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Unidade IV

CONTABILIDADE

Prof. Me. Alexandre Saramelli


Chester Dale PortraitDiego Rivera – 1945
Introdução

 As demonstrações financeiras
comunicam fatos importantes sobre as
entidades, especialmente sobre as
empresas (BLATT, 2001). Usuários dessas
informações baseiam-se nesses fatos
para tomar importantes decisões qque
e
afetam o bem-estar da empresa e a saúde
geral da economia.
Introdução

Kevin Kallaugher (KAL) – Compra! Compra!


Vende! Vende!
Capa da revista The Economist - 1989
Introdução

Estado de mudança constante


 As necessidades dos usuários de
demonstrações financeiras não são
estáticas, mas dinâmicas.
 As pressões dos corpos
regulamentadores alteram as
apresentações contábeis.
 As necessidades internas de
gerenciamento são mutáveis.
Introdução

Exemplo: Lopes (2000) explica que:


“A discrepância maior nas empresas da
Nova Economia ocorre por um motivo
simples: os ativos mais importantes delas
não são fábricas ou máquinas, declaradas
como patrimônio no balanço.
São marcas, clientes ou tecnologias que
desenvolvem. Eles são ativos conhecidos
como intangíveis. Eis o grande problema da
contabilidade: como registrar no balanço o
que o mercado mais valoriza?”
Introdução

Outras dificuldades atuais:


a) internacionalização/globalização;
b) o conhecimento/o capital intelectual
como valor.
c) a economia verde ou sustentável
sustentável.
Introdução

 Mas... o que a contabilidade


pode oferecer em matéria de
demonstrações financeiras?
Segundo Blatt (2001):
 Controle: informar a média e a alta
administração, na medida do possível,
de que a empresa está agindo de acordo
com as políticas e planos traçados.
 Planejamento: a contabilidade é o grande
instrumento que auxilia a administração
a tomar decisões, incluindo atuação fora
dos limites da empresa.
Introdução

 Para quem?
Segundo Santos (2005), há dois tipos
de usuários:
a) internos;
b) externos.
externos
Introdução

Objetivos/expectativas dos usuários das


demonstrações financeiras:
 liberação de crédito;
 investimento de capital;
 fusão de empresas;
 incorporação de empresas;
 rentabilidade ou retorno;
 saneamento financeiro;
 perspectiva da empresa;
 fiscalização ou controle;
 relatórios administrativos.
Introdução
Ajustes nas demonstrações
financeiras para fins de análise

Santos (2005) sugere que há a necessidade


de adaptação das demonstrações
financeiras para fins de análise.
No balanço patrimonial:
 A conta duplicadas descontadas deverá
ser reclassificada no passivo circulante.
 A conta despesas antecipadas deverá
ser reclassificada no patrimônio líquido,
reduzindo-o.
Na DRE:
 Pode-se iniciar a demonstração do
resultado do exercício pelas vendas
líquidas ou pelas vendas brutas.
Demonstrações financeiras

Segundo Iudícibus (2010), a Lei das


Sociedades por Ações estabelece que, ao
fim de cada exercício social (12 meses), a
diretoria fará elaborar, com base na
escrituração contábil, as demonstrações
financeiras (o
(ou demonstrações contábeis)
relacionadas a seguir:
 mensagem ou relatório aos acionistas;
 Balanço Patrimonial (BP);
 Demonstração do Resultado do
Exercício (DRE);
 Demonstração dos lucros/prejuízos
acumulados
(substituído pela DMPL).
Interatividade

A avaliação das demonstrações contábeis


é um trabalho preparado com ênfase
em atender:
a) Jornalistas da área econômica.
b) Funcionários de governos nacionais.
c) Usuários internos, como gerentes de
departamento e subsidiárias.
d) Gerentes de banco e seguradoras.
e) Usuários externos diversos, embora seja
relevante também para usuário internos.
Economic Forecast (Bennett)
Demonstrações financeiras

 demonstração das origens e aplicações


de recursos (extinto);
 Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC);
 Demonstração do Valor Agregado (DVA);
 notas explicativas;
 parecer da auditoria independente;
 parecer do Conselho Fiscal.
Demonstrações financeiras

 Publicação obrigatória em jornais de


grande circulação.
 As empresas costumam também
disponibilizar as demonstrações
contábeis em sites da internet e em
impressos com o nome de
“Relatórios Anuais”.
 As demonstrações contábeis também
podem ser considerados peças de
marketing e promoção comercial.
Análise de balanços:
análise vertical

Para Matarazzo (2003, p. 243), a análise


vertical baseia-se em valores percentuais
das demonstrações financeiras:
 calcula-se o percentual de cada conta em
relação a um valor-base;
 calcula-se o percentual de cada conta em
relação ao total do ativo ou do passivo.
Análise de balanços:
análise vertical
Análise de balanços:
análise vertical
Análise de balanços:
análise vertical

Cálculos: uma regra de três simples.


 Estoques X8 = 10.000 – 100... x =
1.500 – x
(1.500 x 100) ÷ 10.000 = 15,0

 Estoques X9 = 11.700 – 100... x =


1.600 – x
(1.600 x 100) ÷ 11.700 = 13,67
Análise de balanços:
análise vertical

Análise vertical da Comercial Lambda S/A:


Análise de balanços:
análise vertical
Análise de balanços:
análise vertical

 A empresa está priorizando o


ativo não circulante!
Análise de balanços:
análise vertical na DRE

 Calcula-se a percentagem do total das


vendas (brutas ou líquidas) em relação
ao que foi aplicado em cada item.
Receita líquida X8 = 12.000 – 100... x =
10.400 – x
(10.400 x 100) ÷ 12.000 = 86,66
Receita líquida X9 = 13.500 – 100... x =
12.200 – x
((12.200 x 100)) ÷ 13.500 = 90,37
,
Análise de balanços:
análise vertical na DRE
Análise de balanços:
análise horizontal

 Consiste em fixar um período contábil


em 100% e dividir os itens do balanço
patrimonial dos demais períodos por
esse período-base.
 Utiliza-se uma regra de três simples, em
que se considera o ano de X8 como
data-base, igualando-se a 100, sendo o
valor do item (conta ou grupo de contas)
multiplicado pela base 100 e dividido
pelo valor do mesmo item em X9.
Análise de balanços:
análise horizontal
Análise de balanços:
análise horizontal
Interatividade

Oferecer um prazo de pagamento muito


longo ao cliente pode afetar a liquidez
da empresa?
a) Não, essa decisão em nada afeta
a liquidez.
b) Sim, se essa decisão for de ordem
emocional, sem um devido
planejamento, poderá afetá-la.
c) Não, a liquidez depende da facilidade
de acesso ao crédito.
d) Sim, mas apenas se a taxa Selic for alta.
e) Sim, porque os impostos precisam ser
pagos antecipadamente.
Análise de balanços:
análise horizontal
Análise de balanços:
análise horizontal do balanço
Análise de balanços:
análise horizontal do balanço
Análise de balanços:
análise horizontal da DRE
Análise de balanços:
análise horizontal da DRE
Análise de balanços:
análise por meio de índices

 De acordo com Santos (2005), a análise


das demonstrações contábeis por meio
de índices ou, como alguns autores
denominam, “quocientes”, procura
estabelecer uma relação, por meio da
di isão entre os diversos
divisão, di ersos grupos
gr pos de
contas ou contas que compõem o
balanço patrimonial e a DRE, de forma a
possibilitar a medida da situação
econômica e financeira da empresa.
Análise de balanços:
análise por meio de índices
Análise de balanços:
análise por meio de índices

Para afirmar se um índice é ruim, regular ou


bom, é necessário proceder:
 à comparação com o índice do setor de
atividade da empresa;
 à verificação de uma série histórica (com
vários demonstrativos).
Os índices são divididos em quatro grupos:
 índices de endividamento ou da
estrutura de capitais;
 índices de liquidez;
 índices de atividades;
 índices de rentabilidade.
Análise de balanços:
análise por meio de índices

Comparabilidade
 comparação com períodos passados;
 comparação com o padrão setorial;
 comparação com períodos orçados;
 comparação com padrões internacionais;
 comparações com empresas
concorrentes.
Análise de balanços:
análise por meio de índices

Segundo Matarazzo (2008):


 “A Análise de Balanços através de
índices só adquire consistência e
objetividade quando os índices são
comparados com padrões, pois, do
contrário, as conclusões se sujeitam à
opinião e, não raro, ao humor do
analista de balanços”.
Análise de balanços:
análise por meio de índices

 A utilização de padrões e o emprego de


comparações são uma reação
natural do analista.
Análise por meio de índices:
índices de endividamento ou de
estrutura de capitais
 Objetivo: relacionar a posição de capital
próprio quanto ao capital de terceiros.
Participação de capitais de terceiros
O índice de participação de capitais de
terceiros indica o percentual de capital de
terceiros em relação ao patrimônio líquido,
retratando a dependência da empresa quanto
aos recursos externos (capital de terceiros)
(SILVA, 2008, p. 269).
Fórmula:
 (capitais
( it i de
d terceiros
t i ÷ patrimônio
t i ô i líquido)
lí id )
x 100
 Capital de terceiros = PC + ELP
 Interpretação: quanto menor,
melhor.
Análise por meio de índices:
composição das exigibilidades

Indica o quanto da dívida total da empresa


deverá ser pago a curto prazo, isto é, as
obrigações a curto prazo comparadas com
as obrigações totais (SILVA, 2008, p. 272).
Fórmula:
 (passivo circulante ÷ capitais de
terceiros) x 100
 Interpretação: quanto menor, melhor.
Análise por meio de índices:
imobilização do patrimônio líquido

Indica quanto do patrimônio líquido da


empresa está aplicado no ativo permanente
SILVA (2008, p. 266).
Fórmula:
 (investimentos
( + imobilizado + intangível
g
÷ patrimônio líquido) x 100
 Interpretação: quanto menor, melhor.
Análise por meio de índices:
imobilização de recursos não
correntes
Revela o grau de imobilização dos capitais
de longo prazo (inclusive PL). Por meio
dele, é possível identificar o percentual de
recursos próprios e de terceiros, de longo
prazo, que está financiando o ativo
permanente (SANTOS , 2005,
2005 p. 181).
181)
Fórmula:
 (investimentos + imobilizado + intangível
÷ (patrimônio líquido + passivo não
circulante) x 100
 Interpretação: quanto menor, melhor.
Interatividade

O seguinte índice é bom para análise e aceito


por todos? (custos ambientais operacionais)
Custos ambientais
Receitas operacionais
a) Não,
Não ainda não é um índice aceitável
aceitável.
b) Sim, é um índice aceitável.
c) Sim, mas apenas para empresas do setor
siderúrgico.
d)) Não,, esse índice é aplicável
p apenas
p ao
setor de papel e celulose.
e) Seu uso é exigido pelo
Ministério do Meio Ambiente.
O Nascimento de Vênus (Botticelli)
Análise por meio de índices:
dependência financeira

Indica a dependência financeira da empresa


em relação ao capital de terceiros (SANTOS,
2005, p. 183).
Fórmula:
 ((capital
p de terceiros ÷ ativo total)) x 100
 Interpretação: quanto menor, melhor.
Análise por meio de índices:
independência financeira

Revela o quanto a empresa depende de


seus próprios recursos, comparativamente
com o capital de terceiros (SANTOS, 2005,
p.184).
Fórmula:
 (patrimônio líquido ÷ ativo total) x 100
 Interpretação: quanto maior, melhor.
Análise por meio de índices:
índices de liquidez

Fornecem um indicador da capacidade da


empresa de pagar suas dívidas, a partir da
comparação entre os direitos realizáveis e
as exigibilidades (SILVA, 2008, p. 283).
Liquidez geral
 Quanto a empresa possui em dinheiro,
bens e direitos realizáveis a curto e
longo prazos para fazer face às
suas dívidas totais.
Fórmula:
 (ativo
( ti circulante
i l t + ativo
ti realizável
li á l a
longo prazo) ÷ (passivo circulante +
passivo não circulante)
 Interpretação: quanto maior,
melhor.
Análise por meio de índices:
índices de liquidez

Liquidez corrente
Indica quanto a empresa possui em
dinheiro mais bens e direitos realizáveis no
curto prazo, comparado com suas dívidas a
serem pagas no mesmo período (SILVA,
2008, p. 286).
 Fórmula: ativo circulante ÷ passivo
circulante
 Interpretação: quanto maior, melhor.
Análise por meio de índices:
índices de liquidez

Liquidez seca
Igual ao índice de liquidez corrente, porém
exclui do ativo circulante os estoques
(SANTOS, 2005, p.180).
Fórmula:
 (ativo circulante – estoques) ÷ passivo
circulante
 Interpretação: quanto maior, melhor.
Análise por meio de índices:
índices de liquidez

Liquidez imediata
 Mede o volume de valores disponíveis
(caixas, bancos, aplicações de curto
prazo) mantido pela empresa para
atender as suas exigibilidades mais
imediatas (SANTOS, 2005, p.180).
Fórmula:
 (disponibilidades) ÷ passivo circulante
 Interpretação: quanto maior, melhor.
Análise por meio de índices:
índices de atividade ou índices
de prazos médios
Demonstram a velocidade, em número de
vezes, de renovação do item patrimonial.
Segundo Matarazzo (2003, p. 311):
“Os índices de prazos médios não devem
ser analisados individualmente, mas
sempre em conjunto. Também não é
recomendável misturar a análise dos
índices de prazos médios com a dos
índices econômicos e financeiros”.
Análise por meio de índices:
índices de atividade ou índices
de prazos médios
 A conjugação dos três índices de prazos
médios leva à análise dos ciclos
operacional e de caixa, elementos
fundamentais para a determinação de
estratégias empresariais, tanto
comerciais quanto
q anto financeiras,
financeiras
geralmente vitais para a determinação do
fracasso ou sucesso de uma empresa.
Análise por meio de índices:
índices de atividade ou índices
de prazos médios
Prazo médio de recebimento de vendas
 O volume de investimentos em
duplicatas a receber é determinado pelo
prazo médio de recebimento de vendas
(MATARAZZO, 2003, p. 312).
Fórmula:
 PMRV = (duplicatas a receber médias x
360 dias) ÷ vendas líquidas
 Interpretação: quanto menor, melhor.
 Nosso primeiro passo é o cálculo das
duplicatas a receber médias:
 DR médias = (duplicatas receber
período X1 + duplicatas receber
período X2) ÷ 2 =
Análise por meio de índices:
índices de atividade ou índices
de prazos médios
Prazo médio de renovação de estoques
 Indica quantos dias, em média, os
produtos ficam armazenados na
empresa antes de serem vendidos
(SILVA, 2008, p. 349).
Fórmula:
 (estoques médios x 360 dias)
÷ custo das vendas
 Interpretação: quanto menor, melhor.
Análise por meio de índices:
índices de atividade ou índices
de prazos médios
Prazo médio de pagamento de compras
 Indica quantos dias, em média, a
empresa demora para pagar seus
fornecedores (SILVA, 2008, p. 361).
Fórmula:
 (fornecedores médios x 360 dias)
÷ compras
 Interpretação: quanto maior, melhor.
Análise por meio de índices -
Ciclos de atividade: ciclo
operacional e ciclo financeiro
 Ciclo Operacional (CO): indica o período de
tempo que vai do ponto em que a empresa
adquire matérias-primas até o ponto em
que recebe o dinheiro pela venda do
produto acabado resultante.

Fórmula:
l
 CO = PMRE + PMRV
 Ciclo Financeiro (CF): exprime o período
de tempo em que os recursos da empresa
se encontram comprometidos entre o
pagamento dos insumos e o recebimento
pela venda do produto acabado resultante.
Fórmula:
 CF = CO – PMPC
(GITMAN, 1997, p. 669)
Análise por meio de índices:
índices de rentabilidade
(o retorno sobre o investimento)
 Indicam a margem de lucro
(rentabilidade), de retorno do capital
investido e a velocidade das operações
realizadas. Considera-se que a análise de
rentabilidade é o principal relatório
baseado nas demonstrações financeiras
de que podem fazer uso os dirigentes de
uma empresa (MATARAZZO, 2003, p. 389).
Análise por meio de índices:
índices de rentabilidade
(o retorno sobre o investimento)
Giro do ativo
 Estabelece relação entre as vendas do
período e os investimentos totais
efetuados na empresa, que estão
representados pelo ativo total médio
(SILVA, 2008, p. 235).
Fórmula:
 vendas líquidas ÷ ativo médio
 Interpretação: quanto maior, melhor
Análise por meio de índices:
índices de rentabilidade
(o retorno sobre o investimento)
Margem líquida
 Compara o lucro líquido em relação às
vendas líquidas do período, fornecendo o
percentual de lucro que a empresa está
obtendo em relação ao seu faturamento
(SILVA, 2008, p. 237).
Fórmula:
 (lucro líquido ÷ vendas líquidas) x 100
 Interpretação: quanto maior, melhor.
Análise por meio de índices:
índices de rentabilidade
(o retorno sobre o investimento)
Rentabilidade do ativo
 Quanto a empresa obteve de lucro
líquido em relação ao ativo
(MATARAZZO, 2003, p. 179).
Fórmula:
 (lucro líquido ÷ ativo médio) x 100
 Interpretação: quanto maior, melhor.
Análise por meio de índices:
índices de rentabilidade
(o retorno sobre o investimento)
Rentabilidade do patrimônio líquido
 Expressa os resultados globais
auferidos pela gerência na gestão de
recursos próprios e de terceiros, em
benefício dos acionistas (IUDÍCIBUS, 2010).
Fórmula:
 (lucro líquido ÷ patrimônio líquido médio)
x 100
 Interpretação: quanto maior, melhor.
Interatividade

Em 2008 e 2009, a Souza Cruz foi premiada a melhor


empresa do setor de fumo, cigarros e bebidas
alcoólicas do anuário “Melhores do Agronegócio”
(revista Globo Rural e Serasa), levando em
consideração índices de desempenho, como
rentabilidade, lucratividade e endividamento.
Há possibilidade de comparabilidade entre os
setores de fumo e o setor de bebidas?
a) Não, esse critério não é correto.
b) Jamais! Os setores são completamente
diferentes.
c) Não. Os analistas costumam observar empresas
de uma mesma região.
d) Sim, devido ao critério do analista, o qual julgou
que há essa comparabilidade.
e) Sim, porque há comprovação científica
que a maioria dos fumantes também
consume bebidas alcoólicas.
ATÉ A PRÓXIMA!

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