INTRODUÇÃO Na semana passada demos início a exposição da carta do Apóstolo Paulo aos Efésios. Nós ouvimos que este início da carta dos versos 3-14 é uma grande seção que no original grego nós dá a ideia de que Paulo foi falando sem pausas da obra de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Nós vimos que Deus Pai nos abençoou com todas as bençãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo. (3) e que essas bençãos consistem em primeiro lugar na eleição que Deus fez de seu povo ainda na eternidade, onde Ele escolheu para si um povo para ser santo e irrepreensível.(4) E em segundo lugar ouvimos que Ele, em amor, nos predestinou para Ele para sermos adotados como seus filhos, por meio de Jesus Cristo. E tudo isso segundo o propósito da sua vontade. Sim, porquê Ele quis, sem que houvesse qualquer mérito de nossa parte, visto que todas essas coisas foram feitas antes mesmo que o mundo e o universo existisse. Não foi presciência, foi soberania, de um Deus que é sobre tudo, todos, e todas as coisas, soberano. Nós vimos que Paulo a todo momento esclareceu que essas coisas foram feitas em Cristo Jesus, isto é, no mérito de Cristo, na sua obra perfeita. As expressões: “em Cristo” (3); “nele”(4); “por meio de Jesus Cristo” (5); e “no amado” (6) deixam claro que todas essas coisas foram realizadas no mérito de Cristo. É como se a cada sentença ele quisesse deixar isso muito claro, e não quisesse dar margem para qualquer outro tipo de interpretação que não fosse essa. Estes versículos que veremos hoje nos esclarecem como se deu esse processo. Como em Cristo essas coisas foram feitas, o que de fato precisou ser feito, qual foi o papel do Senhor Jesus nesse plano perfeito de Deus, não só para o homem, mas para toda criação. V7 – O verso 7 inicia dizendo que: Nele temos redenção, Redenção significa livramento de algum mal através o pagamento de um preço. É mais do que simplesmente livramento. Assim a morte de Cristo pode ser considerada como um resgate em favor de muito como diz (Mc 10.45). a palavra característica neotestamentária para redenção é apolytrõsis, uma palavra relativamente rara noutras passagens. É encontrada por dez vezes no Novo Testamento, e apenas oito vezes em todo o restante da literatura grega. Isso pode expressar a convicção dos crentes primitivos de que a redenção operada por Cristo é sem paralelo. O substantivo apolytrõsis significa livramento sob pagamento de um preço e esse preço é justamente a morte expiatória do Salvador. E este é o passo seguinte de Paulo ao dizer que foi pelo seu sangue. O sangue de Cristo está sendo claramente reputado como preço da redenção. Então para unir e fechar esse raciocínio: Redenção é o livramento mediante o pagamento de um preço e esse preço foi o sangue de Cristo Jesus vertido pelo seu povo na cruz do calvário. Certo fomos redimidos, e essa redenção custou o sangue de Jesus. A pergunta que se segue é o que ele estava pagando? A resposta: os nossos pecados. Paulo diz: a remissão dos pecados os cristãos estão livres da escravidão do pecado e da culpa. O domínio que o pecado exercia na nossa velha natureza foi quebrado. E para finalizar essas coisas foram feitas segundo a riqueza da sua graça. O resumo do versículo 7 é esse: Jesus pagou a nossa dívida com o seu sangue, nos livrou do domínio e da culpa do pecado, e tudo isso por graça. Segundo a riqueza infinita de sua graça. V8 – No verso 8 o apóstolo Paulo vai dizer que Deus derramou abundantemente sobre nós. Ou seja ele está se referindo a si mesmo e ao povo de Deus a quem ele está escrevendo esta carta, os irmãos de Éfeso. Isto é o que nós chamamos na teologia de expiação eficaz. Isso quer dizer que nenhuma gota sequer do sangue de Cristo Jesus foi derramada em vão. Ele verteu o seu sangue por um povo específico, Eleito por Deus. Alguém pode dizer: “mas eu achava que Jesus tinha morrido por todos sem distinção”. Se fosse assim nós cairíamos no erro do universalismo. Que é quem crer que todo mundo vai ser salvo independentemente de fé ou não. Ou quem crer que o sangue foi vertido por todos, precisa explicar como é que existem tantas pessoas no inferno. Porquê se de fato tivesse sido derramado por todos, não deveria ter ninguém lá. Não se engane nenhuma só gota do precioso sangue de Jesus foi derramada em vão. Repito, ele morreu pelos que são seus, as suas ovelhas que reconhecem a sua voz e atendem o seu chamado. O verso 8 finaliza dizendo que isso tudo foi feito em toda sabedoria e entendimento. Deus em sua sabedoria infinita traçou um plano, e isso precisa ficar claro, foi um plano só. Ele pensou e executou o seu plano com perfeição. V9 – Agora Paulo se introduz totalmente no tema. Diz que agora Deus nos manifestou "o mistério de sua vontade". O Novo Testamento usa a palavra mistério num sentido muito particular. Aqui mistério nada tem que ver com algo misterioso no sentido de difícil de entender, mas com algo que por muito tempo permaneceu em segredo e agora se revela; E qual era para Paulo o significado do mistério da vontade divina? Este mistério consistia em que o evangelho estava aberto também aos gentios. Aqui radicava o grande segredo de Deus. Até Jesus chegar tinha parecido que os judeus eram o povo escolhido de Deus. Agora Deus tinha revelado que seu amor e seu cuidado, sua graça, sua misericórdia, as boas novas de Deus, estavam destinados não só aos judeus, mas também a todo mundo. Isso não ficou claro o suficiente no velho testamento. Mas para nós, que somos o povo do novo testamento isso é falado abertamente. Com isso finda-se o mistério. V10 – Paulo entende o tempo de Cristo na terra como sendo a plenitude dos tempos, ou seja, o ápice da história da humanidade, ou quando o tempo estava maduro, Deus fez convergir em Cristo todas as coisas, tanto as do céu como as da terra. Isto é Deus realizou a reconciliação cósmica em Cristo. A obra de Cristo na cruz é o eixo central para a história da criação, tanto do céu como da terra, pois ele redimiu o seu povo e silenciou de uma vez por todas todos os poderes hostis. V11 – Aqui Paulo acrescenta mais uma das bençãos espirituais. Ele diz que: em Cristo fomos também feitos herança nós sabemos que em Cristo somo herdeiros de Deus e co- herdeiros de Cristo, o que Paulo vai acrescentar aqui é que além de sermos herdeiros, nós somos também herança de Deus. Quando alguém fizer a pergunta: tá, mas o que Deus ganha com todo esse plano? a resposta é: nós. Um povo seu, adquirido, uma raça eleita. Sim somos a herança de Deus. Mas ele não para por aqui. Ele segue e agora ele vai dizer que além de sermos herança, somos predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade novamente ele vai usar essa palavrinha, predestinados. Eu não sei qual a sua concepção em relação a ela, mas depois eu quero dizer algo a mais sobre ela quando estivermos fazendo as nossas aplicações. Mas por agora, Paulo responde aquilo que pode ser curiosidade de muitos que ouvem a respeito dessa doutrina. Qual é o critério? Baseado em quê essa escolha é feita? Resposta: segundo o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade. Porquê Ele assim o quis fazer. Conforme o seu conselho, Deus é o único que pode aconselhar-se consigo mesmo, geralmente nós buscamos alguém mais sábio do que nós para nos aconselharmos, alguém mais velho talvez, ou com mais expertise em determinado assunto. (o concerto da pia) como não há ninguém mais sábio do que Deus para aconselha-lo, (por mais que o homem em sua arrogância ache que pode fazer isso) Ele ouvindo o conselho da sua vontade, que é boa perfeita e agradável predestina um povo para si. Aproveitando, aqui é preciso deixar algo claro. Deus não predestina ninguém ao inferno. (repita). Você pode ler página por página da escritura e você não vai encontrar nada que diga que Deus predestinou alguém para a perdição. A predestinação é para a salvação. O homem não precisa que Deus o predestine ao inferno ou ao pecado, ele já o quer naturalmente, não carece de intervenção. Para a salvação sim, é necessária a intervenção divina para que ela aconteça. Não é tarefa nossa ficar tentando supor ou adivinhar quem é e quem não é predestinado. A ordem para nós é pregar o evangelho a tempo e fora de tempo a todos sem qualquer pré-suposição. Algumas pessoas, meio que entram em parafuso quando ouvem falar a respeito dessa doutrina. Será que eu sou ou não sou um salvo? Bom primeiramente o fato de haver esse tipo de questionamento pode ser um bom sinal. Um não salvo não se preocupa se é ou não é salvo. Pra ele tanto faz. Em segundo lugar me diga você: como você tem vivido sua vida? Você tem vivido como um salvo em Cristo Jesus? Quando você toma banho, a evidência que você o fez, não é o seu cabelo ou seus pés molhados, mas o seu cheiro. Deus elegeu um povo para sai para ser santo no meio de um mundo caído. É assim que você tem vivido? Se sim, amém, se não, cuide em mudar de uma vez por todas, não perca mais tempo. V12 – No verso 12 Paulo vai dizer que o propósito para o qual nós fomos feitos herança de Deus e predestinados, foi a fim de sermos para o louvor de sua glória Deus é glorificado em seus salvos, e de novo Paulo parece fazer questão de deixar claro: nós, os que de antemão esperamos em Cristo ou seja, eu (Paulo) estou me dirigindo a um povo muito específico. Somente os que esperam em Cristo, isto é os que tem fé n’Ele e na sua obra perfeita. Esses, e é somente a esses, a quem me dirijo. O povo salvo do Senhor. LIÇÕES Aprendemos irmãos que a redenção em Cristo tem efeitos sobre o nosso passado, sobre nosso presente e sobre o futuro. Sobre o passado nós fomos livres da culpa e do domínio que o pecado exercia sobre nós. Sobre o presente a redenção em Cristo tem efeitos de santificação, esse processo tem altos e baixos, mas faz parte de nosso presente. E sobre o futuro é aquilo que aguardamos quando receberemos de Deus um novo coração completamente novo e livre de uma vez por todas do pecado e da morte. São esses os efeitos da redenção em nossa vida. Aprendemos também que nós recebemos de Deus uma visão privilegiada o mistério para nós foi desfeito. Nós sabemos para quê e porquê nós estamos aqui. Sabemos que o propósito de nossas vidas é glorificar o nosso Deus isso vai se dar nas ,mais diferentes áreas, mas no fim O principal objetivo do homem é glorificar a Deus, e deleitar-se n’Ele eternamente. Nós sabemos o porquê de Cristo ter vindo ao mundo. Sabíamos que havia um propósito um plano a ser executado. Aprendemos também que a expiação feita por Cristo Jesus na Cruz do calvário foi feita pelo seu povo, pelos salvos, e que esses salvos Deus sabe quem é.