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VIRTUDES QUE COMPÕE O FRUTO DO ESPÍRITO

AMOR: No original grego a palavra amor tem vários significados, podendo


primeiramente ser definido como amor ágape, Eros ou fileo. Como virtude principal e
inicial do fruto do Espírito o amor aqui relatado é a ágape, ou seja, o amor divino.Este
amor emana de Deus para o homem, pois o Senhor é a fonte de todo o amor (I Jo
4.8). O pastor Russel Norman Champlim em sua enciclopédia define este amor como.
Um desejo intenso de agradar a Deus de fazer o bem à humanidade; a própria alma e
o espírito de toda a verdadeira religião; cumprimento da lei e aquilo que dá energia a
fé Nós o amamos porque ele nos amou primeiro, e se somos regenerados pela sua
graça e justificados pela fé, recebemos
o amor de Deus que excede a todo o entendimento (Ef 3.18), cumprindo com isto os
dois principais mandamentos da lei que foram enfatizados nos ensinos de Jesus
quando este debatia principalmente com os escribas e fariseus, como no caso debate
inicial sobre o cumprimento da lei para herdar a vida eterna o que culminou com Jesus
contando a parábola do Samaritano. Amarás ao Senhor, teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento
e ao teu próximo como a ti mesmo (Lc 10.27). Agindo segundo este ensinamento
passaremos realmente a ter a plataforma para as outras virtudes do fruto do Espírito e
cumpriremos cabalmente e com total integridade a religião verdadeira, como ensina-
nos Tiago o líder da igreja em Jerusalém e irmão de nosso mestre: A religião pura e
imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas
tribulações e a si mesmo guardar-se da corrupção do mundo. (Tg 1.27).
Mediante este ensino de Tiago devemos amar ao próximo, como a nós mesmos, pois
mesmo se eu falasse a língua dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que
soa ou como o sino que tine (I Co 13.1), por isto devemos analisar o décimo terceiro
capitulo da primeira epistola de Paulo a igreja de Corinto, analisando que: "A caridade
é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com
leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus
interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a
verdade; tudo sofre; tudo crê; tudo espera; tudo suporta. A caridade nunca falha;
mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão, havendo
ciência, desaparecerá; porque em parte conhecemos e, em parte profetizamos.
Mas quando vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado".(I Co 13.4-
10 ARC). Analisando estes versículos sintomaticamente concluímos que o caminho
para a santificação é a manutenção diária do fruto do Espírito Santo.

GOZO: No original grego é "chara", Trata-se daquela qualidade de vida que é graciosa,
e bondosa, caracterizando-se pela generosidade na dádiva aos outros, o que é
resultado de um senso de bem estar e prazer na presença de Deus, o que é derivado
de uma intimidade com o Senhor mediante a palavra (Os 6.3), o que gera regozijo no
Espírito Santo. Este gozo envolve todas as áreas de nossas vidas nos tornando mais
tranqüilos e sensatos diante das situações, mesmo as mais adversas. Para
entendermos este gozo basta analisamos o Salmo
23.1, quando Davi assim exclama: O Senhor é o meu pastor, nada me faltará.
Diferente do que muitos pretensos teólogos pensam este nada me faltará não se
encontra ligado a bens materiais, mas a presença de Deus, pois quando realmente
meditamos na palavra somos prósperos espiritualmente (Js 1.8), confiantes em Deus
(Sl 46.10), sabedores de que mesmo que nunca nos falte dias de tribulações ou de
alegrias devem ser sempre satisfeitas (I Tm 6.8), pois como o Senhor ensinou a Paulo
ele também deseja nos ensinar: A minha graça te basta, porque o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para
que em mim habite o poder de Cristo, pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas
injurias, nas necessidades, nas perseguições, nas angustias, por amor de Cristo.
Porque, quando estou fraco, então, sou forte. (II Co 12.9-10).
Devemos ser gratos a Deus em tudo porque aos efésios Paulo assim nos ensinou:
Bendito o Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.
Irmão Paulo não esta nos ensinando a sermos passivos, pessoas que aceitem tudo que
é ensinado na igreja, que aceitem tudo que os outros falam como palavra de Deus,
mas o que Paulo nos ensina é que o gozo que nós sentimos na alma pela presença de
Deus nas nossas vidas nos ensina, mesmo diante das piores situações de desespero,
depressão, lutas, doenças e transtornos, que só a graça dele para nos ajudar a
suportar todos os desafios impregnados da chamada Teologia do sofrimento. Quando
entendemos verdadeiramente o que é a alegria no Espírito Santo, teremos um gozo na
alma como um refrigério que mesmo diante das piores situações que em muitas vezes
preferimos a morte como no caso de Elias, Moisés e Jonas a graça dele nos sustenta
para nos mantermos fieis a sua palavra, não que não podemos sofrer, mas este
refrigério nos ajudará a não deixarmos a nossa fé no eterno ir embora. Como também
nos dias de alegria, este esta virtude irá nos ensinar a atribuir a Deus todas as nossas
conquistas diárias, para que assim não venhamos a nos ensoberbecer, mas sempre
regozijarmos no Espírito Santo pelas nossas vitórias pessoais, pois isto é dádiva dele.

PAZ: Como virtude do Espírito é a paz que excede a todo o entendimento. Foi pelo
intermédio da cruz que Deus estabeleceu a paz (Cl 1.20). A paz envolve muito mais do
que uma simples tranqüilidade, ela se encontra totalmente ligada a transformação
segundo a imagem de Cristo, onde passamos a desenvolver a mente de Cristo (Rm
12.1-2). Assim o crente sabe qual é a boa, a perfeita e a agradável vontade de Deus
passando a desenvolver uma maturidade cristã que irá permite-lo viver em paz com
todos (I Ts 5.13, Hb 12.14). Abandonando assim por completo as implicações do eu
humano, sabendo que como cristãos nossa maior preocupação deve ser refletir a
pessoa de Cristo com nossas atitudes e busca sempre paz tanto interior como com
todos.
O Reino de Deus é paz (Rm 14.17), porque Deus é Deus de paz (Fp 4.9, II Ts 3.16), e
é ele quem nos outorga a paz de Deus (Cl 3.15), que excede a todo o entendimento
(Fp 4.7), pois as coisas do Espírito são loucura para aqueles que não são da fé. A paz
faz do crente um pacificador (Pv 15.18), alguém que com sua palavra transmite paz,
segurança e amor: A palavra dura suscita a irá, mas a palavra branda desvia o furor
(Pv 15.1). Como crentes devemos procurar manter o vinculo da paz com todos, sejam
estes crentes ou descrentes (Rm 12.18). Agindo assim iremos honrar as palavras de
Cristo.
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou (Jo 14.27). Que a paz de Deus seja sempre o
arbitro em todas as nossas atitudes e que por meio desta paz, façamos a diferença
num mundo em volta de tendências pós-modernas.

LONGANIMIDADE: No grego é "makruthumia" que significa uma qualidade atribuída


a Deus, ou seja, que ele tolera pacificamente todas as iniqüidades do homem.
Transliterando para a língua portuguesa é animo longo o que significa aquele que tem
paciência diante de várias situações, em vez de ter animo precipitado (Pv 14.29). Na
Bíblia encontramos referências sobre a longanimidade de Deus (I Pe 3.20), Jesus
demonstrou toda a sua longanimidade diante de todas as situações ao qual foi alvo no
seu ministério terreno. O Amor de Deus é derramado em nossos corações através da
obra do Espírito Santo (Rm 5.5), assim esta virtude irá ajudar o cristão a ser
longânime tanto com os seus irmãos, como em todas as situações de sua vida. Só
mesmo com paciência para agüentarmos o fardo do dia a dia, mas se tivermos o amor
como plataforma, o gozo na alma, como regozijo e a paz de Deus que excede a todo o
entendimento como marca, certamente então demonstraremos o animo longo em
todas as nossas atitudes, sendo uma expressão do domínio próprio, diante de todos os
tipos de situações, sejam elas favoráveis ou não. Quando temos animo longo nos
lembramos das palavras de nosso Senhor quando assim ensinou: Basta a cada dia o
seu mal. (Mt 6.34).

BENIGNIDADE: No original grego é "chestotes", que significa gentileza e bondade.


Este termo também pode indicar excelência de caráter, honestidade, sendo Deus a sua
fonte originaria e Cristo foi quem melhor exemplificou esta qualidade, passando a ser o
nosso modelo Maximo de benignidade. O cristão que possui este atributo é gracioso,
gentil, educado e amável. Na Bíblia podemos encontrar o exemplo de benignidade de
nosso Senhor e salvador Jesus Cristo (II Co 10.1). Paulo orienta a igreja de Corinto a
viver na benignidade e no espírito, ou seja, viver de uma forma espiritual e com amor,
para que possa transmitir isto com atitudes reais e não com hipocrisias ou com os
problemas que ocorriam na cidade de Corinto em decorrência da falta de uma vida de
benignidade e no Espírito (II Co 6.6). Os seguidores do evangelho não devem se
inflexíveis e amargos, mas antes gentis e suaves (Martinho Lutero).
Segundo Mathew Henry devemos viver com: Doçura de temperamento, sobretudo para
com os inferiores, predispondo-nos a uma atitude afável e cortês, que nos deixa
facilmente abordáveis, quando alguém nos magoa.

BONDADE: O Termo grego usado para bondade é "agathosune" que significa retidão,
prosperidade e gentileza. Sobre este tema o apóstolo Paulo orienta os crentes em
Roma:
" Eu próprio, meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais
cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestardes uns aos
outros". (Rm 15.14). Assim a bondade funciona como uma qualidade de generosidade
e de ação gentil para com outras pessoas, sobre este tema Martinho Lutero assim
expressou: Uma pessoa é bondosa quando se dispõe a ajudar àqueles que estão em
necessidade.Este é grande desafio da bondade, transformar a mera reflexão em ação,
ou seja, não ser bondoso apenas de palavras, mas com ações, amar realmente o
próximo e lembra-se todos os dias que o meu próximo não é aquele que eu encontro
pelos caminhos da vida, mas aqueles em cujo caminho eu me coloco. A bondade
expressa a humildade que é a beleza da santidade, realmente se trilharmos caminhos
bons, construiremos pontes entre as pessoas e não muralhas, seremos conhecidos não
apenas pelo que pregamos, mas pelo que realizamos em vida, pois o grande interesse
da vida não é viver, mas deixar marcas.

FIDELIDADE: No original grego é "pistis", que significa fidelidade ou confiança. Esta


fidelidade indubitavelmente tem a ver com a fé, pois quando temos uma fé com
fundamento (I Jo 5.4), verdadeiramente somos fieis a palavra, pois procuramos viver
segundo os ditames da sã doutrina. A fé é gerada em nós pelo ouvir e o ouvir vem
pela pregação da palavra (Rm 10.17), assim quando nossa fé é baseada nas escrituras
e não em emoções somos discípulos de Cristo (Jo 8.31), o que irá nos tornar fieis ao
Senhor. Esta fidelidade é gerada em nós através da fé salvadora, que é o meio pelo
qual o Espírito Santo gera em nós fé para aceitarmos o convite da salvação (Ef 2.8-9).
A fé não é produto humano, mas uma ação divina, pois não vem de nós, mas é dom
de Deus, é dado aquele que Jesus convida a salvação mediante a fé salvadora que é
transmitida pela pregação da palavra de Deus. A fidelidade à doutrina é de suma
importância para o caminhar cristão, pois o justo viverá da fé e caminhara de fé em fé
rumo ao céu (Jo 1.17).
MANSIDÃO: O vocábulo grego para mansidão é "prautes", que significa placidez e
modéstia. Esta é uma das qualidades expressadas no sermão da montanha para
aqueles que herdarão a terra. Os mansos herdarão a terra (Mt 5.5). Esta era uma das
qualidades de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. "Tomai sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para
a vossa alma". (Mt 11.29).
A mansidão é associada com a mente de Cristo, consistindo-se em gentileza e bons
tratos com o próximo, pois são marcas indissociáveis de quem possui a mente de
Cristo. Ele nos ensinou mansidão (Lc 6.27-29), os servos de Deus devem possuir este
atributo (Tg 3.13), e se revestirem continuamente de mansidão (Cl 3.12), para que
possamos ter bom trato com os outros, um olhar mais humano sobre todos os
acontecimentos do dia a dia, olhando tudo em volta com humildade e sobriedade, para
que assim possamos nos conservar pacíficos, com serenidade e brandura que devem
ser as marcas de um verdadeiro cristão.

TEMPERANÇA OU DOMÍNIO PRÓPRIO: No grego é "egkrateia" que significa


autocontrole, referindo-se a autodisciplina que um cristão precisa ter em sua vida.
Tiago em sua epistola assim ensina: "Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se
alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito e poderoso para refrear todo o corpo".
(Tg 3.2). Muitas vezes o egoísmo, as contendas querem prevalecer em nossas vidas,
por isso devemos buscar aniquilar as obras da carne, para viver uma vida de
moderação (II Tm 1.7), que é uma força contra a carne (Gl 5.17), fazendo com que o
crente busque em tudo a direção do espírito (Gl 5.25). Se vivermos no espírito,
andemos também no Espírito. Assim devemos procurar andar no espírito (Gl 5.16),
pois se assim agirmos somos cheios do Espírito Santo (Ef 5.18), porque somos guiados
pelo Espírito (Gl 5.18) e assim passamos a desenvolver a temperança ou o domínio
próprio. A temperança traz ricas bênçãos, pois ajuda o crente a rejeitar o mal (Sl
141.4, Dn 1.8) e lhe dá o domínio para discernir todas as coisas mediante a sua rica
experiência com a palavra de Deus (I Ts 5.19, At 10.17).

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