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Guerra, E. L. A. (2014). Manual de pesquisa qualitativa. Grupo Ănima Educação Ed.

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A ciência possui normas próprias que “A ciência tem suas regras e são elas que conferem
certificam um determinando cientificidade e validade ao que é produzido e reproduzido no
conhecimento como científico universo científico” (Guerra, 2014, p.8)
(Guerra, 2014, p.8)

Segundo Guerra (2014, p.8), chama-se “Cada área do conhecimento é constituída por um conjunto
método científico a um conjunto de de técnicas especializadas de pesquisa, que variam conforme
princípios gerais de pesquisa utilizadas a natureza e as características de seu objeto de estudo. Mas
em todas as áreas do saber, todas as áreas do conhecimento compartilham um conjunto
independentemente das especificidade de princípios gerais, que denominamos como método
de cada uma. científico” (Guerra, 2014, p.8)

No domínio das ciências, o método é Para Cervo, et al. (2007, apud Guerra, 2014, pp. 5-6) “nas
conjunto de procedimentos usados na ciências, entende-se por método o conjunto de processos
investigação e provação da verdade. empregados na investigação e na demonstração da verdade.
Não se pode inventar, mas sim Não se inventa um método; ele depende, fundamentalmente,
escolhe-lo em função ao objecto de do objeto de estudo”.
estudo (Cervo, et al., 2007, apud
Guerra, 2014, pp. 5-6).

A metodologia de investigação Como referido por Guerra (2014) “a investigação científica


científica está dividida em quantitativa conforme a metodologia adotada é, com frequência, dividida
e qualitativa (Guerra, 2014, p.8) em dois tipos distintos: a quantitativa e a qualitativa” (p.8)

De acordo com (Manyo, 2008, apud “os métodos quantitativos têm o objectivo de mostrar dados,
Guerra, 2014, p.10), os métodos indicadores e tendências observáveis, ou produzir modelos
quantitativos visam a representação teóricos abstratos com elevada aplicabilidade prática. Suas
numérica em indicadores e relações investigações evidenciam a regularidade dos fenômenos”
matemáticas ou estatísticos que (Manyo, 2008, apud Guerra, 2014, p.10)
evidenciam a regularidade dos
fenómenos da pesquisa.
Guerra (2014, p.11), argumenta que, “Na abordagem qualitativa, o cientista objetiva aprofundar-se
a pesquisa qualitativa visa na compreensão dos fenômenos que estuda acções dos
compreender os fenómenos na sua indivíduos, grupos ou organizações em seu ambiente ou
essência, interpretando-os segundo o contexto social interpretando-os segundo a perspectiva dos
significado atribuído pelos próprios próprios sujeitos que participam da situação, sem se
sujeitos que participam da situação, preocupar com representatividade numérica, generalizações
sem considerar a representatividade estatísticas e relações lineares de causa e efeito” (Guerra,
numérica. 2014, p.11)
Para Moreira (2002, apud Guerra, Segundo Moreira (2002, apud Guerra, 2014, p.12), “é
2014, p.12), é importante referir que necessário destacar que ainda há e por certo haverá um
existe e sempre haverá conflito entre conflito entre os positivistas que defendem a pesquisa
positivistas que defendem a pesquisa quantitativa, e os interpretacionistas ou interacionistas, e
quantitativa e interpretacionistas e outros que defendem a pesquisa qualitativa, no que tange à
outros que defendem a pesquisa cientificidade ou não dos métodos de pesquisa que cada uma
qualitativa, quanto a cientificidade ou das correntes epistemológicas defende”.
não de cada método.

Para os positivistas, consideram a “Para os positivistas, a pesquisa qualitativa é considerada


pesquisa qualitativa com sendo subjetiva e não científica, uma vez que não opera com dados
subjectiva e não científica. Ao passo matemáticos que permitem descobrir relações de causa e
que os adeptos da pesquisa qualitativa, efeito no tratamento estatístico. Já para os adeptos da pesquisa
consideram a abordagem quantitativa qualitativa, o estudo da experiência humana deve ser feito
sendo não científica, uma vez que não entendendo que as pessoas interagem, interpretam e
se preocupa com a essência do objecto constroem sentidos. Os que defendem essa postura criticam o
de pesquisa (Guerra, 2014, p.12) posicionamento positivista, já que para eles fica a dúvida
sobre até que ponto uma abordagem que não se preocupa com
a essência do seu objeto pode ser considerada científica”
(Guerra, 2014, p.12).

Guerra (2014, p.12) refere que, hoje há Como refere Guerra (2014) “actualmente já existem
defensores de investigações científicas defensores de investigações científicas que apostam nas
que apostam na abordagem quanti- abordagens quanti-qualitativas, com frequência denominada
qualitativa, que defendem a utilização como triangulação, defendendo que o melhor de cada uma das
do melhor de cada abordagem em uma abordagens pode ser utilizada em um mesmo estudo” (p.12).
pesquisa.

Como referido por Guerra (2014, p.16- Segundo Guerra (2014) “a pesquisa qualitativa trabalha
17), a pesquisa qualitativa trabalha geralmente com pessoas e com suas criações e estes sujeitos
geralmente com pessoas e suas de pesquisa devem ser compreendidos como atores sociais,
concepções que devem ser entendidos respeitados em suas opiniões, crenças e valores” (pp.16-17).
como atores sociais e respeitados em
suas cultura e etnia.

Com confere Minayo (2008, apud Minayo (2008, apud Gerra, 2014, p.18) “a entrevista, tomada
Gerra, 2014, p.18), a entrevista tanto no sentido amplo de comunicação verbal, e no sentido restrito
no sentido de comunicação como no de coleta de informações sobre determinado tema científico,
sentido de colecta de dados de pesquisa é a estratégia mais usada no processo de trabalho de campo”.
é a técnica mais usada no trabalho de
campo.
Lakatos e Marconi (2010, apud “Com o uso de entrevistas, segundo Lakatos e Marconi
Guerra, 2014, p.18), refere que o uso (2010), você consegue: averiguar fatos ocorridos; conhecer a
da entrevista na colecta de dados opinião das pessoas sobre os fatos; conhecer o sentimento da
permite apuar os factos ocorridos, o pessoa sobre o fato ou seu significado para ela; descobrir
sentimento do entrevistado sobre o quais foram, são ou seriam as condutas das pessoas, sejam
facto, achar as condutas passadas, elas passadas, presentes ou planejadas (futuras); descobrir
presentes e futuras, descobrir factores fatores que influenciam os pensamentos, sentimentos ou
que influenciam o entrevistado sobre o ações das pessoas” (Guerra, 2014, p.18)
assunto.

De acordo com Guerra (2014, p.28), tal “Assim como a técnica de entrevista, a observação exige um
como a entrevista, a observação contato face a face do pesquisador com o seu objeto de estudo.
também obriga um contacto face a face Da mesma forma que ocorre com as entrevistas, no caso da
do pesquisados com o objecto da observação, não será o número de observações realizadas que
pesquisa. A semelhança das define a credibilidade dos dados de uma pesquisa, mas sim a
entrevistas, na observação é a profundidade e a amplitude alcançadas ao longo do processo
profundidade e a amplitude atingidas de coleta de dados” (Guerra, 2014, p.28).
ao longo do processo da colecta de
dados que definem a credibilidade dos
dados.

Sobre as técnicas para análise de dados Ao falar das técnicas para análise de dados qualitativo,
qualitativo Minayo (2008, apud Guerra “MINAYO (2008) sugere que dados qualitativos devem ser
2014, pp.38) propõe à escolha do trabalhados a partir de uma das três abordagens mais
pesquisador uma das seguintes conhecidas: análise de conteúdo, análise do discurso e análise
abordagens no trabalho com os dados: dialética/ hermenêutica. A escolha da abordagem depende da
análise de conteúdo, análise do corrente de pensamento ou paradigma à qual o pesquisador se
discurso e análise dialética/ filia” (Guerra, 2014, pp.38).
hermenêutica.

Guerra (2014, p.38), salienta que, são “São conhecidas várias modalidades de análise de conteúdo:
várias as modalidades de análise de lexical, de expressão, de relações, de enunciado e temática.
conteúdo, mas dentre elas a análise Dentre elas, a análise temática é a mais simples e, portanto,
temática é a mais simples e considerada mais apropriada para pesquisadores iniciantes na
recomendada para pesquisadores técnica” (Guerra, 2014, p. 38).
iniciantes.
A análise do discurso é uma técnica A análise do discurso, “é uma técnica muito usada no campo
mais usada na linguística e ciências da linguística e das ciências sociais. O objetivo desta análise
sociais que visa entender os contextos é compreender as condições de produção e apreensão dos
de criação de criação e detenção dos significados dos textos a serem alisados” (Guerra, 2014, p.40)
significados dos textos a analisar

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