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Ficha Técnica

Copyright©2020 Derek Prince Portugal


Tradução portuguesa com o título: Salvação Completa como recebê-la

Originalmente publicado com o título: Complete Salvation


Copyright©2006 Derek Prince Ministries - international

Autor: Derek Prince

Tradução: Conceição Cabral

Redação: Christina van Hamersveld

Desenho da capa: Derek Prince Portugal

ISBN: 978-989-8501-51-6

Endereço: Derek Prince Portugal


Caminho Novo Lote X
9700-360 Feteira AGH
Terceira, Açores, Portugal

E-mail: derekprinceportugal@gmail.com
Blog: www.derekprinceportugal.blogspot.pt
Telm.: 00351 927992157
Índice

Introdução …………………………………………………………………………………… 4

I. Tão Grande Salvação ……………………………………………………………….. 5

II. O Uso da “Salvação” no Novo Testamento ………………………………… 13

III. A Cruz: a Troca e Identificação ………………………………………………… 18

IV. A Cruz: a Identificação ……………………………………………………………. 27

V. Como Apropriar-se do que Deus já Fez ……………………………………… 36

Sobre o Autor ……………………………………………………………………………… 48

Sobre Derek Prince Portugal ………………………………………………………… 50

Outros livros por Derek Prince em português ………………………………… 51


Introdução

Quero sublinhar que a nossa salvação é grande e é completa e, creio que


muitos cristãos que têm experimentado a salvação não têm experimentado
tudo o que Deus incluiu na salvação, o que Ele tem providenciado. É como se
vivessem nalgum lugar num canto de uma pequena casa, mas que na realidade
entraram numa verdadeira, grande e maravilhosa mansão que Deus tenha
preparado. Na verdade, não acredito que haja algum cristão sobre a terra, nos
dias de hoje, que tenha experimentado a exaustividade ou tudo o que Deus
tem proporcionado na salvação - e estou a incluir-me. Agradeço a Deus porque
desfruto muito mais agora do que quando fui salvo em 1941, mas sei que há
muito, muito mais para todos nós.

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1. Tão Grande Salvação

Em Hebreus 2:3, o escritor questiona:


“Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação…” (NVI)

Deus, através de Jesus Cristo, tem providenciado para nós uma grande
salvação. No entanto, um dos grandes perigos é que nos a negligenciaríamos -
quer dizer, não entraríamos de facto, nela. A negligência inclui, apenas aceitar
a nossa grande salvação como uma verdade teológica ou doutrinária, sem
abraçá-la na totalidade na nossa experiência.

… Compreender a Vastidão da nossa Salvação

Em Efésios 3:17-19, o apóstolo Paulo ora pelo povo de Deus:

“… Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando
arraigados e fundados em amor, Poderdes perfeitamente compreender, com
todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a
profundidade, E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento,
para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.“

Imagino a entrada na nossa grande salvação, como entrar numa enorme


mansão. Com muitos corredores e diferentes tipos de quartos. Se olharmos em
primeiro lugar para a largura, ela estende-se, tanto quanto os nossos olhos
podem ver, em qualquer direção. Se por outro lado, olharmos para o
comprimento, não conseguimos ver o final do mesmo. Imagine estar numa
grande escadaria no meio dessa maravilhosa mansão. Quando olha para baixo,
não consegue ver tudo o que está por baixo de si. Por fim, quando olha para
cima, ela vai além do que aquilo que consegue ver com os seus olhos!

A oração de Paulo diz-nos que Deus não quer que permaneçamos isolados
nalgum pequeno canto da mansão onde entrámos, mas que compreendamos –

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acolhamos e abracemos – tudo o que abrange a nossa grande salvação: a sua
largura, o comprimento, a sua profundidade e altura.

Em toda a Bíblia, a palavra salvação tem uma aplicação muito ampla. Para
muitas pessoas, pode significar apenas ter os seus pecados perdoados e
"tornar-se numa alma pré-embalada para o céu." Mas há muito mais na
salvação para além disso.

A salvação é a palavra bíblica para a provisão plena de Deus, para o homem.


Ela é usada no Novo Testamento para descrever todos os benefícios e as
bênçãos de Deus disponibilizados para nós através de Jesus Cristo. Ela inclui o
perdão dos pecados, o dom da vida eterna, a provisão de cura física, o poder
para viver uma vida que é diferente, de facto provisão plena para esta vida e a
garantia de eternidade, na presença do Deus Todo-poderoso.

… A Importância de Confiar na Salvação de Deus

Salmos 78:12-54 descreve o trato do Senhor com Israel ao tirá-los do Egipto e,


em seguida, levá-los pelo deserto. Afirma também porquê o Senhor ficou
irritado com o Seu povo. Em linguagem corrente: Deus estava zangado com
eles porque tinham uma visão tão limitada Dele e da Sua salvação. Do mesmo
modo, penso que nós às vezes ofendemos Deus pela compreensão reduzida /
ideia limitada que temos, da salvação que Ele nos deu.

Se analisar a passagem, "salvação" é a palavra que inclui cada bênção e


provisão que Deus lhes deu, desde o momento que sacrificaram o cordeiro da
Páscoa e foram libertos do Egipto, até entrarem na sua herança. Incluiu a
proteção de Deus do julgamento através do sangue do cordeiro, o atravessar
do Mar Vermelho de forma sobrenatural, o descer da presença de Deus na
forma de uma nuvem, o ser alimentado todos os dias com o maná do céu, a
água a brotar das rochas, e assim por diante.

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No entanto, apesar de todas as "maravilhas" que Deus fez, as pessoas pecaram
e rebelaram-se contra Ele no deserto, tentaram a Deus nos seus corações e
falaram contra Ele (versículos 17-20). Os versículos 21 e 22 dizem-nos:

“Portanto o Senhor os ouviu, e se indignou [enfureceu-se]; e acendeu um


fogo contra Jacó, e furor também subiu contra Israel; Porquanto não creram
em Deus, nem confiaram na sua salvação;“

Alguma vez, considerou o que era preciso para alimentar cerca de três milhões
de pessoas todos os dias? Vi, há alguns anos, uma imagem de um comboio de
mercadorias que seria necessário para transportar a água e comida para três
milhões de pessoas por um dia. Na verdade, era um comboio bastante grande
– e, no entanto, foi apenas para um dia! Deus alimentou-os no deserto por
quarenta anos. Toda essa provisão estava incluída na salvação.

Também estava incluído o facto, de que os seus sapatos nunca se estragavam


e as suas roupas nunca envelheciam. Quando eles estavam doentes, Deus
curava-os. No calor do dia Ele cobria-os com uma nuvem e, no frio da noite, Ele
fornecia o calor e a luz de um fogo. A plena provisão de Deus estava resumida
numa palavra, "salvação", usada no versículo 22 (em hebraico, é yeshuah). No
entanto, Deus ficou entristecido por não compreenderem a extensão da Sua
salvação.

Mais à frente, no versículo 41, diz: “Voltaram atrás, e tentaram a Deus


[Repetidas vezes puseram Deus à prova (NVI)], e limitaram o Santo de
Israel.” (ACF)

Confesso, que muitas vezes tenho limitado Deus com a minha ideia acerca da
salvação. Teria uma necessidade e pensava, "Posso realmente confiar em Deus
para responder a minha necessidade?" Acho que a maioria dos cristãos hoje
estabelece limites para aquilo que acham que Deus vai fazer. Não são os limites
das Escrituras, são apenas os limites que nós próprios criamos acerca do que é
a salvação de Deus. Precisamos ter em mente que isso ofende o Senhor.

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Quando os israelitas estabeleceram limites para aquilo que achavam que Deus
poderia fazer, Ele entristeceu-se/ofendeu-se. Por isso, vamos resolver nos
nossos corações que não estabelecemos limites para o que achamos que Deus
pode fazer, mas que antes cremos na plena e abrangente salvação que Deus
tem providenciado.

… O Perfeito Sacrifício de Jesus Cristo

Hebreus 10:14 afirma o que foi realizado através da morte de Jesus Cristo na
Cruz:

“porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que
estão sendo santificados.”

A Sua morte foi um sacrifício, predeterminado por Deus, em prol de toda a raça
humana.

Quando ensinava inglês como segunda língua para os alunos Africanos, uma
das coisas que descobri foi que teria de ensinar-lhes a importância dos tempos
em inglês. O tempo é a forma verbal, que mostra o momento da ação. Neste
versículo, dois tempos são utilizados e eles são muito significativos. O primeiro
é chamado de tempo perfeito. Ele diz,

“porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre …”

O escritor aos Hebreus tinha acabado de descrever como os sacerdotes do


Antigo Testamento estavam ministrando diariamente, oferecendo vez após vez
os mesmos sacrifícios, que nunca poderiam tirar o pecado. No entanto, falando
de Jesus, ele diz,

“Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados,
está assentado à destra de Deus,” (versículo 12)(ACF).

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Vemos aqui o contraste entre os sacerdotes que estavam em pé continuamente
e Jesus, que ofereceu um sacrifício e Se sentou. Porque é que Ele se sentou?
Porque Ele nunca mais teria de fazer outro sacrifício! Ele tinha feito tudo, de
uma vez para sempre. No entanto, no Antigo Testamento, vemos que o
trabalho dos sacerdotes nunca estava terminado, porque os seus sacrifícios não
podiam lidar com o problema real do pecado. O trabalho de Jesus está
concluído, Ele o completou. Nunca mais, nada terá de ser adicionado, e nada
jamais poderá ser retirado dele. É para sempre. É por isso que o tempo perfeito
é usado.

Falando daqueles que se estão a apropriar do trabalho de Jesus, o escritor


chama-os de, "... os que estão sendo santificados."(o versículo 14) Isto é, o
que chamamos de um tempo presente contínuo. O trabalho de Jesus foi
perfeito, mas a nossa apropriação disso é um processo contínuo.
Estamos a ser santificados. E ao estarmos a ser santificados – ao estarmos
cada vez mais ser separados para Deus, ao aproximarmo-nos mais de Deus e
ao apropriarmos mais da provisão e das promessas de Deus - entramos mais e
mais na plena provisão do único sacrifício de Jesus Cristo.

Antes de ser pregador, era um filósofo, e posso observar que a Bíblia é o único
livro que faz um diagnóstico com precisão à causa dos problemas humanos. A
causa é declarada numa palavra: o pecado. Nenhum outro livro descreve a
natureza e os efeitos do pecado, ou diz-nos o remédio, a não ser a Bíblia. Se
tivéssemos de lidar com o problema na nossa própria sabedoria ou força, isso
nos derrotaria.

O remédio para o pecado é um sacrifício. Esta é a mensagem de toda a Bíblia,


do início ao fim. Sempre que há pecado, tem de haver um sacrifício. Todos os
sacrifícios do Antigo Testamento prefiguravam (eram tipos / sombras de) o
único, glorioso, sacrifício todo suficiente e final que Jesus Cristo fez em prol de
nós na Cruz.

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Antes de Ele morrer, o último grito triunfante de Jesus foi: "Está consumado!"
(João 19:30) No Novo Testamento em Grego isto é apenas uma palavra,
tetelestai – o tempo perfeito de um verbo que significa "fazer algo
perfeitamente". A minha interpretação é que o sacrifício de Jesus foi
perfeitamente perfeito e completamente completo. No entanto, a nossa
apropriação dos benefícios do sacrifício é progressiva.

… Novo Nascimento e Salvação

Precisamos fazer uma distinção importante entre o novo nascimento e a


salvação. Jesus, falando sobre o novo nascimento em João 1:11-13, disse:

“Veio [Jesus] para o que era seu (local ou casa), e os seus (as pessoas/o povo)
não o receberam.” (ACF)

Graças a Deus pela palavra, "mas" que se segue. Este não era o fim! (Há
muitas ocorrências do maravilhoso, "mas" na Bíblia – (veja em Romanos 6:23,
por exemplo: Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de
Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor .)

Continuamos, no evangelho de João:

“… Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder (prefiro dizer


autoridade) de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu
nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da
vontade do homem, mas de Deus.”

Para se ser nascido de Deus é necessário um novo nascimento. Em reuniões de


rua, na cidade de Londres, tive o privilégio de levar centenas de pessoas até
um novo nascimento. Dizia-lhes, "Se quiser nascer de novo, há uma coisa que
tem de fazer: tem de recebê-Lo!" Essa é a chave para o novo nascimento -
receber Jesus, o texto diz, "a todos quantos o receberam". Tem de abrir o seu

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coração e de saudar pessoalmente o Senhor. Ele também diz, “Eis que estou à
porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa
e cearei com ele, e ele, comigo.” (Apocalipse 3:20) (ACF). Que grande bênção é
esta, assegurar às pessoas que se convidarem Jesus a entrar, Ele manterá a
Sua promessa: Ele virá até nós.

O novo nascimento é uma experiência única. Nunca se precisa nascer de novo


duas vezes. Muito do seu potencial, em certo sentido é: recebemos autoridade
para nos tornarmos filhos de Deus. No entanto, a autoridade é inútil se não for
utilizada. O que nos tornamos depende do quanto utilizamos a autoridade que
nos é dada.

Quando ministrei em África observei que a atitude de um Africano é, "Não há


mal em pedir/perguntar." Se der a um Africano um par de sapatos, ele
provavelmente irá dizer: "Obrigado! Mas onde é que estão as meias?" Se ele
sabe que haverá algo a receber pedindo, ele vem e pede. Portanto, não é difícil
fazer as pessoas vir a frente na África Subsariana, num apelo. Pelo contrário, é
difícil de pará-los! Foi uma luta ensinar os meus alunos que, uma vez que
tinham pedido para receber Jesus, não teriam de continuar a pedir. Ele já tinha
chegado! A verdadeira vitória era quando não vinham mais para a frente -
porque então tinham entendido o facto que O tinham verdadeiramente
recebido.

Em contraste com o novo nascimento, a salvação é um processo contínuo. Não


é uma experiência única. Pode ter nascido de novo, mas em relação à salvação,
até onde é que chegou? A salvação é referida em três tempos: no pretérito
perfeito, no pretérito perfeito do indicativo, e no tempo presente contínuo.

Efésios 2:8 diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé…” Este é o
pretérito perfeito. Traduzido literalmente, Paulo está a dizer: “Porque pela graça
já foram salvos.” Está completado.

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Tito 3:5 diz: “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a
sua misericórdia (Deus), ele nos salvou…” Esse é o pretérito perfeito do
indicativo. Num determinado momento do tempo, Deus salvou-me: era cerca
de meia-noite de uma sexta-feira no mês de julho de 1941. Há um momento
particular em que entramos pessoalmente na provisão de Deus.

Em I Coríntios 1:18 temos o tempo presente contínuo: “Pois a mensagem da


cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos
sendo salvos, é o poder de Deus.” O tempo presente contínuo significa, "nós,
que estamos continuamente sendo salvos".

Resumindo: Temos uma experiência única onde podemos dizer, "Deus salvou-
me". Através dessa experiência, entramos numa salvação que já está
completada: fomos salvos. Mas, ao mesmo tempo, a salvação continua a
trabalhar em nós: estamos continuamente a ser salvos.

Uma ilustração vivida disto é a Arca de Noé. Existem duas arcas importantes no
Antigo Testamento, a arca grande de Noé e a arca pequena de Moisés. Ambos
são figuras de Cristo. A arca grande fala de mim em Cristo, a pequena fala de
Cristo em mim. Se olharmos para a arca grande de Noé, a salvação veio através
da entrada nessa arca. Numa certa altura, Noé e a sua família entraram na arca
e eles foram salvos. A arca já estava completa e perfeita. Tinha sido construída
exatamente de acordo com as instruções de Deus. Ela nunca teve de ser
reparada, nunca teve de ser adaptada ou melhorada ou anulada. Funcionou
perfeitamente! Graças a Deus que funcionou, porque teria sido demasiado
tarde se não funcionasse! No momento que entraram na arca, entraram numa
salvação perfeita. Mas todo o tempo em que estiveram na Arca, ela foi
continuamente salvando-os e poupando-os das águas que assolavam por toda
parte.

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2. O Uso da “Salvação” no Novo Testamento

Gostaria de chamar a sua atenção para algo que não fica claro em qualquer
tradução da Bíblia que conheço. No Novo Testamento, existe uma palavra
grega para a palavra "salvar". Escrita em Inglês diz-se, sozo. A palavra grega
sozo é mais frequentemente traduzida como "salvar" ou "salvação", mas
existem outras passagens em que é traduzido por "curado", "ficar são",
"completado", "preservado" e assim por diante. Estas outras traduções
escondem o facto de que se está a referir a salvação.

Para tornar isso claro, vou dar sete exemplos no Novo Testamento do uso desta
palavra sozo onde, se não tivéssemos acesso ao grego, não teríamos forma de
saber que é a palavra sozo - isto é, salvação, a ser usada.

… Mateus 14:35-36

“E, quando os homens daquele lugar o conheceram, mandaram por todas


aquelas terras em redor e trouxeram-lhe todos os que estavam enfermos.
E rogavam-lhe que ao menos eles pudessem tocar a orla da sua roupa; e
todos os que a tocavam ficavam sãos.“ (enfase adicionada)

Isso faz parte do ministério de Jesus. O que diz o grego na verdade é que eles
eram "integralmente salvos" ou "completamente curados." Cada pessoa foi
milagrosamente curada, ou integralmente salva. Por outras palavras, a cura não
foi uma adição á salvação, mas era uma parte da salvação. É a salvação
aplicada ao corpo físico.

… Lucas 8:36

Lucas 8:26-39 regista o chamado "demoníaco da terra dos gadarenos", um


homem que foi totalmente endemoninhado. Ele não usava qualquer roupa,

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viveu entre os túmulos, cortando-se, a gritar dia e noite. Quando Jesus veio, o
homem fez uma coisa extremamente importante: ele correu, prostrou-se diante
do Senhor e adorou-O (Marcos 5:6). Na minha experiência de ajudar as
pessoas em serem libertas de espíritos malignos, elas têm de estar dispostas a
submeter-se a Jesus, senão não se qualificam. Este homem fez absolutamente
tudo o que podia fazer, depois disso, os demónios desapareceram. Mas ele veio
a Jesus, e Jesus viu que, no seu coração, havia um desejo por Ele. Jesus
perguntou o seu nome e os demónios responderam, "Legião", porque muitos
demónios tinham entrado nele. Então, os demónios suplicaram a Jesus: “Não
nos envies para o abismo!” Eles suplicaram que entrassem numa manada de
porcos ali perto, e Jesus assim o permitiu.

Tem havido uma série de interessantes especulações sobre o motivo por que
Jesus fez isso. A minha opinião é que, teria sido agonizante/torturante para o
homem, se os demónios tivessem saído de má vontade. Por isso, Jesus deu-
lhes uma opção a qual, eles estavam dispostos a aceitar: entrar nos porcos. Os
porcos, em seguida, correram e caíram num declive íngreme para dentro do
lago e afogaram-se.

É interessante notar como um homem poderia conter tanto poder demoníaco e


mantê-lo sob controlo, enquanto os mesmos demónios conseguiram destruir
um rebanho de 2.000 suínos. Isso dá-nos uma ideia do poder da personalidade
humana. Muitas vezes no trabalho de libertação quando ouço a história de
alguém, tenho ficado verdadeiramente impressionado pelo facto das pessoas
poderem viver, com o que interiormente lhes dá uma luta tão grande.

As pessoas que viram os porcos a fugirem, foram anunciar isso à cidade:

“e o povo foi ver o que havia acontecido. Quando se aproximaram de Jesus,


viram que o homem de quem haviam saído os demônios estava assentado aos
pés de Jesus, vestido e em perfeito juízo, e ficaram com medo. Os que o
tinham visto contaram ao povo como o endemoninhado fora curado.”
(Versículos 35-36) (NVI) (enfase adicionada)

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A palavra é, salvo – novamente sozo. Assim, libertação de demónios não é algo
adicionado á salvação. É uma parte da salvação.

… Lucas 8:48

Jesus retornou ao outro lado do Mar da Galileia e estava no meio de uma


multidão, quando uma mulher com uma hemorragia crónica Lhe tocou. Jesus
sabia que alguém tinha tocado Nele e perguntou: "Quem me tocou?" Ela estava
com medo de admitir isso, porque, de acordo com a Lei de Moisés, uma mulher
com um fluxo de sangue era cerimoniosamente imunda, por isso não lhe era
permitido tocar em ninguém. Mas ela estava tão desesperada que foi contra a
lei. Quando se apercebeu que Jesus sabia o que tinha acontecido, ela tremia,
prostrou-se diante Dele e confessou o que tinha feito. No versículo 48, Jesus
disse-lhe:

“Então ele lhe disse: "Filha, a sua fé a curou! Vá em paz". (NVI, enfase
adicionada)

Assim, a libertação do fluxo de sangue crónico também faz parte da salvação.

… Lucas 8:50

Jesus, estava a caminho de orar pela filha de Jairo, que estava às portas da
morte. A mulher do fluxo de sangue tinha atrasado Jesus e a filha de Jairo tinha
morrido. Algumas pessoas bem-intencionadas, mas negativas, enviaram uma
mensagem para Jairo, "A tua filha já está morta, não incomodes o Mestre."

“Ouvindo isso, Jesus disse a Jairo: "Não tenha medo; tão-somente creia, e ela
será curada". (NVI, enfase adicionada)
Adivinhe o que é a palavra? "Ela será salva." O que lhe aconteceu? Ela foi
trazida de volta da morte para a vida. Isto também faz parte da salvação.

… Atos 4:9-12

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Após Pedro e João darem a cura milagrosa ao coxo aleijado que estava sentado
à porta Formosa do Templo, implorando por esmola, a liderança religiosa do dia
quis interrogá-los. (Não sei se já reparou, mas, sempre que Jesus curava as
pessoas - normalmente era no dia de sábado - os líderes religiosos nunca se
preocupavam com as pessoas que tinham sido curadas. Tudo o que os
preocupava eram os seus regulamentos para o sábado, o que reclamavam de
não terem sido respeitados. Isso é algo típico de pessoas religiosas. Elas
tendem a ficar tão absorvidos com as suas regras que perdem as coisas de
Deus que realmente são importantes.) Quando Pedro e João foram acusados
pelo Sinédrio, Pedro respondeu:

“Visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem


enfermo e do modo por que foi curado…” (Versículo 9, ACF, enfase
adicionada)

A palavra é sozo. Assim, a restauração da força e da vida para o corpo de um


aleijado é também chamada de salvação. Pedro comunicou que foi através do
nome de Jesus de Nazaré que isto aconteceu (versículo 10). Então ele disse:

“…Não há nenhum outro nome, dado aos homens, pelo qual devamos ser
salvos.” (versículo 12, NVI, enfase adicionada).

A palavra é sozo novamente. A cura para aquele homem foi salvação.

… Atos 14:8-10

“E estava assentado em Listra certo homem leso dos pés, coxo desde o ventre
de sua mãe, o qual nunca tinha andado. Este ouviu falar Paulo, que, fixando
nele os olhos, e vendo que tinha fé para ser curado, disse em voz alta:
Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou.” (ACF, enfase
adicionada)

Paulo viu que ele tinha fé para ser o quê? Ele tinha fé para ser salvo.

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… 2 Timóteo 4:18

Segue agora uma utilização completamente diferente da palavra. Paulo, bem no


final da sua vida, na cadeia, enfrentando provável execução, diz:

“E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino


celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém.“ (ACF, enfase
adicionada)

Adivinhe o que a palavra traduzida "guardar-me-á " é? É novamente sozo -


salvo! Salvação inclui também o processo de ser guardado por Deus para o Seu
reino eterno.

Estes exemplos são os casos em que a palavra grega para "salvar" é aplicada a
outras coisas além do perdão para os pecados. Eles sublinham que a salvação é
o benefício pleno do sacrifício de Jesus na Cruz. Abrange todas as áreas da
personalidade humana e todas as necessidades em qualquer vida humana no
tempo e na eternidade. A necessidade pode ser espiritual, mental, emocional,
física ou financeira, ela é coberta pelo sacrifício único de Jesus.

Passei anos a meditar no trabalho de Jesus na cruz - desde que estive


internado num hospital militar britânico no Egipto em 1943. Deus enviou-me
uma preciosa irmã, uma senhora Sargento do Exército de Salvação, com a
idade a volta dos 76 e uma verdadeira guerreira do Senhor. Ela conseguiu
permissão para eu sair e orar com ela num carro. Deus falou comigo através de
uma outra irmã naquele carro, que me disse: "Considere o trabalho do Calvário:
um trabalho perfeito - perfeito em todos os sentidos, perfeito em todos os
aspetos." Quando saí do carro estava tão doente como quando entrei. Mas
Deus tinha-me mostrado onde encontrar a resposta: o trabalho do Calvário. Foi
um trabalho perfeito, perfeito em todos os aspetos. Não importa que tipo de
necessidade temos, o sacrifício de Jesus foi perfeito em todos os aspetos. De
qualquer ângulo que veja, ele foi perfeito.

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Desde essa altura, (por quase 60 anos) que tenho analisado o trabalho do
Calvário. Ainda nunca cheguei ao final. No decorrer do tempo descobri duas
maneiras de compreender e comunicar a Cruz. Existem duas palavras-chave
que acredito que Deus me concedeu para explicar o que foi realizado pela
morte de Jesus. A primeira palavra é troca, a segunda é identificação.

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3. A Cruz: a Troca

A primeira maneira de ver e compreender a Cruz está contida na palavra troca.


Na cruz, uma troca divinamente ordenada ocorreu neste sentido: Deus colocou
sobre Jesus todo o mal que era devido por justiça a nós, para que em troca, Ele
nos pudesse disponibilizar todo o bem que era devido ao perfeito, sem pecado,
e obediente Filho de Deus. Para analisar a natureza da troca, apresentarei oito
aspetos da mesma. Uma passagem fundamental é Isaías capítulo 53.

… Jesus foi punido para que pudéssemos ser perdoados

Isaías 53:6 diz,

“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo


seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele (ou fez juntar sobre Ele – Jesus)
a iniquidade de nós todos.“

Todos temos seguido o nosso próprio caminho. Esse é o problema da raça


humana, a única coisa da qual somos todos culpados. Podemos, nem todos,
termos assaltado um banco, cometido adultério, embebedado ou roubado, mas
há uma coisa que todos temos feito – seguir o nosso próprio caminho. E Deus
diz que os nossos caminhos não são os Seus caminhos (Isaías 55:8).

Andar no nosso próprio caminho é virar as costas a Deus, e é chamado de


"iniquidade". É uma forte palavra em hebraico, Avon, que significa não só o que
se faz de errado, mas inclui as penalidades e os juízos que se seguem quando
se faz algo errado. A revelação em Isaías diz-nos que Deus puniu em Jesus a
iniquidade de todos nós. Assim, todas as más consequências da nossa maldade
vieram sobre Jesus na Cruz. Ele pegou o mal - toda a sentença e punição - para
que, por uma troca divina, Deus pudesse por causa de Jesus, disponibilizar o

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bem á nos. Não havia nenhuma razão para isso, exceto a graça de Deus. Deus
não nos deve nada. Foi puramente a Sua graça imensurável e o Seu amor
incompreensível.

Graça é o que nunca se pode ganhar. Alguns cristãos realmente não sabem o
que é a graça, porque estão sempre a tentar ganhá-la. Mas jamais podemos
ganhar o que Jesus disponibilizou para nós através da Cruz. Se tentarmos ser
bons o suficiente, nunca iremos recebê-la. É puramente pela graça. E é
recebido apenas por meio da fé. “Porque pela graça sois salvos, por meio da
fé…” (Efésios 2:8).

Quando passo algum tempo a meditar sobre o que Jesus fez por mim, a minha
mente jamais compreenderá plenamente. Ele veio à terra, tomou o nosso lugar
- até mesmo o meu lugar - e suportou todo o sofrimento inexprimível que
deveria ter vindo sobre mim. Foi graça.

… Jesus foi Ferido para que pudéssemos ser curados

Isaías 53, os versículos 4-5:

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas


dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e
oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por
causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e
pelas suas pisaduras (ou chagas) fomos sarados.“

Em primeiro lugar, Jesus foi punido para que pudéssemos ser perdoados.
Porque Ele suportou o nosso castigo, a justiça de Deus é satisfeita e nós
podemos ter paz com Deus. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz
com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” (Romanos 5:1). Em segundo lugar,
Jesus suportou as nossas doenças e dores, através das feridas no Seu corpo,
para assim adquirirmos a cura física.

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Acredita nisto? Se acreditar, então uma coisa tem a fazer, é dizer: "Obrigado!"
a Deus. Agradecer é a mais pura expressão de fé. (Acredito que muitas vezes
perdemos porque não damos graças.)

… Jesus foi feito pecado com o nosso pecado para que possamos ser
justos com a Sua justiça

Em Isaías 53:10, lemos estas palavras:

“Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma


se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus
dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão.“

Na cruz, a alma de Jesus foi usada como o sacrifício para os pecados do


mundo. De acordo com as cerimónias da Antiga Aliança, quando um animal era
trazido como sacrifício para o pecado - o homem que trouxera o animal oferecia
a confissão do seu pecado ao sacerdote, e o sacerdote colocava as mãos sobre
a cabeça do animal. O pecado do homem era assim, simbolicamente transferido
para o animal. Então, o animal pagava a pena do pecado do homem. A pena
para o pecado, é a morte. Assim, o animal era submetido à morte como um
substituto para o homem.

O escritor de Hebreus diz, “Porque é impossível que o sangue dos touros e dos
bodes tira os pecados.” (Hebreus 10:4). Os sacrifícios apenas prefiguravam o
que estava para acontecer através da Cruz. Quando Jesus morreu na Cruz, Ele
tornou-se o sacrifício do pecado para a raça humana.

Não existe nenhuma forma das nossas mentes terem a capacidade de


compreender o que isso significou para o Senhor Jesus, em toda a Sua pureza e
santidade, a ter de se identificar com o pecado da humanidade e ser punido por
nós. Não sou uma pessoa excecionalmente pura, mas quando penso nalguns
dos pecados que são cometidos na nossa sociedade hoje - os terríveis abusos e

21
as anormalidades sexuais - tremo só de pensar no que isso significa, mesmo
para mim, identificar a minha alma com esses pecados. Mas isso é apenas uma
pequena fração mínima do que aconteceu com Jesus quando Ele se tornou o
sacrifício do pecado para nós.

O escritor de Hebreus diz também, “Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz
comemoração dos pecados,“ (Hebreus 10:3). Os sacrifícios do Antigo
Testamento nunca eliminavam o pecado. Eles só lembravam as pessoas de que
eram pecadores. Os seus pecados seriam cobertos por mais um ano. “Mas este
[Jesus], havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados,
está assentado à destra de Deus,” (Hebreus 10:12). Ele tratou do pecado para
sempre pelo sacrifício de Si mesmo na Cruz. O Seu sacrifício eliminou o pecado.

Em 2 Coríntios 5:21, Paulo estava a mencionar Isaías 53: “Aquele (Deus) que
não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, (Jesus) fôssemos
feitos justiça de Deus.”

Consegue ver a troca? Jesus foi feito pecado por nós, para que pudéssemos ser
justos. Nós somos justos com a Sua justiça, não com a nossa. O melhor que
podemos fazer não é bom o suficiente, porque Isaías também diz, “…todas as
nossas justiças, como trapo da imundícia…” (Isaías 64:6). No entanto, Isaías
61:10, um dos meus versículos favoritos, diz:

“Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus;


porque me vestiu de roupas de salvação e cobriu-me com o manto de justiça…”

Não nos deram apenas às vestes da salvação, mas também fomos


cobertos/embrulhados com a justiça do Filho de Deus sem pecado. Não importa
de que ângulo o diabo olha para nós, ele não tem nada a dizer contra nós. Foi-
nos dada a própria justiça de Deus em Cristo.

Está alegre, por estar coberto com a justiça de Jesus?

22
… Jesus morreu a nossa morte, para que pudéssemos receber a Sua
vida

Continuando com a Troca, Hebreus 2:9 diz-nos:

“Para que (Jesus), pela graça de Deus, provasse a morte por todos.”

Ele provou a morte, no lugar de cada ser humano. Tanto quanto percebo, o
trabalho de Jesus cobriu todos os descendentes de Adão, mas não cobriu os
anjos. Jesus foi o último Adão (I Coríntios 15:45). Podemos nunca compreender
porque Deus deveria estar tão interessado em Adão e nos seus descendentes.

Deus começou a raça humana de uma maneira extraordinária. Adão foi criado
de uma forma diferente do que qualquer outra criatura. A Bíblia diz, “Pela
palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito
da sua boca…” (Salmos 33:6). Mas quando começa a criar Adão vemos que,
Deus moldou uma figura de argila. Então esse Ser divino - a segunda pessoa da
divindade, a Palavra de Deus, por Quem foram feitas todas as coisas (João 1:3)
– baixou-se e soprou o fôlego da vida para as narinas do homem de argila
(Gênesis 2:7). A palavra hebraica para "sopro" é poderosa, é naphach. O som
ph é explosivo! Deus "explodiu" o fôlego em Adão! Ele transmitiu a Sua vida
para ele. Pense nas consequências físicas: um corpo de argila tornou-se uma
vida humana e a funcionar com olhos, orelhas e órgãos! O Espírito de Deus
assim o fez.

Acreditar na cura divina é realmente muito lógico. Se o seu relógio está


estragado, não o leva ao sapateiro, mas ao relojoeiro. Da mesma forma, se o
seu organismo não está a funcionar bem, é razoável que vá ao “corpoeiro”,
criador do corpo. E o nosso “corpoeiro”, criador do corpo é o Senhor, sobretudo
o Espírito Santo, porque foi o Espírito de Deus que fez o corpo de Adão tornar-
se vivo.

Quando Deus veio para redimir o homem – Ele baixou-se mais ainda. Jesus
Cristo baixou-se (humilhou-se) até a morte da cruz. Então, quando Ele se

23
levantou novamente e apareceu no domingo da ressurreição, à noite, Ele
reconstituiu a criação do homem na nova criação. Diz que Jesus, soprou em, ou
sobre, os Seus discípulos e disse: “Recebei o Espírito Santo” (João 20:22). A
palavra em grego, emphusao, é a mesma que é usada para um flautista ao
soprar no bocal do seu instrumento. Não imagino que Jesus soprou
coletivamente sobre todos eles. Pelo contrário, penso que Deus chegou ao pé
de cada um deles individualmente e soprou neles o fôlego da vida ressurreta.
Era a Sua vida divina que havia vencido o pecado, a morte, o inferno e a
sepultura e que derrotou satanás. Era uma vida totalmente vitoriosa. Era a vida
eterna, vida divina, vida incorruptível, vida indestrutível.

Este foi o novo nascimento. Os discípulos nasceram de novo pelo Espírito de


Deus e saíram da salvação do Antigo Testamento – que apenas olhava para o
futuro – e entraram na salvação do Novo Testamento, que olha para trás para
o cumprimento do facto histórico da cruz e da ressurreição. Para entrar na
salvação do Novo Testamento, tem de fazer duas coisas: confessar Jesus como
Senhor e acreditar que Deus O levantou dentre os mortos (Romanos 10:9).
Esta ocasião foi a primeira vez em que os discípulos acreditaram nisso. Foi a
salvação do Novo Testamento! Jesus provou a morte para nós, para que nós
pudéssemos partilhar a Sua vida.

… Jesus tornou-se maldição para que pudéssemos partilhar das Suas


bênçãos

Gálatas 3:13-14 mostra-nos provavelmente o aspeto mais negligenciado da


troca:

“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque
está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro; Para que a
bênção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé
nós recebamos a promessa do Espírito.“

24
Qual é a Troca? Qual é a coisa má? A maldição. Qual é a coisa boa? A bênção!
Jesus tornou-se maldição para que nós pudéssemos receber a bênção.

Tenho frequentemente durante uma ou duas horas ensinado apenas sobre este
assunto. Ele abre uma porta completamente nova de libertação, cura e paz. Se
quiser uma imagem de maldição, lembre-se de Jesus na Cruz. Ele foi rejeitado
pelo homem, abandonado por Deus, abaixo da escuridão, em agonia, não na
terra, não no céu. Ele foi totalmente rejeitado, recusado por completo. Essa foi
a maldição. Mas, graças a Deus, Jesus tornou-se maldição para que
pudéssemos desfrutar das bênçãos de Deus.

… Jesus suportou a nossa pobreza para que pudéssemos partilhar da


Sua abundância

2 Coríntios 8:9 diz:

“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez
pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.”

Não precisa ser um teólogo para ver a troca que houve aqui. Qual foi a coisa
má? Pobreza. E qual é a coisa boa? Não uso o termo "rico", porque foi abusado
e ensinado erradamente. Prefiro usar a palavra abundância, porque para ter
abundância significa que tem o suficiente para si e para dar a mais alguém (2
Coríntios 9:8 descreve isso da seguinte forma: "superabundeis em toda a boa
obra"). Jesus suportou a pobreza para que pudéssemos partilhar da Sua
abundância.

… Jesus suportou a nossa vergonha para que pudéssemos partilhar da


Sua Glória

Pense em Jesus nu, pendurado na cruz, com as pessoas a passarem e rirem-se


Dele. Foi vergonhoso. Hebreus 12:2 diz-nos:

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“Jesus… suportou a cruz, desprezando a vergonha.”

Muitas pessoas hoje estão atormentadas com a vergonha. Mas tenho boas
notícias para si! Jesus suportou a sua vergonha. Ele suportou a vergonha por
nós.

… Jesus suportou a nossa rejeição para que tivéssemos a Sua


aceitação junto do Pai

Na Cruz, O Pai “rejeitou” Jesus. Jesus clamou,

“Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” (Mateus 27:46)

Não veio nenhuma resposta. Foi a primeira vez que o Filho de Deus orou e não
recebeu a resposta. Ele morreu pouco depois, com o coração partido. Ele diz
em Salmos 69:20, “A zombaria partiu-me o coração…” Não creio que Jesus
morreu dos efeitos da crucificação, Ele poderia ter vivido mais tempo. Pelo
contrário, Ele morreu de coração partido - por causa da rejeição. Porque é que
Ele suportou essa rejeição? Para que possamos ser aceites! Deus aceita-nos
agora como um dos membros da Sua família por causa do que Jesus sofreu na
Cruz. Ele aceita-nos e tornamo-nos verdadeiros filhos de Deus!

Acho que pelo menos 50 por cento das pessoas ao nosso redor lutam com a
rejeição, por causa do fracasso dos pais, do divórcio, da grande crueldade dos
seres humanos uns para com outros, e assim por diante. Mas podemos sair
para o mundo e dizer que temos a resposta. É fornecida pela morte de Jesus na
Cruz. Jesus sofreu rejeição por nós, para que conhecêssemos a Sua aceitação.

A salvação na qual temos entrado, cobre todas as nossas necessidades


emocionais. É perfeitamente perfeito, e está completamente completo.

26
4. A Cruz: a Identificação

Temos falado da palavra troca. Agora quero estudar a palavra identificação.


Para se identificar com alguém significa que passa a ser um com eles – ou seja,
coloca-se no lugar daquela pessoa.

A Cruz envolve uma "dupla identificação". Trata-se de dois vínculos. Em


primeiro lugar, na cruz, Jesus identificou-se consigo e comigo como pecadores.
Como o último Adão, Ele identificou-se com toda a raça Adâmica, Ele pagou a
pena pelos nossos pecados. Ele tornou-se o nosso substituto e morreu em
nosso lugar.

No entanto, a salvação vem somente quando respondemos com a outra


identificação - quando nos identificarmos com Jesus na Sua morte, no Seu
sepultamento, na Sua vivificação, na Sua ressurreição e na Sua entronização.
Isto é, quando entramos no que Ele providenciou. Ele fez a primeira
identificação; está terminado. Mas nós apropriamo-nos da salvação quando nos
identificamos com tudo o que veio sobre Ele, a partir da Sua morte.

… Jesus como o último Adão identificou-se com o homem

Dois títulos gloriosos são dados a Jesus em 1 Coríntios, capítulo 15. Eles são
por vezes citados inadequadamente. Nos versículos 45 e 47 Paulo diz:

“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma
vivente. O último Adão em espírito vivificante. O primeiro homem, da terra, é
terreno; o segundo homem, o Senhor é do céu.”

Os dois títulos são, o "último Adão" e o "segundo homem". Tenho ouvido


muitas vezes as pessoas chamarem Jesus de o "segundo Adão", mas não é isso

27
que Ele é. Ele é chamado de o "último Adão", e a seguir é chamado de o
"segundo homem".

Na cruz, Jesus morreu como o último Adão - não como o último no tempo, mas
o último no sentido que o julgamento de toda a raça Adâmica veio sobre Ele.
Então, quando Ele ressuscitou ao terceiro dia, Ele ressuscitou como o segundo
homem - um novo tipo de homem. Ele tornou-se a cabeça de uma "raça" que
nunca havia existido antes. Ele era a cabeça do corpo, o primeiro – o
primogénito entre os mortos.

… A Identificação dos Cristãos com Jesus

Em 1 Pedro 1:3, o apóstolo Pedro diz:

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande
misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de
Jesus Cristo dentre os mortos.”

Através da ressurreição de Jesus Cristo, quando nos identificamos com Ele,


somos gerados de novo: nascemos na nova criação. Desde a ressurreição de
Jesus, Deus fez uma coisa nova na terra.

Agora vamos considerar as implicações de Jesus morrer como o último Adão.


Paulo amplifica isso em Romanos capítulo 6, versículo 6:

“… Sabendo isto: que o nosso homem velho, foi com ele (Jesus) crucificado
para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao
pecado.”

Esta é uma declaração muito importante. Quando Jesus morreu na Cruz, o


nosso homem velho (a nossa natureza Adâmica rebelde e caída) foi crucificada
com Ele.

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É um facto histórico. Precisamos entender claramente que o velho homem é
incorrigível. Deus não o tenta melhorar - Ele não o envia à igreja ou ensina-lhe
a Escritura! Ele tem apenas uma solução para o velho homem dentro de nós, e
a solução é a execução. No entanto, a mensagem da misericórdia é que a
execução ocorreu há 2000 anos, quando Jesus morreu na Cruz: o nosso velho
homem foi crucificado com Ele.

Paulo continua no versículo 11 a dizer-nos o que fazer: “Assim também vós


considerai-vos certamente mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em
Cristo Jesus nosso Senhor.”

O que Deus fez na Cruz está terminado, é um facto histórico. Sabendo ou não,
acreditando ou não, é verdade. Mas, quando sabemos, acreditamos e aplicamos
essa verdade, ela trabalha em nós. Assim como Jesus foi executado na cruz,
também a minha natureza caída, rebelde e corrupta foi executada. A morte é a
saída – a única saída – para a natureza adâmica caída. E nós tomamos essa
saída através da morte de Jesus na Cruz, mediante a identificação. Paulo diz-
nos, “considerai-vos mortos para o pecado.”

O que significa estar morto para o pecado? Quero ilustrar isto através de um
incidente imaginário envolvendo um homem mau. Pelos padrões das pessoas
religiosas, ele era terrível: ele bebia Whisky, jurava, amaldiçoava a mulher e os
filhos, e assistia a todos os tipos de programas maus de televisão. No entanto,
a sua esposa e os seus filhos eram crentes. Eles costumavam sair
sorrateiramente no domingo à noite para a comunidade evangélica local, e ele
costumava a amaldiçoá-los quando saíam.

Uma noite, a sua mulher e os seus filhos depois de terem tido uma noite
gloriosa naquela assembleia evangélica, regressaram ainda cantando as
músicas ao entrar em casa e esperavam ser amaldiçoados por ele. Mas a
maldição não veio. Então foram ver: o cigarro estava no cinzeiro e o fumo saía
em espiral, mas o homem não estava a fumar. O copo do Whisky estava lá,

29
mas ele não estava a beber. Sabe o que aconteceu? O homem teve um ataque
cardíaco e morreu. Então ele estava morto, para o pecado! Ele já não se sentia
atraído pelo pecado. O pecado não tinha mais poder sobre ele. Ele, agora,
estava morto para isso.

Quando Jesus morreu na cruz, a nossa natureza velha corrupta e pecaminosa


morreu com Ele. Assim, o pecado não tem mais poder sobre nós, o pecado não
tem mais atração para nós, o pecado não produz mais reação em nós - através
da identificação. Conheço pessoas que têm viajado por todo o mundo para
fugirem dos seus problemas, mas o verdadeiro problema vai com eles, porque é
o velho homem. Não pode escapar do velho homem viajando. Há apenas uma
saída, e é por morte - a morte do Senhor Jesus em nosso lugar.

Assim, o segundo lado da identificação é que temos de nos identificar com


Jesus. E isto, nós fazemos pela fé. Fazemo-lo porque a Bíblia diz que é verdade.
Há cinco etapas básicas nesta identificação.

… Morremos com Ele

Primeiro de tudo, morremos com Cristo – pretérito perfeito. Foi um evento que
teve lugar num determinado momento no tempo. Em Colossenses 3:3 Paulo
escrevendo aos cristãos, diz:

“Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.“

Estavam ainda vivendo na terra, no entanto, ele disse que tinham morrido.
Quando é que eles morreram? Quando Jesus morreu na cruz.

Então em 2 Timóteo 2:11, Paulo diz:

“Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos;“

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A Sua morte foi a nossa morte. Mas, para entrar na salvação, o pecador, pela
fé, tem de completar a identificação. Tenho de dizer: "Sim, quando Jesus
morreu na cruz, eu também morri. A Sua morte foi a minha morte. O meu
velho homem morreu quando Ele morreu." Então digo, "Ao estar morto com
Ele, devo segui-Lo: da morte para a sepultura, e da sepultura para a
ressurreição."

… Enterrado com Ele

A morte de Cristo foi seguida pelo Seu sepultamento. Como nos identificamos
com Ele na sepultura? Pelo batismo. É por isso que o batismo é tão importante.
A identificação com a Sua morte é algo no interior, mas a nossa identificação
com Ele na sepultura é exterior. É uma identificação visível com o Senhor.

O batismo nas águas, conforme exposto pelos apóstolos no Novo Testamento,


é um ato de identificação pública com o Senhor Jesus na Sua morte,
sepultamento e ressurreição. E não há sombra de dúvida que na Igreja
primitiva todo o convertido - cada pessoa que se tornava um discípulo - era
imediatamente obrigada a identificar-se publicamente pela água do batismo
com Aquele a quem confessava como Salvador e Senhor. A maneira de entrar
na comunhão com a Igreja era assim através do batismo. Na minha opinião,
este é o maior privilégio que pode ser oferecido a um pecador na terra: ser
publicamente identificado com o Senhor. E não somente diante dos homens,
mas também diante de todo o Universo, que isso acontece.

Em países onde existe um forte governo anti - cristão, o batismo nas águas é o
que para eles faz ultrapassar os limites – tanto para os muçulmanos,
comunistas, judeus como para outros. Pode dizer que acredita em Jesus e
poderão zangar-se. Mas quando se é batizado, toda a raiva e ira vem acima,
porque é aí que está escapando do território deles. Romanos 6:4 diz:

“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que,

31
como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim
andemos nós também em novidade de vida.“

Assim, todo ato de batismo é de facto um "ato duplo". Deve ser um enterro
seguido por uma ressurreição! Em Colossenses 2:12, Paulo diz a mesma coisa:

“Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no


poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.“

Quando somos sepultados com Ele no batismo, então temos o direito de segui-
Lo em tudo o que se segue ao Seu enterro.

… Fomos vivificados, ressuscitados e entronizados com Cristo

Existem mais três etapas, afirmadas em Efésios 2:4-6.

“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que
nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou
juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente
com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; “

Jesus não saiu do túmulo morto. Ele foi vivificado antes de sair do túmulo.
Consequentemente, somos vivificados em Cristo, e a seguir somos
ressuscitados com Cristo. Mas não paramos por aí. Também nos faz sentar
juntamente com Ele nos lugares celestiais. Onde é que Ele está sentado no
céu? Num trono. Assim também, somos entronizados com Ele! Não somente
morremos, mas fomos enterrados, vivificados, ressuscitados e entronizados
juntamente com Cristo.

Tudo isso está totalmente fora do nosso alcance. Isso é óbvio. Não há
nenhuma maneira de conseguir isso com esforço ou trabalho nosso. Não há ne-
nhuma maneira de sermos suficientemente bons para merecer isso. Tudo isso

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apenas podemos receber pela fé - exclusivamente pela fé.

Muitos cristãos têm a desconfortável sensação de que deveriam estar a fazer


alguma coisa para ganharem/merecerem a salvação. O resultado é que nunca a
recebem ou se alegram nela. Normalmente é mais fácil para os piores
pecadores receberem a salvação do que para aqueles que vão à igreja. Já
reparou nisso?

… Os Propósitos de Deus

Depois de Paulo, em Efésios 2, ter falado de termos sido vivificados,


ressurectos e entronizados, ele revela os propósitos de Deus. Porque é que
Deus fez isso?

PARA DEMONSTRAR A RIQUEZA DA SUA GRAÇA

Versículo 7 diz:

“Para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça


pela sua benignidade para connosco em Cristo Jesus. “

Que pensamento espantoso! Não só nesta vida, mas sempre e sempre,


seremos a demonstração da riqueza da graça de Deus - por todo o universo!
Sempre que Deus quer mostrar a qualquer ser criado a medida da Sua graça,
ele vai dizer com efeito, "Olhe para estas pessoas. Veja como estão chegados a
Mim, como Me adoram. São os meus filhos! Eram pecadores, rebeldes,
rejeitados, inúteis, meus inimigos. Mas trouxe-os para perto de Mim por toda a
eternidade!" Espero que esteja preparado para isso. E que perceba que para
sempre será a manifestação da graça de Deus.

Lembre-se, a graça não pode ser ganha. Existem muitas coisas nos conselhos
eternos de Deus que nós não compreendemos inteiramente, mas penso que,

33
em certo sentido, Deus “teve de permitir” que o pecado acontecesse, a fim de
ter algo com que poder demonstrar a Sua graça. Não estou a dizer que Deus
aprova o pecado, mas quando ele (o pecado) entrou, em vez de dizer,
“Acabou,” Ele disse, “Esta é a verdadeira oportunidade para mostrar a Minha
graça a todo o universo.” Até esta altura, Ele tinha mostrado vários aspetos do
Seu carácter, mas não penso que tivesse demonstrado totalmente a Sua graça.
Assim, nós somos a Sua “oportunidade”! Somos o povo em quem Deus irá
mostrar todo o universo a verdadeira natureza da graça.

PARA SERMOS FEITURA SUA

Um pouco mais à frente, Paulo diz:

“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as
quais Deus preparou [antemão] para que andássemos nelas.“ (Efésios 2:10)

Não só somos a demonstração da Sua graça, mas Paulo diz que também somos
“feitura Sua”. A palavra grega é poiema, a partir da qual obtemos a palavra,
"poema". O que sugere uma "obra prima". Assim, somos a obra prima de Deus,
para mostrar ao universo todo o alcance do Seu génio criativo! Isso é
emocionante, não é? E só para provar o que Ele poderia fazer, sabe para onde
Deus foi para adquirir o material para a Sua obra prima? Para o ferro
velho/monte de sucata! Consegue compreender isto? Deus pode fazer alguma
coisa do nada. Ele criou as estrelas, o sol, o mar, as árvores, e tudo o mais,
mas para demonstrar a Sua graça e o que poderia realmente criar, Deus disse,
"Vou agarrar nas vidas destruídas da humanidade e Vou moldá-las na Minha
obra prima!" Jesus morreu para criar uma obra prima das vidas destruídas de
homens e mulheres. Que mensagem! Que revelação!

Se não está entusiasmado sobre a salvação, não sei quanto da salvação de


Deus já experimentou realmente. As pessoas dizem que somos fanáticos se
saltamos/pulamos para cima e para baixo e batemos palmas. Eu era um lógico

34
antes de me tornar um Cristão, e tenho de dizer que tal entusiasmo é a
resposta lógica à revelação das Escrituras. Simplesmente sentar e dizer: “Está
bom!” é inadequado e irrealista.

35
5. Como Apropriar-se do que Deus já Fez

Tenho descrito a provisão que Deus tem fornecido. É perfeitamente perfeito; e


é completamente completo. Resta-nos saber como apropriá-la. Poderia ter
terminado aqui, deixando uma visão fascinante de algo glorioso, em que muitos
não saberiam como entrar nela. Por isso, vou descrever os passos através dos
quais nos podemos apropriar daquilo que Deus tem feito. Ao meu ver, há
quatro: (1) Arrepender-se; (2) Crer; (3) Confessar; e, (4) Viver/praticar aquilo
em que acreditamos.

Arrepender-se

Ninguém jamais poderá ignorar o primeiro passo fundamental, que é


arrepender-se. Toda a Bíblia deixa claro que ninguém pode jamais ser
reconciliado com Deus sem arrependimento. Observo hoje que o ensino da
Igreja acerca de arrependimento é muito débil e ineficaz, e a Igreja sofre muito
como resultado disso. Ao longo dos anos, tenho aconselhado multidões de
cristãos, e a minha conclusão é que talvez 50 por cento dos seus problemas são
o resultado de uma falta de arrependimento. Não há maneira de contornar o
arrependimento, é importante realçar este facto. Algumas pessoas ensinam que
o arrependimento é negativo e, portanto, não precisamos dele. Ele pode ser
negativo, mas certamente precisa dele!

Em Marcos 1:15, no início do Seu ministério público, Jesus declarou:

“Dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo, arrependei-


vos e crede no evangelho.”

Deus nunca diz a ninguém no Novo Testamento para crer sem primeiramente
se arrepender. Na verdade, não pode realmente crer, a menos que se tenha

36
arrependido verdadeiramente. Pode passar por todos os rituais e formas de
crer, mas a realidade não estará lá.

Arrependimento não é uma emoção; é uma decisão. A Palavra Grega, no Grego


secular, é traduzida “mudar a mente”. Arrependimento é a mudança da sua
mente: tem vivido duma maneira, mas agora decide viver de outra maneira.
Tem agradado a si próprio, vivido segundo os seus próprios padrões, feito as
suas coisas a sua maneira; mas decide submeter-se a Deus e viver à maneira
Dele. Deus irá dizer-lhe o que fazer e você obedecê-Lo-á. Uma pessoa que está
verdadeiramente arrependida não discute com Deus.

Algumas pessoas querem ver os seus problemas resolvidos, a fim de serem


capazes de fazerem aquilo que querem. Têm os seus planos para aquilo que
gostavam de fazer e ser na vida. Mas não estão dispostos a arrependerem-se e
a submeterem-se à vontade de Deus. Arrependimento quer dizer: “Eis-me aqui,
Senhor. Faz de mim o que Tu queres. Deixo as minhas ambições. Podes ter
planos totalmente diferentes para mim, por isso deixo os meus próprios desejos
e estou disponível para tudo o que me disseres para fazer!” Isto é
arrependimento.

Depois da ressurreição, Jesus explicou aos Seus discípulos as Escrituras sobre a


Sua morte e ressurreição. Ele disse em Lucas 24:46-47a,

“E lhes disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar
dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se pregasse
arrependimento para remissão de pecados…”

O que foi pregado primeiro? Não o perdão, mas o arrependimento. Não temos
o direito de deixar de fora o arrependimento e oferecer às pessoas o perdão.

Fui uma vez a uma reunião no Sul da Ásia Oriental, onde um ministro pregou
uma excelente mensagem de cura. Ele indicou como podemos receber a cura

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através da Palavra de Deus. A mensagem abençoou-me, mas no final ele disse
àquela multidão de grande variedade, “Se quer esta vida maravilhosa e todas
essas bênçãos, venha à frente e receba-as!” Ele não mencionou a palavra
“arrependimento” uma única vez durante a mensagem. Muitas pessoas
avançaram, principalmente os adoradores de ídolos, mas não receberam a cura
que procuravam. O resultado foi, confusão.

Claramente, as pessoas não tinham cumprido as condições do arrependimento.


Mas isso, não era culpa delas, porque a condição não tinha sido afirmada. Nós,
num contexto de conhecimento bíblico, às vezes, podemos assumir que as
pessoas sabem que precisam de se arrepender. Contudo, em muitas culturas,
as pessoas não têm ideia do que o arrependimento é na verdade. Para alguns,
o verdadeiro arrependimento significa infligir o sofrimento a eles mesmos:
escalar os passos do Santo Pedro nos seus joelhos ou flagelando-se, por
exemplo. Mas arrependimento não é infligir o sofrimento a si mesmo. Jesus
suportou todo o sofrimento que merecíamos, no nosso lugar. Arrependimento é
decidir mudar e ser mudado, renunciar a tudo aquilo em que se apoiava,
dizendo, “Deus, estou à Tua disposição.”
No Dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo tinha sido derramado, uma
multidão de pessoas foi convencida dos seus pecados. Eles não sabiam o que
fazer; então em Atos 2:37 eles perguntaram aos apóstolos, “Que faremos,
irmãos?” Pedro deu-lhes uma resposta de três etapas:

“…Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado…e recebereis o dom do


Espírito Santo.”

Qual foi o primeiro requisito? Arrependimento. Isto ainda é o primeiro passo na


resposta de Deus. Mas isto não é uma “parte da prestação”; é uma “parte do
pacote”. Devemos fazer todos eles numa vez só: Arrependermo-nos, batizarmo-
nos e recebermos o Espírito Santo.

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Em Atos 20, encontramos Paulo a falar aos anciãos da igreja em Éfeso,
lembrando-os do seu ministério. Ele diz nos versículos 20 e 21:

“Jamais deixando de vos anunciar coisa alguma proveitosa e de vo-la ensinar


publicamente e também de casa em casa, testificando tanto a judeus como a
gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.”

Não me interessa se eram Judeus, Gregos, ou quem eram. A primeira ordem


foi, arrependimento para com Deus e a fé em Jesus Cristo.

Crê e Confesse

Não sei se hei de colocar “confessar” antes de “crer”, ou “crer” antes de


“confessar”. No Novo Testamento, as duas não estão realmente separadas.
Vamos ver isso em Romanos 10:8-13, onde Paulo descreve as condições da
salvação no Novo Testamento. Quero que note a ordem. Ele fala sobre duas
coisas: da boca e do coração. Nas duas primeiras vezes ele coloca a boca antes
do coração; mas na terceira vez coloca o coração antes da boca. Não temos
tendência a pensar desta maneira, mas, de certa forma, adquirimos fé dizendo
alguma coisa.

Isso é um facto interessante, em Inglês diz-se “aprender de coração [cor]”, em


hebraico diz-se, “aprender de boca”. Ambas são verdadeiras. Se deseja uma
coisa no seu coração, continue a dizer com a sua boca! De outra maneira, se
tiver algo no seu coração, acabará por sair quando falar – Jesus diz, “…Porque
a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34). Cada um é uma parte
do total processo de crer e confessar. Se acredita nalguma coisa, quanto mais
afirmar isso, mais acreditará; e quanto mais acreditar nisso, mais o afirmará.
Por outro lado, se não afirmar aquilo em que crê, deixará de crer, e se deixar
de crer, em breve deixará de afirmar.

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A palavra “confessar” significa literalmente “dizer o mesmo que”. Confissão
Bíblica é, portanto, dizer o mesmo que Deus disse na Sua Palavra, é fazer as
palavras da sua boca concordar com as palavras de Deus. E é essencial no
processo da salvação. Não pode realmente, experienciar a salvação sem a
confissão certa. Veja o que Paulo diz em Romanos 10:8-9:

“Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração;
isto é, a palavra da fé que pregamos. Se, com a tua boca, confessares Jesus
como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, serás salvo.”

O que fazemos primeiro? Confessamos com a nossa boca. E também


acreditamos com o nosso coração. Esta não é a forma como costumamos
pensar, mas a experiência realmente afirma ser a verdade.

Então no versículo 10, a terceira vez em que ele se refere à boca e ao coração,
Paulo diz: “Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa
a respeito da salvação.”

Cresci na Grã-Bretanha entre boas pessoas membros da igreja, algumas das


quais foram sem dúvida Cristãos genuinamente salvos. Mas nunca ninguém me
tinha dito o que era ‘ser salvo’. Para as pessoas naqueles dias a religião, era
algo “pessoal” da qual não se falava. Contudo, não deveria ser assim com o
evangelho. Devemos falar sobre isso – crermos e confessarmos; confessarmos
e crermos.

No Livro de Hebreus, existem três passagens que revelam a posição de Jesus


como Sumo-sacerdote em relação à nossa confissão. Primeiro, capítulo 3,
versículo 1:

“Por isso, santos irmãos, que participais da vocação celestial, considerai


atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus.”

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Jesus foi o Apóstolo enviado por Deus para providenciar a redenção. Tendo
providenciado a redenção, voltou para ser o nosso Sumo-sacerdote, na
presença de Deus. Mas Ele diz que, é o Sumo-sacerdote da nossa confissão. De
certa forma, se fecharmos os nossos lábios na terra, silenciamos os lábios do
nosso advogado no céu. Quanto mais confessarmos, mais libertação do Seu
ministério sacerdotal teremos em nosso favor.
Depois em Hebreus 4:14 diz:

“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que
penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão.”

Observe a declaração de como devemos conservar firmes a nossa confissão.


Isso significa que o devemos dizer e continuar a dizer, sem recuarmos ou
ficarmos desencorajados.

Finalmente, em Hebreus 10:21-23, o escritor retorna ao mesmo tema:

“E tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, … Retenhamos firme a


confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu.”

Esta passagem não fala da confissão da nossa fé, mas da confissão da nossa
esperança. Se confessarmos a fé tempo suficiente, ela torna-se esperança.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam…” (Hebreus 11:1);
assim, quando temos construído o fundamento de fé, a esperança vem. (A
minha definição bíblica da esperança é uma confiante expectativa de algo
bom.)

Na primeira passagem, vimos que Jesus é o Sumo-sacerdote da nossa


confissão. Então, aprendemos que temos de conservar firmemente a nossa
confissão. Finalmente é nos dito, retê-la firmemente. O que significa reter
firmemente? Deixe-me explicar com um simples exemplo. Se estiver a viajar
num avião e o sinal “aperta o cinto de segurança!” acende, o que isto significa?

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Vem aí turbulência! O que nos diz firmemente? Vem aí oposição! Aqui é travada
a batalha, ao reter firmemente a nossa confissão.

Na altura que é preciso fazer a confissão certa, uma força maligna e escura,
vem até nós para que as nossas bocas se mantenham fechadas. Então, temos
de usar a nossa vontade para abrirmos a boca e dizermos aquilo que é correto.
Satanás usará todo o tipo de pressão, todo o tipo de persuasão, para se opor a
nós. Ele usará todo o tipo de mentira, tudo o que puder, com um objetivo –
para nos levar a fazer a confissão errada. Como o poderemos derrotar?
Mantendo/retendo a confissão certa.

Viva a sua Fé

Depois de se ter arrependido, e quando crê e está confessando, há mais uma


coisa a fazer. Tem de pôr em prática a sua fé. Tiago 2:26 diz: “…fé sem obras é
morta.”

Fé que não é expressa com ações apropriadas, é uma fé morta. Gostaria de lhe
sugerir três ações apropriadas que expressam a nossa fé.

Seja Batizado

O batismo é a sua primeira oportunidade de se identificar abertamente com


Jesus como o seu Salvador. Em Marcos 16:15-16, Jesus diz:

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura.


Quem crer e for batizado, será salvo; quem, porém não crer será condenado.”

Se estudar o Livro de Atos, verá que, nunca ninguém reivindicou a salvação


sem ser batizado. A Igreja primitiva atribuiu particular urgência a isso. Não
creio que temos o direito de reivindicar a salvação, enquanto não formos
batizados. Podemos nascer de novo, mas não acredito que assim se entre

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verdadeiramente na salvação. Não temos o direito de entrar na vida da
ressurreição, exceto da maneira que Jesus entrou – através da sepultura, do
túmulo. Isto é claro.

Quando Filipe levou o eunuco ao Senhor, pela estrada até Gaza, (Atos 8:26-39)
havia um pouco de água a beira da estrada, e o eunuco disse, “o que impede
que seja eu batizado?” Repare que o eunuco pergunta isto, não Filipe – isso
implica que o Filipe já lhe tinha deixado clara a necessidade do batismo. Assim,
Filipe desceu às águas e o batizou.

Em Filipos, quando Paulo e Silas estavam presos (Atos 16:23-34), houve um


terramoto e todos foram libertos. Quando o carcereiro desejava ser salvo, o
que aconteceu? Ele, e todos os da sua casa foram batizados na mesma noite.
Não esperaram pela manhã. Tenho ouvido muitos pastores dizerem: “Temos
um culto de batismo em três semanas. Coloque o seu nome na lista!” Mas essa
não é a prática do Novo Testamento. Pelo contrário, ela é, “Arrependam-se, e…
sejam batizados”.

Alguns dos encontros mais emocionantes da minha vida, que tenho visto, foram
aqueles quando vi as pessoas crerem e imediatamente serem batizados. Um
deles, há alguns anos, numa piscina, veio agora ao meu pensamento, onde se
batizou todo o tipo de pessoas. Havia um grupo de Batistas que veio só para
assistir, e houve uma tal presença de Deus que os Batistas disseram que
desejavam poder ter aquilo daquela maneira! Fazer um batismo apenas quando
estiver no calendário da igreja, é o mesmo que, fazer da salvação algo que
acontece só quando vai à igreja na Páscoa. É separá-la do seu real significado.

A primeira coisa que deve fazer quando se arrepende e crê no evangelho é, ser
batizado. Encontre alguém que o batize! Ensinava sobre isto uma vez na
Universidade de Jovens com uma Missão, e estava a ser bastante cuidadoso
para não ser controverso. Disse simplesmente, “Crê e seja batizado!” Não disse
nada sobre o método. Posteriormente, vieram ter comigo e disseram-me,

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“Quero ser batizado agora mesmo,” então, um dos professores que estava lá
disse, “Este é o seu problema. Cuida deles!” Fomos em direção à piscina que
estava lá fora e eles foram batizados naquela mesma hora da noite.

Quando o evangelho não é empolgante, penso que devemos ter perdido algo.
Quando não temos uma ação como esta, acho que não existe muita fé.

Dê Graças

A segunda maneira de expressar a nossa fé é dando graças. Pode fazer isto


antes de ser batizado, é claro! A mais pura expressão de fé é dizer, “Obrigado”
a Deus. Se realmente acredita naquilo que tenho estado a ensinar, deverá
agradecer a Deus agora mesmo. Caso contrário, é um incrédulo ou a pessoa
mais ingrata, ou alguém lento no crer.

Alguns milagres de Jesus foram alcançados apenas por se dar graças. No


alimentar dos 5000 (homens), a única coisa que Jesus fez, foi dizer “Obrigado!”
ao Seu Pai do céu, e cinco pães e dois peixinhos tornaram-se suficientes para
alimentar uma multidão de cerca de 10,000 pessoas. Há quase um poder
ilimitado em dar graças. Jonas esteve três dias e três noites na barriga de um
peixe. Ele não veio para fora quando orou, apesar de ele orar muito. Melhor,
em Jonas 2:9, quando ele começa a dar graças, o peixe não o consegue
segurar por mais tempo. Se está “na barriga de um peixe” hoje, comece por
dar graças.

Seja Conduzido pelo Espírito Santo

Para concluir esta lista de ações, precisamos de ter em conta Romanos 8:14:

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.”

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Deus não tem um programa único para cada crente. O Espírito Santo lhe
mostrará o plano de Deus para a sua vida. Não se modele nalgum outro crente,
porque Deus tem um plano individual somente para si.

Razões por que é simples, mas não é fácil

Se diz a si mesmo, “Deve de haver algo de errado comigo,” porque lhe soa tão
fácil, mas não é fácil para si, o meu comentário é este: Apropriar-se da
salvação é simples, mas não é fácil. Quer ver a diferença? Aqui estão três
razões pelas quais não é fácil: temos três inimigos que dificultam.

A Carne e a Mente Carnal

Para a maioria dos Cristãos se pode dizer que as batalhas principais que
travam, estão nas suas mentes. Não é correto? Temos um inimigo dentro de
nós, que a Bíblia chama de “carne”. Aqueles que vivem segundo a carne têm
uma mente carnal – não têm uma mente renovada. Em Romanos 8:7-8, Paulo
diz:

“Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei
de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem
agradar a Deus.”

Este inimigo resiste a coisas que Deus quer que façamos. Temos de levar as
nossas mentes em sujeição à vontade de Deus. Paulo diz em 2 Coríntios 10:3-5
que as nossas armas são poderosas para,

“…levando cativo todo o pensamento à obediência de Cristo.”

Curiosamente as palavras “ levando cativo” não se referem a um “prisioneiro


civil”, mas sim a um “prisioneiro de guerra”. Por outras palavras, os nossos
pensamentos estão naturalmente em guerra com Deus, por isso precisamos de

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os tomar como prisioneiros e forçá-los a sujeitarem-se a Deus.

Satanás

Também temos um inimigo exterior que luta contra nós, chamado satanás.
Pedro diz em 1 Pedro 5:8-9:

“…O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge
procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé…”

O comando “resisti-lhe ”, está no tempo presente contínuo. Resistir ao satanás


uma vez, não é o suficiente. Temos de continuar a resistir-lhe. Ele vai
continuar a pressionar-nos, por isso temos de continuar a resistir-lhe. Tiago diz-
nos, primeiro sujeitai-vos a Deus, e depois resisti ao diabo (Tiago 4:7). O que é
que acontecerá a seguir? Ele fugirá! Mas satanás é obstinado, teimoso. Ele
provavelmente irá tentar umas quatro ou cinco táticas diferentes antes de
desistir.

O Mundo

Por último, vivemos num meio ambiente hostil, a que a Bíblia chama de “o
mundo”. Jesus disse aos Seus discípulos para não se surpreenderem se o
mundo os odiasse. Ele disse,

“…primeiro do que a vós outros, me odiou a mim.” (João 15:18).

Depois, no versículo 19 Ele usa a palavra “mundo” quatro vezes:

“Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não
sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia.”
O “mundo” refere-se a pessoas e sistemas que não estão sujeitos ao justo
governo de Deus na pessoa de Jesus Cristo. Portanto, quem não está disposto

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a submeter-se ao reino e governo justo de Deus, na pessoa de Jesus Cristo,
está na categoria “do mundo”. O mundo e a Igreja deveriam ser
completamente distintos. O maior problema da Igreja é quando o mundo entra
dentro da Igreja. É aqui que os nossos problemas começam.

Então, enfrentamos três forças: a carne, o diabo e o mundo. É por isso que é
simples, mas não é fácil.

Persistimos, pois, para que aprendamos a viver cada vez mais na plenitude da
salvação completa que Deus nos concedeu por meio de Jesus Cristo!

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SOBRE O AUTOR

Derek Prince (1915 – 2003)

Derek Prince nasceu na Índia, filho de pais britânicos. Douto em Grego e Latim
no Eton College e na Universidade de Cambridge, Inglaterra, lecionou em
filosofia antiga e moderna no King’s College. Dedicou-se ainda ao estudo de
várias línguas modernas, incluindo hebraico e aramaico nas Universidades de
Cambridge e na Universidade Hebraica em Jerusalém.

Enquanto servia no Exército Britânico, durante a Segunda Guerra Mundial, ele


começou a estudar a Bíblia e experimentou um encontro com Jesus Cristo que
mudou a sua vida. Em consequência deste encontro ele chegou a duas
conclusões:

- Jesus Cristo está vivo;


- a Bíblia é um livro que traz a verdade, sendo por isso relevante e sempre
atual.

Tais conclusões alteraram todo curso de sua vida, a qual ele então dedicou ao
estudo e ensino da Bíblia.

O principal dom de Derek de explicar a Bíblia, e o seu modo de ensinar de


forma clara e simples, ajudou a construir um fundamento de fé em milhões de
vidas. A sua abordagem não sectária e não denominacional, tornou o seu
ensino tanto relevante quanto de grande ajuda para pessoas de todas as
origens, quer raciais, quer religiosas.

Ele é o autor de mais de cinquenta livros, quinhentos áudios e cento e sessenta


videocassetes de ensino, muitos dos quais têm sido traduzidos e publicados em
mais de sessenta idiomas. O seu programa diário de rádio O Legado de Derek
Prince é transmitido em árabe, chinês (dialetos amoy, cantonês, mandarim,
shangai e swatow) croácio, alemão, malásio, mongol, russo, samoano,
espanhol e tonganês e mais. O programa de rádio continua a tocar vidas por
todo o mundo. Em setembro de 2003 depois duma vida longa e frutífera, Derek
Prince faleceu com a idade de 88 anos. Derek Prince Ministries, continuará a
distribuir por todo o mundo o ensino dele através dos diversos meios que
dispõe, entre os quais: livros, cartas de ensino, cartões de proclamação, áudio,
vídeo e conferências.
Existem, no entanto, objetivos bem definidos no DPM:

- Fazer chegar estes meios a locais onde ainda não conhecem a Palavra de
Deus

- Contribuir para o fortalecimento da fé dos cristãos por todo mundo e mais


especificamente para dos que vivem em países mais fechados ao evangelho de
Jesus Cristo e o Seu Reino.
SOBRE DEREK PRINCE PORTUGAL

Se não conseguires explicar um princípio duma maneira


simples e em poucas palavras,
então tu próprio ainda não o percebes suficientemente.

Esta frase de Derek Prince caracteriza o seu ensino bíblico. Estudos simples e
claros que pretendem, direcionar o leitor para os princípios de Deus, tornando
assim possível uma maior abertura para reflexão e tomada de posição perante
a vontade de Deus revelada na Sua Palavra.

Os estudos de Derek Prince têm ajudado milhões de cristãos em todo mundo, a


conhecerem Deus mais intimamente e a porem em prática os princípios da
Bíblia no dia-a-dia das suas vidas.

O objetivo do Derek Prince Portugal resume-se em:

Mateus 28:19-20 Mateus 24:14 Efésios 4:12-13

e…

Achamos que o ensino do Derek Prince é uma ferramenta preciosa de


usar neste sentido, daí que procuramos disponibilizar cada vez mais
do ensino dele (cartas, livros, cartões de proclamação, áudios e dvd’s)
na língua portuguesa para ajudar os discípulos de Jesus o Cristo na
sua caminhada da fé.

Em mais de 100 países o DPM está ativo, dando a conhecer o maravilhoso e


libertador evangelho de Jesus Cristo. Esperamos também que se sinta
envolvido e encorajado na sua fé através do material por nós (Derek Prince
Portugal) fornecido.

Deseja saber mais sobre o nosso trabalho, os materiais disponíveis ou deseja


envolver-se de alguma forma com o nosso trabalho, contacta-nos:

Derek Prince Portugal:


Caminho Novo lote X,
9700-360 Feteira AGH

Tel: (+351) 295 663738 / 927992157


E-mail: derekprinceportugal@gmail.com
Blog: www.derekprinceportugal.blogspot.pt
OUTROS LIVROS por DEREK PRINCE (em Português):

Livros: Cartões de
proclamação:
. Bênção ou Maldição
. A Troca Divina
. Como passar da maldição para Bênção
. Digam-no os remidos
. O Plano de Deus para o seu dinheiro
. Somente o Sangue
. Curso Bíblico autodidata . O Poder da Palavra de Deus
. O Remédio de Deus para a rejeição . O meu Deus proverá

. Expulsarão demónios . Eu obedeço à Palavra

. Maridos e pais . Emanuel, Deus Connosco

. A Troca Divina . Graça, a Imerecida Prenda

. O Espírito Santo em mim


. O Poder da Proclamação

. Quem é o Espírito Santo?

. A Chave para um casamento duradouro. Livros somente em pdf:

. Graça ou Nada. . Proteção contra o engano

. O Fim da Vida terrena… e AGORA? . Arrependimento e Novo


Nascimento
. Os Dons do Espírito.
. A Palavra Final sobre o
. Guerra Espiritual Médio Oriente

. Orando pelo governo . Moldando a História com


Oração e Jejum
. Os Alicerces da Fé Cristã (uma série de três
volumes) . O Poder da Ceia do Senhor

. Os Dons do Espírito . O Casamento é uma Aliança

. A Redescoberta da Igreja de Deus . Seja Perfeito! Mas … como?

. Segredos dum Guerreiro de


. O Destino de Israel e da Igreja
Oração
. A Cruz é Crucial

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