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THAMIRES CRISTINA

PESQUISA: tipos, classificações e perspectivas.

PALMAS-TO
2019
THAMIRES CRISTINA

PESQUISA: tipos, classificações e perspectivas.

Trabalho apresentado a Prof.ª. Liliane


Borges, docente na Faculdade Serra do
Carmo – FASEC, Campus Palmas-TO, da
disciplina Trabalho de Direito
Interdisciplinar – TDI-II do Curso de
Graduação em Bacharel em Direito.

PALMAS-TO
2019
1 – Defina a classificação dos tipos de pesquisa. Uma pesquisa pode ser
classificada sob diferentes perspectivas como:

a) Natureza b) Procedimento c) Finalidade d) Objetivos e) Métodos

INTRODUÇÃO

Neste trabalho trataremos acerca da pesquisa, seus tipos, suas


características e classificações, portanto inicialmente faz-se necessário
compreender o conceito de pesquisa e conhecer sua importância e, além disso,
saber de que forma esta pode se constituir numa ferramenta importante para as
práticas profissionais. Hodiernamente, acostumamo-nos com a palavra “pesquisar”.
Quando estamos diante de alguma dúvida que você tenha sobre restaurantes,
roupas, carros, viagem, filmes e outros assuntos, você irá pesquisar na internet, ou
seja, é o conhecimento da palavra “pesquisar” pelo senso comum.

Para os pesquisadores a constatação de um problema ou o surgimento de


uma dúvida é a causa do nascimento da necessidade de pesquisar. Considerando
esse argumento podendo-se assim, definir a pesquisa como uma atividade voltada
para a solução de problemas e para suprir a necessidade de conhecer do homem,
empregando processos científicos (CERVO & BERVIAN, 2002; Gil, 2012). Do ponto
de vista científico, segundo Ander-Egg, a pesquisa é um "procedimento reflexivo
sistemático, controlado e crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados,
relações ou leis, em qualquer campo do conhecimento". (ANDER-EGG, 1978, p. 28
apud LAKATOS; MARCONI, 2019, p. 169).

A pesquisa é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo,


que requer tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade
ou para descobrir verdades parciais. (LAKATOS; MARCONI, 2019, p. 169). Para
Andrade (2009. p.109): “Pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos,
baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para
problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos”. Para Gil (2002,
p.17), “pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem
como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”.
Portanto, “pesquisar” é um processo de investigação que tem por interesse
desvendar as relações existentes entre os aspectos que envolvem os fatos,
fenômenos, situações ou coisas. Ela recebe a qualificadora de “científica”, quando é
desenvolvida de maneira organizada e sistemática, seguindo um planejamento
previamente estabelecido pelo pesquisador. É no planejamento da pesquisa que se
determina o caminho a ser percorrido na investigação do objeto de estudo.

TIPOS DAS PESQUISAS

Os tipos de pesquisas podem ser classificados de várias formas, por critérios


que variam segundo diferentes enfoques. Do ponto de vista das Ciências, por
exemplo, a pesquisa pode ser biológica, médica, físico-química, matemática,
histórica, pedagógica, social etc. (ANDRADE, 2010. p.111).

Existem diferentes tipos de pesquisa que se enquadram de acordo com os


vários propósitos, objetivos e procedimentos que o pesquisador deseja utilizar como
método científico do seu estudo. Para saber qual o modelo mais adequado, o
investigador precisa levar em consideração a finalidade do seu trabalho, a
abordagem que deseja usar, entre outras características que condizem com o seu
objeto de estudo.

É de suma importância ressaltar que, independentemente do tema e a área


escolhida pelo pesquisador, há dois métodos que devem ser conhecidos por todos
os pesquisadores: a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa, “(...) pois
determinada metodologia pode adotar uma abordagem quantitativa ou qualitativa, ou
valer-se tanto de uma quanto de outra”. (SEVERINO 2016, p.125 apud LAKATOS;
MARCONI, 2019, p.295).

Segundo (LAKATOS; MARCONI, 2019, p.295) “Na qualitativa, o problema


não sai da cabeça do pesquisador, mas é resultado da imersão do pesquisador na
vida e no contexto da população pesquisada; o problema é estabelecido pelos
sujeitos da pesquisa; não é constituído aprioristicamente, mas apenas depois do
reconhecimento das informações das pessoas e dos grupos envolvidos”. (grifo
nosso).
Enquanto que, segundo as citadas autoras, “no qualitativo, não há
preocupação com a neutralidade científica; antes, o pesquisador entende que a
compreensão dos fatos se dá com sua conduta participante; será fruto de sua
participação e interação com os sujeitos da pesquisa. Ele busca apreender o
significado social que os pesquisados atribuem aos fatos, aos problemas que
vivenciam. Os pesquisados, por sua vez, são vistos como sujeitos capazes de
produzir conhecimentos e de intervir em sua solução”. (grifo nosso).

Por fim é viável diferenciar metodologia de método. Método é a justificativa


para o tipo de procedimento empregado na pesquisa (qualitativo ou quantitativo).
Enquanto que Metodologia é o conjunto de procedimentos empregado no estudo
desenvolvido.

CLASSIFICAÇÕES DAS PESQUISAS

A classificação das pesquisas é relevante, porque possibilita reconhecer


semelhanças e diferenças entre modalidades diferentes de pesquisa, permitindo ao
pesquisador decidir qual delas será mais adequada à solução dos problemas que
objetiva com sua investigação: “quando o pesquisador consegue rotular seu projeto
de pesquisa de acordo com um sistema de classificação, torna-se capaz de conferir
maior racionalidade às etapas requeridas para sua execução” (GIL 2016, p.25 apud
LAKATOS; MARCONI, 2019, p.296).

FINALIDADE

Quanto a Finalidade da pesquisa, as várias finalidades da pesquisa podem


ser classificadas em dois grupos: o primeiro reúne as finalidades motivadas por
razões de ordem intelectual e o segundo, por razões de ordem prática. No primeiro
caso, o objetivo da pesquisa é alcançar o saber, para a satisfação do desejo de
adquirir conhecimentos. Esse tipo de pesquisa de ordem intelectual, denominada
“pura” ou “fundamental”, é realizado por cientistas e contribui para o progresso da
Ciência. No outro tipo, a pesquisa visa às aplicações práticas, com o objetivo de
atender às exigências da vida moderna. Nesse caso, sendo o objetivo contribuir para
fins práticos, pela busca de soluções para problemas concretos, denomina-se
pesquisa “aplicada”. (ANDRADE, 2010. p.110).
Segundo, (LAKATOS; MARCONI, 2019, p.297), considerando a Finalidade,
as pesquisas podem ser: básica ou aplicada, o que não impede a utilização de
ambas em uma mesma pesquisa. Ultimamente, também tem sido usada a divisão:
pesquisa básica pura (ocupada com a ampliação do conhecimento, sem
preocupação prática), pesquisa básica estratégica (interessada na aquisição de
novos conhecimentos para a solução de problemas práticos), pesquisa aplicada,
cujo objetivo é adquirir conhecimento para a solução de um problema específico, e
pesquisa de desenvolvimento experimental, que visa à produção de novos materiais,
equipamentos, políticas e comportamentos, ou novos serviços.

NATUREZA

Quanto a Natureza da pesquisa, a pesquisa pode constituir-se em um


trabalho científico original ou em um resumo de assunto. Por trabalho científico
original entende-se uma pesquisa realizada pela primeira vez, que venha a contribuir
com novas conquistas e descobertas para a evolução do conhecimento científico. O
resumo de assunto é um tipo de pesquisa que dispensa a originalidade, mas não o
rigor científico. Trata-se de pesquisa fundamentada em trabalhos mais avançados,
publicados por autoridades no assunto, e que não se limita à simples cópia das
ideias. (ANDRADE, 2010. p.111).

Percebe-se que a diferença entre trabalho científico original e resumo de


assunto, portanto, não se fundamenta nos métodos adotados, mas nas finalidades
da pesquisa. Ou seja, gerar conhecimento sem finalidade imediata (pesquisa básica
ou resumo de assunto) ou gerar produto com finalidade imediata (pesquisa aplicada
ou cientifico original).

OBJETIVOS

Quanto aos Objetivos da pesquisa, (LAKATOS; MARCONI, 2019, p.297), diz


que elas podem ser exploratórias (possibilitam maior familiaridade com o problema e
a construção de hipóteses), descritivas, e explicativas.

Andrade diz que através das pesquisas exploratórias avalia-se a


possibilidade de desenvolver uma boa pesquisa sobre determinado assunto.
(ANDRADE, 2010. p.112). A pesquisa exploratória é uma coleta de dados, exemplo:
pesquisa bibliográfica, estudo de caso, levantamento de campo.

As pesquisas descritivas, por sua vez, objetivam descrever as


características de uma população, ou identificar relações entre variáveis. Nesse
caso, são comuns as pesquisas que investigam características de um grupo,
considerando idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, nível socioeconômico
etc. Também são pesquisas descritivas as que se ocupam do nível de criminalidade
de determinada comunidade, do atendimento dos serviços públicos de saúde,
segurança, direitos humanos, pesquisas sobre preferência política. (LAKATOS;
MARCONI, 2019, p.297).

A pesquisa explicativa é um tipo de pesquisa mais complexo, pois, além de


registrar, analisar e interpretar os fenômenos estudados, procura identificar seus
fatores determinantes, ou seja, suas causas. A pesquisa explicativa tem por objetivo
aprofundar o conhecimento da realidade, procurando a razão, o “porquê” das coisas;
mesmo, está mais sujeita a cometer erros. Contudo, pode-se afirmar que os
resultados das pesquisas explicativas fundamentam o conhecimento científico.
(ANDRADE, 2010. p.112). A pesquisa explicativa pode aparecer sob a forma de
pesquisa experimental e estudo de caso controle (GIL, 2012).

PROCEDIMENTOS

Os procedimentos, ou seja, a maneira pela qual se obtêm os dados


necessários, permitem estabelecer a distinção entre pesquisas de campo e
pesquisas de fontes “de papel”. Nesta modalidade incluem-se a pesquisa
bibliográfica, experimental, operacional e a documental. A diferença entre uma e
outra estáá́ na espécie de documentos que constituem fontes de pesquisas: enquanto
a pesquisa bibliográfica utiliza fontes secundárias, ou seja, livros e outros
documentos bibliográficos, a pesquisa documental baseia-se em documentos
primários, originais. (ANDRADE, 2010. p.113).

Pesquisa bibliográfica - partindo do ponto de vista dos procedimentos


técnicos, a pesquisa bibliográfica é uma das mais comuns. É considerada obrigatória
em quase todos os moldes de trabalhos científicos. Consiste na coleta de
informações a partir de textos, livros, artigos e demais materiais de caráter científico.
Esses dados são usados no estudo sob forma de citações, servindo de
embasamento para o desenvolvimento do assunto pesquisado.

Pesquisa experimental - também é uma pesquisa empírica. É comum em


pesquisas laboratoriais, onde o investigador tem controle das variáveis e simula
situações que deverão ser observadas e analisadas. Normalmente, na pesquisa
experimental o pesquisador compara diferentes variáveis com o objetivo de traçar
um perfil, refutar hipóteses ou aprovar teorias. Algumas pesquisas descritivas vão
além da mera identificação das relações entre as variáveis, procurando estabelecer
a natureza destas relações, quando isto acontece, à pesquisa descritiva se aproxima
das pesquisas experimentais (explicativas) (ANDRADE, 2010; GIL, 2012).

Pesquisa documental - similar à pesquisa bibliográfica, a documental não se


restringe apenas a coleta de informações de caráter científico. Na pesquisa
documental qualquer documento com conteúdo informacional útil para a pesquisa
pode ser usado, como jornais, revistas, catálogos, fotografias, atas, etc.
Normalmente, esse tipo de pesquisa é usado em união com a pesquisa bibliográfica.
Assim, cria-se um vínculo entre o discurso teórico e a realidade apresentada nos
documentos não-científicos, por exemplo.

Um caso especial e pouco conhecida é a pesquisa operacional - Pesquisa


operacional é o uso de modelos matemáticos, estatística e algoritmos para ajudar a
tomada de decisões. É mais frequente o seu uso para análise de sistemas
complexos reais, tipicamente com o objetivo de melhorar ou otimizar a performance.
É uma forma de matemática aplicada.

MÉTODOS ou TÉCNICAS

Segundo os métodos empregados, as pesquisas podem


ser qualitativas e quantitativas. Nesse caso, a preocupação concentra-se na
qualidade dos resultados alcançados com a pesquisa, em como os dados foram
obtidos, que procedimentos foram adotados para a análise e interpretação dos
dados, ambiente em que os dados foram coletados (se a pesquisa foi realizada em
campo ou em laboratório) e o grau de controle das variáveis (experimental ou quase
experimental). (LAKATOS; MARCONI, 2019, p.297).

Estudo de caso - ao contrário da pesquisa documental e bibliográfica, esse


procedimento é empírico. Isso significa que não se restringe apenas ao
levantamento de informações teóricas, mas também de observações e
experiências. Consiste em uma profunda investigação sobre algum aspecto
específico de determinado tema (indivíduo, fenômeno, ambiente, etc). Os resultados
obtidos com o estudo de caso não devem ser generalizadores. Ou seja, não podem
ser usados para representar todos os indivíduos, mas sim apenas aqueles que
foram diretamente investigados. o Estudo de Caso possibilita a penetração na
realidade social, não conseguida plenamente pela avaliação quantitativa. (MARTINS,
2016. p.97).

Pesquisa de campo - ao contrário da pesquisa laboratorial, nesse caso


o pesquisador vai até o ambiente natural do seu objeto de estudo. O investigador
deixa de ter total controle sobre as variáveis, se limitando a observar, identificar e
coletar informações sobre o seu objeto de estudo no seu contexto original de
vivência. Nos trabalhos acadêmicos, a pesquisa de campo deve ser uma etapa
posterior a pesquisa bibliográfica. O investigador deve estar preparado com o
máximo de informações teóricas sobre o assunto que envolve o seu objeto de
estudo.

Pesquisa ex post facto - esse é um tipo de pesquisa feito após a ocorrência


de alguma das variáveis / fenômenos. O seu propósito é entender como aquele fato
que ocorreu no passado, por exemplo, foi capaz de alterar determinado grupo no
presente e/ou no futuro. Nesse caso, o pesquisador não tem controle da variável,
visto que ela já aconteceu.

Pesquisa-Ação - é um tipo de pesquisa de campo em que o investigador se


envolve diretamente com o objeto de estudo. Em outras palavras, há a interferência
do pesquisador para que ocorra uma mudança no meio. Para isso, o autor da
pesquisa precisa identificar um problema (prático), criar um plano de ações para
solucionar essa questão e, depois, analisar as alterações que o seu projeto trouxe
para o ambiente.
Pesquisa participante - ao contrário da pesquisa-ação, na participante o
investigador não precisa ter um plano para interferir com a realidade do ambiente.
Esse tipo de pesquisa é baseado na máxima integração do participante com o
ambiente natural que envolve o seu objeto de estudo. Assim, o pesquisador
consegue absorver melhor conhecimentos mais complexos e profundos sobre o
assunto pesquisado.

Por fim, com o intuito de utilizar da sinestesia do aprendizado neste trabalho,


o quadro abaixo resumo de forma gráfica todo o exposto na conceituação teórica
mencionada acima. Espera-se que com isso o conteúdo seja melhor entendido.

Figura 1 – Classificação das Pesquisas


REFERÊNCIAS

ANDRADE, Maria Margarida de; MARTINS, João Alcino de Andrade. Introdução à


metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 10 ed.,
2ª reimp.. São Paulo: Editora Atlas, 2010. 155 p.

BARROS, Aidil de Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Projeto de
pesquisa: propostas metodológicas. 15 ed. Petrópolis: Vozes, 2004. 128 p.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Repensando a pesquisa participante. 3 ed.,


2ª.reimp.. São Paulo: Brasiliense, 2001. 252 p.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 5 ed., 4ª


reimp. com correções; Atual.. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2002. 242 p.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª ed., São Paulo:
Editora Atlas, 2012. 176 p.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade; Presotto, Zelia Maria


Neves. Metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Editora Atlas, 2019. 349 p.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade; Presotto, Zelia Maria


Neves. Fundamentos de metodologia científica. 8 ed. São Paulo: Editora Atlas,
2017. 324p.

MARTINS, Gilberto de Andrade. Metodologia da investigação científica para


ciências sociais aplicadas. 3ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2016. 234 p.

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