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CENTRO DE TREINAMENTO BÍBLICO KERIGMA

Investindo na preparação dos santos para a seara!

VIDA C RISTÃ II
Professor Gildelânio

SUMÁRIO

1 - UNIDADE I - O CRISTÃO E A BÍBLIA

1.1 A Bíblia: Um Livro Incomparável

1.2 A Influência Das Escrituras Sagradas

1.3 A Bíblia E Sua Preservação

1.4 A Importância Da Interpretação Correta

1.5 Reflexões Sobre O Quadro Atual Dos Cristãos

1.6 Recentes Pesquisas Sobre A Bíblia E Seu Conhecimento Pela População

1.7 O Maior Desafio: De Volta À Bíblia

1.8 A Importância Prática Das Escrituras Sagradas 2 - UNIDADE II - O CRISTÃO E A ORAÇÃO E

JEJUM.

2.1 Por que Deus quer que oremos?

2.2 O que é Oração?

2.3 Ajudando você a orar

2.4 As Facetas da oração

2.5 O que significa orar ―em nome de Jesus‖?

2.6 Algumas considerações importantes sobre a oração eficaz

2.7. O que dizer a respeito das orações não respondidas?

2.8 JEJUM - uma bênção ou um sacrifício desnecessário?

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3. UNIDADE III - O cristão e o ministério
3.1 Conceitos Fundamentais

3.2 Receber ou buscar os dons

3.3 Descrevendo E Detalhando Os Dons Espirituais 3.4 Todo cristão tem dom ou só alguns

privilegiados?

3.5 Como fazer para descobrir seu dom?

Anexo: Reflexão: Quem É Você No Corpo De Cristo?

4. UNIDADE IV - O cristão e a família

4.1 O Lar Segundo O Coração De Deus

4.2 O Matrimônio

4.3 O Divórcio

4.4 A Vida Conjugal

5. UNIDADE V - O cristão e o mundo, a carne, o diabo.

5.1 OMundo: o que é e como agir nele?

5.2 Os Cristãos e O Governo Civil

5.3 O voto eleitoral ético dos cristãos

5.4 O Crente E A Carnalidade

5.5 Obras da Carne & Frutos do Espírito

5.6 O Cristão E O Diabo

5.7 Crença multicultural sobre o Diabo

5.8 – Considerações Finais

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INTRODUÇÃO

Somos chamados a ser cristãos para viver, e não a ser cristãos para ter uma religião. Um religioso não
pensaria em avaliar a sua vida pela sua crucificação. Um cristão concebe a plena glória de uma vida crucificada e
se alegra na realidade espiritual desta profunda experiência. Pela fé, os méritos da morte de Cristo se tornam
nosso, pois num sentido espiritualmente real, morremos com Cristo quando Ele, em terrível realidade, morreu em
nosso lugar. ―Estamos agora mortos para a lei, mas o nosso ser hoje é também diferente‖. Estamos ressuscitados
com Cristo e vivemos uma nova vida de fé em Cristo Jesus (Gl 2:19-20).

Paulo fala sobre Cristo em vós, a esperança da glória (Cl 1:27). Se isto é verdade, então, viver uma vida
cristã autêntica e real significa permitir que aquilo que era apenas potencialidade, quando Jesus habita em nós,
torna-se realidade dinâmica em nosso viver diário. Isso é verdade a respeito de qualquer filho de Deus. Cristo em
nós é não somente nossa esperança da glória, mas é também a esperança de uma vida cristã mais frutífera e mais
autêntica. Um cristão autêntico é aquele que permite que Cristo Jesus viva nele e através dele.

Jesus tinha profunda convicção de que fora enviado para fazer a vontade do Pai. Ele disse aos discípulos:
―A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra‖ (Jo 4:34). Quanto mais
profunda for nossa consciência de que fomos enviados, mais forte será nossa convicção de que nós, como ele,
faremos a vontade do Pai.

Jim Wallis disse: ―as pessoas deviam olhar para as nossas vidas e compreender o que significa o
evangelho. Nossa vida devia dizer-lhes quem é Jesus e com que se preocupa‖.

Martinho Lutero resume a vida cristã nestas palavras: ―Concluímos (...) que o cristão não vive em si
mesmo, mas em Cristo e no próximo. De outra maneira não é cristão. Ele vive em Cristo através da fé, em seu
próximo através do amor. Pela fé ele é elevado acima de si mesmo até Deus. Pelo amor ele desce abaixo de si
mesmo até ao próximo‖. ―Descer abaixo de si mesmo‖, é particularmente importante quanto ao ministério, que
alcança as pessoas que sofrem e que são desfavorecidas em geral.

Ser cristão é ter a vida cristã mais profunda, resulta em adquirir a mente de Cristo. II Co 5:17 ―Quem
está em Cristo nova criatura é...‖

A verdadeira Igreja Cristã é uma Igreja Escritural. A Sagrada Escritura é a expressão suprema da
revelação de Deus ao homem, e os Cristãos devem ser sempre o ‗Povo do Livro.‘ Mas se os Cristãos são o Povo
do Livro, a Escritura é o Livro do Povo. Considerando a história da igreja em três épocas, poderíamos apresentar:
antes de 500 a.C. - Entre 500 e 1.500 a.C. - e após 1.500 na época da reforma.

Na primeira parte foi um época de confirmações e declarações da firmeza da fé. Os cristãos se ocuparam
na questão: em que cremos. Na segunda época podemos chamá-la de era das trevas - época em que as escrituras
menos importava - eram os papas e os reis quem politicamente definiam as regras e crenças. Na terceira parte
temos a melhor, um retorno as Escrituras através dos reformadores do século XVI. Entre eles: John Wycliff, John
Huss, Martinho Lutero, John Calvino, etc. Eles trouxeram as Escrituras à tona e ao seu devido lugar. Louvado seja
Deus!

A Assembléia de Westminster (1643-1649) constituiu o ponto culminante da elaboração confessional


reformada. Os documentos teológicos que dela resultaram, a Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve,
tornaram-se os padrões doutrinários mais aceitos pelos reformados ao redor do mundo. A famosa assembléia foi
uma das principais contribuições dos puritanos, os calvinistas ingleses. Há quase um século eles vinham lutando
sem sucesso por uma reforma profunda na Igreja da Inglaterra (Anglicana). Na década de 1640, os puritanos
ganharam o controle do Parlamento inglês e entraram em guerra contra o rei Carlos I, que queria manter o sistema
episcopal.

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Esse Parlamento calvinista convocou a Assembléia de Westminster, que se reuniu na famosa abadia de
Westminster. Seus integrantes foram cerca de 120 dos mais piedosos e cultos ministros puritanos, ao lado de uns
poucos, mas influentes, presbiterianos escoceses. Após extensos debates, o texto da confissão foi concluído no
final de 1646. Posteriormente foram incluídas as passagens bíblicas de apoio, ocorrendo em 1648 a aprovação
final do Parlamento. Seu título era: ―Artigos de religião cristã, aprovados e sancionados por ambas as casas do
Parlamento, segundo o conselho da Assembléia de teólogos ora reunida em Westminster por autoridade do
Parlamento‖.

DECLARAÇÕES DA CONFIÇÃO DE FÉ DE WESTMINSTER SOBRE AS ESCRITURAS

I. Ainda que a luz da natureza e as obras da criação e da providência de tal modo manifestem a bondade, a
sabedoria e o poder de Deus, que os homens ficam inescusáveis, contudo não são suficientes para dar aquele
conhecimento de Deus e da sua vontade necessário para a salvação; por isso foi o Senhor servido, em diversos
tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade; e depois, para melhor
preservação e propagação da verdade, para o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja contra a corrupção
da carne e malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna indispensável a
Escritura Sagrada, tendo cessado aqueles antigos modos de revelar Deus a sua vontade ao seu povo. (Sl.19:1-4;
Rm.1:32-2:1;
Rm.1:19-20; Rm.2:14-15; I Co.1:21; I Co.2:13-14; Hb.1:1-2; Lc.1:3-4; Rm.15:4; Mt.4:4,7,10; Is.8:20; I Tm.3:15;
II
Pe.1:19.)

IV. A autoridade da Escritura Sagrada, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do
testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verdade) que é o seu autor;
tem, portanto, de ser recebida, porque é a palavra de Deus.

V. Pelo testemunho da Igreja podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço da Escritura
Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, e eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia
de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Deus toda a glória), a plena revelação que faz do único
meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis e completa perfeição, são
argumentos pelos quais abundantemente se evidencia ser ela a palavra de Deus; contudo, a nossa plena persuasão
e certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela
palavra e com a palavra testifica em nossos corações. (I Tm.3:15; I Jo.2:20,27; Jo.16:13-14; I Co.2:10-12.)

VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas necessárias para a glória dele e para a salvação, fé
e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser lógica e claramente deduzido dela. À
Escritura nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas revelações do Espírito, nem por tradições dos
homens; reconhecemos, entretanto, ser necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a salvadora
compreensão das coisas reveladas na palavra, e que há algumas circunstâncias, quanto ao culto de Deus e ao
governo da Igreja, comum às ações e sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da natureza e
pela prudência cristã, segundo as regras gerais da palavra, que sempre devem ser observadas. (II Tm.3:15-17;
Gl.1:8; II Ts.2:2; Jo.6:45; I Co.2:9-10,l2; I Co.11:13-14.)

VII. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras em si, nem do mesmo modo evidentes a todos;
contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salvação, em um ou outro passo da
Escritura são tão claramente expostas e explicadas, que não só os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso
dos meios ordinários, podem alcançar uma suficiente compreensão delas. (II Pe.3:16; Sl.119:105,130; At.17:11.)

IX. A regra infalível de interpretação da Escritura é a mesma Escritura; portanto, quando houver questão
sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura (sentido que não é múltiplo, mas único), esse
texto pode ser estudado e compreendido por outros textos que falem mais claramente. (At.15:15; Jo.5:46; II

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Pe.1:20-21.)

X. O Juiz Supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas e por quem serão
examinados todos os decretos de concílios, todas as opiniões dos antigos escritores, todas as doutrinas de homens
e opiniões particulares, o Juiz Supremo em cuja sentença nos devemos firmar não pode ser outro senão o Espírito
Santo falando na Escritura. (Mt.22:29,31; At.28:25; Gl.1:10.).
Então, pelo grau de importância que a bíblia tem na vida cristã como um todo, é que iremos
estudar de primeira mão o cristão e a Bíblia.

1. UNIDADE I - O CRISTÃO E A BÍBLIA

INTRODUÇÃO: A Palavra de Deus - viva, infalível, eterna - é totalmente fidedigna. É somente ela que deve
nortear as decisões, que sacia a fome do coração e preenche as lacunas da alma. Ela revela quem é o Criador,
quem é Satanás, exibe o plano de Deus para salvação dos perdidos e expõe os erros que vão surgindo, frutos dos
pecados e imperfeições humanas. Os fatos históricos demonstram que os relatos e os ensinos bíblicos são de
origem divina. A Bíblia contém uma revelação divina. Não se trata de uma fé cega, calcada no subjetivismo.
Trata-se de uma fé objetiva que pode ser analisada e explicada. A pessoa que abraça o cristianismo não precisa
aposentar a cabeça. Ela deve continuar pensando e exercendo o seu senso crítico. Como disse John Sttot: Crer
também é pensar. A fé cristã, embora transcenda a razão, não é irracional. Ela faz sentido. Eu diria: "O meu
coração não consegue se alegrar totalmente com aquilo que a minha mente não entende". Existem aqueles que
afirmam não crer na Bíblia por que ela foi escrita por homens. Quando alguém me diz isso, pergunto logo: "E
você, queria que ela tivesse sido escrita por um cavalo? Aí sim, não daria para crer". A Bíblia foi de fato escrita
por homens, e o próprio apóstolo Pedro não negou isso ao escrever: "Antes de mais nada, saibam que nenhuma
profecia da Escritura provém de interpretação pessoal, pois jamais a profecia teve origem na vontade humana,
mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo" (II Pedro 1.20, 21).

É de primeira necessidade que o cristão conheça profundamente sua fé e sua base doutrinária. Sem o
conhecimento adequado da Palavra de Deus, um cristão não possui qualquer condição de prevalecer contra as
falsas doutrinas, e muito menos de entender e praticar o Cristianismo. Tendo em vista a necessidade de um
conhecimento amplo e profundo da fé e teologia cristã, esse estudo abordará as Sagradas Escrituras, para que o
cristão:

1. ―Saiba responder a quem lhe perguntar sobre a razão da sua fé‖. (1Pe. 3.15);
2. Apresente-se aprovado a Deus. (2Tm. 2.15);
3. Não seja condenado por não conhecer corretamente sua fé. (Os. 4.6 e Mt. 22.29);
4. Entender que a única forma de fé aceitável à Deus emana do padrão das Escrituras. (Rm.
10.17 e Hb. 11.3);
5. Ser habilitado a batalhar pela fé cristã com qualidade (Jd. 3).
6. Saber identificar e se guardar das heresias, dos equívocos e das falsas interpretações bíblicas (Mt. 16. 6-11).

1.1 A BÍBLIA: UM LIVRO INCOMPARÁVEL. O que vem a seguir sãos algumas declarações que
demonstram ser a Bíblia Sagrada um livro sem paralelo, diferente de todos que já foram escritos:

A Bíblia é o único livro no mundo que oferece provas objetivas de ser a Palavra de Deus. Somente a Bíblia
fornece provas reais de ser divinamente inspirada. A Bíblia é a única Escritura sagrada que oferece salvação
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eterna como um Dom totalmente gratuito da graça e da misericórdia de Deus.

A Bíblia contem os mais elevados padrões morais dentre todos os livros. Somente a Bíblia apresenta o
mais realístico ponto de vista sobre a natureza humana, tem o poder de convencer as pessoas de seus pecados e a
habilidade de transformar a natureza humana. Somente a Bíblia oferece uma solução realística e permanente para
o problema do mal e do pecado humano. As características internas e históricas da Bíblia são excepcionais em sua
unidade e consistência interna, apesar dela ter sido produzida por um período de mais de 1,500 anos, por mais de
40 autores diferentes, em três línguas, em três continentes, discutindo uma enorme quantidade de assuntos
controvertidos, e ao mesmo tempo mantendo uma harmonia entre eles.

A Bíblia é o livro mais traduzido, mais comprado, mais memorizado e o mais perseguido em toda a
história. Somente a Bíblia tem resistido dois mil anos de intenso escrutínio pelos seus críticos, não apenas
sobrevivendo aos ataques, mas prosperando e tendo a sua credibilidade fortalecida por tais críticas. A Bíblia tem
moldado a história das civilizações mais do que qualquer outro livro. A Bíblia tem tido mais influência no mundo
do que qualquer outro livro. Somente a Bíblia tem uma Pessoa específica (centrada em Cristo) como assunto em
cada um de seus 66 livros, detalhando a vida dessa Pessoa através de profecias e tipos, por um período de 400 -
1,500 anos antes dela nascer. Somente a Bíblia proclama a ressurreição de sua figura central (Jesus Cristo),
provada na história.

1.2 A INFLUÊNCIA DAS ESCRITURAS SAGRADAS: A Bíblia exerce uma influência marcante
sobre toda a sociedade, e isso se comprova factualmente, pois ela já foi impressa, no todo ou em parte,
em mais de dois mil idiomas (a ONU afirma que atualmente existem 3 mil idiomas ou dialetos falados no
mundo), se tornando o livro mais difundido e lido na história da Terra. Tem se dito que se a Bíblia fosse
perdida, poderia ela ser reconstruída em suas partes-base a partir das citações tiradas dos livros que se
acham nas prateleiras das bibliotecas públicas.
Os princípios revelados pelas Escrituras serviram para a formulação de todo o sistema legal da s nações
modernas. Thiessen disse ―a Bíblia... produziu os resultados supremos em todas as profissões existentes na vida
humana. Tem inspirado sublimemente as artes, a arquitetura, a literatura e a música. Não há livro que se compare
a ela na sua influência benéfica sobre a raça humana‖. ―A exatidão da Bíblia em todas as áreas, incluindo
pessoas, locais, costumes, eventos e ciência, têm sido demonstrada pela história e pela arqueologia.

1.3 – A BÍBLIA E SUA PRESERVAÇÃO - Às vezes, pensa-se que a Bíblia está historicamente
errada, mas as descobertas têm dado testemunho de sua veracidade. Por exemplo: há algum tempo,
pensava-se que a escrita não havia sido inventada senão depois de Moisés. Mas agora,sabemos que essa
ciência remonta até 3.000 a.C. Houve tempos quando os críticos negavam a existência de Belsazar. As
escavações, contudo, identificam-no com seu nome babilônico: Bel-shar-usur. Os críticos diziam que os
heteus, mencionados 22 vezes na Bíblia, nunca existiram. Agora sabemos que eles foram uma grande
potência no Oriente Médio‖.
Em muitas épocas foi intentada a destruição da Bíblia (edito de Diocleciano, de 303, ordenando sua
completa destruição), ou sua leitura foi proibida à população (Idade Média), contudo, nenhuma delas obteve
êxito.
Levando-se em conta que durante muitos séculos ela foi copiada manualmente, grande era a probabilidade dela
ter desaparecido. Um célebre filósofo, chamado Voltaire predisse que ―dentro de cem anos, o Cristianismo
desapareceria‖. Cinquenta anos depois da sua morte, ocorrida em 1778, a Sociedade Bíblia de Genebra estava
usando o seu prelo e a sua casa para produzir grandes pilhas de Bíblias, conforme relata Sidney Collett.
Por fim, Bruce Metzger, especialista em crítica textual, informa que, “no século III a.C., os
estudiosos em Alexandria indicavam que as cópias que possuíam da Ilíada de Homero apresentavam cerca
de 95% de fidedignidade. Indica, também, que os textos setentrional e meridional da Mahabharata da
Índia diferem entre si numa extensão de 26.000 linhas. Isto contrasta com mais de 99,5% de exatidão para
as cópias manuscritas do Novo Testamento. Esse meio por cento de diferença consiste principalmente nos

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erros de ortografia dos copistas e, mesmo assim, passíveis de correção. Nenhuma doutrina da Bíblia
depende de algum texto cuja forma original não possa ser determinada com exatidão.

Explicando as variantes gregas do NT o Dr. Philip Schaff, presidente do Comitê Americano de Revisores
diz: ―Esta grande quantidade de variantes do texto grego não deve desconcertar ou alarmar cristão algum. Ela é o
resultado natural da grande riqueza de nossas fontes documentais; ela é um testemunho da imensa que o Novo
Testamento tem; ela não afeta, mas, ao contrário, assegura a integridade do texto; e ela é um estímulo útil ao
estudo.
Somente cerca de 400 das 100.000 ou 150.000 variantes afetam materialmente o sentido. Destas, não mais do
que cerca de cinquenta são realmente importantes por alguma razão ou outra; e mesmo destas cinquenta uma
sequer afeta um artigo de fé ou um preceito de dever que não seja abundantemente mantido por outras passagens
sobre as quais não há dúvida, ou pelo teor total do ensino da Escritura. O Textus Receptus de Stephens, Beza e
Ezevir, e das versões inglesas, ensina exatamente o mesmo cristianismo que o texto uncial dos manuscritos
Sinaítico e Vaticano, as versões mais antigas, e a revisão Anglo-Americana.

1.4 A IMPORTÂNCIA DA INTERPRETAÇÃO CORRETA - O mundo vive cercado de um desenvolvimento


tecnológico e científico sem precedentes na história da humanidade. E apesar de todos os avanços conseguidos até
agora, o ser humano continua sendo um fracasso moral e espiritual desde o Éden. Por esta razão, a Bíblia Sagrada
tem sido, e sempre vai ser, um livro indispensável. Por se tratar de um livro de extrema importância, é preciso, ao
mesmo tempo, interpretá-lo de acordo com as regras da hermenêutica, a ciência que estuda a interpretação de
textos.

Assim, pode-se dizer que a Bíblia é como uma navalha. Com ela se faz a barba, mas com ela se corta
também o pescoço. Depende da maneira como ela é usada. Quando os princípios da hermenêutica e da exegese
bíblica são abandonados, os abusos, as manipulações e os ensinos controvertidos começam a se multiplicar ao
redor da Palavra de Deus.

A ética desaparece do ministério cristão e da vida dos adeptos do cristianismo. Infelizmente, a situação atual
reflete bastante este abandono da fidelidade bíblica, gerando mau testemunhos, suspeita, heresias e transtorno
para o progresso do evangelho. Você pode constatar que vários segmentos do evangelicalismo brasileiro
abandonaram os princípios sólidos de interpretação bíblica, sucumbindo as pressões do marketing, do mercado e
do capitalismo, em suas formas de atuar e de desenvolver o ministério cristão.

1.5 REFLEXÃO SOBRE O QUADRO ATUAL DOS CRISTÃOS - Uma das características de uma boa parte
da Igreja Evangélica Brasileira é a sua avidez por novidades. Muitas igrejas hoje, ditas evangélicas, não se
contentam mais com a sã doutrina pregada pelos apóstolos e pais da Igreja - mais tarde defendida pelos
reformadores - e vivem numa busca constante de novidades e modismos doutrinários.

Uma das últimas novidades a invadir o arraial evangélico brasileiro chegou de Bogotá, na Colômbia.
Idealizado por César Castellanos Dominguez, o G 12 (Grupo dos Doze) é um movimento que propõe o
crescimento das igrejas através de células, com reuniões nas casas. Até aí, tudo bem! De fato, não existe nada de
errado em dividir a igreja em células ou grupos familiares para reuniões nos lares ou outros locais. Muitos grupos
ao redor do mundo tem feito isso e até com bons resultados. Pode dar certo para uma igreja, enquanto que para
outra não. Depende das circunstâncias, do contexto geográfico, social ou de outros fatores.

Agora, o que preocupa em relação ao G 12 é o emprego de práticas e ensinos contrários a Palavra de


Deus, tais como quebra de maldições hereditárias, cura interior, mapeamento espiritual e liberar perdão à Deus. O
G 12 é ainda apresentado como o último avivamento de Deus na terra. É de fato, muita pretensão!
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Outra coisa curiosa é a facilidade com que muitos líderes têm de criar os locais sagrados de peregrinação.
Enquanto o catolicismo romano conta com Aparecida do Norte, Lourdes, Fátima, o movimento da Nova Era com
a Fundação Findhorn, na Escócia, o Instituto Esalen, na Califórnia, Machu Pichu, no Peru, muitos evangélicos
partiram em caravanas para Toronto, no Canadá, em busca da gargalhada sagrada.

Outros foram em grupos para Pensacola, nos Estados Unidos, em busca de avivamento. E agora, por
último, a febre virou-se para Bogotá, na Colômbia, em busca, segundo eles, da única fórmula capaz de fazer a
igreja crescer aos milhões. Qual será a próxima onda?

A igreja evangélica hoje, em sua grande maioria, é uma igreja mundana, que segue os mesmos padrões de
mercado e competição do mundo secular. Há uma mudança da visão bíblica para a visão empresarial.

Antigamente, as qualidades valorizadas num líder cristão eram a sua vida de oração e ética, as suas habilidades e
dons para interpretar e transmitir a Palavra de Deus, o seu convívio com as ovelhas, cuidando de suas feridas e
levando as suas cargas.

Hoje, o líder bem sucedido deve ser um animador de auditório, um especialista em marketing, sempre
apressado, vestido com roupas de grife, freqüentando os melhores restaurantes e vivendo em mansões, com uma
agenda cheia, sem tempo para orar, meditar e conviver com as ovelhas. Aliás, há muitos líderes hoje que amam a
multidão e odeiam os indivíduos. Eles gostam da massa, mas nunca têm tempo para as pessoas. Os tempos
realmente mudaram! Assim, as pressões do mercado levam os líderes e as igrejas a se tornarem extremamente
criativos na tarefa de arregimentar seguidores. Estes já não são vistos como uma vida, uma alma pela qual Cristo
morreu, mas como uma fonte de renda para encher os cofres de uma instituição que vai saciar a ganância e a
luxúria de seus dirigentes. Surgem assim as sete sextas-feiras do poder, as sete quartas-feiras da prosperidade, os
cultos de libertação, a reunião dos empresários. Etc.

Outra coisa preocupante é o grande uso de símbolos, práticas e artefatos para se pregar o evangelho. Há
de tudo: tapete ungido, arruda, sal grosso, corredor do amor, vassoura de fogo, mirra para embelezamento do
corpo, cair, soprar, sandália de fogo, uma série enorme de correntes (da prosperidade, libertação, saúde, do amor
etc.).

Ora, o evangelho não foi feito para os olhos. O evangelho foi feito para o coração e para o intelecto, para
a mente. Tanto que a fé cristã tem poucos símbolos. Ela tem os símbolos do batismo e da ceia. Não há
preocupação com uma variedade de símbolos, pois o cristão adora a Deus em espírito (ou Espírito) e em verdade.
Isto quer dizer que o nosso serviço a Deus deve ser segundo a orientação do Espírito Santo em dentro dos
parâmetros da Palavra de Deus, que é a verdade (Jo 17.17). Assim, uma grande necessidade do momento no
mundo evangélico é uma volta ao fundamento firme da Palavra de Deus.
1.6 RECENTES PESQUISAS SOBRE A BÍBLIA E SEU CONHECIMENTO PELA POPULAÇÃO - Um
renomado instituto de pesquisas dos Estados Unidos, chamado Instituto Barna, sediado em Greendale, Califórnia,
elaborou uma pesquisa nos EUA, América Latina, África e Europa, acerca do conhecimento bíblico dos
entrevistados. Abaixo seguem os resultados assustadores.

1 – Quais pessoas normatizam seu comportamento de vida pela Bíblia ou por uma filosofia de vida não cristã?

Resposta: 25% por uma filosofia bíblico-cristã; 24% se declararam não-cristãos; e 51% disseram não ter
nenhuma filosofia de vida.

2 – Dos que se disseram cristãos, quantos possuíam Bíblias?

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Resposta: 93% possuíam uma ou mais Bíblias; 7% não possuíam um único exemplar da Bíblia.

3 – Dos que possuíam Bíblias, quantos a liam e nela criam?

Resposta: 12% liam diariamente a Bíblia; 38% recorriam à ela momentaneamente, em períodos de necessidade; e
42% não concordavam que a Bíblia é a legítima Palavra de Deus, correta em seus ensinos.

4 – Dos que liam a Bíblia, qual seu nível de conhecimento?

Resposta: 69% criam que ―Deus ajuda quem cedo madruga‖ é um texto bíblico; 48% acharam que o ―Livro de
Tomé‖ fazia parte do Novo Testamento; e 58% não souberam responder quem pregou o ―Sermão do Monte‖.

Em nova pesquisa de campo, o sociólogo norte-americano Jeffrey Haden enviou 10 mil cartas à pastores
e líderes religiosos nos EUA, contendo várias perguntas. Abaixo o resultado apurado:

- 50% Não criam que Jesus nasceu de uma virgem;


- 80% Não criam que Jesus era o legítimo Filho de Deus;
- 80% Não criam que a Bíblia é um livro sagrado e inspirado por Deus; e - 36% Não criam na ressurreição física e
corpórea de Jesus.

Não é de se espantar a razão da atual apostasia que os EUA têm experimentado e exportado para todos os
continentes da Terra, entretanto, quando da sua fundação, suas bases bíblico-cristãs eram extremamente sólidas,
tanto que sua maior universidade, chamada Harvard, foi fundada por piedosos cristãos, como um local de ensino
teológico, que possuía como lema a palavra Veritas, do latim Verdade. Também na fundação dos EUA, um
renomado diplomata e jurista francês foi enviado até lá, com o objetivo de ―descobrir qual o segredo daquela
grande nação‖. De volta à França, Alexis de Tocqueville escreveu: ―Os Estados Unidos da América são grandes
porque são bons‖.

1.7 O MAIOR DESAFIO: DE VOLTA À BÍBLIA - Quando o apóstolo Paulo chegou a Mileto, enviou um
recado aos anciãos de Éfeso para que se encontrassem com ele, pois queria falar-lhes. O texto de Atos 20.17-38
revela vários aspectos do caráter de Paulo e algumas de suas prioridades ministeriais. O texto também fala de sua
humildade, suas lágrimas e tentações na pregação do evangelho.

Paulo relata aos líderes de Éfeso que, nas suas viagens, ele nunca sabe o que vai lhe acontecer, senão aquilo que
o Espírito Santo lhe revela, de cidade em cidade, dizendo que lhe esperam prisões e sofrimentos (v. 23). Assim,
pode-se perceber que não existe na vida do apóstolo a preocupação com o conforto, a busca do luxo ou de
reconhecimento. Ele nem mesmo considera a sua vida importante. Para ele, o mais importante é cumprir a sua
carreira e dar testemunho do evangelho (v.24). Por isso, Paulo nunca deixou de anunciar-lhes toda a vontade de
Deus (v.27).

Em seguida, Paulo faz uma séria advertência: "Sei, que depois da minha partida, lobos ferozes
penetrarão no meio de vocês e não pouparão o rebanho. E dentre vocês mesmos se levantarão homens que
torcerão a verdade, a fim de atrair os discípulos para si. Por isso, vigiem! Lembrem-se de que, por três anos,
jamais cessei de advertir a cada um de vocês, noite e dia, com lágrimas" (Atos 20.29-31). Por um lado, vejo
hoje o crescimento das seitas e a infiltração de heresias no seio da igreja evangélica com muita tristeza. Por outro
lado, sou obrigado a reconhecer de que se trata de um cumprimento profético.

A Bíblia diz que isso iria acontecer. Ao escrever à Timóteo, Paulo declara: "O Espírito diz claramente
que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios"

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(1Timóteo 4:1). Na Segunda vez que escreveu a Timóteo, o apóstolo volta ao assunto. Mesmo sabendo que sua
morte estava próxima, a preocupação de Paulo ainda é com a sã doutrina. Observe suas palavras:

Na presença de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos por sua manifestação e por seu
Reino, eu o exorto solenemente: pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda,
corrija, exorte com toda paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo
contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles
se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. (2Timóteo 4.1-4).

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Paulo não diz à Timóteo: pregue sonhos, visões, revelações ou experiências. Embora haja espaço para
tudo isso na vida espiritual, a ênfase do apóstolo é na Palavra de Deus. Não foi apenas Paulo quem se preocupou
com a sã doutrina. O apóstolo Pedro também tratou do assunto na sua segunda carta, ao escrever:

Mas surgiram também profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres. Estes
introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo
sobre si mesmos repentina destruição. Muitos seguirão os caminhos vergonhosos destes homens, e por causa
deles, será difamado o caminho da verdade. (2Pedro 2.1-2).

Talvez esteja aqui a resposta que muitos me têm feito ao redor do Brasil. Por que os movimentos
religiosos controvertidos e as igrejas evangélicas que abrem suas portas para ventos de doutrinas crescem tanto? A
resposta é: por que é bíblico. A Bíblia disse que muitos seguiriam os seus falsos ensinos. Muitos hoje querem dar
validade bíblica a um movimento por causa do seu crescimento. Ora, o crescimento numérico não é um critério
válido para definir se algo é de Deus ou não. Se assim fosse, como ficaria o dilúvio, quando a maioria estava fora
da arca e apenas uma minoria dentro dela? Se a quantidade fosse um critério válido, teríamos então que admitir
que o Islamismo é a única verdade de Deus na terra, pois não há grupo maior ou que cresce mais. Multidões de
Muçulmanos vão a Meca.

O argumento da quantidade é muito usado pelos líderes do G-12. Ora, se juntássemos todas as igrejas do
G-12, o movimento não seria maior do que a Igreja Mórmon. Logo, quantidade não pode ser a evidência de que
Deus esteja aprovando algum movimento. Como é bom constatar que os líderes de Éfeso levaram a sério as
palavras de Paulo em Mileto. Quando lemos a carta à Igreja de Éfeso, no Apocalipse, vamos encontrar a seguinte
declaração do Senhor:

Conheço as suas obras, o seu trabalho árduo e a sua perseverança. Sei que você não pode tolerar homens
maus, que pôs à prova os que dizem ser apóstolos mas não são e descobriu que eles eram impostores. Você tem
perseverado e suportado sofrimentos por cauda do meu nome e não tem desfalecido. (Apocalipse 2.2, 3).

Diante dos textos mencionados aqui e ao olhar o cenário evangélico brasileiro hoje, nada se torna mais
importante para igreja evangélica do que uma volta à Palavra de Deus. A Igreja no Brasil precisa, urgentemente,
de voltar a pregar o evangelho da salvação e não da solução. A enfatizar os tesouros eternos e não o sucesso
presente. Lamentavelmente, há igrejas hoje mais interessadas em fabricar milionários do que transformar
pecadores em santos. Infelizmente, em muitos púlpitos evangélicos, Satanás já levou a melhor. Que Deus tenha
misericórdia de nós!

1.8 A IMPORTANCIA PRÁTICA DAS ESCRITURAS SAGRADAS - Qual a importância da Bíblia Sagrada
para você? Você a tem como um simples ―amuleto‖ de sorte? A Bíblia não somente forma o alicerce duma vida
efetiva de oração, mas é fundamental em qualquer outro aspecto da vida cristã. Enquanto a oração é a maneira
primária de nos comunicarmos com Deus, a Bíblia é a maneira primária de Deus se comunicar conosco. Coisa
alguma deveria receber precedência sobre a Palavra, usurpando em nós seu lugar. Se deixarmos de nos alimentar
com equilíbrio e regularmente, falando em termos físicos, é provável que soframos no corpo as conseqüências
dessa negligência.

Ora, o que é verdadeiro quanto ao homem exterior, também é verdade no tocante ao homem interior. Se
deixarmos de nos alimentar regularmente da Palavra de Deus, teremos de suportar sérias conseqüências
espirituais. Jesus declarou: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de
Deus"(MT 4.4). Grandes refeições naturais são uma coisa: banquetes espirituais, outra bem diferente. Em Atos
17.11 lemos que os judeus de Beréia conferiam tudo, examinando diariamente as Escrituras para ver o que Paulo
estava ensinando era verdade. Por causa disso, foram elogiados como possuidores duma grande nobreza de
caráter. Há uma lição importante aqui. Os bereanos não foram condenados por examinar o que Paulo dizia. Antes,
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foram elogiados por causa disso. Examinar as Escrituras exige disciplina e dedicação, mas os dividendos são
realmente gratificantes. Os bereanos checavam-na diariamente, e assim é que deveríamos fazer.

O grande câncer de nossos dias, é que pessoas movidas pela sua imaginação e pelo seu coração corrupto
distorceram as palavras de Jesus Cristo e as transformaram em falsas doutrinas. Mas eu afirmo, que esta doença
maligna tem cura! Se olharmos para sua Palavra e seus ensinamentos conseguiremos restaurar o verdadeiro
cristianismo. Algumas pessoas dizem que a Bíblia não é confiável, e os conceitos dela têm tido larga aceitação.
Assim, muitos hoje rejeitam o que a Bíblia diz, considerando-a indigna de confiança. Por outro lado, o que Jesus
Cristo disse em oração a Deus promove confiança: "A tua palavra é a verdade." E a própria Bíblia afirma ser
inspirada por Deus. — João 17:17; 2 Timóteo 3:16.

Conclusão
Nós somos herdeiros dos princípios bíblicos da Reforma; para nós, como para os Reformadores, a Palavra de
Deus é a fonte autoritativa de Deus para o nosso pensar, crer sentir e agir: A Palavra de Deus é-nos suficiente.
Quando Satanás tentou a Jesus durante os seus 40 dias de jejum e oração no deserto, dizendo: “Se és Filho de
Deus, manda que estas pedras se transforme em pães” (Mt 4.3), Jesus Cristo, recorrendo ao Livro de
Deuteronômio, capítulo 8, verso 3, respondeu: “ Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que
procede de Deus” (Mt 4.4). Notemos que esta afirmação torna-se ainda mais dramática se consideramos o fato de
que Jesus estava à beira da inanição, sendo induzido a pensar que caso não comesse imediatamente poderia
morrer. Nestas palavras, não temos um contraste entre o espiritual e o físico, antes; há uma demonstração
categórica, feita por Cristo, de que devemos ter me mente que a nossa sustentação, em todos os sentidos, provém
de Deus: Somos sustentados pela Palavra de Deus. O mesmo Espírito que nos regenerou através da Palavra (Tg
1.18; 1Pe 1.23), age mediante esta mesma Palavra, para que vivamos, de fato, como novas criaturas que somos.
A Bíblia é o instrumento eficaz do Espírito, porque ela foi inspirada pelo Espírito Santo (2Pe 1.21).

Jesus orou ao Pai para que ele nos santificasse na Verdade, que é a sua Palavra. Meus irmãos, se quisermos
crescer espiritualmente temos de recorrer à Palavra vivificada de
Cristo; somente ela pode nos tornar sábios para a Salvação mediante a fé depositada unicamente em Jesus Cristo
(2 Tm 3.15). Com este propósito ela foi-nos concedida (Rm
15.4). Você aceita a autoridade das Escrituras? Quando sua opinião sobre determinado tema é uma e a posição da
Bíblia é outra, com qual você fica? Reflita nas frases abaixo:

- Johannes Kepler (fundador da astronomia física, alemão) à ―Astronomia é pensar os pensamentos de Deus,
depois Dele‖.

- Francis Bacon (diplomata e filósofo inglês, pai do moderno método científico) à ―Há dois livros que devemos
sempre estudar: As Escrituras, que nos previnem do erro e revelam a vontade de Deus, e a Criação, que
expressa o Seu poder‖.

- Isaac Newton (físico inglês) à ―Nós encontramos mais marcas da autenticidade da Bíblia que da história
secular‖.

- Louis Pasteur (microbiologista francês) à ―Quanto mais conheço a Bíblia, mais minha fé aumenta‖.

- Werner von Braun (engenheiro físico alemão) à ―Não consigo entender como um cientista tem a capacidade
de não reconhecer a presença de uma racionalidade superior e divina por trás da existência do universo. Seria o
mesmo que um teólogo que resolvesse negar os avanços da ciência moderna‖.

- Sir William Ramsey (arqueólogo inglês) à ―Os grandes historiadores são os mais raros escritores...Eu
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reconheço Lucas entre os historiadores de primeira classe‖.

- William Foxwell Albright (arqueólogo chileno, possuidor de mais de 30 títulos de doutorado honoris causae) à
―Não há a menor dúvida que a arqueologia confirma a historicidade substancial da tradição do Antigo
Testamento... Descoberta após descoberta tem confirmado a exatidão de inúmeros detalhes, e feito crescer o
reconhecimento da Bíblia como uma valiosa fonte histórica‖.

- Nelson Blueck (arqueólogo judeu, presidente da Universidade Hebraica de Jerusalém) à ―Pode-se afirmar,
categoricamente, que nenhuma descoberta arqueológica tem jamais desmentido uma referência bíblica‖.

- Victor Hugo (escritor francês) à ―Alguns homens, de fato, negam o Deus infinito. Alguns, também, negam o
Sol: ambos são os cegos‖.

UNIDADE II - O cristão e a Oração e Jejum

INTRODUÇÃO: As perguntas principais que os novos convertidos fazem, geralmente são: Por que Deus quer
que nós oremos? Como podemos orar de modo eficaz ?. Talvez, mesmo agora, depois de também tempo na
caminhada, essas perguntas ainda nos perseguem. Um dia desses, um colega pastor de muito tempo, me fez a
seguinte indagação: Se Deus só nos der o que for da vontade dele, então para quer devemos orar? Eu achei
engraçado um pastor ainda com este tipo de dúvidas. Então vamos para as respostas.

É importante frisar aqui que o caráter de Deus e o seu relacionamento com o mundo naturalmente conduzem à
consideração da doutrina da oração. A oração pode ser definida da seguinte maneira: A oração é nossa
comunicação pessoal com Deus. Essa definição é muito ampla. O que chamamos ―oração‖ inclui orações de
pedidos por nós mesmos e por outros (às vezes chamadas orações de petição ou intercessão), confissão de pecado,
adoração, louvor e ação de graças.

Devemos buscar o verdadeiro sentido bíblico da oração para sermos obedientes a Deus e sua Palavra,
como também pelo nosso interesse em relacionar-se com Ele, mas nunca para apresentarmos uma
―espiritualidade superior‖ aos depois por conta de nosso maior tempo em oração. A oração de um crente é
como um arco e flecha: quanto mais encurvado por o arco mais profundo irá e longe irá a flecha.

2.1 Por que Deus quer que oremos?

Orar pode ser a atividade mais importante e mais poderosa de toda a sua vida. Eis algumas razões por quê:

1ª Orar atua em você pessoalmente. A Paz de espírito, por exemplo, pode vir através da oração.

2ª Orar envolve comunhão e comunicação com o Senhor do Universo. Isso ajuda a pessoa a ver a vida numa
perceptiva mais ampla e a compreender os acontecimentos amais claramente, porque ela está considerando a
eternidade.

3ª A oração é o caminho para aprender a vontade de Deus. Quando vice conhece a vontade de deus, pode
submeter-se à sua direção. Quando você se submete à vontade de Deus, recebe não apenas paz, mas os
sentimentos de poder, direção e realização.
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4ª Orar é você falar com Deus e Deus falar com você. Você não pode ter nenhum relacionamento com ninguém
a menos que se comunique com ele, e esta comunicação entre vocês dois tem de ser feita em ambas as direções.

5ª Deus ouve e responde às suas orações. As Escrituras prometem que ―todo o que pede recebe; o que busca
encontra; e a quem bate; abrir-se-lhe-á‖ (Lc 11.10). Você ainda precisa de mais razões para orar além destas?

Ainda bem que não existem regras ou técnicas de oração. Ela deve ser uma sincera expressão, sem fingimento ou
falsos elogios. Davi diz que o Senhor ―Não te deleitas em sacrifícios nem te agradas em holocaustos, se não eu
os traria. Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezará ...
Então te agradarás dos sacrifícios sinceros...‖ (Sl 51.16 -19)

Na oração, devemos nos aproximar de Deus com reverência e humildade. Enquanto nos dirigimos a Ele, devemos
lembrar com quem estamos falando e quem nós somos. O Senhor é o Supremo (Sl 8.1,9; Rm 11.33-36) e nós
criaturas frágeis e pecadoras (Jó 25.4-6; Sl 8.3,4).

2.2 O que é Oração?

Orar, em sua definição mais simples, é dialogar com Deus, falando com Ele através do Seu Santo Espírito. A
confissão de Westminster diz: “A oração é oferta de nossos desejos a Deus, em nome de Cristo, com a ajuda
do seu Espírito”

Esta conversa pode ser direcionada ao Deus triuno ou a uma das pessoas da Santíssima trindade (ao Pai,
ao Filho ou ao Espírito Santo).

Por exemplo, no Pai-nosso a oração é direcionada ao Pai: ―Pai nosso que está nos céus” (Mt 6.9-13).
Estevão, em sua última oração, direcionou-se a Jesus dizendo: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito” (At
7.5960). Judas e Paulo dizem em suas cartas aos crentes que orassem no Espírito Santo (Judas 20, Éf 6.18).

Contudo, o modo mais comum é orarmos ao Pai, em nome de Jesus, com o ajuda do Espírito Santo (Jo
14.13,14;16.23,24; Rm 8.26,27). Orar a qualquer outra criatura é ato abominável de idolatria.

Orar é mais do que falar com Deus. A oração é também ouvir o Senhor falar conosco. Deus se comunica
conosco primeiramente através da Sua Palavra, a Bíblia. O Seu Espírito pode trazer em nossa mente ou criar em
nós um desejo de ler um trecho Bíblico que contenha aquilo que Ele deseja nos falar. Ele pode também falar ao
nosso coração com palavras inaudíveis, mas verdadeiramente reais. Certamente existem outras formas de Deus
falar conosco. É difícil explicar como isto pode acontecer. No entanto, é absolutamente real! É muito importante
reservarmos um tempo em silêncio em nossas orações, esperando que Deus fale ao nosso coração.

2.3 Ajudando você a orar

Todo o crente já alguma vez sentiu dificuldade de orar, seja por causa do sofrimento, da fraqueza, da
desventura, de achar que não sabe orar, de desânimo, da tristeza ou até da falta de fé. Nestas ocasiões o Espírito
Santo, que habita no crente, ajuda e intercede por ele junto a Deus. “Da mesma forma o Espírito nos ajuda em
nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis” (Rm 8.26). Não devemos deixar de orar, mesmo que seja difícil. O Espírito nos ajuda e certamente
intercederá por nós quando estivermos orando. “E aquele que sonda os corações conhece a intenção do
Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus”. (Rm 8.27) 2.4 As
Facetas da oração

Observando as orações descritas na Bíblia, cinco aspectos essenciais são apresentados: o Louvor, a Confissão,
Ação de Graças, a Súplica e a Intercessão. A oração pode conter apenas um destes aspectos ou mesmo, em uma
única conversa com Deus, é possível utilizar todos estes elementos.

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Louvor

Louvar significa elogiar, exaltar, glorificar. É clamar de todo coração, exaltar e honrar a Deus. Embora pareça
ser simples, fazer elogios a Deus, dizer o que Ele é o agrada . Deus é Santo, Todo-Poderoso, Eterno, Majestoso,
Criador, Soberano, Maravilhoso, Glorioso, Sustentador, Deus dos deuses, Reis dos reis, Bendito seja o Seu nome,
Aleluia, etc.

Os anjos de Apocalipse 4.8 repetiam dia e noite sem parar: “Santo, santo, santo é o Senhor, o Deus
todopoderoso, que era, que é e que há de vir” (Veja também os verso 9 a 11; Sl 113.3, 34.1; 150). A oração do
Pai nosso inicia com louvor: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome” (Mt 6.9) A
Confissão

A confissão é sem dúvida a parte mais relutante na oração. É difícil dizer a Deus: Confesso que... Mas a
confissão é um passo essencial para sermos atendidos. O Salmista diz: “Se eu acalentasse o pecado no coração,
o Senhor não me ouviria” Sl 66.18. Um pecado não confessado nos distância e encobre o Seu rosto de nós (Is
59.1,2). O que devemos fazer, portanto, é professar quem Jesus é para nós. “Tu és o Cristo, o Filho do Deus
vivo”, professou Pedro (Mt 16.16). Admitir que erramos, reconhecer que Cristo morreu na cruz por nossos
pecados (1 Pe 2.24) e pedir perdão em nome de Jesus (1 Jo 1.9-2.2) é um passo fundamental em qualquer oração.

Ação de Graças

Agradecer é expressar apreço. É dizer Obrigado. Jesus agradeceu ao Pai quando ressuscitara seu amigo Lázaro:
"Tiraram, pois, a pedra de onde o defunto [Lázaro] jazia. E Jesus, levantando os olhos para cima, disse:
Pai, graças te dou, por me haveres ouvido." (Jo 11:41)

Em nossa ação de graça, devemos agradecer a Deus pelo que Ele é. Além disso, é importante dirigirmos nossos
agradecimentos por tudo que Deus tem feito, seja em nossas vidas ou das pessoas que nos cercam.

Súplica

Súplica é pedir a Deus alguma coisa, é dizer a Ele o que você deseja ou suas preocupações. Um emprego, uma
prova difícil na faculdade, uma difícil decisão a tomar podem ser uma súplica. Nela pedimos o que desejamos ou
precisamos.

Jesus nos incentiva a pedir, buscar e bater:"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual de entre vós é
o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente?
Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus,
dará bens aos que lhe pedirem?" (Mt 7:7-11)

Contudo é importante estarmos conscientes que quando pedimos coisas erradas, por motivos errados ou
aquilo que Deus sabe que fará mal a nós mesmos, não seremos atendidos. Porque Ele não daria pedra ou serpente
aos seus filhos.

“Cobiçais, e nada tendes; matais, e sois invejosos, e nada podeis alcançar; combateis e guerreais, e nada
tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites." (Tg
4.2-3)

Intercessão

Interceder é pedir a Deus que aja na vida de outra pessoa. Um exemplo de interceder é a oração de Jesus em
João 17. Ele diz: “Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por
meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também
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estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste”. (Jo 17.20,21; veja outros exemplos Cl 1.9; Fp
1.19).

A intercessão é um privilégio dos crentes. Deus pode agir em nossas vidas pelas orações de outras pessoas
(Pai, Mãe, irmãos e amigos) que clamam por nós. Não importa qual seja a situação, a distância, porque Deus é
Onisciente e Onipresente. Ele agirá em qualquer lugar do mundo.

A intercessão funciona da seguinte forma:

1. Você pede a Deus que ajude determinada pessoa (Tg 5.16)

2. Deus sabe exatamente qual é a situação por que passa aquele parente e amigo. Ele conhece todo o passado
daquela pessoa; e o que é mais importante, ele conhece todos o futuro. Ele sabe quais as suas necessidades
físicas, espirituais e psicológicos. E há um pensamento muito consolador para você: é que Ele ama o seu amigo
mais que você mesmo o ama (Jr 20.11-14; 139).

3. Deus tem um plano perfeito para a vida do seu amigo. Ele recebe suas orações e reponde de forma perfeita (Tg
5.16-18; Lc 11.9-13).

4. Seu amigo poderia pedir, ele próprio, auxílio a Deus, mas é também muito importante que você interceda
em seu favor (Tg 5.13,14)

5. Deus vai ajudar seu amigo, mas ele precisa aceitar a direção de Deus para ter a vitória espiritual nessa
situação (Éf 1.1-2.22).

2.5 O que significa orar “em nome de Jesus”?

Jesus diz: “E eu farei o que vocês pedirem em meu nome, para que o Pai seja glorificado no Filho. O
que vocês pedirem em meu nome, eu farei” (Jo 14.13,14). Ele também diz que escolheu seus discípulos “a fim
de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome” (Jo 15.16). De modo semelhante, ele diz: “Eu lhes
asseguro que meu Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome [...] Peçam e receberão, para que a alegria
de vocês seja completa” (Jo 16.23,24; cf. Ef 5.20).

Mas o que isso significa?

É claro que isso não significa simplesmente a adição da cláusula ‖em nome de Jesus‖ após cada oração,
porque Jesus não disse: ―Se você pedir alguma coisa e acrescentar as palavras em nome de Jesus‘, após a sua
oração, então eu farei‖. Jesus não está falando meramente a respeito de adicionar certas palavras como se elas
fossem uma espécie de fórmula mágica que daria poder às nossas orações. De fato, nenhuma das orações
registradas na Escritura tem a frase ―em nome de Jesus‖ no final delas (v. Mt 6.9-13; At 1.24,25; 4.24-30; 7.59;
9.13,14; 10. 14 ;Ap 6.10; 22.20).

Vir em nome de alguém significa que outra pessoa nos autorizou a vir com a sua autoridade, não com a
nossa. Quando Pedro ordena ao homem coxo: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande” (At 3.6), ele está
apelando para a autoridade de Jesus, não para a própria autoridade. Quando os membros do Sinédrio perguntaram
aos discípulos: “Com que poder ou em nome de quem vocês fizeram isso?” (At 4.7), eles estavam perguntando:
“Com a autoridade de quem vocês fizeram isso?”. Quando Paulo repreende um espírito imundo “em nome de
Jesus Cristo” (At 16.18), ele torna claro que está fazendo isso com a autoridade de Jesus, não com a sua. Quando
Paulo pronuncia juízo “em nome de nosso Senhor Jesus” (1 Co 5.4) sobre um membro da igreja que é culpado
de imoralidade, está agindo com a autoridade do Senhor Jesus. Orar em nome de Jesus é, portanto, oração feita
com autorização dele com base em sua obra mediadora por nós.

Em sentido mais amplo, o ―nome‖ de uma pessoa no mundo antigo representava a própria pessoa e,
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portanto, tudo de seu caráter. Ter um ―bom nome‖ (Pv 22.1, RA; Ec 7.1) era possuir boa reputação. Assim, o
nome de Jesus representa tudo o que ele é, seu caráter total. Isso significa que orar ―em nome de Jesus‖ não é
somente orar com a sua autoridade, mas também orar de modo que seja condizente com o seu caráter, que
verdadeiramente o represente e reflita sua maneira de viver e sua própria vontade santa. Orar em nome de Jesus
também significa orar de acordo com o seu caráter. Nesse sentido, orar em nome de Jesus se aproxima da idéia de
orar de acordo com a sua ‖vontade‖ (lJo 5.14,15).

Isso significa que é errado acrescentar ―em nome de Jesus‖ no final de nossas orações? Certamente não é
errado, contanto que entendamos o significado dessas palavras e que não é necessário pronunciá-las. Pode haver
algum perigo, contudo, se acrescentamos essa frase a cada oração pública ou particular que fazemos, pois logo ela
se tornará para as pessoas simplesmente a fórmula à qual atribuímos muito pouco significado se a pronunciamos
sem pensar seriamente sobre ela. Ela pode ser vista, ao menos por crentes mais jovens, como uma espécie de
fórmula mágica que torna a oração mais eficaz. Para evitar tal entendimento errôneo, provavelmente seria sábio
decidir não usar essa fórmula muitas vezes e expressar o mesmo pensamento em outras palavras ou simplesmente
na abordagem e atitude que temos para com a oração em geral. Por exemplo, as orações poderiam começar assim:

“Pai, vimos diante de ti na autoridade do Senhor Jesus, teu Filho”

ou “Pai, não vimos com méritos próprios, mas nos méritos de Jesus Cristo, que nos convidou a
comparecer diante de ti...”,

ou “Pai, te agradecemos por perdoares os nossos pecados e dares acesso ao teu trono pela obra de
Jesus Cristo, teu Filho...”.

Em outras ocasiões mesmo esses reconhecimentos formais não devem ser considerados necessários, à
medida que nosso coração perceba continuamente que é nosso Salvador que nos capacita a orar ao Pai. A oração
genuína é conversa com a pessoa a quem conhecemos bem e que nos conhece. Tal conversa genuína entre pessoas
que se conhecem mutuamente nunca depende do uso de certas fórmulas ou palavras exigidas, mas é questão de
sinceridade em nossa linguagem e em nosso coração, uma questão de atitudes corretas e de condição de nosso
espírito.

2.6 Algumas considerações importantes sobre a oração eficaz

A Escritura indica uma gama de considerações que precisam ser levadas em conta se vamos oferecer a espécie de
oração que Deus deseja de nós.

1. Orar de acordo com a vontade de Deus.

João nos diz: “Esta é a confiança que temos ao nos aproximarmos de Deus: se pedirmos alguma coisa de
acordo com a vontade de Deus, ele nos ouvirá. E se sabemos que ele nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos
que temos o que dele pedimos” (lJo 5.14,15). Jesus nos ensina a orar: “seja feita a tua vontade” (Mt 6.10), e ele
próprio nos deu o exemplo, quando no jardim do Getsêmani orou: “... não seja como eu quero, mas sim como tu
queres” (Mt 26.39).

Mas como sabemos qual é a vontade de Deus quando oramos? Se o assunto sobre o qual estamos orando tem o
respaldo de uma passagem da Escritura na qual Deus nos dá uma ordem ou uma declaração direta da sua vontade,
então a resposta a essa pergunta é fácil: sua vontade é que sua Palavra seja obedecida e que seus mandamentos
sejam observados. Devemos buscar a perfeita obediência à vontade moral de Deus na terra, de modo que a
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vontade de Deus possa ser feita “assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Por essa razão, o conhecimento da
Escritura é tremenda ajuda na oração, capacitando-nos a seguir o padrão dos primeiros cristãos, que citavam a
Escritura enquanto oravam (v.At 4.25,26). A leitura e a memorização regular da Escritura durante anos vão
aumentar a profundidade, o poder e a sabedoria das orações do cristão. Jesus nos encoraja a ter suas palavras
dentro de nós enquanto oramos, pois ele diz:

“Se vocês permanecerem em mim,e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e
lhes será concedido” (Jo 15.7). ‗Com respeito à adoração do Espírito Santo, a totalidade da igreja — católicos
romanos, ortodoxos e protestantes — tem unanimemente concordado que ela é apropriada, como afirmado no
Credo Niceno, elaborado em 381 d.C.: ‖E cremos no Espírito Santo, Senhor, Doador da Vida, que procede do Pai
e do Filho,o qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado‖. De modo semelhante, a Confissão de fé
de Westminster diz: ―O culto religioso deve ser prestado a Deus Pai, o Filho e o Espírito Santo — e só a ele; não
deve ser prestado nem aos anjos, nem aos santos, nem a qualquer outra criatura‖ (XXI.2). Muitos hinos em uso há
séculos dão Louvor ao Espírito Santo, tais como o Gloria Patri (―Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito, como era
no princípio, agora e para sempre, por todos os séculos. Amém!‖) ou como a doxologia (―A Deus, supremo
benfeitor, anjos e homens dêem Louvor; a Deus, o Filho, a Deus Pai, e a Deus, Espírito, glória dai. Amém‖). Essa
prática é baseada na convicção de que Deus é digno de adoração, e como o Espírito Santo é plenamente Deus, ele
é digno de adoração. Tais palavras de louvor são uma espécie de oração ao Espírito Santo, e, se elas são
apropriadas, parece não haver razão para pensar que outras espécies de oração ao Espírito Santo não sejam
apropriadas.

Devemos ter grande confiança em que Deus vai responder a nossas orações quando lhe pedirmos algo que está
de acordo com alguma promessa específica ou mandamento da Escritura como esse. Em tais casos, sabemos qual
é a vontade de Deus, porque ele a disse para nós, e simplesmente precisamos orar crendo que ele haverá de
responder.

Contudo, há muitas outras situações na vida em que não sabemos qual é a vontade de Deus. Podemos não
ter certeza de qual ela seja porque nessas situações não se aplica nenhuma promessa ou mandamento da Escritura,
como, por exemplo, se é a vontade de Deus que aceitemos o emprego para o qual nos candidatamos, ou se vamos
ganhar uma competição esportiva da qual participaremos (uma oração comum entre crianças, especialmente), ou
se seremos escolhidos para exercer algum cargo na igreja, e assim por diante. Em todos esses casos, tendo maior
entendimento da Escritura, talvez alcancemos alguns princípios gerais dentro dos quais nossas orações possam ser
feitas. Mas, de qualquer forma, muitas vezes temos de admitir que simplesmente não conhecemos qual é a
vontade de Deus. Em tais casos, devemos procurar por entendimento mais profundo e, assim, orar pelo que parece
melhor para nós, dando as razões ao Senhor pelas quais, em nosso entendimento da situação, estamos orando
dessa maneira. Mas é sempre correto acrescentar, seja explicitamente seja ao menos na atitude de nosso coração:
―No entanto, se eu estiver errado em pedir tal coisa, e se tal coisa não é agradável a ti, então faze como parece
melhor aos teus olhos‖, ou, de modo mais simples, ―se é a tua vontade‖. Algumas vezes Deus lhe dará o que você
pediu. Outras vezes ele nos dará entendimento mais profundo ou uma mudança em nosso coração de modo que
sejamos levados a pedir algo diferente. Em outras ocasiões ele não atenderá ao nosso pedido de forma alguma,
mas simplesmente nos indicará que devemos submeter-nos à sua vontade (v. 2Co 12.9,10).

Alguns cristãos contrapõem que acrescentar a frase ―se é a tua vontade‖ a nossas orações ―destrói a
nossa fé‖. O que realmente acontece é que expressamos incerteza sobre se a oração que fazemos é ou não a
vontade de Deus. Essa incerteza é adequada quando realmente não sabemos qual é a vontade de Deus, mas em
outras ocasiões ela não é apropriada. Por exemplo, pedir a Deus por sabedoria para tomar uma decisão e a seguir
dizer ―se é a tua vontade me dar sabedoria aqui não é apropriado, pois seria declarar que não cremos que Deus
quis dizer o que disse quando nos ordenou que pedíssemos com fé e ele atenderia o nosso pedido (―Se algum de
vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida‖—Tg
1.5).

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2. Ore com fé.

Jesus diz: “Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá” (Mc
11.24). Algumas tradições variam, mas o texto grego realmente diz: ―creiam que já o receberam‖. Jesus está
certamente dizendo que, quando pedimos alguma coisa, a espécie de fé que produz resultados é a certeza
estabelecida de que, na hora em que oramos pedindo algo (ou talvez após termos orado por um período de tempo),
Deus concordou em atender ao nosso pedido específico.

Na comunhão pessoal com Deus que acontece na oração genuína, essa espécie de fé de nossa parte poderia vir
somente à medida que Deus nos dá o senso de certeza de que ele concordou com o nosso pedido. Naturalmente
não podemos ―estimular‖ esse tipo de fé genuína por meio de qualquer espécie de oração frenética ou de grande
esforço emocional para conseguir crer, nem podemos forçar a nós mesmos dizendo palavras que não cremos ser
verdadeiras. Isso é algo que somente Deus tem poder para nos dar e que ele pode ou não nos conceder cada vez
que oramos. Essa fé que causa certeza muitas vezes acontecerá quando pedirmos a Deus por algo e, então,
esperarmos pacientemente pela resposta.

De fato, Hebreus 11.1 nos diz que “a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não
vemos”. A fé sobre a qual a Bíblia fala nunca é uma espécie de pensamento positivo ou uma esperança vaga que
não causa nenhum tipo de fundamento seguro sobre o qual possamos repousar. Ao contrário, ela é confiança em
uma pessoa, o próprio Deus, baseada no fato de que tomamos sua palavra e confiamos no que ele disse. Essa
confiança em Deus ou dependência dele, que possui também elemento de certeza, é a fé genuína sobre a qual a
Bíblia ensina.

3. Obediência.

Desde que a oração ocorre dentro de nosso relacionamento com Deus como pessoa, qualquer coisa em nossa
vida que o desagrade será impedimento à oração. O salmista diz: “Se eu acalentasse o pecado no coração, o
Senhor não me ouviria” (Sl 66.18). Embora o Senhor, por um lado, deteste ―o sacrifício dos Ímpios‖, por outro
lado “a oração do justo o agrada” (Pv 15.8). Lemos novamente que “o SENHOR [...] ouve a oração dos justos”
(Pv 15.29). Mas Deus não está disposto a favorecer os que rejeitam as suas leis: “Se alguém se recusa a ouvir a
lei, até suas orações serão detestáveis” (Pv 28.9).

O apóstolo Pedro cita o salmo 34 para afirmar que “... os olhos do Senhor estão sobre os justos e os seus
ouvidos estão atentos à sua oração, mas o rosto do Senhor volta-se contra os que praticam o mal” (1 Pe 3.12) .
Visto que os versículos anteriores encorajam a boa conduta na vida diária, no falar e no afastar-se do mal para
fazer o que é reto, Pedro está dizendo que Deus ouve prontamente as orações dos que vivem em obediência a ele.
De modo semelhante, Pedro adverte os maridos a viver a vida comum no lar com suas esposas ―de forma que
não sejam interrompidas a suas orações‖ (lPe 3.7). De igual modo, João nos lembra da necessidade de ter a
consciência limpa diante de Deus quando oramos, pois ele diz: “Amados, se o nosso coração não nos condenar,
temos confiança diante de Deus e recebemos dele tudo o que pedimos, porque obedecemos aos seus
mandamentos e fazemos o que lhe agrada” (lJo 3.21,22).

Ora, esse ensino não deve ser entendido de modo errôneo. Não precisamos ser completamente livres do
pecado diante de Deus para ter as nossas orações respondidas. Se Deus somente respondesse às nossas orações
como pessoas sem pecado, então ninguém em toda a Bíblia, exceto Jesus, teria tido qualquer oração respondida.
Quando chegamos diante de Deus por meio de sua graça, nos apresentamos limpos pelo sangue de Cristo (Rm
3.25; 5.9; Ef 2.13; Hb 9.14; lPe 1.2). Todavia, não devemos negligenciar a ênfase bíblica sobre a santidade
pessoal. A oração e a vida santa andam juntas. Há muita expressão de graça na vida cristã, mas o crescimento na
santidade pessoal é também o caminho para a bênção muito maior, e isso é verdade também com respeito à
oração. As passagens citadas ensinam que, no mais não havendo diferenças, a obediência mais exata conduzirá à
eficácia ainda maior na oração (cf. Hb 12.14; Tg 4.3,4).

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4. Confissão de pecados.

Porque a nossa obediência a Deus nunca é perfeita nesta vida, continuamente dependemos do perdão de nossos
pecados. A confissão de pecados é necessária a fim de que Deus nos perdoe no sentido de restaurar diariamente o
seu relacionamento conosco (v. Mt 6.12; lJo 1 .9).Quando oramos, é bom confessarmos todos os pecados
conhecidos ao Senhor e pedir-lhe perdão. Quando esperamos nele, por vezes ele vai trazer à nossa mente outros
pecados que precisam ser confessados.

Com respeito aos pecados dos quais não nos lembramos e dos quais não estamos conscientes, é apropriado fazer a
oração geral de Davi: ―Absolve-me dos [erros] que desconheço‖ (Si 19.12).

Confessar nossos pecados a outros cristãos em quem confiamos pode trazer-nos certeza de perdão e
encorajamento para vencer o pecado. Tiago relaciona a confissão mútua à oração, pois na passagem que discute a
oração eficaz, ele nos encoraja: “... confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para
serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tg 5.16).

5. Perdoando outros.

Jesus diz: “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não
perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas” (Mt 6.14,15). De modo semelhante,
Jesus diz: “E quando estiverem orando, se tiverem alguma coisa contra alguém, perdoem-no, para que também
o Pai celestial lhes perdoe os seus pecados” (Mc 11.25). Nosso Senhor não tem em mente a experiência inicial de
perdão quando somos justificados pela fé, pois isso não diz respeito às orações que fazemos cada dia (Mt
6.12,14,15). Ele está se referindo antes ao relacionamento diário com Deus que precisa ser restaurado quando
pecamos contra ele e o desagradamos.

Visto que a oração supõe o relacionamento com Deus como pessoa, isso não é surpreendente. Se pecamos contra
ele e entristecemos o Espírito Santo (cf. Ef 4.30), e o pecado não foi perdoado, ele interrompe nosso
relacionamento com Deus (cf. Is 59.1,2).Até que o pecado seja perdoado e o relacionamento seja restaurado, a
oração naturalmente será difícil. Além disso, se não temos perdão em nosso coração em relação a alguém, não
estamos agindo de modo agradável a Deus ou útil a nós. Assim, Deus declara (Mt 6.12,14,15) que ele se
distanciará de nós até que tenhamos perdoado os outros.

6. Humildade.

Tiago nos diz que “Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes” (Tg 4.6; tb. 1 Pe 5.5).
Entretanto, ele diz: “Humilhem-se diante do Senhor, e ele os exaltará” (Tg 4. l0).A humildade é, assim, a atitude
certa que se deve ter na oração a Deus, ao passo que o orgulho é totalmente impróprio.

A parábola de Jesus a respeito do fariseu e do publicano ilustra esse princípio. Quando o fariseu levantouse para
orar, foi jactancioso: “Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos,
adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto
ganho” (Lc 18.11,12). O publicano, ao contrário, “nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia:
„Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador”‟ (Lc 18.13). Jesus disse que o publicano “foi para casa
justificado diante de Deus”, mas não o fariseu,”pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será
exaltado” (Lc 18.14). Por meio dessas palavras Jesus condenou os que, ”para disfarçar, fazem longas orações”
(Lc 20.47), e os hipócritas que “gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem
vistos pelos outros” (Mt 6.5).

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Deus é certamente zeloso de sua própria honra. Portanto, ele não se agrada em responder a orações de
orgulhosos que tomam a honra para si mesmos em vez de dá-la a Deus.A verdadeira humildade perante Deus, que
também será refletida em humildade genuína perante os outros, é necessária para a oração eficaz.

2.7. O que dizer a respeito das orações não respondidas?

Devemos começar reconhecendo que, ainda que Deus seja Deus e nós sejamos suas criaturas, deve haver orações
que não são respondidas. Isso é porque Deus não nos revela seus planos sábios para o futuro e, embora as pessoas
orem, muitos eventos não acontecerão até o tempo que Deus tenha decretado.

Os judeus oraram durante séculos pedindo que o Messias viesse, e fizeram bem, mas foi somente “quando
chegou a plenitude do tempo que “Deus enviou seu Filho” (Gl 4.4).A alma dos mártires no céu, livres do
pecado, clamam para que Deus julgue a terra (Ap 6.10), mas Deus não lhes responde imediatamente; ao contrário,
ele lhes diz que esperem ―um pouco mais‖ (Ap 6.11). Fica claro que pode haver longos períodos de espera
durante os quais as orações permanecem sem resposta porque as pessoas que oram não conhecem o tempo próprio
de Deus.

A oração também poderá não ser respondida porque nem sempre sabemos orar como convém (Rm 8.26), nem
sempre oramos de acordo com a vontade de Deus (Tg 4.3) e nem sempre pedimos com fé (Tg 1.6-8). E às vezes
pensamos que uma solução é melhor, mas Deus tem um plano melhor, ainda que seja para cumprir o seu propósito
por meio do sofrimento e das adversidades. Sem dúvida José orou seriamente para ser resgatado do poço e não ser
levado para o cativeiro no Egito (Gn 37.23-36), mas muitos anos mais tarde ele descobriu como em todos esses
eventos Deus tomou o mal planejado e ―o tornou em bem‖ (Gn 50.20).

Quando enfrentamos o problema das orações não respondidas, temos a companhia de Jesus, que orou:
“Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42).
Temos também a companhia de Paulo, que pediu ao Senhor ―três vezes‖ para que o seu espinho na carne fosse
removido, mas isso não aconteceu; ao contrário, o Senhor lhe disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o
meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.8,9). Quando a oração permanece sem resposta, devemos
continuar a confiar em que ―Deus age em todas as coisas para o bem‖ (Rm 8.28) e a lançar nossas preocupações
sobre ele, sabendo que ele continuamente cuida de nós (lPe 5.7). Devemos manter na memória que ele dará força
suficiente para cada dia (Dt 33.25) e que ele prometeu: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” (Hb 13.5; cf.
Rm 8.35-39).

Devemos também continuar a orar. As vezes a resposta longamente esperada pode ser dada de modo
repentino, como aconteceu com Ana após muitos anos esperando um filho (lSm 1.19,20), ou quando Simeão viu
com os próprios olhos o tão esperado Messias vindo ao templo (Lc 2.25-35).
Mas há situações em que as orações permanecem sem resposta pela vida toda. Há casos em que Deus responderá
às orações após a morte do crente. Em outros não, mas, mesmo assim, a fé expressa pelo crente nessas orações e
suas expressões sentidas de amor por Deus e pelas pessoas ainda vão subir como um cheiro agradável diante do
trono de Deus (Ap 5.8; 8.3,4), resultando em “louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado” (1 Pe
1.7).

Conclusão

Louvor e ação de graças a Deus são o elemento essencial da oração. A oração-modelo que Jesus nos deixou
começa com louvor: “Santificado seja o teu nome” (Mt 6.9). Paulo diz aos filipenses: “Não andem ansiosos
por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a
Deus” (Fp 4.6), e aos colossenses: “Dediquem-se à oração, estejam alerta e sejam agradecidos” (Cl 4.2).A ação
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de graças, exatamente como em outro aspecto da oração, não deveria ser a expressão mecânica ―muito obrigado‖
de nossa boca para com Deus, mas a expressão de palavras que refletem a gratidão de nosso coração. Além disso,
nunca devemos pensar que agradecer a Deus pela resposta de alguma coisa que pedimos possa de alguma forma
forçar Deus a nos dar o que pedimos, pois isso transforma o pedido sincero e genuíno em exigência que presume
que podemos fazer Deus executar o que queremos que ele nos faça. Tal espírito em nossas orações realmente nega
a natureza essencial da oração como manifestação de nossa dependência de Deus.

Ao contrário, a espécie de ação de graças que acompanha a oração de modo apropriado deve expressar gratidão a
Deus em todas as circunstâncias, por cada evento da vida que ele permite que nos aconteça. Quando nossa oração
é cheia de humildade, a simples ação de graças a Deus “em todas as circunstâncias” (lTs 5.18), então essa oração
é aceitável a Deus.

Agora vamos ao outro ponto crucial dessa luta contra a carne e os falsos ensinos: O CRISTÃO PRECISA
JEJUAR HOJE? QUAL A LIGAÇÃO DA ORAÇÃO E O JEJUM? EXISTE JEJUM CERTO E O ERRADO?

2.8 JEJUM - UMA BÊNÇÃO OU UM SACRIFÍCIO DESNECESSÁRIO?

Jejum é uma prática muito comum no meio religioso, todas as religiões existentes, cristãs ou não, usam
desta forma de sacrifício para louvar as suas divindades. Mas o que verdadeiramente é o jejum para os cristãos?
Uma simples abstinência de alimentos! Não!

Seria uma abstinência ou abstenção total ou parcial de alimentação em determinados dias, por penitência
ou prescrição religiosa ou médica. (Dicionário Aurélio)

Infelizmente muitos têm olhado para o jejum como um fardo difícil de ser carregado e ignorado o
verdadeiro sentido desta abstinência. Ficam sem alimentar-se por um período levado pelas circunstâncias
(determinação da igreja ou algo semelhante), porém, não conseguem ver a grandeza deste ato de louvor ao
Senhor. Infelizmente resumindo: Passam Fome!

Em Isaias 58.6,7 está escrito: “Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da
impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?
Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres
abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?"
O Senhor está ensinando através de seu profeta, que o jejum deve envolver todo o nosso ser, a vontade é
subjugada, a mente volta-se para Ele. São momentos nos quais devemos fechar a porta para a existência e
abrirnos totalmente para o Senhor. Longe de ser algo mecânico, ou encarado como uma obrigação, no entanto
deve ser um ato que parte de nosso íntimo um reconhecimento da glória do Pai e do prazer em humilhar-se em sua
presença. Este ensino é dado ao povo escolhido desde os tempos dos reis, como uma prática agradável e que
geralmente movia o coração do Senhor. Sua pratica era geralmente em situações difíceis, em que o socorro divino
era indispensável. Veja o exemplo de Davi: “... Jejuou Davi e, ... passou a noite prostrado...” 2Sm 12.16.

Vejamos alguns textos que nos leva a conhecer diversos momentos em que o jejum foi extremamente
necessário. Jl 1.14, 2.12; 2Sm 1.12; Lc 5.33-35; Sl 35.13; Dn 6.18; Et 4.16; At 13.3, 14.23 etc. O jejum era
uma prática comum entre os grandes servos do Senhor, pois sabiam que era uma forma de reabastecer-se, de
renovar as forças para enfrentar as difíceis batalhas que tinham pela frente em seus ministérios e até mesmo na
vida cotidiana. Veja alguns exemplos:

a) Jesus: Mt 4.2;

b) Moisés: Ex 34.28;

c) Elias: 1Rs 19.8;


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d) Paulo: 2 Co 11.27;

e) Cornélio: At 10.30;

f) Ana: Lc 2.37;

g) Davi: 2 m 12.16;

h) Neemias: Ne 1.4;

i) Ester: Et 4.16;

j) Daniel: Dn 9.3. entre outros.

O jejum também era feito coletivamente, praticado simultaneamente pela nação, numa cidade, pela igreja
etc. Leia os exemplos:

 Nação: Israel Jz 20.6, Ed 8.21, Jr 36.9 etc;

 Cidade: Ninivitas Jn 3.5-8;

 Lideres: Apóstolos 2 Co 6.5;

 Igreja: Primeiros Cristãos At 13.2

Apesar de ser uma prática comum no seio da igreja do Senhor, na Bíblia vemos poucos ensinamentos a
respeito de como praticá-lo. Em Mateus 6.16-18 vemos uma recomendação do Mestre em relação ao jejum: “Tu,
porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, Para não pareceres aos homens que jejuas, mas
a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”

Infelizmente este precioso ensinamento dado por Cristo pouco tem sido observado nos dias atuais, nos quais
vive-se muito a aparência. E passar uma imagem de crente praticante deste sacrifico coloca sobre as costas uma
capa de santidade. E o que deveria ser em secreto, torna-se extremamente aparente, à semelhança do Fariseu
que se exaltando dizia a todos: “Jejuo duas vezes por semana...” Lc 18.12

Nestes dias apocalípticos, a simplicidade da palavra já não tem lugar e muitos têm tentado explicar o
inexplicável, e neste afã, inventaram diversas normas para a prática do jejum. E cada Pastor, impõe as suas
ovelhas formas predefinidas e até absurdas para sacrificar ao Senhor. A palavra, porém, aponta para a
voluntariedade é um pacto entre a pessoa e Deus; que nasce no coração, com o desejo de agradar ao Mestre. É
uma forma de nos humilharmos em sua presença, clamando pela sua misericórdia ou demonstrando a nossa
gratidão pelo seu amor.

Ditar normas e formas de sacrificar ao Senhor é colocar fardos pesados sobre as pessoas e muitos são
induzidos ao erro. E isto é andar em sentido contrário, pois Cristo veio tirar os fardos pesados difíceis de serem
carregados, no entanto, muitos chamados homens de Deus, fazem questão de colocá-los sobre os ombros das
ovelhas. O que deveria verdadeiramente ser ensinado e cobrado pelos pastores era a condição única de
santificarse, deixando o pecado e de voluntariamente chegar-se diante do Pai e fazer um pacto de sacrifício.

Na prática do Jejum é indispensável:

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A) Leitura da Palavra - Meditar nos ensinamentos, vivenciá-los

B) Oração - Jejum sem oração, não é jejum! Deve-se esta em oração constante!

C) Estar em Espírito - É viver com a mente voltada para os céus, ligado nas coisas espirituais. É uma
condição de vida para todos os Servos do Senhor, em tempos de jejum ou não. “ Os sacrifícios para Deus são
o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” Sl 51.17
Quanto à forma de jejuar, esta depende do mover do Espírito Santo ou de sua própria opção, cito alguns
exemplos:

a) Ficar por um período sem alimentar-se: 12, 24 ou mais horas.


b) Excluir da alimentação por um período pré-estabelecido algum item.
Exemplo: Carne, refrigerantes, doces, etc.
c) Não se alimentar com produtos fermentados.
d) Alimentar-se só com raízes.
e) Alimentar-se apenas com líquidos por um tempo determinado.
f) Faça segundo o teu coração com o objetivo principal de honrar ao Senhor.

No Jejum, temos que afrontar a carne, lutar contra ela, humilhá-la, ir contra nossa própria vontade.
Portanto é inconcebível que alguém venha oferecer um sacrifício que não vá doer na carne. Por exemplo: Querer
excluir da alimentação o refrigerante por um período, quando normalmente você bebe esporadicamente.
Certamente será em vão! É Preciso ir contra a carne! Afrontá-la!

“Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que
come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e o que não come, para o SENHOR não come, e dá
graças a Deus. Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o
Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do
Senhor. Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos
mortos, como dos vivos.” Rm 14.6-9

E assim deve ser o nosso viver, tudo quanto façamos, que seja feito no Senhor. Consulte mais sobre jejum, veja os
textos: 1Rs 21.9; 2 Cr 20.3; Ed 8.21; Sl 35.13, 69.10; Jr 36.6; Dn 6.18, 9.3; Jl 1.14, 2.15; Jn 3.5; Zc 8.19; Mt
15.32, 17.21; Mc 8.3; Lc 2.37; At 14.23, 27.9; 2 Co 6.5, 11.27

Há diferentes jejuns:

JEJUM RITUAL: praticado regularmente, com objetivos ritualísticos, característica da lei e prática
judaica e de outras religiões: Lv 16.29-31.

JEJUM ESPONTÂNEO: sempre acompanhado de orações, tendo somente objetivos especiais. É


sempre secreto: Mt 6.18. Na Bíblia, o jejum espontâneo tem os seguintes objetivos:

1) honrar a Deus: Is 58.3-7, Mt 6.18

2) humilhar-se perante os juízos divinos: Sl 35.13, 2 Sm 12.16, Ne 9.1-3, Jl 2.12 3) como período

de preparação para as batalhas espirituais: Mt 4.1-3, 17.21.

CARACTERÍSTICAS DO JEJUM BÍBLICO ESPONTÂNEO:

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1) Quebrantamento: Sl 69.10, Ne 9.1

2) Reservado e secreto: Mt 6.18

3) Com um (ou mais) dos 3 objetivos: honrar a Deus, humilhar-se e preparar-se

4) Sempre acompanhado de orações: Sl 35.13, At 13.3

QUAL O PERÍODO DO JEJUM ?

Indeterminado, podendo ser por um pequeno período. O que importa não é sua extensão, mas suas características
bíblicas. Exemplo: Dn 9.3-19.

PORQUE O JEJUM É SECRETO ?

Para evitar qualquer orgulho e hipocrisia. O fariseu deu mau exemplo, ao declara em público seu jejum: Lc
18.914.

PODE-SE BEBER DURANTE O JEJUM ?

É necessário, para evitar desidratação. A maioria dos jejuns bíblicos era somente de alimento. O jejum de Jesus no
deserto foi somente de alimento: Mt 4.2 (―teve fome‖, não se menciona a sede).

O JEJUM É SÓ DE ALIMENTO?

Não. Recomenda-se abster-se de televisão, relações conjugais e outras distrações. É preferível um pequeno
período de jejum completo do que um grande período cheio de ―atividades‖, sem alimentação.

TODO CRISTÃO DEVE FAZER JEJUM?

Não. Somente aqueles que tiverem condições físicas para isto. Jejuar não é obrigação, mas um recurso espiritual.
Observe que Jesus não jejuava sempre: Mt 9.14-15, Lc 5.33-35.

3. UNIDADE III - O cristão e o ministério

INTRODUÇÃO: Os que professam o cristianismo sabem que a Bíblia fala de ministério em várias passagens
bíblicas. Encontramos na bíblia mandamentos morais, cerimoniais e também miistériais. Isto irá englobar: o que
fazer? Como fazer? Onde e para que fazer? Exemplos: Uma ordem de Cristo: ―o que temos de fazer". Exemplos:
"Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo" (Gálatas 6.2); "Vos ameis uns aos outros"
(João 13.34); "Orai uns pelos outros" (Tiago 5:16). Outros exemplos: dizimar, ofertar, orar por cura, acolher,
ajudar, testemunhar, evangelizar, ter fé, santificar-se, etc.

Se fizermos uma pesquisa em todas as igrejas do Brasil, acredito que as perguntas mais freqüentes nesta
área seriam estas: O QUE É UM DOM? O QUE É TALENTO? O QUE É MINISTÉRIO? TODO CRENTE TEM
UM DOM, TALENTO E MINISTÉRIO? COMO SABER OU DESCOBRIR O MEU DOM? HÁ DIFERENÇA
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ENTRE FRUTO DO ESPÍRITO E DOM DO ESPÍRITO? Vamos, então, para algumas definições:

3.1 Conceitos Fundamentais

Bem sabemos que há diferença entre: dons espirituais, talentos naturais, responsabilidade cristãs e fruto do
Espírito Santo. Vamos ver mais detalhes:

Dons espirituais

Uma capacidade espiritual: ―o que devemos fazer". Exemplos: socorro, ensino, governo, misericórdia. É uma
capacidade especial que Deus concede aos membros do corpo de Cristo que os capacita a desenvolver uma certa
tarefa, tomar certa postura, falar, etc.

Talentos naturais

Uma capacidade natural, habilidades naturais: ―o que temos facilidade em fazer". Exemplos: cantar, tocar,
escrever, pintar quadros, cozinhar, costurar, praticar esportes, enfim, coisas que você pode fazer sendo ou não um
cristão.

Fruto do Espírito

O resultado da presença do Senhor na vida do crente: ―não o que faço, mas como faço". Exemplos: amor,
alegria, paz, etc. (Gálatas 5.22-23).

3.2 Receber ou buscar os dons

Alguns defendem a idéia que, (A) ao aceitar Jesus, a pessoa recebe todos os dons espirituais, que só se revelam à
medida da necessidade da própria pessoa ou da igreja em que ela está inserida. (B) Outros acreditam que Deus
pode dar qualquer dom a qualquer um, a qualquer momento, basta haver a necessidade, pessoal ou coletiva (na
igreja). (C) Outros ainda afirmam que você pode vir a ter qualquer dom, basta buscá-lo com dedicação (1
Coríntios 12.31; 14.1). Finalmente, (D) outros crêem que o dom é somente um presente do Espírito Santo, Ele dá
o que quer, quando quer, da forma que quiser, para quem Ele quiser.

É uma discussão rica, com exceção da primeira idéia, todas têm um fundo de verdade, estão corretas, cada
uma com uma perspectiva diferente do mesmo assunto. Temos que entender que Deus pode nos dar novos dons,
temos que estar instruídos e preparados para isto.

3.3 Descrevendo E Detalhando Os Dons Espirituais

Quantos são os dons espirituais?

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A grande maioria dos dons espirituais mencionados na Bíblia encontra-se em três capítulos principais: Rm 12, 1
Co. 12 e Ef 4. Há ainda outros textos importantes, cujas informações preenchem outros importantes detalhes: 1
Co. 13-14, 1 Pe. 4, 1 Co. 7 e Ef 3. Começaremos a reunir a lista fundamental, usando os três capítulos básicos.
As palavras entre parênteses são traduções variantes de uma mesma palavra grega.

Romanos 12 menciona os seguintes dons espirituais:

1) Profecia (pregação, declaração inspirada);

2) Serviço (ministério);

3) Ensino (comunicação de princípios bíblicos);

4) Exortação (estímulo à fé, encorajamento);

6) Liderança (autoridade, governo, administração);

7) Misericórdia (simpatia, consolo, bondade);

1 Coríntios 12 adiciona:

8) Sabedoria (conselho sábio, palavra sábia);

9) Conhecimento (falar com propriedade);

10) Fé (crer na intervenção divina);

11) Cura (sarar mágoas e doenças físicas);

12) Milagres (realização de grandes feitos);

13) Discernimento de espíritos (percepção espiritual);

14) Línguas (falar em línguas nunca aprendidas);

15) Interpretação de línguas (tradução compreensiva);

16) Apóstolo;

17) Socorro;

18) Administração (governo, presidência, liderança);

Efésios 4 adiciona:

19) Evangelista (missionário, pregador da salvação em Cristo);

20) Pastor (ministrar ao povo de Deus);

Estas três listas básicas fornecem-nos vinte dons espirituais distintos. Uma coisa torna-se evidente de imediato –
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nenhuma dessas listas é completa. Há dons mencionados em Efésios que também são mencionados em Romanos;
e alguns dos dons mencionados em Romanos são mencionados em I Coríntios; e alguns dos dons mencionados
em I Coríntios são mencionados em Efésios. Ao que tudo indica, esses catálogos não tencionam ser listas
completas dos dons que Deus confere. E poderíamos concluir que, não sendo completas nenhuma dessas três
listas em si mesmas, provavelmente todas elas juntas também não o são. A própria Bíblia confirma ser essa uma
conclusão correta. Há pelo menos outros cinco dons mencionados no NT:

21) Celibato (continência, abstinência sexual);


22) Pobreza voluntária (desprendimento material);
23) Martírio (submissão ao sofrimento);
24) Hospitalidade (alegria em receber pessoas);
25) Missões (amor dedicado a outras culturas);

Até aqui mencionamos 25 dons espirituais, somando as três listas incompletas e acrescentando
outros cinco dons. Peter Wagner acrescenta ainda outros dois dons:

26) Intercessão (oração, súplicas e louvor);


27) Libertação (batalha espiritual);

Há autores que alistam ainda mais dons! Christian A. Schwarz apresenta uma lista com 30 dons,
acrescentando três aos já alistados:

28) Criatividade Artística; 29) Habilidade Manual; 30) Música.

3.4 Todo cristão tem dom ou só alguns privilegiados?

Tratando-se de dons na Bíblia, as palavras mais usadas no grego são duas:

CHARISMATA – (Manifestações específicas de charis ―graça‖, 1 Cor 12.1)

PNEUMÁTIKA – (Demonstrações específicas do ministério do Espírito Santo de Deus, que é o pneuma de


Deus, 1 Cor 12.4) Ler (1 Cor 12.1-8)

Vejamos três verdades práticas sobre os dons:

1. É uma habilidade para expressar, celebrar, demonstrar e comunicar Cristo de um modo que edifique e
fortaleça a fé em outros cristãos e faça a igreja (o corpo) crescer.

2. Podem ser classificados em dois grupos: HABILIDADES PARA FALAR - (profecia, ensino, exortação)
HABILIDADES PARA PRESTAR AJUDA (AUXÍLIO) – (Serviço, direção, demonstração de
misericórdia...) Rm 12: 6-8)

3. Não há cristão verdadeiro que não tenha algum dom ou ministério. (1 Cor 12.7; Ef 4.7)

3.5 Como fazer para descobrir seu dom?

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Nas existe regras perfeitas para descobrir dons. Sabemos até que há livros que ensinam, de forma
―exaustiva‖ algumas vezes, como chegar ao seu dom ou ministério através de exercícios apresentados no livro
como um psicoteste. Não indo ao extremo de que estão totalmente certo ou errado, podemos apenas apresentar
alguns passos que podem levar a algumas descobertas na vida ministerial:

1º passo – Explore as possibilidades


2º passo – Experimente os dons
3º passo – Examine seus sentimentos
4° passo - Avalie a sua eficiência
5° passo – Espere confirmação (Deus, Palavra, Igreja)

Vale salientar que tais tentativas podem ser ser eficientes na prática de sua vida, pois a forma de Deus agir
e mostrar algo a cada um de nós pode-se procede variadamente, isto chama-se: O MODUS OPERANDIS DE
DEUS.

CONCLUSÃO:

Os dons espirituais nos capacitam para o tipo de ministério para o qual Deus tem nos chamado. Os dons
espirituais estão, inegavelmente, ligados à questão de ministério. Quem tem sucesso e satisfação em cumprir um
ministério, muito provavelmente foi dotado por Deus para aquele ministério. E mais: os demais irmãos da igreja
vão reconhecer se alguém é capacitado por Deus para um ministério, isto é, se tem um dom espiritual. Se quiser
saber qual a vocação de Deus para a sua vida, comece a servi-Lo em sua igreja e ganhe uma experiência ampla de
serviço que Deus lhe indicará qual é a vocação dele para sua vida.

Os dons e qualidades naturais são indispensáveis ao serviço de Cristo. Ninguém fará obra alguma, para a
qual não tenha aptidão. Os desajeitados, incapacitados, não poderão prosseguir, ainda que o queiram. No serviço
de Cristo não depende primariamente dos dons naturais do homem, mas não foge à regra. Os dons são dádivas de
Deus e Ele sabe e pode preparar um servo com as qualidades que o farão hábil e eficiente no desempenho da
tarefa de que for incumbido.

ANEXO: REFLEXÃO: QUEM É VOCÊ NO CORPO DE CRISTO?

No corpo de Cristo também tem cabeça, tronco e membros. Tem unhas, pelos e poros. Tem glândulas,
cartilagens, tecidos e ossos. Entre eles estamos nós.

Tem membro que sempre aparece. Está na cara o tempo todo. Tem o olho, a boca, o nariz. Tens uns que
só faz realçar, como as sobrancelhas, os ―cilios‖, o bigode. Tem casal que é como os dois furos do nariz, tão
úteis, que é por ele que o corpo respira. Tem grupo tão especial pra igreja que é como a menina dos olhos.

Tem grupo que é uma coluna vertebral, quando um membro desse grupo se desajusta ou se quebra,
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imobiliza todo o corpo ou parte dele. Tem uns que são "braço forte" e não param. Outros são "mão amiga" que
sempre podemos contar. Tem até aquele dedinho que vai lá no ouvido quando a ―cera‖ quer atrapalhar. Sem falar
da unha que sempre socorre a pele quando vem a coceira.

Tem membro que nos sustenta a vida toda. Está na sola do pé o tempo todo. Vive em contato com o solo,
passa frio e calor, é ferido e ameaçado, todos os dias, por amor ao corpo, mas não deixa de cumprir o seu papel.
Alegro-me de membros como as pernas. São eles quem dão o pique, o ritmo e botam o corpo pra frente.

Ah, são tantos os membros importantes. Talvez pela utilidade ou responsabilidade. Talvez por ser só um;
Ou tão pequeno e frágil, quem sabe?!

Membros superiores e inferiores, pequenos e grandes, de trás e frontais. Membros eleitos, úteis e
sagrados. Uma maravilhosa obra de arte do Criador!

Você pode não ser uma glândula raríssima, nem um osso da coluna vertebral, todavia, mesmo que sejas
um dos pequenos poros, és privilegiado por ser membro do corpo de Cristo.

Autoria: Gildelânio da Silva (Bacharel em Teologia)

BLOG: www.projeto-mobilizacao.blogspot.com

MSN: gildelanio@hotmail.com

4. UNIDADE IV - O cristão e a família

INTRODUÇÃO: A família é a mais antiga e a mais básica das instituições humanas. tanto na cultura israelita do
Antigo Testamento como na cultura helênica do Novo Testamento, a estrutura da família podia constituir em pais
e filhos, parentes de várias gerações, servos e, mesmo, amigos, dependendo dos recursos econômicos do chefe da
família. A Bíblia acentua sua importância como uma unidade espiritual e base do treinamento para o caráter
adulto maduro.

A Bíblia descreve uma clara estrutura da autoridade dentro da família, pela qual o marido conduz a esposa
e os pais conduzem os filhos. Porém, como toda liderança deve ser exercida como uma forma de ministério, ao
invés de uma tirania, assim esses papéis de liderança domestica devem ser cumpridos em amor (Ef 5.22-6.4; Cl
3.18-21; 1 Pe 3.1-7). O quarto mandamento exige que o chefe de família conduza toda a sua família na
observância do sábado, o quinto mandamento exige que os filhos respeitem os pais e se submetam a eles (Êx
20.8-12; Ef 6.1-3). Jesus mesmo deu exemplo disso quando criança (Lc 2.51). Mais tarde, ele se opôs ferozmente
a supostos gestos de piedade que, na realidade, eram formas de evitar a responsabilidade para com os pais (Mc
7+6-13), e seu último ato, antes de morrer, consistiu em tomar providência quanto ao futuro de sua mãe (Jo 19.25-
27).

A família deve ser uma comunidade de ensino e aprendizado a respeito de Deus e da piedade. As crianças
devem ser instruídas (Gn 18.18-19; Dt 4.9; 6.6-8; 11.18-21; Pv 22.6; Ef 6.4) e encorajadas a usar essas instruções
como base para sua vida (Pv 1.8; 6.20). A disciplina deve ser usada como forma de treinamento corretivo para

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conduzir as crianças para além de tolice pueris, à sabedoria do domínio próprio (Pv 3.11-12; Hb 12.5-11), assim
também deve ser na família humana.

A família foi instituída para funcionar como unidade espiritual. A Páscoa, no Antigo Testamento, era uma
cerimônia da família (Êx 12.3). Josué estabeleceu um exemplo quando disse: "Eu e a minha casa serviremos ao
Senhor" (Js 24.15). As famílias se tornaram às unidades de dedicação cristã nos tempos do Novo Testamento (At
11.14; 16.15,31-33; 1 Co 1.16). A aptidão dos candidatos a oficiais, na Igreja, era avaliada verificando se eles
governavam bem a própria família (1 Tm 3.4-5,12; tt 1.6). Desenvolver uma vida familiar forte é sempre uma
prioridade no serviço de Deus.

4.1 O Lar Segundo O Coração De Deus

Embora o casamento tenha sido produzido no céu, o sucesso dele depende de nós, aqui na terra. É
necessário um grande esforço por parte do marido e da esposa para que se possa apreciar o total potencial de
felicidade contidos nos laços do matrimônio. Ambos devem estar conscientes de seu relacionamento diante de
Deus, e desejosos de realizar aquilo que Deus quer que façam. Quando cada conjugue se mantém submisso a Seu
plano, através do diligente esforço e cooperação mútua, o casamento pode trazer um pouquinho do céu na terra.
Reconhecendo a responsabilidade existente tanto na esposa quanto no esposo, estudaremos hoje a parte
que nos compete neste assunto. Falaremos o que nós mulheres podemos fazer para transformar nossa casa, em um
verdadeiro lar, conforme o desejo de nossa Pai Celestial.

Submissão da mulher

Efésios 5:22-24, nos diz: "Vós, mulheres, sujeitai-vos ( submissão), a vossos maridos, como ao Senhor;
Porque o marido é a cabeça, como também Cristo é a cabeça da Igreja, sendo Ele próprio o salvador do corpo.
De sorte que, assim como a Igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a
seus maridos."

I Coríntios 11:3, nos diz: "Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a
cabeça de toda mulher e Deus a cabeça de Cristo. "

A palavra "cabeça" , que aparece nos dois versículos acima, certamente não transmite qualquer idéia de
superioridade do homem sobre a mulher em qualidade pessoal, ser, ou natureza moral. Também não ensina que o
homem seja superior à mulher como pessoa aos olhos de Deus. Pelo contrário, o foco da passagem está na função,
dizendo respeito aos papéis no relacionamento entre homem e mulher; não indicando superioridade ou
inferioridade. Se fosse assim quando o apóstolo Paulo disse que o cabeça de Cristo é Deus, estaria dizendo que
Deus é superior a Cristo; o que sabemos não ser verdade. Eles são um, como vemos em João 10:30. A liderança de
um homem sobre uma mulher na Bíblia tem relação com a autoridade funcional. Como necessidade prática para a
disposição bem sucedida das questões humanas. O Senhor ordenou que a mulher seja submissa à autoridade do
marido.

Dentre outras razões, em I Timóteo 2:13-14, vemos um exemplo pela qual Deus deu tal ordem: "Porque
primeiro foi formado Adão e depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher sendo enganada, caiu em
transgressão." ( I Timóteo 2:13-14)

O homem foi criado primeiro, depois a mulher. Como ser humano original, a ele foi outorgada a posição
de liderança . Assim também foi Eva engana, e não Adão. Porém Eva estava, e portanto a mulher está, sob a
autoridade do homem, e ambos sob autoridade de Deus.
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Veja I Coríntios 11:11-12: " Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem no
Senhor. Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem
de Deus."

A ordem funcional existente entre marido e esposa tem um belo exemplo no relacionamento de Cristo
com o Pai. Jesus disse: "o Pai é maior do que eu" (João 14:28). Ele também declarou: "Eu e o Pai somos um"
(João 10:30). Mesmo que a esposa seja submissa ao marido, os dois são, todavia, "uma só carne".

O apóstolo Paulo indicou em Efésios 5:22, que esposas, ao se submeterem a seus maridos, devem fazê-lo
"como ao Senhor"; como sendo um ato de obediência ao próprio Senhor. A esposa deve ver a submissão sob esta
luz, pois desta maneira fica muito mais fácil para ela realizar o que é correto. Quando você perceber que está se
sujeitando a seu marido "como ao Senhor", isto faz toda a diferença do mundo.

Assim como a Igreja deve estar em submissão ao Senhor, sua cabeça, as Escrituras ordenam que a esposa
admita a liderança e submeta-se à autoridade do marido. Ela deve reconhecer sua liderança. Não é necessário que
isso se torne um problema. Absolutamente. Na verdade, fica fácil quando o marido faz a sua parte seguindo o
exemplo dado em Efésios 5:25, amando sua esposa "como Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela".
Se o marido zelar e dar-se pela esposa como Cristo o fez, de maneira sacrificial e abnegada, ela não precisará ter
qualquer receio em colocar-se em submissão a ele. Pelo contrário, terá a maior alegria em aceitar o papel
designado a ela por Deus. Se ambos, marido e esposa, reconheceram e aceitarem a ordem divina, formaram um lar
de transbordante alegria, agradável ao Senhor. O marido aceitará e assegurará uma autoridade com amor e a
esposa se submeterá alegremente, conforme o intuito de Deus.

Veja o que Deus diz aos maridos: "Igualmente vós, maridos, coabitai com elas com entendimento, dando
honra à mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida; para que não sejam
impedidas as vossas orações." (I Pedro 3:7)

Comprometimento Para A Vida Toda

Do dia do casamento em diante, na verdade, muito antes dele acontecer, o noivo e a noiva devem ter plena
consciência da permanência dos laços do casamento. Devem ambos desejar honrar as exigências de um
relacionamento para a vida toda. O próprio Senhor Jesus ensinou isso em Marcos 10:6-9, onde diz: "Porém,
desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso, deixará o homem a seu pai e sua mãe, e
unir-se-á a sua mulher; E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne. Portanto,
o que Deus ajuntou não o separe o homem." (Marcos 10:6-9)

O próprio fato do casamento trazer este compromisso exige que façamos o melhor possível para fazê-lo
funcionar bem e assegurar felicidade e satisfação plena aos envolvidos. Seria um tremendo desperdício duas
pessoas passarem pela vida num relacionamento sem amor! Simplesmente tolerar um ao outro, conviver apenas
por causa dos filhos não foi o que Deus pretendeu para o casamento. Ele não foi originado como penalidade, ou
como alguns o vêem, uma "sentença de vida". É para toda a vida, com certeza, mas é algo para se aproveitar, não
"suportar". Um casamento bem sucedido não acontece simplesmente. Ele exige uma devoção abnegada tanto por
parte do marido como da esposa.

Nunca se esqueça de que nenhuma esposa deve estar tão ocupada ou interessada em sua vida social
(trabalho, filhos, nem mesmo a igreja) que falhe em manter sua casa arrumada e limpa, em demonstrar interesse
no trabalho do marido ou em ser amável e afetuosa. A esposa que muda de planos para atender ao marido está
fazendo sua parte no "adocicar" do relacionamento. Sim, os casamentos são instituídos no céu, mas o trabalho de
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manutenção deles depende de nós!

Disciplina Financeira

O marido e a esposa deve exercer uma mútua autodisciplina na área financeira. Devem ser abertos e
honestos ao analisarem suas necessidades e vontades; discutindo calma e livremente as despesas propostas.
Devem evitar pressionar indevidamente um ao outro insistindo em aquisições desnecessárias que irão levá-los ao
sofrimento. Sobretudo, orem sinceramente e peçam orientação e direção do Senhor.

Assim, tendo isso em mente, peça a Deus que os ajude a demonstrar um controle apropriado na área de
finanças da família. Lembre-se, como Jesus nos disse, "... a vida de um homem não consiste na abundância dos
bens que ele possui" (Lucas 12:15). Tenha cuidado em obedecer a admoestação bíblica de "...contentai-vos com
as coisas que tendes." (Hebreus 13:5)

Seu Comportamento

"Semelhantemente, vós mulheres, sede sujeitas aos vossos próprios maridos; para que também, se alguns não
obedecem à palavra; Pelo porte de suas mulheres sejam ganhos sem palavras. O enfeite dela não seja exterior,
no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no
coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus." (I Pedro
3:1,3,4).

O apóstolo Pedro, não estava dizendo que a mulher não deva se arrumar, cuidar de si, mas o ponto mais
importante do que a atraente aparência física, exterior da esposa é a sua beleza espiritual interior. Esta deve ser a
coroa da atração e não deve ser ofuscada por adornos externos.
A qualidade interior da alma deve ser o adorno da mulher cristã, mais do que a beleza exterior física ou
material. Sua característica marcante deve ser sua natureza interior. Sua beleza física, mesmo que muito atraente,
deve tornar-se opaca quando comparada a sua beleza espiritual.

Comunicação

É de suma importância a comunicação em seu lar. Começando pelos eventos do dia-a-dia. Depois
passando para seus sentimentos. Essa é a área do compartilhar. É a hora em que o marido e ou a esposa ousam se
abrir, como a ninguém mais, na expressão de suas emoções: seus temores, suas alegrias, suas fraquezas e
necessidades. Nesse ponto a confiança é de suma importância. Cada um deve ter a confiança do sigilo em relação
ao que é falado. Também deve ter certeza de que haverá interesse genuíno, consideração e uma reação
compreensiva ao que dirão um ao outro.

Infelizmente, por mais que lutamos contra isso, virão os tempos de conflitos, e o que fazer ? Ou, como
agir ? Sábios são os casais que conseguem discutir seus problemas de maneira calma, controlada e aberta. A
conservação de um bom casamento, entretanto, requer uma discussão razoável e de mente aberta sobre as
diferenças, disposição em ser o menos importante, e desejo de fazer concessões em amor. Através da comunicação
inteligente e do respeito pelas convicções e sentimentos da outra pessoa, o problema pode ser livremente discutido
e resolvido, se é que havia um !!!!!

Nós devemos reconhecer a igualdade para a mulher, não só em sua criação e salvação, mas também em
sua responsabilidade em obedecer a Deus. Ambos, homem e mulher, tem a responsabilidade de fazer a vontade do
Senhor, e ambos sofrem as conseqüências de Seu julgamento pela falha em não fazê-lo.
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Nunca se esqueça que ao homem foi dada a posição central, à nós a posição de suporte. Dele era, e é, a
necessidade; nossa é o chamado para suprir essa necessidade. Nós somos as companheiras e auxiliadoras de
nossos maridos. E juntos devemos honrar e obedecer ao Senhor.

4.2 O Matrimônio

Gn 2.24; Mt 19.1-9; 1 Co 7; Ef 5.21-33; 1 Ts 4.3-8; Hb 13.4

"Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher,

e serão ambos uma carne." Gn 2.24

A instituição do matrimônio foi ordenada e instituída por Deus na Criação. Cristo santificou o matrimônio
por meio da sua presença nas bodas de Caná e por meio das instruções que deu via apóstolos no Novo
Testamento. A maioria das cerimônias de casamento atuais reflete isso e reconhece a origem divina do
matrimônio. O que freqüentemente é ignorado ou negligenciado nos contratos modernos é que o matrimônio é
regulamentado pelos mandamentos de Deus. A lei de Deus circunscreve o significado e a legitimidade do
matrimônio.

O matrimônio deve ser um relacionamento exclusivo entre um homem e uma mulher, em que ambos se
tornam "uma só carne", unindo-se física, emocional, intelectual e espiritualmente, Tal união deve durar por toda a
vida. A união é assegurada por um voto e uma aliança sagrados, consumados por meio da união física. A Bíblia
menciona apenas duas circunstâncias sob as quais o contrato pode ser dissolvido - infidelidade e abandono.

A infidelidade é proibida no relacionamento do matrimônio. A instituição do matrimônio foi criada por


Deus para que o homem e a mulher pudessem se completar mutuamente e participar na obra criativa da
procriação. A união física necessária para a procriação tem também uma importância espiritual. Aponta adiante e
lustra a união espiritual entre o marido e a esposa. Paulo usa esta união para simbolizar o relacionamento entre
Cristo e sua Igreja, da mesma maneira que o Antigo Testamento descreve a aliança entre Deus e Israel por meio
do relacionamento do matrimônio. Fidelidade, cuidado e apoio mútuos devem ser a base do relacionamento
conjugal. Atos de infidelidade quebram a aliança e permitem que a parte lesada peça divórcio.

Além disso, Paulo em 1 Coríntios 7.12-16 diz que, se um cônjuge crente é abandonado, ele não é obrigado
a manter a aliança do matrimônio. O abandono, assim como a infidelidades, é uma violação fundamental do
desígnio de Deus para o matrimônio.

O matrimônio foi instituído na Criação. Uma pessoa não precisa ser cristã para receber a graça comum da
instituição. Embora todo homem e toda mulher possam casar-se, o cristão é exortado a casar-se somente "no
Senhor". A Bíblia proíbe claramente que cristãos se casem com não cristãos.

Na hierarquia do matrimônio, o esposo é chamado a "cabeça" da esposa. A esposa é exortada a submeterse


ao esposo como ao Senhor. O esposo é exortado a amar sua esposa e a dedicar-se a ela sacrificialmente, assim
como Cristo amou sua noiva, a Igreja, e sacrificou-se por ela.

RESUMO
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1. O matrimônio foi instituído por Deus e é regulamentado por ele.

2. O matrimônio deve ser monogâmico.

3. A união física permitida e ordenada no casamento reflete a união espiritual do esposo e a esposa.

4. O matrimônio é usado figurativamente na Bíblia para ilustrar o relacionamento entre Cristo e a Igreja.

5. O matrimônio, sendo instituído na criação, é concedido a todo ser humano. A igreja reconhece o matrimônio
civil. Os cristãos, entretanto, são exortados a casar-se "no Senhor".

6. Deus ordena a estrutura da união matrimonial. Cada cônjuge tem mandamento específico de Deus para
obedecer.

Autor: R. C. Sproul - Fonte: 3º Caderno Verdades Essenciais da Fé Cristã – R.C.Sproul. Editora Cultura Cristã.

4.3 O Divórcio

Mt 5.31,32; Mt 19.3-9; Rm 7.1-3; 1 Co 7.10-16

Esta questão tem se tornado urgente numa sociedade na qual o índice de divórcio cresce sustadoramente.
Devido à proliferação radical dos casos e os problemas legais e familiares que provocam, a lei tem procurado
facilitar o processo, proporcionando a opção do divórcio sem justa causa. Assim, fica cada vez mais fácil obter-se
o divórcio e o problema da multiplicação dos casos fica ainda mais exacerbado.

A Bíblia não e tão superficial quanto ao divórcio. O ensino de Jesus sobre o assunto foi ministrado no
contexto de um debate entre escolas rabínicas do primeiro século. Havia um desacordo entre os liberais e os
conservadores sobre a legitimidade do divórcio. Jesus foi confrontado com o assunto:

Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: É lícito ao homem repudiar sua
mulher por qualquer motivo? Ele, porém, respondendo, disse-lhes: Não tendes lido que aquele que os fez no
princípio macho e fêmea os fez, E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e
serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o
separe o homem. (Mt 19.3-6)

Notamos que quando os fariseus perguntaram a Jesus sobre a lei liberal do divórcio, ele imediatamente
levou-os de volta às Escrituras e à instituição original do matrimônio feita por Deus. Enfatizou que o matrimônio
deveria durar por toda a vida. Mostrou que a união do homem e da mulher numa só carne não pode ser dissolvida
por decretos humanos. Somente Deus tem autoridade para determinar as bases da dissolução do matrimônio. O
debate prosseguiu:

Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Disse-lhes
ele: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio
não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de
prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.
(Mt 19.7-9)

Se olharmos atentamente para a resposta de Jesus, veremos que ele questionava o discernimento dos fariseus

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sobre a lei do Antigo Testamento. Moisés não "mudou", mas permitiu o divórcio em situações específicas.
(Moisés, é claro, falava em nome de Deus. Foi Deus quem permitiu essa mudança de seu propósito original por
causa da presença do pecado que violava o casamento.) Jesus lembrou que mesmo essa permissão só foi dada por
causa do pecado (dureza de coração), e não anulava o propósito original do matrimônio.

Jesus então fez seu próprio pronunciamento sobre a questão - proibindo o divórcio, exceto em casos de
imoralidade sexual. Suas palavras enigmáticas sobre o novo casamento e o adultério devem ser entendidas em
relação aos divórcios sem validade e ilegítimos. Se há divórcio sem a permissão de Deus, então o casal continua
casado aos olhos de Deus. Portanto, o novo matrimônio entre pessoas que se divorciaram ilegitimamente constitui
a entrada num relacionamento adúltero.

Posteriormente, conforme já vimos no capítulo anterior [O Matrimônio], Paulo estendeu a permissão para
o divórcio aos casos no quais o cônjuge crente é abandonado pelo outro (1 Co 7.10-15). A Confissão de
Westminster resume essa questão. Ela diz:

O adultério ou a fornicação cometidos depois de um contrato, sendo descoberto antes do casamento, dá à


parte inocente justo motivo de dissolver o contrato; no caso do adultério depois do casamento, à parte inocente é
lícito propor divórcio, e, depois de obter o divórcio, casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta.

Posto que a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a fim de indevidamente
separar aqueles que Deus uniu em matrimônio, contudo nada, senão o adultério, é causa suficiente para dissolver
os laços do matrimônio, a não ser que haja deserção tão obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja
nem pelo magistrado civil. Para a dissolução do matrimônio é necessário haver um processo público e regular, não
se devendo deixar ao arbítrio e discrição das partes o decidir em seu próprio caso. Art. 24.5, 6.

RESUMO

1. A Bíblia não tolera o divórcio "sem justa causa".

2. Jesus repudiou a visão liberal dos fariseus sobre o divórcio.

3. Moisés permitiu, mas não ordenou o divórcio.

4. Jesus permitiu o divórcio em caso de imoralidade sexual.

5. Jesus ensinou que o matrimônio entre pessoas divorciadas ilegitimamente constitui adultério.

6. Paulo acrescenta o abandono do cônjuge crente pelo não-crente como base para divórcio.

4.4 A Vida Conjugal

"Honrado seja entre vós todos o matrimônio e o leito sem mácula; pois aos devassos e adúlteros, Deus os
julgará" (Hebreus 13:4).

Não devemos ter medo de falar sobre o sexo. A Bíblia, que é a Palavra viva de Deus, largamente discorre
sobre o assunto. Quando Deus criou o homem e, mais tarde, observou que "...não era bom que o homem estivesse
só..." (Gênesis 2:18); imediatamente Ele tomou providências para suprir a solidão do homem. Deus tirou uma das
costelas de Adão e fez uma mulher que tivesse a capacidade de ajudar o seu companheiro, pois ela tinha os
mesmos sentimentos e afeições do seu parceiro. Afinal, ela tinha saído das mais profundas entranhas daquele com

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quem devia devotar sua vida para sempre. Ao acordar do seu sono profundo, Adão exclamou assim: "Esta é
agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão fora
tomada. Portanto deixará o homem seu a pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne"
(Gênesis 2:23-24).

Deus criou macho e fêmea, de acordo com o original hebraico (Gênesis 1:27). Deus não criou dois
machos para que se envolvessem sexualmente, e muito menos criou duas fêmeas para este fim. Não devemos
esquecer que o Senhor Deus jamais perdoará aqueles que desobedecem esse plano divino para a raça humana. A
não ser que se arrependam de seus pecados hediondos. Mas se não houver um genuíno arrependimento, os tais
sofrerão uma terrível condenação. Veja o que Deus diz em sua Palavra: "Não te deitarás com varão, como se
fosse mulher; é abominação" (Levítico 18:22). Deus ainda diz: "Se um homem se deitar com outro homem,
como se fosse mulher, ambos terão praticados abominação; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre
eles" (Levítico 20:13). No livro de Romanos, no primeiro capítulo, podemos ver um retrato horrendo da situação
do homem neste aspecto, Romanos 1:18-32. Os chamados gays e lésbicas vão se apresentar um dia diante de Deus
para prestarem contas de seus atos abomináveis. Eis o que a Bíblia diz a respeito: "...Pois todos havemos de
comparecer ante o tribunal de Deus. Porque está escrito: Por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará
todo joelho, e toda a língua louvará a Deus. Assim pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus"
(Romanos 14:10-12). "Porque é necessário que todos nós sejamos manifestos diante do tribunal de Cristo, para
que cada um receba o que fez por meio do corpo, segundo o que praticou, o bem ou o mal" (II Coríntios 5:10).

No último capítulo da carta aos Hebreus, o escritor diz que o matrimônio (vida conjugal) deve ser
honrado. O escritor fala do leito sem mácula. Creio que o autor se refere à certas aberrações sexuais que os
pervertidos praticam. No mundo não cristão, o sexo é praticado nas mais diversas modalidades. É como disse
Paulo em sua carta aos Romanos: "...Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural no que é contrário à
natureza; semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua
sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a devida
recompensa de seu erro" (Romanos 1:26-27). Quando uma pessoa aceita Jesus em seu coração, por mais dissoluta
que tenha sido a sua vida no passado, experimentará uma mudança profunda em toda a área de sua personalidade.
"Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo"
(II Coríntios 5:17). Deus promete perdão ao pior pecador do mundo e de todos os tempos, se, porém, esse
pecador se arrepender de seus pecados e confiar no sacrifício expiatório de Jesus Cristo. I Timóteo 1:15-16.

Ainda o escritor diz que Deus julgará os devassos e adúlteros. Sim, Deus não pode ignorar o pecado do
homem. O pecador que não aceita o pagamento de seus pecados pelo precioso sangue de Cristo, será punido
rigorosamente pela justiça divina. Jesus mesmo disse esta verdade: "Quem crê Nele não é condenado; mas quem
não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus" (João 3:18). Veja também
João 3:36. Como crentes em Cristo, devemos evitar todo o tipo de imoralidade no casamento. O escritor diz que o
matrimônio deve ser honrado (literalmente significa respeitado). O esposo deve respeitar a sua companheira em
seus relacionamentos sexuais. Igualmente as esposas devem fazer o mesmo. Em relação a esse aspecto, a Bíblia é
bem clara quando diz: "Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação: que vos abstenhais da
prostituição, que cada um de vós saiba possuir o seu vaso (esposa) em santidade e honra, não na paixão da
concupiscência, como os gentios que não conhecem a Deus..." (I Tessalonicenses 4:3-5). Creio que não se
precisa de mais clareza. Paulo está dizendo que a vida sexual do casal crente deve ser pura. A passagem em foco
dá a entender que até mesmo dentro do matrimônio, as paixões carnais pode dominar os cônjuges, se não tiverem
o devido cuidado.

A Vida Sexual Do Casal Crente.

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Primeiramente, o sexo é restrito ao relacionamento do casamento. Vivemos numa época em que tudo
parece ser liberal. Em matéria de sexo, as coisas se complicam. O Diabo tem usado os diversos meios de
comunicação para difundir o pecado sexual. É difícil viver hoje em dia fora da influência do sexo. Nos cartazes de
paredes e muros; pelas propagandas, aparentemente ingênuas na televisão; nas ruas, onde as "mulheradas" usam
roupas apelativas; e até mesmo, infelizmente, nas igrejas mais santas, o sexo é mostrado. Aquilo que foi criado
para ser uma bênção se transformou numa maldição que tem levado milhões à perdição eterna.

Os moços são taxados de tolos por nunca terem tido relações sexuais. Coitados dos nossos irmãos jovens
que lutam pela fidelidade da pureza cristã!!! Eu bem sei o que eles sofrem por parte dos incrédulos, pois até
recentemente, antes do meu casamento, eu sofria as mais impiedosas críticas dos defensores do chamado sexo
livre. O Diabo se tem servido de homens e mulheres para atacar as pessoas castas. O inimigo dá a entender que
todos os que não cariam em prostituição e adultério, são ingênuos, insensatos e bobos. Eu sofri esse ataque
quando era jovem. Sei que a tática do Satanás continua a mesma. O nosso adversário continua implacável em seus
ataques. Mas os jovens, moços e moças, podem vencê-lo pelo poder da Palavra de Deus. "Como purificará o
jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a Tua Palavra" (Salmos 119:9). "Escondi a Tua Palavra
em meu coração, para não pecar contra Ti" (Salmos 119:11).

Com referência ao casal crente, a Bíblia tem lições preciosas em relação ao assunto. Paulo tinha que usar
uma franqueza a respeito da questão, que não é encontrada em nenhuma outra parte das Escrituras. No capítulo
sete de sua primeira carta aos Coríntios, o apóstolo diz, aos que sofrem tentação sexual, que a saída para não cair
no pecado da prostituição ou do adultério é o casamento. Vamos ver então o que ele diz a respeito disso: "Ora,
quanto às coisas de que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher; mas por causa da
prostituição, tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher o seu próprio marido" (I Coríntios 7:1-2).
É importante observar que Paulo recebeu carta por parte dos Coríntios, perguntando sobre a questão da vida
sexual. Paulo, respondendo, disse que seria bom se o homem não fosse casado, porém, se for para viver em
adultério e prostituição, seria muito melhor que casasse. Prova evidente que o sexo está restrito aos casados e não
aos solteiros.

Antes de prosseguir, é bom considerar que Paulo não era contra o casamento quando diz: "...bom seria
que o homem não tocasse em mulher..." (I Coríntios 7:1) As Escrituras Sagradas não pregam o celibato em
nenhuma de suas porções, seja no Velho Testamento, seja no Novo Testamento. Muito menos o apóstolo Paulo
seria a favor do celibato, isto é, que as pessoas não casassem. Paulo conhecia muito bem a passagem que diz:
"...Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora (esposa) que lhe seja idônea" (Gênesis 2:18).
Paulo mesmo explica o porquê ele queria que o homem não tocasse em mulher. Vejamos a explicação: "Acho,
pois, que é bom, por causa da instante necessidade, que a pessoa fique como está" (I Coríntios 7:26). O
apóstolo está falando de um período difícil que o mundo daquela época estava vivendo. Era uma época
extremamente difícil na vida dos casados. Talvez o mundo de então estaria passando por uma forte recessão.
Sabemos que, de acordo com os registros bíblicos, o mundo, no tempo apostólico, sofreu uma grande fome,
quando Cláudio foi Imperador de Roma (Atos 11:28). Conforme a história, essa fome foi tão severa que muitos
acreditavam que era punição divina. Talvez, quando Paulo diz da instante necessidade, está se referindo a este
tempo de fome que assolou o mundo. Sabemos que numa época de fome e de inflação, fica extremamente difícil
para um esposo cuidar de sua família, principalmente se tiver muitos filhos. Paulo, pensando nisso, estaria
querendo ajudar os não casados a evitarem sofrimentos futuros.

Às respostas, aos casais que vinham tendo dificuldades em seus relacionamentos sexuais, ele foi bastante
enfático quando disse: "A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido; e também
da mesma sorte o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não vos negueis
um ao outro, senão de comum acordo por algum tempo, a fim de vos aplicardes à oração e depois ajuntardes
outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência" (I Coríntios 7: 4-5). Creio que a resposta
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dada pelo apóstolo, resolve muitos problemas que casais (principalmente os não convertidos), têm sofrido em seus
relacionamentos conjugais.

Cada Cônjuge Pertence Ao Outro.

No versículo quatro, Paulo explicitamente diz dos deveres sexuais de cada cônjuge. E essa verdade é
declarada tão enfaticamente, que somos informados que nenhum dos dois cônjuges exerce direito sobre o seu
próprio corpo, mas, antes, o corpo de cada qual pertence ao outro cônjuge. Em outras palavras, a mulher não pode
negar o seu corpo ao seu marido, pois ele tem total direito de usá-lo para satisfazer suas necessidades sexuais.
Igualmente, o marido não pode negar o seu corpo à esposa, pois ela também tem pleno direito de usá-lo para sua
satisfação sexual. É uma questão de dívida, ou seja, o marido tem esse crédito da parte da mulher, e a mulher
semelhantemente tem crédito da parte do marido. Ainda entendemos por esse versículo que o contrato
matrimonial confere pleno direito de relação sexual. No versículo três, essa verdade é melhor demonstrada no
ensino de Paulo. "O marido pague à mulher o que lhe é devido, e do mesmo modo a mulher (pague} ao
marido" (I Coríntios 7:3). Já fiquei sabendo de vários casamentos que foram à deriva devido a falta de
entendimento neste aspecto.
Quando a esposa nega o seu corpo ao seu companheiro, ela está cometendo uma das maiores loucuras em
relação ao seu casamento. Ela esquece que seu "maridinho" trabalha em algum escritório, fábrica, comércio ou
seja lá onde for, rodeado de mulheres bonitas, que muitas vezes tem sido uma tentação para ele. Muitos maridos
têm se conservado fiéis às suas esposas, não porque são de "ferro", mas porque tem encontrado na sua amada um
companheirismo e afetividade tal, que dispensa qualquer tentação externa. A mulher pode resistir galanteios por
parte dos homens "malandros"; porém, o marido, como homem, é mais vulnerável aos galanteios ou charmes de
uma mulher "malandra". Mas, se o marido for fiel ao Senhor, e encontrar em sua esposa uma colaboração em sua
vida sexual, é impossível cair nos braços de estranhas. Contudo, não esqueçamos que por outro lado, a mulher
também tem os seus pontos fracos.
Se o seu marido não cumpre o seu papel em relação ao sexo; tem tratado sua companheira com aspereza,
e a tem considerada como um simples objeto de seus caprichos, a esposa pode também cair nos braços de algum
homem que se apresenta como alguém que "solidariza" com a situação. De maneira que aprendemos nas
Escrituras Sagradas que o casamento não é somente um "conto de fadas", mas cada qual dos cônjuges tem deveres
morais, espirituais e físicos para com o outro.

Os Problemas Relacionados Ao Sexo.

Biológica e emocionalmente a mulher é diferente do homem, e consequentemente tem muitos problemas


que o homem não tem. O corpo da mulher é diferente do corpo do homem. Em razão disso, o marido deve
entendê-la quanto ao relacionamento sexual. Devido dos muitos problemas que a mulher sofre, em razão da
complexidade de seu corpo, muitas vezes ela não encontra ânimo para ter um relacionamento sexual com seu
marido. Sim, ela tem seus momentos críticos em relação ao seu corpo e emoções. O marido deve entendê-la e ser
solidário com ela neste aspecto. Numa ocasião desta, o marido nunca deve forçá-la. Ele deve compreender que
não é "pirraça" de sua esposa. A Bíblia diz que o esposo deve viver com sua esposa com entendimento, pois ela é
fraca em muitos pontos. Vamos ler sobre isso na primeira carta de Pedro: "Igualmente vós, maridos, vivei com
elas com entendimento, dando honra (respeito ou dignidade) à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo
elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações" (I Pedro 3:7).
O que fazer quando surgirem as dificuldades sexuais? Será que deve "declarar guerra" um ao outro? Não,
Paulo diz que o casal deve entrar em acordo e abster-se do sexo por algum tempo, para orar a Deus (até que o
problema desapareça) e, então se ajuntarem (em ato sexual) para não cair na armadinha de Satanás. (I Coríntios
7:5). Eu entendo por meio desta passagem que muitos atritos conjugais seriam facilmente resolvidos se o casal
crente buscar ajuda do Criador. Por outro lado, já presenciei muitos casamentos que estavam à beira do desastre
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devido ao marido não compreender sua esposa.

Portanto, é até compreensível a abstinência sexual dos cônjuges, quando alguns problemas surgem e
impedem um envolvimento satisfatório, Quando isso acontece, nada melhor do que um diálogo entre o casal e a
oração a Deus, pedindo ajuda para solução do problema.

Mas a esposa não deve cair em erros de apresentar problemas ao esposo, quando realmente não os têm, só
como mero pretexto para não servi-lo. Pois, além de estar pecando contra o marido, também está pecando contra
Deus.

Deve haver cooperação mútua entre ambos. Ou seja, o marido deve compreender sua esposa, mas
também, a esposa tem por obrigação compreender seu marido. Deve haver reciprocidade entre ambos. Eis aqui
mais um conselho da Bíblia: "Vós, mulheres, submetei-vos a vossos maridos, como ao Senhor" (Efésios 5:22).
"Vós, maridos, amai a vossas esposas, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela"
(Efésios 5:25). Se a ordem acima for obedecida à risca, o casamento pode ser um sucesso na vida dos cônjuges.

4.5 Oportunidades Para A Família No Mundo De Hoje

Segundo o Secretário Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, "nascer na cidade ou
no campo, crescer com alguma deficiência, ser menino ou menina, ser branco ou indígena, viver no Sul ou no
Nordeste; todos esses fatores ainda determinam no Brasil o acesso de crianças e jovens a serviços de saúde e de
educação" (O Globo, Caderno Razão Social, julho 2003 - p.6). Isto significa que nem todos os brasileiros terão as
mesmas oportunidades na vida. Que estas oportunidades estão condicionadas por uma série de fatores, que se
tornarão, ao longo da caminhada, impeditivos de progresso e desenvolvimento para muitos.
Os dados do Censo Demográfico de 2000, apresentados pelo IBGE, nos dão conta de que 27,4 milhões de
crianças e adolescentes brasileiros vivem em domicílios com renda familiar per capta de até 1/2 salário mínimo.
Esta é outra evidência de que as limitações sócio-econômicas podem frear as esperanças de muitos. Os quais
serão cerceados em seus sonhos por conta de evasão escolar, trabalho precoce, falta de renda mínima, subnutrição,
falta de acesso aos bens culturais, dentre outros fatores.

Mas, e a família cristã? Como ela pode agir e reagir diante deste contexto? Ela também sofre destes males? Existe
algum diferencial que coloque a família cristã em situação mais privilegiada? Com certeza a família cristã
desfruta de privilégios diferenciadores que a podem tornar mais do que vencedora e representar esperança para
este mundo perdido. Vamos estudar as oportunidades que a família cristã tem, as quais ela não pode deixar
escapar.

A família cristã pode marcar diferença

Embora o Evangelho no Brasil tenha se desenvolvido muito nas últimas décadas e, com o crescimento,
a população evangélica tenha invadido os extratos mais altos da sociedade; isto não pode nos fazer esquecer que
milhões de nossos irmãos ainda continuam nas classes "D" e "E" e, como tais, ainda sofrem os percalços de
muitas necessidades.

A família cristã pode marcar diferença para os "irmãos de fé", colocando em prática a recomendação de
Paulo: "Façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé" (Gl 6.10). Porém, pode e deve, marcar
diferença para esta sociedade "corrupta e perversa" em que estamos inseridos (Fp 2.15).

Esta diferença engloba várias circunstâncias que não podemos estar esquecidos delas. Se no passado, o
crente alimentou certos estereótipos, dos quais lamentamos hoje; todavia, hoje, precisamos ser responsáveis na
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construção de uma vida cristã autêntica. Nós mesmos somos os culpados por termos "vendido" a imagem que
temos para os de fora. Ou quem será que ensinou aos incrédulos que crente era assim, não fazia isto, não
participava daquilo? Etc? Fomos nós mesmos!

Mas, se temos que lutar para abolir certos estereótipos desalentadores, por outro lado, há compromissos
dos quais não podemos abrir mão. Melhor seria que o crente fosse identificado pelo que ele faz e não pelo que ele
não faz. Não fumar, não beber, não ir a festas rave, punk ou funk, pode ser importante do ponto de vista espiritual
e de testemunho, mas não representa verdadeiramente a vida cristã, pois há muitos não-crentes que são melhores
do que nós nisto. É preciso marcar diferença pela qualidade de vida: amorosa, dedicada, fiel, piedosa, conselheira,
amiga, justa, transparente, ordeira. Os valores positivos que pudermos mostrar serão nossa bandeira neste mundo
caótico.

A família cristã pode influenciar os vizinhos

Esta vivência da espiritualidade sadia começa em casa e continua entre os vizinhos. Aqueles que
convivem mais de perto conosco são as principais testemunhas do que somos. Já se tem dito que a casa é o melhor
lugar para se conhecer uma pessoa, tal como ela é. Em casa tiramos as máscaras; somos o que somos. Nossos
filhos são testemunhas oculares de nossos destemperos, omissões, sentimentos e emoções.

A família cristã precisa desenvolver uma qualidade de vida tal que a vizinhança tenha prazer em nos ter
ali por perto. Sabe aquele vizinho "chato", perturbador, que todos almejam que ele consiga outro emprego, seja
transferido, essas coisas, para mudar da rua? Pois é, este vizinho nunca pode ser um crente. Se existe um crente
que se enquadre nesta categoria ele está depondo contra o Evangelho da graça de Cristo e está sendo motivo de
impedimento a salvação de vidas. Temos que transformar o mundo e não tomar a forma do mundo (Rm 12.1,2).

Costumamos perguntar aos crentes de nossas igrejas quantas vidas eles já levaram para Deus. Com
alegria vemos que muitos têm assumido este compromisso da evangelização e têm encaminhado pessoas para os
céus. Mas, e se perguntássemos o contrário: Quantas vidas deixaram de se aproximar de Deus por sua causa?

Quantos estão ainda perdidos no mundo por sua culpa? Às vezes isso ocorre por causa da nossa omissão na
pregação do Evangelho; mas, muitas vezes, por conta de nosso mau testemunho.

Existe o crente "cri" e o crente "cri-cri". O crente cri é aquele do Salmo 116.10: "Cri, por isto falei!" Este tipo de
crente, por ter sido alcançado por Deus e estar satisfeito em sua vida cristã, não se cansa de testemunhar e falar do
amor de Deus. Está interessado no outro e em sua condição espiritual. Já o crente "cri-cri", bem esta é uma
expressão antiga, do meu tempo, que se refere a uma pessoa criadora de casos, ou, como registra Aurélio em seu
famoso Dicionário, "pessoa muito tediosa, chatíssima". Pois há crentes que se comportam dessa maneira e em vez
de ajudar outros a irem para os céus, são motivo de impedimento. Lembremo-nos da advertência de Jesus: "Ai do
mundo, por causa dos tropeços! Pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vier! (Mt
18.7). O Apóstolo Paulo recomenda a tolerância para com os fracos na fé, mas orienta no sentido de que não
venhamos a "pôr tropeço ou escândalo" ao nosso irmão (Rm 14.13).

A família cristã pode ser instrumento da paz

No mundo em que vivemos, de tantas agressões gratuitas, destemperos verbais, truculências e ódio, as
família cristãs podem e devem ser identificadas como portadoras da paz de Deus. Jesus disse: "Deixo-vos a paz, a
minha paz vos dou" (Jo 14.27). Temos a paz de Cristo. Ele nô-la deu. Saibamos vivê-la e espalhá-la por onde quer
que andemos.

Esta paz de Cristo é inigualável, insuperável. É algo de dentro para fora; é algo do coração. As
circunstâncias podem estar difíceis, mas se temos a Deus, tudo vai bem. Com ela, alcançamos as condições
necessárias para superar os embates da vida. Como receptáculo desta paz, a família cristã precisa estar disposta a

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contribuir para a melhoria da qualidade de vida do mundo.

O que é o Reino de Deus? Muita gente se pergunta e filosofa! Mas, é simples. Tão simples como três
palavras: justiça, paz e alegria. Tudo no Espírito. (Rm 14.17). O mundo verá o Reino de Deus neste mundo
quando puder vislumbrar esta paz em nós, mesmo em meio às dificuldades da vida.

A Bíblia afirma que o nosso Deus não é um Deus de confusão, mas um Deus de paz (1Co 14.33). Assim
sendo, o nosso compromisso é seguir, viver, espalhar esta paz (Rm 12.18; 1Co 7.15; Hb 12.14). Façamos a nossa
parte na pacificação do mundo. Vivamos em paz e façamos de nossa casa, nossa rua, nosso bairro e nossa cidade
bem melhores, porque nós existimos e estamos lá para marcar esta diferença em Cristo Jesus, a nossa paz (Ef
2.14).

Aplicações para a vida

Muitas oportunidades se apresentam para a família cristã nos dias de hoje. Cada uma deve aproveitar ao
máximo as que lhe são possíveis e desenvolver aquelas em que estão falhando para que a presença do cristianismo
no mundo, através de nossas vidas e famílias, seja cada vez mais significativa neste mundo desesperançado.
Vamos avaliar mais algumas dessas oportunidades, lembrando que todas elas, as já vistas e as que veremos nesta
conclusão precisam ser postas em prática já.

1ª) A família cristã pode ser o sustentáculo de um mundo sem Deus - Nossa sociedade se tornou
materialista a tal ponto que repete em nossos dias os interesses terrenais dos tempos de Noé em que: "comiam,
bebiam, casavam e davam-se em casamento", despreocupados da vida até que o Dilúvio os consumiu (Lc 17.27);
o mesmo ocorrendo nos tempos de Ló, quando o enxofre os destruiu (Lc 17.28,29). Pela fé, vivendo em santidade
e piedade, podemos servir de referencial e sustentáculo neste mundo até o dia em que aprouver a Deus nos
chamar.

2ª) A família cristã pode ser um celeiro de missões - A obra missionária começa no lar. Lares que
hospedam pastores, missionários, evangelistas, repassam para as crianças as alegrias e venturas da vida abençoada
pela Obra. Despertam e aguçam o interesse por missões e, conseqüentemente, tornam-se celeiros de onde sairão
os novos missionários. Que bênção!

3ª) A família cristã pode ajudar a minorar a dor do mundo - É na família que ensinamos que a vida não é
algo que nos advém de forma mágica. Existir e subsistir são frutos de dedicação e trabalho. Cada coisa deve ser
valorizada no tamanho e na dimensão certa. A criança precisa descobrir quanto custa cada objeto e valorizar a
mordomia cristã. Assim, ela também aprenderá que "amar ao próximo" é mais factível do que se possa imaginar
(Mt 5.43,44). Quando somos solidários e nos apresentamos a Deus para servir, podemos abençoar outras vidas
que dependem dessa demonstração de carinho e amor do povo de Deus.

4ª) A família cristã pode representar o fiel da balança num mundo perdido - O ceticismo impera em
muitos corações que perderam o referencial de vida. Desacreditados e desesperançados com os políticos e líderes,
muitos cidadãos ainda têm a chance de encontrar na Igreja de Cristo, um baluarte da fé. Não podemos
decepcionar. Ser fiel (Ap 2.10) é o desafio da família cristã e, dessa forma, contribuir positivamente para a
construção de uma sociedade melhor.

Conclusão

A família sempre tem ocupado um lugar central nos planos de Deus para esta terra. É pela família que Deus faz a
Sua obra de salvação, em primeiro lugar, usando a família de Abraão para trazer o Salvador a este mundo e
abençoar todas as famílias da terra (Gn 12:3; 18:18,19) e, nesta dispensação da graça, para formar a Sua igreja. É
notável em Atos como as primeiras igrejas começaram pela conversão de famílias inteiras e lemos das casas de
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Cloe, Estéfanas e Crispo no começo da obra da igreja em Corinto, e das casas de Lídia e do Carcereiro no início
da obra da igreja em Filipos. Até hoje, onde há duas ou três famílias salvas e de bom testemunho, não deve
demorar a formação de uma igreja local, mas onde não há famílias salvas é quase impossível ver uma igreja
estabelecida.

É um fato básico, mas importantíssimo, que a condição espiritual duma igreja local depende da condição
espiritual das famílias que formam aquela igreja. Uma igreja é simplesmente uma família de famílias e qualquer
problema de família já é um problema da igreja local.

Satanás é o grande inimigo de Deus e da Obra de Deus, e nestes últimos tempos tem procurado destruir a
unidade básica da família no mundo e também tem atacado muito o testemunho da igreja na terra usando
problemas de família. Todos nós reconhecemos que estes problemas estão aumentando e que o amor de muitos
está esfriando e que os salvos não são isentos destes problemas. O Senhor nos tem deixado na Sua Palavra muitos
exemplos, advertências e ensinos para nos guiar. Os que têm praticado estes ensinos têm provado o seu grande
valor; os que têm negligenciado estes ensinos sofrem as conseqüências desta desobediência.

5. UNIDADE V - O cristão e o mundo, a carne, o diabo

5.1 Mundo: o que é e como agir nele?

Os Cristãos estão na sociedade para servi-la e transformá-la: "Se morrestes com Cristo para os rudimentos do
mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: “Não manuseies isto, não proves
aquilo, não toques aquiloutro”, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com
o uso, se destroem”. Colossenses 2.20-22
Mundo, no Novo Testamento, às vezes significa o mesmo que no Velho Testamento, a saber, esta terra, a
boa ordem natural que Deus criou. Comumente, porém, significa a raça humana como um todo, agora caída em
pecado e desordem moral, tornando-se radicalmente anti-Deus e má.
Ocasionalmente, os dois sentidos parecem mesclar-se, de sorte que afirmações sobre o mundo carregam a
complexa nuança de pessoas perversas incorrendo em culpa e vergonha por seu mau uso das coisas criadas.

Os cristãos são enviados ao mundo por seu Senhor (Jo 17.18) para testemunhar acerca do Cristo de Deus
e seu reino (Mt 24.14; cf Rm 10.18; Cl 1.6,23) e para atender a suas necessidades. Mas, devem fazer isso sem cair
vítimas de seu materialismo (Mt 6.19,24,32), sua indiferença a respeito de Deus e da vida futura (Lc 12.13-21), e
a busca altiva do prazer, lucro e posição com exclusão de qualquer outra coisa (1 Jo 2.15-17). O mundo é, no
presente, reino de Satanás (Jo 14.30; 2 Co 4.4; 1 Jo 5.19; cf. Lc 4.5-7), e a perspectiva e fixação das sociedades
humanas refletem mais o orgulho visto em Satanás do que a humildade vista em Cristo.

Os cristãos, como Cristo, devem agir com empatia em relação às ansiedades e necessidades das pessoas,
para servi-las e comunicar-se eficazmente com elas. Devem faze-lo, porém, com base em um desinteresse pelas
motivações deste mundo, pelo qual estão de passagem momentânea em demanda do lar celestial, e no qual seu
sincero propósito deve ser o de agradar a Deus (Cl 1.9-12; 1 Pe 2.11). O retiro monástico para afastar-se do
mundo não é sancionado (Jo 17.15), nem o é tampouco o mundanismo (isto é, qualquer incorporação da
autoabsorção terrena das pessoas deste mundo: Tt 2.12). Jesus estimula seus discípulos a equiparar-se à
engenhosidade das pessoas mundanas no uso de seus recursos para favorecer suas metas, porém especifica que
suas próprias metas não devem apoiar-se na segurança terrena, mas na glória celestial (Lc 16.9).

A primeira exigência de Deus para os cristãos neste mundo é que sejam diferentes dos que vivem à sua
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volta, observando os preceitos morais de Deus, praticando o amor, evitando a licença indecente e não perdendo
sua dignidade como portadores da imagem de Deus em razão de qualquer forma de auto-indulgência
irresponsável (Rm 12.2; Ef 4.17-24; Cl 3.5-11). Requer-se uma ruptura completa com os sistemas de valores e
estilos de vida do mundo, como base para praticar a similitude com Cristo em termos positivos (Ef 4.25-5.17).

A tarefa designada ao cristão é tríplice. O principal mandato da igreja é a evangelização (Mt 28.19,20; Lc
24.46-48), e cada cristão deve procurar, por todos os meios, promover a conversão dos incrédulos. O impacto da
mudança na própria vida do cristão será significativo (1 Pe 2.12). O amor ao próximo deve também levar
constantemente o cristão a ações de misericórdia de todos os tipos. Mas, além disso, os cristãos são convocados
para cumprir o ―mandato cultural‖ dado por Deus à raça humana na Criação (Gn 1.28-30; Sl 8.6-8). O homem
foi feito para administrar o mundo de Deus, e esta administração é parte da vocação humana em Cristo. Ela exige
trabalho fatigante, tendo como alvo honrar a Deus e prover o bem-estar dos outros. Este é o real ―trabalho ético‖
protestante. Ele é essencialmente uma disciplina religiosa, o cumprimento de um ―chamado‖ divino.

Sabendo que Deus em sua benignidade e clemência continua, em face do pecado humano, a preservar e
enriquecer seu mundo errante (At 14.16,17), os cristãos devem envolver-se em todas as formas de atividade
humana lícita, e fazendo isto em termos do sistema de valores e visão da vida cristã, tornar-se-ão sal (um
preservativo que faz as coisas melhores ao paladar) e luz (uma iluminação que mostra o caminho a seguir) na
comunidade humana (Mt 5.13-16). Assim, à medida que os cristãos cumprem sua vocação, o Cristianismo se
torna uma força cultural transformadora.

5.2 Os Cristãos e O Governo Civil

Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que proceda de Deus; e as
autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autoridade, resiste à
ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre sis mesmos condenação.” Romanos 13.1,2

O governo civil é um instrumento ordenado por Deus para reger a vida das comunidade. Ele é um dentre
numerosos meios, incluindo ministros na igreja, pais na família e professores na escola. Cada um desses meios
tem sua própria esfera de autoridade sob Cristo, que agora rege o universo em nome de seu Pai, e cada esfera tem
de ser delimitada em referência às outras. Em nosso mundo decaído, estas estruturas de autoridade são instituições
da ‗graça comum‖ de Deus (providência bondosa), colocadas como um baluarte contra anarquia, a lei da selva e a
dissolução da sociedade ordenada. Baseando-se em Romanos 13.1-7 e 1 Pedro 2.13-17, a Confissão de
Westminster proclama a esfera do governo civil como segue:

Deus, o Senhor Supremo e Rei de todo o mundo, para a sua glória e para o bem público, constituiu sobre
o povo magistrados civis que lhe são sujeitos, e, a este fim, os armou com o poder da espada para defesa e
incentivo das bons e castigo dos malfeitores. ... Os magistrados civis não podem tomar sobre si a administração da
palavra e dos sacramentos ou o poder das chaves do Reino do Céu. (XXIII.1,3)

Porque o governo civil existe para o bem-estar de toda a sociedade, Deus dá-lhe o poder da espada (isto é,
o uso lícito da força para impor leis justas: Rm 13.4). Os cristãos devem reconhecer isto como parte da ordem de
Deus (Rm 13.1,2). Mas as autoridades civis não devem usar este poder para perseguir os adeptos ou não adeptos
de qualquer religião particular, ou para defender qualquer forma de mal.

O estado pode apropriadamente cobrar taxas por serviços prestados (Mt 22.15-21; Rm 13.6,7). Porém, se
proibir o que Deus requer ou requerer o que Deus proíbe, alguma forma de desobediência civil, com aceitação de
suas conseqüências penais (mostrando assim que se reconhece a autoridade atribuída por Deus aos governos como
tais), torna-se inevitável (At 4.18-31; 5.17-29).

Os cristãos devem instar com os governos a cumprir seu papel corretamente. Devem orar por eles,
obedecer-lhes e zelar por eles (1 Tm 2.1-4; 1 Pe 2.13,14), recordando-lhes que Deus os ordenou para dirigir,
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proteger e manter a ordem, mas não para exercer a tirania. Num mundo degradado, em que o poder
costumeiramente corrompe, as instituições democráticas que dividem o poder executivo entre muitos e fazem
todos seus detentores responsáveis perante o povo, em geral oferecem a melhor esperança de evitar a tirania e
assegurar a justiça para todos.

5.3 O voto eleitoral ético dos cristãos

1. O voto é intransferível e inegociável. Com ele o cristão expressa sua consciência como cidadão. Por isso,
o voto precisa refletir a compreensão que o cristão tem de seu País e Município;

2. O cristão não deve violar a sua consciência política. Ele não deve negar sua maneira de ver a realidade
social, mesmo que um líder da igreja tente conduzir o voto da comunidade numa outra direção;

3. Os pastores e líderes têm obrigação de orientar os fiéis sobre como votar com ética e com discernimento.
No entanto, devem evitar transformar o processo de elucidação política num projeto de manipulação e indução
político-partidário;

4. Os líderes devem ser lúcidos e democráticos. Portanto, melhor do que indicar em quem a comunidade
deve votar é organizar debates multi-partidários, nos quais, simultânea ou alternadamente, os vários
representantes de correntes políticas possam ser ouvidos sem pré-conceitos;

5. A diversidade social, econômica e ideológica que caracteriza a igreja evangélica no Brasil deve levar os
pastores a não tentar conduzir processos político-partidários dentro da igreja, sob pena de que, em assim fazendo,
eles dividam a comunidade em diversos partidos;

6. Nenhum cristão deve se sentir obrigado a votar em um candidato pelo simples fato de ele se confessar
cristão evangélico. Antes disso, os evangélicos devem discernir se os candidatos ditos cristãos são pessoas lúcidas
e comprometidas com as causas de justiça e da verdade. E mais: é fundamental que o candidato evangélico queria
eleger para propósitos maiores do que apenas defender os interesses imediatos de um grupo religioso ou de uma
denominação evangélica. É óbvio que a igreja tem interesses que passam também pela dimensão política.
Todavia, é mesquinho e pequeno demais pretender eleger alguém apenas para defender interesses restritos às
causas temporais da igreja. Um político evangélico tem que ser, sobretudo, um evangélico na política e não
apenas um "despachante" de igreja.

7. Os fins não justificam os meios. Portanto, o eleitor não deve jamais aceitar a desculpa de que um político
evangélico votou de determinada maneira, apenas porque obteve a promessa de que, em fazendo assim, ele
conseguirá alguns benefícios para a igreja, sejam rádios, concessões de TV, terrenos para templos, linhas de
crédito bancário, propriedades ou outros "trocos", ainda que menores. Conquanto todos assumamos que nos
bastidores da política haja acordos e composições de interesse, não se pode, entretanto, admitir que tais "acertos"
impliquem a prostituição da consciência de um cristão, mesmo que a "recompensa" seja, aparentemente, muito
boa para a expansão da causa evangélica. Afinal, Jesus não aceitou ganhar os "reinos deste mundo" por quaisquer
meios. Ele preferiu o caminho da cruz;

8. Os eleitores evangélicos devem votar, para Presidente da República sobretudo, baseados em programas de
governo, e não apenas em função de "boatos" do tipo: "O candidato tal é ateu"; ou "O fulano vai fechar as
igrejas"; ou: "O sicrano não vai dar nada para os evangélicos"; pi ainda: "O beltrano é bom porque dará muito
para os evangélicos". É bom saber que a Constituição do país não dá a quem quer que seja o poder de limitar a
liberdade religiosa de qualquer grupo. Além disso, é válido observar que aqueles que espalham tais boatos, quase
sempre, têm a intenção de induzir os votos dos eleitores assustados e impressionados, na direção de um candidato
com o qual estejam comprometidos;

9. Sempre que um eleitor evangélico estiver diante de um impasse do tipo: "o candidato evangélico é ótimo,
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mas seu partido não é o que eu gosto", é de bom alvitre que, ainda assim, se dê um "voto de confiança" a esse
irmão na fé, desde que ele tenha as qualificações para o cargo. A fé deve ser prioritária às simpatias ideológico-
partidárias.

10. Nenhum eleitor evangélico deve se sentir culpado por ter opinião política diferente da de seu pastor ou
líder espiritual. O pastor deve ser obedecido em tudo aquilo que ele ensina sobre a Palavra de Deus, de acordo
com ela. No entanto, no âmbito político, a opinião do pastor deve ser ouvida apenas como a palavra de um
cidadão, e não como uma profecia divina.

Fonte e autoria: Documento elaborado pela Associação Evangélica Brasileira (AEVB), no Rio de Janeiro, em 17
e 18 de março de 1994.

5.4 O Crente E A Carnalidade

O conceito do crente carnal envolve o entendimento de que na igreja existiriam muitos que permanecem
em um estágio inferior e primitivo de espiritualidade mantendo um comportamento virtualmente similar ao do
incrédulo.

Essa idéia é perigosa, por que refletimos com ela a tendência renitente (mas não bíblica) de
categorizarmos as pessoas em três classes [1] , quanto ao status espiritual dessas perante o soberano criador. No
conceito do "crente carnal", essa divisão tríplice seria:

(1) os incrédulos, (2) os crentes carnais e (3) os crentes espirituais.

O incrédulo, dispensa descrição. O crente espiritual seria uma superior categoria de crentes, dissociada do
crente carnal - a categoria inferior. Crente espiritual não representaria, meramente, uma descrição dos salvos por
Cristo, uma vez que os "carnais" também o seriam, mas identificaria aqueles que deram o segundo passo de
aceitação, em direção a Deus. Já haviam aceito a Cristo como Salvador, mas, em um segundo passo e em uma
segunda experiência, o aceitam como Senhor.

Essa idéia do "Crente Carnal" procede de uma compreensão superficial das palavras do apóstolo Paulo,
em 1 Cor 3.1-4, e foi popularizada nas notas de rodapé da famosa Bíblia de Scofield. Infelizmente, essa "doutrina"
encontrou abrigo em nosso meio, o que nos impele a esse esclarecimento maior.

Como imperfeitos e pecadores que somos, até a nossa glorificação, cada um de nós exibe um grau maior
ou menor de carnalidade em nossas atitudes. Existe, portanto a possibilidade, nos crentes, de manifestações de
comportamento semelhantes ao do incrédulo - isso écarnalidade no sentido ético/moral, utilizado por Paulo. Ela
deve ser exposta, reprovada e a convicção de sua presença deve nos levar aos pés de Cristo em arrependimento
sincero e genuíno.

Paulo não chega, entretanto, a transmitir a idéia da existência de uma terceira categoria de pessoas nas quais
faltaria um passo adicional à salvação. No contexto da primeira carta aos coríntios, ele deixa claro, no cap. 1, que
está escrevendo àqueles que foram santificados em Cristo Jesus. No cap. 2, ele descreve os seus leitores como
"recebedores da graça de Deus, enriquecidos em toda palavra e em todo o entendimento" e traça aquela única
distinção que é verdadeiramente bíblica: o ser humano natural e o ser humano espiritual - caracterizando o que se
encontra ainda morto em delitos e pecados, e aquele que foi alcançado pela graça salvadora de Jesus Cristo.

Esse último, como espiritual que é (isto é: gerado pelo Espírito Santo), tem a possibilidade de discernir o
ensinamento do Espírito e de manter sintonia com o Deus Supremo. Por essa razão, o comportamento específico
tratado nos versos iniciais do capítulo 3 - partidarismo e espírito de divisão e dissensão (uns de Paulo, outros de
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Apolo), era incompatível com a fé professada. Paulo vê-se, portanto, forçado a dirigir-se a eles como descrentes
procurando-os sacudi-los à racionalidade cristã. Como espirituais, tinham que apresentar crescimento. Não
podiam permanecer como crianças e exibir carnalidade.

O ensinamento do "crente carnal" tem o resultado prático de confortar indevidamente aqueles que, mesmo
fazendo parte da igreja local, levam uma vida desregrada, fora dos padrões das Escrituras, mas se auto-analisam
como pertencentes a essa categoria. Essas pessoas, na realidade, deveriam estar examinando a genuinidade da
salvação que professam. Aos que desejarem um tratamento mais aprofundado da questão, recomendamos Existe
Mesmo o Crente Carnal? escrito por Ernest Reisinger (SP: Fiel, 1988) e o artigo do Rev. Augustus Nicodemus,
"Paulo e os Espirituais de Corinto", em Fides Reformata 3/1, ponto II.B.3.

Outras classificações tríplices errôneas, ao longo da história da igreja, que geram uma hierarquia de crentes,
podem ser identificadas. (a) Entre os proto-gnósticos e gnósticos: os crentes eram divididos entre os que possuíam
conhecimento espiritual apenas rudimentar e aqueles que possuíam o verdadeiro conhecimento (gnosis), velado
aos demais. Teríamos então: (1) os incrédulos, (2) os crentes rudimentares e (3) os crentes iluminados. (b) No
terceiro século temos os alegoristas dividindo os crentes entre aqueles que entendiam o sentido mais espiritual e
profundo das passagens e aqueles que não conseguiam penetrar além do significado literal do texto. Orígenes,
ensinava essa divisão: (1) Os incrédulos e os de mente simples, capazes de entender o sentido comum, histórico
da Palavra de Deus, (2) os crentes capazes de entender o sentido espiritual-que se constituía na essência das
Escrituras e (3) os agraciados, capazes de entender o sentido perfeito-que representava um sentido espiritual mais
profundo da Palavra de Deus, possível de ser expresso somente por meio de alegorias, compreensível somente a
essa casta de cristãos. (c) Os Quakers, no século 17, dividiam as pessoas, nesse sentido, em: (q) Incrédulos, (2) os
crentes sem a "luz interior" do E. Santo e (3) os crentes com a "luz interior" do E. Santo, que os fazia vibrar,
tremer ("quake"). (d) No pentecostalismo, temos: (1) os incrédulos; (2) os batizados com o E.S., ou "recebedores
da segunda bênção" e (3) os não-batizados com o E.S., ou "ainda-carentes-de-uma-segunda-bênção" - deixando a
expectativa de que sem esta experiência algo estaria a faltar na vida do cristão. Com a "segunda bênção" se
atingiria um patamar superior, elevar-se-ia acima do nível do crente comum. Ainda no pentecostalismo, essa
hierarquia pode tomar a seguinte forma: (1) os incrédulos; (2) os crentes, mas com fé insuficiente a serem curados
fisicamente e (3) os crentes com fé suficiente a receberem a "cura divina".

5.5 A Carnalidade Impede O Desenvolvimento Da Vida Cristã

Devemos aprendermos que o cultivo de valores distorcidos, dá legalidade para os desejos da carne e, a
maneira de se portar irreverentemente podem levar a nossa vida para um caminho de fracasso e sofrimento.
“Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”. (Romanos 8: 8).

O apóstolo Paulo quando escreve aos Gálatas, ele fala das obras da carne e do fruto do espírito. Ele
declara que ―aquele que semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas o que semeia para o
Espírito, do Espírito colherá vida eterna.‖ (Gálatas 6: 8). O que semeia na carne, pratica atos de satisfazer e
agradar a si mesmo que resulta em morte; e o que semeia para o Espírito, pratica atos de obediência ao Espírito de
Deus. (Romanos 8: 14 – Os que são guiados pelo Espírito são filhos de Deus).

O estudo sobre ―carnalidade‖ revela para nós situações e comportamentos da nossa natureza caída e
degenerada, que nos afasta de Deus. O profeta Isaías teve uma visão maravilhosa da presença do Todo Poderoso,
conforme o capítulo 6. Ele descreve dois seres angelicais, dois serafins que estão diante da Majestade de Deus, e
convivem com a Glória e eles não a querem para si mesmos. Carnalidade é quando a vontade humana prevalece
em detrimento à Vontade de Deus. Nesta passagem observamos as ―seis asas‖ que cada um possuía: ―Com duas
cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava‖ (Is. 6: 2). Para declararem a Glória, a Santidade e o
Governo de Deus, cada um deles cobre o rosto e os pés como prova de reconhecimento de seu papel na presença
de Deus. Hoje vamos ver os sinais da carnalidade mais comuns nos seres humanos.
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1. Pre-conceito – Um caminho traiçoeiro

É típico da natureza humana ser preconceituoso. A Palavra de Deus condena claramente esta forma de
carnalidade. Vejamos algumas dessas situações:

a. As aparências – As pessoas vivem de aparência enganosa. O preconceito subestima a capacidade de uma


pessoa, por aquilo que ela aparenta ser. (Prov. 30: 24-28 – Arganazes, são os coelhos selvagens. O Gego, são as
largatixas).

b. As pessoas valem mais que as cousas – Deus fez tudo com um propósito para Honra e Glória dEle, mas deixou
as coisas para o homem usar e as pessoas para amar. Porém a pessoa carnal usa as pessoas e ama as coisas.

c. É melhor ser do que ter – O ter e obter cousas são valores humanos que são contrários ao ser. (Prov. 16: 1-2, 8).

d. O dinheiro não compra a felicidade – ―De que serviria o dinheiro na mão do insensato para comprar a
sabedoria, visto que não tem entendimento?‖ (Prov. 17: 16). O dinheiro não pode trazer tudo. O dinheiro pode
comprar uma bela casa, mas nunca um belo lar. Somente a graça de Deus nos preenche e nos satisfaz e nos traz
alegria perene.

Cuidado: Se você estiver tendo alguma destas características em seu comportamento, você está andando em
caminho traiçoeiro, você está alimentando a carne.

2. Ingratidão

A ingratidão surge quando a pessoa acha que merece mais do que Deus lhe está dando. Porém o homem espiritual
aceita a Palavra de Deus quando diz: ―A minha graça te basta..‖ (2Co. 12: 9)

a. Ingratidão para com os pais – O que entristece o coração de Deus é ver a ingratidão dos filhos para com
seus pais. Há uma promessa para os filhos nos dez Mandamentos – ―Honra a teu pai e a tua mãe‖ (Êx. 20: 12).

b. Ingratidão para com os amigos e para com os benfeitores – A lealdade, a amizade sincera é o ingrediente
mais importante num verdadeiro relacionamento. (Prov. 27: 9-10). O verdadeiro amigo é aquele que aconselha
conforme a Vontade de Deus. (Prov. 15: 22 – Onde não há conselhos fracassam os projetos,..)

Cuidado: Se você não tem feito com gratidão o que lhe cabe no Reino de Deus, cuidado para não entrar pelo
caminho escorregadio da Ingratidão.

3. Rancor

Um caminho pedrogoso. Muitos não conseguem perdoar por causa do rancor que guardam em seus
corações. Um coração rancoroso é um coração duro.

a. O não perdoar estraga o verdadeiro amor – O perdão é como derramar o balde de água fria para os que
suscitam a guerra; a falta de perdão incendeia uma comunidade, uma igreja, uma família; é como palha seca em
contato com o fogo. (Prov. 15: 18).

b. A falta do perdão destrói uma vida inteira – A pessoa que não perdoa não têm paz interior, ela vive em
tormento o tempo todo. Quem não perdoa e não recebe o perdão compromete sua paz interior, pois o rancor
impregna as paredes do coração e compromete o fluir do amor de Deus. (Prov. 10: 12).

c. A falta de perdão destrói os relacionamentos – O bem mais precioso, as maiores riquezas nesta terra não
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são as coisas, os bens materiais adquiridos, mas sim os ―bons relacionamentos‖. A pessoa que não cultiva o bom
relacionamento, não cultiva a boa amizade e não consegue mantê-los mesmo diante de muita tribulação, é
insensata.

Cuidado: O sentimento de rancor só nos leva a destruição e morte. O crente que vive uma vida de rancor ainda
tem um coração de pedra.

4. Insolência – Falta de respeito

O respeito num relacionamento é essencial. Vivemos, individualmente, numa escala de relacionamento


vertical (com Deus) e horizontal (com as pessoas). Temos responsabilidades com Deus e também com o nosso
próximo. Quando o respeito deixa de existir nos nossos relacionamentos estaremos fadados à falência espiritual e
familiar. Os pais precisam ensinar seus filhos valores essenciais no crescimento fisico, emocional e
principalmente espiritual do seus filhos. O respeito começa com os de casa. Entre os que convivem diariamente. É
dentro de casa que devemos ser crentes verdadeiros, pois lá forá será mais fácil (Prov. 13: 1).

a. Desrespeito ao próximo – A pessoa que procura desprezar o seu próximo com palavras e ações será visto
por todos como uma pessoa insolente. Os nossos relacionamentos precisam ser respeitosos e sinceros. (Prov. 11:
12).

b. Desrespeito a Deus – O respeito a Deus é resultado do exercício que a pessoa faz de seu relacionamento
com o seu próximo. Se não amarmos aqueles a quem podemos ver, como provaremos se de fato amamos a Deus,
a quem não se pode ver? (Prov. 9: 10)

5.5 Obras da Carne & Frutos do Espírito

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias,
inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e
coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais
coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: caridade (amor), gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra essas coisas não há lei.” Gl 5.19-23

Nenhum trecho da Bíblia apresenta um mais nítido contraste entre o modo de vida do crente cheio do
Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa do que 5.16-26. Paulo não somente examina a
diferença geral do modo de vida desses dois tipos de crentes, ao enfatizar que o Espírito e a carne estão em
conflito entre si, mas também inclui uma lista específica tanto das obras da carne, como do fruto do Espírito.

OBRAS DA CARNE.

ETMOLOGIA: ―Carne‖ (gr. sarx) é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no
cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras
da carne não poderão herdar o reino de Deus (5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida
e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14;
ver Gl 5.17). As obras da carne (5.19-21) incluem:

(1) ―Prostituição‖ (gr. pornéia), i.e., imoralidade sexual de todas as formas. Isto inclui, também, gostar de
quadros, filmes ou publicações pornográficos (cf. Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29; 21.25; 1Co 5.1). Os termos
moichéia e pornéia são traduzidos por um só em português: prostituição.

(2) ―Impureza‖ (gr. akatharsia), i.e., pecados sexuais, atos pecaminosos e vícios, inclusive maus pensamentos e
desejos do coração (Ef 5.3; Cl 3.5).
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(3) ―Lascívia‖ (gr. aselgeia), i.e., sensualidade. É a pessoa seguir suas próprias paixões e maus desejos a ponto
de perder a vergonha e a decência (2Co 12.21).

(4) ―Idolatria‖ (gr. eidololatria), i.e., a adoração de espíritos, pessoas ou ídolos, e também a confiança numa
pessoa, instituição ou objeto como se tivesse autoridade igual ou maior que Deus e sua Palavra (Cl 3.5).

(5) ―Feitiçarias‖ (gr. pharmakeia), i.e., espiritismo, magia negra, adoração de demônios e o uso de drogas e
outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx 7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23).

(6) ―Inimizades‖ (gr. echthra), i.e., intenções e ações fortemente hostis; antipatia e inimizade extremas.

(7) ―Porfias‖ (gr. eris), i.e., brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29; 1Co 1.11; 3.3).

(8) ―Emulações‖ (gr. zelos), i.e., ressentimento, inveja amarga do sucesso dos outros (Rm 13.13; 1Co 3.3).

(9) ―Iras‖ (gr. thumos), i.e., ira ou fúria explosiva que irrompe através de palavras e ações violentas (Cl 3.8).

(10) ―Pelejas‖ (gr. eritheia), i.e., ambição egoísta e a cobiça do poder (2Co 12.20; Fp 1.16,17).

(11) ―Dissensões‖ (gr. dichostasia), i.e., introduzir ensinos cismáticos na congregação sem qualquer respaldo na
Palavra de Deus (Rm 16.17).

(12) ―Heresias‖ (gr. hairesis), i.e., grupos divididos dentro da congregação, formando conluios egoístas que
destroem a unidade da igreja (1Co 11.19).

(13) ―Invejas‖ (gr. fthonos), i.e., antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e
queremos.

(14) ―Homicídios‖ (gr. phonos), i.e., matar o próximo por perversidade. A tradução do termo phonos na Bíblia de
Almeida está embutida na tradução de methe, a seguir, por tratar-se de práticas conexas.

(15) ―Bebedices‖ (gr. methe), i.e., descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante.

(16) ―Glutonarias‖ (gr. komos), i.e., diversões, festas com comida e bebida de modo extravagante e desenfreado,
envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes.

As palavras finais de Paulo sobre as obras da carne são severas e enérgicas: quem se diz crente em Jesus e
participa dessas atividades iníquas exclui-se doreino de Deus, i.e., não terá salvação (5.21; ver 1Co 6.9).

O FRUTO DO ESPÍRITO.

Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama ―o
fruto do Espírito‖. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e
influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne,
e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14 nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9).
O fruto do Espírito inclui:

(1) ―Caridade‖ (amor) (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer
em troca (Rm 5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).

(2) ―Gozo‖ (gr. chara), i.e., a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e
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na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que crêem em Cristo (Sl 119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1Pe
1.8; ver Fp 1.14).

(3) ―Paz‖ (gr. eirene), i.e., a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o
crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20).

(4) ―Longanimidade‖ (gr. makrothumia), i.e., perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o
desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).

(5) ―Benignidade‖ (gr. chrestotes), i.e., não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12;
1Pe 2.3).

(6) ―Bondade‖ (gr. agathosune), i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em
atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13).

(7) ―Fé‖ (gr. pistis), i.e., lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa,
compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7; Tt 2.10).

(8) ―Mansidão‖ (gr. prautes), i.e., moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-
se com eqüidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (2Tm 2.25; 1Pe
3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf. 2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de
Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx 32.19,20).

(9) ―Temperança‖ (gr. egkrateia), i.e., o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões,
inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5).

O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui
indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente. Nunca haverá uma lei que
lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos.

5.6 O Cristão E O Diabo

Diabo (do latim diabolus, por sua vez do grego διάβολος, transl. diábolos, "caluniador", ou "acusador" é o
título mais comum atribuído à entidade sobrenatural maligna da tradição cristã. Tratado como a representação do
mal, em sua forma original de um anjo querubim, responsável pela guarda celestial,[2] que foi expulso dos Céus
por ter criado uma rebelião de anjos contra Deus com o intuito de tomar-lhe o trono.[3] Com seu parecer ainda
desconhecido, muitas são as tentativas de reproduzi-lo. O mais popular o levaria a ter uma cor vermelha, com
feições humanas, mas com chifres, rabo pontiagudo e um tridente na mão, para remeter a um cetro. Alguns
acreditam que este parecer foi criado, sobretudo, pela Igreja Católica. Tal opinião alega que, como ela poderia
perder seus fiéis para o paganismo, apropriou-se de um elemento de cada deus pagão e reuniu-os, para que toda
vez que um de seus fiéis olhasse para uma divindade sentisse medo, associando-a a Lúcifer[carece de fontes].
Assim a perda de fiéis teria diminuído notavelmente.[carece de fontes] Outra forma também comum quanto ao
parecer corresponde à de um ser metade humano, metade bode, com o pentagrama invertido inscritos no corpo
(imagem de Baphomet, embora não tenha ligação com ele), que foi a imagem iniciada pela Igreja Católica.

5.7 Crença multicultural sobre o Diabo

São muitos os nomes, as características e os poderes atribuídos ao Diabo - o príncipe das trevas - na
cultura ocidental. Na verdade, o Diabo é o resultado da fusão de muitas crenças de diversas entidades e de
diferentes culturas. Aparece na Bíblia Sagrada como sendo a serpente que seduziu Eva e Adão no paraíso,
levando-os a comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal; ou quando da agonia de Cristo no
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deserto, o Diabo aparece tentando-o, oferecendo-lhe o mundo como recompensa para que Jesus abandone o plano
de Deus para sua vida. Da mitologia grega, ele é herdeiro direto de Hades, o Deus do mundo dos mortos, local
para onde as almas dos condenados eram enviadas, após pagarem ao barquero Caronte; para entrar na morada de
Hades era preciso passar por Cérbero, o cão de três cabeças que guardava os portais do Tártaro.

Já o tridente ele herdou de Netuno, o Deus dos mares; os pés de bode eram de Pã, uma entidade benéfica,
que vivia nos bosques e florestas. A aparência hedionda de Lúcifer só veio se concretizar a partir do fim do
Império Romano (476 d. c.), quando a Igreja Católica passou a ocupar o vazio de poder deixado pela queda de
Roma; a Europa se via mergulhada nas invasões bárbaras, sem contar com um poder sólido para garantir a ordem
social. Era preciso demonizar as crenças pagãs, para que a religião cristã se prestasse como nova ferramenta de
poder e de controle sobre os diversos povos que viviam dentro das fronteiras do decaído império Romano;
fornecendo uma base de cultura comum para um mundo extremamente diverso e conflitivo. Para manter seu
domínio sobre estas populações, durante a "Idade das Trevas" a igreja resolveu personificar "a encarnação do
mal"; passou então a representar em Lúcifer toda a maldade, os vícios, os pecados e os sofrimentos do mundo; e
também a figura de um "Demônio malévolo", comandante de uma legião de outras criaturas das trevas em luta
eterna contra Deus, os santos e os anjos, para "corromper a humanidade", carregando-a para a perdição do pecado,
afastando-a da "verdadeira Igreja de Cristo".

Isso tudo veio se prestar perfeitamente para dar consistência para o projeto de poder de uma igreja que
ambicionava reerguer o Antigo Império Romano e unificar a fé e as crenças por todo o mundo. Pode-se mesmo
dizer que o Demônio seria uma espécie de oposto de Cristo; o seu inverso; a encarnação da maldade e da vilania.
Dante Alighieri escreve "A Divina Comédia", livro em que a alma do poeta percorre os Céus e os infernos. A
crença em Deus era alimentada pelo temor nas forças das trevas; o Diabo passou a ser visto em Hereges
(dissidentes de fé diversa), bruxas, cientistas, judeus (por receberem a culpa da prisão e condenação de Cristo, e
por negarem que este seria o "Messias" anunciado no velho testamento, os judeus sempre foram perseguidos e
associados ao Diabo) e, mais tarde, ciganos.

Acreditava-se que o mundo estaria próximo do fim, e que o Anticristo estaria reinando na Terra; bruxas,
lobisomens, vampiros, assombrações, hereges, cientistas (como Copérnico e Giordano Bruno) eram todos
considerados adoradores do Diabo e agentes da danação a serviço da corrupção da humanidade. Como
acreditavase na época que o Papa "falava por Deus", os protestantes também foram associados ao Diabo, por
desobedecerem ao pontífice. A pretexto de defender Jesus Cristo e a sua "Verdadeira Igreja", muitos governos
instituíram o Tribunal da Santa Inquisição, quando as bruxas e os hereges eram presos, torturados e julgados por
crimes contra a cristandade.

Acreditava-se que com isso o "reinado do Anticristo" estaria sendo combatido (o próprio Napoleão
Bonaparte foi tomado como sendo a "encarnação do Anti-Cristo" na terra, para a maioria de seus inimigos). Às
luzes do Renascimento e do Iluminismo, com o advento da ciência clássica e da economia de mercado só vieram
radicalizar os extremismos. Cresce a superstição de que, para cada criatura humana viva na terra, o Diabo havia
designado um "Demônio tentador" para garantir que aquela alma se perdesse nos descaminhos da maldade; já
Deus, em sua infinita bondade, teria designado um "anjo da Guarda" responsável para tentar levar a alma deste
vivente para o "caminho do Bem". Acreditava-se que desde o início da criação dos tempos o mundo testemunhava
esta luta eterna entre Deus e o Diabo pelas almas dos humanos. Esta luta eterna entre Deus e o Diabo surge a
partir da lenda da rebelião de anjos contra a autoridade de Deus-pai, quando Lúcifer, o anjo decaído, lidera uma
legião de anjos, arcanjos e querubins numa tentativa frustrada de literalmente "tomar o poder no Paraíso".
Derrotado por Deus e pelos anjos e arcanjos que lhe permaneceram fiéis, Lúcifer teria sido banido por Deus para
todo o sempre para morar no submundo dos infernos, local sombrio e terrível. Teria sido neste momento que Deus
teria punido seu "Anjo de Luz" (este é o significado da palavra Lúcifer) deformando seu corpo e seu rosto,
tornando-o uma criatura abominável e repugnante (antes o Arcanjo lúcifer, segundo esta crença, era um rapaz
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belíssimo). Diz a lenda que quando Deus estava lançando Lúcifer aos infernos este teria dito: "É melhor reinar no
inferno do que servir no paraíso!".

Com a descoberta da América, duas visões se cristalizaram: a primeira dizia que o Novo Mundo era o
reino do Anti-Cristo na terra; o Diabo estaria dominando os índios e habitando suas almas e corpos; a outra dizia
que este continente era o "o Paraíso perdido", local onde Deus teria colocado o primeiro homem e a primeira
mulher para viverem em felicidade eterna, antes do pecado original. Foi aí que o Diabo ganhou contornos nativos,
sendo Maíra, Anhangüera, ou qualquer entidade indígena. Com a escravidão dos negros, logo a Igreja (a serviço
da coroa) e os senhores brancos se apressaram em associar a figura do Diabo às divindades africanas. O Diabo
ganhou uma aparência africanizada (tornando-se um homem negro enorme, numa referência preconceituosa à raça
negra em geral), passou a ser chamado também de Exu[4], Tranca-Rua e outras definições afins.

5.8 O Diabo no Cristianismo e noutros seguimentos

O Diabo, na maioria das igrejas, já foi um anjo de luz e estava junto a Deus, e seu nome era Lúcifer (do hebraico
hêlîl, "estrela da manhã", Lúcifer foi a tradução mais próxima). Houve uma rebelião nos céus, onde Deus lançou
Lúcifer fora dos Céus junto com seus anjos seguidores (segundo o livro de Apocalipse, correspondente a 1/3 dos
anjos), onde ele se tornou o responsável pelo mal no Universo.

Catolicismo

Na teologia católica, especialmente Agostiniana, o Diabo é a representação de tudo o que Deus não
representa: perversidade, apatia, tentação, luxúria, morte, destruição, com Deus representando a Luz que existe, e
o demônio, as trevas, ou seja, a ausência da Luz. Referências Bíblicas: Isaías 14, Ezequiel 28 e Apocalipse 12.

Cristadelfianos

Os cristadelfianos não acreditam que o Diabo seja um anjo caído, mas sim uma personificação do pecado
manifesto em indivíduos, associações/governos civis e eclesiásticos. Não acreditam num anjo caído porque todos
os anjos segundo o que entendem por Verdade Bíblica não pecam. Entre outras explicações dizem que o salário do
pecado é a morte e se os anjos são imortais logo não pecam.

Espiritismo

Conforme a Doutrina Espírita, constitui-se a personificação do mal; é um ser alegórico, resumindo em si


todas as paixões más dos Espíritos imperfeitos. É sinônimo de demônio, que por sua vez, são seres incorpóreos,
bons ou maus. Nas línguas modernas, esta palavra é geralmente tomada em má acepção, que se restringe aos
gênios malfazejos. Segundo o Espiritismo, não há demônio no sentido de seres criados para o mal e eternamente
desgraçados, mas sim significando Espíritos imperfeitos, que podem, todos, aperfeiçoarem-se por seus esforços e
pelo poder de sua vontade.

Neo-satanismo

No satanismo moderno (ver Satanismo LaVey), Satanás (não existe Diabo) não é visto como uma entidade
viva, e sim como um símbolo de vitalidade, poder, virilidade, sexualidade e sensualidade. Satanás é visto como
uma força da natureza e dos desejos intimos do ser humano.

No satanismo tradicional existe de fato um culto ao Diabo. A palavra Satã significa opositor (opositor ao
Deus cristão, no caso do cristianismo). Os adeptos dessa filosofia acreditam ser Deus o causador de toda tristeza
existente no mundo. Logo, o satanismo prega o culto ao mal para contrariar o "bom juiz".[carece de fontes] Wicca
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Na Wicca, o conceito de demônios é desprezado. Simplesmente, porque a energia criativa não é positiva
nem negativa. Somos nós quem usamos essa energia para o bem ou para o mal. Portanto, a conseqüência dessa
ação é de nossa inteira responsabilidade, e não de um ser maligno. O deus cornífero Cernunnos da Wicca foi
injustamente confundido com o Diabo cristão, por ter chifres (na antigüidade os cornos eram fálicos, remetiam à
virilidade [fertilidade], logo eram símbolos das religiões antigas européias). Ele já era cultuado por religiões pagãs
antes da chegada do cristianismo à Europa, portanto, foi a Igreja quem copiou a sua imagem e passou a caçar os
pagãos durante a Santa Inquisição por condenar uma idéia de divindade diferente da sua.

Zoroastrismo

No zoroastrismo, uma possível analogia ao Diabo seria à Angro Mainyu (Ahriman em persa), inimigo de Ahura
Mazda (Aúra-Masda).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tudo o que se refere à igreja aos deveres, atividades e atitudes ligadas à nossaparticipação no programa e
tipo de vida de uma igreja. Quando respondemos inadequadamenteo que é ser cristão, estamos respondendo na
verdade o que é ser religioso. Alguns Acham que os cristãos são: 1. Pessoas moralmente boas que pagam suas
dívidas e fazem tudo para viver de acordo com os dez mandamentos.2. Freqüentadores regulares das
programações da igreja. 3. Aqueles que liberalmente sustentam o programa da igreja, contribuindo fielmente para
todos os fins com dízimos e ofertas generosas. 4. Dão apoio ao programa da igreja, ensinando na Escola Bíblica
Dominical e servindocomo oficiais. 5. São os ortodoxos em sua teologia e crenças.

A igreja está cheia de religiosos surpreendentemente mortos para as coisas espirituais e vivos para o
―eu‖. A vida crucificada quase não tem sentido para eles. Um religioso avalia a sua vida pelo zelo e não pela
crucificação. O zelo não é necessariamente um sinal de espiritualidade; pode ser uma prova do ―eu‖.

A fim de viver mais de acordo com o que Jesus viveu e prestar um culto verdadeiro, precisamos entender
a natureza de Deus. Na conversa com a mulher samaritana junto ao poço, Jesus disse: ―Deus é espírito e é
necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade‖ (Jo 4:24). Visto que Deus é espírito, sua
adoração não pode restringir- se a um lugar particular. Devemos ter uma genuína experiência de adoração em
qualquer lugar.

Se entendermos que somos em cristão e qual é a nossa missão no corpo de Cristo, podemos impactar
nossa geração!

Desde que aceitamos a Jesus como nosso Senhor e Salvador, podemos dizer com toda a convicção:

1. Sou filho de Deus - Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se
tornarem filhos de Deus, Jo 1.12

2. Sou amigo de Cristo - Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez
disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido. Jo 15.15

3. Fui justificado - Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus
Cristo,Rm 5.1

4. Estou unido com o Senhor e sou um com Ele em espírito - Mas aquele que se une ao Senhor é um
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espírito com ele. 1 Co 6.17

5. Fui comprado por preço; pertenço a Deus - Vocês foram comprados por alto preço. Portanto,
glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo. 1 Co 6.20

6. Sou membro do corpo de Cristo - Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês,
individualmente, é membro desse corpo. 1 Co 12.27

7. Sou santo - Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus,aos santos e fiéisa em Cristo Jesus que
estão em Éfeso: Éf 1.1

8. Fui adotado como filho de Deus - Em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos, por meio
de Jesus Cristo, conforme o bom propósito da sua vontade, Éf 1.5

9. Tenho acesso direto a Deus mediante o Espírito Santo - pois por meio dele tanto nós como vocês temos
acesso ao Pai, por um só Espírito. Éf 2.18

10. Fui remido e perdoado de todos os meus pecados - em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos
pecados. Cl 1.14

11. Sou completo em Cristo - Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste
mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: Cl 2.20

12. Sou o sal e a luz do mundo - ―Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como
restaurálo? Não servirá para nada, exceto para serjogado fora e pisado pelos homens. Vocês são a luz do
mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.‖ Mt 5.13-14

13. Sou um ramo da videira verdadeira, um canal da Sua vida - ―Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai
é o agricultor.‖ ―Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse
dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.‖ Jo 15.1,5

14. Fui escolhido e designado para produzir fruto - ―Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para
irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome.‖
Jo 15.16

15. Sou uma testemunha pessoal de Cristo - ―Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre
vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra‖.
At 1.8

16. Sou santuário de Deus - ―Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita
em vocês?‖ 1º Co 3.16

17. Sou ministro da reconciliação - ―Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas
já passaram; eis que surgiram coisas novas! 2º Co 5.17-20

18. Sou cooperador de Deus - ―Como cooperadores de Deus, insistimos com vocês para não receberem em
vão a graça de Deus.‖ 2º Co 6.1

19. Estou assentado com Cristo nos lugares celestiais - ―Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos
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fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus,‖ Ef 2.6

20. Sou feitura de Deus - ―Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas
obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos.‖ Ef 2.10

21. Posso aproximar-me de Deus com liberdade e confiança - ―por intermédio de quem temos livre
acesso a Deus em confiança, pela fé nele.‖ Ef 3.12

22. Tudo posso em Cristo que me fortalece.―Tudo posso naquele que me fortalece.‖ Fl 4.13

23. Estou livre para sempre da condenação - ―Portanto, irmãos, estamos em dívida, não para com a carne,
para vivermos sujeitos a ela.‖ Rm 8.12

24. Estou certo de que toda as coisas cooperam para o bem - ―Sabemos que Deus age em todas as coisas
para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.‖ Rm 8.28

25. Estou livre de quaisquer acusações contra mim - ―Quem fará alguma acusação contra os escolhidos
de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Foi Cristo Jesus que morreu; e mais, que
ressuscitou e está à direita de Deus, e também intercede por nós.‖ Rm 8.33-44

26. Não posso ser separado do amor de Deus - ―Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou
angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?‖ Rm 8.35

27. Fui estabelecido, ungido e selado por Deus - ―Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos
firmes em Cristo. Ele nos ungiu,‖ 2ºCo 1.21

28. Estou oculto com Cristo em Deus - ―Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com
Cristo em Deus.‖ Cl 3.3

29. Estou confiante de que a boa obra que Deus começou em mim será completada - ―Estou convencido de
que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.‖ Fp 1.6

30. Sou um cidadão dos céus - ―Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai
completá-la até o dia de Cristo Jesus.‖ Fp 3.20

31. Não recebi espírito de covardia, mas de poder, amor e moderação - ―Pois Deus não nos deu espírito
de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.‖ 2ºTm 1.7

32. Posso encontrar graça e misericórdia em ocasião de necessidade - ―Portanto, resta entrarem alguns
naquele descanso, e aqueles a quem anteriormente asboas novas foram pregadas não entraram, por causa
da desobediência.‖ Hb 4.16

33. Sou nascido de Deus e maligno não pode tocar-me - ―Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus
não está no pecado; aquele que nasceu de Deus o protege, e o Maligno não o atinge.‖ 1º Jo 5.18

A Deus seja a Glória!

BIBLIOGRAFIA

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SITES CONSULTADOS

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www.obreiroaprovado.com http://estanteteologica.blogspot.com

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http://neideestudosbiblicos.blogspot.com http://www.webartigos.com

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http://pt.wikipedia.org http://www.estudosdabiblia.net

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LIVROS CONSULTADOS

Queiroz, Carlos. Sér é o bastante: felicidade à luz do sermão do monte – Curitiba:


Encontro ; Viçosa, MG: Ultimato, 2006
L. Geisler, Norman. Ética Cristã - Opções e questões contemporâneas- Vida Nova – S. Paulo – 2005.
Stott, John R. W. Crer é também pensar. ABU Editora. 1995.
George Sweeting. Os primeiros passos na vida cristã. MUNDO CRISTÃO. 1979.
Comissão de Lausanne para a Evangelização Mundial. O Evangelho E A Cultura.. ABU. 1983
Shedd, Russell F. O mundo, A Carne e o Diabo. Vida Nova. São Paulo: 2000.
Wayne Grudem. Teolofia Sistemática do autor, Ed. Vida Nova.________.
Bobb Biehl / James W. Hagelganz, O livro ORAÇÃO – Como Começar e Continuar Orando, Editora
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PACKER, J.J – O conhecimento de Deus – Ed. Mundo cristão____________.
RIDENOUR, Fritz – Como ser cristão sem ser religioso – Ed. Mundo
cristão.___________. J. R. W., Stott – Cristianismo básico – Ed. Vida nova.
___________.
BEZERRA, Durvalina – A missão de interceder – Ed. Descoberta. ___________.
FOSTER, Richard – Celebração da disciplina – Ed. Vida. ___________.
CHRISTENSON, Evelyn – Transforma-me – Ed. Mundo cristão. ___________.

OUTROS MATERIAIS CONSULTADOS

Apostila De Vida Cristã - Professora: Ana Maria / Eva Maria - Instituto Bíblico Betel Japonês E Passo De

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Bíblia de Estudo de Genebra [Editor Geral: R. C. Sproul]

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