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Módulo 4

Princípios de investimento
O objetivo deste módulo é apresentar a você os principais fatores que devemos
observar na hora de analisar um determinado investimento.

Exigência da Prova: de 5 a 10 questões


Princípios de investimento

4.1. AS 3 PREMISSAS PARA SE RECOMENDAR UM INVESTIMENTO

Esse é um dos momentos mais interessantes de se trabalhar em uma Instituição


Financeira. É a hora em que vamos ajudar alguém a investir o dinheiro da maneira
certa. Para tal, observamos 3 premissas básicas:

1. Rentabilidade: o quanto o investimento propõe a pagar para o investidor


2. Liquidez: a velocidade com que o investimento é convertido em dinheiro
em caso de necessidade do investidor
3. Risco: o risco de algo não aconteça como desejado ou planejado.

4.2. RENTABILIDADE ABSOLUTA x RENTABILIDADE RELATIVA (BENCHMARK)

O cliente sempre quer saber quanto a aplicação dele vai render. Você pode re-
sponder isso usando a Rentabilidade absoluta ou a relativa.

• Rentabilidade absoluta é expressa em percentual. Ex.: fundo rendeu 10%


ao ano.
• Rentabilidade relativa faz referência a um benchmark. Ex.: fundo rendeu
90% do DI.

RENTABILIDADE ESPERADA x RENTABILIDADE OBSERVADA


Assim como no tópico anterior, existem outras duas maneiras de mostrar a rentabil-
idade de um investimento ao cliente.

• Rentabilidade observada: está relacionada com o conceito de passado.


• Rentabilidade esperada: é calculada como a média da rentabilidade obser-
vada. Representa uma expectativa (esperança) de retorno do investidor.

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4.3. RENTABILIDADE NOMINAL x RENTABILIDADE REAL

Aqui vamos abordar a rentabilidade de um dado investimento comparando com


a inflação. O conceito aqui é bem semelhante ao que vimos no módulo 3, quando
falávamos sobre taxa real e taxa nominal. A taxa nominal é a taxa sem descontar
a inflação, certo?
Pois bem, a rentabilidade de um investimento deverá sempre ser observada com
a mesma premissa. Um determinado investimento vai sempre pagar para o in-
vestidor a rentabilidade nominal. Para sabermos quanto de fato aumentou o poder
de compra do investidor, é preciso descontar a inflação do período.

4.4. RENTABILIDADE BRUTA x RENTABILIDADE LÍQUIDA

Os investimentos, por definição, trazem rendimentos aos investidores e, por essa


razão, este rendimento estará, na maioria das vezes, sujeito a incidência de im-
posto de renda e, em alguns casos, haverá incidência de imposto sobre operações
financeiras.
Quando estamos falando de rentabilidade bruta, estamos falando da rentabili-
dade sem descontar os impostos, ao passo que a rentabilidade líquida é quando
descontamos os impostos devidos.

4.5. LIQUIDEZ

Atenção aqui que esse assunto é importante. Não que os outros tópicos não se-
jam, claro. Mas a liquidez, que é a maior ou menor facilidade de se negociar um
ativo, convertendo-o em dinheiro, bate de frente com o perfil do investidor.
Quanto mais fácil for converter um ativo em poder de compra sem perda, mais
líquido é considerado o ativo. Isso significa que esse ativo é bom para um investi-
dor conservador, por exemplo, e pode ser usado como argumento para convencer
o cliente.

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4.6. RISCO

O Risco pode ser definido como a probabilidade de perda ou ganho numa decisão
de investimento, ou o grau de incerteza do retorno de um investimento. Normal-
mente, o risco possui relação direta com o nível de renda do investimento: quanto
maior o risco, maior o potencial de renda do investimento.
Falando neles, que tal conhecê-los cada um?

4.6. RISCO VERSUS RETORNO

Considerando que os investidores são racionais, concluímos que eles só estarão


dispostos a correr maior risco em uma aplicação financeira para ir em busca de
maiores retornos. Isso é algo do próprio ser humano: a gente só vai naquele
restaurante caro, porque sabe que o retorno será enorme. A comida vai estar uma
delícia.
Assim ocorre entre dois investimentos de mesmo retorno, o investidor prefere o
de menor risco; e entre dois investimentos de mesmo risco, o investidor prefere o
de maior rentabilidade.

4.6. RISCO DE MERCADO

Sabe o mercado perto da sua casa? Vou chutar que você pagou R$ 5,00 na caixa
do leite. Quinze dias depois, o mesmo leite estava custando R$ 8,00. Esse exemplo
simples explica o Risco de Mercado, que é basicamente quando o preço de um
ativo é alterado pelo mercado.
O preço dos ativos oscila por natureza em um espaço de tempo. Uns mais, outros
menos. A isso chamamos de volatilidade, que é uma medida dessa oscilação.
Assim, os preços das ações são mais voláteis (oscilam mais) que os preços dos
títulos de Renda Fixa.
O Risco de Mercado é representado pelos desvios (ou volatilidade) em relação ao
resultado esperado. Risco de Mercado, Volatilidade e Desvio Padrão, na prática,
podem ser utilizados como sinônimos.
Um exemplo disso é se esperarmos que um determinado Fundo de Investimento
apresenta um retorno de 25% ao ano, temos a expectativa de que, ao aplicarmos

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R$ 100,00 obteremos um retorno de R$ 25,00. Quaisquer rentabilidades obser-
vadas acima ou abaixo são consideradas risco de mercado.
Risco sistemático: é a parte da volatilidade do ativo que tem sua origem em fa-
tores comuns a todos os ativos do mercado. Por exemplo, determinado resultado
das eleições presidenciais afeta, em maior ou menor grau, todos os ativos do mer-
cado.

4.6. RISCO DE CRÉDITO

Basicamente, o Risco de Crédito é o risco de calote. Aposto que você já sentiu esse
medo alguma vez na vida. Talvez ao emprestar dinheiro pra um amigo, e ele ficar
de pagar depois de uns meses e ainda sumir do mapa, já pensou? Esse é risco de
crédito.
Ele está sempre associado a possíveis perdas que um credor possa ter pelo não
pagamento por parte do devedor dos compromissos assumidos em uma data
acertada, seja este compromisso os juros (cupons) ou o principal. Há vários tipos
de risco de crédito: um investidor, ao comprar um título, sempre estará na mira
de em um ou mais destes tipos de risco de crédito

4.6. RISCO DE LIQUIDEZ

Imagine que você comprou um ativo por R$ 20,00. Amanhã, você precisa de-
sesperadamente vendê-lo, mas o valor dele caiu para R$ 15,00. Isso é Risco de
Liquidez.
Trata-se da dificuldade de vender um determinado ativo pelo preço justo e no
momento desejado. A realização da operação, se ela for possível, implica numa
alteração substancial nos preços do mercado.
Geralmente acontece quando um ativo possui muitos vendedores e poucos com-
pradores. O investimento em imóveis é um exemplo de uma aplicação com alto
risco de liquidez.
.

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4.6. RISCOS INERENTES AO PRODUTO

Os riscos inerentes aos produtos podem ser maiores ou menores, dependendo


do produto de investimento analisado. Como observamos no mercado de renda
variável, por se tratar de um ativo que varia, as ações são mais difíceis de presumir
qual será seu rendimento futuro.
Porque, mesmo observando que as empresas das ações em questão obtiveram
lucro nos anos passados, elas podem de uma hora pra outra vir a ter prejuízos.
Como resultado, as ações sofrem queda de preços e a rentabilidade do investidor
também caem proporcionalmente.
Este exemplo é importante para frisar dois pontos, que cada investimento possui
seu risco e deve ser considerado para alinhar com o perfil de cada investidor. Já o
outro ponto é que o rendimento passado não é garantia de um rendimento futuro
igual. Logo o rendimento pode variar para cima ou para baixo, dependendo das
condições do mercado e economia do momento avaliado.

4.7. COMO RECOMENDAR INVESTIMENTOS PARA CLIENTE

Você precisa ter algumas informações fundamentais, que vão te guiar nessa grande
missão de recomendar um produto ao seu cliente que caiba no seu bolso e esteja
de acordo com o seu perfil de investidor (conservador, moderado ou arrojado).
Para a recomendação se observa 3 premissas básicas:

• LIQUIDEZ do produto de investimento

• RENTABILIDADE do produto de investimento

• RISCO do produto de investimento alinhado e respeitando o que o cliente


aceita como risco.

4.7. Liquidez

É a facilidade de você conseguir negociar um produto de investimento no mer-


cado. Quanto mais fácil converter um ativo em poder de compra sem perda, mais
líquido será considerado este ativo.

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Agora, se já existe uma dificuldade em conseguir negociar este ativo, ele tem baixa
liquidez, podendo originar ofertas com preços abaixo do mercado. Normalmente,
produtos com alta liquidez possuem uma remuneração baixa.
Essa possibilidade de alta liquidez é boa para investidores mais conservadores,
que querem poder ter a possibilidade de ter a sua disposição aquele dinheiro a
qualquer momento. Produtos com maior liquidez, normalmente não apresentam
uma remuneração considerável.

4.8. FATORES PARA ADEQUAÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO

Agora que já falamos sobre as características de produtos de investimentos e os


seus riscos existentes, precisamos responder a pergunta que vale um milhão de
reais. Qual é o melhor investimento para investir?
A resposta para isso, meus amigos, é curta e grossa: NÃO, não existe um melhor
investimento. O que existe é o melhor investimento para você em determinado
momento.
Estou querendo dizer que TODOS os produtos disponíveis no Mercado Financeiro
são produtos que atendem uma necessidade específica de investimento. Ou seja,
mais importante do que saber falar do produto é saber entender a necessidade
do seu cliente.
Os objetivos dos investidores devem, sempre, ser olhados em primeiro lugar para
fazer adequação. Vamos a alguns exemplos:
Um investidor que queira investir seu dinheiro para pagar uma viagem que acon-
tecerá em 6 meses, é um investidor que, com certeza, precisa priorizar um inves-
timento que tenha alta liquidez. Ao passo que o investidor que está investindo
para sua aposentadoria, que acontecerá em 30 anos, pode escolher produtos que
ofereçam menos liquidez, em troca de buscar um rendimento maior, faz sentido?
Então, quando o investidor tem um tempo longo para investir, dizemos que seu
horizonte de investimento é longo.
Para recomendar um produto de investimento, temos de conhecer então:

1. Horizonte de investimento;
2. Capacidade de assumir riscos;
3. Situação financeira do investidor;

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4. Conhecimento de mercado.

É claro que sempre que falamos de recomendação é indispensável o conheci-


mento do seu cliente. E ainda mais, você deve conhecer atributos das Finanças
Pessoais. Elas te guiaram pessoalmente e profissionalmente a fazer as melhores
escolher tanto para você, quanto para o seu cliente.

4.9. FINANÇAS PESSOAIS

Falamos durante este módulo sobre princípios de análise de produtos de inves-


timentos. No entanto, como podemos deduzir, analisar um investimento, sem
analisar o investidor, pode não fazer muito sentido. Ou seja, o investidor precisa
equilibrar suas receitas para começar investir, certo? Para isso, a gente vai orien-
tar seu cliente com a base das finanças pessoais. Vamos fazer sobrar dinheiro no
final do mês para começar investir.
Podemos resumir as finanças pessoais em três etapas:

1. A elaboração de um balanço patrimonial pessoal: nesse balanço devem


constar os ativos (direitos, propriedades e aplicações financeiras) do indiví-
duo (ou da família), bem como os passivos (dívidas). Se o saldo dos ativos for
maior que o saldo dos passivos, essa pessoa possui um patrimônio líquido
positivo. O contrário, se o indivíduo possuir mais passivos que ativos, repre-
senta um patrimônio líquido negativo. Ainda sobre a elaboração do balanço
pessoal, é importante mensurar o índice de endividamento pessoal. Basica-
mente, ao dividir os passivos pelos ativos chegamos ao índice de endivida-
mento pessoal
2. Elaborar um fluxo de caixa: o fluxo de caixa deve apontar as receitas e de-
spesas correntes do indivíduo (ou família). Do lado das receitas, o fluxo de
caixa deve mostrar a renda com o trabalho assalariado, os rendimentos (ju-
ros e dividendos) obtidos com aplicações financeiras, as distribuições de lu-
cro de empresas das quais o indivíduo seja sócio e quaisquer outras rendas
recebidas. Do lado das despesas, o fluxo de caixa deve incluir todos os gastos
pessoais ou familiares em itens como aluguel, mensalidades de escola, trans-
porte, prestação de financiamento de veículo ou de imóvel, plano de saúde,
alimentação e quaisquer outras saídas de caixa relevantes. Se as despesas
superarem as receitas, o agente econômico é deficitário; se as receitas forem
maiores que as despesas, o agente econômico é superavitário;

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3. Elaborar um orçamento doméstico: este orçamento é bastante parecido
com a etapa anterior, mas o foco aqui é no futuro, e não no passado ou no pre-
sente. É com base neste orçamento que o planejamento financeiro pessoal
pode, efetivamente, acontecer. As informações sobre receitas e despesas do
passado e do presente subsidiam a elaboração desse orçamento, mas cabe
ao indivíduo e à família definir como pretendem lidar com suas finanças dali
em diante. Somente diante de informações claras sobre a sua situação fi-
nanceira -- incluindo o cálculo do patrimônio líquido, a elaboração do fluxo
de caixa de receitas e despesas mensais bem como a criação do orçamento
doméstico -- é que o indivíduo poderá enxergar o caminho a ser seguido
caso deseje se tornar um agente econômico superavitário ou acelerar a sua
poupança para a realização de investimentos e geração de renda por meio
de aplicações financeiras.

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4.10. SIMULADO - MÓDULO 4

Agora que já abordamos os princípios de análise de investimentos, vamos treinar


um pouco através das questões abaixo. Lembrando que não deve ser confundido
com expectativa de cair essas questões em sua prova.
Então, partiu?
1 - #3981. Seu cliente tem um imóvel cujo valor de mercado é R$ 500 mil.
Decidiu vendê-lo para solucionar problemas financeiros. A única proposta
de compra que recebeu foi de R$ 300 mil. O risco determinante deste inves-
timento foi de:

a) Mercado

b) Crédito

c) Inflação

d) Liquidez

2 - #4513. A possibilidade de não pagamento (inadimplência) de um título


pelo emissor, no seu vencimento, caracteriza, para o investidor, risco de:

a) Mercado e Liquidez

b) Mercado

c) Crédito

d) Liquidez

3 - 4574. O risco de liquidez presente nos títulos é aquele decorrente:

a) Da possibilidade do emissor do título não cumprir com as obrigações assum-


idas

b) De muitos compradores para o título e que querem pagar o preço justo

c) Das variações de preços que ocorrem ao longo do período de tempo para o


título

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d) De poucos compradores para o título e que não querem pagar o preço justo

4 - #3793. Quanto maior for o prazo do investimento:

a) Maior será a taxa de retorno exigida pelo investidor

b) Maior será a disposição do investidor para aplicar no mercado de derivativos

c) Maior será a liquidez do investidor.

d) Maior será o retorno do investimento, sempre

5 - #3460. Risco que decorre de situações de inadimplência e de insolvência


do responsável pelo pagamento da obrigação:

a) Risco de Mercado

b) Risco de Imagem

c) Risco Legal

d) Risco de Crédito

6 - #3593. Liquidez em um investimento é quando os ativos são convertidos


facilmente e pelo preço justo em:

a) Dinheiro

b) Ações

c) Ativos

d) Valores Mobiliários

7 - #4471. No mercado de ações, o risco sistemático:

a) é maior do que o risco não-sistemático

b) é também conhecido como "risco específico

c) pode ser minimizado por meio da diversificação dos investimentos

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d) reflete o risco do mercado como um todo

8 - #4614. Um cliente possui ações de uma empresa de pequeno porte. Nos


últimos 3 anos essas ações tiveram rendimento excepcional. Porém, ao ten-
tar vender essas ações para comprar um apartamento, esse cliente encon-
trou poucas ofertas de compras e com preço bem abaixo do valor de mer-
cado. Qual risco esse cliente enfrentou?

a) Risco de Mercado

b) Risco de Liquidez

c) Risco de Crédito

d) Risco Operacional

9 - #3508. Analisando os seguintes investimentos abaixo: I. Fundo de in-


vestimento que rendeu nos últimos 12 meses 102% do CDI. II. CDB indexado
ao CDI que rendeu nos últimos 12 meses 98% do CDI. Pode-se dizer que nos
próximos 12 meses:

a) O Fundo vai apresentar a maior rentabilidade para o período

b) O Fundo e o CDB vão apresentar a mesma rentabilidade para o período

c) O CDB vai apresentar a maior rentabilidade para o período

d) Nada se pode afirmar sobre a rentabilidade futura desses investimentos

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4.11. GABARITO - MÓDULO 4

1 - Resposta: D. Justifica: <https://simulados.topinvest.com.br/simulados/


732385/iniciar>
2 - Resposta: C. Justificativa: <https://simulados.topinvest.com.br/simulados/
732413/iniciar>
3 - Resposta: D. Justificativa: <https://simulados.topinvest.com.br/simulados/
732430/iniciar>
4 - Resposta: A. Justificativa: <https://simulados.topinvest.com.br/simulados/
732439/iniciar>
5 - Resposta: D. Justificativa: <https://simulados.topinvest.com.br/simulados/
733662/iniciar>
6 - Resposta: A. Justificativa: <https://simulados.topinvest.com.br/simulados/
733669/iniciar>
7 - Resposta: D. Justificativa: <https://simulados.topinvest.com.br/simulados/
733675/iniciar>
8 - Resposta: B. Justificativa: <https://simulados.topinvest.com.br/simulados/
733677/iniciar>
9 - Resposta: D. Justificativa: <https://simulados.topinvest.com.br/simulados/
733683/iniciar>

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