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Os pilares da mordomia Cristã

Os quatro pilares da mordomia cristã são


representados pelos 4 “T’s.” Templo, tempo,
talento e tesouro.
Os quatro pilares da mordomia cristã esclarecem o entendimento de que a relação
do homem com Deus é uma relação Senhorio X mordomo e não uma relação
Senhor X escravo. O erro no entendimento desse aspecto fundamental tem
trazido prejuízos à forma como Deus é apresentado e constroi-se uma ideia de
que Deus é um ser com problemas de auto- estima, carente de adoração e sempre
disposto a castigar os que dele se afastam. Entretanto, basta uma explicação
simples e rigorosamente bíblica, é possível ampliar o entendimento sobre o que
significa mordomia e ajudar-nos na nossa conduta diante das responsabilidades
que Ele, como criador, nos delegou.

A base da mordomia cristã


A prova crucial de que somos mordomos se encontra ainda no livro de Gênesis,
quando Deus informa ao homem as suas responsabilidades no planeta recém
preparado para habitação.

27 “Criou Deus o homem à sua imagem,


à imagem de Deus o criou;
homem e mulher os criou.

28 Deus os abençoou e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e


subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e
sobre todos os animais que se movem pela terra”.

29 Disse Deus: “Eis que dou a vocês todas as plantas que nascem em toda a
terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes.
Elas servirão de alimento para vocês.

30 E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego de vida:
a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e a todas as
criaturas que se movem rente ao chão”. E assim foi.

31 E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom. Passaram-
se a tarde e a manhã; esse foi o sexto dia.” Gênesis 1:27-31
“E o Senhor Deus ordenou ao homem: “Coma livremente de qualquer árvore do
jardim,” Gênesis 2:1

Ao ler os trechos acima é impossível não notar a relação de vassalagem entre


Deus e o homem. Pois vimos planeta foi entregue sob a responsabilidade do
jovem casal para ser Lavrado e protegido. Também coube a Adão dar nomes aos
animais. Gênesis 2:19

Sobre o homem foi lançada uma bênção especial que o tornava “senhor” da terra,
devendo este, ainda, enchê-la com sua descendência.

As funções do homem na terra

1. O homem ocuparia uma função de administrador;

2. Suas responsabilidades eram, basicamente, produzir valores (lavrar), proteger


(guardar), gerenciar (dar nomes) e liderar uma equipe (multiplicar-se).

Além das funções, haviam instruções claras sobre como o sistema deveria
funcionar, incluindo uma dieta adequada, o modelo de relacionamento e o
período de descanso. Observamos que essas regras não eram algum tipo de
restrição arbitrária ou que poderiam trazer opressão ao homem. Pelo contrário,
tais instruções mostravam a grande importância que Deus deu ao homem diante
de todo universo.

Não é de admirar que essa relação tenha despertado a inveja de Satanás e


causado a queda do ser humano. Entretanto, apesar do fracasso do homem em
permanecer fiel ao compromisso assumido, Deus não o abandonou à própria
sorte. Com a promessa de um Salvador, (Leia Gênesis 3) o criador reiterou seu
compromisso de manter o homem como mordomo, embora sob novas condições.

Os 4 pilares da mordomia: Templo, tempo, talento e tesouro.

O primeiro T da mordomia cristã: Templo

O novo testamento nos diz que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo.
Assim sendo, podemos concluir que o nosso corpo é o templo de Deus. Para a
perfeita manutenção deste templo, o criador instruiu quanto ao tipo de alimento
que o homem poderia consumir, pois “ Disse Deus: “Eis que dou a vocês todas
as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores
que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês. Gn 2:29
Além da dieta do homem, Deus instruiu sobre a dieta dos animais. (Verso 30) e
deixou claro que o alimento adequado para o seu bem estar não incluiria
alimentos a base de carne.

Após o dilúvio Deus permitiu o consumo de carne, mas estabeleceu uma série de
restrições, que incluíam a abstenção de sangue e uma lista de animais impuros,
impróprios para consumo. Essa lista e as normas relativas a ela eram conhecidas
por Noé antes mesmo do dilúvio, lançando assim por terra a teoria de que a tais
restrições seriam apenas para o povo de Israel.

*Para mais informações sobre as restrições recomendo a leitura dos seguintes


textos: Gênesis 7:2, Levítico 11, Deuteronômio 12:23.

Pensando desta maneira é fácil entender a importância de uma boa alimentação


para o cristão. Cuidar bem do corpo não é modismo, já que saúde física e mental,
abstenção de substâncias nocivas, exercícios físicos e descanso adequado devem
fazer parte do estilo de vida de quem professa o cristianismo.

Nem é necessário lembrar que o plano original de Deus é o melhor para a vida de
suas criaturas.

Segundo T da mordomia cristã: Tempo

O segundo pilar da mordomia cristã trata do uso do tempo. O tempo foi um


presente que Deus disponibilizou para que o homem pudesse exercer sua
mordomia. E, como forma de expressar seu cuidado com o bem estar da criatura,
o criador estabeleceu um dia de descanso para comunhão e celebração. O
Shabbat.

O sétimo dia da semana foi reservado para que a humanidade se encontrasse com
Deus. Ele o criou por sua causa (Marcos 2:27), para ser um dia de descanso e
deleite, e não um dia de jugo e tristeza. É verdade que Jesus criticou a falta de
entendimento dos judeus de seu tempo acerca do sábado, mas o Messias desejava
com isso restaurar a verdadeira importância desse dia sagrado.

Enquanto o sábado lembra nossa origem nobre, os demais dias lembram-nos que
tudo o que fazemos e produzimos é resultado de uma doação dAquele que nos
criou. O tempo é um dom, e devemos usá-lo da melhor maneira possível,
aproveitando-o com atividades lucrativas, nobres, honestas e que beneficiem o
máximo de pessoas.

Terceiro T da mordomia cristã: Talento


O terceiro “T” da mordomia cristã é o que se refere ao uso dos talentos.
Entendemos por talento a nossa capacidade de multiplicar um bem, seja ele
material ou imaterial. Embora muitos pregadores costumem limitar o uso dos
talentos ao serviço eclesiástico, essa aplicação reduzida, e às vezes, confusa,
coloca muitos cristãos em estado de inércia, sem preocupação com a
produtividade em todos os sentidos.

A famosa parábola dos talentos de Mateus 25:14-24 abrange muito mais que
assuntos relacionados ao trabalho evangelístico, embora possa ser aplicada a isso.

Nossa capacidade de gerar riquezas é um dom divino, uma vez que em qualquer
área em que atuemos devemos nos esforçar para ser um dos melhores. Não
importa a quantidade de dons que deus nos conceda, devemos sempre multiplicá-
los pelo esforço e estudo. O cristão deve ser um eterno aprendiz, e jamais agir
com negligência na obra do Senhor.

Mesmo não sendo um grande intelectual, aquele que faz o serviço com empenho
e dedicação, será encarregado de grandes responsabilidades, conforme o prórpio
Jesus disse: Bem está servo bom e fiel, no pouco foste fiel, no muito te
colocarei.” Mt 24:23

O quarto T da mordmomia cristã: Tesouro

O quarto “T” é o que chamamos de tesouro. Ele é o ponto culminante do sentido


da mordomia, porque é também o resultado de tudo que produzimos. A produção
de bens e o acúmulo de riquezas é uma bênção, quando aplicadas da forma
correta, pois estáimplícita na ordem de Deus “Crescei e multiplicai” e deve ser
um dos grandes objetivos do cristão.

Como todas as bênçãos de Deus, após o pecado perderam parte do seu brilho,
pois a ganância, o orgulho e a avareza tornaram aquilo que deveria ser um bem
em um mal. Por isso Deus deu instruções de como proceder para evitar esse
engano.

Como mais material de todas as bênçãos, o tesouro pode ser visualizado pelo
cristão e utilizado como parte de todo plano da salvação. O dízimo foi
estabelecido por Deus para proteger o homem da ganância, para que ele não
esqueça que tudo o que possui é proveniente da sua relação de mordomia.

Além do dízimo, a beneficência é parte da mordomia relacionada ao tesouro, pois


ajudar os que precisam de socorro imediato é uma maneira de vencer o orgulho e
contribuir para aliviar a dor de quem não tem nada. Infelizmente, as organizações
religiosas distorcem o objetivo original da doação transformando-as em
barganha, enquanto é, na verdade, um ato de gratidão. Outras canalizam toda
teologia da doação para si mesmas, para evitar que parte das doações alcance os
necessitados. Deus julgará quem assim age.

Conclusão

Mordomia não é escravidão e nem poderia ser, é sim um testemunho permanente


de que Deus nos escolheu para administrar seus bens e multiplicar a bondade no
mundo. Aliás, sobre multiplicar, muitos pregadores acrescentam um quinto T, o
testemunho. Eu prefiro pensar que este “T” é desnecessário, já que o testemunho
é o resultado natural de quem adota um estilo de vida de um mordomo fiel.

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