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SUMÁRIO
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA – PARTE 1 ................................................................................. 2
INSPEÇÃO....................................................................................................................................................... 2
OBSERVAÇÃO................................................................................................................................................. 4
AUDITORIA DE ESTOQUES – ACOMPANHAMENTO DO INVENTÁRIO ....................................................... 4
CÁLCULO OU RECÁLCULO .............................................................................................................................. 5
INDAGAÇÃO ................................................................................................................................................... 5
REEXECUÇÃO ................................................................................................................................................. 6

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TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA – PARTE 1


Os procedimentos e testes de auditoria são aplicados pelo auditor para buscar evidências
de que as afirmações da administração estão em conformidade com os critérios utilizados pelo
auditor.
De acordo com as normas de auditoria das demonstrações contábeis, os procedimentos
de auditoria para obter evidência de auditoria podem incluir a inspeção, observação,
confirmação, recálculo, reexecução e procedimentos analíticos, muitas vezes em combinação,
além da indagação. O quadro abaixo resume cada um dos procedimentos básicos de auditoria,
também denominados de técnicas de auditoria.

Técnica de Procedimento
auditoria
Exame de registros ou documentos, internos ou externos, em forma de
papel, em forma eletrônica ou em outras mídias, ou o exame físico de um
Inspeção
ativo.
Exame de processo ou procedimento executado por outros, por exemplo,
a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da
entidade ou da execução de atividades de controle. A NBC TA 501
Observação
apresenta orientação adicional sobre a observação da contagem de
estoque.
Solicitação de resposta escrita de terceiro (a parte que confirma ao
Confirmação auditor), em forma escrita, eletrônica ou em outra mídia. A NBC TA 505
externa apresenta orientação adicional sobre o assunto.
Verificação da exatidão matemática de documentos ou registros, podendo
Recálculo ser realizada manual ou eletronicamente.
Execução independente, pelo auditor, de procedimentos ou controles que
foram originalmente realizados como parte do controle interno da
Reexecução
entidade.
Avaliação das informações feitas por meio de estudo das relações
plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos
analíticos incluem também a investigação de flutuações e relações
Procedimentos
identificadas que sejam inconsistentes com outras informações
analíticos
relevantes ou que se desviem significativamente dos valores previstos. A
NBC TA 520 apresenta orientação adicional sobre o assunto.
Busca de informações junto a pessoas com conhecimento, financeiro e não
financeiro, dentro ou fora da entidade. Podem incluir desde indagações
escritas formais até indagações orais informais. A avaliação das respostas
Indagação
às indagações é parte integral do processo de indagação. A NBC TA 580
apresenta orientação adicional sobre o assunto.

A seguir, destaco os principais aspectos e características dos procedimentos de auditoria


com base nas normas de auditoria já citadas e ainda com base na literatura especializada.

INSPEÇÃO

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Inspeção é o procedimento de auditoria que envolve o exame de registros ou documentos,


internos ou externos, em forma de papel, em forma eletrônica ou em outras mídias, ou o exame
físico de um ativo. Exemplos: análise de faturas de vendas expedidas pela entidade; inspeção e
contagem do estoque da entidade.
Alguns documentos representam evidência de auditoria direta da existência de um ativo,
por exemplo, um documento que constitui um instrumento financeiro, como uma ação ou título.
A inspeção de tais documentos pode não fornecer necessariamente evidência de auditoria
sobre propriedade ou valor.
Além disso, a inspeção de um contrato executado pode fornecer evidência de auditoria
relevante para a aplicação de políticas contábeis da entidade, tais como reconhecimento de
receita.
A inspeção de ativos tangíveis pode fornecer evidência de auditoria confiável quanto à sua
existência, mas não necessariamente quanto aos direitos e obrigações da entidade ou à
avaliação dos ativos. A inspeção de itens individuais do estoque pode acompanhar a observação
da contagem do estoque.
A inspeção ou exame documental é uma das técnicas mais utilizadas em auditoria,
sendo, muitas vezes, por falta de conhecimento daqueles que executam o trabalho, confundida
com a própria auditoria.
Na inspeção de documentos, a equipe deverá observar se as transações realizadas estão
devidamente documentadas, se a documentação que suporta a operação contém indícios de
inidoneidade, se a transação e a documentação suporte foram autorizadas por pessoas
responsáveis e se a operação realizada é adequada em função das atividades da entidade.
Consiste na análise da adequação dos documentos comprobatórios dos fatos auditados,
devendo o auditor atentar para a autenticidade, normalidade, aprovação e registro.
 autenticidade: constatar se a documentação é fidedigna e merece crédito;
 normalidade: constatar que a transação se refere à operação normal e de acordo
com os objetivos da empresa;
 aprovação: verificação de que a operação e os documentos foram aprovados por
pessoa autorizada; e
 registro: comprovar que o registro das operações foi adequado, a documentação é
hábil e houve correspondência contábil, fiscal etc.
A inspeção física consiste na constatação “in loco”, que deverá fornecer à equipe a certeza
da existência, ou não, do objeto ou item verificado.
Esse exame deve possuir as seguintes características:
 existência física: comprovação visual da existência do item;
 autenticidade: discernimento da fidedignidade do item;
 quantidade: apuração adequada da quantidade real física; e
 qualidade: comprovação visual ou laboratorial de que o objeto permanece em
perfeitas condições de uso.
O exame físico realizado pelo auditor relativamente à existência dos estoques de uma
entidade tem por objetivo a constatação visual de que estes existem nas quantidades apuradas.
O exame físico não existe por si só. Trata-se de um procedimento complementar que permite
ao auditor verificar se há correspondência nos registros da entidade auditada.
A inspeção de itens individuais do estoque pode acompanhar a observação da contagem
do estoque. Também podem ser objeto de inspeção física o dinheiro em caixa, títulos (ações,
títulos de aplicações financeiras etc.) e os bens não circulantes (bens móveis e imóveis).

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OBSERVAÇÃO
Observação consiste no exame de processo ou procedimento executado por outros, por
exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da entidade ou
da execução de atividades de controle.
A observação fornece evidência de auditoria a respeito da execução de processo ou
procedimento, mas é limitada ao ponto no tempo em que a observação ocorre e pelo fato de
que o ato de ser observado pode afetar a maneira como o processo ou procedimento é
executado.
É análise dos fatos durante a sua ocorrência. Consiste em olhar como um determinado
processo ou procedimento está sendo executado por outros. São objetos de observação as
pessoas, os procedimentos e os processos.
A observação fornece evidência de auditoria a respeito da execução de processo ou
procedimento, mas é limitada ao ponto no tempo em que a observação ocorre e pelo fato
de que o ato de ser observado pode afetar a maneira como o processo ou procedimento é
executado.
É a técnica de auditoria mais intrínseca, pois envolve o poder de constatação visual do
auditor. Esta técnica pode revelar erros, problemas ou deficiências através de exames visuais,
e é uma técnica dependente da argúcia, conhecimentos, e experiências do Auditor, que colocada
em prática possibilitará que sejam identificados quaisquer problemas no item em exame.
A observação é aplicada em todos os tipos de auditoria. É, talvez, a mais generalizada de
todas as técnicas de auditoria. Ela não se aplica à verificação específica de problemas, da forma
que o fazem a circularização ou a conferência de cálculos, sendo, ao contrário, de alguma
utilidade em quase todas as fases do exame e não devendo jamais ser omitida ou negligenciada.
AUDITORIA DE ESTOQUES – ACOMPANHAMENTO DO INVENTÁRIO
Os principais objetivos da auditoria de estoques são: assegurar-se de que os estoques
existem fisicamente e são de propriedade da empresa auditada; determinar a eventualidade da
existência de ônus pesando sobre os estoques e qual a natureza do ônus; determinar se os
estoques são apropriados para sua finalidade e se têm condições de realização, isto é, verificar
se há obsolescências, defeitos, má conservação etc.; examinar os critérios de avaliação e a
adequação desses critérios, tendo em vista os princípios fundamentais de contabilidade e a
correção dos cálculos.
Segundo a norma NBC TA 501, se o estoque for relevante para as demonstrações
contábeis (valor expressivo em relação à posição patrimonial e financeira e ao resultado das
operações), o auditor deve obter evidência de auditoria com relação a existência e as condições
do estoque mediante acompanhamento da contagem física dos estoques, a não ser que seja
impraticável, para:
• avaliar as instruções e os procedimentos da administração para registrar e
controlar os resultados da contagem física dos estoques da entidade;
• observar a realização dos procedimentos de contagem pela administração;
• inspecionar o estoque; e
• executar testes de contagem.
Após a aplicação dos testes acima, o auditor deve ainda executar procedimentos de
auditoria nos registros finais de estoque da entidade para determinar se refletem com precisão
os resultados reais da contagem de estoque.
Portanto, a auditoria do estoque compreende a realização do inventário físico ou o seu
acompanhamento pelo auditor, para observação quanto aos procedimentos adotados e para
contagem e inspeção de todos os estoques existentes, bem como a avaliação deles.

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Ao auditor cabe observar o desenvolvimento do inventário físico, para poder assegurar-


se de que está sendo levado corretamente. Todavia, o auditor deve inteirar-se antecipadamente
do programa de realização do inventário, não só para comparecer, mas principalmente, para
verificar se o programa é satisfatório e para poder sugerir procedimentos que julgar
necessários.
Se o acompanhamento da contagem física dos estoques for impraticável, o auditor deve
aplicar procedimentos alternativos de auditoria para obter evidência de auditoria apropriada
e suficiente com relação à existência e às condições do estoque.
Se isso não for possível, o auditor deve modificar a opinião no seu relatório de auditoria.
Nesse caso, o relatório do auditor poderá conter opinião com ressalva ou negativa de opinião,
pela limitação e ausência de evidência.

CÁLCULO OU RECÁLCULO
Consiste na verificação da exatidão matemática de documentos ou registros. O recálculo
pode ser realizado manual ou eletronicamente.
Este procedimento é, por si e ao mesmo tempo, o mais simples e o mais completo. Esta
técnica é amplamente utilizada em virtude da quase totalidade das operações de uma entidade
auditada envolver valores, números etc. Muito embora os valores auditados possam ter sido
conferidos pela entidade, é de grande importância que sejam reconferidos.
Objetiva a conferência das operações que envolvam cálculos; na aplicação da técnica, a
equipe não deve se limitar a conferir os cálculos realizados por terceiros, fazendo-se necessária
a efetivação de cálculos próprios, que serão comparados, ao final, com aqueles apresentados
pelo auditado.
Em auditorias contábeis, geralmente o cálculo é utilizado como teste substantivo, para
certificar a correção dos registros e demonstrações. As transações para as quais o auditor utiliza
esse procedimento são: a) cálculos de valores de estoques; b) cálculos de amortização de
despesas antecipadas e diferidas; c) cálculos de depreciações dos bens do ativo imobilizado; e
d) cálculos dos juros provisionados.

INDAGAÇÃO
Indagação consiste na busca de informações junto a pessoas com conhecimento,
financeiro e não financeiro, dentro ou fora da entidade.
A indagação é utilizada extensamente em toda a auditoria, além de outros procedimentos
de auditoria, podendo incluir desde indagações escritas formais até indagações orais informais.
A avaliação das respostas às indagações é parte integral do processo de indagação.
Exemplo: o auditor indaga os advogados da empresa acerca do andamento dos litígios
trabalhistas da entidade auditada.
Portanto, indagação é a formulação de perguntas e obtenção de respostas satisfatórias. As
respostas às indagações podem fornecer ao auditor informações não obtidas anteriormente ou
evidência de auditoria comprobatória.
Alternativamente, as respostas podem fornecer informações significativamente
divergentes das informações que o auditor obteve, por exemplo, informações referentes à
possibilidade de a administração burlar os controles. Em alguns casos, as respostas às
indagações fornecem uma base para que o auditor modifique ou realize procedimentos de
auditoria adicionais.
Embora a corroboração da evidência obtida por meio da indagação muitas vezes seja de
particular importância, no caso de indagações sobre a intenção da administração, a informação
disponível para suportar a intenção da administração pode ser limitada.

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Nesses casos, o entendimento do histórico da administração na realização de intenções


por ela formuladas, das razões por ela alegadas para escolher determinado curso de ação e sua
capacidade de seguir um curso de ação específico podem fornecer informações relevantes para
corroborar a evidência obtida por meio de indagação.
No que diz respeito a alguns assuntos, o auditor pode considerar necessário obter
representações formais da administração (cartas da administração) e, quando apropriado, dos
responsáveis pela governança, para confirmar respostas a indagações verbais.

REEXECUÇÃO
Reexecução envolve a execução independente pelo auditor de procedimentos ou
controles que foram originalmente realizados como parte do controle interno da entidade.
Gonçalo Longo ensina que o procedimento de reexecução é principalmente aplicado na
avaliação do controle interno quando o auditor quer confirmar o funcionamento de um sistema
ou quer confirmar que um controle é aplicado pela entidade. Por exemplo, se o auditor fez as
indagações necessárias ao pessoal apropriado para entender como funciona um determinado
processo, por exemplo, de vendas, de folhas de pagamento, de custeio ou qualquer outro que
seja, ele deve efetuar um walkthrough test.
Esse teste compreende a reconstrução de cada um dos procedimentos aplicados pela
entidade, passando por todas as aprovações, autorizações e outros aspectos estabelecidos pelo
controle interno.
Em algumas circunstâncias, o teste de reexecução se confunde com o teste de recálculo.
Por exemplo, em um processo estimativo do valor justo de um ativo ou passivo ou mesmo de
uma provisão, o auditor pode abandonar os critérios e premissas seguidos pela entidade para
apuração desse valor, que seriam reexecutados, de acordo com premissas e critérios diferentes
para apuração de um valor pontual ou intervalo para comparação com o valor apurado pela
entidade.

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