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AULA:

LEGISLAÇÃO E REGULAÇÃO
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Normas legais e infralegais

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lei do Mercado de Capitais
Capítulo I – Disposições Gerais
A Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976, dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e
cria a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Desde então, a lei, que ficou conhecida
como Lei do Mercado de Capitais, sofreu inúmeras atualizações, mas ainda é o principal
marco legal do mercado de valores mobiliários.

São fiscalizadas e disciplinadas de acordo essa lei as seguintes aLvidades:


Ø Emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
Ø Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
Ø Negociação e intermediação no mercado de derivaLvos;
Ø Organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores;
Ø Organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e
Futuros;
Ø Administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
Ø Auditoria das companhias abertas;
Ø Serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

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Lei do Mercado de Capitais
Capítulo I – Disposições Gerais
São valores mobiliários sujeitos ao regime desta Lei:
Ø Ações, debêntures e bônus de subscrição;
Ø Cupons, direitos, recibos de subscrição e cerLficados de desdobramento relaLvos
aos valores mobiliários;
Ø CerLficados de depósito de valores mobiliários;
Ø Cédulas de debêntures;
Ø Cotas de fundos de invesAmento em valores mobiliários ou de clubes de
invesLmento em quaisquer aLvos;
Ø Notas comerciais;
Ø Contratos futuros, de opções e outros derivaAvos, cujos aLvos subjacentes sejam
valores mobiliários;
Ø Outros contratos derivaLvos, independentemente dos aLvos subjacentes; e
Ø Quando ofertados publicamente, quaisquer outros Ztulos ou contratos de
invesLmento coleLvo, que gerem direito de parLcipação, de parceria ou de
remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos
advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.

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Lei do Mercado de Capitais
Capítulo I – Disposições Gerais
Excluem-se do regime desta Lei:
Ø Títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; e
Ø Títulos cambiais de responsabilidade de insLtuição financeira, exceto as debêntures.

Os emissores dos valores mobiliários, bem como seus administradores e controladores,


sujeitam-se à disciplina prevista nesta Lei, para as companhias abertas.
Compete à Comissão de Valores Mobiliários expedir normas para a execução do disposto
nessa Lei, podendo:
Ø exigir que os emissores se consLtuam sob a forma de sociedade anônima;
Ø exigir que as demonstrações financeiras dos emissores, ou que as informações sobre o
empreendimento ou projeto, sejam auditadas por auditor independente nela
registrado;
Ø dispensar, na distribuição pública dos valores mobiliários referidos neste arLgo, a
parLcipação de sociedade integrante do sistema de distribuição de valores
mobiliários; e
Ø estabelecer padrões de cláusulas e condições que devam ser adotadas nos Ztulos ou
contratos de invesLmento, desLnados à negociação em bolsa ou balcão, organizado ou
não, e recusar a admissão ao mercado da emissão que não saLsfaça a esses padrões.
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Lei do Mercado de Capitais
Capítulo I – Disposições Gerais
É condição de validade dos contratos derivaLvos celebrados a parLr da entrada em vigor
da Medida Provisória no 539, de 26 de julho de 2011, o registro em câmaras ou
prestadores de serviço de compensação, de liquidação e de registro autorizados pelo
Banco Central do Brasil (BCB) ou pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Compete ao Conselho Monetário Nacional:


Ø definir a políLca a ser observada na organização e no funcionamento do mercado de
valores mobiliários;
Ø regular a uLlização do crédito nesse mercado;
Ø fixar a orientação geral a ser observada pela CVM no exercício de suas atribuições;
Ø definir as aLvidades da CVM que devem ser exercidas em coordenação com o BCB;
Ø aprovar o quadro e o regulamento de pessoal CVM, bem como fixar a retribuição do
presidente, diretores, ocupantes de funções de confiança e demais servidores; e
Ø estabelecer, para fins da políLca monetária e cambial, condições específicas para
negociação de contratos derivaLvos, independentemente da natureza do invesLdor,
podendo, inclusive determinar depósitos sobre os valores nocionais dos contratos e
fixar limites, prazos e outras condições sobre as negociações dos contratos
derivaLvos.
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Lei do Mercado de Capitais
Capítulo I – Disposições Gerais
O Conselho Monetário Nacional e a Comissão de Valores Mobiliários exercerão as
atribuições previstas na lei para o fim de:
Ø EsLmular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários;
Ø Promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e
esLmular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias
abertas sob controle de capitais privados nacionais;
Ø Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão;
Ø Proteger os Ltulares de valores mobiliários e os invesLdores do mercado contra
emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e
acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de carteira
de valores mobiliários e o uso de informação relevante não divulgada no mercado de
valores mobiliários.
Ø Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação desLnadas a criar condições
arLficiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no
mercado;
Ø Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados
e as companhias que os tenham emiLdo;

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Lei do Mercado de Capitais
Capítulo I – Disposições Gerais
O Conselho Monetário Nacional e a Comissão de Valores Mobiliários exercerão as
atribuições previstas na lei para o fim de:
Ø Assegurar a observância de práLcas comerciais equitaLvas no mercado de valores
mobiliários; e
Ø Assegurar a observância no mercado, das condições de uLlização de crédito fixadas
pelo Conselho Monetário Nacional.

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Lei do Mercado de Capitais
Distribuição de Valores Mobiliários
Nenhuma emissão pública de valores mobiliários será distribuída no mercado sem
prévio registro na Comissão.

São atos de distribuição: a venda, promessa de venda, oferta à venda ou subscrição,


assim como a aceitação de pedido de venda ou subscrição de valores mobiliários, quando
os praLquem a companhia emissora, seus fundadores ou as pessoas a ela equiparadas.

Equiparam-se à companhia emissora: o seu acionista controlador e as pessoas por ela


controladas; o coobrigado nos Ztulos; as insLtuições financeiras e demais sociedades que
tenham por objeto distribuir emissão de valores mobiliários; e quem quer que tenha
subscrito valores da emissão, ou os tenha adquirido à companhia emissora, com o fim de
os colocar no mercado.

Caracterizam a emissão pública: a uLlização de listas ou boleLns de venda ou subscrição,


folhetos, prospectos ou anúncios desLnados ao público; a procura de subscritores ou
adquirentes para os Ztulos por meio de empregados, agentes ou corretores; a negociação
feita em loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público, ou com a uLlização dos
serviços públicos de comunicação.
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Lei do Mercado de Capitais
Distribuição de Valores Mobiliários
A emissão pública só poderá ser colocada no mercado através do sistema de distribuição
de valores mobiliários, podendo a CVM exigir a parLcipação de insLtuição financeira.

Compete à CVM expedir normas para a execução do disposto neste arLgo, podendo:
definir outras situações que configurem emissão pública, para fins de registro, assim como
os casos em que este poderá ser dispensado, tendo em vista o interesse do público
invesLdor; fixar o procedimento do registro e especificar as informações que devam
instruir o seu pedido, inclusive sobre:
Ø a companhia emissora, os empreendimentos ou aLvidades que explora ou pretende
explorar, sua situação econômica e financeira, administração e principais acionistas;
Ø as caracterísLcas da emissão e a aplicação a ser dada aos recursos dela
provenientes;
Ø o vendedor dos valores mobiliários, se for o caso; e
Ø os parLcipantes na distribuição, sua remuneração e seu relacionamento com a
companhia emissora ou com o vendedor.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lei do Mercado de Capitais
Distribuição de Valores Mobiliários
A CVM poderá subordinar o registro a capital mínimo da companhia emissora e a valor
mínimo da emissão, bem como a que sejam divulgadas as informações que julgar
necessárias para proteger os interesses do público invesLdor.

O pedido de registro será acompanhado dos prospectos e outros documentos quaisquer a


serem publicados ou distribuídos, para oferta, anúncio ou promoção do lançamento.

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Lei do Mercado de Capitais
Administração de Carteiras e Custódia
O exercício profissional da administração de carteiras de valores mobiliários de outras
pessoas está sujeito à autorização prévia da CVM

Tal regra se aplica à gestão profissional de recursos ou valores mobiliários entregues ao


administrador, com autorização para que este compre ou venda valores mobiliários por
conta do comitente.

Compete à CVM: estabelecer as normas a serem observadas pelos administradores na


gestão de carteiras e sua remuneração; e autorizar a aLvidade de custódia de valores
mobiliários, cujo exercício será privaLvo das insLtuições financeiras, enLdades de
compensação e das enLdades autorizadas, na forma da lei, a prestar serviços de depósito
centralizado.

Salvo mandato expresso com prazo não superior a um ano, o administrador de carteira e
o depositário de valores mobiliários não podem exercer o direito de voto que couber às
ações sob sua administração ou custódia.

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Lei do Mercado de Capitais
Dos Crimes contra o Mercado de Capitais
O exercício profissional da administração de carteiras de valores mobiliários de outras
pessoas está sujeito à autorização prévia da CVM.

Manipulação do Mercado: Realizar operações simuladas ou executar outras manobras


fraudulentas desLnadas a elevar, manter ou baixar a cotação, o preço ou o volume
negociado de um valor mobiliário, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si
ou para outrem, ou causar dano a terceiros:
Ø Pena: reclusão, de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa de até 3 (três) vezes o montante da
vantagem ilícita obLda em decorrência do crime.

Exercício Irregular de Cargo, Profissão, AAvidade ou Função :Exercer, ainda que a Ztulo
gratuito, no mercado de valores mobiliários, a aLvidade de administrador de carteira,
agente autônomo de invesLmento, auditor independente, analista de valores mobiliários,
agente fiduciário ou qualquer outro cargo, profissão, aLvidade ou função, sem estar, para
esse fim, autorizado ou registrado na autoridade administraAva competente, quando
exigido por lei ou regulamento:
Ø Pena: detenção de 6 meses a 2 anos e multa.

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Lei do Mercado de Capitais
Dos Crimes contra o Mercado de Capitais
Uso Indevido de Informação Privilegiada: ULlizar informação relevante de que tenha
conhecimento, ainda não divulgada ao mercado, que seja capaz de propiciar, para si ou
para outrem, vantagem indevida, mediante negociação, em nome próprio ou de terceiros,
de valores mobiliários:
Ø Pena: reclusão, de 1 a 5 anos e multa de até 3 vezes o montante da vantagem ilícita
obLda em decorrência do crime.
Ø Incorre na mesma pena quem repassa informação sigilosa relaLva a fato relevante a
que tenha Ldo acesso em razão de cargo ou posição que ocupe em emissor de
valores mobiliários ou em razão de relação comercial, profissional ou de confiança
com o emissor.
Ø A pena é aumentada em 1/3 se o agente comete o valendo-se de informação
relevante de que tenha conhecimento e da qual deva manter sigilo.

Nos casos de reincidência, a multa pode ser de até o triplo dos valores fixados.

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Lei do Mercado de Capitais
Penalidades Aplicáveis pela CVM
A CVM poderá impor aos infratores das normas desta Lei do Mercado de Capitais, da Lei
Lei de Sociedades por Ações, de suas resoluções e de outras normas legais cujo
cumprimento lhe caiba fiscalizar as seguintes penalidades, isoladas ou cumulaLvamente:
Ø Advertência;
Ø Multa;
Ø Inabilitação temporária, até o máximo de 20 anos, para o exercício de cargo de
administrador ou de conselheiro fiscal de companhia aberta, de enLdade do sistema
de distribuição ou de outras enLdades que dependam de autorização ou registro na
CVM;
Ø Suspensão da autorização ou registro para o exercício das aLvidades de que trata esta
Lei;
Ø Inabilitação temporária, até o máximo de 20 anos, para o exercício das aLvidades de
que trata esta Lei;
Ø Proibição temporária, até o máximo de 20 anos, de praLcar determinadas aLvidades
ou operações, para os integrantes do sistema de distribuição ou de outras enLdades
que dependam de autorização ou registro na CVM; e
Ø Proibição temporária, até o máximo de 10 anos, de atuar, direta ou indiretamente,
em uma ou mais modalidades de operação no mercado de valores mobiliários.
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Lei do Mercado de Capitais
Penalidades Aplicáveis pela CVM
A multa deverá observar, para fins de dosimetria, os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, a capacidade econômica do infrator e os moLvos que jusLfiquem sua
imposição, e não deverá exceder o maior destes valores:
Ø R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais);
Ø O dobro do valor da emissão ou da operação irregular;
Ø 3 vezes o montante da vantagem econômica obLda ou da perda evitada em
decorrência do ilícito; ou
Ø O dobro do prejuízo causado aos invesLdores em decorrência do ilícito.

Nas hipóteses de reincidência, poderá ser aplicada multa de até o triplo dos valores.

A CVM, após análise de conveniência e oportunidade, com vistas a atender ao interesse


público, poderá deixar de instaurar ou suspender, em qualquer fase que preceda a
tomada da decisão de primeira instância, o procedimento administraAvo desLnado à
apuração de infração prevista nas normas legais e regulamentares cujo cumprimento lhe
caiba fiscalizar, se o invesLgado assinar termo de compromisso no qual se obrigue
a cessar a práAca de aLvidades ou atos considerados ilícitos pela Comissão de Valores
Mobiliários e corrigir as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos.
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Lei de Liberdade Econômica
Fundos de InvesBmentos
O fundo de invesLmento passou a ser entendido como uma comunhão de recursos,
consLtuído sob a forma de condomínio de natureza especial, desLnado à aplicação em
aLvos financeiros, bens e direitos de qualquer natureza. Isso significa que os fundos
deixam de seguir as regras previstas no Código Civil para os condomínios em geral.
Foi um grande avanço para a indústria de fundos, que Anha que seguir regras e se
submeter a regulações de condomínios gerais como, por exemplo, de apartamentos.

Dentre as mudanças, o registro dos regulamentos dos fundos de invesLmentos na CVM


passou a ser condição suficiente para garanLr a sua publicidade e a oponibilidade de
efeitos em relação a terceiros.

O regulamento do fundo de invesLmento poderá estabelecer:


Ø limitação da responsabilidade de cada invesAdor ao valor de suas cotas;
Ø limitação da responsabilidade, bem como parâmetros de sua aferição, dos
prestadores de serviços do fundo de invesLmento, perante o condomínio e entre si,
ao cumprimento dos deveres parLculares de cada um, sem solidariedade; e
Ø classes de cotas com direitos e obrigações disAntos, com possibilidade de consLtuir
patrimônio segregado para cada classe.
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Resolução CVM 21
Âmbito e Finalidade
A Resolução CVM 21 dispõe sobre o exercício profissional de administração de carteiras
de valores mobiliários, revogando uma série de Instruções CVM sobre esse assunto, como
a ICVM 557, ICVM 558, ICVM 597, entre outras. Ela se aplica a todo administrador e
gestor de fundo de invesLmento, observada a exceção prevista na norma específica de
fundo de invesLmento imobiliário.

A administração profissional de carteiras de valores mobiliários consiste no exercício


profissional de aLvidades relacionadas, direta ou indiretamente, ao funcionamento, à
manutenção e à gestão de uma carteira de valores mobiliários, incluindo a aplicação de
recursos financeiros no mercado de valores mobiliários por conta do invesLdor.

O registro de administrador de carteiras de valores mobiliários pode ser requerido em


ambas ou em uma das seguintes categorias:
Ø Administrador fiduciário;
Ø Gestor de recursos.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
A administração de carteiras de valores mobiliários é aLvidade privaLva de pessoa
autorizada pela CVM.

O registro na categoria gestor de recursos autoriza a gestão de uma carteira de valores


mobiliários, incluindo a aplicação de recursos financeiros no mercado de valores
mobiliários por conta do invesLdor.
Ø O registro na categoria administrador fiduciário autoriza o exercício de todas essas
aAvidades, com exceção da aAvidade de gestão de recursos.

O administrador de carteiras de valores mobiliários registrado exclusivamente na


categoria gestor de recursos poderá gerir as carteiras administradas de que é gestor,
desde que:
Ø Mantenha disponível o manual de precificação dos aLvos das carteiras de valores
mobiliários que administra, ainda que este manual tenha sido desenvolvido por
terceiros;
Ø Siga as regras definidas nessa resolução para o Administrador Fiduciário (veremos
mais à frente); e
Ø Descreva a políLca de seleção, contratação e supervisão de prestadores de serviços.
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
Administrador Pessoa Natural
Para fins de obtenção e manutenção da autorização pela CVM, o administrador de
carteiras de valores mobiliários, pessoa natural, deve atender os seguintes principais
requisitos:
Ø ser domiciliado no Brasil;
Ø ser graduado em curso superior ou equivalente, em insLtuição reconhecida
oficialmente no País ou no exterior;
Ø ter sido aprovado em exame de cerLficação, cuja metodologia e conteúdo tenham
sido previamente aprovados pela CVM;
Ø ter reputação ilibada;
Ø não estar inabilitado ou suspenso para o exercício de cargo em insLtuições
financeiras e demais enLdades autorizadas a funcionar pela CVM, pelo Banco Central
do Brasil, pela Superintendência de Seguros Privados – SUSEP ou pela
Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC;
Ø não haver sido condenado por crime falimentar, prevaricação, suborno, concussão,
peculato, “lavagem” de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores;
Ø não estar incluído em relação de comitentes inadimplentes de enLdade
administradora de mercado organizado.
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
Administrador Pessoa Natural – Dispensa de Requisitos
A Superintendência de Supervisão de InvesLdores InsLtucionais pode , excepcionalmente,
dispensar o atendimento aos requisitos de ser graduado e aprovado em exame de
cerLficação, desde que o requerente possua:
Ø Comprovada experiência profissional de, no mínimo, 7 anos em aLvidades
diretamente relacionadas à gestão de carteiras administradas de valores mobiliários
e fundos de invesLmento; ou
Ø Notório saber e elevada qualificação em área de conhecimento que o habilite para o
exercício da aLvidade de administração de carteiras de valores mobiliários.

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Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
Administrador Pessoa Jurídica
Para fins de obtenção e manutenção da autorização pela CVM, o administrador de
carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve atender os seguintes principais
requisitos:
Ø ter sede no Brasil;
Ø ter em seu objeto social o exercício de administração de carteiras de valores
mobiliários e estar regularmente consLtuído e registrado no Cadastro Nacional de
Pessoas Jurídicas - CNPJ;
Ø atribuir a responsabilidade pela administração de carteiras de valores mobiliários a
um ou mais diretores estatutários autorizados a exercer a aLvidade pela CVM;
Ø atribuir a responsabilidade pelo cumprimento de regras, políLcas, procedimentos e
controles internos e desta Resolução a um diretor estatutário; e
Ø caso o registro seja na categoria “gestor de recursos”, atribuir a responsabilidade
pela gestão de risco a um diretor estatutário.

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Resolução CVM 21
Requisitos para o Registro na CVM
Administrador Pessoa Jurídica
Mais alguns pontos muito relevantes:

Ø É vedada a uLlização de siglas e de palavras ou expressões que induzam o invesLdor


a erro na denominação da pessoa jurídica.
Ø O diretor responsável pela administração de carteiras de valores mobiliários não
pode ser responsável por nenhuma outra aAvidade no mercado de capitais, na
insAtuição ou fora dela.
Ø Os diretores responsáveis pela gestão de risco e pelo cumprimento de regras,
políLcas, procedimentos e controles internos e desta Resolução devem exercer suas
funções com independência e não podem atuar em funções relacionadas à
administração de carteiras de valores mobiliários, à intermediação e distribuição ou à
consultoria de valores mobiliários, ou em qualquer aLvidade que limite a sua
independência, na insAtuição ou fora dela; e
Ø O administrador de carteiras de valores mobiliários registrado concomitantemente
nas categorias gestor de recursos e administrador fiduciário deve indicar um diretor
responsável exclusivamente pela aAvidade de administração fiduciária.

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Resolução CVM 21
Prestação de Informações
As informações divulgadas pelo administrador de carteiras de valores mobiliários devem
ser:
Ø verdadeiras, completas, consistentes e não induzir o invesLdor a erro;
Ø escritas em linguagem simples, clara, objeLva e concisa; e
Ø não podem assegurar ou sugerir a existência de garanLa de resultados futuros ou a
isenção de risco para o invesLdor.
Caso as informações divulgadas apresentem incorreções ou impropriedades que possam
induzir o invesLdor a erro, a SIN pode exigir:
Ø a cessação da divulgação da informação; e
Ø veiculação, com igual destaque e por meio do veículo usado para divulgar a
informação original, de reLficações e esclarecimentos, devendo constar, de forma
expressa, que a informação está sendo republicada por determinação da CVM.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Prestação de Informações
O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve manter página
na rede mundial de computadores com as seguintes informações atualizadas:
Ø Formulário de referência;
Ø Código de éLca;
Ø Regras, procedimentos e descrição dos controles internos, elaborados para o
cumprimento desta Resolução;
Ø PolíLca de gestão de risco (exceto para o administrador de carteiras de valores
mobiliários registrado exclusivamente na categoria administrador fiduciário)
Ø PolíLca de negociação de valores mobiliários por administradores, empregados,
colaboradores e pela própria empresa;
Ø Manual de precificação dos aLvos das carteiras de valores mobiliários que
administra, ainda que este manual tenha sido desenvolvido por terceiros (exceto
para o administrador de carteiras de valores mobiliários registrado exclusivamente
na categoria gestor de recursos) ; e
Ø PolíLca de rateio e divisão de ordens entre as carteiras de valores mobiliários (exceto
para o administrador de carteiras de valores mobiliários registrado exclusivamente
na categoria administrador fiduciário).

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Resolução CVM 21
Prestação de Informações
O administrador de carteiras de valores mobiliários deve enviar à CVM, até o dia 31 de
março de cada ano, por meio de sistema eletrônico disponível na página da CVM na rede
mundial de computadores, formulário de referência.

O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa natural, que atue


exclusivamente como preposto ou empregado de administrador de carteiras de valores
mobiliários que se organize sob a forma de pessoa jurídica está dispensado do envio do
formulário de referência.

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Resolução CVM 21
Regras de Conduta
O administrador de carteira de valores mobiliários deve: exercer suas aLvidades com boa
fé, transparência, diligência e lealdade em relação aos seus clientes. Além disso, deve
desempenhar suas atribuições de modo a:
Ø buscar atender aos objeLvos de invesLmento de seus clientes; e
Ø evitar práLcas que possam ferir a relação fiduciária manLda com seus clientes;
Ø cumprir fielmente o regulamento do fundo de invesLmento ou o contrato
previamente firmado por escrito com o cliente, contrato este que deve conter as
caracterísLcas dos serviços a serem prestados, dentre as quais se incluem:
Ø a políLca de invesLmentos a ser adotada;
Ø descrição detalhada da remuneração cobrada pelos serviços;
Ø os riscos inerentes aos diversos Lpos de operações com valores mobiliários nos
mercados de bolsa, de balcão, nos mercados de liquidação futura e nas
operações de emprésLmo de ações que pretenda realizar com os recursos do
cliente;
Ø o conteúdo e a periodicidade das informações a serem prestadas ao cliente; e
Ø informações sobre outras aLvidades que o administrador exerça no mercado e
os potenciais conflitos de interesse existentes entre tais aLvidades e a
administração da carteira administrada.
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Resolução CVM 21
Regras de Conduta
O administrador de carteira deve desempenhar suas atribuições também de modo a:
Ø manter atualizada, em perfeita ordem e à disposição do cliente, na forma e prazos
estabelecidos em suas regras internas e na regulação, toda a documentação relaLva
às operações com valores mobiliários integrantes das carteiras administradas nas
quais o cliente seja invesLdor;
Ø contratar serviço de custódia ou cerLficar que sejam manLdos em custódia, em
enLdade devidamente autorizada para tal serviço, os aLvos financeiros integrantes
das carteiras sob sua administração, tomando todas as providências úteis ou
necessárias à defesa dos interesses dos seus clientes;
Ø transferir à carteira qualquer benercio ou vantagem que possa alcançar em
decorrência de sua condição de administrador de carteira;
Ø no caso de carteira administrada, estabelecer contratualmente as informações que
serão prestadas ao cliente, perLnentes à políLca de invesLmento e aos valores
mobiliários integrantes da carteira administrada;
Ø informar à CVM sempre que verifique, no exercício das suas atribuições, a ocorrência
ou indícios de violação da legislação que incumbe à CVM fiscalizar, no prazo máximo
de 10 dias úteis da ocorrência ou idenLficação; e

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras de Conduta
O administrador de carteira deve desempenhar suas atribuições também de modo a:
Ø no caso de administrador, pessoa jurídica, estabelecer políLca relacionada à
negociação de valores mobiliários por parte de administradores, empregados,
colaboradores, sócios controladores e pela própria empresa.

A prestação de serviço de administração de carteira de valores mobiliários com a


uLlização de sistemas automaLzados ou algoritmos está sujeita às obrigações e regras
previstas na presente Resolução e não miLga as responsabilidades do administrador.

O código-fonte do sistema automaLzado ou o algoritmo deve estar disponível para a


inspeção da CVM na sede da empresa em versão não compilada.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras de Conduta
É vedado ao administrador de carteiras de valores mobiliários:
Ø atuar como contraparte, direta ou indiretamente, em negócios com carteiras que
administre, exceto quando se tratar de administração de carteiras administradas de
valores mobiliários e houver autorização, prévia e por escrito, do cliente; ou quando,
embora formalmente contratado, não detenha, comprovadamente, poder
discricionário sobre a carteira e não tenha conhecimento prévio da operação;
Ø modificar as caracterísLcas básicas dos serviços que presta sem a prévia formalização
adequada nos termos previstos no contrato e na regulação;
Ø fazer propaganda garanAndo níveis de rentabilidade, com base em desempenho
histórico da carteira ou de valores mobiliários e índices do mercado de valores
mobiliários;
Ø fazer quaisquer promessas quanto a retornos futuros da carteira;
Ø contrair ou efetuar emprésLmos em nome dos seus clientes;
Ø prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma em relação aos
aLvos administrados, exceto no que se refere às hipóteses previstas no regulamento
do FGP (Fundo GaranLdor de Parcerias Público-Privadas), se houver;

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras de Conduta
É vedado ao administrador de carteiras de valores mobiliários:
Ø negociar com os valores mobiliários das carteiras que administre com a finalidade de
gerar receitas de corretagem ou de rebate para si ou para terceiros; e
Ø negligenciar, em qualquer circunstância, a defesa dos direitos e interesses do cliente.

Os administradores de carteira podem uAlizar os aAvos das carteiras de valores


mobiliários para prestação de garanAas de operações das próprias carteiras, bem como
emprestar e tomar `tulos e valores mobiliários em emprésAmo, desde que tais
operações de emprésLmo sejam cursadas exclusivamente:
Ø por meio de serviço autorizado pelo Banco Central do Brasil ou pela CVM; ou
Ø se o aLvo for negociado no exterior, por meio de serviço autorizado a operar com o
emprésLmo de Ztulos e valores mobiliários em seu país.

Nos casos de distribuição pública em que a pessoa jurídica responsável pela administração
de carteiras de valores mobiliários, ou partes relacionadas, parLcipe do consórcio de
distribuição, é admiLda a subscrição de valores mobiliários para a carteira, desde que em
condições idênAcas às que prevalecerem no mercado ou em que o administrador
contrataria com terceiros.
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve garanAr, por
meio de controles internos adequados (e devidamente formalizados e documentados), o
permanente atendimento às normas, políLcas e regulamentações vigentes, referentes às
diversas modalidades de invesLmento, à própria aLvidade de administração de carteiras
de valores mobiliários e aos padrões éLco e profissional.

O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve exercer suas


aLvidades de forma a:
Ø assegurar que todos os profissionais que desempenhem funções ligadas à
administração de carteiras de valores mobiliários atuem com imparcialidade e
conheçam o código de éAca e as normas aplicáveis, bem como as políLcas previstas
por esta Resolução e as disposições relaLvas a controles internos; e
Ø idenAficar, administrar e eliminar eventuais conflitos de interesses que possam
afetar a imparcialidade das pessoas que desempenhem funções ligadas à
administração de carteiras de valores mobiliários.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, deve estabelecer
mecanismos para:
Ø assegurar o controle de informações confidenciais a que tenham acesso seus
administradores, empregados e colaboradores;
Ø assegurar a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de
informações, em especial para os manLdos em meio eletrônico; e
Ø implantar e manter programa de treinamento de administradores, empregados e
colaboradores que tenham acesso a informações confidenciais, parLcipem de
processo de decisão de invesLmento ou parLcipem de processo de distribuição de
cotas de fundos de invesLmento.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O diretor responsável pela implementação e cumprimento de regras, políLcas,
procedimentos e controles internos e desta Resolução deve encaminhar aos órgãos de
administração do administrador de carteiras de valores mobiliários, até o úlLmo dia úLl
do mês de abril de cada ano, relatório relaLvo ao ano civil imediatamente anterior à data
de entrega, contendo:
Ø As conclusões dos exames efetuados;
Ø as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de
cronogramas de saneamento, quando for o caso; e
Ø manifestação do diretor responsável pela administração de carteiras de valores
mobiliários ou, quando for o caso, pelo diretor responsável pela gestão de risco a
respeito das deficiências encontradas em verificações anteriores e das medidas
planejadas, de acordo com cronograma específico, ou efeLvamente adotadas para
saná-las.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O gestor de recursos deve implementar e manter políAca escrita de gestão de riscos que
permita o monitoramento, a mensuração e o ajuste permanentes dos riscos inerentes a
cada uma das carteiras de valores mobiliários. A políLca deve ser consistente e passível de
verificação e estabelecer, no mínimo o seguinte:
Ø os procedimentos necessários à idenLficação e ao acompanhamento da exposição aos
riscos de mercado, de liquidez, de concentração, de contraparte, operacionais e de
crédito, que sejam relevantes para as carteiras de valores mobiliários e as respecLvas
técnicas, instrumentos e estruturas para implementação de tais procedimentos;
Ø os limites de exposição a risco das carteiras administradas e dos fundos de
invesLmento que não tenham, respecLvamente, no contrato e nos documentos do
fundo, limites expressos;
Ø organograma dos cargos das pessoas envolvidas na gestão de riscos e respecLvas
atribuições e prerrogaLvas e, se for o caso, o nome do terceiro contratado para
monitorar e mensurar os riscos inerentes a cada uma das carteiras de valores
mobiliários;
Ø a frequência e quais pessoas, além do diretor responsável pela administração de
carteiras de valores mobiliários do gestor de recursos, devem receber relatório da
exposição ao risco de cada carteira de valores mobiliários sob gestão;
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O diretor responsável pela gestão de risco deve:
Ø verificar o cumprimento da políLca escrita de gestão de riscos;
Ø encaminhar relatório da exposição a risco de cada carteira de valores mobiliários sob
gestão para as pessoas indicadas na políLca de gestão de riscos em frequência, no
mínimo, mensal; e
Ø supervisionar diligentemente, se houver, terceiro contratado para mensurar os riscos
inerentes a cada uma das carteiras de valores mobiliários.
O diretor responsável pela administração de carteiras de valores mobiliários do gestor de
recursos deve tomar as providências necessárias para ajustar a exposição a risco das
carteiras, com base nos limites previstos na políLca de gestão de riscos, nos contratos de
carteira administrada e nos regulamentos dos fundos de invesLmento.
O administrador fiduciário deve:
Ø supervisionar diligentemente a gestão de riscos implementada pelo gestor de recursos
contratado; e
Ø gerir, em conjunto com o gestor de recursos, o risco de liquidez, nos termos previstos
no contrato de gestão e na regulação, o qual deverá prever os mecanismos necessários
para assegurar a troca de informações entre administrador fiduciário e gestor,
necessárias à implementação da gestão do risco de liquidez.
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Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
Os profissionais responsáveis por monitorar e mensurar os riscos inerentes a cada uma das
carteiras de valores mobiliários:
Ø devem exercer sua função com independência;
Ø não podem atuar em funções relacionadas à administração de carteiras de valores
mobiliários, à intermediação e distribuição ou à consultoria de valores mobiliários,
ou em qualquer aAvidade que limite a sua independência, na insAtuição ou fora
dela; e
Ø podem exercer as mesmas funções em sociedades controladoras, controladas,
coligadas ou sob controle comum.

37
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
O exercício da administração de carteiras de valores mobiliários deve ser segregado das
demais aAvidades exercidas pela pessoa jurídica, por meio da adoção de procedimentos
operacionais, com o objeLvo de:
Ø garanAr a segregação bsica de instalações entre a área responsável pela
administração de carteiras de valores mobiliários e as áreas responsáveis pela
intermediação e distribuição de valores mobiliários;
Ø assegurar o bom uso de instalações, equipamentos e informações comuns a mais de
um setor da empresa;
Ø preservar informações confidenciais e permiLr a idenLficação das pessoas que tenham
acesso a elas; e
Ø restringir o acesso a arquivos e permiLr a idenLficação das pessoas que tenham
acesso a informações confidenciais.
A segregação rsica de instalações não é necessária entre a área responsável pela
administração de carteiras de valores mobiliários e a área responsável pela distribuição de
cotas de fundos de invesLmento de que a pessoa jurídica seja administradora ou gestora.
O administrador de carteiras de valores mobiliários deve manter manuais escritos, que
detalhem as regras e os procedimentos adotados relaLvos à segregação das aLvidades e à
confidencialidade, definindo regras de sigilo e de conduta.
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Regras, Procedimentos e Controles Internos
No caso das carteiras administradas, o administrador de carteiras de valores mobiliários
pode contratar com terceiros, devidamente habilitados e, se for o caso, autorizados ao
exercício de suas respecLvas aLvidades para a prestação de serviços auxiliares à
administração de carteiras de valores mobiliários.

A contratação de terceiros para a prestação de serviços auxiliares deve ser submeLda ao


prévio consenLmento do cliente, quando:
Ø a remuneração do prestador de serviços correr por conta do cliente; ou
Ø o prestador de serviço for responsável pela gestão ou pelas aLvidades de custódia e
de controladoria de aLvos da carteira de valores mobiliários.
O prévio consenLmento deve se dar mediante a apresentação das seguintes informações:
Ø jusLficaLva para a contratação de terceiro;
Ø escopo do serviço que será prestado;
Ø qualificação da pessoa contratada; e
Ø descrição da remuneração e da forma de pagamento do serviço contratado.
Aplicam-se aos clubes e fundos de invesLmento as regras de contratação de terceiros
dispostas em suas respecLvas normas específicas.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Administrador Fiduciário
O administrador fiduciário deve exercer suas aLvidades de forma a:
Ø idenLficar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a
implementação da políLca de invesLmentos; e
Ø assegurar que seus administradores, empregados e colaboradores tenham acesso a
informações relevantes, confiáveis, tempesLvas e compreensíveis para o exercício de
suas funções e responsabilidades.

As aAvidades de custódia e de controladoria de aAvos e de passivos devem estar


totalmente segregadas das aAvidades de gestão de recursos.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Administrador Fiduciário
O administrador fiduciário deve fiscalizar os serviços prestados por terceiros contratados
em nome do fundo ou do Ltular da carteira administrada, de forma a verificar, no mínimo,
que:
Ø os limites e condições estabelecidos na regulação e no regulamento do fundo ou no
contrato de carteira administrada sejam cumpridos pelos prestadores de serviços;
Ø o prestador de serviço possui recursos humanos, computacionais e estrutura
adequados e suficientes para prestar os serviços contratados;
Ø o gestor de recursos adota políLca de gerenciamento de riscos consistente e passível
de verificação, que é efeLvamente levada em conta no processo de tomada de
decisões de invesLmento;
Ø o gestor de recursos adota políLca de gerenciamento de riscos compaZvel com a
políLca de invesLmentos que pretende perseguir; e
Ø o custodiante possui sistemas de liquidação, validação, controle, conciliação e
monitoramento de informações que assegurem um tratamento adequado, consistente
e seguro para os aLvos nele custodiados.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Distribuição de Cotas de FI
O administrador de carteiras de valores mobiliários, pessoa jurídica, pode atuar na
distribuição de cotas de fundos de invesLmento de que seja administrador ou gestor, desde
que observe as seguintes normas específicas da CVM:
Ø cadastro de clientes, de conduta e de pagamento e recebimento de valores aplicáveis
à intermediação de operações realizadas com valores mobiliários em mercados
regulamentados de valores mobiliários;
Ø dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil do
cliente (suitability);
Ø idenLficação, o cadastro, o registro, as operações, a comunicação, os limites e a
responsabilidade administraLva referentes aos crimes de “lavagem” ou ocultação de
bens, direitos e valores (Know your client);

Além disso, o administrador de carteiras precisa, nesse caso, indicar um diretor responsável
pelo cumprimento de tais normas.

E, caso não seja insLtuição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil, o
administrador de carteiras de valores mobiliários não pode contratar agente autônomo de
invesAmento para distribuir cotas de fundos de invesAmento.
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 21
Penalidades e Multa Cominatória
Considera-se infração grave o exercício das aLvidades reguladas por esta Resolução por
pessoa não autorizada ou autorizada com base em declaração ou documentos falsos, bem
como a infração às seguintes normas:
Ø Deveres do administrador de carteiras de valores mobiliários;
Ø Vedações ao administrador de carteiras de valores mobiliários;
Ø Exercício das aLvidades do administrador de carteiras de valores mobiliários;
Ø Implementação de manutenção de políLca escrita de gestão de riscos;
Ø Segregação da administração de carteiras de valores mobiliários das demais aLvidades
exercidas pela pessoa jurídica;
Ø Exercício das aLvidades do administrador fiduciário;
Ø Distribuição de cotas de FI pelo administrador de carteiras de valores mobiliários,
pessoa jurídica;
Ø Manutenção de pelo menos 5 anos, ou por prazo superior por determinação expressa
da CVM, de todos os documentos e informações exigidos por esta Resolução.
O administrador de carteiras de valores mobiliários está sujeito à multa diária prevista na
norma específica que trata de multas cominatórias em virtude do descumprimento dos
prazos previstos nesta Resolução para entrega de informações periódicas, sem prejuízo do
disposto das penalidades previstas na Lei do Mercado de Capitais (6.385/76).
43
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Âmbito e Finalidade
A Instrução CVM 400 regula as ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários, nos
mercados primário ou secundário e tem por fim assegurar a proteção dos interesses do
público invesAdor e do mercado em geral, através do tratamento equitaAvo aos ofertados
e de requisitos de ampla, transparente e adequada divulgação de informações sobre a
oferta, os valores mobiliários ofertados, a companhia emissora, o ofertante e demais
pessoas envolvidas.

Toda oferta pública de distribuição de valores mobiliários nos mercados primário e


secundário, no território brasileiro, dirigida a pessoas naturais, jurídicas, fundo ou
universalidade de direitos, residentes, domiciliados ou consLtuídos no Brasil, deverá ser
submeAda previamente a registro na CVM, nos termos desta Instrução.

Contudo, não se sujeitam ao registro as ofertas públicas de ações de propriedade da União,


Estados, Distrito Federal e municípios e demais enLdades da administração pública, que,
cumulaLvamente: i. não objeLve colocação junto ao público em geral; ii. seja realizada em
leilão organizado por enLdade administradora de mercado organizado; iii. de lote único e
indivisível de valores mobiliários (nessa úlLma, o mesmo ofertante não pode realizar nova
oferta em relação a uma mesma espécie de valor mobiliário de uma mesma emissora dentro
do prazo de 4 meses contados da data do encerramento da oferta.
44
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Dispensa de Registro
Porém, a Instrução prevê algumas exceções a essa regra. Assim, considerando as
caracterísLcas da oferta pública de distribuição de valores mobiliários, a CVM poderá, a seu
critério e sempre observados o interesse público, a adequada informação e a proteção ao
invesLdor, dispensar o registro ou alguns dos requisitos, inclusive divulgações, prazos e
procedimentos previstos nesta Instrução.

Nesses casos, o ofertante apresentará à CVM modelo de declaração a ser firmado pelos
subscritores ou adquirentes, conforme o caso, da qual deverá constar, obrigatoriamente,
que:
Ø têm conhecimento e experiência em finanças e negócios suficientes para avaliar os
riscos e o conteúdo da oferta e que são capazes de assumir tais riscos;
Ø Averam amplo acesso às informações que julgaram necessárias e suficientes para a
decisão de invesLmento, notadamente aquelas normalmente fornecidas no Prospecto;
e
Ø têm conhecimento de que se trata de hipótese de dispensa de registro ou de
requisitos, conforme o caso.

45
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Dispensa de Registro
Todos os subscritores ou adquirentes dos valores mobiliários ofertados firmarão tais
declarações, as quais deverão ser inseridas nos boleLns de subscrição ou recibos de
aquisição, ou no termo de adesão e ciência de risco, no caso de oferta de cotas de emissão
de fundos de invesLmento.

Nas hipóteses de dispensa de registro ou de requisitos, a CVM pode impor restrições à


negociação dos valores mobiliários em mercados regulamentados.

46
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Conteúdo da Oferta
As ofertas públicas de distribuição deverão ser realizadas em condições que assegurem
tratamento equitaAvo aos desLnatários e aceitantes das ofertas, permiLda a concessão de
prioridade aos anLgos acionistas.

A oferta deverá ser irrevogável, mas poderá ser sujeita a condições que correspondam a um
interesse legíLmo do ofertante, que não afetem o funcionamento normal do mercado e
cujo implemento não dependa de atuação direta ou indireta do ofertante ou de pessoas a
ele vinculadas.

O ofertante poderá estabelecer que o preço e, tratando-se de valores mobiliários


representaLvos de dívida, também a taxa de juros, sejam determinados no dia da apuração
do resultado da coleta de intenções de invesAmento, desde que sejam indicados os
critérios objeLvos que presidem à sua fixação no Prospecto Preliminar

47
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Conteúdo da Oferta & Lote Suplementar
Nesse caso, o preço e a taxa de juros definiLvos deverão ser divulgados ao público nos
mesmos termos do Anúncio de Início de Distribuição e do Prospecto, e comunicados à
CVM e à bolsa de valores ou mercado de balcão onde são negociados os valores
mobiliários da emissora no próprio dia em que forem fixados.

Poderá haver contratos de estabilização de preços (deverão ser previamente aprovados pela
CVM).

O emissor ou o ofertante podem outorgar à insLtuição intermediária opção de distribuição


de lote suplementar, também chamado Green Shoe, a ser exercida em razão da prestação
de serviço de estabilização de preços dos valores mobiliários objeto da oferta, nas mesmas
condições e preço dos valores mobiliários inicialmente ofertados, até um montante pré-
determinado que constará obrigatoriamente no Prospecto e que não poderá ultrapassar
15% (quinze por cento) da quanAdade inicialmente ofertada.

A insLtuição intermediária deverá informar à CVM, até o dia posterior ao do exercício da


opção de distribuição de lote suplementar, a data do respecLvo exercício e a quanLdade de
valores mobiliários envolvidos.
48
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Resultado da Oferta
O resultado da oferta deverá ser divulgado tão logo terminado o prazo nela esApulado ou
imediatamente após a distribuição da totalidade dos valores mobiliários que dela são
objeto, o que ocorrer primeiro.

Caso a totalidade dos valores mobiliários ofertados seja, até a data de divulgação do
Anúncio de Início de Distribuição, colocada junto aos invesLdores através de coleta de
intenções de invesLmento, será admiLda a subsLtuição deste anúncio pela divulgação
apenas de Anúncio de Distribuição e Encerramento.

O Anúncio de Encerramento da Distribuição de ofertas públicas realizadas no âmbito do


Programa de Distribuição ConZnua não precisa ser publicado em jornais, mas deve ser
enviado para a CVM por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível na página da
CVM na rede mundial de computadores.

49
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Distribuição Parcial
O ato societário que deliberar sobre a oferta pública deverá dispor sobre o tratamento a
ser dado no caso de não haver a distribuição total dos valores mobiliários previstos para a
oferta pública ou a captação do montante total previsto para a oferta pública, tendo como
referência a deliberação que fixar a quanLdade final de valores mobiliários a serem
ofertados ou o montante final a ser captado com a oferta pública, especificando, se for o
caso, a quanLdade mínima de valores mobiliários ou o montante mínimo de recursos para
os quais será manLda a oferta pública.

O Prospecto deverá conter seção específica tratando da desAnação dos recursos conforme
a quanLdade de valores mobiliários a ser distribuída ou o montante de recursos que se
pretende captar, bem como a eventual fonte alternaLva de recursos, caso seja admiLda a
distribuição ou a captação parcial.

Na hipótese de não terem sido distribuídos integralmente os valores mobiliários objeto da


oferta e não tendo sido autorizada a distribuição parcial, os valores, bens ou direitos dados
em contraparLda aos valores mobiliários ofertados deverão ser integralmente resAtuídos
aos invesAdores, na forma e condições do Prospecto.

50
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Distribuição Parcial
Havendo a possibilidade de distribuição parcial, o invesLdor poderá, no ato de aceitação,
condicionar sua adesão a que haja distribuição:
Ø da totalidade dos valores mobiliários ofertados; ou
Ø de uma proporção ou quanAdade mínima dos valores mobiliários originalmente
objeto da oferta, definida conforme critério do próprio invesLdor, mas que não poderá
ser inferior ao mínimo previsto pelo ofertante.

Nesse segundo caso, o invesLdor deverá, no momento da aceitação, indicar se,


implementando-se a condição prevista, pretende receber:
Ø a totalidade dos valores mobiliários por ele subscritos; ou
Ø quanLdade equivalente à proporção entre o número de valores mobiliários
efeLvamente distribuídos e o número de valores mobiliários originalmente ofertados,
presumindo-se, na falta da manifestação, o interesse do invesLdor em receber a
totalidade dos valores mobiliários por ele subscritos.

51
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Instituições Intermediárias
O relacionamento do ofertante com as InsAtuições Intermediárias deverá ser formalizado
mediante contrato de distribuição de valores mobiliários, conforme cláusulas constantes do
Anexo VI da Instrução.

O contrato de distribuição deverá ter explícitas todas as formas de remuneração devidas


pelo ofertante, bem como toda e qualquer outra remuneração ainda que indireta, devendo
dele constar a políLca de desconto e/ou repasse concedido aos invesLdores, se for o caso,
suportado pelas InsLtuições Intermediárias.

Na hipótese de vinculação societária, direta ou indireta, entre o ofertante ou seu acionista


controlador e a insLtuição líder ou seu acionista controlador, tal fato deverá ser informado
com destaque no Prospecto.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
InsBtuições Intermediárias
O líder da distribuição, com expressa anuência da ofertante, organizará plano de
distribuição, que poderá levar em conta suas relações com clientes e outras considerações
de natureza comercial ou estratégica, do líder e do ofertante, de sorte que as InsLtuições
Intermediárias deverão assegurar:
Ø que o tratamento aos invesLdores seja justo e eqüitaLvo;
Ø a adequação do invesLmento ao perfil de risco de seus respecLvos clientes; e
Ø que os representantes de venda das insLtuições parLcipantes do consórcio de
distribuição recebam previamente exemplar do prospecto para leitura obrigatória e
que suas dúvidas possam ser esclarecidas por pessoa designada pela insLtuição líder
da distribuição.

As InsLtuições Intermediárias poderão se organizar sob a forma de consórcio com o fim


específico de distribuir os valores mobiliários no mercado e/ou garanLr a subscrição da
emissão, sendo que tal organização deverá ser formalizada no instrumento do contrato de
distribuição.
Salvo disposição em contrário, a obrigação de cada uma das InsAtuições Intermediárias
consorciadas de garanAr a distribuição dos valores mobiliários no mercado, ficará, no
mínimo, limitada ao montante do risco assumido no contrato.
53
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Instituições Intermediárias
Após o início da distribuição, o contrato de distribuição firmado entre o ofertante e a
insLtuição líder poderá ser alterado mediante prévia autorização da CVM e somente no que
se refere a:
Ø remuneração paga pelo ofertante;
Ø procedimento de distribuição;
Ø alteração das condições de distribuição, no que se referem à emissora ou ofertante;
Ø exclusão ou redução de garanLa de distribuição dos valores mobiliários no mercado
(garanLa firme) pelas InsLtuições Intermediárias contratadas; e
Ø subsLtuição ou exclusão de InsLtuições Intermediárias.

Sem prejuízo da garanLa firme de colocação prestada ao ofertante, poderão ser realizadas
realocações entre a insLtuição líder e as demais InsLtuições Intermediárias parLcipantes do
consórcio, desde que previstas no contrato de distribuição e divulgadas no Prospecto.

A responsabilidade pela prestação da garanAa perante o ofertante é da insAtuição líder e


das demais InsAtuições Intermediárias parAcipantes do consórcio, respeitadas as
condições especificadas no contrato de distribuição.

54
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
InsBtuições Intermediárias
Ao líder da distribuição cabem as seguintes obrigações:

Ø avaliar, em conjunto com o ofertante, a viabilidade da distribuição, suas condições e o


Lpo de contrato de distribuição a ser celebrado;
Ø solicitar, juntamente com o ofertante, o registro de distribuição devidamente
instruído, assessorando-o em todas as etapas da distribuição;
Ø formar o consórcio de distribuição, se for o caso;
Ø informar à CVM, até a obtenção do registro, os parLcipantes do consórcio,
discriminando por Lpo, espécie e classe a quanLdade de valores mobiliários
inicialmente atribuída a cada um;
Ø comunicar imediatamente à CVM qualquer eventual alteração no contrato de
distribuição, ou a sua rescisão;
Ø remeter mensalmente à CVM, no prazo de 15 (quinze) dias após o encerramento do
mês, a parLr da divulgação do Anúncio de Início de Distribuição, relatório indicaLvo do
movimento consolidado de distribuição de valores mobiliários,
Ø parLcipar aLvamente, em conjunto com o ofertante, na elaboração do Prospecto e na
verificação da consistência, qualidade e suficiência das informações dele constantes,
ficando responsável pelas informações prestadas;
55
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Instituições Intermediárias
Ao líder da distribuição cabem as seguintes obrigações:

Ø divulgar, quando exigido por esta Instrução, os avisos nela previstos;


Ø acompanhar e controlar o plano de distribuição da oferta;
Ø controlar os boleLns de subscrição ou os recibos de aquisição, devendo devolver ao
ofertante os boleLns ou os recibos não uLlizados, se houver, no prazo máximo de 30
dias após o encerramento da distribuição ;
Ø suspender a distribuição na ocorrência de qualquer fato ou irregularidade, inclusive
após a obtenção do registro, que venha a jusLficar a suspensão ou o cancelamento do
registro;
Ø comunicar imediatamente a ocorrência do ato ou irregularidade ali mencionados à
CVM, que verificará se a ocorrência do fato ou da irregularidade são sanáveis; e
Ø guardar, por 5 anos, à disposição da CVM, toda a documentação relaLva ao processo
de registro de distribuição pública e de elaboração do Prospecto.

56
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Prospecto
Documento elaborado pelo ofertante em conjunto com a insAtuição líder da distribuição,
obrigatório nas ofertas públicas de distribuição de que trata esta Instrução, e que contém
informação completa, precisa, verdadeira, atual, clara, objeAva e necessária, em
linguagem acessível, de modo que os invesLdores possam formar criteriosamente a sua
decisão de invesAmento.

O Prospecto deverá, de maneira que não omita fatos de relevo, nem contenha informações
que possam induzir em erro os invesLdores, conter os dados e informações sobre:
Ø a oferta;
Ø os valores mobiliários objeto da oferta e os direitos que lhes são inerentes;
Ø o ofertante;
Ø a companhia emissora e sua situação patrimonial, econômica e financeira;
Ø terceiros garanLdores de obrigações relacionadas com os valores mobiliários objeto da
oferta; e
Ø terceiros que venham a ser desLnatários dos recursos captados com a oferta.

57
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Prospecto
Caso se verifique, após a data da obtenção do registro, qualquer imprecisão ou mudança
significaAva nas informações conAdas no Prospecto, notadamente decorrentes de
deficiência informacional ou de qualquer fato novo ou anterior não considerado no
Prospecto, que se tome conhecimento e seja relevante para a decisão de invesAmento,
deverão o ofertante e a insLtuição líder suspender imediatamente a distribuição até que
se proceda a devida divulgação ao público da complementação do Prospecto e dessa nova
informação.

O Prospecto DefiniAvo deverá estar disponível ao invesLdor, na data do início da


distribuição a oferta; já o Prospecto Preliminar deverá estar disponível nos mesmos locais
do Prospecto DefiniLvo para os invesLdores pelo menos 5 dias úteis antes do prazo inicial
para o recebimento de reserva.

Porém, caso não haja uLlização do Prospecto Preliminar, o Prospecto DefiniLvo deve estar
disponível para os invesLdores pelo menos 5 dias úteis antes do prazo inicial para a
aceitação da oferta. Essa condição deve também ser observada se houver sido uLlizado
Prospecto Preliminar e as informações constantes do Prospecto DefiniLvo forem
substancialmente diferentes das informações daquele.
58
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Consulta sobre a Viabilidade da Oferta
É permiLda a consulta a potenciais invesLdores pelo ofertante e pela insLtuição líder da
distribuição para apurar a viabilidade ou o interesse de uma eventual oferta pública de
distribuição, devendo esta consulta não exceder de 50 (cinquenta) invesLdores e ter
critérios razoáveis para o controle da confidencialidade e do sigilo, caso já tenha havido a
contratação prévia de insLtuição intermediária pelo ofertante.

Esse Lpo de consulta é conhecido por Pilot Fishing.

A consulta a potenciais invesLdores não poderá vincular as partes, sob pena de caracterizar
distribuição irregular de valores mobiliários, sendo vedada a realização ou aceitação de
ofertas, bem como o pagamento ou o recebimento de quaisquer valores, bens ou direitos
de parte a parte.

Durante a consulta a potenciais invesLdores, o ofertante e a insLtuição líder da distribuição


deverão manter cautela com seus interlocutores, de que a intenção de realizar distribuição
pública de valores mobiliários seja manLda em sigilo até a sua regular e ampla divulgação
ao mercado.

59
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Recebimento de Reservas
É permiLda a coleta de intenções de invesAmento, com ou sem o recebimento de reservas,
a parAr da divulgação de Prospecto Preliminar e do protocolo do pedido de registro de
distribuição na CVM, devendo ser comunicada à CVM, juntamente com o pedido de
registro da distribuição, o desejo de se realizar coleta de intenções de invesLmento.

É admissível o recebimento de reservas para subscrição ou aquisição de valores mobiliários


objeto de oferta pública, desde que:
Ø tal fato esteja previsto nos Prospectos DefiniLvo e Preliminar;
Ø tenha sido requerido o registro da distribuição; e
Ø haja Prospecto Preliminar à disposição dos invesLdores.

O depósito em dinheiro para reservas, se houver, será realizado em conta bloqueada,


remunerada ou não, na forma e condições estabelecidas no Prospecto, em insLtuição
financeira autorizada indicada pelo líder da distribuição e sob sua responsabilidade.

60
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Normas de Conduta
A emissora, o ofertante, as InsLtuições Intermediárias, estas úlLmas desde a contratação,
envolvidas em oferta pública de distribuição, decidida ou projetada, e as pessoas que com
estes estejam trabalhando ou os assessorando de qualquer forma, deverão:

I. Até que a oferta pública seja divulgada, limitar:


Ø a revelação de informação relaLva à oferta ao que for necessário para os objeLvos da
oferta, adverLndo os desLnatários sobre o caráter reservado da informação
transmiLda; e
Ø a uLlização da informação reservada estritamente aos fins relacionados com a
preparação da oferta.

II. Como regra geral, abster-se de negociar, até a divulgação do Anúncio de Encerramento
de Distribuição, com valores mobiliários do mesmo emissor e espécie daquele objeto
da oferta pública, nele referenciados, conversíveis ou permutáveis, ou com valores
mobiliários nos quais o valor mobiliário objeto da oferta seja conversível ou
permutável;

61
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Normas de Conduta
III. Caso tenha elaborado relatórios públicos de análise sobre a companhia e a operação,
idenLficá-los como relacionados à oferta pública de distribuição quando do envio à
enLdade credenciadora, nos termos da Instrução aplicável a revelação de informação
relaLva à oferta ao que for necessário para os objeLvos da oferta, adverLndo os
desLnatários sobre o caráter reservado da informação transmiLda

IV. Abster-se de se manifestar na mídia sobre a oferta ou o ofertante até a divulgação do


Anúncio de Encerramento de Distribuição nos 60 dias que antecedem o protocolo do
pedido de registro da oferta ou desde a data em que a oferta foi decidida ou projetada,
o que ocorrer por úlLmo; e

V. a parLr do momento em que a oferta se torne pública, ao divulgar informação


relacionada à emissora ou à oferta:
Ø observar os princípios relaLvos à qualidade, transparência e igualdade de acesso à
informação; e
Ø esclarecer as suas ligações com a emissora ou o seu interesse na oferta, nas suas
manifestações em assuntos que envolvam a oferta, a emissora ou os valores
mobiliários.
62
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Material Publicitário
A uLlização de qualquer texto publicitário para oferta, anúncio ou promoção da
distribuição, por qualquer forma ou meio veiculados, inclusive audiovisual, dependerá de
prévia aprovação da CVM e somente poderá ser feita após a apresentação do Prospecto
Preliminar à CVM.

O material publicitário não poderá conter informações diversas ou inconsistentes com as


constantes do Prospecto e deverá ser elaborado em linguagem serena e moderada,
adverLndo seus leitores para os riscos do invesLmento.

O material mencionado neste arLgo deverá fazer referência expressa de que se trata de
material publicitário e mencionar a existência de Prospecto, bem como a forma de se obter
um exemplar, além da advertência em destaque com o seguinte dizer: “LEIA O PROSPECTO
ANTES DE ACEITAR A OFERTA”

Poderá ser especificamente admiLda a uLlização de material publicitário antes da


apresentação do Prospecto Preliminar, desde que desAnado a campanha educaAva do
público-alvo, em distribuições desAnadas a invesAdores não familiarizados com o
mercado de valores mobiliários (material também sujeito à aprovação da CVM).
63
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Divulgação e Período da Distribuição
A insLtuição líder deverá dar ampla divulgação à oferta, por meio de divulgação do Anúncio
de Início de Distribuição.

Caso seja uLlizado Prospecto Preliminar, o líder deverá imediatamente publicar aviso, na
forma prevista no art. 54-A, precedendo o Anúncio de Início de Distribuição, o qual deve
conter
Ø informação sobre a data do protocolo do pedido de registro de oferta pública de
distribuição de valores mobiliários na CVM;
Ø indicação de local para obtenção do Prospecto Preliminar;
Ø a indicação das datas esLmadas e locais de divulgação da distribuição;
Ø condições para se efetuar reservas para subscrição ou aquisição de valores mobiliários,
se for o caso;
Ø outras informações que se fizerem necessárias sobre a distribuição; e
Ø indicação, com destaque, dos meios de comunicação por intermédio dos quais o
Anúncio de Início de Distribuição e o Anúncio de Encerramento da Distribuição serão
divulgados.

64
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Divulgação e Período da Distribuição
A subscrição ou aquisição de valores mobiliários objeto da oferta pública de distribuição
somente poderão ser efetuadas após observadas, cumulaAvamente, as seguintes
condições:
Ø obtenção do registro da oferta na CVM;
Ø divulgação do Anúncio de Início de Distribuição; e
Ø disponibilidade do Prospecto DefiniLvo para os invesLdores.

No caso de distribuição com excesso de demanda superior em um terço à quanAdade de


valores mobiliários ofertada, é vedada a colocação de valores mobiliários em
controladores ou administradores das InsAtuições Intermediárias e da emissora ou outras
pessoas vinculadas à emissão e distribuição, bem como seus cônjuges ou companheiros,
seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 2º grau.

65
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Veracidade das Informações
O ofertante é o responsável pela veracidade, consistência, qualidade e suficiência das
informações prestadas por ocasião do registro e fornecidas ao mercado durante a
distribuição.

A insAtuição líder deverá tomar todas as cautelas e agir com elevados padrões de
diligência, respondendo pela falta de diligência ou omissão, para assegurar que:
Ø as informações prestadas pelo ofertante são verdadeiras, consistentes, corretas e
suficientes, permiLndo aos invesLdores uma tomada de decisão fundamentada a
respeito da oferta; e
Ø as informações fornecidas ao mercado durante todo o prazo de distribuição, inclusive
aquelas eventuais ou periódicas constantes da atualização do registro da companhia e
as constantes do estudo de viabilidade econômico-financeira do empreendimento, se
aplicável, que venham a integrar o Prospecto, são suficientes, permiLndo aos
invesLdores a tomada de decisão fundamentada a respeito da oferta.

66
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 400
Veracidade das Informações
O ofertante e a insAtuição líder deverão declarar que o Prospecto contém as informações
relevantes necessárias ao conhecimento pelos invesAdores da oferta, dos valores
mobiliários ofertados, da emissora, suas aLvidades, situação econômico-financeira, os
riscos inerentes à sua aLvidade e quaisquer outras informações relevantes, bem como que
o Prospecto foi elaborado de acordo com as normas perLnentes.

O registro não implica, por parte da CVM, garanAa de veracidade das informações
prestadas ou julgamento sobre a qualidade da companhia, sua viabilidade, sua
administração, situação econômico-financeira ou dos valores mobiliários a serem
distribuídos e é concedido segundo critérios formais de legalidade.

67
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 476
Aplicação
A Instrução CVM 476 e posteriores alterações dispõe sobre as ofertas públicas de valores
mobiliários distribuídas com esforços restritos e a negociação desses valores mobiliários
nos mercados regulamentados.
A instrução se aplica exclusivamente às ofertas públicas de:
Ø notas comerciais;
Ø cédulas de crédito bancário que não sejam de responsabilidade de insLtuição
financeira;
Ø debêntures não-conversíveis ou não-permutáveis por ações;
Ø cotas de fundos de invesAmento fechados
Ø cerAficados de recebíveis imobiliários ou do agronegócio emiAdos por companhias
securiAzadoras registradas na CVM como companhias abertas;
Ø cerAficados de direitos creditórios do agronegócio;
Ø cédulas de produto rural - financeiras que não sejam de responsabilidade de
insLtuição financeira;
Ø warrants agropecuários.

68
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 476
Aplicação
A instrução também se aplica exclusivamente às ofertas públicas dos seguintes valores
mobiliários, desde que emiLdos por emissor registrado na categoria A (emissores
autorizados pela CVM a negociar quaisquer valores mobiliários nos mercados
regulamentados):
Ø ações;
Ø debêntures conversíveis por ações; e
Ø bônus de subscrição, mesmo que atribuídos como vantagem adicional aos subscritores
de debêntures.

Por fim, a instrução também se aplica às ofertas públicas de:


debêntures permutáveis por ações, desde que tais ações sejam manLdas por emissor
registrado na categoria A;
Ø cerLficados de depósito de valores mobiliários; e
Ø cerLficados de depósito de valores mobiliários no âmbito de programa de BDR
Patrocinado Nível I, Nível II e Nível III.

Esta Instrução não se aplica às ofertas privadas de valores mobiliários.

69
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 476
Aplicação
As ofertas públicas distribuídas com esforços restritos deverão ser desAnadas
exclusivamente a invesAdores profissionais, conforme definido em regulamentação
específica, e intermediadas por integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários.

Não será permiAda a busca de invesAdores através de lojas, escritórios ou


estabelecimentos abertos ao público, ou com a uLlização de serviços públicos de
comunicação, como a imprensa, o rádio, a televisão e páginas abertas ao público na rede
mundial de computadores.

Nas ofertas públicas distribuídas com esforços restritos:


Ø será permiAda a procura de, no máximo, 75 invesAdores profissionais, conforme
definido em regulamentação específica; e
Ø os valores mobiliários ofertados deverão ser subscritos ou adquiridos por, no máximo,
50 invesAdores profissionais.

Não é admiAda a troca da insLtuição intermediária líder, nem da espécie, série e classe dos
valores mobiliários ofertados.
70
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 476
Procedimentos de Distribuição
Exceto nos casos expressamente previstos nesta Instrução, não se aplicam às ofertas
públicas distribuídas com esforços restritos:
Ø a Instrução CVM nº 400 (exceto as regras de distribuição parcial); e
Ø demais normas da CVM relaLvas ao procedimento de distribuição de valores
mobiliários específicos.

Nas ofertas de valores mobiliários distribuídas na forma desta Instrução que prevejam a
aLvidade de estabilização de preços dos valores mobiliários objeto da oferta, o emissor ou
o ofertante podem outorgar à insLtuição intermediária opção de distribuição de lote
suplementar (também conhecido como Green Shoe), nas mesmas condições e preço dos
valores mobiliários inicialmente ofertados, até um montante que não pode ultrapassar 15%
da quanAdade ofertada.

As ofertas públicas distribuídas com esforços restritos estão automaAcamente dispensadas


do registro de distribuição na CVM; contudo, os subscritores ou adquirentes dos valores
mobiliários deverão fornecer, por escrito, declaração atestando que estão cientes de que a
oferta não foi registrada na CVM e os valores mobiliários ofertados estão sujeitos às
restrições de negociação previstas nesta Instrução.
71
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 476
Procedimentos de Distribuição
O início da oferta pública distribuída com esforços restritos deverá ser informado pelo
intermediário líder à CVM, no prazo de 5 dias úteis, contado da primeira procura a
potenciais invesLdores.

Já o encerramento de oferta pública distribuída com esforços restritos deverá ser


informado pelo intermediário líder à CVM, no prazo de 5 dias, contado de seu
encerramento.

Por sua vez, a subscrição ou aquisição dos valores mobiliários objeto da oferta de
distribuição deve ser realizada no prazo máximo de 24 meses, contado da data de início da
oferta

E, como regra geral, o ofertante não pode realizar outra oferta pública da mesma espécie
de valores mobiliários do mesmo emissor dentro do prazo de 4 (quatro) meses contados da
data do encerramento ou do cancelamento da oferta, a menos que a nova oferta seja
submeLda a registro na CVM.

72
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 476
Obrigações dos ParBcipantes
O ofertante (e também seus administradores) deverá oferecer informações verdadeiras,
consistentes, corretas e suficientes para os invesLdores. Além disso, informações fornecidas
aos invesLdores procurados, por emissor com o registro na CVM, devem ser divulgadas de
forma abrangente, equitaLva e simultânea para todo o mercado.

Os administradores do ofertante (da emissora), dentro de suas competências legais e


estatutárias, são responsáveis pelo cumprimento das obrigações impostas ao ofertante (à
emissora) por esta Instrução.

Aplicam-se às ofertas públicas distribuídas com esforços restritos, as normas de conduta


aplicáveis previstas na Instrução CVM nº 400.

73
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 476
Obrigações dos Participantes
Alguns dos principais deveres do intermediário líder da oferta são:

Ø tomar todas as cautelas e agir com elevados padrões de diligência, respondendo pela
falta de diligência ou omissão, para assegurar que as informações prestadas pelo
ofertante sejam verdadeiras, consistentes, corretas e suficientes, permiLndo aos
invesLdores uma tomada de decisão fundamentada a respeito da oferta;
Ø divulgar eventuais conflitos de interesse aos invesLdores;
Ø cerLficar-se de que os invesLdores têm conhecimento e experiência em finanças e
negócios suficientes para avaliar a qualidade e os riscos dos valores mobiliários
ofertados;
Ø cerLficar-se de que o invesLmento é adequado ao nível de sofisLcação e ao perfil de
risco dos invesLdores;
Ø suspender a distribuição e comunicar a CVM, imediatamente, caso constate qualquer
irregularidade; e
Ø cerAficar-se de que a oferta seja direcionada exclusivamente a invesAdores
profissionais.

74
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Instrução CVM 476
Negociação dos Valores Mobiliários
Como regra geral, os valores mobiliários ofertados de acordo com esta Instrução somente
podem ser negociados nos mercados regulamentados de valores mobiliários depois de
decorridos 90 dias de cada subscrição ou aquisição pelos invesAdores.

Observado esse período vedação à negociação, os valores mobiliários ofertados de acordo


com esta Instrução poderão ser negociados nos mercados de balcão organizado e não-
organizado e em bolsa, mas desde que o emissor possua registro para negociação nesse
úlAmo mercado.

Os valores mobiliários ofertados nos termos desta Instrução só poderão ser negociados
entre invesAdores qualificados.

Caso os valores mobiliários ofertados sejam cotas de fundos de invesLmento, sua


negociação nos mercados de balcão organizado e não organizado só será admiLda se o
fundo esLver registrado para funcionamento na CVM.

75
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Investimentos e Limites de Alocação
A Resolução CMN 4.661 deve ser seguida pelas enLdades fechadas de previdência
complementar (EFPC), na aplicação dos recursos correspondentes às reservas técnicas,
provisões e fundos dos planos que administram.

Os invesLmentos dos recursos dos planos administrados pela EFPC devem ser classificados
nos seguintes segmentos de aplicação:
Limite em relação aos
Segmento
recursos de cada plano
Renda Fixa 100%
Renda Variável 70%
Estruturados 20%
Imobiliários 20%
Operações com participantes 15%
Exterior 10%
Veremos agora os limites por segmento e por aplicações de cada um dos segmentos.
76
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
InvesBmentos e Limites de Alocação
Limites adicionais – Renda Fixa (limite global: 100%)
Ø Títulos da dívida pública mobiliária
federal interna 100%
Ø ETF Renda Fixa
Ø Títulos de Instituições Financeiras
Ø Títulos Privados de empresas de capital
80%
aberto (inclusive securitizadoras)
Ø Cotas de ETF Renda Fixa
Ø Títulos das dívidas públicas mobiliárias
estaduais e municipais
Ø Títulos de Renda Fixa de Instituições
não bancárias
20%
Ø Debêntures de empresas de capital
fechado
Ø FIDC, FIC-FIDC, CCB, CCCB, CPR, CDCA,
CRA, WA

77
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Investimentos e Limites de Alocação
Limites adicionais – Renda Variável (limite global: 70%)
Ø Ações listadas em segmentos de
governança corporativa diferenciada
70%
Ø Cotas de ETF referenciado em ações com
governança corporativa diferenciada
Ø Ações
50%
Ø Cotas de ETF referenciado em ações
Ø BDR Níveis II e III 10%
Ø Certificados representativos de ouro
3%
físico

78
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
InvesBmentos e Limites de Alocação
Limites adicionais – Estruturados (limite global: 20%)
Ø Fundos de Investimento em Participações (FIP)
Ø Fundos Multimercado (FIM) e Fundos de Investimento
15%
em Cotas de Fundos Multimercados (FIC-FIM)
Ø Fundos de Investimentos Ações – Mercado de Acesso
Ø COE (Certificado de Operações Estruturadas) 10%

Limites adicionais – Imobiliário (limite global: 20%)


Ø Fundos de Investimento imobiliário (FII) e Fundos de
Investimento em Cotas de Fundos de Investimento 20%
Imobiliário (FICFII
Ø CRI e CCI 10%

79
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
InvesBmentos e Limites de Alocação
Limites adicionais – Operações com Participantes (limite global: 15%)
Ø Empréstimos pessoais e financiamentos imobiliários
concedidos com recursos do plano de benefícios aos seus 15%
participantes e assistidos

Limites adicionais – Exterior (limite global: 10%)


Ø Fundos de Investimento e Fundos de Investimento em
Cotas de Fundos de Investimento Renda Fixa – Dívida 10%
Externa
Ø Fundos classificados como Investimento no Exterior 10%
Ø Fundos de investimento classificados como Investimento
no Exterior, que invistam, no mínimo, 67% do seu
10%
patrimônio líquido em cotas de Fundos de Investimento
constituídos no exterior;
Ø BDR Nível I e Fundos Ações - BDR Nível I 10%

80
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Investimentos e Limites de Alocação
Limite de Concentração por Emissor
Ø Capital total e do capital votante, incluindo os bônus de
subscrição e os recibos de subscrição, de uma mesma
25%
sociedade por ações de capital aberto admitida ou não à
negociação em bolsa de valores;
Ø Instituição financeira bancária, não bancária e de cooperativa
de crédito
Ø FIDC ou FICFIDC;
Ø ETF Renda Fixa 25%
Ø Fundo de investimento ou fundo de investimento em cotas de
fundo de investimento classificado no segmento estruturado;
Ø FII e FICFII.
Ø missões de certificado de recebíveis com a adoção de regime
fiduciário 15%
Ø Fundo de Investimento constituído no exterior

81
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
DerivaBvos
A EFPC pode manter posições em mercados derivativos, diretamente ou por meio de fundo
de investimento, desde que observadas, cumulativamente, as seguintes condições:
Ø avaliação prévia dos riscos envolvidos;
Ø existência de sistemas de controles internos adequados às suas operações;
Ø registro da operação ou negociação em bolsa de valores ou de mercadorias e futuros
ou em mercado de balcão organizado;
Ø atuação de câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação como
contraparte central garantidora da operação;
Ø margem requerida limitada a 15% da posição em títulos da dívida pública mobiliária
federal, ativos financeiros de emissão de instituição financeira e ações aceitos pela
Clearing; e
Ø valor total dos prêmios de opções pagos limitado a 5% da posição em títulos da dívida
pública mobiliária federal, ativos financeiros de emissão de instituição financeira e
ações da carteira de cada plano ou fundo de investimento.

82
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Fundos de Investimentos Constituídos no Brasil
Os fundos de investimento objeto de aplicação por parte das EFPC devem ser registrados na
CVM e os investimentos por eles realizados devem observar os requisitos dos ativos
financeiros estabelecidos nesta Resolução.

A EFPC deve avaliar os custos decorrentes de aplicações em fundos de investimentos em


relação aos níveis de aplicação e divulgar as despesas de terceirização dos investimentos
por plano de benefícios.

Os investimentos realizados por meio de fundos de investimentos e de fundos de


investimentos em cotas de fundos de investimentos devem ser consolidados com as
posições dos ativos das carteiras próprias e carteiras administradas para fins de verificação
dos limites estabelecidos nesta Resolução, exceto as posições em:
Ø ETF de Renda Fixa e de Renda Variável;
Ø FIDC e FICFIDC; e
Ø FII e FICFII.

83
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Taxa de Performance
A aplicação de recursos pela EFPC em fundos de investimentos ou em carteiras
administradas, quando os regulamentos ou contratos contenham cláusulas que tratem de
taxa de performance, está condicionada a que o pagamento da referida taxa atenda às
seguintes condições:
Ø rentabilidade do investimento superior a valorização de, no mínimo, 100% do índice
de referência;
Ø montante final do investimento superior ao capital inicial da aplicação ou ao valor do
investimento na data do último pagamento (linha d’água)
Ø periodicidade, no mínimo, semestral; e
Ø conformidade com as demais regras aplicáveis a investidores que não sejam
considerados qualificados.

As duas últimas condições não se aplicam aos fundos de investimento cujos regulamentos
estabeleçam que a taxa de performance será paga somente após a devolução aos cotistas
da totalidade de seu capital integralizado no fundo.

84
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Desenquadramento Passivo
Não são considerados como inobservância aos limites estabelecidos nesta Resolução os
desenquadramentos passivos decorrentes de:
Ø valorização de ativos relativamente aos recursos garantidores do plano;
Ø recebimento de ações em bonificação;
Ø conversão de bônus ou recibos de subscrição;
Ø exercício do direito de preferência;
Ø reestruturação societária na qual a EFPC não efetue novos aportes;
Ø as operações de fusão, cisão, incorporação ou qualquer outra forma de reorganização
societária, relativas às entidades fechadas; retiradas de patrocinadores; e
transferências de patrocínio, de grupo de participantes, de planos e de reservas entre
entidades fechadas;
Ø resgate de cotas de fundos de investimento nos quais a EFPC não efetue novos
aportes; e
Ø recebimento de ativos provenientes de operações de empréstimos realizados com
participantes.
Tais excessos devem ser eliminados no prazo de dois anos da ocorrência do
desenquadramento, ficando a a EFPC fica impedida, até o respectivo enquadramento, de
efetuar investimentos que agravem os excessos verificados.
85
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Vedações
Por meio de carteira própria, carteira administrada e fundos de investimento e fundos de
investimento em cotas de fundo de investimento, é vedado à EFPC:

Ø realizar operações de compra e venda, ou qualquer outra forma de troca de ativos


entre planos de uma mesma EFPC;
Ø realizar operações de crédito, inclusive com suas patrocinadoras, ressalvadas as
operações de empréstimos e financiamentos a participantes do plano;
Ø aplicar em ativos financeiros de emissão de pessoas físicas;
Ø aplicar em ativos financeiros de emissão de sociedades limitadas, ressalvados os casos
expressamente previstos nesta Resolução;
Ø aplicar em ações e demais ativos financeiros de emissão de sociedades por ações de
capital fechado, ressalvados os casos expressamente previstos nesta Resolução;
Ø como regra geral, realizar operações com ações, bônus de subscrição em ações,
recibos de subscrição em ações, certificados de depósito de valores mobiliários não
admitidos à negociação por intermédio de mercado de balcão organizado ou bolsa de
valores autorizada a funcionar pela CVM;
Ø aplicar no exterior, ressalvados os casos expressamente previstos nesta Resolução;
Ø prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se de qualquer forma;
86
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Vedações
Também é vedado à EFPC:

Ø manter posições em mercados derivativos, diretamente ou por meio de fundo de


investimento a descoberto ou que gerem possibilidade de perda superior ao valor do
patrimônio da carteira ou do fundo de investimento ou que obriguem ao cotista
aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo;
Ø realizar operações de compra e venda de um mesmo ativo financeiro em um mesmo
dia (operações day trade), excetuadas as realizadas em plataforma eletrônica ou em
bolsa de valores ou de mercadorias e futuros devidamente justificadas em relatório
atestado pelo AETQ (Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado);
Ø locar, emprestar, tomar emprestado, empenhar ou caucionar ativos financeiros;
Ø atuar como incorporadora, de forma direta ou indireta; e
Ø adquirir terrenos e imóveis.

Tais vedações, com exceção da primeira (sobre compra e venda ou troca de ativos entre
planos), não se aplicam aos FIDC e FICFIDC, FII e FICFII, FIM e FICFIM classificados no
segmento estruturado, fundos de investimento classificados como "Ações - Mercado de
Acesso" e fundos de investimentos constituídos no exterior.
87
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Alocação de Recursos e PolíBca de InvesBmentos
A Resolução CMN 3.922 deve ser seguida pelos regimes próprios de previdência social
insLtuídos pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Observadas as limitações e condições estabelecidas nesta Resolução, os recursos dos


regimes próprios de previdência social devem ser alocados nos seguintes segmentos de
aplicação:
Ø Renda fixa;
Ø Renda variável e invesLmentos estruturados; e;
Ø InvesLmentos no exterior.

São considerados invesLmentos estruturados os fundos de invesLmento:


Ø MulLmercado;
Ø Em parLcipações (FIP); e
Ø Classificados como Ações – Mercado de Acesso.

88
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Alocação de Recursos e Política de Investimentos
Os responsáveis pela gestão do regime próprio de previdência social, antes do exercício a
que se referir, deverão definir a políLca anual de aplicação dos recursos de forma a
contemplar, no mínimo:
Ø Modelo de gestão a ser adotado e, se for o caso, os critérios para a contratação de
pessoas jurídicas autorizadas nos termos da legislação em vigor para o exercício
profissional de administração de carteiras;
Ø Estratégia de alocação dos recursos entre os diversos segmentos de aplicação e as
respecLvas carteiras de invesLmentos;
Ø Parâmetros de rentabilidade perseguidos, que deverão buscar compaLbilidade com o
perfil de suas obrigações, tendo em vista a necessidade de busca e manutenção do
equilíbrio financeiro e atuarial e os limites de diversificação e concentração previstos
nesta Resolução;
Ø Limites uLlizados para invesLmentos em Ztulos e valores mobiliários de emissão ou
coobrigação de uma mesma pessoa jurídica;
Ø a metodologia, os critérios e as fontes de referência a serem adotados para
precificação dos aLvos;

89
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Alocação de Recursos e PolíBca de InvesBmentos
Os responsáveis pela gestão do regime próprio de previdência social (RPPS), antes do
exercício a que se referir, deverão definir a políLca anual de aplicação dos recursos de
forma a contemplar, no mínimo:
Ø a metodologia e os critérios a serem adotados para análise prévia dos riscos dos
invesLmentos, bem como as diretrizes para o seu controle e monitoramento;
Ø metodologia e os critérios a serem adotados para avaliação e acompanhamento do
retorno esperado dos invesLmentos; e
Ø plano de conLngência, a ser aplicado no exercício seguinte, com as medidas a serem
adotadas em caso de descumprimento dos limites e requisitos previstos nesta
Resolução e dos parâmetros estabelecidos nas normas gerais dos regimes próprios de
previdência social, de excessiva exposição a riscos ou de potenciais perdas dos
recursos.

A políLca anual de invesLmentos dos recursos do regime próprio de previdência social e


suas revisões deverão ser aprovadas pelo órgão superior competente, antes de sua
implementação.

90
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Segmentos de Aplicação e Limites
Segmento de Renda Fixa
Ø Títulos de emissão do Tesouro Nacional registrados no
Selic
Ø Fundos de investimento compostos exclusivamente por 100%
títulos de emissão do Tesouro Nacional
Ø ETF Renda Fixa
Ø Operações Compromissadas lastreadas em títulos
5%
públicos de emissão do Tesouro Nacional
Ø Fundos de Renda Fixa Referenciado e ETF de Renda Fixa
(carteira composta por títulos não atrelados à taxa de 60%
juros de um dia)
Ø Fundos de Renda Fixa e ETF de Renda Fixa 40%

91
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Segmentos de Aplicação e Limites
Segmento de Renda Fixa
Ø Letras Imobiliárias Garantidas (LIG) 20%
Ø Certificado de Depósito Bancário (CDB) 15% (limitado ao montante
Ø Depósito de Poupança garantido pelo FGC)
Ø Cota de classe sênior de FIDC
Ø Fundo de investimento Renda Fixa Crédito Privado 5%
Ø Fundo de Debêntures Incentivadas

92
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 4.661
Segmentos de Aplicação e Limites
Segmento de Renda Variável e Investimentos Estruturados
Ø Fundo de Ações e ETF indexado a índices de Renda Variável
30%
(mínimo de 50 ações)
Ø Fundo de Ações indexado a índices de Renda Variável 20%
Ø Fundo de investimento Multimercado sem alavancagem 10%
Ø Fundo de Investimento em Participações
Ø Fundo de Investimento Imobiliário 5%
Ø Fundo de Ações – Mercado de Acesso

Segmento de Investimentos no Exterior


Ø Fundo de investimento e Fundo de investimento em cota
de Fundo de Investimento Renda Fixa – Dívida Externa
Ø Fundo de Investimento classificado como Investimento no 10%
Exterior
Ø Fundo de investimento Ações – BDR Nível I

93
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Limites Gerais e da Gestão
As aplicações dos recursos realizadas diretamente pelos RPPS, ou indiretamente por meio
de fundos de invesLmento ou de fundos de invesLmento em cotas de fundos de
invesLmento, devem ser consolidadas com as posições das carteiras próprias e carteiras
administradas para verificação do cumprimento dos limites, requisitos e vedações
estabelecidos na resolução.

As aplicações dos RPPS em fundos de invesLmento em cotas de fundos de invesLmento


serão admiLdas desde que seja possível idenLficar e demonstrar que os respecLvos fundos
mantenham as composições, limites e garanLas exigidas para os fundos de invesLmento de
que trata esta Resolução.

As aplicações em cotas de um mesmo fundo de invesLmento, fundo de invesLmento em


cotas de fundos de invesLmento ou fundo de índice não podem, direta ou indiretamente,
exceder a 20% das aplicações dos recursos do RPPS.

O total das aplicações dos recursos do RPPS em fundos de invesLmento e carteiras


administradas não pode exceder a 5% do volume total de recursos de terceiros gerido por
um mesmo gestor ou por gestoras ligadas ao seu respecLvo grupo econômico.
94
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Taxa de Performance
A aplicação de recursos pela EFPC em fundos de invesLmentos ou em carteiras
administradas, quando os regulamentos ou contratos contenham cláusulas que tratem de
taxa de performance, está condicionada a que o pagamento da referida taxa atenda às
seguintes condições:
Ø rentabilidade do invesLmento superior a valorização de, no mínimo, 100% do índice
de referência;
Ø montante final do invesLmento superior ao capital inicial da aplicação ou ao valor do
invesLmento na data do úlLmo pagamento (linha d’água)
Ø periodicidade, no mínimo, semestral; e
Ø conformidade com as demais regras aplicáveis a invesLdores que não sejam
considerados qualificados.

As duas úlLmas condições não se aplicam aos fundos de invesLmento cujos regulamentos
estabeleçam que a taxa de performance será paga somente após a devolução aos coLstas
da totalidade de seu capital integralizado no fundo, devidamente atualizado pelo índice de
referência e taxa de retorno neles previstos.

95
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CMN 3.922
Limites Gerais e da Gestão
A gestão das aplicações dos recursos dos RPPS poderá ser:
Ø Própria, quando as aplicações são realizadas diretamente pelo órgão ou enLdade
gestora do regime próprio de previdência social;
Ø Por enAdade autorizada e credenciada, quando as aplicações são realizadas por
intermédio de insLtuição financeira ou de outra insLtuição autorizada nos termos da
legislação em vigor para o exercício profissional de administração de carteiras; e
Ø Mista, quando as aplicações são realizadas, parte por gestão própria e parte por
gestão por enLdade autorizada e credenciada.

Os RPPS somente poderão aplicar recursos em cotas de fundos de invesLmento quando


atendidas, cumulaLvamente, as seguintes condições:
Ø o administrador ou o gestor do fundo de invesLmento seja insLtuição autorizada a
funcionar pelo BCB obrigada a insLtuir comitê de auditoria e comitê de riscos;
Ø o administrador do fundo de invesLmento detenha, no máximo, 50% dos recursos sob
sua administração oriundos de RPPS; e
Ø o gestor e o administrador do fundo de invesLmento tenham sido objeto de prévio
credenciamento e sejam considerados pelos responsáveis pela gestão de recursos do
RPPS como de boa qualidade de gestão e de ambiente de controle de invesLmento.
96
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Instrução CVM 555
De acordo com a Instrução CVM 555 e posteriores atualizações, consideram-se
Previdenciários os fundos consLtuídos para aplicação de recursos de:

Ø EnLdades abertas ou fechadas de previdência privada;


Ø Regimes próprios de previdência social insLtuídos pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou por Municípios;
Ø Planos de previdência complementar aberta e seguros de pessoas, de acordo com a
regulamentação editada pelo Conselho Nacional de Seguros Privados; e
Ø FAPI – Fundo de Aposentadoria Programada Individual.

Nos fundos vinculados a planos de previdência administrados por enLdades abertas de


previdência complementar e a seguros de pessoas, de acordo com as regulamentações
editadas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados, na emissão e no resgate de cotas do
fundo pode ser uLlizada cota de abertura.

97
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 432
A Resolução CNSP 432 dispõe sobre provisões técnicas, aLvos redutores da necessidade de
cobertura das provisões técnicas, capitais de risco, patrimônio líquido ajustado, capital
mínimo requerido, planos de regularização, limite de retenção, critérios para a realização de
invesLmentos, normas contábeis, auditoria contábil e auditoria atuarial independentes e
Comitê de Auditoria aplicáveis a Sociedades Seguradoras, EnAdades Abertas de
Previdência Complementar, Sociedades de Capitalização e Resseguradores.

A Resolução também define claramente o conceito de FIE - Fundo de InvesLmentos ou


Fundo de InvesLmentos em cotas de Fundos de InvesLmentos consLtuído especificamente
para a recepção, direta ou indireta, dos recursos provenientes de enAdades
supervisionadas.

98
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 432
A Resolução também trata das Condições Especiais para FIE.
Não poderão ser classificados como manAdos até o vencimento, os aLvos integrantes,
direta ou indiretamente, da carteira de:
Ø FIE desLnado a recepcionar a aplicação dos recursos de planos abertos de previdência
complementar e de seguros de pessoas com cobertura por sobrevivência,
estruturados na modalidade de contribuição variável, cuja remuneração esteja calcada
na rentabilidade de carteiras de invesLmentos;
Ø FIE desLnado a recepcionar a aplicação de planos abertos de previdência
complementar ou de seguros de pessoas com cobertura por sobrevivência nos
períodos em que prevejam a reversão total ou parcial de resultados financeiros;
Ø FIE desLnado a recepcionar a aplicação de planos de Seguro Vida Universal; e
Ø Fundo de invesLmento especialmente consLtuído para acolher recursos dos FIE
abordados acima (FIFE).
Ficam dispensados de tais vedações os FIEs e FIFEs desLnados a aplicação de recursos de
planos abertos de previdência complementar e de seguros de pessoas, com cobertura por
sobrevivência, durante o período de pagamento, respecLvamente, do benercio e do
capital segurado, desde que não haja previsão de reversão total ou parcial de resultados
financeiros neste período.
99
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 432
A supervisionada pode manter posições em mercados derivaAvos desde que observadas,
cumulaLvamente, as seguintes condições:
Ø avaliação prévia dos riscos envolvidos;
Ø existência de sistemas de controles internos adequados às suas operações;
Ø registro da operação ou negociação em bolsa de valores ou de mercadorias e futuros
ou em mercado de balcão organizado;
Ø atuação de câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação como
contraparte central garanLdora da operação;
Ø margem requerida limitada a 15% da posição invesLda diretamente pela enLdade em
Ztulos da dívida pública mobiliária federal, aLvos financeiros de emissão de insLtuição
financeira, ações aceitas pela contraparte central garanLdora da operação e FIEs de
Ztulos públicos, nos termos regulamentados pelo CMN; e
Ø valor total dos prêmios de opções pagos limitado a 5% da posição invesLda
diretamente pela enLdade em Ztulos da dívida pública mobiliária federal, aLvos
financeiros de emissão de insLtuição financeira, ações aceitas pela contraparte central
garanLdora da operação e FIEs de Ztulos públicos.

100
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 348
A Resolução CNSP 348 trata das regras de funcionamento e os critérios para operação da
cobertura por sobrevivência oferecida em plano de seguro de pessoas (dentre eles, o mais
conhecido é o VGBL).
Os planos serão dos seguintes Lpos:
Ø Vida Gerador de Benebcio Livre (VGBL), quando, durante o período de diferimento, a
remuneração da Provisão MatemáLca de Benercios a Conceder for baseada na
rentabilidade da(s)carteira(s) de invesLmentos de FIE(s), no(s) qual(is) esteja(m)
aplicada(s) a totalidade dos respecLvos recursos, sem garanLa de remuneração
mínima e de atualização de valores e sempre estruturado na modalidade de
contribuição variável;
Ø Vida Gerador de Benebcio Livre Programado (VGBL Programado), quando, durante o
período de diferimento, a remuneração da Provisão MatemáLca de Benercios a
Conceder for baseada na rentabilidade da(s) carteira(s) de invesLmentos de
FIE(s),no(s) qual(is) esteja(m) aplicada(s) a totalidade dos respecLvos recursos, sem
garanLa de remuneração mínima e de atualização de valores e sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável, e que ofereça a possibilidade de contratação,
durante o período de diferimento, de pagamentos financeiros programados na forma
definida no Regulamento e na Nota Técnica Atuarial;
101
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 348
Os planos serão dos seguintes Lpos:
Ø Vida com Remuneração GaranAda e Performance (VRGP), quando garanLr aos
segurados, durante o período de diferimento, remuneração por meio da contratação
de índice de atualização de valores e de taxa de juros e a reversão, parcial ou total, de
resultados financeiros;
Ø Vida com Remuneração GaranAda e Performance semAtualização (VRSA), quando
garanLr aos segurados, durante o período de diferimento, remuneração por meio da
contratação de taxa dej uros e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros, e
sempre estruturado na modalidade de contribuição variável;
Ø Vida com Atualização GaranAda e Performance (VAGP), quando garanLr aos
segurados, durante o período de diferimento, por meio da contratação de índice de
preços, apenas a atualização de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados
financeiros;
Ø Dotal Puro, quando garanLr ao segurado, durante op eríodo de diferimento,
remuneração por meio da contratação de índice de atualização de valores, taxa de
juros e, opcionalmente, tábua biométrica, sem reversão de resultados financeiros,
sendo o capital segurado pago ao segurado sobrevivente ao término do período de
diferimento, e sempre estruturado na modalidade de benercio definido;
102
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 348
Os planos serão dos seguintes Lpos:
Ø Dotal Misto, quando garanLr um capital segurado que será pago em função da
sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou em função da sua morte
ocorrida durante aquele período, sem reversão de resultados financeiros, e sempre
estruturado na modalidade de benercio definido e no regime financeiro de
capitalização;
Ø Dotal Misto com Performance, quando garanLr um capital segurado que será pago
em função da sobrevivência do segurado ao período de diferimento ou em função da
sua morte ocorrida durante aquele período, com reversão, parcial ou total, de
resultados financeiros durante o período de diferimento, e sempre estruturado na
modalidade de benercio definido e no regime financeiro de capitalização;
Ø Vida com Renda Imediata (VRI), quando, mediante prêmio único, garanLr o
pagamento do capital segurado, sob a forma de renda imediata; e
Ø Vida com Desempenho Referenciado (VDR), quando apresentar, durante o período de
diferimento, garanLa mínima de desempenho, segundo critérios definidos no plano, e
a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros, e sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável.

103
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 349
A Resolução CNSP 349 trata das regras de funcionamento e os critérios para operação da
cobertura por sobrevivência oferecida em plano de previdência complementar aberta
(dentre eles, o mais conhecido é o PGBL).
Os planos serão dos seguintes Lpos:
Ø Plano Gerador de Benebcio Livre (PGBL), quando, durante o período de diferimento, a
remuneração da Provisão MatemáLca de Benercios a Conceder for baseada na
rentabilidade da(s)carteira(s) de invesLmentos de FIE(s), no(s) qual(is) esteja(m)
aplicada(s) a totalidade dos respecLvos recursos, sem garanLa de remuneração
mínima e de atualização de valores e sempre estruturado na modalidade de
contribuição variável;
Ø Plano Gerador de Benebcio Livre Programado (PGBL Programado), quando, durante o
período de diferimento, a remuneração da Provisão MatemáLca de Benercios a
Conceder for baseada na rentabilidade da(s) carteira(s) de invesLmentos de
FIE(s),no(s) qual(is) esteja(m) aplicada(s) a totalidade dos respecLvos recursos, sem
garanLa de remuneração mínima e de atualização dev alores e sempre estruturado na
modalidade de contribuição variável, e que ofereça a possibilidade de contratação,
durante o período de diferimento, de pagamentos financeiros programados, na forma
definida no Regulamento e na Nota Técnica Atuarial;
104
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CNSP 348
Ø Plano com Remuneração GaranAda e Performance (PRGP), quando garanLr aos
parLcipantes, durante o período de diferimento, remuneração por meio da
contratação de índice de atualização de valores e de taxa de juros e a reversão, parcial
ou total, de resultados financeiros;
Ø Plano com Remuneração GaranAda e Performance sem Atualização (PRSA), quando
garanLr aos parLcipantes, durante o período de diferimento, remuneração por meio
da contratação de taxa de juros e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros
e sempre estruturado na modalidade de contribuição variável;
Ø Plano com Atualização GaranAda e Performance (PAGP), quando garanLr aos
parLcipantes, durante o período de diferimento, por meio da contratação de índice de
preços, apenas a atualização de valores e a reversão, parcial ou total, de resultados
financeiros;
Ø Plano de Renda Imediata (PRI), quando, mediante contribuição única, garanLr o
pagamento do benercio por sobrevivência, sob a forma de renda imediata; e
Ø Plano com Desempenho Referenciado (PDR), quando apresentar, durante o período
de diferimento, garanLa mínima de desempenho, segundo critérios definidos no
plano, e a reversão, parcial ou total, de resultados financeiros, e sempre estruturado
na modalidade de contribuição variável.
105
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
A Resolução CMN 4.444 dispõe sobre as normas que disciplinam a aplicação dos recursos
das reservas técnicas, das provisões e dos fundos das sociedades seguradoras, das
sociedades de capitalização, das enLdades abertas de previdência complementar e dos
resseguradores locais, sobre as aplicações dos recursos exigidos no País para a garanLa das
obrigações de ressegurador admiLdo e sobre a carteira dos Fundos de Aposentadoria
Programada Individual (Fapi).

Na aplicação dos recursos as sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização, as


enLdades abertas de previdência complementar e os resseguradores devem:
Ø observar os princípios de segurança, rentabilidade, solvência, liquidez, diversificação,
adequação à natureza de suas obrigações e transparência;
Ø exercer suas aLvidades com boa fé, lealdade e diligência;
Ø zelar por elevados padrões éLcos;
Ø adotar práLcas que visem garanLr o cumprimento de suas obrigações, considerando,
inclusive, a políLca de invesLmentos estabelecida, observadas as modalidades,
segmentos, limites e demais critérios e requisitos estabelecidos neste Regulamento; e
Ø observar, sempre que possível, os aspectos relacionados à sustentabilidade
econômica, ambiental, social e de governança dos invesLmentos.
106
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
A emissão, a distribuição e a negociação dos Ztulos e valores mobiliários devem observar as
normas estabelecidas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários.

Os Ztulos e valores mobiliários devem ter liquidação financeira, ou a previsão para entrega
dos respecLvos aLvos financeiros subjacentes, desde que sejam passíveis de serem aceitos
como garanLdores dos recursos das reservas técnicas, das provisões e dos fundos,
conforme disposto nas respecLvas leis que tratam do assunto, das sociedades seguradoras,
das sociedades de capitalização, das enLdades abertas de previdência complementar e dos
resseguradores.

Não serão considerados como aLvos garanLdores as ações, Ztulos, valores mobiliários ou
qualquer obrigação de emissão da própria sociedade seguradora ou da sociedade de
capitalização ou da enLdade aberta de previdência complementar ou do ressegurador local,
bem como as ações, Ztulos, valores mobiliários e obrigações emiLdos por partes
relacionadas ou adquiridos através de transações comerciais ou financeiras com partes
relacionadas.

107
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Somente serão considerados aLvos garanLdores os aLvos financeiros que sejam registrados
em sistemas de registros, objeto de custódia ou objeto de depósito centralizado, em todos
os casos em insLtuições autorizadas pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão de
Valores Mobiliários, nas suas respecLvas áreas de competência, para desempenhar as
referidas aLvidades.

Os Ztulos e valores mobiliários devem ser objeto de registro, com idenLficação do Ltular,
de depósito centralizado em conta individualizada em nome da seguradora, da sociedade
de capitalização, da enLdade aberta de previdência complementar ou do ressegurador
local, ou objeto de custódia, em todos os casos em insLtuições autorizadas pelo Banco
Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários, nas suas respecLvas áreas de
competência, para desempenhar as referidas aLvidades.

É vedada a aquisição de cotas de fundos de invesAmento cuja atuação, direta ou indireta,


em mercados de derivaLvos gere, a qualquer tempo, a possibilidade de perda superior ao
valor do patrimônio líquido do fundo de invesAmento ou que obrigue o coAsta a aportar
recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo.

108
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
As sociedades seguradoras, as sociedades de capitalização, as enLdades abertas de
previdência complementar e os resseguradores locais deverão aplicar os recursos de que
trata este Regulamento, conforme cada um dos segmentos e limites máximos por
modalidade a seguir:
Limite por Modalidade
Segmento Participantes Aplicações em
Regra geral
Qualificados moeda estrangeira
Renda Fixa 100% 100% 100%
Renda Variável 70% 100% 49%
Imóveis 20% 40% 20%
Investimentos 20% 40% 100%
sujeitos à variação
cambial
Outros 20% 0% 20%

Veremos agora os limites por segmento e por aplicações de cada um dos segmentos.
109
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Segmento de Renda Fixa
Ø Títulos Públicos Federais e respectivo ETF
100%
Ø Créditos securitizados pela Secretaria do Tesouro Nacional
Ø Valores Mobiliários emitidos por Oferta pública registrada na
CVM ou que tenha sido objeto de dispensa 75%
Ø Debêntures de Infraestrutura
Ø Títulos de instituições financeiras
Ø Fundos de Renda Fixa 50%
Ø ETF de Renda Fixa
Ø Valores Mobiliários emitidos por Sociedade de Propósito
Especifico (SPE)
Ø CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliário)
Ø CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) 25%
Ø FIDC (classe sênior) e FIC-FIDC
Ø Títulos ou valores mobiliários que contenham cobertura
integral de seguro de crédito

110
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Segmento de Renda Variável
Ø Ações, Bônus, Recibos de Subscrição e Certificados de
Depósitos de companhias listadas no Novo Mercado da B3 (e 100%
fundos que apliquem exclusivamente em tais títulos)
Ø Ações, Bônus, Recibos de Subscrição e Certificados de
Depósitos de companhias listadas no Nível II da B3 (e fundos 75%
que apliquem exclusivamente em tais títulos)
Ø Ações, Bônus, Recibos de Subscrição e Certificados de
Depósitos de companhias listadas no Nível I da B3 (e fundos
que apliquem exclusivamente em tais títulos) 50%
Ø Fundo de Índice de Ações
Ø ETF de Renda Variável
Ø Demais ações negociadas em bolsa (e fundos que apliquem
em tais títulos)
25%
Ø Debêntures conversíveis ou permutáveis em ações
Ø Debênture com participação nos lucros.

111
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Segmento de Imóveis
Ø Fundo de Investimento Imobiliário (FII)
Ø Fundo de Investimento em cota de Fundo de Investimento 100%
Imobiliário (FICFII)

Segmento Outros
Ø Fundo Multimercado
100%
Ø COE
Ø FIP e Fundo de Ações – Mercado de Acesso 75%
Ø COE (valor Nominal em Risco)
Ø Reduções Certificadas de Emissão (RCE)
25%
Ø Créditos de Carbono negociados em bolsa de valores
Ø Fundos de Investimento em Empresas Emergentes

112
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Segmento de Investimentos sujeitos à Variação Cambial
Ø Títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal cuja remuneração
seja associada à variação da cotação de moeda estrangeira
Ø Fundo de InvesLmento Cambial
Ø Fundo de Renda Fixa – Dívida Externa
100%
Ø Fundo de InvesLmento no Exterior
Ø ETF de InvesLmento no Exterior
Ø Fundo MulLmercado com risco cambial
Ø COE com variação cambial
Ø BDR
75%
Ø Fundo de Ações BDR Nível I
Ø Títulos de Dívida Corporativa de empresas brasileiras emitidos
50%
no exterior
Ø Títulos em moeda estrangeira emitidos ou garantidos por
25%
instituição financeira no exterior

113
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Com relação aos limites de alocação por emissor, temos o seguinte:
Limites de Alocação por Emissor
Ø Governo Federal
Ø FIE formado apenas por títulos públicos; 100%
Ø FIE Exclusivos de EAPC e de Seguradoras
Ø Instituição Financeira 49%
Ø Companhia aberta não financeira
25%
Ø Sociedade de Propósito Específico (debêntures de infraestrutura)
Ø Organizações Financeiras Internacionais
Ø Companhia Securitizadora
Ø FIDC e FICFIDC
Ø FII e FICFII 10%
Ø Sociedade de Propósito Específico
Ø FIP
Ø Fundo de Ações – Mercado de Acesso
Ø Demais emissores 5%

114
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Resolução CMN 4.444
Com relação aos limites de concentração por emissor, temos o seguinte:
Limites de Alocação por Emissor
Ø FIDC e FICFIDC;
25% do patrimônio
Ø FII e FICFII
em cada aplicação
Ø FIP
Ø Certificado de Recebíveis (limite do patrimônio separado
constituído pela totalidade dos créditos submetidos ao regime 25%
fiduciário que lastreiam a emissão)
Ø Capital total de uma mesma companhia aberta
Ø Capital votante de uma mesma companhia aberta; e 20%
Ø Patrimônio líquido de uma mesma instituição financeira
Na aplicação de recursos, deve ser o observado o limite de 25% de uma mesma classe ou
série de Ztulos ou valores mobiliários, exceto nos seguintes casos: Títulos da dívida pública
mobiliária federal; Créditos securiLzados pela Secretaria do Tesouro Nacional; ações, bônus
de subscrição de ações e recibos de subscrição de ações; e debêntures de infraestrutura.
Será permiLda alocação de no máximo 5% em um mesmo COE com Valor Nominal em Risco.

115
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Fundo de Investimento Especialmente
Constituído (FIE)
A aplicação dos recursos de planos abertos de previdência complementar e de seguros de
pessoas com cobertura por sobrevivência, estruturados na modalidade de contribuição
variável, cuja remuneração esteja calcada na rentabilidade de carteiras de invesLmentos
deve ser feita, durante o prazo de diferimento, sempre em cotas de fundos de
invesAmento especialmente consAtuídos, sob forma de condomínio aberto, dos quais as
sociedades seguradoras e as enLdades abertas de previdência complementar sejam, direta
ou indiretamente, os únicos coLstas (FIEs).

Os FIEs de planos desLnados aos ParAcipantes Qualificados, na forma definida pelo


Conselho Nacional de Seguros Privados, devem ser exclusivos para esse Lpo de
parLcipante.

116
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Fundo de Investimento Especialmente
Constituído (FIE)
A atuação do FIE ou FIFE em mercados de derivaLvos:
Ø deverá observar a avaliação prévia dos riscos envolvidos;
Ø estará condicionada à existência de sistemas de controles adequados às suas
operações;
Ø não pode gerar, a qualquer tempo, a possibilidade de perda superior ao valor do
patrimônio líquido do fundo de invesLmento;
Ø não pode gerar, a qualquer tempo, a possibilidade de que o coAsta seja obrigado a
aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo;
Ø não pode realizar operações de venda de opção a descoberto; e
Ø não pode ser realizada sem garanAa da contraparte central da operação.

Os contratos derivaLvos devem ser registrados, compensados e liquidados


financeiramente em sistemas autorizados pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão
de Valores Mobiliários, nas suas respecLvas áreas de competência, e que tenham convênio
com a Superintendência de Seguros Privados, devendo ser possível a idenAficação do
contrato derivaAvo realizado.

117
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Planos de Previdência Privada (legislação)
Fundo de Investimento Especialmente
Constituído (FIE)
A exposição resultante da uLlização de instrumentos derivaLvos deve ser considerada para
fins de enquadramento da carteira dos fundos de invesAmento especialmente
consAtuídos, observados os requisitos dos aLvos, os limites de alocação por modalidade e
segmento, os limites por emissor e invesLmento e os prazos de que trata essa Resolução.

As posições do FIE ou FIFE em mercados derivaLvos devem observar as seguintes


condições:
Ø margem requerida limitada a 15% do valor do patrimônio líquido de cada FIE ou FIFE;
e
Ø valor total dos prêmios de opções pagos limitado a 5% do valor do patrimônio líquido
de cada FIE ou FIFE.

118
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 30
Conceito
INVESTIDOR QUALIFICADO é uma classificação oficial da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM) a um grupo específico de invesLdores pessoa rsica ou jurídica. Este grupo tem
acesso a invesLmentos com mais risco, como por exemplo, invesLmentos em FIDC
(Fundos de InvesLmentos em Direitos Creditórios) ou em FIP (Fundo de InvesLmentos em
ParLcipações).

São considerados InvesLdores Qualificados:


Ø INVESTIDORES PROFISSIONAIS (trataremos a seguir esse conceito);
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam invesLmentos financeiros em valor
superior a UM MILHÃO DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de invesAdor qualificado mediante termo próprio;
Ø Pessoas naturais que foram aprovadas em exames de qualificação técnica ou
possuam cerLficações aprovadas pela CVM para agente autônomo de invesLmento,
administrador de carteira, analista e consultor de valores mobiliários em relação a
seus recursos próprios (Ancord, CEA, CGA, CNPI, CFP® e CFA®); e
Ø Clubes de invesLmento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais
coLstas, que sejam invesLdores qualificados.

119
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Resolução CVM 30
Conceito
INVESTIDOR PROFISSIONAL também é uma classificação da CVM e se diferencia do
INVESTIDOR QUALIFICADO na possibilidade de operações mais arrojadas ainda, como por
exemplo, parLcipar de captação de recursos através da ICVM 476, na qual não exige tanta
documentação nas ofertas abertas ao público em geral.

São considerados invesLdores profissionais:


Ø Pessoas naturais ou jurídicas que possuam invesLmentos financeiros em valor
superior a DEZ MILHÕES DE REAIS e que, adicionalmente, atestem por escrito sua
condição de invesAdor profissional mediante termo próprio;
Ø InsLtuições Financeiras e demais insLtuições autorizadas a funcionar pelo BC;
Ø Companhias Seguradoras e Sociedades de Capitalização;
Ø EnLdades abertas e fechadas de Previdência Complementar;
Ø Fundos de InvesLmento;
Ø Clubes de invesLmento, desde que tenham a carteira gerida por administrador de
carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM;
Ø Agente autônomo de invesLmento, administrador de carteira, analista e consultor
de valores mobiliários autorizados pela CVM, em relação a seus recursos próprios; e
Ø InvesLdor não residente.
120
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Compliance

121
121
CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Compliance para gestoras e administradoras
Código Anbima Administração de
Recursos de Terceiros
As InsAtuições ParAcipantes devem manter em sua estrutura área(s) que seja(m)
responsável(is) por seus controles internos e/ou Compliance, que devem:

Ø Ter estrutura que seja compaZvel com a natureza, porte, complexidade e modelo de
negócio das InsLtuições ParLcipantes;
Ø Ser independente(s);
Ø Ter profissionais com qualificação técnica e experiência necessária para o exercício
das aLvidades relacionadas à função de controles internos e/ou de Compliance;
Ø Ter comunicação direta com a diretoria, administradores e com o conselho de
administração, se houver, para realizar relato dos resultados decorrentes das
aLvidades relacionadas à função de controles internos e/ou de Compliance,
incluindo possíveis irregularidades ou falhas idenLficadas;
Ø Ter acesso regular à capacitação e treinamento; e
Ø Ter autonomia e autoridade para quesAonar os riscos assumidos nas operações
realizadas pela insLtuição.

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Lavagem de Dinheiro
Conceito
Em 1988, através da Convenção de Viena, iniciou-se o debate sobre como a Lavagem de
Dinheiro estava diretamente interligado com o tráfico ilícito de entorpecentes e de
substâncias psicotrópicas, como problema social. Diante disso, a Lavagem de Dinheiro
passou a ser um esforço internacional para coibir esse crime, já que, se o criminoso não
conseguisse utilizar os recursos ilícitos, haveria uma diminuição deste crime.

Mas qual a definição de LAVAGEM DE DINHEIRO? Ele é o processo pelo qual o criminoso
transforma, recursos obtidos através de ATIVIDADES ILEGAIS, em ativos com uma origem
APARENTEMENTE LEGAL, ou seja, caracteriza-se como crimes de lavagem de dinheiro
ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou
propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
infração penal.

No Brasil, este crime está expresso na Lei 9.613/98 (com alteração pela Lei 12.683/12), e
visam garantir que as instituições financeiras, joalherias, concessionárias de veículos entre
outras, cumpram o seu papel no combate e na prevenção à lavagem de dinheiro. No
âmbito do sistema financeiro, as principais normas regulatórios são do Banco Central
(Circular 3.978) e da CVM (ICVM 617 – no âmbito do mercado de valores mobiliários).
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Lavagem de Dinheiro
COI: As 3 fases
O crime de Lavagem de Dinheiro ocorre em três etapas basicamente, no qual, muitas
vezes, não são tão simples de se idenLficar, pois os criminosos acabam fazendo diversas
operações de lavagem de dinheiro e não apenas uma. Estas etapas são chamadas de:
Ø (1) COLOCAÇÃO: Essa é a primeira etapa e os criminosos têm como objeLvo
inserir o dinheiro no sistema financeiro. Eles tentam dificultar a idenLficação da
procedência do dinheiro, com técnicas como: fracionar os valores em pequenos
depósitos, compra de bens ou de instrumentos negociáveis, uLlização de
estabelecimentos comerciais que usualmente trabalham com dinheiro em espécie.
Ø (2) OCULTAÇÃO: A segunda etapa consiste em dificultar o rastreamento contábil
dos recursos ilícitos, quebrando a cadeia de evidências ante a possibilidade da
realização de invesLgações sobre a origem do dinheiro. Os criminosos buscam
movimentá-lo de forma eletrônica, transferindo os aLvos para contas anônimas ou
de terceiros (vulgo laranjas), preferencialmente, em países com lei de sigilo bancário;
Ø (3) INTEGRAÇÃO: na úlLma etapa, os aLvos são incorporados formalmente ao
sistema econômico. As organizações criminosas prestam serviços entre si ou buscam
invesLr em empreendimentos que facilitem suas aLvidades. Uma vez formada a
cadeia, torna-se cada vez mais fácil legiLmar o dinheiro ilegal.

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Lavagem de Dinheiro
Bacen e CVM
Conforme mencionamos, o Banco Central e CVM também fazem parte da fiscalização e
combate a lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, no qual chamaremos a
partir de agora de PLD-FT (Prevenção a Lavagem de Dinheiro & Financiamento do
Terrorismo).

As regras do Bacen, através da circular 3.978, dispõe sobre a política, os procedimentos e


os controles internos a serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil visando à prevenção da utilização do sistema financeiro para a
prática dos crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a
Lei nº 9.613/98 e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei nº 13.260/16.

A CVM, através da Resolução CVM 50, dispõe sobre a PLD-FT no âmbito do mercado de
valores mobiliários; o estabelecimento da política de PLD-FT, da avaliação interna de risco
e de regras, procedimentos e controles internos; a identificação e o cadastro de clientes,
assim como as diligências contínuas visando à coleta de informações suplementares e, em
especial, à identificação de seus respectivos beneficiários finais; o monitoramento, a
análise e a comunicação das operações e situações mencionadas nesta Instrução; e o
registro de operações e manutenção de arquivos.
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Lavagem de Dinheiro
Circular 3.978
A circular 3.978 do Bacen, que entrou em vigor em 2020, compilou diversas circulares,
mas também “desengessou” o modelo controles sobre a PLD-FT. Agora as próprias
insLtuições financeiras devem estabelecer seu conjunto de políLcas e procedimentos,
devendo implementar e manter uma políLca formulada com base em princípios e
diretrizes que busquem prevenir a uLlização da sua insLtuição financeira para práLcas
desses crimes. Diante disso, agora cada um dos itens abaixo deverá ser feito uma
AVALIAÇÃO DE RISCO, que são:
Ø clientes,
Ø insLtuição,
Ø canais uLlizados
Ø operações, transações, produtos e serviços; e
Ø funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.

Esta nova políLca deverá ser aprovada pelo Conselho de Administração da insLtuição ou,
na falta deste, por sua diretoria. Além disso, esta circular exige a criação de uma estrutura
de governança para assegurar o cumprimento da referida políLca, DEVENDO SER
INDICADO AO BACEN O DIRETOR RESPONSÁVEL PELO CUMPRIMENTO DAS NOVAS
OBRIGAÇÕES INTRODUZIDAS POR ESSA CIRCULAR.
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Lavagem de Dinheiro
Quem está sujeito ao crime?
Vale ressaltar que com a nova Lei (12.683/12), em seus parágrafos 1º e 2º, incorre na
mesma pena quem:
Ø ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de
infração penal:
§ os converte em ativos lícitos;
§ os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em
depósito, movimenta ou transfere;
§ importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
Ø utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores
provenientes de infração penal;
Ø participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua
atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.

Ou seja, todas as pessoas que participarem de alguma forma para que o crime de
Lavagem de Dinheiro ocorra, ficarão sujeitas às punições aplicáveis a este crime e diante
disto, é de suma importância que o profissional que trabalha no mercado financeiro atue
de forma extremamente diligente para que não seja enquadrado nesse crime.

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Lavagem de Dinheiro
Penalização
Às pessoas que incorrem do crime de Lavagem de dinheiro, terão de Pena de reclusão (de
3 a 10 anos) e multa. Esta multa pecuniária, aplicada pelo COAF, será variável não
superior:
Ø ao dobro do valor da operação;
Ø ao dobro do lucro real obLdo ou que presumivelmente seria obLdo pela
realização da operação; ou
Ø ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);

Vale ressaltar que esta pena será aumentada de um a dois terços, se os crimes definidos
nesta Lei forem comeLdos de forma reiterada ou por intermédio de organização
criminosa. Porém, ela poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime
aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou subsLtuí-la, a qualquer
tempo, por pena restriLva de direitos, se o autor, coautor ou parZcipe colaborar
espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à
apuração das infrações penais, à idenLficação dos autores, coautores e parZcipes, ou à
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime

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Lavagem de Dinheiro
Pessoas ligadas ao mecanismo de Controle
Sujeitam-se à lei as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter permanente ou
eventual, como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não:
Ø A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros;
Ø A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou
instrumento cambial;
Ø A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou
administração de títulos ou valores mobiliários.
Ø Pessoas naturais ou jurídicas que prestem no mercado de valores mobiliários, em
caráter permanente ou eventual, os serviços relacionados à distribuição, custódia,
intermediação, ou administração de carteiras , que são funções DO ADMINISTRADOR
FIDUCIÁRIO, GESTOR, CUSTODIANTE e DISTRIBUIDOR INDEPENDENTE;
Ø Os AUDITORES INDEPENDENTES no âmbito do mercado de valores mobiliários;
Ø Bolsas de valores, seguradoras & entidades de previdência complementar,
corretoras de seguros, administradoras de cartão de crédito, administradoras de
consórcios, factorings.
q OBS: Análise e classificação de risco de uma empresa por meio de uma agência de risco
(rating) não são atividades sujeitas as atividades de Lavagem de Dinheiro (PLD-FT).

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
COAF
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras é o ÓRGÃO MÁXIMO NO COMBATE À
LAVAGEM DE DINHEIRO e sua composição é feita por servidores públicos de reputação
ilibada e reconhecida competência. Ele está vinculado ao Banco Central (mas com
autonomia técnica e operacional) e tem como finalidade disciplinar, aplicar penas
administrativas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades
ilícitas previstas na Lei em setores obrigados como:
Ø Joias, pedras e metais preciosos;
Ø Fomento comercial (factoring);
Ø Bens de luxo ou alto valor;
Ø Setores que não tem regulador próprio.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Comunicação de Operações Financeiras
As pessoas ligadas ao mecanismo de Controle devem comunicar ao COAF:
Ø as operações de depósito ou aporte em espécie ou saque em espécie de valor
igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);
Ø as operações relativas a pagamentos, recebimentos e transferências de recursos,
por meio de qualquer instrumento, contra pagamento em espécie, de valor igual ou
superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais); e
Ø a solicitação de provisionamento de saques em espécie de valor igual ou superior
a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)

Deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer pessoa,
inclusive àquela à qual se refira a informação, NO PRAZO DE 24 (VINTE E QUATRO)
HORAS, a proposta ou realização, sendo que esta comunicação deverá ser feita através do
SISCOAF – Sistema de Controle de Atividades Financeiras. Vale ressaltar novamente que,
NÃO SE DEVE COMUNICAR O CLIENTE!

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Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (I)
Através da Carta Circular Nº 4.001, o Bacen divulga uma relação de operações e situações
que podem configurar indícios de ocorrência dos crimes de lavagem de dinheiro. A lista é
muito vasta, mas também muito interessante de ser lida, pois ela é construída através de
casos reais. Diante de tantos exemplos, selecionamos os que entendemos serem os mais
relevantes:
Ø depósitos, aportes, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer
outro instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem
aLpicidade em relação à aLvidade econômica do cliente ou incompaLbilidade com a
sua capacidade financeira;
Ø depósitos ou aportes em espécie em contas de clientes que exerçam aLvidade
comercial relacionada com negociação de bens de luxo ou de alto valor, tais como
obras de arte, imóveis, barcos, joias, automóveis ou aeronaves;
Ø depósitos ou aportes em espécie com cédulas úmidas, malcheirosas, mofadas, ou
ainda que apresentem marcas, símbolos ou selos desconhecidos, empacotadas em
maços desorganizados e não uniformes;
Ø depósitos em espécie relevantes em contas de servidores públicos e de qualquer
Lpo de Pessoas Expostas PoliLcamente (PEP)

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Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (II)
(...) continuação:
Ø abertura, movimentação de contas ou realização de operações por detentor de
procuração ou de qualquer outro tipo de mandato;
Ø aumentos substanciais no volume de depósitos ou aportes em espécie dentro de
curto período de tempo, a destino não relacionado com o cliente;
Ø fragmentação de depósitos ou outro instrumento de transferência de recurso em
espécie, inclusive boleto de pagamento, de forma a dissimular o valor total da
movimentação;
Ømovimentação em espécie, que apresentem atipicidade em relação à atividade
econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade financeira;
Ø oferecimento de informação falsa;
Ø operações realizadas com a aparente finalidade de gerar perda ou ganho para as
quais falte, objetivamente, fundamento econômico ou lega;
Ø representação de diferentes pessoas jurídicas ou organizações pelos mesmos
procuradores ou representantes legais, sem justificativa razoável para tal ocorrência;
Ø resistência ao fornecimento de informações necessárias para o início de
relacionamento ou para a atualização cadastral.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Operações Suspeitas (III)
(...) conLnuação:
Ø informação de mesmo endereço residencial ou comercial por pessoas naturais,
sem demonstração da existência de relação familiar ou comercial;
Ø negociações de moeda estrangeira em espécie ou de cheques de viagem
denominados em moeda estrangeira, que não apresentem compaLbilidade com a
natureza declarada da operação;
Ø negociações envolvendo taxas de câmbio com variação significaLva em relação às
praLcadas pelo mercado;
Ø saques em espécie de conta que receba diversos depósitos por transferência
eletrônica de várias origens em curto período de tempo;
Ø registro de mesmo endereço de e-mail ou Internet Protocol (IP) por pessoas
naturais ou jurídicas, sem jusLficaLva razoável para tal ocorrência.

Este são alguns de tantos exemplos que criminosos uLlizam para burlar o sistema. Vale
ressaltar que, estes atos quando jusLficáveis, não caracterizam como operações suspeitas,
como por exemplo, se houver uma enchente em uma cidade e um marceneiro depositar
R$ 2.000,00 em notas molhadas um dia depois, isso não deverá ser considera como uma
operação suspeita.
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Lavagem de Dinheiro
Registro das Operações
As instituições financeiras devem manter registros de todas as operações realizadas,
produtos e serviços contratados, inclusive saques, depósitos, aportes, pagamentos,
recebimentos e transferências de recursos, devendo conter, no mínimo, as seguintes
informações sobre cada operação:
Ø Tipo;
Ø Valor, quando aplicável;
Ø Data de realização;
Ø Nome;
Ø CPF ou CNPJ do beneficiário da operação (valores acima de R$ 2.000,00);
Ø Canal utilizado.

As instituições financeiras devem requerer dos sacadores clientes e não clientes


solicitação de provisionamento com, no mínimo, três dias úteis de antecedência, das
operações de saque, inclusive as realizadas por meio de cheque ou ordem de pagamento,
de valor igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Vale ressaltar que devem
manter registro de todas as operações, inclusive nas situações em que a operação ocorrer
no âmbito da mesma instituição.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Pessoas Expostas Politicamente (PEP)
São consideradas Pessoas Expostas PoliAcamente (PEP) aquelas que desempenha ou
tenha desempenhado, nos úlLmos 5 (cinco) anos, cargos, empregos ou funções públicas
relevantes, no Brasil ou em outros países, territórios e dependências estrangeiros, assim
como seus representantes, familiares (parentes de primeiro grau, cônjuge, companheiro e
enteado) e outras pessoas de seu relacionamento próximo.

As insLtuições financeiras devem obter de seus clientes permanentes informações que


permitam caracterizá-los ou não como pessoas expostas poliLcamente (PEP) e idenLficar
a origem dos fundos envolvidos nas transações dos clientes assim caracterizados

O Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do


Terrorismo (GAFI/FATF), organismo internacional no qual o Coaf representa o Brasil,
enaltece que as medidas envolvendo Pessoas Expostas PoliLcamente são prevenLvas e
não devem ser interpretadas como uma forma de classificar PEP como pessoas com
potencial de se envolver em aLvidade suspeita.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Pessoas Altamente Expostas
São considerados Pessoas Altamente Expostas clientes Brasileiros que trabalhem em
cargos públicos relevantes, tais como: Políticos (Presidente, Ministros, Deputados,
Senadores, etc); Presidentes e Vice-Presidentes de autarquias (Ex. CVM), empresas
públicas de economia mista (Ex. Petrobrás), entre outros.

Investidores estrangeiros também são “Pessoas Altamente Expostas”, sendo que, as


instituições financeiras deverão adotar pelo menos uma das seguintes providências:
Ø Solicitas declaração expressa do cliente a respeito da sua classificação;
Ø Recorrer a informações publicamente disponíveis;
Ø Consultar bases de dados comercias sobre pessoas politicamente expostas;
Ø Considerar pessoa politicamente exposta aquela que exerce ou exerceu
importantes funções públicas em uma país estrangeiro (definição do GAFI).

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Lavagem de Dinheiro
Processo de Identificação dos Clientes
As pessoas ligadas ao mecanismo de Controle devem implementar procedimentos
desLnados a conhecer seus clientes, incluindo procedimentos que assegurem a devida
diligência na sua idenLficação, qualificação e classificação. Esses procedimentos devem
ser compaZveis com:
Ø o perfil de risco do cliente, contemplando medidas reforçadas para clientes
classificados em categorias de maior risco, de acordo com a avaliação interna de
risco;
Ø a políLca de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo;
Ø a avaliação interna de risco.

Além disso, as insLtuições financeiras deverão idenLficar seus clientes, representantes e


manter cadastro atualizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades
competentes. Tratando de invesLdor Pessoa Jurídica, as informações cadastrais devem
abranger as pessoas naturais autorizadas a representá-los, todos seus controladores,
diretos e indiretos, e as pessoas naturais que sobre eles tenham influência significaLva,
até alcançar a pessoa natural caracterizada como beneficiário final (salve exceções, por
exemplo, empresas S/A de capital aberto).

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Conheça o seu Cliente (KYC)
O Cadastro de Clientes é elemento chave para fins de Prevenção e Combate à Lavagem de
Dinheiro, sendo o dossiê do cliente suporte e subsídio importantes nas análises de
operações dos clientes com a insLtuição. Caso o cliente se negue a fornecer informações,
a insLtuição financeira não deve aceitá-lo.

O procedimento de CONHEÇA SEU CLIENTE, em inglês “Know Your Customer” (KYC), é


feito junto com o cadastro, buscando idenLficar e conhecer a origem e consLtuição do
patrimônio e dos recursos financeiros do cliente, reduzindo a possibilidade dos bancos se
tornarem veículos ou víLmas de crimes financeiros. São procedimentos que devem ser
realizados na forma de uma due dilligence sobre o cliente, com o objeLvo de conhecer
detalhes da sua vida pessoal e profissional, dando maior segurança às informações
apresentadas pelo cliente na Ficha Cadastral.

Este documento deverá ser atualizado no prazo máximo a cada dois (2) anos e DEVERÃO
SER CONSERVADOS DURANTE O PERÍODO MÍNIMO DE 10 (DEZ) ANOS A PARTIR DO
ENCERRAMENTO DA CONTA OU DA CONCLUSÃO DA TRANSAÇÃO, prazo este que poderá
ser ampliado pela autoridade competente.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Conhecimento dos Funcionários & Parceiros
As insLtuições financeiras devem implementar procedimentos desLnados a conhecer seus
funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos
de idenLficação e qualificação, devendo esses procedimentos serem compaZveis com a
políLca de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e com a
avaliação interna de risco aprovada pela sua diretoria.

As insLtuições referidas também devem classificar as aLvidades exercidas por seus


funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados nas categorias de risco
definidas na avaliação interna de risco e quando forem terceiros não sujeitos a
autorização para funcionar do Banco Central do Brasil, parLcipantes de arranjo de
pagamento do qual a insLtuição também parLcipe, devem:
Ø ter informações que possam compreender a natureza da aLvidade e da reputação;
Ø verificar se o terceiro foi objeto de invesLgação ou de ação de autoridade
supervisora relacionada com LD-FT;
Ø quando for o caso, cerLficar que o mesmo tem licença do insLtuidor para operar;
Ø conhecer os controles adotados pelo terceiro relaLvos à PLD-FT;
Ø dar ciência do contrato ao diretor responsável.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Lavagem de Dinheiro
Conselho de Segurança das Nações Unidas
A Lei 13.810 dispõe sobre o cumprimento de sanções impostas por resoluções do
Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), incluída a indisponibilidade de aLvos
de pessoas naturais e jurídicas e de enLdades, e a designação nacional de pessoas
invesLgadas ou acusadas de terrorismo, de seu financiamento ou de atos a ele
correlacionados; e revoga a Lei nº 13.170, de 16 de outubro de 2015.

Esta lei faz com que às insLtuições reguladas pela CVM e pelo BACEN devam:
Ø monitorar listas de sanções CSNU;
Ø dispor de controles aptos a efeLvar imediatamente bloqueio de aLvos; e
Ø comunicar imediatamente a indisponibilidade de aAvos e as tentaAvas de sua
transferência ao BACEN ou CVM (conforme aplicável), ao Ministério da JusAça e
Segurança Pública e ao Coaf.

Da mesma forma, o Ministério da JusLça e Segurança Pública também deve ser


comunicado sem demora sempre que, por qualquer razão, a insLtuição regulada deixar
de dar cumprimento imediato às medidas de indisponibilidade determinadas pelo CSNU
ou designadas por seus comitês de sanções.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão

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