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Declaração Obrigatória

 As opiniões e conclusões externadas nesta apresentação são


de minha inteira responsabilidade, não refletindo,
necessariamente, o entendimento da Comissão de Valores
Mobiliários – CVM.
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Introdução
 Lei 6.385/76 - criou a CVM, autarquia destinada a regulamentar e desenvolver
o mercado de capitais e fiscalizar as Bolsas de Valores, as companhias abertas,
demais emissores de valores mobiliários e todos os demais participantes

 Lei 6.404/76 - a nova Lei das S/A revogou a legislação de 1940 (Decreto-lei 2627)

 Essas Leis foram alteradas pelas Leis 9.447/97, 9.457/97, 10.303/01 (ampliou a
competência da CVM) e mais recentemente pela 11.638/07 (reforma contábil)
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CVM - competência e atuação


 Proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões
irregulares e atos ilegais de administradores, controladores e
administradores de investimentos em valores mobiliários

 Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores


mobiliários negociados e sobre as companhias emissoras
 Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a
criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores
mobiliários
 Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de
Bolsa de Valores e de balcão
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Objetivos da CVM

 Aperfeiçoar a informação disponível ao investidor

 Atender às necessidades informacionais do usuário

 Proporcionar decisões de investimento mais seguras

 Proporcionar redução de custos de coleta de informações sobre


as companhias abertas
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Deveres dos administradores


 dever de diligência

 dever de agir no interesse da companhia

 dever de lealdade

 dever de evitar conflito de interesse

 dever de guardar sigilo x dever de informar


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Deveres dos administradores


 os deveres atribuídos aos administradores pela lei societária
são padrões genéricos de conduta, que precisam ser
concretizados conforme as circunstâncias em que são
aplicados

 o elenco de deveres dos administradores da Lei 6404 são


desdobramentos do padrão de comportamento do
administrador do DL 2627
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Deveres dos administradores


 o administrador deverá possuir duas qualidades:
competência e reputação profissional (art. 152)

 o desconhecimento ou a inexperiência não são


justificativas válidas para que o administrador
negligencie seus deveres e este deve ter conhecimento
sobre os deveres assumidos
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Dever de diligência
Art. 153. O administrador da companhia deve empregar,
no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que
todo homem ativo e probo costuma empregar na
administração dos seus próprios negócios.
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Dever de diligência - desdobramentos


 dever de se qualificar

 dever de bem administrar

 dever de se informar

 dever de investigar

 dever de vigiar
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Dever de agir no interesse da empresa


Art. 154. O administrador deve exercer as atribuições que a
lei e o estatuto lhe conferem para lograr os fins e no
interesse da companhia, satisfeitas as exigências do bem
público e da função social da empresa.

§ 1º O administrador eleito por grupo ou classe de


acionistas tem, para com a companhia, os mesmos deveres
que os demais, não podendo, ainda que para defesa do
interesse dos que o elegeram, faltar a esses deveres.
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Dever de lealdade
Art. 155. O administrador deve servir com lealdade à
companhia e manter reserva sobre os seus negócios, sendo-lhe
vedado:
I - usar, em benefício próprio ou de outrem, com ou sem
prejuízo para a companhia, as oportunidades comerciais de que
tenha conhecimento em razão do exercício de seu cargo;
II - omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia
ou, visando à obtenção de vantagens, para si ou para outrem,
deixar de aproveitar oportunidades de negócio de interesse da
companhia;
III - adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe
necessário à companhia, ou que esta tencione adquirir.
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Dever de evitar conflito de interesses


Art. 156. É vedado ao administrador intervir em qualquer
operação social em que tiver interesse conflitante com o da
companhia, bem como na deliberação que a respeito
tomarem os demais administradores, cumprindo-lhe
cientificá-los do seu impedimento e fazer consignar, em ata
de reunião do conselho de administração ou da diretoria, a
natureza e extensão do seu interesse.
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Dever de guardar sigilo x dever de


informar
art. 157 - § 4º - Os administradores da companhia aberta são
obrigados a comunicar imediatamente à bolsa de valores e a
divulgar pela imprensa qualquer deliberação da assembléia-
geral ou dos órgãos de administração da companhia, ou fato
relevante ocorrido nos seus negócios, que possa influir, de
modo ponderável, na decisão dos investidores do mercado de
vender ou comprar valores mobiliários emitidos pela
companhia.
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Dever de guardar sigilo x dever de


informar
art. 157 - § 5º Os administradores poderão recusar-se a prestar a
informação (§ 1º, alínea e), ou deixar de divulgá-la (§ 4º), se
entenderem que sua revelação porá em risco interesse legítimo da
companhia, cabendo à Comissão de Valores Mobiliários, a pedido
dos administradores, de qualquer acionista, ou por iniciativa
própria, decidir sobre a prestação de informação e responsabilizar
os administradores, se for o caso.
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Divulgação de informações
 Instrução CVM 480/ 09 que revogou a antiga I CVM 202/93 -
registro inicial de companhia aberta, envio de informações periódicas e eventuais

 Instrução CVM 358/02 – recentemente alterada, divulgação de


ato ou fato relevante, comunicação de negociação de administradores, aumento de
participação relevante, política de divulgação

 Instrução CVM 400/03 - ofertas públicas de distribuição de valores


mobiliários, nos mercados primário ou secundário - derrogada
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Atributos da informação
Devem contemplar:
1. Custo x Benefício;
2. Relevância (materialidade e oportunidade);
3. Confiabilidade (fidelidade, verificabilidade e neutralidade);
4. Comparabilidade (uniformidade e consistência)
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A função do diretor de relações com investidores


 O diretor de relações com investidores atualmente por força da I.
CVM 480 é responsável pela prestação de informações ao público
investidor, à CVM e, caso a companhia tenha registro em bolsa de
valores ou mercado de balcão organizado, a essas entidades, bem
como por manter atualizado o registro de companhia e é
solidariamente responsável com os demais diretores no cuidado com
a informação (I. 480).

 art. 158 - § 3º Nas companhias abertas, a responsabilidade de que


trata o § 2º ficará restrita, ressalvado o disposto no § 4º, aos
administradores que, por disposição do estatuto, tenham atribuição
específica de dar cumprimento àqueles deveres.
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Política de divulgação
 A política de divulgação de ato ou fato relevante é um
documento de caráter obrigatório a todas as
companhias abertas.

 A Instrução CVM 358/02 não fez restrição ou exceção


à obrigatoriedade da adoção do documento. Portanto,
basta a companhia estar regularmente registrada na
CVM, independente da organização societária e da
natureza dos valores mobiliários emitidos, para ter o
dever de adotar a política de divulgação.
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Política de negociação
 A política de negociação de valores mobiliários é de
formulação facultativa. (Análise do artigo 2º da lei 6.385/76)
Entretanto, tal política é muito útil para que as companhias
estabeleçam normas de conduta para as transações
envolvendo, principalmente, as ações de emissão própria.
(Análise do Instrução CVM 475/08)

 Ao estabelecer normas internas, as companhias definem uma


linha de orientação geral, ao mesmo tempo em que deixam
claro aos seus investidores que estão atentas à lisura e
transparência de operações envolvendo os valores mobiliários
de sua emissão, com destaque àquelas de natureza privada.
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Caso exemplar – IA 25/03


 não convocação de AGE (art. 256) – afastada por maioria

 infração do art. 156 – conflito do diretor empregado – afastada por


unanimidade

 erros do laudo:
 superestimação do ativo imobilizado
 subestimação da dívida financeira da OI
 superestimação do valor da concessão de telefonia móvel (não avaliação a
preços de mercado)
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Casos exemplares – IA 25/03


Voto Presidente Maria Helena Santana
 afasta a imputação aos administradores da TNL

 erro de proibição (não havia regra regulando os critérios de avaliação a


mercado e nem atuação da CVM, preventiva ou sancionadora)
 mitigação da pena para advertência aos administradores da Telemar
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Parecer de orientação nº 35
 Recomenda a formação de comitê especial
independente para negociar as operações de fusão e
incorporação envolvendo controladora e controlada

 Recomenda que a operação seja condicionada à


aprovação da maioria dos acionistas não-
controladores, inclusive os titulares de ações sem
direito a voto ou com voto restrito
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Parecer de orientação nº 35
Alternativas para formação do comitê especial:
i) comitê composto exclusivamente por administradores
da companhia, em sua maioria independentes;
ii) comitê composto por não-administradores da
companhia, todos independentes e com notória capacidade
técnica, desde que o comitê esteja previsto no estatuto, para os
fins do art. 160 da Lei nº 6.404, de 1976; ou
iii) comitê composto por: (a) um administrador
escolhido pela maioria do conselho de administração; (b) um
conselheiro eleito pelos acionistas não-controladores; e (c) um
terceiro, administrador ou não, escolhido em conjunto pelos
outros dois membros.
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Parecer de orientação nº 35
 caso não seja formado o comitê especial, deverão ser
verificados os procedimentos adotados pelos
membros do conselho de administração no processo
de tomada de decisão

 deverá ser avaliada a comutatividade da relação de


troca (art. 245)
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