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Introdução
Uma frase antiga diz que “não existe vida sem dor, mas não existe dor que
dure a vida toda”.
Todos nós somos filhos da crise, desenhados para existir entre a estabilidade e
o caos. Vivemos na fronteira entre a glória e a vergonha. Todo e qualquer ser humano
que já botou a cara no universo foi marcado pela realidade implacável da dor.
Ninguém escapa.
C. S. Lewis, numa de suas frases mais famosas, destacou que “Deus sussurra
em nossos ouvidos por meio de nosso prazer, fala-nos mediante nossa consciência,
mas clama em alta voz por intermédio de nossa dor; a dor é seu megafone para
despertar um mundo surdo”.
Deus sofre junto com o seu povo. A Bíblia mostra Deus armando sua tenda
entre os nômades do Sinai. Ele aparece no exílio, cativeiro, fornalha, sepultura (II Re.
13.21). Em Jesus, Deus chora Lázaro. Seu envolvimento vai além das palavras.
É o Deus dos retorcidos. O Deus que sente as perdas e o afastamento (Mt.
23.37: “Quantas vezes eu quis ajuntar teus filhos, como a galinha ajunta seus filhotes
debaixo das asas, e não quiseste!”).
Não temos um Deus distante, apático, insensível. Não! Temos o Deus que se
importa!
Nossa vitória está quando entendemos o poder dessa verdade: Deus não se
isola da dor. Jesus e a viúva de Naim é um belo exemplo do Deus que se importa (Lc.
7.11-17).
Para o problema do sofrimento Deus não nos deu uma explicação - Ele nos
deu seu filho!
John Piper escreveu: “Deus, por vezes, retira o descanso de nossas almas, não
para nos fazer infelizes, mas para que o desassossego nos lance em seu peito”.
Na cruz, a natureza da dor passa a ser de Deus: Jesus assume cada sensação de
tal forma que elas se tornam suas. Em Atos 9.4, Ele assume a dor da perseguição: “por
que vocês me perseguem?”
Tomé pode nos ensinar uma poderosa lição sobre Deus e a dor: “Por que Jesus
manteve suas feridas?” Ele guardou consigo uma representação eterna de sua
humanidade ferida. Ele entende, respeita e conhece a nossa dor.
3. Na dor, nossa relação com o Espírito Santo é intensificada
O Espírito Santo é Deus nas nossas dores. Por isso ele “intercede com
gemidos inexprimíveis” (Rm. 8.26) - porque dor não se explica, se sente!
O Espírito Santo tem um nome pelo qual o próprio Senhor Jesus o designou:
“Consolador” (Jo. 14.16) - aquele que consola-a-dor.
John Bunyan, que passou 12 anos preso, mas escreveu um dos livros mais
impactante da história da igreja - “O Peregrino” - escreveu: “Santos sofredores são
borrifados por Deus sobre a terra para evitar que ela cheire mal”.
Toda gestação implica em adaptação, mudanças, novidade e dor. A Dor faz seu
espetáculo nos ensinando a valorizar o abraço da graça no caos das circunstâncias. A
frase de Jesus a Paulo ainda serve para nós: “A minha graça te basta” (II Co. 12.9).
Conclusão
Bibliografia
Bíblias
Bíblia Brasileira de Estudo. Ed. Luis Alberto Sayão. São Paulo: Hagnos, 2016
Bíblia de Estudo de Genebra. 2ª edição. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil. São
Paulo: Cultura Cristã, 2009
LOURENÇO, Frederico. Bíblia, volume I: Novo Testamento: os quatro evangelhos.
São Paulo: Companhia das Letras, 2017
PETERSON, Eugene. Bíblia de Estudo A Mensagem: Bíblia em Linguagem
Contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2014