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Jesus não apenas pediu oração por si mesmo, mas ele mesmo
derramou o seu coração diante do Pai dizendo: “Meu Pai, se
possível, passa de mim este cálice!” (Mt 26.39). O clamor de Jesus,
além de real, foi também pedagógico. Nele, o Senhor indica que,
em última instância, nosso socorro vem somente do Senhor e, por
isso, nossas petições devem ser direcionadas a ele. Deus possui a
última palavra para todas as nossas dores e aflições. Como afirma o
salmista: “Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara
todas as tuas enfermidades; quem da cova redime a tua vida e te
coroa de graça e misericórdia” (Sl 103.3-4).
Também em sua oração, Jesus, como filho, se dirige a Deus
chamando-o de “Pai” (o texto de Marcos usa o
aramaico Aba, papaizinho, expressão de intimidade, cf. Mc
14.36). Isso ensina que, a despeito da angústia e dor que
ele sentia, ainda mantinha a clara perspectiva da bondade
paternal de Deus em perspectiva. A importância de se
atentar para esse princípio é que, como indica outro
salmista, nossa aflição muda nossa perspectiva sobre Deus
(cf. Sl 77.10). Comumente, nos momentos de dor,
confiamos mais em nossos sentidos e emoções do que nos
fatos e afirmações da Palavra. Mas o exemplo de Jesus em
oração deixa claro que Deus é bom e que, como filhos
amados, podemos derramar o coração diante dele.
Por último, a atitude de Jesus deixa claro que não há qualquer
assunto que não possamos trazer à presença do gracioso Pai que
se interessa pela dor do nosso coração. Se observado
cuidadosamente, o leitor notará que Jesus apresentou seu desejo
ao Pai de que outra solução fosse encontrada para aquele
momento que não o cálice da dor. Ainda assim, ele o fez em
submissão, pois apenas disse “se possível”. Esse fato contrasta
com o que geralmente ocorre quando lutamos contra a
depressão, já que nossos sentimentos parecem “pregar para nós”
que nossos problemas não são importantes para Deus ou que ele
se faz indiferente para com nossa dor. Mas o exemplo de Cristo
confirma a verdade de que podemos nos aproximar “com sincero
coração, em plena certeza de fé,” do Pai celestial (cf. Hb
10.22).
11.09 – Dia 5- Em seu sofrimento, Jesus
descansou a alma na soberania e sabedoria
de Deus.
Após apresentar ao Pai o seu desejo, o Senhor conclui sua
oração: “Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu
queres” (Mt 26.39). O que o leitor bíblico testemunha nas
páginas seguintes é que Jesus continua obediente “até a morte e
morte de cruz” (cf. Fp 2.8). Com exceção de um texto em Lucas
que não aparece nos melhores e mais antigos manuscritos gregos
existentes (cf. Lc 22.42-43), não há nenhuma outra indicação de
que ele tenha sido miraculosamente confortado. Para piorar, por
duas vezes Jesus se virou para os discípulos e os encontrou
dormindo. No entanto, suas palavras ao Pai indicam que sua
alma foi descansada na soberania e sabedoria do Altíssimo.
Certa vez li (embora nem me lembre mais onde) uma
ilustração interessante sobre Charles H. Spurgeon, que
lutou por anos contra sentimentos depressivos. Quando um
membro da igreja, querendo consolá-lo, o encontrou e
disse: “Pastor Spurgeon, que lamentável que Satanás o
tenha afligido com tantas dores e aflições!”. Ao que
Spurgeon respondeu: “Caro irmão, seria um tormento,
uma verdadeira angústia insuportável, se eu acreditasse
que qualquer um dos meus males viesse de Satanás sem a
permissão do Soberano Deus!”. Naquele momento, o
príncipe dos pregadores deixou claro que ele pregava para
si mesmo a mensagem confortadora da soberania e
sabedoria do Deus que por nós tudo executa!
Mas Deus não é apenas Soberano, ele também é
Sábio! Isso significa que tudo o que ele realiza
possui um propósito, sendo que o objetivo maior
de Deus é conformar seus filhos à imagem de
Cristo Jesus (cf. Rm 8.29). Essa conformação não
ocorre somente nos privilégios das bênçãos, mas
também nas bênçãos do sofrimento. O que é
importante lembrar é que assim como o Filho não
foi desamparado, nenhum dos filhinhos será. Essas
verdades deveriam nos ajudar a descansar em
Deus.
12.09 – Dia 6 - Em sua perplexidade, Jesus
fixou os olhos no futuro glorioso reservado
pelo Pai.
Finalmente, outro verso das Escrituras que ensina
como Jesus lidou com sua aflição e angústia de
alma é o de Hebreus 12.2, que diz que: “Jesus, o
qual, em troca da alegria que lhe estava proposta,
suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e
está assentado à destra do trono de Deus”. Isso
mesmo, Jesus utilizou sua expectativa da glória
que lhe seria revelada para suportar os
sofrimentos da cruz.
Dessa maneira, o Senhor Jesus não focalizou apenas nas
circunstâncias imediatas que o cercavam, sua mente não se
ocupou em pensar apenas nos sofrimentos que
experimentava. Ele ocupou sua meditação com as glórias
que lhe seriam concedidas pela graça de Deus ao se assentar
à destra do Pai. Certamente por essa razão, o escritor de
Hebreus exorta a cada um dos seus leitores a “olhar
firmemente” para Jesus, pois, pelo seu exemplo, também se
pode aprender a lidar com os sofrimentos terrenos. Aqueles
irmãos do passado certamente enfrentavam lutas
desconhecidas a muitos de nós hoje, mas, somente
considerando atentamente o modelo de Jesus, não
desmaiaremos em nossas almas (cf. Hb 12.3).
De fato, a depressão é uma dor tão complexa que não se encontra
tratamento ou medicina fácil para ela. Muitas pessoas, talvez por
não compreenderem ou por desejarem uma “cura rápida”, acabam
apresentando inúmeras “receitas” ou “lista do que deve ser feito
ou evitado”. No entanto, nada melhor do que o modelo de como
Jesus lutou contra o abatimento de sua alma para ajudar seus
discípulos que no presente lutam contra a depressão. Até nessa
esfera ele nos deixou exemplo para seguirmos os seus passos (cf.
1Pe 2.21). Todavia, devemos lembrar que Cristo não é apenas nosso
modelo, mas nosso Redentor, aquele que sofreu e triunfou para que
pudéssemos ter livre acesso ao Pai por meio dele. Em nossa
angústia, podemos recorrer a ele, pois, naquilo que ele mesmo
sofreu, é poderoso para socorrer os que são tentados (cf. Hb 2.18).
Que o Senhor nos ajude na caminhada com Jesus em um mundo
caído, mas aguardando o retorno do Supremo Pastor.
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https://www.ipb.org.br/informativo/como-jesus-ensina-a-lutar-contra-a-
depressao-4258. Acesso em 06.09.2020
[1] PIPER, John. Six ways Jesus fought
depression. https://www.desiringgod.org/articles/six-ways-jesus-fought-
depression. Acesso em: 06.09.2020.