14. Esta
segunda cremos, tanto através da cor como através do
animal, nos aponta a pessoa de Cristo e a expiação que
Ele fez pelos pecados. Primeiramente, para explicar
a confecção, seria necessário imolar o animal para se
fazer uso da pele e isto implicava no derramamento
de sangue que, por sua vez nos leva a considerar a
expressão da Palavra em Hb. 9:22b onde está escrito
que “sem derramamento de sangue, não há remissão”
(de pecados). Ao início da história da humanidade,
após a desobediência dos nossos primeiros pais, Deus
lhes fez vestimentas de peles. Posteriormente, Deus se
agradou do sacrifício de Abel que, tendo imolado um
carneiro, o apresentou como oferta ao Senhor. Outros
fizeram o mesmo no decorrer da história, como por
exemplo, Noé, Abraão, Isaque, Jacó e muitos outros.
Não podemos nos esquecer, portanto, de que todos
90
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

estes sacrifícios eram figuras do supremo sacrifício a


ser realizado pelo Cordeiro de Deus, efetuando assim
verdadeira, total e eficiente expiação pelos nossos
pecados.
Não nos são fornecidas informações precisas acerca
das dimensões exatas das duas primeiras coberturas;
porém, inferimos que estas cobriam completamente
as outras duas, além de toda a tenda. Como já
mencionamos de relance, temos a dizer que a cobertura
da tenda era constituída de quatro camadas sobrepostas,
duas das quais já foram examinadas. Às outras duas,
por causa de mais detalhes, daremos maior atenção.
Os versículos de Êxodo 26:7 e 36:14 mencionam
a existência de uma cobertura de peles de cabras,
enquanto que em Êxodo 36:15-18 encontramos os
detalhes da sua confecção. Quanto às dimensões,
aprendemos que, no total, havia onze cortinas de trinta
côvados de comprimento, sendo que, presas umas
às outras, formavam um conjunto de trinta côvados
(aproximadamente 13,5 metros) por quarenta e quatro
(19,8 metros) côvados. Como as dimensões da tenda
eram de trinta côvados de comprimento, dez côvados
de largura e dez côvados de altura, nos mostram que
esta cobertura era suficientemente grande para cobri-la
completamente. Em Êxodo 26:9 descobrimos que esta
cobertura de peles fechava os fundos da tenda, porém
permanecia dobrada na parte dianteira.
Diante de todos estes e outros detalhes, qual a
importância disto para nós, crentes em Jesus Cristo?
A resposta é ao mesmo tempo simples e fascinante.
91
Teologia Sistemática IV

Acontece que estamos contemplando o Corpo de


Cristo e, nEle, cada membro encontra-se totalmente
escondido, como bem se expressou o apóstolo Paulo
em Colossenses 3:3b; “...a vossa vida está oculta
juntamente com Cristo, em Deus”. O salmista também
reflete este ensinamento no Salmo 119:114, quando
diz:

“Tu és o meu refúgio e o meu escudo; na tua palavra


eu espero”.
Você está escondido em Cristo Jesus?
Nossa curiosidade ainda se aguça quando paramos
para pensar por que teria Deus exigido que aquela
coberta fosse feita com peles de cabras. Existiria,
porventura, aqui uma outra foto do Senhor Jesus que
sirva para nosso encorajamento e edificação? Cremos
que sim, levando-se em consideração o valor das cabras
com relação às ofertas e sacrifícios exigidos por Deus,
bem como a sua importância na tipologia bíblica.
Primeiramente, atente-se ao fato de que a cabra era
um animal considerado e declarado por Deus como
limpo e puro, consequentemente aceitável para os
sacrifícios. O texto mais significativo que podemos
mencionar, relacionando-o ao valor e importância
desse animal, encontra-se em Levítico 16:15-22, dentro
do contesto específico sobre o “Dia da Expiação”.
O termo hebraico “sôeer”, utilizado para descrever
o animal peculiar à ocasião, refere-se a um bode novo,
ou a uma cabra. Estes bodes eram oferecidos como
sacrifícios pelos pecados, conforme Levítico 16:5a
afirma:
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IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

“Da congregação dos filhos de Israel tomará dois


bodes para a oferta pelo pecado”.

Nos versículos 15 a 22 encontramos instruções


explícitas acerca de como seriam usados ambos os
animais e o significado de cada um deles. Podemos
distinguir a foto de Cristo, no caso, através da maneira
como foram utilizados.
Um deles era imolado e o seu sangue espargido
sobre o propiciatório que se encontrava no Santo dos
Santos ou Lugar Santíssimo, onde habitava a presença
de Deus (Lv. 16:15). Desse modo, temos aqui um
quadro do sangue de Cristo, apresentado diante do Pai
como resgate pelo pecado. Na verdade, diríamos então
que Cristo foi o nosso “bode expiatório”.
Não podemos nos esquecer, porém, do segundo
animal, uma vez que temos nele também uma figura
de Cristo. Os versículos 20-22 do mesmo capítulo nos
explicam o uso do outro bode.
É óbvio que o mesmo bode que devia ser imolado
não podia, sozinho, representar toda a obra da expiação
uma vez que a ressurreição de Cristo é tão importante
quanto a Sua morte. Na verdade, se não tivesse
ocorrido a ressurreição de Jesus, a expiação de nossas
almas seria incompleta, ou até mesmo impossível de
acontecer, a bem da verdade. O apóstolo Pedro também
confirma isto ao escrever em 1 Pedro 1:3:

“Por isso foi que também Jesus, para santificar


o povo, pelo seu próprio sangue, sofreu fora da
porta”.
93
Teologia Sistemática IV

A MESA DOS PÃES

Cristo – O Pão da Vida

Os textos básicos para o estudo deste novo retrato de


Cristo encontram-se registrados em Êxodo 25:23-30;
37:10-16; Êxodo 40:22,23 e Levítico 24:5-9. À medida
que prosseguirmos em nosso estudo, faremos menção
dos diversos detalhes que, por certo, encontraremos
nas referências citadas.
Antes, porém, faz-se necessário lembrar que
apenas os sacerdotes possuíam o direito de entrar
no tabernáculo. Ao mesmo tempo, recorde-se que
temos representado em cada tábua recoberta de ouro
e que compunham as paredes da tenda, cada membro
do Corpo de Cristo. Portanto, se o prezado leitor já
conhece por experiência a Jesus Cristo como Salvador
pessoal, também se encontra nelas representado. A
nossa humanidade está envolta na glória de Deus, em
Cristo, e mais ainda, como sacerdotes na Igreja de
Jesus possuímos o privilégio de ministrar no interior
do Lugar Santo e contemplar as belezas nele existentes.
Um dos móveis de rara beleza encontrado no Lugar
Santo era a mesa dos pães asmos, ou da proposição. Sua
construção envolvia novamente a madeira de acácia,
totalmente recoberta de ouro, cujo simbolismo já foi
estudado e que permanece o mesmo. Não era uma
mesa muito grande; suas dimensões compreendiam
noventa centímetros de comprimento, quarenta e cinco
de largura e sessenta e sete e meio de altura; portanto,
94
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um móvel pequeno.
Muito embora não haja nisto qualquer simbolismo,
sugerimos a hipótese de que tais dimensões, ainda
que reduzidas, bem podem representar o pequeno
número de pessoas que podem participar da mesa do
Senhor, se comparado com a humanidade toda por
quem ele morreu. , tendo em vista a salvação de todos
os homens. o próprio Jesus fez referência a este fato
quando exortou os que o ouviam, ao dizer:
“Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçoso
o caminho que conduz para a perdição e são muitos os
que entram por ela), porque estreita é a porta e apertado
o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que
acertam com ela”.
(Mateus 7:13-14)

Evidentemente, isto não significa que a mesa não


fosse suficientemente grande para comportar todos,
porém, é claro que Deus na Sua onisciência sabia que a
maioria da humanidade não responderia ao Seu convite
para participar da comunhão com Cristo, prefigurada
na mesa dos pães.
Entre as características específicas da mesa, nos
capítulos 25 e 37 (Êxodo) encontramos descrita a sua
decoração composta de uma bordadura e uma moldura.
Sem dúvida, a moldura servia de anteparo e proteção
para que os utensílios e os pães nela depositados não
caíssem ao chão quando transportados e, quanto à
bordadura, parece-nos que outra finalidade não tinha
senão a de decorá-la, o que nos leva a considerar a
95
Teologia Sistemática IV

beleza existente na comunhão com Cristo, aliás, é o


objeto do nosso estudo concernente ao que este móvel
representa para nós.
Acreditamos que as Escrituras ensinam ser a mesa
um “lugar de provisão”, e, ao mesmo tempo, um lugar
de comunhão. Sendo assim, esta comunhão à mesa
deve ser santa e pura, conforme o era aquele utensílio
pela clareza de Levítico 24:6:

“E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira,


sobre a mesa de ouro puro perante o Senhor”.

Sabendo que a mesa, na verdade, havia sido


fabricada com madeira de acácia e depois recoberta
de ouro, entendemos que esta é uma referência à
natureza pura do material nela empregado, tornando-a
consequentemente pura. No livro do profeta Malaquias
1:7, Deus condena o comportamento dos sacerdotes
por não reconhecerem a pureza e santidade da mesa
do Senhor.

“Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e ainda


perguntais: Em que te havemos profanado? Nisto, que
pensais: A mesa do Senhor é desprezível.”
96
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

Lembremo-nos, também da exortação do apóstolo


Paulo ao instruir a igreja de Corinto quanto à celebração
da Ceia do Senhor: (1 Co. 11:27-30)

Desde que este texto estava sendo dirigido a crentes,


entendemos ser ele uma clara afirmação de que nem
todos os salvos zelam pela santidade da mesa do
Senhor, participando dela em conseqüência de mera
tradição religiosa. Com isso, Deus deseja nos alertar
quanto ao perigo de agirmos assim.
Ao comemorar sua última páscoa em companhia
dos seus discípulos, na instituição da Ceia Memorial
havia um traidor comendo à mesa, com Cristo.
Embora alguns digam que Judas não teria participado
da Ceia recém-instituída, contudo, o Doutor Lucas,
exímio historiador, afirma que ele se encontrava
presente ao recordar as palavras de Jesus, em Lucas
22:19,21:(consulta bíblica)
É evidente que não podemos acusar, e nem de longe
sugerir, que haja entre nós algum Judas. Por pior que
isto venha parecer, cremos ser possível qualquer crente
praticar atos ou algum ato de traição contra o Senhor
Jesus, e ainda assim estar participando (indignamente,
como afirma o apóstolo) da Ceia Memorial, sem que os
próprios irmãos na fé o saibam. Esta, aliás, é a razão do
exame introspectivo recomendado como necessidade
de todos, antes da celebração da ceia do Senhor.
Em referência à mesa acima mencionada, o livro
de Cantares 1:12 usa uma expressão muito linda na
declaração que a esposa faz. Ela diz:
97
Teologia Sistemática IV

“Enquanto o rei está assentado à sua mesa, o meu


nardo exala o seu perfume”.

Queridos, Deus não nos promete que poderemos


acumular pão para o dia de amanhã, porém o próprio
Jesus, o verdadeiro Pão da Vida, nos ensina a orar e
pedir “o pão de cada dia” (Mt. 6:11).
A Palavra de Deus afirma de muitas maneiras que cada
escravo, uma vez liberto dos seus pecados e elevado à
posição de filho de Deus, é rei no Seu reino e nunca lhe
há de faltar o pão, enquanto confiar no seu Libertador.

O Candelabro de Ouro (Ex.25:31-40)(consulta


bíblica)
Jesus – A Luz do Mundo

Uma peça bastante curiosa, original e igualmente


bela, que por seus muitos detalhes, nos das lições
importantes.

Parece-nos importante estabelecer Cristo como


o antítipo do candelabro, ao início deste capítulo,
demonstrado na declaração do próprio Jesus, registrada
em João 8:12, onde lemos:
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“De novo lhes falava Jesus, dizendo: Eu sou a luz


do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo
contrário terá a luz da vida”.

Com esta declaração em mente, prossigamos em


nosso estudo acerca do candelabro.
Primeiramente, examinemos o formato desta peça
e a sua importância no interior do tabernáculo. Na
realidade, o candelabro em si, conforme a descrição do
texto era apenas a coluna do centro, enquanto que as
outras seis lâmpadas encontravam-se localizadas sobre
as hastes. Assim, cremos que o candelabro representa
o Senhor Jesus, enquanto que as outras seis lâmpadas
representam os salvos em Cristo.
Comentamos anteriormente que o número seis, nas
Escrituras, representa a humanidade. Acrescido de mais
um, temos o número sete que é considerado o número
da perfeição, o que nos leva à assertiva de que somente
em Cristo podem os homens obter perfeição. Assim
como as hastes “brotavam” dos lados do candelabro
formando uma única peça, assim também os crentes em
Cristo são um com Ele, gozando cada um da mesma
posição diante de Deus, pois, como já foi observado
antes, os salvos já se encontram glorificados com Cristo
(Rm. 8:30).
Quanto à função das lâmpadas, o texto declara que
elas se acenderiam “PARA ALUMIAR DEFRONTE
DELE”. O objetivo, portanto, das lâmpadas, era
iluminar o próprio candelabro o que, em relação aos
filhos de Deus, não é diferente, pois o propósito do
99
Teologia Sistemática IV

Senhor para os Seus filhos é que estes O glorifiquem.


Em Mateus 5:14-16, (consulta bíblica)
Portanto, noutras palavras, o candelabro representa
antes de tudo o testemunho de Cristo, e então, do Seu
povo. Este quadro é perfeitamente confirmado pelas
palavras do apóstolo em João 1:1-5, onde se lê:
Convém acrescentar aqui, também, a referência de
João 3:19-21:

Note-se que Cristo Jesus, a Luz do mundo, cumpriu


cabal-mente o Seu ministério, resplandecendo de
modo intenso e verdadeiro diante dos homens, a ponto
de, conforme a assertiva do texto, as trevas jamais
conseguirem prevalecer contra esta maravilhosa luz.
Entretanto, ainda que tal testemunho tenha sido dado
de modo convincente, a natureza humana continua
preferindo as trevas. Não fosse a maravilhosa graça e
misericórdia de Deus, bem como Sua surpreendente
manifestação de amor pelo mundo perdido, nenhum
de nós teria jamais o privilégio de resplandecer, ou de
brilhar para Cristo. Portanto, a pergunta que cada um
deve fazer para consigo mesmo é esta: Será que o meu
testemunho está glorificando a Jesus? Ou será que a
minha lâmpada se encontra apagada, sem condições
de iluminar o candelabro.
Em primeiro lugar precisamos observar que o
combustível para as lâmpadas era o azeite de oliva
puro, especial-mente preparado para este mister. Na
Palavra de Deus, o azeite sempre representa o Espírito
Santo quando considerado o estudo da tipologia bíblica.
100
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

Levítico 14:16; Números 6:15; Deuteronômio 32:13;


Salmo 23:5; Mateus 25:4. Sendo assim, pela primeira
vez encontramos no tabernáculo, de modo bastante
explícito, a terceira pessoa da Trindade numa função
bastante característica, pois, em figura, era através da
energia do azeite que as lâmpadas podiam irradiar luz,
o que deve acontecer também na vida do crente que
precisa do poder do Espírito para refletir a luz de Jesus.
A nossa lâmpada resplandeça sem que haja nenhuma
diminuição de luz.
A segunda hipótese sugerida por alguns para
explicar o ato de aparar os pavios das lâmpadas merece
ser apresentada pelo valor de sua aplicação e consiste
no seguinte: à medida que o sumo sacerdote removia
aquela crosta, ele a depositava em um vasilhame, o que
sugere ser a crosta o desgaste de cada vida na obra do
Senhor, equivalente às obras realizadas para a glória
de Deus. Noutras palavras, teríamos aqui, através
de uma figura, o ouro, a prata e as pedras preciosas
mencionadas em 1 Coríntios 3:12-15. Embora não
possamos desmerecer o valor de tal interpretação,
contudo não podemos negar a inviabilidade da
mesma, principalmente tomando-se por base o texto
apresentado, de vez que nem todas as obras dos crentes
são realizadas ou aprovadas por Deus e, o que é pior,
isto deixaria margem para alguém pensar que na vida
de Jesus houvessem ocorrido realizações semelhantes
à palha, feno ou madeira, o que no caso seriam
passíveis de corte para um perfeito ajustamento em seu
ministério. Seria isto possível? Ou, quiçá, verdadeiro?
101
Teologia Sistemática IV

O ALTAR DE INCENSO

CRISTO – NOSSO INTERCESSOR

A última peça do mobiliário do chamado Lugar


Santo era o altar de incenso que, parece-nos, ficava
situado defronte do véu que fazia separação do Lugar
Santo do Santo dos Santos.
Traçando uma linha reta imaginária a partir do
altar de bronze, incluindo a pia, o altar de incenso, a
arca com o propiciatório, tem o eixo de uma cruz cuja
travessa é formada pela mesa dos pães de um lado e
pelo castiçal de outro, sendo que a cabeceira dessa
cruz imaginaria é formada pela arca do conserto. Seria
isso apenas uma coincidência? Essa não seria a forma
como o seu filho seria sacrificado pela humanidade?
Examinemos: (consulta bíblica Ex.30:1-10)

Encontramos aqui mais uma vez a madeira de Acácia


coberta com ouro, significando a natureza humana
revestida de glória, o que nos leva a considerar que o
nosso intercessor se identifica conosco de maneira que
102
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

nos conhece profundamente, nossas fraquezas, lutas e


sofrimentos, as tentações que nos afligem etc.

“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande


sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos
firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à
nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos,
portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim
de recebermos misericórdia e acharmos graça para
socorro em ocasião oportuna”. Hb. 4:14-16

Essa fotografia mostra o Deus Humanizado, um


Deus intercessor, único mediador entre Deus e os
homens.

“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre


Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”, 1 Tm 2:5

Outra vez encontramos a figura geométrica quadrada


nesse utensílio, vemos como em outras referencias que
essa figura represente a universalidade de cristo e sua
mensagem, o que intercede por toda à humanidade.
Ele mesmo fez referencia a isso quando falou:

“Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a


mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha
voz; então, haverá um rebanho e um pastor.” Jo 10:16
103
Teologia Sistemática IV

Observemos que este móvel também tinha chifres,


como já estudamos antes, esses chifres simbolizam
poder. Quando um bode e um novilho eram sacrificados
para expiação dos pecados de todo o povo (uma vez
por ano). O sangue desses animais era colocado no
propiciatório do Santo dos Santos, como figura do
sacrifício de Jesus para fazer expiação pelos pecados
do mundo inteiro. Observe que o mesmo sangue era
colocado sobre os chifres do altar de incenso, o que
denota poder e força. Há um hino muito antigo e
conhecido que diz:

“Há poder sim forças e vigor, pelo sangue de Jesus”,


Há poder sim ““...

Para que Cristo pudesse se tornar o nosso Intercessor


perante o Pai, era necessário derramar seu próprio
sangue, que não somente representa o poder da nossa
salvação, mas, também para nossa vida de oração.
O Sacrifício não era algo para se fazer continuamente,
mas o incenso deveria ser queimado constantemente.
Da mesma forma, o sacrifício único de Cristo para
nossa salvação não se repete, mas, a vida de oração
deve ser ininterrupta, sendo que a oração precisa estar
voltada, e firme, no poder que há no sangue de Cristo
Jesus, senão nenhum valor há diante de Deus. Portanto
o altar era santíssimo, porque, a oferta (e não sacrifício)
de Cristo (tipificada com sangue nos chifres) era e
continua sendo santíssima. ...”Porque sedes santos
porque eu também sou santo.”
104
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

“Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei


da tua palavra”.
Sl 119:16

O VÉU E O SANTO DOS SANTOS

A ENCARNAÇÃO E O LAR CELESTIAL DE


CRISTO

Achamos por bem apresentar ambos os assuntos


em conjunto por serem eles inseparáveis. O retrato da
encarnação de Cristo é impossível de ser compreendido
sem reconhecer de onde Cristo veio e para onde
retornou.
O texto bíblico que menciona de modo específico os
assuntos deste capítulo encontra-se em Êxodo 26:31-
34. (Consulta bíblica)
É importante fazermos uma rápida recapitulação
de observações anteriores, relembrando o significado
dos diversos detalhes mencionados na confecção deste
véu.
No inicio estudamos o significado do “branco”.
Invariavelmente o linho retorcido refere-se à pureza, à
perfeição da humanidade de Cristo Que, encarnando-se,
revelou ao mundo uma vida sem pecado, perfeitamente
típica de Deus e do lugar da Sua habitação. É esta
pureza que Deus nos apresenta em 1 João 3:9

“Todo aquele que é nascido de Deus não vive na


prática de pecado; pois o que permanece nele é a
105
Teologia Sistemática IV

divina semente; ora, esse não pode viver pecando,


porque é nascido de Deus”.

Ao estudarmos no capítulo três as cores


características das cortinas da entrada, procuramos
estabelecer, através da Palavra de Deus, o simbolismo
de cada uma daquelas cores. Tornamos a encontrá-las
no véu e, por isso, desejamos relembrar o significado
do azul, da púrpura e do escarlate ou carmesim.
O azul é a cor celeste e indica a origem celestial de
Cristo, que veio dos céus para nos resgatar.
A púrpura, por sua vez, representa a realeza de
Jesus. Ele Se declarava Rei e este foi o título pregado
em Sua cruz ao morrer. Suas declarações a esse respeito
e acerca do Seu reino provocavam a ira dos judeus que
o viam apenas como homem, não compreendendo as
suas declarações sobre o Reino espiritual, sendo ele o
Homem-Deus.
O escarlate revela como nenhuma outra cor o
objetivo principal da encarnação de Cristo. Na Bíblia,
esta cor parece estar ligada constantemente ao pecado;
e em relação a Cristo é patente que se refere aos nossos
pecados que Ele tomou sobre si. Filipenses 2:6-11
ilustra isso, e a declaração de 2 Coríntios 5:21 merece
destaque especial.

“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado


por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”.

Outra cor mencionada no véu de separação é o


106
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

ouro dos colchetes que, aliás, insiste novamente em


representar a divindade de Cristo através deste metal
precioso. O ouro sempre retrata a divindade e a glória
de Deus, quando não considerado no seu sentido literal,
naturalmente. Não obstante haver assumido a forma
humana, Jesus jamais deixou de ser Deus, e repetidas
vezes fez declarações neste sentido.
Os querubins foram considerados no capítulo seis. A
palavra significa “agarrado, segurado”; e descobrimos
que eles eram os guardiões da santidade de Cristo. Na
verdade, Jesus nunca deixou de gozar toda a proteção
de Deus durante sua vida aqui na terra. Em Mateus
26:53 ele repreendeu o apóstolo Pedro, dizendo-lhe
que bastar-lhe-ia rogar ao Pai e mais de doze legiões
de anjos acorreriam em seu auxílio.
Havia também quatro colunas, e outra vez
encontramos, a madeira de acácia recoberta de ouro
e fixada em bases de prata, uma bela representação
de Jesus humano e divino, exercendo o ministério da
redenção.
Para os sacerdotes que ministravam no santuário,
o véu representava uma barreira. Mesmo sabendo que
a arca e o propiciatório estavam atrás do véu, era-lhes
proibido atravessá-lo sob pena de morte instantânea.
Até mesmo ao sumo sacerdote era vedado o ingresso
no Santo dos Santos, com exceção de apenas um único
dia, o dia da expiação, quando lhe era permitido entrar
para queimar incenso e depositar o sangue do sacrifício
pelos pecados do povo sobre o propiciatório.
Como já temos dito, o véu representava a encarnação
107
Teologia Sistemática IV

de Cristo e, como as demais partes do tabernáculo,


era um tipo de Cristo, que cumpriu na íntegra cada
tipo, símbolo ou semelhança apresentados naquela
tenda através da Sua encarnação, Sua divindade e Seu
ministério (passado, presente e futuro).
O texto bíblico que nos apresenta o simbolismo contido
no véu encontra-se em Hebreus 10:19-23, (consulta
bíblica).
Desejamos fazer algumas observações sobre estes
versos relacionando-os ao retrato de Cristo que nos
é apresentado por Deus; entretanto, examinaremos
primeiro a referência de Mateus 27:51 que nos situa
no momento da morte de Jesus, exatamente na hora
em que Ele “entregou o espírito” ou seja, no instante
mesmo em que Ele expirou. O verso diz:

“Eis que o véu do santuário se rasgou em duas


partes, de alto a baixo: tremeu a terra, fenderam-se
as rochas.”

Ninguém, jamais, pôde se assentar no Santo dos


Santos; porém nós, estando em Cristo, nos encontramos
assentados junta-mente com Ele no lugar da Sua
habitação. A mente humana não consegue compreender
tal declaração, e, sem a iluminação do Espírito Santo
e a fé nas declarações que Deus faz a nosso respeito,
estas bênçãos que nos pertencem em Cristo Jesus nunca
poderão ser, de fato, experimentadas em nossas vidas.
Outra frase de grande importância citada no
texto da carta aos Efésios é: “Para a adoção de filhos ’.
108
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

Ora, os filhos habitam no lar do pai, consequentemente


o nosso lar tem que ser o mesmo onde habitam o Pai
e Seu Filho primogênito, o nosso irmão mais velho.
Aprendemos com Abraão, por causa da sua fé, que ele
se reconheceu ser apenas um peregrino na terra e que
seu lar verdadeiro era o céu (Hb. 11:13-16).
A razão principal por que os crentes chamam-
se comumente de irmãos não é porque o sejamos
primeiramente entre nós, mas sim, porque antes de
tudo somos irmãos de Jesus Cristo;

“Porquanto aos que de antemão conheceu,


também os predestinou para serem conformes
à imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja
o primogênito entre muitos irmãos. E aos que
predestinou, a esses também chamou; e aos que
chamou, a. esses também justificou; e aos que
justificou a esses também glorificou.”
Rm 8:29,30

O véu que fazia separação entre o santuário


e o Lugar Santíssimo fazia parte da lei, que era
repleta de tipos e símbolos misteriosos. Hoje, porém,
podemos compreender aqueles mistérios, porque
nos foi franqueado o acesso à presença de Deus pela
encarnação, crucificação e ressurreição de Jesus,
eventos estes que obedeceram fielmente aos ponteiros
do relógio de Deus, ainda que determinados por Ele
“antes da fundação do mundo”.
Qualquer crença, dogma ou seita religiosa que
109
Teologia Sistemática IV

professe a necessidade de qualquer forma de sacrifícios,


ou então, que insinue e ensine a transubstanciação, ou
seja, a transformação literal de elementos ligados
à Ceia Memorial em corpo e sangue de Cristo,
evidentemente não possui conhecimento algum do
mistério já desvendado, porquanto Cristo, ao entrar
no Santo dos Santos (o céu), abriu o caminho de uma
vez para sempre, na direção da presença de Deus,
para todos que O aceitarem, e jamais haverá um novo
sacrifício de sua parte ou uma oferta qualquer para
substituí-Lo no plano divino. A declaração de Hebreus
10:14 resume o que temos tentado demonstrar:

“Porque com uma única oferta, aperfeiçoou


para sempre quantos estão sendo santificados”.

“Tenho visto que toda perfeição tem seu limite:


mas o teu mandamento é ilimitado”.
Sl 119:96

A ARCA E O PROPICIATÓRIO

CRISTO ENTRONIZADO

Finalmente chegamos ao fim da nossa jornada.


A foto reveladora de Cristo que temos estudado no
Tabernáculo, neste último retrata de Jesus, entronizado
em toda a Sua glória e esplendor. O Rei vitorioso e
glorioso encontra-se agora assentado no Seu trono,
nos lugares celestiais.
Êxodo 25:10-22 relata quais foram as instruções
110
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dadas por Deus a Moisés para a construção de ambas as


peças que serão estudadas neste capítulo, e em Êxodo
37:1-9 encontramos o relato da execução dos serviços
conforme ordenado pelo Senhor.

Assim, temos aqui um aspecto novo que é de


suma importância. Deus ordenou que Moisés colocasse
no interior da arca, o testemunho. Em Hebreus 9:3-5
temos a seguinte informação: (consulta bíblica)
Em geral, as referências ao testemunho são identificadas
com a lei de Moisés. Êxodo 31:18 assim esclarece:

“E, tendo acabado de falar com ele no monte


Sinai, deu a Moisés as duas tábuas do testemunho,
tábuas de pedra, escritas pelo dedo de Deus”.

O texto de Êxodo 34:29 ainda acrescenta:


“Quando desceu Moisés do Monte Sinai, tendo
nas mãos as duas tábuas do testemunho, sim, quando
desceu do monte, não sabia Moisés que a pele do seu
rosto resplandecia, depois de haver Deus falado com
ele”.
Qual seria a relação existente entre o testemunho
e a pessoa de Jesus? E porque foram aquelas tábuas
111
Teologia Sistemática IV

colocadas no interior da arca da aliança?


Esta lei dada a Moisés é reconhecida como sendo
a primeira aliança de Deus com os homens. Claro,
que Deus já havia feito várias alianças, no passado,
com Adão, Noé, Abraão; contudo, convém examinar
o testemunho que Deus dá a respeito desta lei em
Hebreus 8:6,7, (consulta bíblica)
Desafia-nos, então, a pergunta: se esta lei
representa o Senhor, como poderia ser imperfeita?
Cremos que as exigências da lei era uma perfeita
revelação da justiça e santidade de Deus. Esta justiça
e santidade foram integralmente reveladas ao mundo
através de Cristo, o cordeiro imaculado e perfeito.
Todavia, a lei daquela primeira aliança, por si mesma
não tinha poder algum para remover os pecados
de ninguém; nesse sentido é que se apresentava
imperfeita, dependendo para sua remoção, de alguém
que pudessem cumpri-la.
Paulo afirma que a lei possuía somente o
propósito de condenar: (gálatas 2.16)
“Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada
por causa das transgressões, até que viesse o descendente
a quem se fez a promessa, e foi promulgada por meio
de anjos, pela mão de um mediador. Ora, o mediador
não é de um, mas Deus é um. É, porventura, a lei
contrária às promessas de Deus? De modo nenhum!
Porque, se fosse promulgada uma lei que pudesse
dar vida, a justiça, na verdade, seria procedente de
lei. Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado, para
que, mediante a fé em Jesus Cristo, fosse a promessa
112
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

concedida aos que crêem”.


Parece-nos que estes versos dispensam quaisquer
comentários, uma vez que nos apresentam com toda
clareza, a finalidade da lei.

“Não penseis que vim revogar a lei e os profetas;


não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em
verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem
um “i” ou um “til” jamais passará da lei, até que tudo
se cumpra”. Mt 5:17,18
Havia, porém, dentro da arca outros dois objetos.
Hebreus 9:4 nos informam quais eram; portanto,
estudaremos agora o primeiro lá mencionado, ou seja,
a “urna de ouro contendo o maná”. Quando estudamos,
a mesa dos pães asmos, citamos vários versículos do
capítulo seis do Evangelho de João onde Cristo se
declarou ser o “Pão da Vida”. Fazem referência ao
maná: (vide - Jo. 6:31-33,58)
Qual era, por conseguinte, a grande diferença
entre o verdadeiro Pão da Vida que é Cristo e o maná
que havia caído dos céus? Cristo oferece a vida eterna,
vida espiritual, e a sustenta; enquanto que o maná servia
apenas de sustento para a vida física. Mesmo assim,
diversas comparações feitas entre o maná e Cristo Jesus
transformaram-no em um tipo do nosso Salvador. Por
exemplo, entendemos que o maná foi enviado do céu,
para servir de alimento. Sua descrição, conforme Êxodo
16:31, diz que ele era branco, e “de sabor como bolos
de mel”. Assim, a origem e os objetivos em ambos os
casos eram os mesmos: o branco que o caracterizava
113
Teologia Sistemática IV

possui o mesmo significado de pureza; e o mel, como


elemento novo neste retrato, representa a doçura de
Jesus para aqueles que o conhecem. Alguns textos
bíblicos nos demonstram isso, como por exemplo:
“Quão doces são as tuas palavras ao meu
paladar! Mais que o mel à minha boca”.
Salmo 119:103:
Outro objeto também colocado dentro da arca
foi à vara de Arão que havia florescido conforme
a ocorrência registrada em Números 17:1-11. Não
examinaremos todo o texto, Veremos nele alguns
detalhes de relevância que poderão nos auxiliar a
compreender o verdadeiro significado e a razão por
que a vara fora guardada no interior da arca.
Em primeiro lugar, a ocasião da ocorrência é
muito importante. Quatorzes mil israelitas haviam
acabado de morrer em decorrência do juízo de Deus
contra a sua rebelião contra a liderança de Moisés
e Arão. Sua implicação é que eles achavam que
qualquer um deles possuía o mesmo direito de tomar
decisões e liderar o povo. Noutras palavras, haviam
desafiado o próprio Deus que investira Moisés e Arão
de autoridade.
O episódio nos oferece uma lição de grande
importância. Na Sua Palavra, Deus declara que não há
autoridade que não seja constituída por Ele (Rm. 13:1-
7), e quem se opõe à autoridade, resiste à ordenação
de Deus, “e os que resistem trarão sobre si mesmos
condenação” (Rm. 13:2). Entendemos, então, que a
ocasião foi utilizada por Deus para estabelecer a Sua
114
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

autoridade diante de um povo rebelde e contumaz.


Por isso, podemos afirmar que a vara florescente é
um símbolo da autoridade de Deus conferida à Sua
liderança constituída entre os homens, e neste caso,
na arca da aliança, representa a autoridade conferida
por Deus ao ministério do Seu Filho (Mt. 28:18).
Um segundo detalhe importante é que todas as
varas que representavam as doze tribos eram varas
secas, sem vida, portanto, sem nenhuma condição
ou capacidade de brotarem por si mesmas. Isto é
importante, pois se entende daqui que todos os homens
se encontram espiritualmente mortos diante de Deus, e
por esta razão, para reviverem dependem de um poder
fora de si mesmo. Entre todas as varas, porém, uma
delas representava Arão, o sumo sacerdote, e apenas
esta floresceu, o que nos conduz à revelação do retrato
de Cristo que, tendo sido “cortado” (Is. 53:8), entregou
a Sua vida, morreu, mas, milagrosamente, de modo
sobrenatural, experimentou a ressurreição. Assim é
que a vara de Arão simboliza outra característica de
Cristo. Todavia, para completar esta foto maravilhosa
de Jesus, precisamos observar o texto abaixo:
“No dia seguinte Moisés entrou na tenda do
testemunho, e eis que a vara de Arão, pela casa de Levi,
brotara, e, tendo inchado os gomos, produzira flores,
e dava amêndoas”. Nm 17:8
Existem dois pontos importantes. Primeiramente,
convém notar que as varas haviam sido colocadas diante
do testemunho (a Lei), na tenda da congregação, ou
seja, “em Cristo” e defronte a Sua justiça e santidade.
115
Teologia Sistemática IV

O próprio Deus, então estava declarando serem justas


e santas as escolhas da tribo de Levi para exercer o
sacerdócio e, de modo especial, a Arão para ser o sumo
sacerdote. Em Números 17:3 encontramos o registro de
que teria sido o nome de Arão e não o de Levi, escrito
naquela vara para identificá-la das demais. O que
aconteceu inesperado é que a vara não apenas renasceu,
isto é, brotou, mas nela surgiram botões, flores e frutos.
Ora, todos os crentes têm recebido uma nova vida em
Cristo, todavia apenas o Senhor Jesus, o Homem-Deus,
ressurgiu em plena maturidade de vida espiritual. Daí
entendermos que a vara de Arão simboliza, portanto,
a vida do Cristo ressurreto.
Temos então no retrato da arca, com tudo o que
lhe pertencia, uma foto de Cristo na Sua humanidade e
também Divindade como fonte de vida e alimentação,
com vaso escolhido por Deus, santo e justo, como
autoridade constituída por Deus e também como
esperança de nova vida e frutificação, além de,
naturalmente, esperança da ressurreição de cada filho
de Deus.
À luz desse retrato, o que significa Jesus, o Filho de
Deus para você?
Passaremos a examinar agora o propiciatório e,
para tal, transcreveremos o texto de Êxodo 25:17-22,
que traz a descrição desta peça, a mais importante de
todas as que se encontravam no tabernáculo.
O significado da palavra propiciatório é “lugar
de misericórdia”. No original hebraico, a palavra
“kappõreth” é empregada somente em relação à
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arca com o sentido de coberta, ou tampa. No Novo


Testamento, em Hebreus 9:5, temos uma referência
ao propiciatório, e o termo grego empregado é
“hilasterion”, sendo que o seu significado pode ser
facilmente e melhor compreendido lendo-se: (Romanos
3:24-26)
Convêm notar que apenas o sumo sacerdote, uma
vez por ano, podia entrar no recinto onde se encontrava
o propiciatório, para fazer expiação pelos pecados do
povo.

117
Teologia Sistemática IV

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TIPOLOGIA DE CANTARES
A NOIVA DO CORDEIRO

Este é um livro polêmico entre as religiões, pois muitos


o acham com teor carnal, outros alegam a possibilidade
de ter sido inserido por engano no contexto da Bíblia.
É bem verdade que poderíamos pensar desta forma
também, se não tivéssemos um Deus que revela os
mistérios.
Tipologias:
Para entendermos algumas coisas primordiais do
livro é bom entendermos que a Bíblia é uma “alegoria”
de ensinos espirituais. Como Jesus nos ensinou,
quando falava por parábolas, o livro de Cantares, bem
como toda a Bíblia, são também parábolas das coisas
celestiais. “... que são sombras das coisas vindouras...”
Cl 2:17.
O livro narra sobre o romance de Salomão com
a Sunamita.
Neste caso, Salomão é uma figura, ou tipo do
Senhor Jesus, quando ele se mostra como Rei, cujo
reinado foi, em todo seu período, de paz. Vemos então,
muitas passagens da Bíblia nos falando do Rei dos
Reis, que é Jesus e cujo seu reinado é e será (no milênio
e na eternidade) um reinado de paz.
Já a Sulamita, pelo fato de ser uma mulher e
Teologia Sistemática IV

não ser do povo de Israel nos fala da Igreja. A igreja


também não é do povo de Israel. Por algumas vezes
foi representada por mulher nas parábolas de Jesus.
Mt. 25 Lc. 13:21. É válido notar que Jesus se referiu
à Igreja, nestas parábolas como Igreja fiel e infiel. Da
mesma forma, no Livro de cantares veremos a Sulamita
também representando na maioria dos fatos, a Igreja
fiel e em alguns trechos, na sua minoria, a Igreja Infiel
(ex: Ct. 5:2-7).
O livro: Cap.1
“1 O cântico dos cânticos, que é de Salomão.”
Fala-nos do maior cântico, ou do maior amor
que existe, de Jesus pelo homem ou pela sua Igreja, a
ponto de dar sua vida para sua Salvação. Da mesma
forma a igreja, que entrega sua vida, suas paixões, isto
é, deixa o mundo, para viver ao lado do Senhor.
“2 Beije-me ele com os beijos da sua boca;
porque melhor é o seu amor do que o vinho.”
O beijo fala de uma profunda intimidade do
Senhor Jesus com a Igreja, a ponto de lhe falar “boca
a boca”, como era na época de Moisés (Num 12:8).
Com a igreja fiel, o Senhor fala todos os dias, quer seja
através da ministração da palavra, pelo pregador, quer
seja pelos louvores entoados, ou na leitura da bíblia,
ou através de um irmão, ou ainda por visões, sonhos,
línguas etc. O Senhor é um Deus vivo.
A igreja ainda diz que é melhor ter o amor de
Jesus do que viver os prazeres (o vinho) deste mundo.
“3 Suave é o cheiro dos teus perfumes; como
perfume derramado é o teu nome; por isso as donzelas
120
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te amam.”
O sacrifício de Jesus na Cruz foi e continua
sendo como um perfume suave. As maravilhas que Ele
operou e tem operado á cada dia, as curas, as libertações
etc. também têm sido como perfume, de forma que
quem sente uma vez, quer continuar sentindo sempre.
A igreja fiel tem este perfume (II Cor 2:15).
As donzelas são as diversas religiões que existem
no mundo, todas falam bem de Jesus, ainda que não
tenham uma vida de intimidade com Ele.
“4 Leva-me tu; correremos após ti. O rei me
introduziu nas suas recâmaras; em ti nos alegraremos
e nos regozijaremos; faremos menção do teu amor mais
do que do vinho; com razão te amam.”
O clamor da igreja é que o Senhor nos leve, ou
nos guie a cada dia. E esta vida de crente, de ser guiado
pelo Senhor, é uma vida de alegrias e regozijo, por isso
falamos da salvação para àqueles que não conhecem
ao Senhor, para que eles tenham a vida de alegria que
nós temos. É vida de intimidade, como se vivêssemos
nas recâmaras do Rei.
“5 Eu sou morena, mas formosa, ó filhas de
Jerusalém, como as tendas de Quedar, como as
cortinas de Salomão.”
A igreja que é gentílica, ou seja, não é de Israel,
que não tinha o direito da benção, é queimada pelo sol
das provações, que sobreviveu às perseguições, as lutas
do passado e hoje está sofrendo com o materialismo
do mundo e das religiões. Apesar de ter sido provada
por este sol, a igreja é formosa para Deus, pois ela
121
Teologia Sistemática IV

vive em comunhão como em tendas, e é sublime e


separada do mundo como as cortinas de Salomão. Isto
significa que quando as pessoas de fora olham para
a igreja fiel, olham como se estivessem fitando para
uma cortina real, que separa os valores celestiais, dos
valores carnais.
“6 Não repareis em eu ser morena, porque o sol
crestou-me a tez; os filhos de minha mãe indignaram-
se contra mim, e me puseram por guarda de vinhas; a
minha vinha, porém, não guardei.”
O texto fala mais uma vez das lutas da igreja, e
ela ainda sofre hoje devido ser repugnada do mundo.
O mundo não gosta da igreja, nem do que ela segue,
acha antiquado e a discrimina.
É interessante que o texto narra também um
pouco sobre o erro de muitas igrejas hoje, que tem
se voltado para os eventos do mundo, para atrair as
pessoas a Jesus, quando diz que “a minha vinha não
guardei.” Isto é, não guardou os valores celestiais,
misturou o mundo com a igreja. É difícil hoje em dia
distinguir o que é santo e profano, pois as religiões
estão permitindo tudo.
“7 Dize-me, ó tu, a quem ama a minha alma:
Onde apascentas o teu rebanho, onde o fazes deitar
pelo meio-dia; pois, por que razão seria eu como a que
anda errante pelos rebanhos de teus companheiros?”
Uma pergunta que indaga o homem de hoje, que
quer encontrar a Deus. Onde está o rebanho do Senhor?
Onde está a igreja fiel? Onde está o povo que tem a
luz, a plena luz do meio-dia? Aonde posso encontrar
122
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

uma obra do Espírito e não mais uma religião errante.


É uma resposta difícil. Quase impossível. Mas
como diz a palavra, há um remanescente fiel. Rom.
11:15 “Assim, pois, também no tempo presente ficou
um remanescente segundo a eleição da graça.”
Para encontrarmos a igreja fiel precisamos
orar a Deus e pedir que ele revele. É o pedido da
Igreja “Dize-me tu”. “8 Se não o sabes, ó tu, a mais
formosa entre as mulheres, vai seguindo as pisadas das
ovelhas, e apascenta os teus cabritos junto às tendas
dos pastores.”
Uma resposta do Senhor à pergunta anterior. É
claro que há muitas outras respostas em toda a Bíblia,
que complementam esta. Esta resposta, porém se refere
a um detalhe, talvez o mais importante, que é a igreja
como um rebanho, com um corpo. Todos juntos num
mesmo pensamento, sem divisões, nem contendas de
uns com outros, vivem unidos seguindo as pisadas do
Senhor Jesus, que é o nosso Pastor.
“9 A uma égua dos carros de Faraó eu te comparo, ó
amada minha.”
Uma comparação um pouco estranha, mas de
muito valia. Se formos estudar sobre as éguas daquela
época no Egito, vamos entender o motivo. As éguas
eram valentes e nunca recuavam, mesmo que fosse
preciso morrer.
O ensino é claro, o crente deve ser valente,
deve suportar as afrontas e nunca negar o nome de
Jesus, mesmo que seja preciso morrer. Lembramos
dos mártires cristãos que foram lançados nas arenas
123
Teologia Sistemática IV

dos leões. Será que faríamos o mesmo hoje?


“10 Formosas são as tuas faces entre as tuas tranças,
e formoso o teu pescoço com os colares.”
A face formosa é proveniente de uma face feliz
e transparente a todos que estão nos vendo e dizendo:
“aquele ali é um servo de Deus, uma pessoa íntegra
e que age honestamente.” É triste quando vemos uma
pessoa que se diz crente envolvida em escândalos,
é mais triste ainda quando vemos líderes religiosos
agindo assim.
O pescoço é aquilo que liga o Cabeça, Cristo,
(Ef. 4:15), com o corpo, a Igreja. Ou seja, o pescoço
é a comunhão. O Senhor vê a comunhão da igreja e
dos irmãos e acha isso maravilhoso, formoso. Salmo
133:1 “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos
vivam em união!”.
“11 Nós te faremos umas tranças de ouro, marchetadas
de pontinhos de prata.”
A trança adorna a cabeça. O que a trindade (Nós),
tem feito na vida da Igreja. O adorno possui também
a prata, que nos lembra das “30 moedas de prata”, o
preço da traição de Judas, ou melhor, dizendo o preço
da Salvação. A grande riqueza que a igreja tem não
consiste em templos suntuosos e muitas vezes com
detalhes em ouro, mas sim na salvação do Senhor Jesus
(a prata) e sua realeza (ouro).
“12 Enquanto o rei se assentava à sua mesa, dava o
meu nardo o seu cheiro.”
É um privilégio muito grande para nós, homem
comum, nos assentarmos á mesa do Rei, sentindo o seu
124
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

bom perfume. Está é a importância de irmos á igreja


sempre que pudermos, para estarmos na presença do
Rei.
“13 O meu amado é para mim como um saquitel de
mirra, que repousa entre os meus seios.”
A igreja vê no seu Amado, um tipo de perfume
importante: a mirra, uma plantinha do oriente, cujo
perfume é extraído no ato de moer suas folhas. O
Senhor Jesus foi moído pelas nossas transgressões, foi
humilhado e isto sobe até hoje, a Deus Pai como um
perfume agradável, é a mirra.
“14 O meu amado é para mim como um ramalhete
de hena nas vinhas de En-Gedi.” A vinha, neste
trecho, tem o seguinte sentido: Jesus disse: “Eu sou a
videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim
e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada
podeis fazer.” (Jo. 15:5). O texto por si só já diz tudo,
que devemos dar frutos.
“15 Eis que és formosa, ó amada minha, eis que és
formosa; os teus olhos são como pombas.”
O Senhor Jesus vê na Igreja o olhar de uma
pomba. Que pomba é esta? “e viu o Espírito Santo de
Deus descendo como uma pomba e vindo sobre Ele;”
(Mt. 3:16) . A igreja tem o olhar do Espírito Santo, tem
o batismo com o Espírito Santo, que a faz ter visões,
ser usada nos dons e profetizar.

“16 Eis que és formoso, ó amado meu, como amável


és também; o nosso leito é viçoso.”
O leito nos lembra de descanso. Jesus é este
125
Teologia Sistemática IV

descanso para as nossas almas.


“17 As traves da nossa casa são de cedro, e os caibros
de cipreste.”
A casa nada mais é do que a própria Igreja. Os
servos são as colunas ou as traves desta casa ou deste
templo invisível. O tipo de madeira é um tipo nobre,
fácil de trabalhar e resistente ás intempéries. O crente
deve ser assim, firme na presença do Senhor, com
sentimento nobre de lutar pela causa santa, a vida
eterna e por fim, deve ser fácil de trabalhar, como
a madeira, não pode ter o coração duro, para que o
“Carpinteiro” (era a profissão de Jesus) possa trabalhar
em sua vida.

126
Instituto Educacional Teológico do Gama

CONCLUSÃO

Podemos concluir que o Livro de Cantares é


um livro profundamente espiritual e que pode ser
explorado e aprofundado muito mais.
Deixo apenas este primeiro capítulo para vossa
meditação. Mas o que vale mesmo é que os próprios
irmãos se aprofundem neste livro e descubram as
riquezas e os mistérios que estão contidos nele.
Tipologia é isso.

Em outra oportunidade, poderemos com mais


detalhes, esclarecer conforme o Espírito nos conceda
assuntos concernentes ao reino dos céus. Espero
que essa contribuição seja vantajosa para sua vida
espiritual, e lhe mostre saídas e boas decisões na vida
secular. Eu agradeço a Deus por esta oportunidade de
somar essas informações, e melhorar a amplitude de
nosso conhecimento. Que o Senhor nos abençoe até a
sua volta, e o nome de Jesus seja glorificado!
AMEM!
PB. Willian Marcos Sabino Gomes.
Instituto Educacional Teológico do Gama

ATIVIDADES DE APOIO II

a) Cite algumas pessoas do Antigo Testamento que


possam ser usadas como tipo de Cristo.
__________________________________________.

b) Quem foi apresentado no Antigo Testamento, como


o mais perfeito tipo de Jesus Cristo.
__________________________________________.

c) No livro do Êxodo encontramos ______________


____________________que também representa um
__________________________________de Cristo.

d) Tipologia de Cantares. Para entendermos alguma


coisa do livro é bom entendemos que à ___________
__________________________________________
________é uma ____________________ de ensinos
__________________________________________.

e) O Livro narra sobre o romance de _____________


com a _____________ neste caso Salomão é uma
figura ou um tipo do Senhor Jesus.
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3ª PARTE

MISSIOLOGIA

A MISSÃO DA IGREJA

A missão da Igreja no mundo seria um mistério,


se não soubéssemos que sua principal tarefa é continuar
a obra de redenção do homem caído, vindo a ser
para o mundo, aquilo que Cristo é para ela mesma. A
encarnação do Verbo divino é um mistério, entretanto, a
razão porque Ele se manifestou em carne não. A missão
da Igreja é ser uma benção para as nações, assim como
Cristo o foi. Seu divino fundador e fundamento.
A missão da Igreja consiste em:

1. Constituir Aqui Um Lugar de Habitação de Deus


(Ef 2.20-22; 1ª Cor 3.16);
2. Dar Testemunho da Verdade (1ª Tm 3.15);
3. Tornar Conhecida a Multiforme Sabedoria de Deus
(Ef 3.10);
4. Dar Eterna Glória a Deus (Ef 3.20-21);
5. Edificar Seus Membros (Ef 4.11-14);
6. Disciplinar Seus Membros (Mt 18.15-17);
7. Evangelizar o Mundo (Mt 28.18-20).
Teologia Sistemática IV

Introdução

Jesus Cristo mandou pregar o evangelho a toda à


criatura, em todo o mundo. Nenhum lugar pode ficar
excluído e nenhuma pessoa deve ser considerada não-
evangelizável. No Brasil, como em muitos países, 80%
das pessoas vivem nas cidades, ao contrário do que
havia há poucas décadas, quando a maior parte vivia
nas áreas rurais, este é um grande desafio para as igrejas
cristãs. As cidades têm grandes e graves problemas,
próprios do crescimento urbano desordenado a que
são submetidas, tais como concentração excessiva
de pessoas, desigualdades sociais, problemas de
habitação, favelas, falta de saneamento, de saúde, etc.
No que tange à evangelização, as cidades oferecem
facilidades e dificuldades, como veremos adiante.
As igrejas precisam ter estratégias de trabalho para
alcançar as cidades. Há diferenças, entre evangelizar
numa Metrópole e num lugar interiorano. Neste estudo,
apenas damos uma pequena contribuição à reflexão
sobre o assunto.

1. O FENÔMENO DAS CIDADES

No inicio de tudo, os homens viviam em áreas


agro-pastoris. Com o passar do tempo, a escassez de
bens os obrigava a sair, em busca de outros locais
para sobrevivência. Sempre houve uma tendência para
os homens se concentrarem em torno de um núcleo
populacional. A famosa TORRE DE BABEL foi uma
130
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tentativa de concentração urbana, não aprovada por


Deus. Este queria que os homens se multiplicassem,
enchendo a Terra. Damy FERREIRA (P. 139) vê a
evolução das cidades em várias etapas.
A primeira, de 5.000a.C a 500 d.C, (até à queda
de Roma), quando se estabeleceram grandes cidades
como Jericó, Biblos, Jerusalém, Babilônia, Nínive,
Atenas, Esparta e Roma. Eram as chamadas “pollis”.
A segunda, quando encontramos, na Renascença,
já na Idade Moderna, as cidades de Roma, Florença,
Constantinopla, Londres, Paris, Toledo, entre outras.
Eram as chamadas “neópolis”.
A terceira, com a Revolução Industrial, por volta
de 1750,quando apareceram cidades-pólos, como
Nova Iorque, Chicago, Londres. Berlim, Paris, Tóquio,
Moscou, etc. são as “metrópoles”, verdadeiras cidades-
mães.
As últimas etapas, já na época atual: surgiram as
“megalópoles”, com cidades-satélites e bairros ligados
uns aos outros. Dentre elas, destacam-se São Paulo,
Rio de Janeiro, Tóquio, Londres, Nova Iorque, etc. As
cidades em geral são tratadas como de pequeno, médio
e grande porte, dependendo da população, tamanho,
influência, etc.

2. AS CIDADES NA BÍBLIA

Há quem pregue que as cidades são de origem


humana, sem a aprovação divina, alegando que a
primeira cidade foi criada por um homicida, Caim. E
131
Teologia Sistemática IV

que Deus planejou um jardim e não uma cidade (Gn


4.17). Depois do Dilúvio, os homens procuraram fazer
cidades.
Neste caso, diz-se que há um plano diabólico
para as cidades. Elas, quanto maiores, são refúgio ideal
para criminosos, centros de prostituição, do crime,
da violência. De fato, as aglomerações urbanas, nos
moldes em que têm sido construídas, resultam em
lugares perigosos, onde a qualidade de vida, em geral,
torna-se difícil para o bem-estar espiritual e humano.
Discordando da opinião dos que vêm as cidades
como centros mais favoráveis ao diabo. Muitos
pregadores da Palavra dizem que Deus tem planos
importantes para as grandes cidades. O Cristianismo
surgiu numa grande cidade – Jerusalém – espalhando-
se por grandes centros, como Samaria, e Antioquia.
Por outro lado, Deus mandou Abraão sair de Ur, uma
grande cidade, e mandou começar a conquista de Canaã
por Jericó, de porte considerável para sua época.
(Linthcum, p. 27 diz que “a Cidade é campo de
batalha entre Deus e satanás” e que Ele se preocupa
com o bem-estar da Cidade (Jn 4.10) e que a atividade
redentora de Deus centraliza-se em muito nas cidades
(Is 46.4-5); Zc 8.3; Mc 15.21-39). Lembrando que a
vinda do reino de Deus é descrita como a vinda de uma
Cidade redimida – a Nova Jerusalém (Ap 21-22). Deus
permitiu que Israel construísse cidades (Am 9.14); em
Canaã, em meio às cidades tomadas, Deus determinou
que houvesse “cidades de refúgio” (Nm 35.11).
132
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

3. JESUS E AS CIDADES

No seu ministério terreno, Jesus desenvolveu a


evangelização tanto na área rural como nas cidades.
Andava de cidade em cidade (Lc 8.1). Chegou á cidade,
viu-a e chorou sobre ela (Lc 19.41): mandou pregar
em qualquer cidade ou povoado (Mt 10.11). Seguindo
o exemplo de Jesus, a igreja atual precisa enfrentar o
desafio da evangelização ou das missões urbanas.

4. O DESAFIO DAS MISSÕES URBANAS

As cidades, com sua complexidade social, cultural,


econômica, emocional e espiritual, constituem-se
campo propício para atuação da igreja ou do inferno;
dos cristãos ou dos feiticeiros; dos homens de bem ou
dos assassinos. A cidade em que vivemos é campo de
batalha entre Deus e o diabo; a cidade pertencerá aos
céus ou ao inferno; depende de quem agir com mais
eficiência e eficácia, com as forças dos céus ou do
inimigo. Segundo LINTHICUM (p. 23), os sistemas
sociais, econômicos, políticos, educacionais e outros,
na Cidade, estão sob a influência dos demônios, das
potestades das trevas. É preciso muito poder, muita
oração, muito jejum e muita ação para que as estruturas
das cidades sejam tomadas do poder do inimigo. O
desafio é grande. Mas o que está conosco é maior do
que ele.
133
Teologia Sistemática IV

4.1 PONTOS FAVORÁVEIS PARA AS MISSÕES


URBANAS

HESSELGRAVE (p. 71), diz que as cidades são


pólos de influência sobre toda uma área a seu redor,
sendo, por isso mais favoráveis para a implantação de
igrejas, pelas seguintes razões:
1) Abertura as mudanças;
2) Concentração de recursos;
3) Potencial para contato relevante com as comunidades
em redor.

4.2 PONTOS DESFAVO RÁV EIS PA RA AS


MISSÕES URBANAS

1) Populações concentradas verticalmente em


edifícios fechados. Os condomínios, hoje, são
quase impenetráveis aos que desejam evangelizar
pessoalmente.
2) Excesso de entretenimento. Antigamente, só havia
um pequeno campo de futebol em cidades de médio
porte. Hoje, há estádios grandes, que atraem muita
gente; a televisão tirou as pessoas das ruas e as confinou
dentro de suas casas. O evangelismo pessoal é muito
dificultado nessas condições. O uso da televisão é
muito caro para atingir as pessoas confinadas em suas
casas.
3) A concentração de igrejas diferentes. Além disto,
seitas diversas, causam confusão junto à população.
Cada uma evangelizando com mensagens diferentes
134
IBADEG - Instituto Educacional e Teológico do Gama

e contraditórias. Parece que há um “supermercado


da fé”. Há quem ofereça religião como mercadoria
mais barata, em “promoção”, com descontos (sem
exigências, sem compromissos) e há os que “cobram”
caro demais, com exigências radicais.
4) O elevado grau de materialismo e consumismo, do
homem urbano faz com que o mesmo sinta-se auto-
suficiente, sem a necessidade de Deus.
5) Os movimentos filosóficos – religiosos tipos Nova
Era, apontam para uma vida isenta de responsabilidades
para com o Céus e a pessoa do Senhor de todos. Como
enfrentar essas dificuldades?

4. ESTRATÉGIAS PARAAS MISSÕES URBANAS

1) Oração e jejum pela cidade. O homem pecador


se opõe a Deus (1ªCo 2.14; Rn 8.7; Ef 2.1). O diabo
força o homem a não buscar a Deus (Ef 2.2; 2ª Co
4.4) Qualquer plano de evangelização por melhor que
seja, com recursos, métodos, estratégias, fracassará, se
nãotiver o PODER DE DEUS. Este só vem pela busca,
pela Oração. Deus age. (Fp 1.29; Ef 2.8; Jo 6.44). Os
demônios infestam as cidades. Só são expulsos pelo
poder da oração (Sl 122; Jr 29.7; Lc 19.41). a oração
é a base.

2) Preparo das pessoas para a evangelização das


cidades. Esse preparo refere-se ao estudo da Palavra
de Deis. É o preparo na Palavra (2ª Tm 2.15). As seitas
preparam bem seus adeptos, as igrejas precisam gastar
135
Teologia Sistemática IV

tempo e recursos no preparo dos que evangelizam.


3) Planejamento da evangelização. O sucesso da
evangelização depende do Espírito Santo. Só Ele
convence o pecador (Jo 16.8). Entretanto, no que
depende de nós, precisamos fazer o que está ao nosso
alcance, a nossa parte.
a) Definir áreas a serem evangelizada. (Bairro,
quarteirão, ruas);
b) Definir os grupos de evangelização;
c) Distribuir as áreas com os grupos (Rua tal com
grupo tal; ou quarteirão tal com grupo, etc);
d) Estabelecer metas ou alvos (nº de decisões, pessoas
batizadas, etc);
e) Preparar os meios necessários: literatura,
equipamentos, recursos financeiros, etc;
f) Mobilizar todos os setores da igreja para a execução
do que for planejado: jovens, adolescentes, adultos,
com a LIDERANÇA À FRENTE.

5. MÉTODOS DE EVANGELISMO PARA AS


MISSÕES URBANAS

5.1 Evangelismo pessoal. E o mais tradicional e muito


eficiente, principalmente nos bairros mais pobres.
Inclui pessoa a pessoa: casa-em-casa; evangelização
em aeroportos, em bares e restaurantes; copoltagem
(venda de livros); evangelismo em estação rodo e
ferroviárias; na entrada de estádios; em feiras-livres;
em filas (INAMPS, bancos, ônibus, etc.); em hospitais,
penitenciárias, em escolas (intervalos de aula);
136
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5.2 Evangelismo em grupo; Inclui evangelização de


grupo de pessoas: grupos de alunos, de professores, de
menores abandonados, de homossexuais, de prostitutas,
e também os já conhecidos GRUPOS FAMILIARES,
ou células de evangelização; reuniões especiais em
restaurantes, chás, classes na Escola Dominical (foi
criada para isso); evangelização com fitas cassete e de
vídeo (reúne-se um grupo);
5.3 Evangelismo em massa. Inclui cultos ao ar-livre,
série de palestras ou conferências nas igrejas; cruzadas
evangelísticas, campanhas. Só tem valor se houver uma
preocupação séria com o DISCIPULADO. E melhor
preparar, primeiro as pessoas para fazer o discipulado
antes de fazer a evangelização.

6. DISCIPULADO

É indispensável que, em cada igreja ou congregação,


haja grupos ou setores de discipulado, que integrem o
novo converso de maneira segura e acolhedora. Sem
esse trabalho, toda a evangelização fica frustrada.
Perdem-se mais de 90% das decisões em pouco tempo.

7. MEIOS PARA A EVANGELIZAÇÃO URBANA

1. Programas de rádio e de televisão;


2. Adesivos para veículos;
3. Revistas, e jornais para autoridades, consultórios
médicos;
4. Apresentações de corais, bandas e conjuntos em
público, em praças, em escolas, em bancos, em
repartições;
137
Teologia Sistemática IV

5. Distribuição de Bíblias a autoridades;


6. Exposição de Bíblias e de literatura evangélica;
7. Artigos em jornais da cidade;
8. Telefone;
9. Cartas e cartões-postais, e muitos outros.

138
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CONCLUSÃO

Fazer missões é cumprir o “IDE” Determinado por


CRISTO, após a ressurreição.
E registrado nos Evangelhos, como o de Marcos
Cap.16, Ver. 15 e 16.
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ATIVIDADES DE APOIO III

Complete as afirmações abaixo.

a) Jesus Cristo mandou______________________ a


todo a __________________________________em
todo______________________________________.

b) No inicio de tudo os homens viviam em área ____


_________________________________________.

c) No ministério terreno Jesus Cristo desenvolveu


a _______________________________ tanto na
________________________________ como nas
______________________.

d) Cite dois pontos desfavoráveis para missões urbanas.


1. ________________________________________
__________________________________________.

2. _________________________________________
__________________________________________

e) Cite quatro métodos de evangelismo para se fazer


missões urbanas.
1. ________________________________________.
2. ________________________________________.
3. ________________________________________.
4. ________________________________________.
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BIBLIOGRAFIA

- Almeida. J. Ferreira de. Bíblia Sagrada Ed.


Contemporânea – Rj 1996.
- Almeida. J. Ferreira de. Bíblia Sagrada de Estudos
Pentecostal – Revista e Corrigida Ed. 1995.
- Allen .J. Clifton. Comentários Bíblicos Brodanam.
- Davis. Jonh. D. Dicionário Bíblico, segunda Ed. Casa
Publicadora Batista.
- Cairus. Earle E, O Cristianismo através dos Séculos,
Vida Nova, SP. 1995
- Elwell, Walter A, Manual Bíblico do Estudante –
CPAD.
- Apostilas do SEBEGE – Pastor Delmo Gonçalves.
- Dicionário Bíblico Ebenezer – Módulo da Bíblia
ONLINE de Abril/2002 SBB.
- Comentário Bíblico Malthew Henry – CPAD Pequena
Enciclopédia Bíblica – Orlando Boyer – Editora Vida.
- House. H. Wayne – teologia Cristã em quadros
Editora Vida.

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