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AUTORES
NEIRILAINE SILVA DE ALMEIDA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
neiresa@gmail.com
Resumo
Abstract
The possibility of investments with high returns tend to arouse the attention of investors,
however, the attractive return has considerable risks, which increases the likelihood of
substantial losses and decreases in expected return. Markowitz (1952) defined concepts of
diversification of portfolios and their reflections on risk and return and arrived to a model to
assist in the composition of portfolios that minimize risk for a given level of profitability. The
objective of this study is to identify the composition of the efficient portfolios that minimize
risk to the same level of expected return base portfolio, in the scenarios pre-crisis, crisis,
posterior crisis, relating among Abril/2010 and April/2005. Are considered in the portfolio
basis, the 10 stocks that comprise the Bovespa Index, which showed the highest historical
returns over the past five years analyzed. There was a descriptive research with quantitative
approach, using concepts of linear programming and the Excel SOLVER tool for optimizing
portfolios. The results showed that the portfolio generated a return expected equal or higher
than observed in the base portfolio and minimized the risk in all scenarios assessed and that
TRPL4 action was present in all portfolios in combination with the actions CSNA3, RSDI3,
BRAP4, CYRE3.
2. Fundamentação Teórica
2.1 Risco e Retorno
Conforme Elton et al. (2004) o retorno de uma carteira de ativos é simplesmente uma
média ponderada dos retornos dos ativos individuais. Para Copeland e Weston (1988) o
retorno esperado pode ser encontrado com a subtração do preço corrente do preço esperado
dividido pelo preço corrente, conforme expressão a seguir:
~
~ E ( P ) P0
E( R )
P0
Quanto ao risco, Bruni e Fama (1998) afirmam que Markowitz foi um dos primeiros
acadêmicos a ponderar a relevância do risco na gestão de ativos. Para Markowitz (1952) o
conceito de risco deveria ir além da percepção do potencial de perdas em um investimento, o
risco estava na incerteza do resultado esperado e em sua variabilidade em torno do resultado
mais provável.
Weston e Brigham (2000), por sua vez, consideram o risco como uma possibilidade de
que determinado evento desfavorável venha a acontecer, um perigo. O risco de um
investimento está intrínseco a probabilidade de se ganhar menos que o esperado.
Segundo Damodaran (1996), conceitualmente o risco pode ser dividido em dois tipos
básicos: o risco diversificável, que é minimizado pela diversificação de ativos, e o risco não
diversificável, que se refere a acontecimentos que afetam o mercado como um todo.
No mesmo sentido, Fleuriet (2004, p. 99) afirma que:
O risco de um papel é composto de dois conjuntos distinguíveis de risco. O
risco sistemático é aquele que não pode ser eliminado mediante estratégias
de diversificação. É o risco inerente ao sistema, o risco de mercado. O risco
específico é próprio ao ativo financeiro em pauta. É um reflexo do risco de
que alguma coisa aconteça e afete o ativo (e somente este). Esse risco
desaparece com a diversificação.
Pode-se perceber que o risco e retorno são conceitos interligados, visto que aquele
pode influenciar na ocorrência do retorno, e que neste processo, a diversificação pode auxiliar
na redução do risco e da probabilidade do que foi planejado como rentabilidade não venha a
ocorrer.
n n
V Xi Xj ij (2)
i 1 j 1
Xi 1 (3)
i 1
Xi 0 (4)
onde:
Neste modelo, Markowitz considera que os investidores são avessos ao risco, o que conforme
(Sharpe et al, 1995) é alicerce para o Princípio da Dominância, que determina que um investidor irá
escolher seu portfólio ótimo do conjunto de portfólios que oferecer o máximo retorno esperado para
diferentes níveis de risco e o mínimo risco para diferentes níveis de retorno esperado.
3.Metodologia
Em termos metodológicos, a pesquisa é descritiva, considerada de acordo com Selltiz
et al (1975) como aquela que expõe as características de uma situação, um grupo ou um
indivíduo específico. Quanto à forma de abordagem do problema, esta é uma pesquisa
quantitativa, que conforme Beuren (2004, p. 92) “caracteriza-se pelo emprego de
instrumentos estáticos, tanto na coleta quanto no tratamento dos dados.”
Para a realização da análise, foi efetuada a coleta dos retornos nominais mensais das
sessenta e seis empresas que compõem o Índice BOVESPA (IBOVESPA) referentes ao
período de Abril/2005 a Abril/2010. A escolha pelas ações deste índice ocorreu, pois ele é
considerado o indicador mais importante para retratar o desempenho médio das cotações das
empresas, bem como o comportamento dos principais papéis negociados na Bolsa de São
Paulo (BOVESPA, 2010).
Os dados, atualizados por inflação e dividendos, foram extraídos do banco de dados
Economática, e os retornos foram calculados através da variação entre as cotações nos meses
analisados. Após os cálculos dos retornos, houve a seleção das dez ações com maior retorno
histórico que compõem a carteira base, sendo que o percentual de participação em cada uma
foi pré-estabelecido como 10%. As dez ações analisadas no estudo estão expostas no Quadro
1.
Ação Empresa
BBAS3 Brasil
BRAP4 Bradespar
CSNA3 Sid. Nacional
GGBR4 Gerdau
ITSA4 Itausa
LAME4 Lojas Americanas
CYRE3 Cyrela Realty
RSID3 Rossi Residencial
TRPL4 Tran Paulista
USIM3 Usiminas
Quadro 1: Ações com maior rentabilidade histórica Abr/05 a Abr/10 do IBOVESPA
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Para a realização deste estudo considerou-se o período referente à Abril/2005 a
Maio/2008, como o cenário pré-crise, o período referente à Junho/2008 a Junho/2009, como o
cenário da Crise, e o período referente à Julho/2009 a Abril/2010, como período pós-crise.
Através da ferramenta de Análise de Dados do Excel, foi possível montar as matrizes
de Covariância, para o cálculo da Variância da Carteira e do seu Desvio Padrão.
Para determinar quais ações e qual a participação que deveria ser efetuado em cada
ativo das carteiras eficientes, utilizou-se o recurso SOLVER disponível no software Excel. As
variáveis que foram utilizadas na composição da análise são as participações individuais, o
retorno da carteira, o risco da carteira, o retorno individual de cada ativo, as variâncias e
covariâncias, com o intuito de identificar a função objetivo.
Para a resposta da pergunta deste estudo a função objetivo é a minimização do risco,
representada pela variância encontrada através do Modelo de Markowitz.
As restrições da função objetivo podem ser assim expressas:
Participações individuais > = 0
Soma das participações individuais = 1
Retorno da carteira >= (índice das empresas IBOVESPA).
MATRIZ DE COVARIÂNCIAS
BBAS3 BRAP4 CSNA3 GGBR4 ITSA4 LAME4 CYRE3 RSID3 TRPL4 USIM3
BBAS3 0,009461 0,006150 0,003914 0,005998 0,005010 0,004258 0,005846 0,002390 0,003294 0,005924
BRAP4 0,006150 0,012829 0,006152 0,007414 0,005923 0,007491 0,006570 0,000385 0,001390 0,006985
CSNA3 0,003914 0,006152 0,011149 0,007679 0,003321 0,005376 0,003753 -0,000951 0,001158 0,009130
GGBR4 0,005998 0,007414 0,007679 0,012384 0,005506 0,006487 0,006932 0,004300 0,001973 0,008552
ITSA4 0,005010 0,005923 0,003321 0,005506 0,005666 0,005170 0,006088 0,005611 0,001957 0,005470
LAME4 0,004258 0,007491 0,005376 0,006487 0,005170 0,014290 0,010028 0,010738 0,003571 0,005842
CYRE3 0,005846 0,006570 0,003753 0,006932 0,006088 0,010028 0,027573 0,017179 0,004735 0,005100
RSID3 0,002390 0,000385 -0,000951 0,004300 0,005611 0,010738 0,017179 0,071850 0,003938 0,003665
TRPL4 0,003294 0,001390 0,001158 0,001973 0,001957 0,003571 0,004735 0,003938 0,008149 0,000991
USIM3 0,005924 0,006985 0,009130 0,008552 0,005470 0,005842 0,005100 0,003665 0,000991 0,013605
Percentuais 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00%
VARIÂNCIA 0,000522 0,000613 0,000507 0,000672 0,000497 0,000733 0,000938 0,001191 0,000312 0,000653
RETORNO 0,36% 0,44% 0,52% 0,45% 0,33% 0,37% 0,62% 0,51% 0,40% 0,46%
Quadro 3: Matriz de Covariâncias baseados nos retornos históricos do período pré-crise
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Para a análise do portfólio é necessário o cálculo da variância de toda a carteira, bem
como do retorno esperado do conjunto de investimentos nos ativos (Quadro 4).
Dados do Portfólio
Variância (Risco) 0,66%
Desvio- Padrão 8,15%
Retorno Esperado 4,45%
Quadro 4: Dados do portfólio baseados nos retornos históricos do período pré-crise
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
O risco encontrado foi 0,66%, enquanto o retorno para esta carteira de ativos,
considerando o investimento no percentual de 10% em cada ativo do portfólio, foi 4,45%,
Com a utilização da otimização da carteira, proporcionada pelo SOLVER no programa Excel,
obteve-se a carteira ótima demonstrada no Quadro 5:
Minimização de risco
Carteira das 10 empresas
Cenários Pré-crise
mais rentáveis
Carteira ótima (Empresas) CSNA3 TRPL4 10% em cada uma das
Participações ótimas 36,93% 63,07% empresas
Retorno esperado 4,45% 4,45%
Risco ótimo (Variância) 0,38% 0,66%
Quadro 5: Carteira ótima com a minimização do risco no período pré-crise
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
De acordo com o Modelo de Markowitz, o investimento nas ações da empresa CSNA3
(36,93%) e na TRPL4 (63,07%), reduziria o risco de 0,66% para 0,38%, com o mesmo
retorno que seria obtido na composição uniforme da carteira com as 10 empresas mais
rentáveis do IBOVESPA.
No que diz respeito ao período de crise, pode-se identificar os seguintes retornos
médios das empresas analisadas (Quadro 6).
Percentuais 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00%
VARIÂNCIA 0,001641 0,001725 0,002212 0,002271 0,001277 0,002213 0,003274 0,004422 0,000297 0,002233
RETORNO 0,05% -0,24% -0,14% -0,28% 0,11% 0,09% 0,17% 0,41% 0,03% -0,20%
Quadro 7: Matriz de Covariâncias baseados nos retornos históricos do período da crise
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Após o cálculo da Matriz de Covariâncias (Quadro 7), chega-se aos dados da carteira
de ativos no período da crise (Quadro 8).
Dados do Portfólio
Variância (Risco) 2,16%
Desvio- Padrão 14,69%
Retorno Esperado 0,01%
Quadro 8: Dados do portfólio baseados nos retornos históricos do período da crise
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Minimização de risco
Carteira das 10 empresas
Cenários Crise
mais rentáveis
Carteira ótima (Empresas) RSID3 TRPL4 10% em cada uma das
Participações ótimas 19,07% 80,93% empresas
Retorno esperado 1,00% 0,01%
Risco ótimo 1,08% 2,16%
Quadro 9: Carteira ótima com a minimização do risco no período da crise
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
A carteira ótima deste período é composta pelo investimento de 19,07% do capital nas
ações da empresa RSID3 e 80.93% nas ações da empresa TRPL4. Ela possui um risco de
1,08%, metade do apresentado na carteira das empresas da IBOVESPA, e proporciona um
retorno de 1,00%, inúmeras vezes maior do que o retorno de 0,01% da carteira das dez
empresas.
No que concerne ao período posterior a crise, os retornos médios são apresentados no
Quadro 10.
Percentuais 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00%
VARIÂNCIA 0,000434 0,000221 0,000238 0,000227 0,000341 0,000544 0,000517 0,000791 0,000106 0,000317
RETORNO 0,40% 0,45% 0,39% 0,32% 0,33% 0,36% 0,38% 0,53% 0,01% 0,29%
Quadro 11: Matriz de Covariâncias baseados nos retornos históricos do período após a crise
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
D a d o s d o P o r tfó l io
V a ri â n c ia (R isc o ) 0 ,3 7 %
D e sv io - P a d r ã o 6 ,1 1 %
R e to rn o E sp e r a d o 3 ,4 6 %
Quadro 12: Dados do portfólio baseados nos retornos históricos do período após a crise
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
No quadro 13, pode-se observar a carteira ótima para minimização do risco, com o
destino de 88,96% para as ações da empresa BRAP4 e 11,04% para a empresa TRPL4. Com
esta diversificação, o risco reduziria de 0,37% para 0,21% e o retorno aumentaria de 3,46%
para 4%.
Minimização de risco
Carteira das 10 empresas
Cenários Pós-crise
mais rentáveis
Carteira ótima (Empresas) BRAP4 TRPL4 10% em cada uma das
Participações ótimas 88,96% 11,04% empresas
Retorno esperado 4,00% 3,46%
Risco ótimo 0,21% 0,37%
Quadro 13: Carteira ótima com a minimização do risco no período da crise
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Na parte do estudo que compete ao período completo, Abril de 2005 a Abril de 2010,
pode-se observar os retornos médios expostos no Quadro 14.
MATRIZ DE COVARIÂNCIAS
BBAS3 BRAP4 CSNA3 GGBR4 ITSA4 LAME4 CYRE3 RSID3 TRPL4 USIM3
BBAS3 0,011944 0,007461 0,007152 0,008328 0,007157 0,007629 0,011093 0,008700 0,003196 0,008697
BRAP4 0,007461 0,013921 0,010056 0,010130 0,006319 0,009084 0,009728 0,008216 0,001588 0,009658
CSNA3 0,007152 0,010056 0,015026 0,011449 0,005006 0,008282 0,009949 0,008915 0,000976 0,013239
GGBR4 0,008328 0,010130 0,011449 0,015858 0,007006 0,009866 0,011614 0,012507 0,002279 0,012274
ITSA4 0,007157 0,006319 0,005006 0,007006 0,007393 0,008002 0,008982 0,009472 0,002683 0,006647
LAME4 0,007629 0,009084 0,008282 0,009866 0,008002 0,017357 0,015355 0,020029 0,003628 0,009180
CYRE3 0,011093 0,009728 0,009949 0,011614 0,008982 0,015355 0,033089 0,027955 0,003647 0,011367
RSID3 0,008700 0,008216 0,008915 0,012507 0,009472 0,020029 0,027955 0,075877 0,002131 0,012193
TRPL4 0,003196 0,001588 0,000976 0,002279 0,002683 0,003628 0,003647 0,002131 0,007493 0,000722
USIM3 0,008697 0,009658 0,013239 0,012274 0,006647 0,009180 0,011367 0,012193 0,000722 0,018010
Percentuais 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00% 10,00%
VARIÂNCIA 0,000814 0,000862 0,000901 0,001013 0,000687 0,001084 0,001428 0,001860 0,000283 0,001020
RETORNO 0,25% 0,27% 0,32% 0,25% 0,24% 0,26% 0,41% 0,40% 0,27% 0,25%
Quadro 15: Matriz de Covariâncias baseados nos retornos do período no período de Abr/2005 a Abr/10
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Dados do Portfólio
Variância (Risco) 1,00%
Desvio- Padrão 9,98%
Retorno Esperado 2,92%
Quadro 16: Dados do portfólio baseados nos retornos históricos do período de Abr/2005 a Abr/10
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Minimização de risco
Carteira das 10 empresas
Cenários Abr/2005 a Abr/2010
mais rentáveis
Carteira ótima (Empresas) CYRE3 TRPL4 10% em cada uma das
Participações ótimas 19,58% 80,42% empresas
Retorno esperado 3,00% 2,92%
Risco ótimo 0,51% 1,00%
Quadro 17: Carteira ótima com a minimização do risco no período de Abr/2005 a Abr/10
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Observa-se que os percentuais desta carteira ótima são 19,58% dos investimentos para
a empresa CYRE3 e 80,42% para a TRPL4. Com esta diversificação, o risco diminui para
0,51% e o retorno aumenta para 3,0%.
Gráfico 1: Risco da carteira ótimas e das empresas do IBOVESPA
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Como pode-se observar no Gráfico 1, as diferenças entre a carteira composta pelas dez
empresas com maior rentabilidade do IBOVESPA em relação a carteira ótima são
significantes, sendo que no período da crise o risco alcança a diferença de 100%.
Cenários
Pré-Crise Crise Pós- Crise Abr/05 a Abr/10
Carteira CSNA3 TRPL4 RSID3 TRPL4 BRAP4 TRPL4 CYRE3 TRPL4
Pariticipações 36,93% 63,07% 19,07% 80,93% 88,96% 11,04% 19,58% 80,42%
Retorno 4,45% 1,00% 4,00% 3,00%
Risco 0,38% 1,08% 0,21% 0,51%
Quadro 17: Cenários de carteiras ótimas com a minimização do risco
Fonte: Elaboração própria a partir de dados disponíveis no banco de dados da Economática.
Percebe-se que em todos os cenários apresentados neste estudo, a empresa TRPL4 foi
indicada como um investimento interessante, que contribuiu para a minimização do risco
apresentado pela aplicação nas empresas mais rentáveis do IBOVESPA. Além desta empresa,
verifica-se, em cada cenário, a sua combinação com empresas como a CSNA3, no período
anterior a crise, a RSID3, durante a crise, a BRAP4, após a crise, e com a CYRE3 na análise
proveniente ao período entre Abril/2005 e Abril/2010.
5. Considerações Finais
Este estudo teve como principal objetivo realizar a aplicação das considerações
relacionadas ao risco e retorno, além de outros conceitos inerentes a investimentos no
mercado de capitais, com cerne nas idéias de Markowitz, para a identificação das carteiras
que minimizam os riscos nos cenários denominados pré-crise, crise, pós-crise e referente ao
período de Abril/2005 a Abril/2010 no mercado de capitais brasileiro.
Ao analisar o período pré-crise, detectou-se, que as ações CSNA3 (36,93%) e a
TRPL4 (63,07%), eram as mais indicadas para a composição da carteira eficiente que
reduziria o risco de 0,66%, em aproximadamente 43%, e apresentaria o mesmo retorno que
seria obtido na composição uniforme da carteira com as 10 empresas mais rentáveis do
IBOVESPA.
Durante a crise, a carteira eficiente identificada era composta pelo investimento de
19,07% do capital na ação RSID3 e 80,93% na ação TRPL4, sendo que a mesma possuiria um
risco de 1,08%, metade do apresentado na carteira das empresas da IBOVESPA, e
proporcionaria um retorno de 1,00%, inúmeras vezes maior do que o retorno de 0,01%
oferecido pela carteira das dez empresas.
Após a crise, a carteira eficiente para minimização do risco, propõe o destino de
88,96% para a ação BRAP4 e 11,04% para a ação TRPL4. Com esta diversificação, o risco
reduziria de 0,37% para 0,21% e o retorno aumentaria de 3,46% para 4,0%.
No que concerne a análise do período de Abril/2005 a Abril/2010, observa-se que os
percentuais da carteira eficiente são 19,58% dos investimentos para a ação CYRE3 e 80,42%
para a TRPL4, sendo que com esta diversificação, o risco diminuiria para 0,51% e o retorno
aumentaria para 3,0%.
Percebe-se que em todos os cenários apresentados neste estudo, a ação TRPL4
apareceu como um investimento atraente, que contribuiu para a minimização do risco
apresentado pela aplicação nas empresas mais rentáveis do IBOVESPA. Além desta empresa,
verifica-se, em cada cenário, a sua combinação com empresas como a CSNA3, no período
anterior a crise, a RSID3, durante a crise, a BRAP4, após a crise, e com a CYRE3, referente à
análise do período entre Abril/2005 e Abril/2010.
Não obstante, em uma análise geral as diferenças entre a carteira composta pelas dez
empresas com maior rentabilidade do IBOVESPA em relação à carteira ótima foram
consideráveis, sendo que no período da crise o risco alcançou a diferença de 100%.
Em suma, a otimização com a utilização da diversificação de Markowitz foi eficaz no
sentido de minimizar o risco associado ao retorno esperado das carteiras em cada cenário.
Como sugestão para pesquisas futuras, sugere-se a utilização de um número maior de
empresas, outros horizontes de tempo, bem como a comparação do modelo de Markowitz
com outros modelos de otimização de carteiras.
Referências
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