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Microeconomia

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CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Princípios
Coeteris Paribus: expressão de origem latina que significa tudo o mais constante. É um
dos princípios básicos da microeconomia, pois analisa as situações de forma isolada,
assumindo que todas as demais variáveis são constantes. Ela difere portanto da
Macroeconomia, pois essa última analisa as situações econômicas como um todo,
assumindo que tudo está inter-relacionado de alguma forma.

Por exemplo, na Macroeconomia, a elevação do PIB de um país em determinado período


pode estar associado a diversos fatores, como aumento da renda, elevação dos preços dos
produtos de exportação, crescimento populacional, entre outros.

Já na Microeconomia, analisaremos a elevação do PIB somente em função de outra


variável, assumindo que todas as demais são constantes.

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Princípios
Outros dois princípios básicos da Microeconomia são as curvas de oferta e de demanda.

Começando pela demanda, definimos a quantidade demandada de um bem como sendo


a quantidade que os compradores desejam e podem adquirir desse bem. Porém, a
demanda pode ser maior ou menor, a depender de uma série de fatores, mas
principalmente do preço do bem em questão.

Então podemos enumerar outra definição, a Lei da Demanda: com tudo o mais constante
(coeteris paribus, sempre ele! ;)), se o preço de um bem aumenta, a quantidade
demandada desse bem diminui. E, de forma inversa, se o preço do bem diminui, a
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quantidade demandada aumenta.
12

10

Preço 8

0
0 2 4 6 8 10 12
Quantidade

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Microeconomia
Princípios
Falando agora da curva da oferta, definimos a quantidade ofertada de um bem como
sendo a quantidade que os vendedores desejam e podem vender desse bem. Porém, a
oferta pode ser maior ou menor, a depender de uma série de fatores, mas principalmente
do preço do bem em questão.

Então podemos enumerar outra definição, a Lei da Oferta: com tudo o mais constante
(coeteris paribus, sempre ele! ;)), se o preço de um bem aumenta, a quantidade ofertada
desse bem aumenta. E, de forma inversa, se o preço do bem diminui, a quantidade
ofertada diminui. 14

12

10

8
Preço

0
0 2 4 6 8 10 12
Quantidade

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Microeconomia
Deslocamentos da curva de demanda
A demanda por determinado bem pode sofrer alterações ao longo do tempo. Por
exemplo, vacinas contra a gripe registraram grande aumento de procura em função da
pandemia da COVID-19. Exemplos como esses fazem a curva se deslocar para a direita,
pois representam um aumento da demanda.

Agora, se as temperaturas no verão de determinado ano ficarem abaixo das médias, é


possível que a demanda por sorvetes diminua. Isso levaria a curva da demanda a se
deslocar para a esquerda.

Preço
Aumento da
demanda

Redução da
demanda

Quantidade

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Deslocamentos da curva de demanda
A curva de demanda pode então se deslocar em função de uma série de fatores:

Ø Renda: a renda disponível para o consumidor tem um impacto importante na


demanda desse consumidor por determinado produto. Como regra geral, se a renda
aumenta, a demanda pelo produto tende a aumentar; e, se a renda diminui, a
demanda tende a diminuir;
Ø Bens normais: porém, essa relação diretamente proporcional entre renda e
demanda é valida somente se estivermos tratando de bens normais. Eles
representam a maior parte dos bens na economia e são caracterizados por essa
relação diretamente proporcional entre a renda e a demanda;
Ø Bens inferiores: contudo, há certos bens que, quando a renda sobe, a
demanda cai. Por exemplo, se uma família tem um aumento de renda,
provavelmente ela irá preferir fazer a viagem de férias se deslocando por avião
do que por ônibus. Então, podemos dizer que a passagem de ônibus é
geralmente um bem inferior.

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Deslocamentos da curva de demanda
Ø Preços de bens relacionados: o preços dos bens relacionados (substitutos ou
complementares) podem também deslocar a curva da demanda.
Ø Bens substitutos: se o preço da manteiga subir, é possível que alguns
consumidores substituam esse produto por margarina em suas compras
mensais. Isso porque são dois produtos muito semelhantes e que satisfazem
desejos também semelhantes. Portanto, quando o aumento (queda) do preço
de um bem aumenta (reduz) a quantidade demandada de outro bem, dizemos
que são substitutos;
Ø Bens complementares: suponha agora que o preço da gasolina registrou
sucessivas elevações. Então, é razoável pensar que muitos consumidores
deixarão de comprar automóveis e procurarão outros meios de transporte.
Assim, quando o aumento (redução) do preço de um bem diminui (aumenta) a
quantidade demandada de outro bem, dizemos que são bens complementares.

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Deslocamentos da curva de demanda
Alguns outros fatores que podem levar a deslocamentos da curva de demanda são:

Ø Gostos: aqui temos um critério mais subjetivo, mas que pode influenciar a curva
de demanda. Por exemplo, se os consumidores passam a gostar mais de automóveis
do tipo SUVs, é provável que a curva de demanda por esse tipo de carro se desloque
para a direita;

Ø Expectativas: às vésperas da Black Friday, é possível que os consumidores adiem


suas compras aguardando as promoções típicas dessa data. Isso levaria a um
deslocamento da curva de demanda para a esquerda;

Ø Número de compradores: quanto mais compradores houver para determinado


bem, maior será a demanda por esse produto e, consequentemente, a curva de
demanda se deslocará para a direita.

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Deslocamentos da curva de demanda
É possível haver mudanças de demanda ao longo da curva, ou seja, que não impliquem
deslocamento da curva de demanda? Sim!

Deslocamentos ao longo da curva são causados por chamados fatores endógenos, ou


seja, que pertencem à curva, basicamente o preço. Vimos que um aumento do preço
implicará redução da quantidade demanda e vice-versa.

Mas há também os deslocamentos paralelos da curva, causados por fatores ditos


exógenos, ou seja, renda, preço de bens relacionados, gostos, expectativas e número de
compradores.

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Deslocamentos da curva de demanda
A oferta por determinado bem pode sofrer alterações ao longo do tempo. Por exemplo, o
aço é utilizado na produção de automóveis. Se o preço do aço cair, a fabricação de
automóveis se torna mais lucrativa, aumentando a oferta de carros no mercado. Exemplos
como esses fazem a curva se deslocar para a direita, pois representam um aumento da
oferta.

Agora, se o preço do aço sobe, a fabricação dos carros já se torna menos lucrativa e,
portanto, é de se esperar uma redução da oferta. Isso levaria a curva da oferta a se
deslocar para a esquerda.
Preço
Redução da
oferta
Aumento da
oferta

Quantidade

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Deslocamentos da curva de oferta
A curva de oferta pode então se deslocar em função de uma série de fatores:

Ø Preço dos insumos: a oferta de um bem é negativamente correlacionada com o


preço dos insumos. Isso é, se o preço dos insumos sobe, a quantidade ofertada
diminui, deslocando a curva de oferta para a esquerda. Agora, se o preço dos
insumos cai, a quantidade ofertada aumenta, deslocando a curva de oferta para a
direita;

Ø Tecnologia: aqui já há uma relação diretamente proporcional entre tecnologia e


quantidade ofertada. Isso porque, quanto mais avançada a tecnologia aplicada ao
processo produtivo, menores os custos de produção e, consequentemente, maior a
quantidade ofertada, deslocando a curva da oferta para a direita;

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Deslocamentos da curva de oferta
A curva de oferta pode então se deslocar em função de uma série de fatores:

Ø Expectativas: a expectativa dos produtores quanto ao preço futuro dos bens


produzidos também pode impactar a curva de oferta. Se, por exemplo, há uma
expectativa de alta do preço desses bens nos próximos meses, é possível que os
produtores resolvam estocar o bem ou adiar sua produção, aguardando a elevação
dos preços para ofertá-los. Nesse sentido, haveria momentaneamente uma redução
da oferta, deslocando a curva para a esquerda;

Ø Número de vendedores: quanto menos vendedores houver no mercado, menor a


oferta de determinado produto, o que deslocaria a curva de oferta para a esquerda.
Por sua vez, um aumento no número de produtores levaria a um aumento da oferta
desse produto, deslocando a curva para a direita. Portanto, aqui temos outro
exemplo de uma relação diretamente proporcional entre número de vendedores e
ofertas.

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Curvas de Oferta e Demanda: o equilíbrio

Quando unimos as curvas de oferta e demanda em um mesmo gráfico, podemos notar o


chamado ponto de equilíbrio. Ele ocorre justamente no ponto em que as curvas se
interceptam.

Nesse ponto, também chamado de equilíbrio de mercado, a quantidade do bem que os


compradores desejam e podem comprar é igual à quantidade desse mesmo bem que os
vendedores querem e podem vender. Em outras palavras, nesse ponto estão todos
satisfeitos: compradores e vendedores.

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Curvas de Oferta e Demanda: o equilíbrio
No gráfico a seguir, note que o preço de equilíbrio é de R$ 6 para uma quantidade de
equilíbrio de 6 unidades. Esse é justamente o ponto de intersecção das curvas de oferta e
demanda.

Oferta Demanda
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12

10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

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Fora do equilíbrio
Porém, pode haver situações em que o mercado não esteja em equilíbrio. Nesses casos,
dizemos que há um excesso de oferta ou de demanda.

Por exemplo, ao preço de R$ 2,00, os vendedores ofertarão 2 unidades, mas os


compradores demandarão 10 unidades. Isso representa um excesso de demanda, pois 8
unidades não serão comercializadas para a atender toda a demanda.
Oferta Demanda
14

12

10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

Excesso de demanda
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Fora do equilíbrio
Por sua vez, ao preço de R$ 8, os vendedores desejarão vender 8 unidades; contudo, os
compradores estarão dispostos a consumir, por esse preço, somente 4 unidades. Temos
então um excesso de oferta, pois 4 unidades não conseguirão ser vendidas.

Oferta Demanda
14

12
Excesso de oferta
10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

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Retorno ao equilíbrio

Na maioria dos mercados livres, desequilíbrios são temporários e os preços tendem a


retornar ao equilíbrio. Essa é a chamada Lei da Oferta e da Procura, que sintetiza
justamente esse retorno ao equilíbrio.

Em casos de excesso de demanda, pode-se dizer que ocorrerá escassez do produto em


questão. Isso levaria os vendedores a aumentar os preços, retornando assim ao equilíbrio.

E, por sua vez, ocorrendo excesso de oferta, os vendedores, com os estoques cheios, sem
conseguir vender toda a produção no preço desejado (que está fora do equilíbrio),
tendem a reduzir os preços e, assim, trazendo o mercado de volta ao equilíbrio.

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Deslocamento da demanda: novo equilíbrio
Suponha que houve um aumento na demanda por determinado bem. Com isso, há um
deslocamento da curva de demanda para a direita e encontramos um novo ponto de
equilíbrio: o mercado estaria agora satisfeito comprando 8 unidades ao preço de R$ 8
cada.

Oferta Demanda
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12 Aumento da
demanda
10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

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Deslocamento da demanda: novo equilíbrio
Agora, imagine que os custos de produção de determinado bem aumentaram
significativamente. Como vimos, a lucratividade desses bens diminui e, com isso, os
produtores reduzirão a quantidade ofertada. Isso implicará um deslocamento da curva de
oferta para a esquerda e encontramos um novo ponto de equilíbrio: o mercado estaria
agora satisfeito comprando apenas 4 unidades ao preço de R$ 8 cada.

Oferta Demanda
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12 Redução da
oferta
10

8
PREÇO

0
0 2 4 6 8 10 12
QUANTIDADE

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Resumo

Sem mudanças na Oferta Aumento da Oferta Redução da Oferta


Sem mudanças Preço igual Preço diminui Preço aumenta
na Demanda Quantidade igual Quantidade aumenta Quantidade diminui
Preço = não se pode Preço aumenta
Aumento da Preço aumenta
determinar Quantidade = não se
Demanda Quantidade aumenta
Quantidade aumenta pode determinar
Preço diminui Preço = não se pode
Redução da Preço diminui
Quantidade = não se afirmar
Demanda Quantidade diminui
pode afirmar Quantidade diminui

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Excedente do Consumidor e do Produtor
Excedente do consumidor é a quantia que um comprador está disposto a pagar por um
bem menos a quantia realmente paga por ele. Já o excedente do produtor é o montante
que um vendedor recebe menos o seu custo de produção.

Preço Preço
Excedente do Excedente do
consumidor produtor

Quantidade Quantidade

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Elasticidade
Vimos até agora que, de acordo com a Lei da Demanda, um aumento nos preços levará a
uma redução na quantidade demanda e vice-versa. Porém, a pergunta que fica é: um
aumento dos preços reduzirá quanto exatamente a quantidade demandada?

Por sua vez, conforme a Lei da Oferta, um aumento nos preços levará a uma elevação na
quantidade ofertada e vice-versa. Porém, a pergunta novamente que fica é: um aumento
dos preços aumentará quanto exatamente a quantidade ofertada?

A resposta a ambas as perguntas é: depende! Mas depende do quê? Depende da


elasticidade! A elasticidade é uma medida do tamanho da resposta dos compradores e
vendedores às mudanças das condições de mercado.

Por exemplo, um aumento no preço da gasolina reduzirá em quanto a quantidade


demandada desse combustível? A elasticidade-preço da demanda nos ajudará a
responder a essa pergunta!

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Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda nos ajudará a quantificar a redução da demanda em
função de determinado aumento dos preços.
A demanda por um bem pode ser dita, como regra geral, elástica, inelástica ou com
elasticidade unitária:
Ø Elástica: a demanda por um bem é dita elástica se a quantidade demandada
responde substancialmente a mudanças no preço. Por exemplo, se o preço de um
produto com demanda elástica sobe 10%, a demanda cairá mais do que 10%. A
elasticidade-preço da demanda nesses casos é sempre superior a 1.

Ø Inelástica: já a demanda por um bem é chamada inelástica se a quantidade


demandada responde pouco a mudanças no preço. Por exemplo, se o preço de um
produto com demanda inelástica sobe 10%, a demanda cairá menos do que 10%. A
elasticidade-preço da demanda nesses casos é sempre inferior a 1.

Ø Elasticidade unitária: quando um aumento de 10% no preço de um produto


implica uma redução de exatamente 10% na quantidade demandada. A elasticidade-
preço da demanda nesses casos é sempre igual a 1.

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Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda pode ser influenciada pelos seguintes fatores:

Ø Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais disponíveis forem bens


substitutos, maior será a elasticidade-preço da demanda. O exemplo clássico é o de
manteiga e margarina: um aumento de 1% no preço da manteiga deve reduzir a
quantidade demandada em mais do que 1%, haja vista a possibilidade de substituí-la
facilmente pela margarina;

Ø Bens necessários e supérfulos: bens necessários, como o nome diz, referem-se a


produtos ou serviços de grande necessidade como, por exemplo, a escola dos filhos
de uma família. Um aumento pontual no preço da mensalidade dificilmente levará os
pais a trocarem os filhos de escola. Em outras palavras, bens necessários têm
demanda mais inelástica; já os bens supérfluos são aqueles de menor relevância
para o consumidor e que, portanto, têm demanda mais elástica. Ou seja, o
consumidor consegue ficar sem consumi-los ou consumir quantidade bem inferior à
que consumia anteriormente à elevação dos preços.

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Elasticidade-preço da demanda
A elasticidade-preço da demanda pode ser influenciada também pelos seguintes fatores:

Ø Definição do mercado: a forma como definimos o mercado pode influenciar a


elasticidade. Por exemplo, ao falarmos do mercado de meios de locomoção como
um todo, podemos assumir uma demanda mais inelástica, pois as pessoas precisam
se locomover; porém, se falarmos mais especificamente de carros com elevado
consumo de combustível, essa categoria já terá uma demanda mais elástica, pois os
consumidores podem trocá-lo por automóveis mais econômicos ou por outros meios
de transporte.

Ø Horizonte de tempo: quanto maior o horizonte de tempo, mais elástica tende a


ser a demanda. Isso porque o consumidor vai adaptando seu estilo de consumo. Por
exemplo, se o preço da gasolina sobe, é possível que haja uma redução na demanda
por combustível em um primeiro momento. Porém, se os preços continuarem
elevados por mais tempo, então o consumidor pode adaptar alguns hábitos para
consumir menos combustível como, por exemplo, pegar uma carona, ir de transporte
público, ou mesmo a pé ou de bicicleta, diminuindo assim mais drasticamente a
demanda por gasolina.
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Cálculo da Elasticidade-preço da demanda
Variação percentual na quantidade demandada
Elasticidade-preço da demanda =
Variação percentual do preço

Se o aumento de 1% no preço da manteiga implicar redução de 3% em sua quantidade


demandada, a elasticidade-preço da demanda da manteiga é de 3/1 = 3.

CUIDADO!
Segundo a Lei Geral da Demanda, um aumento nos preços levará a uma redução da
quantidade demandada e, por sua vez, uma redução nos preços implicará aumento da
quantidade demandada. A Elasticidade-preço da demanda nos diz a magnitude dessas
variações, mas a direção oposta (contrária) do movimento persiste, isto é, preço
aumenta (diminui), quantidade demandada diminui (aumenta).
Portanto, o resultado do cálculo da elasticidade-preço da demanda nos dará a
magnitude desse movimento contrário. Logo, um aumento de 1% no preço da manteiga
levará a uma redução da quantidade demandada em 3%, pois sua elasticidade-preço da
demanda é 3.

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O ponto médio
Sejam os seguintes dois pontos ao longo da curva de demanda:
Preço Se calcularmos a elasticidade partindo de A para B, temos
B que a quantidade reduziu de 100 para 80 (-20%) e que o
15
preço subiu de 10 para 15 (50%). Isso resultaria em uma
10 A elasticidade de 20/50 = 0,4.
Porém, se calcularmos partindo de B para A, temos que a
quantidade subiu de 80 para 100 (25%) e o preço caiu de 15
80 100 Quant. para 10 (-33%), resultando em uma elasticidade de 0,76,
aproximadamente.
Para contornarmos esse problema, fazemos os cálculos a partir dos preços médios, isto é, 12,5
para o preço e 90 para a quantidade.
Dessa forma, partindo de A para B, a queda na quantidade foi de 20 em relação a um preço
médio de 90, o que representa -22,2%. Da mesma forma, o aumento de 5 no preço de A para
B, sobre um preço médio de 12,5, representa 40%. Portanto, a elasticidade seria de 22,2/40 =
0,555.
Fazendo a conta no sentido contrário, de B para A, o aumento na quantidade foi de 20 em
relação a um preço médio de 90, o que representa 22,2%. Da mesma forma, a redução de 5 no
preço de B para A, sobre um preço médio de 12,5, representa - 40%. Portanto, a elasticidade
continuaria sendo de 22,2/40 = 0,555.
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Elasticidade ao longo de curva de demanda

Apesar de parecer contra intuitivo à primeira vista, a elasticidade varia ao longo de uma
curva de demanda linear. Isso porque a elasticidade é a razão das variações percentuais
de duas variáveis.

80

70
Elasticidade > 1
60

50
Elasticidade < 1
Preço

40

30

20

10

0
0 20 40 60 80 100 120 140
Quantidade

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Microeconomia
Curvas de Demanda e a Elasticidade-Preço
Demanda com
Demanda Demanda elasticidade
perfeitamente inelástica: unitária:
inelástica: elasticidade < 1 elasticidade = 1
elasticidade = 0
Preço Preço Preço
10 10 10
8 8 8

20 Quant. Quant. 16 20 Quant.


19 20
Aumento no Aumento no preço Aumento no preço em
preço não altera em 22% diminuiu a 22% diminuiu a
em nada a quantidade quantidade demandada
quantidade demandada em em exatamente 22%.
demandada. apenas 5,13%.

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Microeconomia
Curvas de Demanda e a Elasticidade-Preço
Demanda Demanda
elástica: perfeitamente
elasticidade > 1 elástica:
elasticidade infinita
Preço

15 20 Quant. Quant.

Ao preço de R$ 8, os
Aumento no preço
consumidores comprarão
em 22% diminuiu a
qualquer quantidade.
quantidade
Acima de R$ 8, a
demandada em
demanda é zero e, abaixo
28,6%.
de R$ 8, infinita.

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Microeconomia
Outras Elasticidades
Além da elasticidade-preço da demanda, podemos também enunciar pelo menos outras
três:

Ø Elasticidade-renda da demanda: mede o quanto varia a quantidade demandada


em função de uma alteração na renda do consumidor.
Ø Bens normais: elasticidade-renda da demanda positiva, isto é, quando a
renda aumenta, a quantidade demanda por determinado bem também
aumenta;
Ø Bens inferiores: elasticidade-renda da demanda negativa, isto é, quando a
renda aumenta, a quantidade demanda por determinado bem diminui;
Ø Bens necessários: elasticidade-renda positiva, mas baixa, pois são bens que
precisam ser consumidos, ainda que em menor quantidade;
Ø Bens supérfluos: elasticidade-renda positiva e bem elevada, pois os
consumidores podem passar um tempo sem consumi-los.

Variação percentual na quantidade demandada


Elasticidade-renda da demanda =
Variação percentual na renda

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Outras Elasticidades

Ø Elasticidade-preço cruzada da demanda: mede o quanto varia a quantidade


demandada de determinado bem em função de uma alteração no preço de outro
bem.
Ø Bens substitutos: novamente o exemplo clássico da manteiga e da margarina.
Uma elevação no preço da manteiga levará a um aumento na quantidade
demandada de margarina. Logo, bens substitutos têm elasticidade-preço
cruzada da demanda positiva.
Ø Bens complementares: são aqueles que consumimos geralmente em pares
como, por exemplo, gasolina e automóveis. Um aumento no preço da gasolina
tende a reduzir a quantidade demandada de automóveis. Portanto, bens
complementares têm elasticidade-preço cruzada da demanda negativa.

Elasticidade-preço cruzada Variação percentual na quantidade demandada do bem 1


da demanda = Variação percentual do preço do bem 2

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Outras Elasticidades

Ø Elasticidade-preço da oferta: mede o quanto varia a quantidade ofertada de


determinado bem em função de uma alteração no preço.
Ø A oferta de um bem é dita elástica se a quantidade ofertada responde
substancialmente a mudanças no preço;
Ø Por sua vez, a oferta é chamada inelástica se a quantidade ofertada responde
pouco a variações no preço.
Ø O fator que mais influencia a elasticidade-preço da oferta é o prazo. Isso
porque, no curto prazo, a elasticidade é mais elástica e, em períodos mais
longos, menos elástica.

Variação percentual na quantidade ofertada


Elasticidade-preço da oferta =
Variação percentual do preço

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Curvas de Oferta e a Elasticidade-Preço
Oferta com
Oferta Oferta
perfeitamente elasticidade
inelástica: unitária:
inelástica: elasticidade < 1 elasticidade = 1
elasticidade = 0
Preço Preço Preço
10 10 10
8 8 8

20 Quant. 16 17 Quant. 16 20

Aumento no Aumento no Aumento no preço


preço não preço em 22% em 22% aumentou
altera em nada aumenta a a quantidade
a quantidade quantidade ofertada em
ofertada. ofertada em exatamente 22%.
apenas 6,1%.

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Microeconomia
Curvas de Oferta e a Elasticidade-Preço
Oferta elástica: Oferta
elasticidade > 1 perfeitamente
elástica:
elasticidade infinita
Preço Preço
10
8

16 24 Quant.
Quant.
Aumento no preço em Ao preço de R$ 8, os
22% aumentou a produtores venderão
quantidade ofertada qualquer quantidade. Acima
em 40%. de R$ 8, a oferta é infinita e,
abaixo de R$ 8, é zero.

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Microeconomia
Regulamentação Governamental e o Equilíbrio
As políticas governamentais para a economia podem impactar o equilíbrio de mercado.
Nesse sentido, destacamos quatro práticas que podem levar a esse desequilíbrio:

Ø Limites de preços: representa o limite máximo que um vendedor poderia cobrar


por seu produto. Comum nas épocas de hiperinflação no Brasil, o chamado controle
de preços teve efeitos pífios na prática;

Ø Impostos: a incidência de impostos sobre produtos e serviços naturalmente irá


aumentar o preço de equilíbrio e diminuir a quantidade nesse ponto de equilíbrio;

Ø Subsídios: pagamentos em dinheiro feito pelo governo a determinados setores de


produção que resultarão em um aumento na quantidade de equilíbrio e uma
redução no preço de equilíbrio;

Ø Cotas: parecido com o controle de preços, as cotas limitam a quantidade que pode
ser produzida, levando a um aumento do preço de equilíbrio.

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Microeconomia
Preço
Limites de Preços
Se o preço máximo
Preço for estabelecido
PE máximo acima do preço de
equilíbrio, seu
efeito será inócuo.

QE Quantidade
Preço

Agora, se o preço
máximo for
estabelecido abaixo
Preço
do preço de
máximo
equilíbrio, haverá
QO Escassez QD escassez.
Quantidade

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CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Preço Limites de Preços
Se o salário mínimo
for estabelecido
PE abaixo do preço de
Salário equilíbrio, seu
mínimo efeito será inócuo.

QE Quantidade
Preço
Desemprego
Salário
mínimo Agora, se o preço
máximo for
PE estabelecido acima
do preço de
equilíbrio, haverá
Quantidade desemprego.
QD QE QO

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CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Preço
Impostos
A cobrança de impostos sobre os vendedores desloca
a curva de oferta para a esquerda. Isso irá mudar o
PIC Preço de Equilíbrio (PE) para o Preço com Impostos
PE pago pelos compradores (PIC), que será maior que o de
PIV
equilíbrio. Já os vendedores receberão o Preço (PIV),
menor que o preço de equilíbrio. E a quantidade
QI QE demandada será inferior (QI).
Quantidade Já a cobrança de impostos incidente sobre os
Preço compradores desloca a curva de demanda para a
esquerda. Apesar de incidir agora sobre os
compradores, os efeitos serão idênticos: o Preço de
PIC Equilíbrio (PE) mudará para o Preço com Impostos
PE pago pelos compradores (PIC), que será maior que o de
PIV
equilíbrio. Já os vendedores receberão o Preço (PIV),
menor que o preço de equilíbrio. E a quantidade
QI QE demandada será igualmente inferior (QI). Ou seja,
Quantidade consumidores e vendedores sempre dividirão o ônus
do tributo.
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CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Preço
Cotas e Subsídios
A introdução de uma cota de produção, que
PC geralmente é definida para regular mercados,
estabelecendo um limite máximo de produção, tem
PE como efeitos a redução da quantidade ofertada de
QE para QC e, consequentemente, a elevação do
preço de PE para PC, assumindo que a cota foi
definida como sendo uma quantidade inferior à de
QC QE Quantidade equilíbrio. Se a cota for definida a uma quantidade
superior à de equilíbrio, o efeito será inócuo.
Preço
Já o estabelecimento de subsídios desloca a curva de
PSV oferta para a direita. Com isso, a quantidade
ofertada sobe de QE para QS. Já os novos preços se
PE
PSC comportam da seguinte forma: os vendedores
passam a receber um preço maior, PSV, por conta do
subsídio que recebem, e os consumidor passam a
QE QS pagar um preço inferior, PSC.
Quantidade

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CFG – Certificação de fundamentos de Gestão
Microeconomia
Efeito Renda e Efeito Substituição
Dois efeitos muito importantes podem ser enunciados quando o preço de um
determinado produto cai. Suponha que um consumidor tem duas opções de compra:
refrigerante e cachorro quente. Se o preço do refrigerante cair, haverá duas
consequências:

Ø Efeito Renda: com a queda do preço do refrigerante, o consumidor se sente mais


“rico”, pois agora, com a mesma renda, pode comprar mais refrigerante e mais
cachorro quente. Esse é o efeito renda!

Ø Efeito Substituição: mas ele pode pensar também o seguinte – como o


refrigerante está mais barato, posso comprar mais latas de refrigerantes para cada
cachorro quente que eu abrir mão. Em outras palavras, como o cachorro quente está
agora relativamente mais caro, eu deveria comprar mais refrigerante e menos
cachorro quente. Esse é o efeito substituição!

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Efeito Renda e Efeito Substituição
E o que ele fará então?

Pelo Efeito Renda, ele pode comprar mais refrigerante e mais cachorro quente. Mas, pelo
Efeito Substituição, é mais vantajoso comprar mais refrigerante. Logo, como ambos os
efeitos atuam na direção de comprar mais refrigerante, o Efeito Total nos diz que ele
comprará mais refrigerante.

E sobre o cachorro quente? Não se pode afirmar, pois os Efeitos Renda e Substituição
operam em direções opostas. Pelo Efeito Renda, ele pode comprar mais cachorro quente;
mas, pelo Efeito Substituição, como o refrigerante ficou comparativamente mais barato que
o cachorro quente, ele deveria comprar menos cachorro quente e mais refrigerante. Tudo
dependerá da magnitude de cada um dos efeitos.

Resumindo: assumindo que o refrigerante é um bem normal, ou seja, se sua renda cresce,
você deseja consumir mais refrigerante. Assim, se o preço do refrigerante cair, o Efeito
Renda é positivo, o Efeito Substituição é Positivo e o Efeito Total também é positivo!

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Efeito Renda e Efeito Substituição
E se for um bem inferior, aquele que, se sua renda subir, você deseja consumir menos?
Nesse caso, o Efeito Renda será sempre negativo. Isso porque se o preço de um bem
inferior cair, você tende a consumir menos. Com a queda do preço, é como se sua renda
tivesse aumentado. Logo, você vai querer consumir bens normais ao invés de bens
inferiores.

O Efeito Substituição é sempre positivo para bens cujos preços estão caindo, pois é possível
comprar mais desse bem (agora mais barato) em substituição a outro que não teve redução
de preço. Então, mesmo sendo bem inferior, o efeito substituição é igualmente positivo.

Como o Efeito Renda é negativo e o Efeito Substituição é positivo, o Efeito Total depende
da magnitude de cada um desses efeitos.

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Microeconomia
Estruturas de Mercado
Em Microeconomia, temos quatro principais estruturas de mercado:

1. Monopólio
2. Oligopólio
3. Competição Perfeita
4. Competição Monopolística

Estrutura de
Tipos de Produtos Número de empresas Exemplos
Mercado
Monopólio Diversos Uma Saneamento básico
Cigarros, empresas
Oligopólio Diversos Poucas
aéreas no Brasil
Competição
Homogêneos Muitas Trigo, leite
Perfeita
Competição
Diferenciados Muitas Livros, restaurantes
Monopolística

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Microeconomia
Competição Perfeita

A Competição Perfeita é caracterizada pelos seguintes fatores:


Ø Há muitos compradores e vendedores no mercado;
Ø Os bens oferecidos são homogêneos;
Ø Os participantes são tomadores de preços;
Ø As empresas podem entrar e sair livremente do mercado (barreiras de entrada e
saída praticamente inexistentes);
Ø Não há lucros econômicos no longo prazo.

E qual a decisão de um vendedor sobre quanto produzir e qual preço cobrar operando
em um mercado de competição perfeita? O vendedor buscará maximizar seu lucro
(contábil) no ponto em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal. Vamos ver o
gráfico seguinte para ficar mais claro!

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Microeconomia
Competição Perfeita
Custos e Receita Custo Marginal

Custo Total Médio


P = RMg
Preço = Receita Marginal. Como são
tomadores de preço, os vendedores não
conseguem praticar outro preço que não
esse.
Custo Variável Médio

QMAX Quantidade

Enquanto a Receita Marginal (RMg) for maior que o Custo Marginal (CMg), o produtor
continuará aumentando sua produção. Porém, se o Custo Marginal se tornar superior à
Receita Marginal, então não fará sentido aumentar mais a produção. Portanto, o ponto de
maximização dos lucros ocorrerá no momento em que a Receita Marginal for igual ao Custo
Marginal.
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Microeconomia
Monopólio
O monopólio é uma estrutura de mercado em que uma empresa detém todo o mercado
de um bem. Isso altera totalmente as estruturas que vimos há pouco nos mercados em
concorrência perfeita.

O Monopólio é caracterizado pelos seguintes fatores:


Ø Uma única empresa detém todo o mercado e, portanto, é formadora de preços
(ao contrário da competição perfeita, em que os vendedores eram tomadores de
preços);
Ø O monopolista aufere lucros econômicos, mesmo no longo prazo;
ØHá enormes barreiras de entrada, o que leva ao monopolista se manter como
único vendedor de seu mercado.
Ø Recurso-chave necessário para a produção é exclusivo de uma empresa;
Ø Regulamentação do governo: concessão a uma única empresa do direito
exclusivo de produzir determinado bem;
Ø Economia de escala (monopólio natural): uma única empresa consegue
fornecer determinado bem a um custo significativamente inferior.

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Microeconomia
Custo
Monopólio
Preço Marginal

PMon Custo Total Médio


P = RMg
Conc.
Lucro
Perfeita
Custo
Receita
Total Demanda
Médio Marginal
QMon QConc Quantidade
Perfeita

No Monopólio, a curva de demanda é negativamente inclinada, conforme a Lei Geral da


Demanda. O Monopolista também maximizará seu lucro no ponto em que Receita Marginal
for igual ao Custo Marginal. Porém, como ele é formador de preços, o monopolista venderá
exatamente o que a demanda estiver disposta a consumir nesse ponto. O resultado é que o
preço é maior e a quantidade, menor, se comparados aos preços e quantidades da
Competição Perfeita.
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Microeconomia
Competição Monopolística
A Competição Monopolística é uma estrutura de mercado que se situa entre o monopólio e a
competição perfeita. Nesse sentido, há empresas que enfrentam concorrência, mas não tão
rigorosas como na competição perfeita a ponto de serem tomadoras de preço. Por sua vez, há
empresas com certo grau de poder de mercado, mas não a ponto de serem monopolistas.

Alguns exemplos de mercados com competição monopolística: livros, restaurantes, educação


em geral, vestuários, entre outros.

A Concorrência Monopolística é caracterizada pelos seguintes fatores:


Ø Baixas barreiras de entrada: empresas podem entrar e sair do mercado sem muitas
restrições; contudo, haverá um ajuste no número de empresas até que o lucro
econômico se torne zero;
Ø Diferenciação de produtos: cada empresa consegue oferecer produtos ligeiramente
diferentes dos demais oferecidos por outras empresas (produtos similares, mas não
idênticos). Nesse sentido, ela não chega a ser tomadora de preços, mas se depara com
uma curva de demanda de inclinação descendente (conforme a Lei Geral da Demanda) e
elástica;
Ø Grande número de vendedores: há muitas empresas concorrendo pelos mesmos
clientes.
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Microeconomia
Custo
Competição Monopolística
Preço Marginal CURTO PRAZO
PMon Custo Total Médio

Lucro P = RMg
Conc.
Custo Perfeita
Total
Médio Receita
Marginal Demanda

QMon
Quantidade

No curto prazo, a Competição Monopolística é muito semelhante ao monopólio. Além disso,


as empresas operando sob a Competição Monopolística seguem as regras de maximização de
lucros, produzindo no ponto em que a Receita Marginal é igual ao Custo Marginal. Nesse
ponto, projeta-se a quantidade e o preço sobre a curva da demanda (como no monopólio) e
temos a quantidade e o preço nesse cenário, o que leva a lucros econômicos no curto prazo!

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Microeconomia
Custo
Competição Monopolística
Preço Marginal LONGO PRAZO
Custo Total Médio

Preço =
Custo
Total
Médio

Demanda Demanda
inferior
Quantidade Receita
que Marginal Quantidade
maximiza o
lucro
Porém, essa situação de lucro econômico positivo é efêmera pois, nesse mercado, há poucas
barreiras de entrada. Logo, novas empresas passarão a ofertar o produto e, com isso, há uma
redução da demanda para cada empresa, deslocando para a esquerda a curva de demanda.
Com isso, à medida que cai a demanda para cada empresa, seus lucros também diminuem,
até que chegam a zero. Portanto, no longo prazo, a estrutura se parece uma competição.

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Microeconomia
Oligopólio
O oligopólio é uma estrutura de mercado com poucos competidores.

O Oligopólio é caracterizado pelos seguintes fatores:

Ø Poucos vendedores;
Ø Grandes barreiras de entrada, o que leva ao monopolista se manter como único
vendedor de seu mercado;
Ø Interdependência entre os concorrentes: há uma tensão entre cooperação e
interesse próprio. Por um lado, os oligopolistas se beneficiam quando cooperam
entre si e atuam como monopolistas; por outro lado, como cada um se preocupa
com o próprio lucro, é possível que tomem medidas capazes de impedir que um
grupo de empresas mantenha seus resultados cooperativos. Em outras palavras, o
que um faz interfere no que o outro fará!

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Microeconomia
Oligopólio
Oligopólios podem atuar como monopolistas desde que façam um conluio, ou seja, um
acordo sobre a produção e os preços entre as empresas. E o grupo de empresas que age
de acordo com esse combinado é chamado cartel.

Porém, na prática, a cooperação necessária é muitas vezes difícil de se manter. Uma das
explicações disso vem da Teoria dos Jogos, especificamente do Dilema dos Prisioneiros.

O Dilema dos Prisioneiros relata uma história de dois criminosos capturados pela polícia.
A polícia tem provas suficientes para incriminá-los por determinado crime e suspeita que
ambos criminosos tenham cometido um assalto a banco juntos, mas não tem provas
suficientes com relação a esse crime maior.

A polícia propõe a eles o seguinte: se um deles confessar o assalto a banco e acusar o


companheiro, ele estará livre e o companheiro ficará 20 anos preso. Contudo, se ambos
confessarem o assalto a banco, eles podem ficar presos por menos tempo, 8 anos. Porém,
se nenhum dos dois confessar, ambos ficarão presos por apenas 1 anos.

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Microeconomia
Oligopólio
Em resumo, cada um tem duas estratégias: confessar ou não confessar. Porém, a sentença
que cada um receberá dependerá do que o outro fizer.

Ambos pensam o seguinte: se meu colega não confessar, é melhor eu confessar, pois
estarei livre. Agora, se meu colega confessar, também é melhor eu confessar, pois assim
ficarei preso por 8 anos. Logo, a estratégia dominante é confessar, pois a melhor para
cada um dos jogadores, independente do que o outro fizer.

Contudo, o melhor era nenhum dos dois confessar, pois cada um ficaria preso por apenas
um ano. Mas, ao perseguirem os interesses próprios, os dois chegam a resultados piores
para ambos.

Essa é uma das teorias que tenta explicar por que oligopólios poderiam funcionar como
monopólios na teoria, mas não conseguem fazê-lo na prática!

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Microeconomia
Outro modelo de oligopólio afirma Preço Oligopólio
existir uma curva de demanda
Demanda MAIS
“quebrada”, isto é, com duas inclinações
elástica
diferentes. Na parte superior, a Ponto de quebra
demanda é seria mais elástica e, na
parte inferior, menos elástica. Em outras
palavras, se uma empresa aumentasse Demanda
os preços para pontos acima do ponto MENOS elástica
de quebra, em que os consumidores são
mais sensíveis a mudanças de preços,
ela não conseguiria aumentar muito seu
faturamento, visto que seu concorrente
dificilmente subirá os preços para acima Quantidade
do ponto de quebra.
Por sua vez, reduzir os preços para abaixo do ponto de quebra também não seria
interessante. Nesse ponto, além de os consumidores serem mais insensíveis (demanda
menos elástica) a preços, provavelmente o concorrente também reduzirá seus preços e todos
sairiam perdendo.

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Microeconomia
Resumo das Estruturas de Mercado
Competição Concorrência
Monopólio Oligopólio
Monopolística Perfeita
Barreiras de Praticamente
Grandes Grandes Pequenas
entrada inexistentes
Quantidade
Uma Poucas Inúmeras Inúmeras
de empresas
Depende de como
Lucro Apenas no curto
Sim se comportam os Não
econômico prazo
participantes
Consegue Formadora de Sim, embora com Tomadora de
Sim
definir o preço Preços menos força Preços
Formato da
curva de Decrescente Decrescente Decrescente Plana
demanda
Receita Depende de como
Maximização Receita Marginal Receita Marginal =
Marginal = se comportam os
dos Lucros = Custo Marginal Custo Marginal
Custo Marginal participantes
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