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1
7.1 Teoria Moderna de Carteiras
2
Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
No gráfico abaixo, percebemos que quanto mais ativos tivermos na carteira, menos será o
risco total da mesma, gerados pelo benefício da “Diversificação”.
Risco TOTAL
(Desvio Padrão) Risco Total =
Sistêmico + Não Sistêmico
Risco Não-Sistêmico
Risco Total
(DP = σ)
q Fórmula:
𝐶𝑂𝑉(",%) DP(')
β(") = OU β(&) = ×𝐶𝑜𝑒𝑓(",%)
𝑉𝐴𝑅(%) DP(()
Teoria de Finanças Tradicional
Introdução
A Teoria de Finanças Tradicional, também conhecida como Teoria Moderna de Portfólio,
leva em consideração que os mercados financeiros são eficientes e os investidores tomam
decisões racionais (se o investidor tiver que escolher entre 2 portfólios com o mesmo
nível de retorno esperado, ele escolherá o portfólio que possui o menor risco). Desta
forma, os investidores possuem 3 características:
Ø Aversão ao risco: minimizar risco e maximizar retornos.
Ø Expectativas racionais: as avaliações e projeções do investidor refletem toda a
informação relevante disponível. Assim, o investidor sempre analisará o risco x
retorno de cada investimento.
Ø Integração dos seus investimentos: o investidor avalia os seus investimentos como
um todo (contexto da carteira) e não ativo por ativo. Desta forma, o investidor busca
pela diversificação da carteira de investimentos (reduzindo o risco não sistêmico).
Analisando como um todo, a teoria do Mercado Eficiente entende que não há lacuna
entre os fatos e o conhecimento dos investidores para que os preços sejam reajustados.
Com isso, os adeptos a esta teoria acreditam que faz mais sentido fazer investimentos de
forma passiva (por exemplo, fundos atrelados a um benchmark), do que de forma ativa,
vide que a segunda sempre gera maiores custos.
Mercado Eficiente
Premissas
Como todo princípio, devemos levar em consideração algumas premissas para estes
estudos. As premissas para o Mercado ser Eficiente são:
Ø A informação surge de forma independente e torna-se rapidamente disponível
para todos os participantes, a baixo ou nenhum custo;
Ø As informações são homogêneas e entram no mercado de maneira aleatória;
Ø O mercado funcionará em concorrência perfeita;
Ø Os custos de transação, tais como comissões, corretagens e impostos, são
considerados como inexistentes;
Ø Investidores são racionais: maximizam a utilidade de suas riquezas.
Ø Preços ajustam rapidamente a novas informações.
Ø O mercado possui plena liquidez, continuidade de preço e profundidade.
Mercado Eficiente
Formas de Eficiência do Mercado
Conforme citado, as três formas de eficiência são:
Ø Forma Fraca: Os preços refletem somente as informações públicas disponíveis.
Desta forma, os retornos passados não ajudam a prever retornos futuros, fazendo
com que não seja possível ter retornos em excesso utilizando análise técnica;
somente é possível com análise fundamentalista e informação privilegiada.
Ø Forme Semi-forte: Engloba a Forma Fraca, mas sugere que as novas informações
públicas são absorvidas instantaneamente, mas as privadas não. Assim sendo, o
investidor não consegue ter retornos em excesso utilizando as estratégias de análise
fundamentalista ou técnica, apenas com informação privilegiada.
Ø Forma Forte: Engloba a Forma Semi-Forte e ainda afirma que as novas
informações privadas são absorvidas instantaneamente, ou seja, os preços refletem
automaticamente todos os tipos de informação. Com isso, o investidor não consegue
ter retornos em excesso, nem mesmo utilizando de informações privilegiadas.
Teoria da Utilidade Esperada
Aplicação no Mercado de Capitais
O conceito de Teoria da Utilidade Esperada, que diz que o consumidor deseja ter a maior
quantidade de consumo de Produtos & Serviços disponíveis para a sua renda, também
pode ser aplicada no mercado de capitais (nas combinações de risco e retorno do
investidor). No entanto, ao invés de maximizar todas as variáveis da cesta de combinações
de Produtos & Serviços, como diz a Teoria da Utilidade Esperada, nos investimentos o
investidor racional procura AUMENTAR O RETORNO e DIMINUIR O RISCO. Desta forma,
as curvas serão côncavas no plano retorno em função do risco, podendo ser sintetizados
os três perfis do API:
Ø Conservador (Avesso ao risco): conforma-se com retornos mais limitados, em
troca do conforto da segurança;
Ø Arrojado (Propenso ao risco): aceita ter mais risco em troca de melhores
resultados financeiros;
Ø Moderado (Neutro ao risco): uma mescla entre os dois anteriores.
O grau de aversão ao risco de cada investidor é representado pela sua função de utilidade,
implicando em uma relação positiva entre retorno e risco.
Teoria da Utilidade Esperada
Aplicação no Mercado de Capitais
Aplicando a teoria no mercado de capitais, temos os produtos financeiros disponíveis dos
segmentos dos bancos (U1 = private; U2 = alta renda; e U3 = varejo). Desta forma, as
curvas mais acima, possuem uma relação risco x retorno melhor que as curvas mais
abaixo. Já em relação ao perfil de risco de um investidor, esta é uma análise baseada na
inclinação das curvas do gráfico. Assim, podemos perceber que investidores que possuem
um comportando do gráfico 1, são muito mais avessos ao risco, que investidores do
gráfico 1, pois o Gráfico 1 é mais inclinado que o Gráfico 2. Desta forma, percebemos
que o perfil do cliente é baseado na inclinação do gráfico e a utilidade está na sua devida
altura (acesso a produtos de investimentos).
U1 Gráfico 1 Gráfico 2
U2
Maior Utilidade U3 Maior Utilidade U1
U2
Retorno (R)
Retorno (R)
10 10 U3
7 7
Menor Utilidade Menor Utilidade
5 5
Ø Fronteira Eficiente (Markowitz): Risco total sem a inclusão do ativo livre de risco.
Ø CML (Capital Market Line): Risco total com a adição do ativo livre de risco.
Ø SML (Security Market Line): Mudança do tipo de risco no qual será utilizado nas
análises. Agora, o não utilizaremos mais o risco total (desvio padrão), mas sim o risco
sistêmico do ativo (Beta). Este cálculo será realizado através do modelo CAPM.
Ø APT (Arbitrage Pricing Theory): Modelo que utiliza diversos fatores de risco,
utilizando o risco Beta de cada um destes fatores
Fronteira Eficiente de Markowitz
Conceito
Para atender à exigência do investidor avesso a riscos, uma opção é diversificar a carteira
de investimentos, conforme velho ditado: “não coloque todos os ovos na mesma cesta”.
Porém, para termos uma diversificação mais eficiente, deve-se construir uma carteira de
investimos no qual os ativos tenham comportamentos inversos com as notícias
financeiras, ou seja, sejam inversamente correlacionados. Desta forma, devesse analisar o
coeficiente de correlação entre os ativos (valor que varia entre -1 e 1, e quanto menor for
o número, mais diversificada será), vide exemplo dado de petrolíferas & empresas aéreas
no capítulo de estatística.
Em meados da década de 50, Harry Markowitz provou que existe uma fronteira que é
formada por infinitas carteiras, onde se tem o maior retorno possível com o mesmo nível
de risco, ou no qual se atinge o menor risco com o mesmo nível de retorno (princípio da
Dominância). Esta fronteira é denominada de FRONTEIRA EFICIENTE de Markowitz e seu
entendimento é o mesmo da Teoria da Utilidade Esperada: pontos abaixo da fronteira
eficiente não são interessantes para o investidor e pontos acima da fronteira, ele não tem
acesso.
Fronteira Eficiente de Markowitz
Carteira Ótima
A escolha da Carteira Ótima é determinada pelo ponto em que a curva de investimento
tangencia sua mais alta curva de indiferença, combinando assim, as carteiras otimizadas
possíveis com o perfil do investidor. Portanto, será a com melhor risco x retorno dentro do
perfil de risco do investidor e das suas possibilidades de escolha.
Retorno
(R) U1
FRONTEIRA
EFICIENTE
CARTEIRA ÓTIMA
Carteiras
Ineficientes
Markowitz chegou nesse resultado, através de uma fórmula matemática (que será dada
na prova!), no qual leva em consideração peso de cada ativo (W), o risco total de cada
ativo (mensurado pelo Desvio Padrão, que possui o símbolo 𝝈) e o risco interligado dos
dois ativos (o coeficiente de correlação – ϑ).
q FÓRMULA:
§ DP(",$) = (0,001806
A grosso modo podemos dizer que “Variância de um Ativo com seu COmpanheiro” é a
COvariância, ou seja, o risco interligado de dois ativos.
Fronteira Eficiente de Markowitz
Coeficiente de Correlação (ρ)
No entanto, a covariância possui dois problemas:
Ø (1) Seus valores não são padronizados, variando de menos infinito a mais infinito;
Ø (2) Não é possível comparar a relação linear de dois grupos com unidades distintas.
Por exemplo, vejamos como duas carteiras se comportariam com o petróleo caindo 10%,
estimando Coef (Petrobrás, Petróleo) = +1; e Coef (LATAM; Petróleo) = ‒1
> A × B" @B
?" @? A > A × B" @B
?" @? A
Ø (1) COV(X,Y) = ∑<=> ; OU ∑<=> ;
C C@D
IJK(?,B)
Coef (X,Y)=
LM(N)×LM(O)
Fronteira Eficiente de Markowitz
Coeficiente de Correlação: Gráfico
Para enxergarmos essa relação, vejamos os gráficos abaixo com suas devidas explicações:
Ø Coef (a,b) = +1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “+1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
na mesma direção e na mesma intensidade. Ou seja, quando
um cai, a outra também cai. Quando uma sobe, a outra
também sobe.
Ø Coef (a,b) = 0: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “0”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
sem nenhuma correlação, independente uma da outra (como
se elas tivessem vidas próprias). Importante ressaltar que
mesmo o coeficiente sendo zero, há diversificação da carteira
de investimentos.
Ø Coef (a,b) = - 1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “‒1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
em direções opostos, porém, na mesma intensidade. Ou seja,
quando um cai, a outra sobe. Quando uma sobe, a outra cai.
Fronteira Eficiente de Markowitz
Covariância e Coef(ρ): Resumo
Os principais pontos da Covariância e do Coeficiente de Correlação são:
Ø Quanto menor for o Coeficiente de Correlação, maior o benefício da
diversificação que este ativo estará gerando a carteira de investimentos;
Ø São variáveis para demonstrar o risco entre ativos e não o risco de cada ativo. Por
tanto, eles diminuem o Risco Não-Sistêmico, também chamado de Risco
Diversificável;
Ø A Covariância nos dirá “somente” se os ativos se movimentam para a mesma
direção ou para direções contrárias;
Ø O Coeficiente de Correlação no dirá a direção e a intensidade de como os ativos se
relacionam;
Ø Todo ativo que possuir Coeficiente de Correlação MENOR que +1, diversificará a
carteira de investimentos;
Ø Ativos com Coeficiente igual a ZERO, diversificam a carteira. No entanto, não se
sabe o que irá ocorrer entre eles.
Fronteira Eficiente de Markowitz
Retorno Esperado de 2 Ativos
Já o retorno da carteira de dois ativos, é utilizado o cálculo de média e para fazermos o
cálculo da média, primeiro precisamos compreender que a média poderá ser de dois
tipos:
Ø Média Aritmética Simples: quando todos os dados possuem a mesma relevância,
ou seja, o mesmo peso. Exemplo: aplicar em quatro ativos diferentes, mas com o
mesmo valor financeiro. Desta forma, para fazer o seu cálculo devemos somar todos
valores do grupo de dados e dividir pela quantidade total de números.
MÊS RETORNO
Janeiro +1%
+
Fevereiro +3%
+ Total = 15%
5 meses Março +3%
+
Abril +5%
+
Maio +3%
Para fazer o cálculo da média, devemos somar todos os meses e dividir pela quantidade
de meses, ou seja (1 + 3 + 3 + 5 + 3 = 15) e dividir este valor por 5. Desta forma, a média
do retorno do fundo aplicado pelo Rafael, foi de 3% ao mês. É como se cada mês tivesse
tido um retorno de 3%, ao invés de ter tido as devidas rentabilidades.
Fronteira Eficiente de Markowitz
Média Simples: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%) na HP 12C, devemos seguir
os seguintes passos:
Média ,: [g][0]
𝒙 Média 3%
A tecla [∑+] serve para adicionar um número em um grupo estatístico, sendo avisado no
visor, quantos números esse grupo tem no momento.
Fronteira Eficiente de Markowitz
Média Ponderada: Exemplo
Rafael investiu R$ 100 mil em 4 ações, investindo valores diferentes em cada uma delas.
No último mês, ele viu que estas empresas tiveram retornos diferentes, sendo eles 1%,
2%, 3% e 4%. Desta forma, quando ele fez a média do retorno (1 + 2 + 3 + 4, totalizando
10%, divididos por 4), percebeu que o retorno calculado foi de 2,5%, mas o lucro gerado
pelas empresas foi de apenas R$ 2.000,00, ou seja, de 2%. Por quê?
q RESPOSTA: Quando Rafael dividiu os retornos por 4, ele calculou a média simples.
Porém, os retornos possuem pesos diferentes (por exemplo, Itaú possui um peso de 20%,
pois foi investido R$ 20 mil do total de R$ 100 mil). O que deveria ser feito é multiplicar o
peso de cada ativo pelo retorno e somar todos os valores, gerando os 2% de média.
Fronteira Eficiente de Markowitz
Média Ponderada: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior na HP 12C, devemos lançar “quem desejamos” clicar em
[ENTER] e depois lançar “quem é o peso”. Neste caso, “quem desejamos” é o retorno [%]
e “quem é o peso” é o valor financeiro investido.
Conforme gráfico a seguir, a adição deste ativo livre de risco faz com esta reta em algum
momento tangencie a “curva da fronteira eficiente” (ponto M), sendo este ponto uma
carteira com 100% dos recursos investidos em ativos COM risco.
Carteiras a esquerda do ponto M não estão alocando todos os recursos em ativos com
risco (emprestam dinheiro, já que estão investindo em renda fixa) e pontos a direita de M,
estão tomando recursos emprestados para comprar mais ativos com risco (alavancados),
vide que o somatório sempre deve ser 100%.
q OBS: A relação risco-retorno das carteiras na reta CML dominam aquelas na antiga
fronteira eficiente.
CML – Capital Market Line
Gráfico
Retorno (R)
Desta forma, a equação do retorno requerido (exigido) do investidor neste modelo vem
através da equação do CAPM (Capital Asset Pricing Model), que pode ser expressa de
forma gráfica por meio de uma reta, onde definimos o retorno requerido por um ativo em
função do beta, denominada de Security Market Line (SML). A SML expressa o prêmio de
risco (o cálculo da taxa de retorno requerida dos ativos em um mercado em equilíbrio) e
enfatiza que o risco de um ativo é uma função do seu beta.
SML – Security Market Line
CAPM: Fórmula
O CAPM (Capital Asset Pricing Model) é um modelo que mostra o retorno mínimo que um
investidor aceitaria por investir em uma empresa levando em consideração risco
sistemático (Beta) daquele ativo. A fórmula leva em consideração o mínimo que se deve
ganhar no mercado financeiro, ou seja, Taxa Livre de Risco (Rf), acrescentado pelo retorno
exigido pelo risco sistêmico da ação. Este modelo segue a premissa de aversão ao risco
(quanto maior o risco, maior o retorno exigido)
q FÓRMULA:
𝐸(𝑅𝑖) = 𝑅4 + β5 𝑅6 − 𝑅7
Prêmio de Risco
onde:
Ø E(Ri) = Retorno Requerido (exigido) pelo acionista
Ø Rf = taxa livre de risco;
Ø β = medida de risco sistêmico da empresa;
Ø Rm = retorno de mercado (no Brasil, retorno do Ibovespa).
SML – Security Market Line
Gráfico
Retorno (R)
SML
M BETA = 1
RM
Carteira Mercado
PRÊMIO POR RISCO
Retorno (R)
Retorno SML
Requerido
12%
10% Ação
5%
Retorno
Esperado
Ø No gráfico, a ação está acima da SML. Ø No gráfico, a ação está abaixo da SML.
q FÓRMULA:
𝑅𝐸(*) = 𝑇𝐿𝑅 + β+ ×F+ + β, ×F, +... + β- ×F-
SML x CML
Resumo
SML CML
MEDIDA DE Risco Sistêmico Risco Total
RISCO (não diversificável, Beta) (Desvio Padrão)
CAPM APT
MEDIDA DE Risco Sistêmico Múltiplos riscos
RISCO (Beta de mercado da Ação) (Beta de cada fator utilizado)
Já o tipo PERCENTUAL DA CARTEIRA é uma forma de equilíbrio de risco, por não estar
mais exposto ao previsto inicialmente no IPS em algum tipo de mercado (ações, renda
fixa, imobiliário,...) ou em algum ativo específico. Por exemplo, a carteira de
investimentos de um cliente está posicionada em 5% na ação XYZ. Após alguns dias, a
empresa valoriza 100%. Com isso, este ativo passa a ter uma posição muito mais
expressiva do que o inicial (aproximadamente de 10% agora), fazendo com que a carteira
seja rebalanceada por motivo percentual.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Tolerância de risco diretamente relacionada à riqueza,
Ø Possui valor de piso (valor formado com todos os recursos investidos em títulos
públicos de curto prazo).
Ø Estratégia linear;
Ø Potencial de alta ilimitado.
Ø Eficiente fiscalmente (sem muitas transações).
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
Buy-and-Hold: Exemplo
Rafael adota a estratégia Buy-and-Hold e possui um patrimônio de R$ 500.000. Sua
intenção é investir 40% do patrimônio em BOVA11 e o restante num fundo indexado DI.
Após 12 meses o Ibovespa teve valorização de 30% e o fundo DI de 10%. Passados os 12
meses, quanto deverá estar alocado entre os ativos de renda variável e de renda fixa?
q RESPOSTA: Como o cliente adota uma estratégia buy-and-hold, não haverá alteração da
carteira ao longo do tempo por tratar-se de uma estratégia de investimentos passiva.
Assim, devemos apenas calcular a distribuição inicial e aplicar a rentabilidade dos ativos
nas referidas posições. Desta forma:
Ø Carteira = R$ 200.00,00 (40% em BOVA11) + R$ 300.00,00 (60% em Fundo DI)
Valorização e posição final da Carteira:
Ø BOVA11 (valorização de 30%) = R$ 200.00,00 × 30% = R$ 260.000,00
Ø Fundo DI (valorização de 10%) = R$ 300.00,00 × 10% = R$ 330.000,00
Ø Total = R$ 590.000,00
No entanto, a posição de Rafael agora será de 44% em BOVA11 e 56% em Fundo DI, sendo
que ele não deve fazer nada para ajustar.
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
Constant Mix
Em contraste com a estratégia de buy and hold, o CONSTANT MIX (também chamado de
pesos constantes, já que sempre deve manter o mesmo percentual em cada classe de
ativos, após o rebalanceamento) requer um rebalanceamento constante da carteira para
alocações especificadas, usando corredores ou datas de calendário. Desta forma, se as
ações da carteira subirem muito, o investidor vende e adiciona mais renda fixa (para
manter o mesmo percentual das classes dos ativos no início), se as ações caírem, ele irá
comprar mais ações, sacando da renda fixa.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Estratégia Ativa, com rebalanceamento frequente;
Ø Mantém uma exposição de ações e dinheiro que é uma porcentagem fixa da
carteira total;
Ø Estratégia Contrária (fornece liquidez): Vende ações à medida que sobem, compra
à medida que caem (Estratégia Côncava);
Ø Baixa proteção de queda: sem valor de piso;
Ø Má performance em mercados com tendência;
Ø Pode gerar excessivo pagamento de impostos.
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
Constant Mix: Exemplo
Rafael adota a estratégia Constant Mix e possui um patrimônio de R$ 500 mil. Sua
intenção é investir 40% do patrimônio em BOVA11 e o restante em um fundo de renda
fixa indexado ao CDI. Após 12 meses, o Ibovespa teve valorização de 30% e o fundo DI
de 10%. Passados os 12 meses, quanto deverá estar alocado entre os ativos de renda
variável e de renda fixa?
q RESPOSTA: Como o cliente agora adota uma estratégia Constant Mix, após calcular o
valor da carteira depois de 12 meses, deve-se ajustar a carteira para os mesmos
percentuais iniciais:
Ø Carteira = R$ 200.00,00 (40% em BOVA11) + R$ 300.00,00 (60% em Fundo DI)
Valorização e posição final da Carteira:
Ø BOVA11 (valorização de 30%) = R$ 200.00,00 × 30% = R$ 260.000,00
Ø Fundo DI (valorização de 10%) = R$ 300.00,00 × 10% = R$ 330.000,00
Ø Total = R$ 590.000,00
Colocando em prática, o investidor especifica um valor mínimo, um piso (F) para a sua
carteira e depois escolhe um multiplicador (m). A diferença entre o total de ativos (TA) e o
piso, será multiplicado por este fator (m), chegando na quantidade de ações que será
investida.
q FÓRMULA:
Ações = m×(TA − F)
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
CPPI: Exemplo
Rafael adota a estratégia CPPI e possui um patrimônio de R$ 500.000. Sua intenção é
investir em BOVA11, manter um piso de R$ 400.000,00 e ter um multiplicador de 1,5x.
Após 12 meses o Ibovespa teve valorização de 30% e o fundo DI de 10%. Passados os 12
meses, quanto deverá estar alocado entre os ativos de renda variável e de renda fixa?
q RESPOSTA: Como o cliente agora adota uma estratégia CPPI, após calcular o valor da
carteira nesse período, deve-se ajustar a mesma para o devido multiplicador:
Ø Carteira em ações = 1,5 × (500.000 – 400.000) = R$ 150.000,00
Valorização e posição final da Carteira:
Ø BOVA11 (valorização de 30%) = R$ 150.00,00 × 30% = R$ 195.000,00
Ø Fundo DI (valorização de 10%) = R$ 350.00,00 × 10% = R$ 385.000,00
Ø Total = R$ 580.000,00
Neste momento, devemos ajustar a carteira para manter o mesmo piso de R$ 400 mil:
Ø Carteira em ações = 1,5 × (R$ 580.000,00 – R$ 400.000,00) = R$ 270.000,00
Ø BOVA11 = R$ 270.000,00
Ø Fundo DI = R$ 310.00,00
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
CPPI: Resumo
Desta forma, podemos afirmar que a estratégia CPPI possui as seguintes características:
Ø Chamada também de Estratégia Momentum;
Ø É uma Estratégica Convexa;
Ø Tolerância de risco é zero, quando a carteira atinge o valor de piso;
Ø Má performance em mercados planos, mas voláteis;
Ø Boa performance em mercados com tendência (compra mais ações a medida em
que o mercado está se valorizando);
Ø Protege o risco de queda nos mercados em baixa (vende as ações a medida em
que o mercado está se desvalorizando, pois quando a carteira atingir o valor mínimo,
ele venderá todas as ações e deixará todo o recurso aplicado em renda fixa);
Ø ESTRATÉGIA CONTRÁRIA AO CONSTANTE MIX;
Ø Como comprar um seguro:
§ Compra ações quando o mercado sobe;
§ Vende mais rápido quando o mercado cai.
Estratégias Dinâmicas de Rebalanceamento
Performance das Estratégias
Estratégia CONSTANT
BUY & HOLD CPPI
MIX
/
Mercado
Tendência de Alta 3º 2º 1º
Plano
com oscilações 1º 2º 3
Tendência de Baixa 3º 2º 1º
Alocação de Ativos
55
Alocação de Ativos
Conceitos
Dentro dos modelos de alocação de ativos, estudaremos os seguintes:
Leva esse nome porque o retorno é estimado pelo média e pelo risco, definido como
sendo a variância.
A inclusão das crenças do invesŠdor faz com que o modelo Black-Li‹erman possa ser
diretamente uŠlizado em um processo de invesŠmento que combine modelos de apoio à
tomada de decisão com análises de cenários econômicos derivadas da experiência e
opinião de economistas e gestores de recursos.
A incerteza que existe nas esŠmaŠvas futuras da média e da variância dos retornos dos
aŠvos e a sensibilidade aos dados de entrada dos modelos de alocação, porém, são
desvantagens desse modelo.
Alocação de Ativos
Simulação de Monte Carlo
A Simulação de Monte Carlo faz referência a um dos distritos do Principado de Mônaco,
famosos por seus cassinos onde se jogam roletas, dados, entre outros. Isso porque o
acaso e os resultados aleatórios são fundamentais tanto para os jogos no Principado,
como para a técnica de modelagem que leva o nome desse local do sul da França.
Em outras palavras, a técnica elege uma variável e atribui a ela um valor aleatório. O
modelo é então executado e um resultado é fornecido. Este processo é repeŠdo várias
vezes ao atribuir à variável em questão muitos valores diferentes. Assim que a simulação
for concluída, os resultados são calculados em conjunto para fornecer uma esŠmaŠva.
O procedimento é conhecido por ser mais robusto e, portanto, menos sensível a erros nas
expectaŠvas. Contudo, envolve um grande esforço matemáŠco e computacional.
Alocação de Ativos
Asset Liability Management
Modelo que foca no gerenciamento de ativos e fluxos de caixa para reduzir o risco de
perdas em caso de não pagamento de passivos.
A gestão por Asset Liability Management se preocupa com o tempo em que ocorrerão os
fluxos de caixa. Isso porque os ativos precisam estar disponíveis e líquidos no momento
do pagamento dos passivos.
Sua abordagem procura maximizar a diferença entre ativos e passivos para cada nível de
risco, reduzindo assim o risco de descasamento de fluxos de caixa. Contudo, utiliza
expectativas de retornos esperados, o que pode influenciar negativamente o modelo, por
conta da incerteza de tais retornos.
Exercício
[306509] Ao elaborar a Polí‡ca de Inves‡mentos (IPS), o gestor deve basear os
critérios de decisão para alocação estratégica na exposição desejada pelo inves‡dor
ao risco:
a) Não sistêmico.
b) Sistêmico.
c) Diversificável.
d) Total.
Exercício
[306510] Quando um gestor elabora a política de investimentos e considera
adicionalmente a expectativa de mercado de longo prazo, dizemos que ele está
realizando uma alocação:
a) Estratégica.
b) Tática.
c) Dinâmica.
d) Ativa.
Exercício
[306511] A médio e longo prazos, o grande valor agregado a uma carteira de
investimentos provém principalmente:
a) da alocação estratégica.
b) da alocação tática.
c) da alocação dinâmica.
b) Gestão passiva.
c) Alocação Top-down.
d) Análise Fundamentalista.
Exercício
[506102] Do ponto de vista da diversificação, incluir a‡vos estrangeiros em uma
carteira de ações nacionais deverá resultar em
Considerando que a regressão retorna resultado de 13,5%, para que não haja
arbitragem, o valor do retorno fator 2 é de aproximadamente
a) 1,47.
b) 2,47.
c) 3,47.
d) 4,47.
Exercício
[506208] O método de alocação de ativos que combina as expectativas do investidor
com aquelas inferidas na carteira de mercado é chamado
a) Média Variância.
b) Black Litterman.
c) Monte Carlo.
d) Asset-Liability Management
Exercício
[506202] Considere as seguintes afirmativas a respeito das estratégias de
rebalanceamento corredor e por calendário.
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
Exercício
[506203] Considere as seguintes afirma‡vas a respeito do uso de deriva‡vos para
rebalanceamento de carteiras:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
Exercício
[427301] Considere um cliente que adota a estratégia Buy-and-Hold e possui um
patrimônio de R$ 500.000,00. Seu valor mínimo de carteira é R$ 300.000,00 e o
multiplicador em ações é 1,5. Sua intenção é investir 40% do patrimônio em BOVA11 e
o restante num fundo indexado DI. Após 12 meses o Ibovespa teve valorização de 30%
e o fundo DI de 10%. Passados os 12 meses, quanto deverá estar alocado entre os
ativos de renda variável e de renda fixa?
a) R$ 300.000,00 e R$ 220.000,00.
b) R$ 390.000,00 e R$ 220.000,00.
c) R$ 465.000,00 e R$ 145.000,00.
d) R$ 260.000,00 e R$ 330.000,00.
Exercício
[427315] Um investidor, que possui R$ 100 milhões para investir, opta por rebalancear
sua carteira conforme a técnica CPPI (Constant Proportion Portfolio Insurance). Para
tal, define piso de R$ 80 milhões, multiplicador 5 e elege apenas dois ativos para
compor a carteira: ativo com risco e ativo livre de risco. No momento do primeiro
rebalanceamento, desde a alocação inicial, os ativos com risco sofreram
desvalorização de 5%. Com base na técnica CPPI, nesse primeiro rebalanceamento,
com relação ao ativo livre de risco, o investidor deveria:
a) Comprar R$ 25 milhões.
b) Vender R$ 20 milhões.
c) Comprar R$ 20 milhões.
d) Vender R$ 25 milhões.
Como a prova tem cobrado!