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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
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SUMÁRIO
1. Características gerais
2. Uma breve introdução à Harry M. Markowitz e William Sharpe
3. Uma breve introdução ao modelo de precificação de ativos CAPM
4. Considerações iniciais sobre risco x retorno
5. Glossário de conceitos úteis para a disciplina
6. Uma introdução às duas únicas formas de retorno: alfa e beta
7. Retorno esperado ou taxa de retorno esperada
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Em conjunto com este cenário da evolução econômica, observamos
nestes últimos dois séculos, uma fantástica evolução tecnológica.
1. CARACTERÍSTICAS GERAIS
Um grande marco foi a indústria da microeletrônica e informática,
permitindo aplicações e grandes avanços em diversas áreas; dentre
Nos últimos dois séculos, em especial após o término da segunda
elas destacamos o avanço das tecnologias de informação, como
guerra mundial, o cenário internacional sofreu profundas alterações.
telecomunicações, teleinformática, entre outras.
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Uma questão fundamental é a quantificação e determinação do
preço do risco financeiro. Para esta, se desenvolveram algumas
metodologias que permitem decidir sobre um investimento, ou uma
carteira de investimentos em condições de incerteza, possuindo como
variável chave de análise a rentabilidade do investimento. Em geral,
quando estratégias de investimento são comparadas umas às outras,
risco e retorno tendem a caminhar juntos, ou seja, títulos com elevados
retornos médios, tendem a possuir elevadas quantidades de risco
embutidas.
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Uma questão aberta até aquele momento era a de que, se todos os
investidores utilizassem seus recursos, de acordo com a teoria das
2. UMA BREVE INTRODUÇÃO À HARRY M. MARKOWITZ
E WILLIAM SHARPE carteiras, e aplicassem seus recursos em carteiras na fronteira, como
é que os preços dos títulos seriam afetados?
mostrado como criar uma fronteira de carteiras de investimentos, de Foram eles William Sharpe, John Lintner e Jan Mossin. Esse modelo
forma que cada uma possuísse o maior retorno esperado dado um ficou conhecido como Modelo de Precificação de Ativos Financeiros
certo nível de risco. A tese de Markowitz, uma mistura de matemática, (CAPM) e reinou como principal modelo da área de finanças por quase
estatística e teoria econômica era tão avançada para a época que quinze anos.
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Diversos trabalhos testam o CAPM em sua forma padrão. De uma
maneira geral os resultados confirmam a relação linear entre risco e
3. UMA BREVE INTRODUÇÃO AO MODELO DE PRECIFI-
CAÇÃO DE ATIVOS CAPM retorno dos ativos; o que atribui uma certa confiabilidade ao modelo.
Entretanto, ocorre que a reta de regressão empírica possui inclinação
A peça fundamental do CAPM é a linha de mercado de titulas (SML), inferior à sugerida pelo modelo.
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4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE RISCO X RETORNO
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Desvio-padrão: Raiz quadrada da variância.
Risco: É a possibilidade de prejuízo financeiro. É uma medida de É a medição das chances de um evento acontecer. Usualmente os
probabilidade de ocorrência de prejuízo. É a variabilidade de retornos gestores projetam cenários de eventos prováveis que podem interferir
de um ativo. em suas decisões e lhes atribuem probabilidades de ocorrência.
Incerteza: É uma situação de dúvida ou insegurança de resultados, Correlação: Tem como significado da palavra relação mútua entre dois
sem forma de quantificar possibilidades de situações positivas ou termos, matematicamente é a medida padronizada da relação entre
negativas. duas variáveis. Existe o coeficiente de correlação: (- 1< 0 < 1). Uma
correlação próxima ao zero indica que as duas variáveis não estão
Média: Soma dos valores observados dividida pelo número de relacionadas, uma correlação positiva indica que as duas variáveis
observações.
movem-se juntas, e a correlação é forte quanto mais se aproxima de 1,
já uma correlação negativa indica que as duas variáveis movem-se em
Variância: Medida que mostra quanto os valores observados se
direções opostas, e a correlação também fica mais forte quanto mais
distanciam da média. Essa medida é dada em forma quadrática
próxima de -1.
(segunda potência).
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Covariância: A covariância verifica a relação de risco entre duas
variáveis. Se a covariância for nula, significa que as variáveis analisadas
são independentes. Já se for diferente de zero, as variáveis podem
apresentar determinada dependência entre si. A covariância costuma
ser chamada de medida da dependência linear de duas variáveis
aleatórias (essa definição é apenas introdutória, pois os conceitos
envolvidos no cálculo da covariância depende de outros conceitos).
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• Debêntures e outros títulos privados tendem a gerar maior
retorno que os títulos públicos;
6. UMA INTRODUÇÃO ÀS DUAS ÚNICAS FORMAS DE
RETORNO: ALFA E BETA • Títulos emitidos por países em desenvolvimento geram maior
retorno que títulos de países desenvolvidos.
participantes do mercado (alfa). Para melhor avaliar os investimentos, resultado do beta daquela classe. Em tese, você pode obter maiores
é essencial que você aprenda a diferenciar essas duas formas de gerar retornos simplesmente posicionando seus investimentos em classes
O beta, ou risco sistemático, é o risco geral de um determinado Assim, é possível capturar o retorno decorrente do beta com estratégias
mercado. Ele explica as diferenças entre as expectativas de retornos simples ou facilmente replicáveis. Além disso, apesar do retorno de
das diversas classes de ativos disponíveis no mercado financeiro. Ou longo prazo decorrente do risco sistemático ser positivo, ele costuma
seja, em qualquer momento no tempo os ativos podem estar caros ou ser baixo e muito volátil.
será superior ao retorno das classes de ativos com menos risco. outros participantes do mercado. Isto é denominado “alfa”. Gerar “alfa”
é o principal objetivo dos gestores de fundos de investimento e implica
• Ações possuem maior expectativa de retorno que títulos Visto que em qualquer operação no mercado financeiro existe um
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ganhador e um perdedor, sendo que o retorno que o ganhador obtiver capazes de obtê-lo cobram por seus serviços. O maior problema é que
coincidirá com o prejuízo que o perdedor vai sofrer. existem muitos outros gestores cobrando o mesmo preço, sem possuir
a habilidade de gerar alfa para seus cotistas. E é uma tarefa difícil
Por exemplo, se o Investidor A comprou ações de uma companhia diferenciar os gestores que geram alfa daqueles cujo retorno é obtido
aberta por R$ 10 mil, certamente na outra ponta há um ou vários outros apenas por assumir mais risco com o dinheiro de outrem.
investidores que venderam essas ações por esse mesmo preço. Se
as ações agora valem R$ 12 mil, o Investidor A ganhou R$ 2 mil e os
vendedores deixaram de ganhar esse mesmo valor.
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Valor Esperado do Investimento A
E(RA) = (0,30 x 100%) + (0, 40 x 15%) + (0,30 x -70%) E(RA) = 15%
7. RETORNO ESPERADO OU TAXA DE RETORNO
ESPERADA
Valor Esperado do Investimento B
Retorno esperado ou Taxa de Retorno Esperada é a remuneração E(RB) = (0,30 x 20%) + (0,40 x 15%) + (0,30 x10%) E(RB) = 15%
efetivo apenas por se tratar ex-ante, enquanto que o retorno efetivo já daí somarmos esses produtos, então a taxa de retorno esperada ou
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INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Investimentos no ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Investimentos
mercado financeiro usando a calculadora financeira no mercado financeiro usando a calculadora
HP 12C: programas financeiros aplicados ao mercado financeira HP 12C: programas financeiros aplicados
de capitais. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2013. ao mercado de capitais. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2013.
• Capítulo 14: Operações estatísticas (pp. 171-178);
• Capítulo 15: Medidas estatísticas de avaliação de
risco (pp. 179-192);
• Capítulo 16: Regressão linear e correlação (pp.
193-212).
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CRÉDITOS
Autoria: Marcelo Cambria
Coordenação de Operações: Juliana Nascimento
Design Instrucional: Patricia Brasil
Design Gráfico e Diagramação: Dejailson Souza
Captação e Produção de Mídias: Erika Alves, Gabriel Rodrigues e
Gabriel dos Santos e Maurício Leme
Revisão de Texto: Patricia Brasil e Thiago Batista
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ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS
Prof. Marcelo Cambria
MEDIDAS DE RISCO EM ATIVOS
INDIVIDUALMENTE E EM CONJUNTO
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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
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SUMÁRIO
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• Desvio-padrão;
• Variância;
1. O QUE É RISCO EM FINANÇAS?
• Coeficiente de variação;
• Covariância;
Risco, em finanças, significa a chance de obter perdas financeiras.
• Correlação;
Compreende-se que um ativo mais propenso a gerar perdas é mais
• Volatilidade.
arriscado ao investidor. Esse tipo de ativo, por outro lado, também
possui maior potencial de ganhos dada sua capacidade de variação,
A seguir, abordam-se as referidas métricas de risco, que podem ser
conceito intrínseco aos instrumentos financeiros de renda variável.
divididas de acordo com tipo de risco que medem: de um único ativo
ou de dois ativos.
Em outras palavras, o risco em finanças está associado às incertezas
que provocarão uma maior variabilidade nos retornos de um ativo
financeiro.
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2. DESVIO-PADRÃO
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é uma prática difundida e usual no campo da análise de risco e retorno
de ativos financeiros.
3. VARIÂNCIA
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4. COEFICIENTE DE VARIAÇÃO
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A volatilidade é ainda uma variável que mostra a intensidade e a
frequência das oscilações nas cotações de um ativo financeiro, que
5. VOLATILIDADE
pode ser uma ação, um título, uma cota de fundo de investimento, um
derivativo, etc.; Pode se referir, ainda, a índices das bolsas de valores,
A volatilidade diz respeito a quanto uma variável tende a se mover
índices de inflação ou cotações de moedas negociadas em mercado
ao longo do tempo. Nesse sentido, é comum haver interpretações
futuro, considerando um determinado período de tempo em análise.
indevidas entre volatilidade e desvio-padrão. Na prática, muitas vezes,
a volatilidade é tratada como o desvio-padrão dos retornos de um
Trata-se de uma técnica frequentemente utilizada para mensurar o
instrumento financeiro que possui risco.
risco de um ativo. Quando o preço de um ativo oscila rapidamente, ele
pode ser considerado volátil.
A volatilidade é uma métrica de risco cuja resposta, ou output, é
apresentado em termos absolutos, sem sinal vinculado a ela. Um
parâmetro adequado é simplesmente utilizar o quadrado dos retornos
diários quando ela for aplicada a cálculos de risco de ativos de renda
variável. Métodos mais complexos envolvem modelos econométricos
que buscam informar a variância condicional.
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6. COVARIÂNCIA
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Uma das formas mais comuns de calcular a correlação é pelo coefi-
ciente de correlação de Pearson. A correlação é uma medida que cos-
7. COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO
tuma ser bastante útil para distinguir se duas ações apresentam mo-
vimentações conjuntas entre si, variabilidades parecidas ou variações
A medida mais apropriada para mensurar como dois ativos variam ao
diferentes. Seu conceito é útil para avaliar a montagem de carteiras ou
longo do tempo é a correlação. Por meio de um coeficiente denominado
fundos de investimentos. Em uma carteira diversificada, por exemplo,
correlação ρ, pode-se medir o risco de dois ativos de forma padronizada
é possível montá-la com ações que possuem tanto independência en-
e objetiva.
tre si quanto dependência, de acordo com o nível de correlação que se
deseja para o fundo de investimentos. O coeficiente de correlação de
Usando medidas bastante objetivas, valores que variam entre -1, 0
Pearson ajuda a mensurar a relação entre os retornos de duas ações
e +1, a correlação é uma das mensurações preferidas para analisar
diferentes.
se o comportamento de variáveis, neste caso, os retornos financeiros
de ativos com risco. Por meio dela, é possível acompanhar um ativo
.
e inferir ou concluir o comportamento de outro com base no primeiro.
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INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA
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REFERÊNCIAS
A FIPECAFI assegura a proteção das informações contidas nesse
PRATES, Wlademir. O que é risco e retorno em material pelas leis e normas que regulamentam os direitos autorais,
finanças e investimentos? WRPrates.com: página marcas registradas e patentes. Todos os textos, imagens, sons,
destinada a publicações sobre finanças e data vídeos e/ou aplicativos exibidos nesse volume são protegidos pelos
science, 15, abr. 2018.
direitos autorais, não sendo permitidas modificações, reproduções,
transmissões, cópias, distribuições ou quaisquer outras formas de
utilização para fins comerciais ou educacionais sem o consentimento
prévio e formal da FIPECAFI.
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ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS
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RISCO E RETORNO
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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
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SUMÁRIO
1. Risco e retorno
2. Determinantes do nível de taxas de juros
3. Taxas de juros reais e nominais
4. Taxa de juros efetiva
5. Análise das taxas de juros nominais e inflação
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aprender a prever os valores passados. Desse modo, neste material
serão apresentadas ferramentas para estimar retornos esperados
1. RISCO E RETORNO
com base em dados históricos e para considerar os impactos em
investimentos futuros.
De acordo com Bodie, Kanes e Marcus (2015), o risco de um
investimento é tão importante quanto o retorno esperado. De acordo
com os autores, embora haja teorias sobre a relação entre risco e
retorno esperado que poderiam prevalecer nos mercados de capitais
racionais, não há teorias sobre o nível de risco em um momento
subsequente. Isso se explica, em parte, pelo fato de ser mais simples
estimar o nível de risco que os investidores tendem a enfrentar com
base em experiências históricas.
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2. DETERMINANTES DO NÍVEL DE TAXAS DE JUROS
É notório que a previsão da taxa de juros seja uma das áreas mais
complexas da macroeconomia aplicada. Por meio dela, como lembram
os autores supracitados, pode-se compreender:
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IPC = ((1+0,00486755)^12) - 1 = 6% a.a.
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expectativas. Como a inflação futura não é conhecida, a taxa de retorno
real é “arriscada”, no sentido de incerta, mesmo quando a taxa nominal
é isenta de risco.
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Calculando:
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INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA
5. ANÁLISE DAS TAXAS DE JUROS NOMINAIS E
INFLAÇÃO
BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos.
10ª ed. Porto Alegre: Mc Graw Hill Education, 2015.
Como apontam Bodie, Kanes e Marcus (2015), os investidores • Capítulo 5: Risco, retorno e dados históricos.
se concentram nos retornos reais que podem obter sobre seus
investimentos. Para que eles possam obter uma taxa real aceitável,
devem obter uma taxa nominal mais alta quando se prevê que a
inflação será mais alta.
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BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos. material pelas leis e normas que regulamentam os direitos autorais,
10ª ed. Porto Alegre: Mc Graw Hill Education, 2015. marcas registradas e patentes. Todos os textos, imagens, sons,
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RETORNO ESPERADO E
TIPOS DE RETORNO
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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
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SUMÁRIO
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Retorno total: (R$ 110 - R$ 100) + R$ 4 = 14%
1. RETORNO NO PERÍODO EM QUE UM INVESTIMENTO É
MANTIDO (HOLDING PERIOD) R$ 100
Considere um Fundo de Investimento em Ações (FIA) que acompanhe Essa definição pressupõe que os dividendos são pagos ao final de um
um índice do mercado de ações, como o Ibovespa no Brasil, por ano. Quando os dividendos são recebidos antes do prazo de um ano, o
exemplo, sendo ele, portanto, um fundo de índice que adquire as ações. retorno total com a cota de um FIA ou de uma ação, também chamado
Considere agora que este fundo negocia suas cotas a R$ 100/cada. Se como retorno durante o período em que o investimento é mantido,
for tomado um horizonte de um ano, a taxa de retorno realizada sobre ignora a renda de reinvestimento entre o recebimento do pagamento e
o investimento dependerá do preço por cota ao término de um ano e do fim do período de manutenção do investimento.
dos dividendos que forem pagos para as ações que estão no referido
fundo. O retorno percentual com dividendos (acima de R$ 4, equivalentes a
4%) é chamado de retorno ou rendimentos com dividendos. O retorno
Considerando esse mesmo exemplo, considere agora que a cota vale com ganho de capital e o retorno percentual com dividendos, quando
R$ 110 e o provento financeiro (dividendo) que foi pago referente a somados, constituem o retorno total ou o retorno durante o período em
uma cota seja de R$ 4 para o mesmo período de um ano. O retorno que o investimento é mantido.
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As distribuições de probabilidades das taxas de retorno são
caracterizadas de acordo com seu retorno esperado ou médio. A taxa
2. RETORNO ESPERADO de retorno esperada é uma média ponderada pela probabilidade das
taxas de retorno em cada cenário. Ao aplicar a relação (multiplicação)
De acordo com Item 5.4 de Bodie, Kane e Marcus (2015) existe
entre as probabilidades e as taxas de retornos totais, obtém-se:
naturalmente uma incerteza considerável quanto ao preço por cota de
fundo de renda variável ou por ação mais rendimento de dividendos
E (retorno) = (0,25 X 0,31) + (0,45 X 0,14) + [0,25 X (- 0,0675)] +
para um ano. Dada essa imprevisibilidade, é possível quantificar as
[0,05 X (- 0,52)] = 0,0976 ou 9,76%
convicções possíveis com cenários possíveis, modelos matemático-
econométricos e outras ferramentas rebuscadas.
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Se, por exemplo, a taxa livre de risco for de 4% a.a. e o retorno esperado
para uma determinada ação em um ano for de 9,76%, o prêmio de risco
3. RETORNOS EM EXCESSO E PRÊMIOS DE RISCO
sobre as ações será de 5,76% a.a. A diferença em qualquer período
específico entre a taxa de retorno real sobre um ativo de risco e a taxa
Quando se deve, se é que se deve, investir em um ativo de renda
isenta de risco real é chamada de retorno em excesso.
variável? Para responder a essa questão, é importante saber, antes
de tudo, quanto é a previsão de recompensa oferecida para o risco
associado ao investimento em ações. O grau de disposição dos investidores para alocar fundos a ações
depende da aversão ao risco. Os investidores são avessos ao risco
Tal recompensa é medida como a diferença entre o retorno total se o prêmio pelo risco for “zero”. Nesse caso, não há porque investir
com o ativo que oferece risco e a taxa livre de risco. Isto é, a taxa nenhum valor em ações. Isso porque, em teoria, sempre deve haver um
de remuneração que é possível obter se o recurso permanecer prêmio pelo risco positivo sobre as ações para que haja a motivação de
aplicado em ativos isentos de risco, como os títulos públicos federais investidores avessos ao risco assimilarem a oferta existente de ações,
emitidos pela Secretaria do Tesouro Nacional. Podem ser incluídos em vez de investirem todo o seu dinheiro em ativos livres de risco.
na qualificação “livres de risco” os certificados de depósitos bancários
(CDBs) de bancos com rating (avaliação pela qualidade do risco de
crédito) alto ou mesmo as aplicações em fundos de bancos com o
mesmo perfil de rating.
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Retorno médio: (R$ 6 + R$ 7 + R$ 9 + R$ 8) = R$ 7,5
4. RETORNO MÉDIO ARITMÉTICO 4
Ação 1 = R$ 6,00
Ação 2 = R$ 7,00
Ação 3 = R$ 9,00
Ação 4 = R$ 8,00
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Retorno composto: [(1 + 0,14) X (1 + 0,10)] - 1: 25,4%
5. RETORNO COMPOSTO O retorno composto é amplamente aplicado aos materiais que são
utilizados na divulgações de relatórios de performance, nos encartes
Para avaliar corretamente a performance de um investimento ao longo
de publicidade de investimento e é fundamental para a tomada de
do tempo, é necessário se atentar a possíveis armadilhas em uma das
decisões de investimento.
medidas mais úteis para apurar o retorno de um investimento ao longo
do tempo: o retorno composto.
Considere, por exemplo, que uma ação tenha rendido 14% como
retorno total (ganho de capital + proventos financeiros) no primeiro
ano da aquisição e 10% no segundo ano. É intuitivo que se somem
as taxas de retorno (14% + 10%), obtendo-se 24% de retorno para o
período de 2 anos.
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INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA
6. RETORNO MÉDIO COMPOSTO OU RETORNO MÉDIO
GEOMÉTRICO BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos.
10ª ed. Porto Alegre: Mc Graw Hill Education, 2015.
A média aritmética oferece uma estimativa imparcial do retorno futuro • Capítulo 5: Risco, retorno e dados históricos.
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REFERÊNCIAS
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vídeos e/ou aplicativos exibidos nesse volume são protegidos pelos
direitos autorais, não sendo permitidas modificações, reproduções,
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Captação e Produção de Mídias: Erika Alves, Gabriel Rodrigues,
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A FRONTEIRA EFICIENTE
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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
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SUMÁRIO
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dada a alta capacidade de pagamento (crédito), assim como os títulos
públicos de países sadios financeiramente. Têm esse perfil também
1. INTRODUÇÃO ÀS CARTEIRAS DE INVESTIMENTOS E
AO TÍTULO LIVRE DE RISCO (RISK FREE) os títulos de empresas privadas cujo grau de risco atestado pelas
agências de classificação é alto ou altíssimo e com taxas com baixa
De acordo com Bodie, Kane e Marcus (2015), é possível generalizar volatilidade, como títulos indexados à taxa DI, no caso do Brasil.
o problema de construção de carteira com vários títulos de risco e um
ativo isento ou livre de risco. Há teorias que sugerem a construção A terminologia “livre de risco” é oriunda dos títulos públicos americanos.
de carteiras ou fundos de investimentos e a aplicação prática desta Historicamente, esses títulos nunca inadimpliram as suas obrigações
construção. Com a verificação mercadológica se a carteira de de pagamentos em séculos, o que gerou esta alcunha. No Brasil, esse
investimentos performar a contento quanto à geração de retorno, como conceito foi adotado e difundido devido a influência das bibliografias
este retorno é formado, e se as melhores decisões de investimentos anglo-saxônicas sobre administração financeira.
foram adotadas.
É necessário frisar que, na prática, não há títulos que sejam 100%
Nesse contexto, é possível organizar carteiras em que haja: livres de risco, pois a capacidade de pagamento de qualquer emissor
de título não é garantida. Há, entretanto, alguns emissores que são
• Somente ativos com risco, por exemplo, ações; mais confiáveis quanto à capacidade de pagamento do que outros.
• Ativos com risco e sem risco (risk free);
• Somente ativos sem risco.
Um ativo dito livre de risco é conhecido como um ativo que tem baixa
variação de preço e que, por consequência, tem variância baixa e
maior previsibilidade de preço. Este tipo de título é nomeado risk free
5
Com base nos dados fornecidos de retorno esperado, variância e
covariância é possível calcular a carteira de variância mínima para
2. MODELO DE OTIMIZAÇÃO DE CARTEIRA
qualquer retorno esperado pretendido.
influência ocorre em três etapas: gráfico tem como abscissa (eixo X) o desvio-padrão e como ordenada
(eixo Y) o retorno esperado:
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Observe que todos os ativos individuais ficam à direita da fronteira. padrão e um retorno esperado mais alto, posicionada imediatamente
Isso indica que as carteiras de risco que contêm apenas um ativo são acima dela. Portanto, a parte inferior da fronteira de variância mínima
ineficientes pois a diversificação de investimentos possibilita carteiras é ineficiente.
com retornos esperados mais altos e desvios-padrão mais baixos.
Considerando cada parte do problema de construção de carteira, na
Todas as carteiras que ficam na fronteira de variância mínima em parte da análise de risco-retorno, o gestor da carteira, que é quem
relação à carteira de variância mínima global e acima oferecem as decide os investimentos, precisa de uma série de estimativas do
melhores combinações de risco-retorno. Elas são, portanto, candidatas retorno esperado de cada título e de um conjunto de estimativas da
à carteira ótima. matriz de covariância. Esta é a medida estatística que denota qual é
o risco combinado entre ativos e que, portanto, interferem no perfil de
Vale ressaltar que a carteira ótima é uma carteira teórica que visa o risco e retorno de uma carteira.
maior retorno possível com um conjunto de ativos e com o menor risco
possível. Considerando que os preços são dinâmicos, pressupor que Assim que estas estimativas são compiladas, o retorno esperado e
um investidor altamente qualificado conseguirá montar e manter uma a variância de qualquer carteira de risco com pesos em cada título
carteira ótima por toda a sua vida de investidor é demasiadamente podem ser calculados com base na matriz de covariância fronteiriça.
presunçoso. O tema da diversificação pode ser aprofundando em estudos sobre o
Modelo de Markowitz e será abordado em material posterior.
A parte da fronteira que fica acima da carteira de variância mínima
global é chamada de fronteira eficiente de ativos de risco.
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ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS
Prof. Marcelo Cambria
O MODELO DE MARKOWITZ
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Figura 1 - Fronteira de Variância Mínima
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exigido, o formato da fronteira de variância mínima se evidencia. sujeitos a outras restrições. Diversas instituições são proibidas de as-
Descarta-se, então, a metade inferior (tracejada) da fronteira, porque sumir, por exemplo, posições a descoberto em qualquer ativo que seja.
ela é ineficiente. Na prática, significa vender um ativo antes mesmo de obtê-lo, consi-
derando que o preço do ativo ficará menor em um segundo momento,
Na abordagem alternativa, é traçada uma linha vertical que representa o que possibilita sua aquisição por valor menor no mesmo pregão em
a restrição ao desvio-padrão. Considera-se que todas as carteiras que bolsa de valores. Ou seja, é primeiro vender, depois comprar um ativo,
acessam essa linha têm o mesmo desvio-padrão e que é escolhido já que a liquidação “física” e financeira de ativos como ações aconte-
o retorno esperado mais alto. Desse modo, a carteira fica na posição cem em três dias úteis.
mais alta nessa linha vertical. A aplicação de tal procedimento em
várias linhas verticais (níveis de desvio-padrão) oferece os pontos Para esses clientes, o gestor da carteira acrescentará restrições
marcados com círculos, que são traçados na parte superior da fronteira ao programa de otimização que eliminem posições negativas (a
de variância mínima, a fronteira eficiente. descoberto) da busca de carteiras eficientes. Nesse caso, é possível
No próximo passo de escolha da carteira ótima no conjunto de fron- únicas restrições que gestores e administradores enfrentam para atingir
teira, é preciso notar que alguns clientes desse serviço podem estar a rentabilidade desejada das carteiras, seguindo sempre a política de
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investimentos constante do regulamento de fundos, autorizada pelo
será ampliada para incluir um conjunto de rendimentos de dividendos personalização da sua carteira e considerar com extremo cuidado as
esperados e o programa de otimização incluirá outra restrição para restrições que não são exigidas por lei. Outro tipo de restrição comum
garantir que o rendimento de dividendos esperado da carteira seja tem por objetivo eliminar investimentos em setores e em países com
igual ou superior ao nível desejado. problemas éticos ou políticos. Trata-se do investimento socialmente
responsável, cujo custo é um índice de Sharpe menor na carteira ótima
Os gestores da carteira podem personalizar o conjunto eficiente para resultante de tal restrição.
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INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA REFERÊNCIAS
BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos. BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos.
10ª ed. Porto Alegre: Mc Graw Hill Education, 2015. 10ª ed. Porto Alegre: Mc Graw Hill Education, 2015.
• Capítulo 7 - Item 7.4. Modelo de otimização de
carteira de Markowitz.
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CRÉDITOS
Autoria: Marcelo Cambria
Coordenação de Operações: Juliana Nascimento
Design Instrucional: Patricia Brasil
Design Gráfico e Diagramação: Dejailson Souza
Captação e Produção de Mídias: Erika Alves, Gabriel Rodrigues,
Gabriel dos Santos e Maurício Leme
Revisão de Texto: Patricia Brasil e Thiago Batista
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ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS
Prof. Marcelo Cambria
MODELO DE MARKOWITZ
COM ATIVO LIVRE DE RISCO
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SUMÁRIO
1. Alocação de capital
2. Teorema da separação
3
Figura 1 - Carteira de fronteira eficiente combinada a um ativo sem
risco
1. ALOCAÇÃO DE CAPITAL
Fonte: Bodie, Kane e Marcus (2015).
4
Encontrar a fronteira eficiente constituída pela curva de alocação de De acordo com Bodie, Kane e Marcus (2015), a carteira de tangência
capital mais alta na figura acima, pode ser feito em duas etapas: em ter o maior índice de Sharpe implica que sua covariância com qualquer
primeiro lugar, deve-se encontrar a carteira de ativos cujo risco tenha ativo i seja proporcional ao prêmio de risco deste ativo:
o maior índice de Sharpe; em seguida, devem ser feitas todas as
combinações possíveis dessa carteira com o ativo sem risco. E(ri) - rf = constante*cov (ri,rp)
A primeira etapa pode ser realizada com a utilização da seguinte Em outra formulação possível dessa relação, a razão entre o prêmio
fórmula: de risco do ativo i e sua covariância com a carteira de tangência é
constante. Assim, se essa razão fosse maior ou menor para um ativo
maxwSp = Σni=1 wiE(ri) - rf específico, seria possível aumentar o índice de Sharpe da carteira de
(Σni-1 Σnj=1 wiwj cov(ri, rj))0,5 tangência através de um aumento ou de uma redução do peso do ativo
cuja razão1 fosse maior ou menor, às custas de uma redução ou de um
aumento do peso do ativo sem risco.
Sendo a solução desse problema, uma carteira de ativos com risco
cujos pesos sejam w1t, w2t, ...wnt, coloca-se, então, o peso λ na carteira É possível encontrar a carteira ótima para o indivíduo que tem aversão
sem risco e o peso 1-λ na carteira de tangência. Isso resultará no vetor a um determinado risco “A” como a melhor combinação entre o ativo
de pesos de dimensão n+1, ordenado de tal forma que o primeiro peso sem risco e a carteira de tangência. Note que todos os indivíduos vão
passe a corresponder ao ativo sem risco: reter combinações diferentes do ativo sem risco e da mesma carteira de
ativos com risco. À esta propriedade é conferido o nome de separação
λ, (1 - λ) wt1, (1 - λ)wt2, ..., (1 - λ)tn em dois fundos, o que é explicado pelo teorema da separação.
5
carteiras ótimas a seus clientes. A fonte de disparidade reside na
análise de títulos.
2. TEOREMA DA SEPARAÇÃO
A ideia principal é que a carteira ótima que o gestor oferece é a desprezíveis da fronteira eficiente baseia-se no retorno médio recente
mesma para todos os clientes. Isso significa que os investidores dos títulos. Se os retornos médios da amostra nos últimos anos forem
com graus variados de aversão ao risco ficariam satisfeitos com um utilizados para representar o retorno futuro sobre o título, o ruído nestas
universo de apenas dois fundos: um fundo do mercado monetário para estimativas tornarão a fronteira eficiente resultante praticamente inútil
investimentos isentos de risco e um fundo multimercado que mantém para a construção da carteira.
a carteira de risco ótima, na figura acima representada por “P”, no
ponto tangencial da CAL e da fronteira eficiente. Esse resultado torna Quando se mantém carteiras diversificadas, a contribuição de um título
a gestão profissional mais eficiente e, portanto, menos cara. Com isso, específico para o risco da carteira dependerá da covariância do retorno
uma empresa de gestão pode atender a qualquer número de clientes deste título com o de outros títulos, e não da sua variância. Isto implica
com relativamente poucos custos incrementais. que os prêmios de risco justos devem depender de covariâncias, e não
da variabilidade total dos retornos.
Na prática, diferentes gestores estimam diferentes listas de entrada,
deduzindo diferentes fronteiras eficientes, e oferecem diferentes
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INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA REFERÊNCIAS
BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos. BODIE, Z.; KANE, A.; MARCUS, A. J. Investimentos.
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• Capítulo 7: Carteira de risco ótima.
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ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS
Prof. Marcelo Cambria
MODELO CAPM
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SUMÁRIO
1. Introdução
2. O CAPM
3. Hipóteses
4. Equação básica
3
1. INTRODUÇÃO
4
2. O CAPM
5
As oportunidades de investimento podem variar no tempo, e estraté-
gias de investimento que são pouco arriscadas no curto prazo, podem
3. HIPÓTESES
ser muito arriscadas no longo prazo e vice-versa. Um título de renda
fixa com cupom fixo tem retornos de curto prazo que variam bastante
O modelo de Sharpe-Lintner é a versão padrão do CAPM. Ele pressu-
com flutuações na taxa de juros, mas tem retornos de longo prazo es-
põe a existência de um ativo sem risco e da possibilidade de comprá-lo
táveis.
e vendê-lo a descoberto (sem tê-lo) ilimitadamente à mesma taxa livre
de risco (risk-free) ou rf. A seguir são apresentadas as hipóteses que
Um título pré-fixado de curto prazo tem uma taxa conhecida no
permitem derivá-lo:
horizonte de tempo curto, mas, se a análise deste tipo de aplicação for
ampliada no longo prazo, sua taxa de retorno será incerta, refletindo a
Hipótese 1) Existem muitos investidores que são pequenos em re-
incerteza proveniente das taxas futuras às quais o título é “rolado”, ou
lação ao mercado. Da mesma forma que, no modelo de competição
seja, com o vencimento protelado para o futuro.
perfeita, eles agem como tomadores de preço (price-takers), isto é,
ignorando o efeito das suas transações sobre os preços dos ativos.
Hipótese 3) Os investimentos estão limitados ao universo dos ativos
financeiros negociados publicamente, nele incluído o ativo sem risco.
Utiliza-se esta hipótese para abordar o comportamento do investidor
É possível comprar ou vender ilimitadamente todos os ativos desse
quando sua riqueza é alocada em vários ativos.
universo. Esta hipótese descarta o investimento em ativos não-
transacionáveis como educação, empreendimentos privados, etc.
Hipótese 2) Todos os investidores tomam decisão com base na
distribuição de retornos de um período. Este comportamento é míope
Em realidade, a demanda por ativos negociados no mercado deve
porque ignora tudo o que ocorre depois desse período.
ser afetada pelos ativos não-transacionáveis que o investidor possui.
Se o indivíduo, por exemplo, tem capital humano especializado em
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determinada atividade da economia, ele deveria aceitar retornos No modelo de Markowitz, supõe-se que o investidor é indiferente a
esperados menores de ativos negativamente correlacionados com o esses outros momentos.
retorno dessas atividades.
Hipótese 6) Todos os investidores estimam a expectativa dos retornos
Hipótese 4) Não existe custo de transação e impostos sobre os e as suas covariâncias da mesma forma. Isso significa que eles usam
retornos auferidos. o mesmo vetor de retorno esperado e a mesma matriz de covariância
como insumos do seu problema de seleção de carteira. Essa hipótese
Na prática, dividendos e ganhos de capital são tributados, reduzindo o é conhecida como expectativa homogênea.
retorno. Em certos países, como nos EUA, Brasil e outros, investidores
diferentes pagam alíquotas diferentes. Há, em geral, custo de se Dois investidores, na prática, podem ter estimativas de retorno espera-
negociar os ativos. Muitas vezes, há o problema de liquidez, ou seja, o do diferentes para o mesmo ativo, o mesmo acontecendo com estima-
preço para compra é maior do que o preço para venda, e a diferença tivas de covariâncias. Caso isso aconteça, eles enxergarão fronteiras
é tanto maior quanto menor for a liquidez do ativo. No CAPM, há a eficientes de ativos com riscos de maneiras diferentes. Para que o
pressuposição de que não há imposto e que podemos comprar e CAPM tenha o efeito pretendido, é necessário que tais investidores se
vender qualquer ativo ao mesmo preço. deparem com a mesma fronteira.
7
Desse modo, a carteira de mercado de ativos com risco está na
fronteira eficiente. A figura a seguir ilustra a fronteira com a carteira
4. EQUAÇÃO BÁSICA
de mercado identificada como carteira de tangência. É a chamada
curva de alocação de capital comum a todos investidores da curva de
Para derivar a equação do CAPM, é preciso considerar que a carteira
mercado de capitais (CML).
de mercado de ativos com risco está na fronteira. A carteira de mercado
de ativos com risco é a carteira onde o peso de cada ativo é a razão
entre o valor de capitalização desse ativo e o valor de mercado de
todos os ativos com risco. Este é o lado da oferta.
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Esta é a equação do CAPM segundo a qual, dado o prêmio de risco do A SML provê uma referência importante para a avaliação do
mercado, o prêmio de risco de um ativo é tanto mais alto quanto maior desempenho de investimentos e também para a seleção de ativos. Um
for o seu beta. A equação do CAPM está representada abaixo: investimento pode ser considerado extremamente vantajoso se o seu
retorno esperado é superior àquele justificado pelo seu risco. O retorno
esperado justificado pelo risco pode ser encontrado através da SML.
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INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA
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REFERÊNCIAS
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10ª ed. Porto Alegre: Mc Graw Hill Education, 2015. marcas registradas e patentes. Todos os textos, imagens, sons,
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ESTRATÉGIAS FINANCEIRAS
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MODELO APT (ARBITRAGE
PRICING THEORY)
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SUMÁRIO
1. Introdução
2. Teoria de precificação por arbitragem
3. Carteiras diversificadas e a teoria de precificação por arbitragem
4. Apresentação da APT
5. APT e CAPM
6. Limitações da APT
3
1. INTRODUÇÃO
4
Notem que o primeiro autor a desenvolver a teoria de APT e aplicá-la
à análise do equilíbrio de retorno dos títulos foi o Stephen Ross, em
2. TEORIA DE PRECIFICAÇÃO POR ARBITRAGEM
1976.
5
III. O número de ativos é sempre muito maior que o número
de fatores do processo gerador de retornos.
IV. O termo de incerteza (erro) representa o risco não
sistemático do ativo.
V. Os termos de incerteza são independentes dos fatores e
entre si.
6
bem diversificada. Uma determinada carteira, quando construída com
base em uma carteira bem diversificada é uma carteira de arbitragem.
3. CARTEIRAS DIVERSIFICADAS E A TEORIA DE PRECI-
FICAÇÃO POR ARBITRAGEM Conforme a Bodie, Kane e Marcus (2015) destacaram, uma carteira de
arbitragem é uma máquina de fazer dinheiro: pode gerar lucros isentos
Considere que uma carteira “P” tenha alfa positivo e que seja factível de risco com investimento líquido zero. Portanto, os investidores que
uma carteira de referência com beta “1”, ou beta de mercado, para conseguem construir uma carteira deste tipo, a ampliarão o máximo
diminuir o risco sistemático de “P” e transformá-la em uma carteira que puder, financiando-a com o máximo de alavancagem e/ou o maior
de beta “0”. É possível transformar a carteira com alfa positivo e beta número de posições vendidas disponíveis.
alfa positivo de “P” com a referência e as notas do Tesouro para criar de uma carteira de arbitragem. Não é fácil construir carteiras bem
uma carteira de beta zero. Em outras palavras, incluem-se títulos risk diversificadas. Além disso, as oportunidades de arbitragem financeira
free para suavizar o perfil de risco da carteira conforme exposto. são poucas e raras. Quando a carteira de arbitragem é acrescentada
à carteira de referência de risco, o aumento marginal no desvio padrão
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Na expressão acima, m é a representação do risco sistêmico, e ε indica
o risco setorial ou individual do ativo.
4. APRESENTAÇÃO DA APT
8
(βi), a variação inesperada deste fator (F) e a variação inesperada de
um fator micro ou da empresa (εi).
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Nenhuma das teorias prevalece sobre a outra. A APT é mais geral
no sentido de nos ajudar a alcançar a relação de retorno esperado-
5. APT E CAPM
beta sem exigir vários dos pressupostos não realistas do CAPM,
especialmente a dependência na carteira de mercado. Isso melhora
A APT aplica-se apenas às carteiras bem diversificadas. A ausência
as perspectivas para testar a APT. Porém, o CAPM é mais geral. De
de arbitragem sem risco por si só não garante que, em equilíbrio, a
qualquer forma, as teorias são unânimes com respeito à relação de
relação de retorno esperado-beta se manterá para todos e quaisquer
retorno esperado-beta.
ativos.
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INDICAÇÃO DE LEITURA OBRIGATÓRIA
6. LIMITAÇÕES DA APT
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Gabriel dos Santos e Maurício Leme
Revisão de Texto: Luíza Araujo
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