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NADERE REFORMATIE PUBLICAÇÕES

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Título:

O RESUMO DO CONHECIMENTO SALVÍFICO

OU UM BREVE RESUMO DA DOUTRINA CRISTÃ

Contida nas Sagradas Escrituras

e sucessivamente defendida

na Confissão de Fé da Westminster e seus catecismos

David Dickson1

2019

Disponível em inglês:

< https://www.monergism.com/sum-saving-knowledge-ebook >.

Todas as citações bíblicas são retiradas da versão Almeida Revista e Atualizada, exceto

indicação contrária.

_______________________________________

Editor: Christopher Vicente

Tradutor: Christopher Vicente

Revisor: Christopher Vicente

DICKSON, David. O Resumo do Conhecimento Salvífico. Natal: Nadare Reformatie

Publicações, 2019.

1
Em co-autoria com o pastor James Durham.
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SUMÁRIO
PREFÁCIO 2

ÍNDICE À OBRA 4

CAPÍTULO I: O RESUMO DO CONHECIMENTO SALVÍFICO 6

CAPÍTULO II: O USO PRÁTICO 12

CAPÍTULO III: GARANTIAS E MOTIVOS PARA CRER 22

CAPÍTULO IV: EVIDÊNCIAS DE FÉ VERDADEIRA 34


PREFÁCIO

A Revelação possui uma estrutura na qual ela se desenrolou. Essa estrutura são

os pactos. Os diversos pactos firmados por Deus com o homem – adâmico,

noático, abraamico, mosaico, davídico – se desenvolveram sob duas colunas

mestras: o Pacto de Obras e o Pacto da Graça (sob este último, todos os

mencionados anteriormente). Toda a revelação do evangelho (no Antigo e no

Novo Testamento, como administrações do Pacto da Graça) se fundamenta, se

explica e se justifica sob essas duas colunas. Em outras palavras, a História e Obra

da Redenção são resumidos nesses dois grandes Pactos.

A Teologia do Pacto é uma marca distintiva e essencial da Teologia Reformada.

Embora seminal e embrionariamente presente nos escritos dos Pais Apostólicos e

pais posteriores (como Agostinho), foram os reformadores e, especialmente, os

puritanos que a desenvolveram. Após o seu claro estabelecimento, o

presbiterianismo escocês foi o seu ferrenho defensor. E, aqui, temos um dos seus

defensores vívidos: o puritano presbiteriano escocês David Dickson –

contemporâneo da Assembleia de Westminster e o primeiro comentarista da

Confissão de Fé de Westminster (Truth's Victory Over Error).

Nessa presente obra, “O Resumo do Conhecimento Salvífico” (The Sum of Saving

Knowledge, publicado em 1650), pouco conhecida no Brasil, Dickson (em coautoria

com James Durham) faz uma exposição pactual do evangelho. Não seria demais

dizer: uma exposição evangélica (no sentido clássico da palavra) do evangelho.

Sua exposição está arraigada na convicção de que a doutrina do Pacto não é

periférica, mas essencial à fé. Sem ela, há uma profunda lacuna na explicação de

como a obra de Cristo é nossa; o porquê de Ele ter precisado encarnar; o porquê

de Ele ter morrido; como a justiça de outro, Cristo, pode ser nossa; e, antes, o

porquê de nós herdamos o pecado, a miséria e a culpa de Adão se não fomos nós

que pecamos.

Dickson (e Durham), em sua exposição, preocupa-se em nos dá firme segurança

da obra de Cristo. Ele nos explica desde a nossa justificação até a nossa santificação
(o papel da Lei na vida do crente) – fazendo de Cristo o mais preciso bem de nossas

vidas. Um trabalho exegeticamente consolador e pastoral, com precisão teológica.

Um clássico presbiteriano, comumente anexado às edições dos Padrões de

Westminster, na Igreja da Escócia.

Se as páginas nessa obra fossem uma fonte, o que dela jorraria seria o Evangelho

e o Cristo oferecido nele, para todo pecador arrependido e todo crente fraco.

Espero que esse material, caro leitor, te seja muito útil e fortaleça a tua fé no

evangelho e teu amor por Cristo; e traga sólidas bases para a tua fé.
ÍNDICE À OBRA

I. O RESUMO DO CONHECIMENTO SALVÍFICO

1. Nossa lamentável condição por natureza através da quebra do Pacto de Obras.

2. O remédio fornecido em Cristo Jesus para os eleitos por meio do Pacto da

Graça.

3. Os meios externos dignados para tornar os eleitos participantes do Pacto da

Graça e tornar os demais indesculpáveis.

4. As bênçãos transmitidas por esses meios aos eleitos do Senhor.

II. O USO PRÁTICO DO CONHECIMENTO SALVÍFICO

1. Para convencer o homem do pecado pela lei (Jr 17.9-10).

2. Para convencer o homem da Justiça pela lei (Gl 3.10).

3. Para convencer o homem do Juízo com a lei (2 Ts 1.7-10).

4. Para convencer do pecado, da justiça e do julgamento, pelo evangelho.

5. Para convencer o homem da justiça obtida somente pela fé em Cristo (Rm 10.3-

4).

6. Para fortalecer a fé do homem que concordou com o Pacto da Graça,

III. GARANTIAS E MOTIVOS PARA CRER

1. O cordial convite de Deus.

2. Seu sincero pedido de reconciliação.

3. Sua ordem, exigindo que todos creiam.

4. As muitas garantias de vida dada aos crentes, etc.

IV. EVIDÊNCIAS DE FÉ VERDADEIRA

1. A convicção da obrigação do crente de manter a lei moral.

2. Que o crente pratique as regras da piedade e da justiça.


3. Que a obediência à lei corra no correto canal da fé em Cristo,

4. A manutenção da estreita comunhão com Cristo, a fonte de todas as graças e

boas obras.

5. Conclusões práticas, para fortalecer o crente na fé e na obediência, por essas

evidências.
CAPÍTULO I

A SUMA DO CONHECIMENTO SALVÍFICO

O resumo do conhecimento salvífico pode ser tomado nesses quatro tópicos:

1. A condição lamentável em que todos os homens estão, por natureza, através

da quebra da Aliança de Obras.

2. O remédio fornecido para os eleitos em Jesus Cristo pela Aliança de Graça.

3. Os meios indicados para torná-los participantes desta aliança.

4. As bênçãos que são, efetivamente, transmitidas aos eleitos por esses meios.

Estes quatro tópicos são colocados em algumas proposições.

TÓPICO I:

NOSSA LAMENTÁVEL CONDIÇÃO, POR NATUREZA, ATRAVÉS DA

QUEBRA DA ALIANÇA DE OBRAS.

Ó Israel, você se destruiu (Oséias 13.9).

I. O Todo-Poderoso e Eterno Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, três

pessoas distintas em uma única e indivisível divindade, igualmente infinitas em

todas as perfeições, antes do tempo, decretou com toda a sabedoria, para a Sua

própria glória, tudo o que acontecerá no tempo; e executa os Seus decretos

completa e infalivelmente, sem ser participante do pecado de qualquer criatura.

II. Este Deus, em seis dias, fez todas as coisas do nada, tudo muito bom,

segundo as suas espécies. Em especial, fez todos os anjos sagrados; Ele fez os

nossos primeiros pais, Adão e Eva, a raiz da humanidade. Fê-los tanto retos

quanto capazes de manter a Lei escrita em seus corações. Lei, a qual, eles estavam

naturalmente obrigados a obedecer sob pena de morte. Mas Deus não estava

obrigado a recompensar seu serviço, até que Ele entrou em uma Aliança ou Pacto

com eles, e com sua posteridade neles, para lhes dar a vida eterna, sob condição

de perfeita obediência pessoal; tendo a ameaça de morte caso falhassem. Esta é a


Aliança das Obras [ou Pacto de Obras].

III. Tanto os anjos como os homens estavam sujeitos à mudança por seu

próprio livre arbítrio, como a experiência provou (visto que Deus reservou para

si a propriedade incomunicável de ser naturalmente imutável). Muitos anjos, que

por sua conta caíram pelo pecado de seu primeiro estado, tornaram-se demônios.

Nossos primeiros pais, seduzidos por Satanás, um desses demônios, falando em

uma serpente, quebraram a Aliança de Obras, comendo o fruto proibido. Aliança,

pela qual eles e a sua posteridade, que estava “em suas costas” (como ramos na

raiz), e incluídos na mesma aliança com eles, não se tornaram apenas responsáveis

pela morte eterna, mas também perderam toda a capacidade de agradar a Deus.

Sim, tornaram-se, por natureza, inimigos de Deus e de todo bem espiritual,

inclinados, apenas e continuamente, para o mal. Este é o nosso pecado original, a

raiz amarga de todas as nossas transgressões reais, por pensamento, por palavra

e por ação.

TÓPICO II:

O REMÉDIO FORNECIDO PARA OS ELEITOS EM JESUS CRISTO PELA

ALIANÇA DE GRAÇA.

Destruir-te-ei, ó Israel; quem te pode socorrer? (Oséias 13.9).

I. O homem, tendo se colocado nessa condição lamentável, tornou-se

incapaz de ajudar a si mesmo, nem disposto a ser ajudado por Deus, mas sim,

inclinado a permanecer imóvel, insensível a seu estado, até que pereça. Todavia,

Deus, para a glória de Sua rica graça, revelou, na Sua Palavra, um caminho para

salvar os pecadores, a saber: pela fé em Jesus Cristo, o eterno Filho de Deus; em

virtude de e de acordo com a essência da Aliança da Redenção, feitas e firmada entre

Deus Pai e Deus Filho, no conselho da Trindade, antes do início do mundo.

II. O resumo da Aliança da Redenção é este: Deus tendo escolhido,

livremente, para a vida um certo número de homens perdidos, para a glória da


Sua rica graça, deu-os a Deus Filho, nomeado como Redentor, antes que o mundo

começasse. Sob condição dessa Aliança, Ele deveria se humilhar até assumir a

natureza humana, uma alma e um corpo, em união pessoal com sua natureza

divina; e se submeter à Lei, como garantia para esse certo número de homens; e

satisfazer a justiça para eles, ao obedecer em seu lugar, até ao sofrimento da morte

de cruz maldita. Ele deveria resgatar e redimir a todos do pecado e da morte, e

comprar-lhes a justiça e a vida eterna, com todas as graças salvadoras que

conduzem a ela, para ser efetivamente, por meio de sua própria nomeação,

aplicado em devido tempo a cada um deles. Esta condição, o Filho de Deus (que

é Jesus Cristo, nosso Senhor) aceitou, antes do início do mundo, e, na plenitude

dos tempos, vindo ao mundo, nasceu da virgem Maria, submeteu-se à Lei e pagou,

completamente, o resgate na cruz. Mas, em virtude da referida negociação, feita

antes do início do mundo, Ele está, em todas as eras, desde a queda de Adão até

agora, trabalhando na aplicação efetiva dos benefícios adquiridos aos eleitos. Ele

faz por meio do convite ao pacto de livre graça e da reconciliação com eles, através

da fé nEle. Por esta aliança, Cristo confere a cada crente um direito e um interesse

por Ele e para todas as Suas bênçãos.

III. Para a realização desta Aliança de Redenção, e para fazer os eleitos

participantes dos benefícios dela, na Aliança da Graça, Cristo Jesus foi vestido com

o Tríplice Ofício de Profeta, Sacerdote e Rei. Fez-se Profeta, para revelar todo

conhecimento salvador para Seu povo, e persuadi-los a crerem nEle e a O

obedecer. Fez-se Sacerdote, para oferecer a si mesmo como sacrifício de uma vez

por todas e interceder, continuamente, junto ao Pai, para torná-los, juntamente

com os seus serviços, aceitáveis para Ele. Fez-se Rei, para subjugá-los a Si mesmo,

para alimentá-los e governá-los segundo suas próprias ordenanças e para

defendê-los de seus inimigos.

TÓPICO III

OS MEIOS EXTERNOS DESIGNADOS PARA FAZER DOS ELEITOS


PARTICIPANTES DESTA ALIANÇA E FAZER DOS TODOS OS DEMAIS

INDESCULPÁVEIS

Muitos são chamados (Mt 22.14).

I. Os meios e ordenanças externas, para fazer homens participantes da

Aliança da Graça, são tão sabiamente oferecidos, que os eleitos serão

infalivelmente convertidos e salvos por meio deles e os réprobos, entre os quais

os eleitos estão, para não serem embaraçados justamente. Os meios são,

especialmente, estes quatro: 1. A Palavra de Deus; 2. Os sacramentos; 3. Governo

da Igreja; 4. Oração. (1) Na palavra de Deus, pregada por mensageiros enviados,

o Senhor faz oferta de graça a todos os pecadores, sob a condição de fé em Jesus

Cristo. Quem quer que confesse seu pecado, aceite o Cristo oferecido e se submeta

às suas ordenanças, será, tanto ele mesmo quanto os seus filhos, recebido na honra

e privilégios da Aliança da Graça. (2) Por meio dos sacramentos, Deus selará a

aliança para confirmar o acordo sobre a condição declarada. (3) Pelo Governo da

Igreja, Ele os fará entrar na aliança e os ajudará na manutenção da aliança. (4) E,

pela oração, Ele terá sua própria gloriosa graça, prometida na aliança, sendo,

diariamente, extraída, confirmada e empregada. Todos os que meios são seguidos

ou verdadeiramente ou apenas em profissão – de acordo com a qualidade dos

participantes da aliança, se são eles verdadeiros ou falsos crentes.

II. O Pacto da Graça, estabelecida no Antigo Testamento, antes de Cristo, e,

no Novo, desde que Ele veio, é uma e a mesma em substância, embora diferente

na administração externa: a Aliança [da Graça] no Antigo Testamento, sendo

selada com os sacramentos da circuncisão e do cordeiro pascal, expôs a morte de

Cristo e os benefícios adquiridos, sob a sombra de sacrifícios sangrentos e diversas

cerimônias. Mas, com a vinda de Cristo, a Aliança [da Graça] foi selada pelos

sacramentos do Batismo e da Ceia do Senhor. Ela manifesta claramente o Cristo já

crucificado, diante de nossos olhos, vitorioso sobre a morte e a sepultura, e

governando gloriosamente o Ccéu e a Terra, pelo bem do Seu próprio povo.


TÓPICO IV

AS BÊNÇÃOS QUE SÃO EFETIVAMENTE TRANSMITIDAS POR ESSES

MEIOS AOS ELEITOS DO SENHOR.

Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos (Mt 22.14).

I. Por estas ordenanças externas, nosso Senhor tanto torna o réprobo

inexcusável, quanto, pelo poder de seu Espírito, aplica aos eleitos, efetivamente,

todas as graças salvadoras compradas para eles na Aliança da Redenção e opera

uma mudança em suas pessoas. Em particular, (1) Ele os converte ou os regenera,

dando-lhes vida espiritual, abrindo seus entendimentos, renovando suas

vontades, afeições e faculdades para darem obediência espiritual aos Seus

mandamentos. (2) Ele lhes dá fé salvadora, fazendo com que eles, sob o senso de

merecida condenação, deem, de coração, o seu consentimento à Aliança de Graça

e abracem, sem fingimento, a Jesus Cristo. (3) Ele lhes dá o arrependimento,

fazendo-os, com tristeza piedosa, com ódio pelo pecado e amor à justiça, passem

de toda iniquidade ao serviço de Deus. (4) E Ele os santifica, fazendo-os prosseguir

e perseverar na fé e na obediência espiritual à Lei de Deus, manifestada pelos bons

frutos em todos os deveres e fazendo boas obras à medida que Deus oferece

ocasião.

II. Juntamente com essa mudança interna de suas pessoas, Deus muda

também o seu estado, pois, assim que forem trazidos pela fé, na Aliança da Graça:

(1) Ele os justifica, imputando-lhes aquela perfeita obediência que Cristo deu à

Lei, bem como a satisfação à Justiça que Cristo, na cruz, fez em seu lugar. (2) Ele

reconcilia-os e os faz amigos de Deus, quando antes eram inimigos dEle. (3) Ele os

adota, para que não sejam mais filhos de Satanás, mas sim filhos de Deus,

enriquecidos com todos os privilégios espirituais de seus filhos. (4) E, (em último

lugar) depois que sua guerra, nesta vida, tenha terminado, Ele os aperfeiçoa em

santidade e em bem-aventurança; primeiros as suas almas na sua morte, depois

as suas almas e seus corpos, juntando-os [alma e corpo], alegre e novamente, na


ressurreição, no dia de Sua gloriosa vinda para julgar; quando todos os ímpios

serão enviados para o inferno, com Satanás a quem serviram. Entretanto, os

escolhidos e redimidos de Cristo, verdadeiros fiéis, aprendizes da santidade,

permanecerão para sempre no estado de glorificação.


CAPÍTULO II

O USO PRÁTICO

O principal uso geral da doutrina cristã é para convencer um homem do

pecado, da justiça e do juízo (João 16.8), em parte, pela Lei ou Aliança das Obras,

para que ele seja humildo e se torne penitente; e, em parte, pelo evangelho ou a

Aliança da Graça, para que: ele se torne um crente, não fingido, em Jesus Cristo;

seja fortalecido em sua fé por motivos sólidos e seguros; dê testemunho da

verdade de sua fé por bons frutos; e assim seja salvo.

O resumo da Aliança das Obras, ou da Lei, é esta: “Se fizeres tudo o que é

ordenado e não falhares, em qualquer ponto, serás salvo; mas, se tu falhares,

morrerás” (cf. Rm 10.5; Gl 3.10, 12). O resumo do evangelho, ou Aliança da Graça

e Reconciliação, é este: “Se você fugir da ira merecida para o verdadeiro Redentor,

Jesus Cristo (que pode salvar, totalmente, todo aquele que vem a Deus, através

dEle), não perecerá, mas ‘tem a vida eterna’” (cf. Rm 10.8-9, 11).

Para convencer um homem do pecado, da justiça e do juízo pela lei, ou

Aliança das Obras, que os textos das Escrituras, elencados abaixo, entre muitos

outros, sejam usados.

I. Para convencer um homem do pecado pela lei, considere Jeremias 17.9-

10: “9 Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto;

quem o conhecerá? 10 Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos;

e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações” (ARA).

Aqui, o Senhor ensina estas duas coisas:

1. Que a fonte de todo o nosso erro e atual pecado contra Deus está no

coração, o qual compreende a mente, a vontade, as afeições e todos as faculdades

da alma. Como eles são corrompidos e contaminados com o pecado original, a

mente não apenas é ignorante e incapaz de salvação verdadeira, mas também,

cheia de erro e inimizade contra Deus. A vontade e as afeições são obstinadamente

desobedientes a todas as ordens de Deus e se inclinam apenas para o que é mau.


O coração (diz Ele) é enganoso acima de tudo, e desesperadamente perverso; sim,

insuperavelmente, perverso, de modo que nenhum homem pode conhecê-lo.

Gênesis 6.5: era continuamente mau todo desígnio do seu coração – diz o Senhor, em

cujo testemunho devemos confiar, tanto nesse quanto em todos os outros

assuntos. A experiência, também, pode nos ensinar que, até que Deus nos faça

negar a nós mesmos, nunca olhamos para Deus em nada; mas, o próprio interesse

pessoal da carne nos governa e motiva todas as nossas ações.

2. Que o Senhor trará o nosso pecado original, ou ímpia inclinação, com

todos os frutos reais dos mesmos, para o acerto de contas, ante Seu trono de juiz:

“Pois Ele sonda o coração, e prova o interior, para dar a cada um segundo os seus caminhos

e segundo o fruto das suas ações”.

Por isso, que cada homem raciocine assim: “O que Deus e a minha consciência

culpada dão testemunho, estou convencido de que é verdade. Deus e minha

consciência culpada dão testemunho de que meu coração é enganoso mais que

todas as coisas e, desesperadamente, perverso; e que toda a imaginação do meu

coração, por natureza, é somente e continuamente má. Portanto, estou convencido

de que isso é verdade”. Desse modo, um homem pode ser convencido do pecado

pela Lei.

II. Para convencer um homem de justiça pela Lei, considere Gálatas 3.10:

“Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito:

Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para

praticá-las”.

Aqui, o apóstolo nos ensina três coisas:

1. Que, por causa de nossa pecaminosidade natural, a impossibilidade de

qualquer homem ser justificado pelas obras da Lei é tão certa que quem quer

buscar justificação pelas obras da Lei é sujeito à maldição de Deus por quebrar a

Lei. Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição, disse Paulo.

2. Que, para o perfeito cumprimento da Lei, cumprir um ou dois de seus


preceitos ou alguns deles; ou, até mesmo, cumprir todos os deveres (se fosse

possível), por apenas um período de tempo, não é suficiente. Pois a Lei exige que

um homem continue em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.

3. Que, porque nenhum homem pode chegar a essa perfeição, cada um por

natureza está sob a maldição; porque a Lei diz: Maldito todo aquele que não

permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las. Estar debaixo da

maldição, compreende todo o desagrado de Deus, com o perigo de despertar cada

vez mais a Sua Ira sobre a alma e o corpo, tanto nesta vida quanto, perpetuamente,

após a morte – isto é, se a graça não impedir a plena execução da mesma.

Por isso, que cada homem raciocine assim: “Todo aquele que, de acordo com

a Aliança das Obras, é sujeito à maldição de Deus por violar a Lei, por diversas

vezes e modos, não pode ser justificado, nem encontrar a justiça pelas obras da

Lei. Mas eu, (que cada um pense assim), de acordo com a Aliança das Obras, estou

sujeito à maldição de Deus, por quebrar a Lei inúmeras vezes e de diversos modos,

portanto, não posso ser justificado, nem ter justiça pelas obras da Lei’”. Assim, um

homem pode ser convencido da justiça e que esta não deve ser produzida por suas

próprias obras, nem pela Lei.

III. Para convencer um homem de julgamento pela Lei, considere 2

Tessalonicenses 1.7-10: “o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama de fogo,

tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao

evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos

da face do Senhor e da glória do seu poder, quando vier para ser glorificado nos seus santos

e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso

testemunho)”.

A partir do qual, nós aprendemos: o nosso Senhor Jesus, que agora oferece-

se como mediador para aqueles que creem nEle, deve, no último dia, vir armado

com fogo flamejante para julgar, condenar e destruir todos aqueles que não creram
em Deus, não receberam a oferta da graça feita no evangelho, nem obedeceram a

doutrina; mas permanecem em seu estado natural, sob a Lei ou Aliança de Obras.

Por isso, que cada homem pense da seguinte maneira: “O que me advertiu o

Justo Juiz será executado, no último dia, estou certo de que é justo juízo. O Justo

Juiz me advertiu que, se eu não acreditar em Deus a tempo e não obedecer à

doutrina do Evangelho, serei excluído da presença dEle e da Sua Glória, no último

dia, e serei atormentado na alma e no corpo para sempre. Portanto, estou

convencido de que este é um justo juízo e tenho razões para, de coração, agradecer

a Deus – Aquele que me advertiu para fugir da ira que está por vir”. Assim, todo

homem pode ser, pela a Lei ou a Aliança das Obras, convencido do Juízo, caso ele

continue sob a Aliança das Obras ou não obedecer ao Evangelho de nosso Senhor

Jesus.

IV. Para convencer do pecado, da justiça e do juízo, pelo Evangelho

Para convencer um homem de pecado, justiça e juízo, pelo evangelho ou pela

Aliança da Graça, ele deve compreender três coisas: (1) Que não acreditar em Jesus

Cristo ou recusar a Aliança da Graça oferecida nEle é um pecado maior e mais

perigoso do que todos os outros pecados contra a Lei. Porque os ouvintes do

evangelho, não crendo em Cristo, rejeitam a misericórdia de Deus, em Cristo, o

único meio de libertar-se do pecado e da ira, e não cederão para reconciliar-se com

Deus; (2) Em seguida, ele deve entender que a perfeita remissão do pecado e a

verdadeira justiça deve ser tida apenas pela fé em Jesus. Porque Deus não requer

outras condições senão a fé; e testifica do céu que Ele está satisfeito por justificar

os pecadores nesta condição; (3) Ele deve entender que, segundo a justiça recebida

pela fé, o juízo deve seguir, por um lado, a destruição das obras do Diabo no crente

e ao aperfeiçoamento, com poder, da obra da santificação nele. Por outro lado,

que, ao recusar-se a tomar a justiça pela fé em Jesus Cristo, o juízo virá para

condenação do incrédulo, destruindo-o com Satanás e seus servos, para sempre.


Para este fim, que essas passagens da Escritura, dentre várias outras, sirvam

para evidenciar a grandeza do pecado de não crer em Cristo e da recusa da Aliança

de Graça que nos é oferecida, na oferta de Cristo, a nós. Então, que a oferta justa

de graça seja vista como ela é feita em Isaías 55.3: “Inclinai os ouvidos e vinde a mim;

ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas

fiéis misericórdias prometidas a Davi”. Isto é, se você acreditar em mim e se

reconciliar comigo, eu darei a vocês, por aliança, Cristo e todas as graças

salvadoras nEle. Isso é repetido em Atos 13.34.

Mais uma vez, considere que esta oferta geral, em substância, é equivalente

a uma oferta especial feita, particularmente, a cada um. Conforme aparece por

meio do uso do apóstolo em Atos 16.31: “Responderam-lhe: Crê no Senhor Jesus e

serás salvo, tu e tua casa”. O motivo da oferta é visto em João 3.16: “Porque Deus

amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que

nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Vendo, então, que esta grande salvação é oferecida no Senhor Jesus, qualquer

que não crê nEle, mas busca a felicidade de outra maneira, o que mais encontrou,

senão vaidades mentirosas e abandonou a própria misericórdia dEle – a qual poderia ter

encontrado em Cristo? (Jonas 2.8, 9). Do que mais se queixa ele senão de blasfemar

a Deus em seu coração? Como é dito em 1 João 5.10, 11: “Aquele que crê no Filho de

Deus tem, em si, o testemunho. Aquele que não dá crédito a Deus o faz mentiroso, porque

não crê no testemunho que Deus dá acerca do seu Filho. E o testemunho é este: que Deus

nos deu a vida eterna†; e esta vida está no seu Filho”. Cristo testifica que nenhum

pecado contra a Lei é semelhante a este pecado, em João 15. 24: “Se eu não tivesse

feito entre eles tais obras, quais nenhum outro fez, pecado não teriam; mas, agora, não

somente têm eles visto, mas também odiado, tanto a mim como a meu Pai”. Isso pode

convencer um homem da grandeza deste pecado de não crer em Cristo.

V. Para convencer um homem da justiça a ser obtida somente pela fé em

Jesus Cristo, considere Romanos 10.3, 4:


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