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AUDITORIA INTERNA

1ª AULA
Dra. Fauzia Ragu Ramos
2024
INTRODUÇÃO
• A origem latina do termo auditoria, que vem de audire
(ouvir), foi ampliada pelos ingleses como auditing para
denominar a tecnologia contábil da revisão.

• Para atender o mundo globalizado, de uma sociedade


moderna composta pelas grandes organizações, com o
desenvolvimento económico dos países, gerando
crescente complexidade na administração dos negócios,
onde as transacções são contabilizadas em real-time,
sujeitas às determinações fiscais e legais, e devido à
criação de normas regulamentadora da profissão, o
conceito de auditoria tem-se ampliado ao longo do tempo.
CONT.
• A globalização da economia e o surgimento de mercados
comuns fazem com que a auditoria interna deixe de ter uma
função com conotações policiais e repressiva para ter uma
função de assessoramente a alta Administração e gestores para
o cumprimento da missão empresarial e para isso a Auditoria
interna precisa estar preparada e com suporte adequado para
que possa cumprir sua missão com eficácia e eficiência.

• A auditoria interna é um tema que sempre nos aliciou e, por


motivos académicos e profissionais, há necessidade de
investigar.

• A auditoria interna pode contribuir de forma muito significativa


para reduzir os riscos empresariais associados ao exercício das
actividades de gestores, num ambiente de competitividade e que
lhes exige frequentemente tomadas de decisões e mesmo
“alterações de planos”.
CONT.
• Nesta perspectiva, a auditoria interna deve ser encarada
como um instrumento que permite os responsáveis agir com
maior segurança e controlar com mais conhecimento.

• Nas organizações com elevado grau de descentralização, a


auditoria interna constitui um complemento indispensável
dessa descentralização e delegação de poderes.

• Os auditores internos podem estar numa situação única para


ajudar as entidades a eliminar desperdícios, simplificar
tarefas, reduzir custos e minimizar riscos. Para além dos
tradicionais objectivos empresariais de optimização de lucros
e de resposta as necessidades dos mercados em que se
inserem.
CONT.
• A auditoria interna fornece análises, apreciações,
recomendações, sugestões e informações, relativas às
actividades, unidades, divisões ou processos auditados,
incluindo a promoção do contrato eficaz a custo razoável.

• O auditor interno deve revelar as fraquezas, determinar as


causas, avaliar as consequências e encontrar uma solução
de modo a convencer os responsáveis a tomarem as
medidas correctivas adequadas.

• Numa atitude pedagógica o auditor observa, esclarece e


aconselha os responsáveis envolvidos, persuadindo-os a
implantar as acções correctivas necessárias.
CONCEITOS
• Segundo Ibraim Lisboa (2009) a auditoria interna é uma
actividade independente e objectiva de avaliação e de
consultoria, desenhada para adicionar valor e melhorar as
operações de uma organização, ela auxilia uma organização a
realizar seus objectivos a partir da aplicação de uma abordagem
sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos
processos de gerenciamento de riscos, controle e governação.

• Os resultados do trabalho da Auditoria interna, alem de se


constituírem em algo precioso para tranquilização dos gestores
do alto comando, fornecem recomendações correctivas e
preventivas a exposição da organização face aos riscos
empresariais que podem ser de natureza:

– sistemática, operacional, financeira, tecnológicas da informação, recursos


humanos, mercadológicas e de factores externos que podem impactar os
resultados e estratégias globais da empresa.
CONT.
• Assim, adicionalmente, o trabalho eficaz da auditoria interna
libera os gestores para a condução e o gerenciamento dos
negócios, permitindo-lhes exercer com segurança o processo
decisório sobre as importantes transacções empresariais.
• ATRIBUIÇÕES DA ACTIVIDADE DE AUDITORIA INTERNA

• a) Examinar e apreciar a razoabilidade, a suficiência e


aplicação dos controlos contabilísticos, financeiros,
operacionais, processos e de gestão, promovendo um controlo
eficaz a um custo razoável – relação custo/beneficio, com base
na avaliação do risco;

• b) Verificar até que ponto os activos da entidade estão


justificados e livres de ónus e se os processos de Governação
são adequados;
CONT.
• c) Avaliar a qualidade e eficácia do trabalho desenvolvido
pelos trabalhadores;

• d) Recomendar melhorias no sistema.

A ACTIVIDADE DA AUDITORIA INTERNA NASCE DENTRO DA


ENTIDADE PARA DAR RESPOSTA A DETERMINADAS
NECESSIDADES, TAIS COMO:
• a) Dar a conhecer à Direcção se as metas planificadas
estão a ser alcançadas;

• b) Dar a conhecer à Direcção se os controlos internos


implantados são suficientes para garantir a protecção dos
activos e a sua adequada utilização;
CONT.
• c) Analisar de forma contínua e permanente se todas as
transacções registadas são as que se verificaram e estão
registadas de acordo com os princípios contabilísticos
geralmente aceites;

• d) Saber se a informação que se utiliza, obtida através do


sistema de informação da entidade, é completa, precisa e fiável;

• e) Garantir à Direcção que as políticas, procedimentos,


planos e controlos estabelecidos são os adequados e foram
postos em prática;

• f) Garantir que a gestão do risco é adequada a fim de obter


a consecução dos objectivos.
CONT.
• O auditor interno devera, também, contribuir para o processo de
governação da entidade avaliando e recomendando o
aperfeiçoamento do processo de forma a assegurar a
consistência com os valores organizacionais e a concretização
dos objectivos estabelecidos. (O auditor interno actua como olho
e ouvido da Direcção)

• a) O gestor de auditoria interna dirige, tipicamente,


auditorias individuais, incluindo a coordenação e planificação do
trabalho de auditoria. O gestores têm, normalmente, uma
extensa experiência em auditoria e supervisão.
• b) O pessoal sénior, supervisiona aspectos, do trabalho de
auditoria e realiza a maioria do trabalho de pormenor. Os
auditores seniores têm normalmente, pelo menos, três anos de
experiência em auditoria.
IMPLANTAÇÃO DE UMA AUDITORIA INTERNA

• PARA A IMPLANTAÇÃO DE UMA AUDITORIA INTERNA HÁ


QUE TER EM CONTA O SEGUINTE:

O ASPECTO ESTRUTURAL DA ENTIDADE


• Quanto mais os níveis hierárquicos da estrutura organizacional,
conforme a distância entre o nível de Direcção e de gestão, mais
difícil será a tomada de decisão. Há necessidade de assegurar a
razoabilidade das informações básicas, de uma opinião
imparcial do grau de cumprimento das ordens emitidas do nível
hierarquicamente superior.
CONT.
A DISPERSÃO OU A CONCENTRAÇÃO DO CAPITAL
• A actividade de auditoria interna é menos solicita, quando o
capital não está repartido, isto é, quando existe um só
proprietário. É mais solicitada, quando o capital está repartido
por diversos accionistas, encontrando o seu ponto máximo,
quando existem de um departamento desta natureza, servindo
para controlar as empresas subsidiárias, actuando como uma
espécie de auditoria externa do grupo.

O GRAU DE ORGANIZAÇÃO
• O Departamento de auditoria interna requer, previamente, um
determinado grau de organização. Em primeiro lugar, há que
estabelecer as normas de gestão para que se possam ajuizar ou
avaliar os desvios, na sua execução.
Aplicação dos Procedimentos de Auditoria Interna

• Os procedimentos de auditoria são o conjunto de técnicas que


permitem ao auditor obter evidências ou provas suficientes e
adequadas para fundamentar sua opinião sobre as
demonstrações contábeis auditadas e abrangem testes de
OBSERVÂNCIA e testes SUBSTANTIVOS.

• Os testes de observância visam à obtenção de razoável


segurança de que os procedimentos de controle interno
estabelecidos pela administração estão em efetivo
funcionamento e cumprimento.

• Os testes substantivos visam à obtenção de evidência quanto


à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo
sistema contábil da entidade, dividindo-se em:
CONT.
a) testes de transações e saldos; e
b) procedimentos de revisão analítica.

• PAPÉIS DE TRABALHO

• Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e


apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor,
preparados de forma manual, por meios eletrônicos ou por
outros meios, que constituem a evidência do trabalho executado
e o fundamento de sua opinião.

• Os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor,


responsável por sua guarda e sigilo.
FRAUDE E ERRO
• Para os fins destas normas, considera-se:

• a) fraude, o ato intencional de omissão ou manipulação de


transações, adulteração de documentos, registos e
demonstrações contábeis; e
• b) erro, o ato não intencional resultante de omissão, desatenção
ou má interpretação de fatos na elaboração de registros e
demonstrações contábeis.

• Ao detectar erros relevantes ou fraudes no decorrer dos seus


trabalhos, o auditor tem a obrigação de comunicá-los à
administração da entidade e sugerir medidas corretivas,
informando sobre os possíveis efeitos no seu parecer, caso elas
não sejam adotadas.
CONT.
• A responsabilidade primária na prevenção e identificação de
fraude e erros é da administração da entidade, através da
implementação e manutenção de adequado sistema contábil e
de controle interno.

• Entretanto, o auditor deve planejar seu trabalho de forma a


detectar fraudes e erros que impliquem efeitos relevantes nas
demonstrações contábeis.
Classificações de Auditoria
• Quanto ao conteúdo e finalidade

– Auditoria das demonstrações financeiras ou contábil


– Auditoria de conformidade
– Auditoria operacional
– Auditoria de avaliação de gestão
– Auditoria fiscal
– Auditoria governamental
– Auditoria de sistemas
– Auditoria estratégica
Cont.
• Quanto à amplitude

– Auditoria geral

– Auditoria parcial
Cont.
• Quanto à periodicidade

– Auditoria permanente

– Auditoria ocasional
Cont.
• Quanto ao período temporal que analisa

– Auditoria de informação histórica

– Auditoria da informação previsional ou prospectiva


Cont.
• Quanto à obrigatoriedade

– Auditoria de fonte legal

– Auditoria de fonte contratual


Cont.
• Quanto ao sujeito que a realiza

– Auditoria externa

– Auditoria Interna
Conceito de Auditoria de Gestão, Contábil e Operacional

• Auditoria de Avaliação da Gestão

• Esse tipo de auditoria objetiva emitir opinião com vistas a


certificar a regularidade das contas, verificar a execução de
contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade na
aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração
de valores e outros bens da Organização ou a ela confiados,
compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos:

– exame das peças que instruem os processos de tomada ou prestação de


contas;
– exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos;
– verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e contábil;
– verificação do cumprimento da legislação pertinente;
– e avaliação dos resultados operacionais e da execução dos programas de
governo quanto à economicidade, eficiência e eficácia dos mesmos.
Cont.
• Auditoria de Acompanhamento da Gestão

• Realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivo de


se atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos
potenciais positivos e negativos de uma unidade ou entidade,
evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou
prevenindo gargalos ao desempenho da sua missão
institucional.
Cont.
• Auditoria Contábil

• Compreende o exame dos registros e documentos e na coleta


de informações e confirmações, mediante procedimentos
específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de uma
unidade, entidade ou projeto.

– Ela objetiva obter elementos comprobatórios suficientes que permitam


opinar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os
princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles
originárias refletem, adequadamente, em seus aspectos mais relevantes, a
situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período
administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.

– Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos


externos, oriundos de agentes financeiros e organismos internacionais, por
unidades ou entidades públicas executoras de projetos celebrados com
aqueles organismos com vistas a emitir opinião sobre a adequação e
fidedignidade das demonstrações financeiras.
Cont.
• Auditoria Operacional

• Consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos


relacionados ao processo operacional, ou parte dele, das
unidades ou entidades da administração pública, programas de
governo, projetos, atividades, ou segmentos destes, com a
finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos
aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando
auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio
de recomendações, que visem aprimorar os procedimentos,
melhorar os controles e aumentar a responsabilidade gerencial.

– Este tipo de procedimento auditorial, consiste numa atividade de


assessoramento ao gestor público, com vistas a aprimorar as práticas dos
atos e fatos administrativos, sendo desenvolvida de forma tempestiva no
contexto do setor público, atuando sobre a gestão, seus programas
governamentais e sistemas informatizados.
Áreas de atuação da AI
a) Os sistemas administrativo-operacionais e os controles
internos administrativos utilizados na gestão orçamentária,
contábil, financeira, patrimonial, suprimentos, operacional e de
pessoal;
b) A execução dos planos, programas, projetos e atividades que
envolvam aplicação de recursos públicos federais;
c) A aplicação e as transferências de recursos entre entidades
públicas ou privadas;
d) Os contratos e convênios firmados entre entidades públicas
ou privadas, para ações de cooperação, prestação de serviços,
execução de obras e fornecimento de materiais;
e) Os processos de licitação, inclusive na modalidade pregão,
as dispensas e as inexigibilidades;
Cont.
f) Os instrumentos e sistemas de guarda e conservação dos
bens móveis, imóveis e de consumo sob a responsabilidade das
unidades gestoras da entidade;
g) Os atos administrativos que resultem direitos e obrigações
para a entidade;
h) A verificação do cumprimento das normas internas e da
legislação pertinente;
i) Os processos de tomada de contas especiais e de diligências
do Ministério Público;
j) Os processos de movimentação de pessoal: admissão,
desligamento e de concessões de aposentadoria, cessão e
pensão.

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