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Comissão de Valores Mobiliários - CVM

A Comissão de Valores Mobiliários


A comissão de valores mobiliários é a entidade supervisora do mercado
de capitais. É uma autarquia em regime especial, vinculada ao
Ministério da Fazenda (portanto ao Poder Executivo), possui autonomia
administrativa e financeira e tem sede na cidade do Rio de Janeiro e
jurisdição em todo o território nacional.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi criada em 07/12/1976 pela
Lei 6.385/76, com o objetivo de fiscalizar, normatizar, disciplinar e
desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. A CVM exerce
descentralizadamente atividade de governo, VINCULADA (não é
subordinação) ao Ministério da Fazenda.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem poder disciplinador e
fiscalizador, atuando sobre diversos segmentos do mercado, entre os
quais se encontram: instituições financeiras, companhias de capital
aberto (com valores mobiliários negociados em bolsa e em mercado de
balcão), investidores (protegendo seus direitos) e outras entidades do
mercado financeiro que transacionem títulos e valores mobiliários
(como bolsas de valores e bolsas de mercadorias e de futuros). De modo
simplista, a atuação da CVM é sobre três grandes áreas:

E como a CVM faz isso? Em breve síntese, da seguinte forma:


Estimular a formação de
poupança e a sua aplicação em
valores mobiliários; promover a
Desenvolvimento do mercado expansão e o funcionamento
eficiente e regular do mercado
de ações; e estimular as
aplicações permanentes em
ações do capital social de
companhias abertas sob controle
de capitais privados nacionais
(Lei 6.385/76, art. 4º, incisos I e
II).
Assegurar o funcionamento
eficiente e regular dos mercados
da bolsa e de balcão; assegurar a
observância de práticas
Eficiência e funcionamento
comerciais equitativas no
do mEficiência e
mercado de valores mobiliários;
funcionamento do
e assegurar a observância, no
mercadoercadoEficiência e
mercado, das condições de
funcionamento do mercado
utilização de crédito fixadas
pelo Conselho Monetário
Nacional (Lei 6.385/76, art. 4º,
incisos III, VII e VIII).
Proteger os titulares de valores
mobiliários e os investidores do
mercado contra emissões
irregulares de valores
mobiliários; atos ilegais de
administradores e acionistas
controladores das companhias
abertas, ou de administradores
de carteira de valores
mobiliários; e o uso de
Proteção dos investidores
informação relevante não
divulgada no mercado de
valores mobiliários. Evitar ou
coibir modalidades de fraude ou
manipulação destinadas a criar
condições artificiais de
demanda, oferta ou preço dos
valores mobiliários negociados
no mercado (Lei 6.385/76, art.
4º, incisos IV e V).
Assegurar o acesso do público a
informações sobre os valores
mobiliários negociados e as
companhias que os tenham
emitido, regulamentando a Lei e
Acesso à informação
administrando o sistema de
adequada
registro de emissores, de
distribuição e de agentes
regulados (Lei 6.385/76, art. 4º,
inciso VI, e art. 8º, incisos I e
II).
Fiscalizar permanentemente as
atividades e os serviços do
mercado de valores mobiliários,
bem como a veiculação de
informações relativas ao
mercado, às pessoas que dele
participam e aos valores nele
Fiscalização e punição negociados, e impor penalidades
aos infratores das Leis 6.404/76
e 6.385/76, das normas da
própria CVM ou de leis
especiais cujo cumprimento lhe
incumba fiscalizar (Lei
6.385/76, art. 8º, incisos III e V,
e art. 11).

A CVM não fiscaliza as empresas de capital fechado. Uma Empresa de capital fechado é
uma sociedade anônima na qual o capital social representado pelas ações está
normalmente dividido entre poucos acionistas. Essas ações, ao contrário de uma empresa
de capital aberto não são comercializadas em bolsas de valores ou no mercado de balcão.

1. Membros
É administrada por um presidente e quatro diretores, todos nomeados
pelo Presidente da República, após serem aprovados pelo Senado
Federal, dentre pessoas de ilibada reputação e reconhecida
competência em matéria de mercado de capitais. Os mandatos dos
dirigentes da Comissão serão de 5 anos, vedada a recondução, devendo
ser renovado a cada ano um quinto dos membros do Colegiado.

A Comissão funcionará como órgão de deliberação colegiada.


O término dos mandatos não coincide. A cada ano, é nomeado um novo
diretor, ou seja, todos os anos, haverá um novo dirigente na Comissão.
Exemplificando:
No caso de renúncia, morte ou perda de mandato do Presidente da
Comissão de Valores Mobiliários, assumirá o Diretor mais antigo ou o
mais idoso, nessa ordem, até nova nomeação, sem prejuízo de suas
atribuições. No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de
Diretor, proceder-se-á à nova nomeação pela forma disposta nesta Lei,
para completar o mandato do substituído.
Antes de iniciarmos o estudo das competências da CVM, trago algumas
competências do CMN trazidas pela lei 6385/76, referente ao mercado
de capitais. É de suma importância que você as memorize:

Art. 3º Compete ao Conselho Monetário Nacional:


DISPOSIÇÃO
COMENTÁRIOS
LEGISLATIVA
I - definir a política a ser Quem define a organização e o
observada na organização e modo de funcionamento do
no funcionamento mercado de capitais. A atuação da
do mercado de valores CVM é no sentido de fiscalizar o
mobiliários; cumprimento dessas regras.
Assim como nos demais
II - regular a utilização do
mercados, cabe ao CMN regular a
crédito nesse mercado;
utilização de crédito.
III - fixar, a orientação Estamos falando de regras gerais.
geral a ser observada pela A CVM pode (e deve) baixar
Comissão de Valores normas específicas para o
Mobiliários no exercício de funcionamento do mercado de
suas atribuições; capitais.
IV - definir as atividades da O BACEN terá atribuições
Comissão de Valores voltadas ao mercado de capitais.
Mobiliários que devem Haverá casos em que as
ser exercidas em instituições auxiliares serão
coordenação com o Banco duplamente supervisionados. Pela
Central do Brasil. CVM e pelo BACEN.
V - aprovar o quadro e o Observe que é o CMN que
regulamento de pessoal da definirá o quadro de servidores da
Comissão de Valores CVM.
Mobiliários, bem como fixar a
retribuição do presidente,
diretores, ocupantes de
funções de confiança e demais
servidores.
Derivativo é um instrumento
financeiro cujo preço resulta do
valor de outro ativo chamado de
ativo. Estes ativos podem ser
commodities, como café ou soja,
VI - estabelecer, para fins da ativos financeiros, como ações,
política monetária e ou bolsas de valores e taxas de
cambial, condições juros.
específicas para negociação O valor do derivativo muda em
de contratos derivativos, resposta à mudança especifica na
independentemente da taxa de juros, preço de títulos e
natureza do investidor. valores mobiliários, preço de
commodities, taxa de câmbio,
índice ou taxa de preços, índice
de crédito, ou outra variável
similar (por vezes denominado
underlying).

2. Competências da CVM
Art. 4º O Conselho Monetário Nacional e a Comissão de Valores
Mobiliários exercerão as atribuições previstas na lei para o fim de:
III - assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão;
II - promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e estimular as
aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados
nacionais;
Não estamos falando de um balcão físico. Balcão é a denominação dada
ao ambiente em que são realizadas operações fora do ambiente da
bolsa. Para que possamos esclarecer de forma eficiente, devemos
entender a diferença entre mercado primário e mercado secundário.
O mercado primário é aquele em os valores mobiliários de uma nova
emissão da companhia são negociados diretamente entre a companhia e
os investidores (subscritores da emissão), e os recursos são destinados
para os projetos de investimento da empresa ou para o caixa.
Por exemplo, quando vamos ter um lançamento de ações (uma empresa
quer negociar alguns papeis para captação de capital]. A empresa não
pode vender direto para o investidor [agente superavitário]. É
necessário realizar a OFERTA PÚBLICA dos títulos, por isso precisa
contratar uma corretora, distribuidora ou banco de investimentos que
recebe e comercializa com os investidores.
Este é o mercado PRIMÁRIO, ou seja, É A PRIMEIRA VEZ que os títulos
estão sendo negociados. O mercado primário só ocorre no mercado de
balcão.
Já o mercado SECUNDÁRIO é o local onde os investidores negociam e
transferem entre si os valores mobiliários emitidos pelas companhias.
Nesse mercado ocorre apenas a transferência de propriedade e de
recursos entre investidores. A companhia não tem participação.
Portanto, o mercado secundário oferece liquidez aos títulos emitidos no
mercado primário.

PARA MEMORIZAR:
Colocação de títulos resultantes de novas
emissões. Primeira vez que o produto é
MERCADO
negociado. Empresas utilizam o mercado
PRIMÁRIO
primário para captar recursos necessários ao
financiamento de suas atividades.
Negociação de ativos, títulos e valores
mobiliários compram e vendem em busca de
MERCADO
lucratividade e liquidez, transferindo, entre
SECUNDÁRIO
si, os títulos anteriormente adquiridos no
mercado primário.
Agora presta bastante atenção: as ações negociadas na bolsa são sempre
MERCADO SECUNDÁRIO, enquanto o mercado de balcão é o MERCADO
PRIMÁRIO (e também pode ser secundário).
O mercado de balcão representa um mercado de títulos
autorregulado, sem local físico definido para transações e mantido
pelos próprios participantes, sob fiscalização da CVM. Existem dois
tipos de balcão:
Sistema organizado de negociação de títulos e
valores mobiliários de renda
variável, administrado por entidade
autorizada pela CVM. Tem como principal
finalidade servir como um estágio para as
empresas que desejam ter suas ações
ORGANIZADO negociadas em bolsa de valores.
São empresas que ainda não possuem porte
econômico que justifique registro em uma
bolsa de valores; que necessitam de um
período para se adaptar às normas mais
exigentes; e cujas ações ainda não possuem
liquidez.
Mercado de compra e venda de ativos sem a
coordenação de uma bolsa de valores, no
qual as transações são normalmente
conduzidas pelo telefone, sendo negociadas
ações de empresas não registradas em bolsas
NÃO- de valores e outras espécies de títulos.pelo
ORGANIZADO telefone, sendo negociadas ações de empresas
não registradas em bolsas de valores e outras
espécies de títulos.
Participam deste mercado corretoras,
distribuidoras, alguns bancos e pessoas físicas.

IV - proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra:


a) emissões irregulares de valores mobiliários;
b) atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de
carteira de valores mobiliários.
c) o uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários.

Uma emissão irregular é aquela que não atende as normas expedidas


pela CVM através da Instrução Normativa 400. Essa legislação detalha
etapas, datas e informações antes da oferta pública para que o
investidor possa fazer uma escolha consciente.
Para entender o que seria um ato ilegal, vamos usar o recente (e talvez
mais conhecido) o caso do Eike Batista. A legislação determina que as
empresas que tem ações na bolsa e tem informações relevantes a
publicar (informações que podem influenciar o agente a investir, por
exemplo) ela deve ser divulgada nos canais oficiais, seja na CVM, site da
empresa, jornais de grande circulação etc. O investidor vai buscar
informações nesses canais. No caso Eike, ocorreu que ele publicou no
twitter dele informações sobre a OGX, fazendo diversas afirmações
sobre a “possível” produtividade que a empresa iria alcançar. E isso é
um ato ilegal, pois nem todo mundo é seguidor do Eike no Twitter, além
do que as informações não eram “tão verdadeiras assim”.
O uso de informação relevante é o caso, por exemplo, de existirem
informações relevantes e estas forem omitidas do mercado. Geralmente
são informações da má saúde da empresa. Recentemente ocorreu isso
com a Petrobras, pois não divulgou os prejuízos o que levou o investidor
a erro.
V - evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de
demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado;
Aqui não estamos falando de especulação, pois isso é normal no
mercado de capitais. A legislação brasileira, em linha com os
ordenamentos de outros países de mercado aberto, prevê uma série de
condutas e práticas tidas como sendo ilícitas, seja pela ofensividade, ou
mesmo, pela possibilidade de causar danos ao sistema financeiro
nacional.
Enquadra-se no rol de crimes contra investidores e encontra previsões
em duas leis (Lei n°. 7.347/85 e 7.913/89), além da própria lei
6.385/76 que dispõe acerca dos crimes contra o Mercado de Capitais. As
leis foram criadas com o objetivo de punir práticas desabonadoras e
lesivas ao mercado de capitais.
Combinado com as referidas leis, a Comissão de Valores Mobiliários
(“CVM”) entende que “a realização de negócios de compra e venda em
bolsa de valores com o objetivo de gerar lucro para uma das partes e
prejuízo para a outra é considerada criação de condições artificiais de
mercado, em infração ao item I, conforme definido na alínea “a” do
item II, da Instrução CVM Nº 08/89.”
Assim, pelas características peculiares das operações que são
realizadas, deve-se verificar se há indícios de que os negócios não
podem ser considerados normais de mercado, tendo sido direcionados
com o objetivo de transferir recursos, através da bolsa de valores, para
uma das partes, o que configura a criação de condições artificiais de
demanda, oferta e preço, prática que é vedada pelo item I, conforme
definida no item II, alínea "a", ambos da Instrução CVM Nº 08/79, abaixo
transcritos:

"I - É vedada aos administradores e acionistas de companhias abertas, aos intermediários


e aos demais participantes do mercado de valores mobiliários, a criação de condições
artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários, a manipulação de preço, a
realização de operações fraudulentas e o uso de práticas não equitativas.
II - Para os efeitos desta Instrução conceitua-se como:
a) condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários aquelas
criadas em decorrência de negociações pelas quais seus participantes ou intermediários,
por ação ou omissão dolosa provocarem, direta ou indiretamente, alterações no fluxo de
ordens de compra ou venda de valores mobiliários;"

Como se verifica da definição, a criação de condições artificiais de


demanda, oferta ou preço decorre de negociações que provoquem
alterações no fluxo de ordens de compra ou venda de valores
mobiliários, o que ocorre na medida em que a bolsa é utilizada
indevidamente para a transferência de recursos entre as partes.
É na dissimulação da verdadeira finalidade do negócio que consiste a
essência da criação de condições artificiais de mercado, estando a
artificialidade presente, no caso, em cada negócio que forjava uma
compra e venda quando na realidade nada se queria comprar ou vender.
Criar condições artificiais, em suma, é promover negócios que dão a
falsa impressão aos demais participantes do mercado de que são reais,
verdadeiros e autênticos.
VI - assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as companhias que
os tenham emitido;
Isso ocorre pela divulgação de informações das empresas que negociam
valores mobiliários. Na própria página da CVM na internet
(www.cvm.gov.br) podemos encontrar uma série de dados das
empresas, abertos ao público em geral.
I - estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários;
Esta é uma forma de atuação cultural promovida pela CVM visando
estimular a população ir para a renda variável
VII - assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no mercado de valores mobiliários;
A CVM visa assegurar a todos os investidores a terem condições de
comprarem ou venderem dentro do mercado de capitais dentro das
mesmas regras.
VIII - assegurar a observância no mercado, das condições de utilização de crédito fixadas pelo Conselho
Monetário Nacional.

I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as matérias
expressamente previstas nesta Lei [mercado de valores mobiliários] e na lei de sociedades por ações;

A CVM vai executar a atividade similar ao Bacen. O CMN baixa as normas


gerais e a CVM regulamenta no mercado de capitais.
Eu quero abrir aqui um enorme parêntesis. Olha só.: As entidades que
atuam no mercado de capitais são supervisionadas tanto pelo Banco
Central quanto pela Comissão de Valores Mobiliários. É isso mesmo.
Pode bater perna ou o que for, não sei o que você andou aprendendo
por aí, mas são assim que as coisas funcionam.
Isso foi inclusive objeto de cobrança recente.

(CESPE – 2016 – FUNPRESP-EXE)


O Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários
supervisionam as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores
mobiliários, as quais prestam, entre outros serviços, consultoria
financeira e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes.
Comentários
Corretora e distribuidora de títulos e valores mobiliários são
intermediadoras nos mercados financeiro, cambial e de capitais. Devem
ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de
responsabilidade limitada. São supervisionadas tanto pelo Banco Central
quanto pela Comissão de Valores Mobiliários.
GABARITO: Errado

Assim, podemos afirmar sem medo o seguinte:

II - administrar os registros instituídos por esta Lei; [por exemplo, a


venda, promessa de venda, oferta à venda ou subscrição].
Quando uma empresa deseja se tornar Sociedade Anônima (S.A.), ela,
necessariamente, precisa registrar-se na CVM, bem como, se ela
pretende emitir valor mobiliário [como por exemplo ações], deve
registrar a emissão na CVM.

III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado


de valores mobiliários, de que trata o Art. 1º, bem como a veiculação
de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participem, e
aos valores nele negociados;
Vejamos o que está incluído no Art. 1º:
Art. 1º Serão disciplinadas e fiscalizadas de acordo com esta Lei as
seguintes atividades:
I - a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
II - a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
III - a negociação e intermediação no mercado de derivativos;
IV - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de
Valores;
V - a organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de
Mercadorias e Futuros;
VI - a administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
VII - a auditoria das companhias abertas;
VIII - os serviços de consultor e analista de valores mobiliários.

IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites


máximos de preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras
vantagens cobradas pelos intermediários do mercado;
É uma atuação parecida com a do BACEN. A CVM propõe e o CMN, se
assim concordar, aprova e divulga em forma de resolução.

V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às


que não apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o
dividendo mínimo obrigatório.
Quando uma empresa oferece sua ações na bolsa, diversas pessoas
compram essas ações, e, obviamente, estes “investidores” estão
interessado no lucro de seu investimento. Assim, a fim de proteger o
“mercado”, as que não apresentam lucro, tem uma atenção especial.
Mas ATENÇÃO, as demais companhias abertas também são fiscalizadas.

Do funcionamento da CVM
Art. 9º A Comissão de Valores Mobiliários poderá:
I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou
documentos, inclusive programas eletrônicos e arquivos magnéticos,
ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis de trabalho de
auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em
perfeita ordem e estado de conservação pelo prazo mínimo de cinco
anos:
Faz parte da ação fiscalizatória da CVM. Observe que a CVM não pode
levar os documentos, apenas examinar e extrair cópias. As instituições
devem guardar por pelo menos 5 anos a documentação.

II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar informações, ou


esclarecimentos, sob cominação de multa, sem prejuízo da aplicação
das penalidades previstas no art. 11;
Essa multa, não excederá a R$ 5.000,00 por dia de atraso no seu
cumprimento e sua aplicação independe do processo administrativo. Da
decisão da aplicação da multa, cabe recurso no prazo de 10 dias, sem
efeito suspensivo.
III - requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou
empresa pública;
IV - determinar às companhias abertas que republiquem, com correções
ou aditamentos, demonstrações financeiras, relatórios ou informações
divulgadas;
As informações divulgadas pelas instituições atuantes no mercado de
capitais são de suma importância. Informações incorretas, podem levar
os investidores a aplicações erradas.

Do poder punitivo da CVM


A lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir
irregularidades eventualmente cometidas no mercado de valores
mobiliários. Diante de qualquer suspeita, a CVM pode iniciar um
inquérito administrativo, por meio do qual recolhe informações, toma
depoimentos e reúne provas com vistas a identificar o responsável por
práticas ilegais, desde que lhe ofereça, a partir da acusação, amplo
direito de defesa.
Vamos dar uma olhada no que a legislação diz:

V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não


equitativas de administradores, membros do conselho fiscal e acionistas
de companhias abertas, dos intermediários e dos demais participantes
do mercado;
VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso anterior as
penalidades previstas no Art. 11, sem prejuízo da responsabilidade civil
ou penal.
O processo administrativo poderá ser precedido de etapa investigativa,
em que será assegurado o sigilo necessário à elucidação dos fatos ou
exigido pelo interesse público, e observará o procedimento fixado pela
Comissão. Quando o interesse público o exigir, a Comissão poderá
divulgar a instauração do procedimento investigativo.
Quando o inquérito, concluir pela ocorrência de crime de ação pública,
a Comissão de Valores Mobiliários oficiará ao Ministério Público, para a
propositura da ação pena.

§ 1o Com o fim de prevenir ou corrigir situações anormais do mercado,


a Comissão poderá:
I - suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou
decretar o recesso de bolsa de valores;
II - suspender ou cancelar os registros de que trata esta Lei;
III - divulgar informações ou recomendações com o fim de esclarecer
ou orientar os participantes do mercado;
IV - proibir aos participantes do mercado, sob cominação de multa, a
prática de atos que especificar, prejudiciais ao seu funcionamento
regular.
§ 4o Na apuração de infrações da legislação do mercado de valores
mobiliários, a Comissão deverá dar prioridade às infrações de natureza
grave, cuja apenação proporcione maior efeito educativo e preventivo
para os participantes do mercado.
Quando a CVM suspende a negociação de determinado valor mobiliário,
está agindo preventivamente. Ocorre normalmente quando há algum
grande negócio envolvendo fusões ou grandes aquisições. Essa ação
preventiva visa impossibilitar o uso de informação privilegiada por quem
está envolvido nas negociações.
Já o recesso é uma medida extrema que a CVM só toma em casos de
grave crise ou perturbação no mercado de capitais.

Não confunda o recesso decretado pela CVM com o Circuit


Breaker. Circuit breaker é o mecanismo utilizado pela Bovespa
que permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado, o
amortecimento e o rebalanceamento das ordens de compra e de
venda. Esse instrumento constitui-se em uma “proteção” à
volatilidade excessiva em momentos atípicos do mercado.

§ 6o A Comissão será competente para apurar e punir condutas


fraudulentas no mercado de valores mobiliários sempre que:
I - seus efeitos ocasionem danos a pessoas residentes no território
nacional,independentemente do local em que tenham ocorrido; e
II - os atos ou omissões relevantes tenham sido praticados em território
nacional.
Em relação às instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a
explorar simultaneamente operações ou serviços no mercado de valores
mobiliários e nos mercados sujeitos à fiscalização do Banco Central do
Brasil, as atribuições da Comissão de Valores Mobiliários serão limitadas
às atividades submetidas ao regime da presente Lei, e serão exercidas
sem prejuízo das atribuições daquele.

A Comissão de Valores Mobiliários poderá impor aos infratores das


normas desta Lei, da lei de sociedades por ações, das suas resoluções,
bem como de outras normas legais cujo cumprimento lhe incumba
fiscalizar, as seguintes penalidades:
I - advertência;
II - multa;

As penalidades previstas nos incisos III a VIII somente serão aplicadas


nos casos de infração grave:
III - suspensão do exercício do cargo de administrador ou de
conselheiro fiscal de companhia aberta, de entidade do sistema de
distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou
registro na Comissão de Valores Mobiliários;
IV - inabilitação temporária, até o máximo de vinte anos, para o
exercício dos cargos referidos no inciso anterior;
V - suspensão da autorização ou registro para o exercício das
atividades de que trata esta Lei;
VI - cassação de autorização ou registro, para o exercício das
atividades de que trata esta Lei;
VII - proibição temporária, até o máximo de vinte anos, de praticar
determinadas atividades ou operações, para os integrantes do sistema
de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou
registro na Comissão de Valores Mobiliários;
VIII - proibição temporária, até o máximo de dez anos, de atuar,
direta ou indiretamente, em uma ou mais modalidades de operação no
mercado de valores mobiliários.
Art. 13. A Comissão de Valores Mobiliários manterá serviço para exercer
atividade consultiva ou de orientação junto aos agentes do mercado de
valores mobiliários ou a qualquer investidor.
A CVM pode atuar também como amicus curiae, assessorando a justiça.
Nesse caso, quando solicitada, a CVM pode atuar em qualquer processo
judicial que envolva o mercado de valores mobiliários, oferecendo
provas ou apresentando pareceres.
Amicus Curiae: "Amigo da Corte". Intervenção assistencial em processos
por parte de entidades que tenham representatividade adequada para
se manifestar nos autos sobre questão de direito pertinente à
controvérsia. Não são partes dos processos; atuam apenas como
interessados na causa.

Resumo do capítulo

Art. 5o É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade


autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda,
com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade
administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica,
mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira
e orçamentária.

Art. 6o A Comissão de Valores Mobiliários será administrada por um


Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República,
depois de aprovados pelo Senado Federal, dentre pessoas de ilibada
reputação e reconhecida competência em matéria de mercado de
capitais.
§ 1o O mandato dos dirigentes da Comissão será de cinco anos, vedada
a recondução, devendo ser renovado a cada ano um quinto dos membros
do Colegiado.

§ 2o Os dirigentes da Comissão somente perderão o mandato em virtude


de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de
processo administrativo disciplinar.

§ 3o Sem prejuízo do que preveem a lei penal e a lei de improbidade


administrativa, será causa da perda do mandato a inobservância, pelo
Presidente ou Diretor, dos deveres e das proibições inerentes ao cargo.

§ 4o Cabe ao Ministro de Estado da Fazenda instaurar o processo


administrativo disciplinar, que será conduzido por comissão especial,
competindo ao Presidente da República determinar o afastamento
preventivo, quando for o caso, e proferir o julgamento.

§ 5o No caso de renúncia, morte ou perda de mandato do Presidente da


Comissão de Valores Mobiliários, assumirá o Diretor mais antigo ou o
mais idoso, nessa ordem, até nova nomeação, sem prejuízo de suas
atribuições.

§ 6o No caso de renúncia, morte ou perda de mandato de Diretor,


proceder-se-á à nova nomeação pela forma disposta nesta Lei, para
completar o mandato do substituído.

§ 7o A Comissão funcionará como órgão de deliberação colegiada de


acordo com o seu regimento interno, e no qual serão fixadas as
atribuições do Presidente, dos Diretores e do Colegiado.

Art . 8º Compete à Comissão de Valores Mobiliários:

I - regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho


Monetário Nacional, as matérias expressamente previstas nesta Lei e na
lei de sociedades por ações;

II - administrar os registros instituídos por esta Lei;

III - fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado


de valores mobiliários, de que trata o Art. 1º, bem como a veiculação
de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participem, e
aos valores nele negociados;
IV - propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites
máximos de preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras
vantagens cobradas pelos intermediários do mercado;

V - fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às


que não apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o
dividendo mínimo obrigatório.

§ 1o O disposto neste artigo não exclui a competência das Bolsas de


Valores, das Bolsas de Mercadorias e Futuros, e das entidades de
compensação e liquidação com relação aos seus membros e aos valores
mobiliários nelas negociados.

§ 2o Serão de acesso público todos os documentos e autos de processos


administrativos, ressalvados aqueles cujo sigilo seja imprescindível para
a defesa da intimidade ou do interesse social, ou cujo sigilo esteja
assegurado por expressa disposição legal. (

§ 3º Em conformidade com o que dispuser seu regimento, a Comissão de


Valores Mobiliários poderá:

I - publicar projeto de ato normativo para receber sugestões de


interessados;

II - convocar, a seu juízo, qualquer pessoa que possa contribuir com


informações ou opiniões para o aperfeiçoamento das normas a serem
promulgadas.

Art 9º A Comissão de Valores Mobiliários, observado o disposto no §


2o do art. 15, poderá:

I - examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros ou


documentos, inclusive programas eletrônicos e arquivos magnéticos,
ópticos ou de qualquer outra natureza, bem como papéis de trabalho de
auditores independentes, devendo tais documentos ser mantidos em
perfeita ordem e estado de conservação pelo prazo mínimo de cinco
anos:

a) as pessoas naturais e jurídicas que integram o sistema de distribuição


de valores mobiliários (Art. 15);

b) das companhias abertas e demais emissoras de valores mobiliários e,


quando houver suspeita fundada de atos ilegais, das respectivas
sociedades controladoras, controladas, coligadas e sociedades sob
controle comum;

c) dos fundos e sociedades de investimento;

d) das carteiras e depósitos de valores mobiliários (Arts. 23 e 24);

e) dos auditores independentes;

f) dos consultores e analistas de valores mobiliários;

g) de outras pessoas quaisquer, naturais ou jurídicas, quando da


ocorrência de qualquer irregularidade a ser apurada nos termos do
inciso V deste artigo, para efeito de verificação de ocorrência de atos
ilegais ou práticas não eqüitativas;

II - intimar as pessoas referidas no inciso I a prestar informações, ou


esclarecimentos, sob cominação de multa, sem prejuízo da aplicação
das penalidades previstas no art. 11;

III - requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou


empresa pública;

IV - determinar às companhias abertas que republiquem, com correções


ou aditamentos, demonstrações financeiras, relatórios ou informações
divulgadas;

V - apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não


eqüitativas de administradores, membros do conselho fiscal e acionistas
de companhias abertas, dos intermediários e dos demais participantes
do mercado;

VI - aplicar aos autores das infrações indicadas no inciso anterior as


penalidades previstas no

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