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Auditoria Contábil e

Operacional
Kátia Adrieli Vichinheski
katia.vichinheski@professor.unc.br
Processo de Auditoria
• O processo de auditoria compreende três grandes fases:
• Planejamento.
• Procedimentos de auditoria para obtenção de evidências.
• Emissão do parecer.
A finalidade estabelecida para uma auditoria é a emissão de uma
opinião fundamentada por uma pessoa independente, porém com
capacitação técnica e profissional suficiente para emiti-la. O objeto a
ser examinado pode estar apresentado de diversas formas, como um
saldo contábil, um documento, um formulário, e assim por diante.
Processo de Auditoria
• De acordo com as Normas de Auditoria, os procedimentos de auditoria
são o conjunto de técnicas que permitem ao auditor obter evidências ou
provas suficientes e adequadas para fundamentar sua opinião sobre as
demonstrações contábeis auditadas. Os procedimentos de auditoria
compreendem duas partes básicas:
• Testes de transações – consistem basicamente no exame da
documentação que, em conjunto, suporta os lançamentos e saldos
contábeis.
• Testes de saldos – são, procedimentos de confirmação dos saldos das
contas através de exames extracontábeis como, por exemplo, inventário
físico e circulante.
Processo de Auditoria
• Para que sejam obtidas condições para concluir e aptidão para
afirmar posição acerca do item submetido à apreciação, é preciso
seguir um roteiro determinado, reunindo subsídios e informações em
extensão e profundidade adequados. Na sequência dessa
combinação, o trabalho que se inicia é o de analisar a informação
buscando o conhecimento, a interpretação e o planejamento do
percurso a ser percorrido.
Processo de Auditoria
• O passo seguinte trata de avaliar a armação, determinando métodos e
medidas a serem obedecidos, refletindo-se sobre as ponderações que
poderão dificultar sua obtenção. Por terceiro, encontra-se o trabalho
de pesquisa e obtenção dos elementos comprobatórios, constatando,
por via amostral, os tempos e quantidades satisfatórias para a
formação de uma opinião. Por último, avaliam-se todas as
informações obtidas quanto à suficiência e ao conjunto para se poder
emitir uma opinião.
Processo de Auditoria

Afirmação

Formação
Análise da
de
Afirmação
Opinião

Obtenção de Avaliação
elementos da
comprobatórios
Afirmação
Processo de Auditoria
• As informações de um trabalho de auditoria tendem a ser relevantes
para os negócios das empresas e, por vezes, podem alterar estruturas
e processos. Dada a relevância do tema, é necessário que haja uma
formalização de todos os testes realizados, os quais devem ser de
extrema qualidade técnica e sigilo. É parte do trabalho de um auditor
recomendar algumas melhorias no ambiente de controle, a partir da
identificação de inconformidades encontradas na etapa de testes.
Processo de Auditoria
• É bastante comum, principalmente em se tratando de auditorias
independentes, a realização de uma etapa de auditoria chamada de
walkthrough (passo a passo; pronúncia soa como: waak throo). Trata-se de
uma etapa inicial do trabalho, em que os auditores realizam uma avaliação
sobre o ambiente de controles e avaliam se as transações e processos estão
ocorrendo conforme informado pelos auditados. Nessa etapa, pode-se
averiguar também alguma alteração ocorrida desde a última auditoria,
como processos extintos ou absorvidos pela área ao longo do tempo. O
auditor pode obter as respostas que busca no walkthrough questionando os
usuários sobre o fluxo do processo e, assim, reavaliando os pontos de riscos,
mas também pode realizar testes com amostras reduzidas para confirmar se
os controles de fato estão funcionando.
Controles Internos
• O controle interno representa, em uma organização, o conjunto de
procedimentos, métodos ou rotinas com os objetivos de proteger os
ativos, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na
condução ordenada dos negócios da empresa. Os dois primeiros objetivos
representam controles contábeis e o último, controles administrativos.
• O objetivo principal do auditor externo ou independente é emitir uma
opinião sobre as demonstrações financeiras auditadas. Logo, o auditor
deve somente avaliar os controles relacionados com estas demonstrações,
que são, no caso, os controles contábeis. Evidentemente, se algum
controle administrativo tiver influência nos relatórios da contabilidade, o
auditor deve considerar também a possibilidade de o avaliar.
Controles Internos
• a)Salvaguardar o ativo – proteger os ativos de eventuais roubos,
perdas, uso indiscriminado ou danos morais (imagem da empresa)
• b)Desenvolvimento do negócio – sistema de controle interno que
permita a administração agir com a maior rapidez e segurança
possível nas tomadas de decisões.
• c)Resultado das operações – fornecer à administração, em tempo
hábil, informações que possibilitem o aproveitamento de todas as
oportunidades de bons negócios, redução de custo e aumento do
nível de confiança dos clientes e funcionários da empresa.
• d) Para que a empresa cumpra seus conceitos e finalidades.
Controles Internos
• O controle interno é classificado nas seguintes categorias:
• A) Operacional – relacionado às ações que propiciam o alcance dos
objetivos da entidade;
• B) Contábil - relacionado à veracidade e à fidedignidade dos registros
e das demonstrações contábeis;
• C) Normativo – relacionado à observância da regulamentação
pertinente.
Controles Internos
• São exemplos de controles contábeis:
■ Sistemas de conferência, aprovação e autorização;
■ Segregação de funções (pessoas que têm acesso aos registros contábeis não podem custodiar ativos da
empresa);
■ Controles físicos sobre ativos;
■ Auditoria interna.
São exemplos de controles administrativos:
■ Análises estatísticas de lucratividade por linha de produtos;
■ Controle de qualidade;
■ Treinamento de pessoal;
■ Estudos de tempos e movimentos;
■ Análise das variações entre os valores orçados e os incorridos;
■ Controle dos compromissos assumidos, mas ainda não realizados economicamente
Controles Internos
• Os 5 Componentes do Controle Interno são o conjunto de práticas e
procedimentos que devem ser executados para que os objetivos da
organização sejam atingidos. Todos os componentes devem estar
presentes nos vários níveis da organização (estratégico, tático e
operacional).
Controles Internos
• Ambiente de Controle
• Ambiente de controle está relacionado a estrutura, que envolve, de
forma resumida, o local e as regras onde o controle será empregado.
Está relacionado com a consciência da necessidade e dos benefícios
do controle pela organização e seus colaboradores. O ambiente de
controle é efetivo quando as pessoas da organização sabem quais são
suas responsabilidades, os limites de sua autoridade e se têm
consciência, competência e o comprometimento de fazer o que é
correto, ou seja, pergunta-se se os colaboradores sabem o que deve
ser feito.
Controles Internos
• Avaliação de risco
• As funções principiais do controle interno estão relacionadas ao cumprimento dos
objetivos da organização.
• Para tanto, a existência de objetivos e metas é condição “sine qua non” para a
existência dos controles internos. Se a entidade não tem objetivos e metas claros, não
há necessidade de controles internos.
• Uma vez estabelecidos os objetivos da organização, deve-se:
• identificar os riscos que ameacem o seu cumprimento; e
• adotar as ações necessárias para o gerenciamento dos riscos identificados.
Avaliação de riscos refere-se ao processo de identificação, análise e avaliação dos riscos
associados ao não cumprimento das metas e objetivos estabelecidos. Este conjunto de
ações forma a base para definir como os riscos serão tratados e gerenciados.
Controles Internos
• Atividades de Controle Interno
• São as atividades que, quando executadas a tempo e maneira
adequadas, permitem a redução dos riscos.
a) Alçadas (prevenção): São os limites determinados a um
colaborador, quanto à possibilidade de aprovação de valores ou
assumir posições em nome da organização. O termo também define a
capacidade, jurisdição, conhecimento e autoridade jurídica atribuídas a
quem é responsável por uma repartição pública, empresa privada ou na
solução de problemas considerados extraordinários
Controles Internos
b) Autorizações (prevenção) A administração determina as
atividades e transações que necessitam de aprovação de um supervisor
para que sejam efetivadas. A aprovação de um supervisor assegura que
a mesma está em conformidade com as políticas e procedimentos
estabelecidos pela organização.
c) Conciliação (detecção) Refere-se a checagem da mesma
informação com dados vindos de bases diferentes, adotando as ações
corretivas, quando necessário.
Controles Internos
d) Revisões de Desempenho Refere-se ao acompanhamento de uma
atividade ou processo, para avaliação de sua adequação e/ou
desempenho, em relação às metas, aos objetivos traçados e aos
benchmarks, assim como acompanhamento contínuo, de forma a
antecipar mudanças que possam impactar negativamente a organização.
e) Segurança Física Os valores de uma organização devem ser
protegidos contra uso, compra ou venda não autorizadas. Um dos
melhores controles para proteger estes ativos é a segurança física, a qual
fazem parte os controles de acessos, (controles de entrada e saída de
colaboradores e materiais).
Controles Internos
f) Segregação de Funções (prevenção) A segregação de funções é essencial para a
efetividade dos controles internos, pois ela reduz o risco de erros humanos, bem como
o risco de ações que possam ser indesejadas. A segregação de funções consiste na
separação das funções de autorização, aprovação, execução, controle e contabilização.
Para prevenir e evitar conflitos de interesses, é recomendável repartir funções entre os
empregados para que não exerçam atividades incompatíveis, como executar e fiscalizar
uma mesma atividade.
g) Sistemas Informatizados (prevenção e detecção) Os controles feitos através de
sistemas informatizados, dividem-se em dois tipos: Controles gerais: são controles
nos centros de processamento de dados (CPD), e controles na aquisição,
desenvolvimento e manutenção de programas e sistemas.
Controles nos aplicativos: são os controles existentes nos aplicativos corporativos,
que tem a finalidade de garantir a integridade e veracidade dos dados e transações.
Controles Internos
h) Normatização Interna (prevenção) É a definição formal das regras
internas que são necessárias ao bom funcionamento da organização. As
normas devem ser de fácil acesso para os colaboradores da
organização, e devem definir responsabilidades, políticas corporativas,
fluxos operacionais, funções e procedimentos.
Controles Internos
• Informação e Comunicação
• A comunicação é essencial para o bom funcionamento da
organização, principalmente para as atividades de controle e
desempenho, pois devem ser transmitidas a toda a organização. Os
processos de comunicação são importantes para obtenção das
informações, necessárias ao acompanhamento dos objetivos
operacionais, tanto de informação quanto de conformidade.
Controles Internos
• Monitoramento
• É a avaliação dos controles internos ao longo do tempo, pois este é o melhor
indicador para saber se os controles internos estão sendo efetivos ou não.
• O monitoramento é feito através do acompanhamento contínuo das
atividades através de avaliações pontuais, tais como auto-avaliação, revisões
eventuais e auditoria interna.
• Controles adequados são aqueles em que os cinco elementos de controle
(ambiente, avaliação de riscos, atividade de controle, informação e
comunicação e monitoramento) estão presentes e funcionando conforme
planejado.
Controles Internos
• A empresa deve estabelecer procedimentos de forma que seus ativos, sob a responsabilidade de
alguns funcionários, sejam periodicamente confrontados com os registros da contabilidade.
• O objetivo desse procedimento é detectar desfalque de bens ou até mesmo registro contábil
inadequado de ativos. São exemplos desse confronto:
• Contagem de caixa e comparação com o saldo da razão geral;
• Contagem física de títulos e comparação com o saldo da conta de investimentos do razão
geral;
• Conciliações bancárias (reconciliação, em determinada data-base, do saldo da conta corrente
bancária segundo o razão da contabilidade, com o saldo pelo extrato enviado pelo banco);
• Inventário físico dos bens do estoque e do ativo imobilizado, confronto com os registros
individuais e comparação do somatório dos saldos desses registros com o saldo da respectiva
conta do razão geral.
Controles Internos
• Não adianta a empresa implantar um excelente sistema de controle
interno sem que alguém verifique periodicamente se os funcionários
estão cumprindo o que foi determinado no sistema, ou se o sistema
não deveria ser adaptado às novas circunstâncias.
• Os objetivos da auditoria interna são exatamente esses, ou seja:
• Verificar se as normas internas estão sendo seguidas;
• Avaliar a necessidade de novas normas internas ou de modificação
das já existentes.
Controles Internos
• As limitações do controle interno são principalmente com relação a:
• Conluio de funcionários na apropriação de bens da empresa;
• Os funcionários não são adequadamente instruídos com relação
às normas internas;
• Funcionários negligentes na execução de suas tarefas diárias.
Devido aos pontos relatados, mesmo no caso de a empresa ter um
excelente sistema de controle interno, o auditor externo deve executar
procedimentos mínimos de auditoria.
Controles Internos
• Testes de observância do sistema de controle interno
• Os testes de observância consistem em o auditor se certificar de que o sistema de
controle interno levantado é o que realmente está sendo utilizado. Acontece com
frequência que uma empresa tem um excelente sistema de controle interno descrito
em seu manual de procedimentos; entretanto, na prática, a situação é totalmente
diferente. Caso o sistema em uso seja diferente do descrito nos manuais internos, o
auditor deve alterar as informações sobre o sistema, anteriormente levantadas, de
forma a ajustá-las à situação real existente. Isso quer dizer que o auditor deve avaliar
o sistema que efetivamente está sendo praticado no controle dos ativos da empresa
e na produção de dados contábeis confiáveis. O auditor normalmente cumpre esse
procedimento mediante a observação da execução dos trabalhos pelos funcionários
e da inspeção de documentos e registros contábeis.
Controles Internos
• Uma das normas de auditoria geralmente aceitas estabelece que o
auditor deve colher elementos comprobatórios suficientes a fim de
apoiar seu parecer sobre as demonstrações financeiras (balanço
patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração do
resultado abrangente, demonstração das mutações do patrimônio
líquido, demonstração dos fluxos de caixa, demonstração do valor
adicionado e notas explicativas) examinadas.
• O objetivo da auditoria das demonstrações contábeis é permitir ao
auditor independente expressar uma opinião sobre essas
demonstrações, se estão ou não, em todos os aspectos relevantes, de
acordo com as normas e práticas contábeis aplicáveis às circunstâncias.
Controles Internos
• Estudo de Caso

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