Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
teologia
Métodos de
Estudo da
Palavra
nascidodenovo.org
CONCEITO GERAL
p/ Comissão de Tradução
Sociedade Bíblica do Brasil
traducao@sbb.org.br
A importância do contexto.
Não é possível falar demais sobre a importância
do estudo do texto no seu contexto. Iremos
apresentar agora alguns itens para mostrar este
fato. Os princípios e exemplos citados servem de
incentivo a uma boa pesquisa do contexto, e já
ensinam como trabalhar com ele.
A importância da Paráfrase.
Exemplo de paráfrase:
Texto: Lucas 8:25
Uma pergunta sem resposta: “onde esta a vossa
fé” – depois de acalmar a tempestade, depois de
ter acabado com a fúria dos ventos e ter aquietado
o mar bravio, Jesus pergunta pela fé de Seus
discípulos. Por que eles não responderam? Nem o
mais impetuoso dos apóstolos, Pedro, teve desta a
vez a coragem e responder.
Se Jesus hoje, em meio às tormentas humanas,
os conflitos da sociedade moderna, e em meio a
velas desgarradas pelos ventos da incerteza,
perguntasse “onde está a vossa fé?” Teria o
homem chamado de “atualizado” alguma coisa a
dizer? Ou talvez o mesmo silencio ecoasse
através dos tempos e de novo Jesus ficaria
esperando sua resposta?
Sentimentos em Conflito: “Possuídos e temor e
admiração” – O medo era a barreira que lhes
impedia de compreender “quem era aquele que os
ventos lhe obedeciam”. A admiração aqui não era
um sentimento de respeito, mas, a expressão
grega usada neste texto expressa um sentimento
de espanto, assombro ou surpresa por causa do
milagre. Diante do inesperado e à vista do que é
incompreensível ao coração humano, perdemos a
visão de Jesus, nos perguntamos um aos outros, e
esquecemos de perguntar para Deus. Ele tem a
resposta: este que acalma os ventos e tranqüiliza
a fúria das ondas é meu Filho. No silêncio da
bonança, no meio do mar, agora quieto. Deus fala
a nosso coração. Ele, Jesus, pode acalmar teus
temores.
1. A nação hetéia
2. Pitom e Ramessés
3. O Livro de Atos
Ciência
Um achado Arqueológico.
A Vulgata Latina
Sendo o grego, considerado pela Igreja como a
língua do Espírito Santo, o latim assumiu o papel
de língua popular imposta pelos soldados nas
conquistas romanas, motivo pelo qual a Bíblia
latina recebeu o nome de Vulgata.
Os Textos Massoréticos
Alguns sábios judeus, chamados massoretas,
iniciaram, entre os séculos VI a X d.C., um
trabalho de padronização dos textos hebraicos do
Antigo Testamento. Estes textos, como se sabe,
foram escritos praticamente sem vogais. No
trabalho de padronização, foram inseridas as
vogais nos textos originais, o que contribuiu para o
desaparecimento dos mesmos.
Introdução
5
São estudos feitos pela geografia física do solo, ou seja, estudos geológicos e topográficos.
Os estudos demonstram que a aldeia de Nazaré
poderia ser encontrada no extremo sul de uma das
quatro serras que formavam a Baixa Galiléia. A
área da Baixa Galiléia era de aproximadamente 24
por 40 quilômetros, e havia um considerável
número de centros urbanos e de aldeias
espalhados pela região. Muitas outras aldeias
foram construídas na mesma região ao pé dos
outros três morros ou serras, porém, ao contrário,
no morro ou serra de Nazaré as aldeias e
povoados estão construídos no topo. Isso fazia
com que essas aldeias ficassem isoladas do resto
das regiões urbanas, e principalmente das
estradas e caminhos mais usados para o
intercambio comercial. É importante levar em
consideração este ponto, pois era o fluxo de
comercio que determinava se uma cidade era
maior, menor, vila ou apenas uma aldeia, ou seja,
a classificação era político-comercial. Na época
em estudo, isto é, o primeiro século de nossa era,
ou era comum, na região da Galiléia existia uma
cidade grande, não pela quantidade de
habitantes, mais pela influência comercial. Era o
movimento de mercado que determinava se uma
cidade era grande, menor ou vila. Seguindo esse
critério de classificação a cidade grande na época
era Beisã (em grego era conhecida como
Citôpolis). Na mesma classificação, agora como
cidades menores, se encontravam Séforis e
Tiberíades. Segundo estudos históricos, quando
Herodes Antipas recebeu as regiões da Galiléia e
Peréia para ocupar o cargo de Tetrarca, no ano
três antes da Era Comum, ele “fortificou Séforis
para que ela se tornasse a jóia de toda a Galiléia,
e mudou o nome da cidade para Autocratoris”.6
7
Flávio Josefo, Autobiografia, pág 346, citação de John Domninic Crossan, Op. Cit. Pág. 53
pois essas listas incluíam unicamente as cidades
grandes, menores e vilas, as aldeias e aldeolas
não eram citadas, pois não tinham destaque
comercial, e sendo que as aldeias da Serra de
Nazaré estavam no topo do morro, eram isoladas
das rotas de comercio. Na classificação político-
comercial não se incluíam aldeolas sem
importância. Talvez seja essa também a razão
pela qual se faz uma menção pejorativa sobre
Nazaré: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?”
mostrando que na época a aldeia de Nazaré era
um povoado insignificante.
8
Citação do Evangelho de Mateus capítulo 4, verso13
É um fato reconhecido por todos que a cidade e o
templo de Jerusalém foram destruídos pelos
romanos no ano 70 da Era Comum.
Posteriormente, na terceira guerra entre judeus e
romanos no ano 135 da Era Comum, os judeus
foram novamente derrotados e desta vez foram
também expulso do território de Jerusalém pelo
imperador Adriano, que para quebrar qualquer
sentimento nacionalista mudou o nome da cidade
para Aelia Capitolina. O que aconteceu com o
sacerdócio judaico depois da diáspora
(dispersão)?
9
Confira a leitura de Lucas capítulo l, verso 5 com 1° de Crônicas
capítulo 24, verso10.
10
John Dominic Crossan, Op. Cit. Pág. 50.
Igreja da Anunciação, na atual cidade de Nazaré.
O que foi descoberto?
11
Eric Meyer. Galilean Regionalism as a Factor in Historical Reconstruction, Basor, 220/221, 93-101,
1975-76, pág 57, 184 nota 36.
Bagatti também encontrou varias grutas artificiais
dentro de aldeia antiga, além de cisternas para
água, prensas de azeitonas, tonéis de óleo, mós e
silos para grãos. Isso significa que a atividade
principal dos aldeões era a agricultura, nenhuma
das descobertas aponta para algum tipo de
prosperidade ”.12
12
Eric Meyer. Op. Cit., Pág 56, citado em John Dominic Crossan.
Op. Cit., pág 51.
13
Leitura do Evangelho de Mateus capítulo 26, verso 69.
verso 73.
Sendo assim, o quadro que a arqueologia e os
estudos da época nos dão do Galileu e sua gente
é de pessoas muito humildes, comuns, homens e
mulheres, camponeses das aldeias e dos morros,
trabalhadores da agricultura, os menos
favorecidos por uma sociedade de elites, pessoas
que sobreviviam dos produtos do campo e do
artesanato tais como tecelão e carpinteiro. A esta
altura podemos também destacar o fato de como
as classes sociais mais abastadas desprezavam
as classes humildes, isso sempre foi uma
constante das civilizações, tanto no passado como
no presente. A título de exemplo: Na importante
obra do pesquisador e erudito professor Ramsay
MacMullen pode-se ler um apêndice intitulado: “O
léxico do esnobismo” onde o autor cita uma longa
lista de termos e palavras utilizadas pelos autores
gregos e romanos nos primeiros séculos para
mostrar como eram profundom os preconceitos
que as classes dominantes tinham das classes
desfavorecidas.15 Esses termos incluíam as
palavras "tecelão" - tanto de “tecelão” de lã
(eriurgo) como o "tecelão" de linho (linurgo), assim
15
Ramsay MacMullen, Roman Social Relationes: 50 BC. To A.D.
384 New Haven e Londres, Yale Univenity Press, 1974, págs. l 39-
140.
também era incluído o termo de "carpinteiro"
(técton), a mesma palavra usada em Marcos (o
Evangelho grego de Marcos).
É importante notar ainda que ao nome da pessoa,
muitas vezes se incluía seu ofício, para designar
dessa maneira a origem humilde, como podemos
encontrar na leitura grega de Marcos 16 , onde o
Messias de Israel é nomeado como "carpinteiro",
ou seja, se lhe atribui o ofício, por outro lado no
Evangelho de Mateus ele é reconhecido apenas
como "o filho do carpinteiro". 17 18
Em resumo, e para concluir este estudo, podemos
notar que os fatos apontam para a realidade
histórica de uma aldeola chamada Nazaré,
edificada nos morros da baixa Galiléia, é dessa
aldeia humilde, pobre, de pessoas trabalhadoras,
do campo e do artesanato, que no primeiro século
de nossa Era, aparece um Homem, reclamando o
direito de ser o Messias, reclamando o direito de
16
Veja Marcos capitulo 6, verso 3, onde o "escândalo" dos habitantes de Nazaré está em contraste
com o oficio, pois a admiração era de como um "carpinteiro" poderia ser agora um "rabino"
(mestre). Ou propositadamente o "Evangelho" grego de Marcos, acrescenta o termo pejorativo
"carpinteiro" para mostrar a procedência humilde do Homem de Nazaré.
17
Leitura do Evangelho de Mateus capítulo 13, verso 55.
18
Veja também: Ramsay MacMullen, Qp. cit. Págs.107 - 108; 98.
ser o cumprimento de uma promessa milenar dada
a um povo. Ele era o Messias de Israel. Era O
homem de Nazaré o Messias prometido pelos
profetas hebreus.