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Nº 11742522
LUANDA, 2023
Resumo
IV
Abstract
V
Índice
Resumo ..................................................................................................................... IV
Abstract ...................................................................................................................... V
1. Introdução ............................................................................................................. 7
1.1. Objectivos....................................................................................................... 8
1.2. Metodologia .................................................................................................... 8
2. Teoria da gestão de carteiras................................................................................ 9
2.1. Relação entre risco e retorno de um activo financeiro ................................... 9
2.1.1. Determinação do retorno esperado de um activo .................................. 11
2.1.2. Determinação da variância .................................................................... 12
2.2. Relação entre o risco e o retorno de uma carteira .................................... 13
2.2.1. Distribuição normal ................................................................................ 14
2.2.2. Média e variância de uma carteira composta por dois activos............... 14
2.2.3. Coeficiente de correlação ...................................................................... 17
2.2.4. Carteira com variância mínima .............................................................. 18
2.2.5. Existência de correlação perfeita entre activos...................................... 19
2.3. Fronteira eficiente composta por dois activos com risco .............................. 21
2.3.1. Fronteira eficiente composta por um activo sem risco e outro com risco
22
2.3.2. Construção de uma carteira ótima com 𝑁 activos ................................. 23
2.3.3. Conjunto de carteiras passiveis de serem formadas com 𝑁 activos com
risco 23
2.4. Modelo de Avaliação de Activos de Capital (CAPM) .................................... 24
Conclusão ................................................................................................................. 26
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 27
Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
1. Introdução
A relação que se estabelece entre o retorno esperado por se aplicar o dinheiro numa
acção ou carteira de acções, e o risco que lhe está associado, é uma das mais
importantes nesse contexto. Presume-se que se o investidor estiver disposto a
assumir mais risco, receberá, também, um retorno maior contrariamente àquele
investidor que apresentar uma aversão ao risco e que, portanto, retrai-se quando a
questão é arriscar. Porém, essa relação risco-retorno apenas deverá ser observada
considerando um período de demoradas análises e não um curto espaço temporal.
Na grande maioria dos casos, quando a análise é efectuada para um espaço de tempo
pequeno, a relação entre risco e retorno pode mesmo ser contrária à esperada.
Podemos dizer que Markowitz (1952) acabou por ser o grande precursor das ideias
nesta área com a sua famosa teoria de média variância para a seleção de carteiras
de títulos. Assim, a partir desse momento, começam a desenvolver-se a nível mundial,
modelos que relacionam o retorno esperado como o risco, tanto para carteiras de
títulos como para títulos individuais.
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
carteira ótima com N activos. Não obstante a isso, far-se-á uma breve introdução a
um dos mais proeminentes modelos de avaliação de investimentos, O Capital Asset
Pricing Model (CAPM) desenvolvendo por Sharp (1964), Lintner (1965) e Mossin
(1966).
1.1. Objectivos
1.2. Metodologia
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
𝒀−𝑰ₒ
r= 𝑰ₒ
1
Harry Markowitz, Nobel de Economia (1990), foi o primeiro a introduzir o conceito de variância como
medida de risco.
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Y = Iₒ + Iₒ x r
Ou seja, não é mais do que o investimento inicial (Iₒ) acrescido do rendimento que ele
mesmo proporcionou ( Iₒ x r ) durante um período. Pondo-se o valor do investimento
(Iₒ) em evidência podemos verificar que a riqueza no final do período é igual a:
Y = (1 + r ) x Iₒ
Conhecido o valor futuro (Y), bem como a taxa de retorno do investimento, podemos
facilmente determinar o valor do investimento inicial (Iₒ). Resolvendo a fórmula em
relação a (Iₒ) temos:
𝑌
𝐼ₒ =
(1 + 𝑟)
Assim sendo. Se conhecemos, com exactidão, a riqueza final, bem como a taxa de
retorno (r) do investimento, então, facilmente se determina o valor actual do
investimento (Iₒ). No entanto, no caso do investimento em acções, a certeza quanto
aos rendimentos futuros do investimento raramente existe. A pergunta que se coloca
é: como se determina o retorno esperado de um activo quando o contexto é incerto?
2
Mais adiante, poderemos servir-nos deste exemplo para o desenvolvimento do assunto.
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Tabela 1 - Preços hipotéticos das acções da EPSAC Investimentos, S.A. no final de um mês
3086,30 − 3630,90
= −0,1500
3630,90
3267,80 − 3630,90
= −0,1000
3630,90
3630,90 − 3630,90
= 0,0000
3630,90
3844,10 − 3630,90
= 0,0587
3630,90
5000,00 − 3630,90
= 0,3771
3630,90
A medida estatística que mais tem sido usada para fazer a determinação do resultado
mais provável de estados de eventos é o valor médio esperado. Este não é mais que
o retorno médio esperado para o activo menos o seu preço inicial dividido por esse
mesmo preço inicial, tal como calculamos acima. A fórmula usada, para o efeito, é a
seguinte:
̃ ₁) − 𝑷₀
𝑬(𝑷
̃)
𝑬(𝑹
𝑷₀
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Onde 𝐸(𝑅̃) é o valor esperado do retorno, 𝐸(𝑃̃₁) o valor esperado da acção para o
momento 1 e P₀ o valor da acção no memento 0. No fundo «~» significa que é um
valor (random) aleatório.
̃
̃ ) 𝑬(𝑷₁)−𝑷₀ = 3.668,38−3.630,90 =1,03%
𝑬(𝑹
𝑷₀ 3.630,90
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Ou seja, 10,95%
Com base nestes elementos até aqui determinados, estamos aptos para fazer o
cálculo do risco e retorno de uma carteira de investimento.
Para um gestor financeiro, o risco operacional da empresa pode ser medido através
da estimação da média e variância do retorno da carteira dos activos que a empresa
possui, seja caixa, contas a receber, títulos ou valores negociáveis, etc., isto é, todo o
seu activo.
Uma das noções mais básicas da teoria da gestão de carteiras é a que assume que
os activos seguem uma distribuição normal. Esta distribuição é caracterizada por ser
simétrica, sendo fundamental conhecer a média da rendibilidade e a sua variância,
para se descrever essa distribuição.
1 1
ƒ(𝑅) = 𝑒 −(2)[(𝑅−𝐸(𝑅))/𝜎]²
𝜎√2𝜋
𝑅 − 𝐸(𝑅)
𝑧= ,
𝜎
é dada por:
1 1
ƒ(𝑍) = 𝑒 −(2)𝑍²
√2𝜋
Considerando uma carteira composta por dois activos com risco, denominados A e B,
ambos com retornos distribuídos de forma normal. Se a carteira for forma por x% de
acções da empresa A e y% = (1 – x%) de acções da empresa B, o retorno da carteira
composta por esses dois activos é (𝑅̃𝑐) uma média ponderada dos retornos individuais
de cada um dos activos.
Assim,
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Desta forma, o retorno esperado da carteira é uma média ponderada dos retornos
esperados de cada um dos activos que a compõe.
𝐸(𝑅̃A)= 0,2 𝑥 (−7%) + 0,2 𝑥 10% + 0,2 𝑥 11% + 0,2𝑥19% + 0,2𝑥22% = 11%
Significa que o retorno esperado de uma carteira composta por 30% de acções de A
e 70% de acções de B será de 8,3%. Assim, a variância do retorno da carteira seria:
• Variância de uma carteira – é a soma das variâncias dos retornos dos activos
multiplicados pelo quadrado da percentagem que cada um desses activos
representa no valor total da carteira, adicionados da covariância multiplicada
por duas vezes a percentagem investida em cada um dos activos em causa.
3
A covariância entre uma mesma variável é igual à variância da mesma:
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Exemplos:
̃ 𝑪) = 𝑿𝟐 𝑽𝑨𝑹(𝑹
𝑽𝑨𝑹(𝑹 ̃ 𝑨) + 𝒚𝟐 𝑽𝑨𝑹(𝑹
̃ 𝑩) + 𝟐𝒙𝒚𝑪𝑶𝑽(𝑹
̃ 𝑨, 𝑹
̃ 𝑩)
Substituindo temos:
̃ 𝑨, 𝑹
𝑪𝑶𝑽(𝑹 ̃ 𝑩)
E a variância
𝜎(𝑅̃𝐶) = √0,00398 = 0,0631, 𝑞𝑢𝑒, 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑎𝑟𝑟𝑒𝑛𝑑𝑜𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑐𝑒𝑠𝑠𝑜 𝑛𝑜𝑠 𝑑á 6,31%
A correlação entre dois activos, 𝑃𝐴, 𝐵, é a divisão entre a covariância dos retornos
esperados dos activos A e B, pela multiplicação dos respectivos desvios-padrão, ou
seja:
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Várias vezes o que o investidor pretende, ao combinar dois activos com risco numa
mesma carteira de investimentos, é minimizar o risco. Com base em diversas
combinações possíveis em termos de investimento em acções da empresa A e B
existe uma combinação em que a variância é minimizada. Esta carteira tem como
característica o facto de, nesse ponto, a variação na percentagem investida no activo
A, (x), provocar uma alteração nula na variância da carteira. Relembre-se que se
afirmou anteriormente que x e y são as proporções investidas no activo A e B, onde
𝑦 = (1 − 𝑥).
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
𝑑𝑉𝐴𝑅(𝑅𝑐)
= 2𝑥𝜎²RA−2𝜎²RB + 2𝑥𝜎²RB +2 ∗ 𝑝(𝑅𝐴, 𝑅𝐵) ∗ 𝜎𝑅𝐴 ∗ 𝜎𝑅𝐵 − 4 ∗ 𝑥 ∗ 𝑝(𝑅𝐴, 𝑅𝐵) ∗
𝑑𝑥
𝜎𝑅𝐴 ∗ 𝜎𝑅𝐵 = 0
A figura abaixo, abaixo demonstra uma carteira composta por activos perfeitamente
correlacionados.
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Note-se que
Existindo correlação negativa perfeita entre dois activos, a média e a variância são:
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Nesta situação pontual, o desvio padrão tem então dois valores, já que qualquer valor
de σ(𝑅̃𝑐) consegue-se obter um retorno esperado, na recta de baixo (CA), e outro na
reta de cima (BC). Estas rectas interceptam-se no eixo vertical, no ponto C onde a
variância é zero (este é o ponto onde se consegue fazer com que não existam dois
valores para o mesmo desvio-padrão).
Para 𝑝 = −1
𝜎 2 𝑅𝐵 − 𝜎𝑅𝐴𝜎𝑅𝐵 𝜎𝑅𝐵
𝑥 ∗= 2 2
=
𝜎 𝑅𝐴 + 𝜎 𝑅𝐵 − 2𝜎𝑅𝐴𝜎𝑅𝐵 𝜎𝑅𝐴 + 𝜎𝑅𝐵
𝐸(𝑅̃𝐵) − 𝐸(𝑅̃ 𝑐)
𝐷𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒 𝐵𝐶 =
𝜎𝑅𝐵 + 𝜎𝑅𝑐
𝐸(𝑅̃𝑐) − 𝐸(𝑅̃ 𝐴)
𝐷𝑒𝑐𝑙𝑖𝑣𝑒 𝐶𝐴 =
𝜎𝑅𝑐 + 𝜎𝑅𝐴
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Apenas a parte superior da curva é eficiente, já que para qualquer carteira que se
situe na parte inferior existirá sempre, para o mesmo nível de risco, uma outra carteira
na parte superior da curva que proporciona uma rentabilidade maior.
A fronteira eficiente, composta por um ativo sem risco e outro com risco, é uma
representação gráfica que ilustra as combinações ótimas de ativos de risco e um ativo
livre de risco em uma carteira de investimentos. Essa fronteira é derivada da teoria
moderna do portfólio, que foi desenvolvida por Harry Markowitz.
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
A construção de uma carteira ótima com N ativos envolve a alocação de recursos entre
esses ativos de forma a maximizar o retorno esperado ou minimizar o risco, levando
em consideração as preferências do investidor.
Existem várias abordagens e modelos para construir uma carteira ótima, sendo dois
dos mais conhecidos o Modelo de Markowitz e o Modelo de Capital de Mercado
(Capital Asset Pricing Model - CAPM). Esses modelos consideram a relação entre o
retorno esperado, o risco e a correlação entre os ativos para determinar a alocação
ideal.
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Estes pressupostos, obviamente, podem não perfeitos, pois a prática poderá colocar
o investidor diante situações mais complexas e ele deve procurar tomar a melhor
decisão possível.
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Conclusão
Noutro extremo, procuramos confrontar uma carteira composta por dois ou mais
activos a fim de se determinar a carteira ótima quer quando composta por activos com
risco, quer quando composta por activos sem risco. Debruçamo-nos, teoricamente,
acerca do primeiro modelo que procurou resolver o dilema entre risco e retorno – o
CAPM que, apesar das suas contribuições, não se livra de críticas considerando os
seus pressupostos fundamentais.
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Teoria da Gestão de Carteiras – Portfolio Theory
Referências Bibliográficas
Básica
❖ Brealey, Richards A. e Myers Stewart C. 1992. Princípios de Finanças
Empresariais. Editora McGraw-Hill de Portugal. Lda. 3ª Edição. 371 – 378.
❖ Maquieira, Carlos P. e Vieito, João P. 2010. Finanças Empresariais (Teoria e
Prática). Escolar Editora, Lisboa.
❖ Markowitz, H. (1952). "Portfolio Selection." The Journal of Finance, Vol. 7, No.
1, pp. 77-91.
Complementar
❖ Bodie, Z., Kane, A., & Marcus, A. J. (2014). "Investments." McGraw-Hill Educa-
tion.
❖ Fama, E. F., & French, K. R. (2004). "The Capital Asset Pricing Model: Theory
and Evidence." Journal of Economic Perspectives, Vol. 18, No. 3, pp. 25-46.
❖ Sharpe, W. F. (1964). "Capital Asset Prices: A Theory of Market Equilibrium un-
der Conditions of Risk." The Journal of Finance, Vol. 19, No. 3, pp. 425-442.
❖ Tobin, J. (1958). "Liquidity Preference as Behavior towards Risk." The Review
of Economic Studies, Vol. 25, No. 2, pp. 65-86.
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