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CENTRO UNIVERSITÁRIO PLÍNIO LEITE

PÓS-GRADUAÇÃO EM
CONTROLADORIA E FINANÇAS

Auditoria Operacional e de Gestão


Auditoria Contábil e Tributária
Relatórios e Pareceres de Auditoria

Prof. Carlos Alexandre Nascimento Wanderley

A) AUDITORIA OPERACIONAL E DE GESTÃO

1 - CONCEITOS
Auditoria operacional consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo
operacional, ou parte dele das organizações, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos
da eficiência, eficácia, economicidade, efetividade e qualidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos
resultados, por meio de recomendações que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentar a
responsabilidade gerencial.
A auditoria operacional tem por objetivo a revisão metodológica da atividade ou segmentos operacionais,
buscando avaliar se os recursos da organização estão sendo usados de maneira eficaz e eficiente para atingir os
objetivos operacionais. É um processo de avaliação de riscos e de sistemas de controles internos inerentes à atividade
operacional, comparado com o esperado, o que propicia, inevitavelmente, a apresentação de recomendações destinadas
a melhorar o desempenho e aumentar o êxito da organização, à luz das mais modernas técnicas de execução desses
serviços.
Assim, a priorização dos projetos de auditoria operacional inicia-se com a definição dos fatores de risco
considerados mais importantes para a Empresa. Essa definição deve ser feita em conjunto com os executivos da
empresa e deve levar em consideração, dentre outros aspectos, as maiores preocupações da alta administração com
relação aos riscos inerentes ao desenvolvimento dos negócios e ao ambiente de controles internos da empresa como um
todo.
A fase de avaliação dos fatores de risco é, talvez, a mais importante no desenvolvimento de um processo de
auditoria operacional, haja vista que dessa avaliação será delineado todo o processo de planejamento dos trabalhos a
serem executados, sua extensão e seus resultados esperados.
Além da avaliação dos controles internos a auditoria operacional atua nas seguintes áreas:
- Compras, Contas a Pagar e Pagamentos;
- Custos, Controle da Produção e Estoques;
- Vendas, Contas a Receber, Recebimentos;
- Contabilidade Fiscal;
- Pessoal e Folha de Pagamento;
- Segurança e Higiene do Trabalho;
- Contratos com Terceiros;

2– OBJETIVOS DA AUDITORIA OPERACIONAL


1. Comprovar a conformidade às diretrizes, políticas, estratégias e ao universo normativo;
2. Avaliar os controles internos;
3. Identificar procedimentos desnecessários ou em duplicidade e recomendar sua correção;
4. Identificar as áreas críticas e riscos potenciais e proporcionar as bases para sua solução;
5. Melhorar o desempenho e aumentar o êxito das organizações por meio de recomendações oportunas e factíveis;
6. Avaliar as medidas adotadas para a preservação dos ativos e do patrimônio e para evitar o desperdício de recursos;
7. Aferir a confiabilidade, segurança, fidedignidade e a consistência dos sistemas administrativos, gerenciais e de
informações;
8. Avaliar o alcance dos objetivos e metas identificando as causas de desvio do seu atingimento, quando houver;
9. Identificar áreas que concorrem para aumento e/ou diminuição de custos e/ou receitas;
10. Recomendar e assessorar a implantação de mudanças.

3 - METODOLOGIA PARA TRABALHOS DE AUDITORIA OPERACIONAL


A presente metodologia para abordagem de trabalhos de auditoria operacional prevê pelo menos nove etapas
para a sua realização e leva em conta que há a necessidade de se hierarquizarem as prioridades ao longo do tempo em
função da materialidade, riscos e mudanças de cenário tendo em vista que os recursos disponíveis são escassos e os
custos elevados.
De acordo com a realidade de cada organização alguns passos poderão ser eliminados, bem como outros a
critério de quem planejar a abordagem, poderão ser adicionados. As nove etapas são:

I - ANÁLISE DE RISCO;
II - LEVANTAMENTOS PRELIMINARES;
III- PLANEJAMENTO DO TRABALHO E ELABORAÇÃO DE PROGRAMA ESPECÍFICO;
IV - EXECUÇÃO DOS TRABALHOS DE CAMPO;
V -ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO COM RECOMENDAÇÕES;
VI - ACOMPANHAMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO DAS RECOMENDAÇÕES;
VII - REALIMENTAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS COM OS NOVOS ELEMENTOS
COLHIDOS DURANTE A AUDITORIA;

3.1- Análise de Risco


De posse de informações coletadas ao longo do exercício social através de entrevistas, análise das
demonstrações contábeis, análise do relatório de atividades, análise dos relatórios e pareceres de auditoria interno e
externo, a empresa responsável pela auditoria elabora a composição de criticidade que representa o conjunto de indícios
e constatações relevantes passíveis de exames auditoriais. Trata-se da composição dos problemas efetivos ou potenciais
identificados em determinado período de tempo.
Em função desses elementos monta-se uma Matriz de Risco, levando-se em consideração também as
melhorias implantadas pela organização e as economias obtidas que são elementos de diminuição de riscos. As
principais variáveis que compõem a Matriz de risco são a Materialidade, a Relevância e Criticidade.
A Matriz de Risco oferece um primeiro indicativo de prioridades que servirão de suporte á tomada de decisão
sobre que ações deveriam ser priorizadas. Evidentemente, como o perfil de informações de cada Organização é variável
a Matriz de Risco é apenas mais um elemento de análise. Cabe às chefias de auditoria analisarem estas informações e à
luz da experiência e visão de conjunto do universo de Organização sob sua jurisdição proporem uma hierarquização
programática.
3.2- Levantamentos Preliminares
A abordagem desta etapa compreende um amplo diagnóstico levantando-se pormenorizadamente o que faz a
organização e como realiza suas operações. Sinteticamente, busca-se nesta etapa a familiarização com o ambiente a
auditar.
O enfoque do levantamento preliminar é o de conhecer a organização a ser auditada, identificando as principais
áreas e atividades, levantando os principais fluxos operacionais, identificando os principais controles e procedimentos
da Organização. A razão desse procedimento se justifica à medida que se procuram áreas em que os riscos sejam mais
elevados, os benefícios possam ser maximizados, os custos reduzidos e os processos melhorados.
Os resultados do levantamento preliminar devem ser registrados e relatados para utilização no planejamento e
execução dos trabalhos de auditoria.
A seguir são apresentados os principais passos desta etapa:
1. Conhecer a legislação, as normas internas e disciplinamentos inerentes à organização objeto da auditoria, as
atividades e ambiente externo;
2. Conhecer as diretrizes a que se encontram subordinada a Organização;
3. Conhecer a missão ou tipo de negócio que a Organização se dedica com ênfase nos produtos ou serviços principais;
4. Relacionar as autoridades com responsabilidades de condução da Organização;
5. Levantar o histórico e antecedentes das atividades da Organização, inclusive com relação as unidades de auditoria
interna e auditorias independentes, quando houver;
6. Conhecer o segmento empresarial em que a Organização atua;
7. Levantar informações veiculadas nos meios de comunicação a respeito da Organização;
8. Visitar as instalações que, além de proporcionar seu conhecimento físico, visa obter informações sobre:
8.1. a situação econômico-financeira e patrimonial da Organização;
8.2. a estrutura da Organização;
8.3. a infra-estrutura empresarial específica da Organização em questão (planejamento, organização, direção, controle
etc);
8.4. os métodos de operação da Organização (manuais, rotinas etc);
8.5. as fontes e montante de recursos que são geridos pela Organização;
8.6. a auditoria interna, da auditoria independente e de consultores, sobre possíveis deficiências na Organização;
8.7. os controles internos da Organização;
8.8. as avaliações dos dirigentes e outros atores quanto às vantagens e fraquezas existentes na Organização.

3.3- Planejamento dos Trabalhos e Elaboração dos Programas


A etapa de planejamento dos trabalhos tem como alvo abordar a Organização frente aos pontos fracos e
fortes identificando na fase de levantamentos preliminares na Organização, buscando permitir delimitar o escopo dos
trabalhos de campo, definir objetivos a serem atingidos e procedimentos para a execução dos mesmos. A seguir são
apresentadas duas fases desta etapa e os principais passos:

FASE I
Esta fase será normalmente executada pelo chefe ou coordenador de auditoria ou auditor designado para efetuar
o planejamento, e compreenderá os seguintes passos:
1. Diagnóstico a respeito da Organização efetuado com base nos dados obtidos nos levantamentos preliminares;
2. Pré-planejamento geral, onde o responsável pelo trabalho, com base nos estudos efetuados com dados da etapa de
levantamentos preliminares, procurará delimitar áreas ou sistemas na Organização, que nesta fase e com as informações
que se dispõe evidenciem a existência de riscos;
2.1. Com base em Sistema de Análise de Riscos da empresa responsável pela Auditoria, será estabelecido ranking
decrescente das áreas ou sistemas que lhe pareçam apresentar riscos potenciais;
2.2. Com base no ranking, será estabelecido um Ciclo de Auditoria inicial que sugerirá o primeiro trabalho de auditoria
operacional a ser realizado na Organização sob análise;
3. Relativamente a este primeiro trabalho definirá:
3.1. Objetivos;
3.2. Equipe, em quantidade e qualificação dos auditores;
3.3. Duração dos trabalhos.

FASE II
Esta fase será executada já pela equipe de auditoria convocada pelo dirigente e compreenderá os seguintes
passos:
1. Planejamento em si, onde a equipe após estudar os dados à sua disposição (neste passo, de uma maneira mais
profunda) delimitará as áreas ou sistemas que ofereçam riscos potenciais);
NOTA: Estas áreas ou sistemas poderão ser diversos das anteriormente definidas pela gerência,
coordenação ou auditor designado.
2. A equipe definirá critérios específicos de riscos, para a Organização em questão, com a finalidade de estabelecer
ranking decrescente das áreas ou sistemas que apresentem riscos potenciais.
NOTA: Estas áreas ou sistemas poderão ser diversos das anteriormente definidos pela gerência,
coordenação ou auditor designado.
3. Com base no ranking, proposto a equipe estabelecerá um Ciclo de Auditorias a ser aplicado na Organização e
confirmará ou redefinirá o primeiro trabalho de Auditoria Operacional a ser realizado na Organização sob análise;
3.1 Caso ocorram dúvidas na determinação das áreas ou sistemas a abordar, uma nova visita às instalações pode se
tornar necessária;
NOTA: Havendo modificação nas áreas ou sistemas a abordar, a equipe, os objetivos e a duração dos
trabalhos poderão ser modificados.
4. A equipe definirá os objetivos da auditoria e o alcance de cada um e o que se pretende obter em cada área exame
neste primeiro trabalho de Auditoria Operacional a ser desenvolvido na Organização;
5. A equipe fará a determinação precisa do escopo.
NOTA: Numa auditoria operacional, “escopo” quer dizer determinação da atividade ou atividades a serem
examinadas e métodos gerais ou de revisão a serem aplicados no exame, podendo se aplicar a toda a organização,
dependendo do porte, ou somente a algumas de suas atividades, isoladamente ou combinadas. É extremamente
importante estabelecer o escopo a um nível capaz de resultar uma auditoria significativa e um trabalho passível
de ser feito dentro de um prazo realisticamente aceitável.

6. A equipe desenvolverá o Programa de Auditoria Operacional específico para o primeiro trabalho de auditoria,
compreendendo:
6.1. Objetivos;
6.2. Procedimentos;
6.3 Critérios de Auditoria e os Padrões de Desempenho associados à cada critério;
6.4. Papéis de Trabalho.
NOTA: Convém salientar que somente neste passo, onde já estão definidas as áreas ou sistemas a auditar,
as presumíveis deficiências e o que exatamente se quer melhorar, é que pode ser desenvolvido o Programa de
Auditoria para esta situação específica, pois não tem sentido um Programa de Auditoria Operacional genérico.
7. Determinação final dos recursos necessários à realização do trabalho, incluindo os financeiros, materiais, logísticos e
humanos.

3.4 – Execução dos Trabalhos de Campo


Esta etapa compreende as análises no campo dos aspectos definidos no planejamento e que proporcionem o
alcance do objetivo da auditoria.
Consiste em verificar as atividades em exame, com vista a avaliação dos processos utilizados e proposição de
medidas corretivas, caso sejam constatados desvios e inconsistências. A seguir são apresentados os passos desta etapa:
1. Aplicar o Programa de Auditoria.
2. Sugerimos o seguinte fluxo para abordagem e análise dos resultados.

NOTA: Na fase de execução do trabalho de campo, recomenda-se que seja incluída a coleta de informações e
dados que venham a auxiliar o planejamento da próxima auditoria do ciclo definido.
PADRÕES DE SITUAÇÃO OBSERVADA NA
DESEMPENHO ORGANIZAÇÃO AUDITADA
ASSOCIADOS A CADA
CRITÉRIO DE AUDITORIA
DEFINIDO (ITEM 6.3)

COMPARAR

SEM DIVERGÊNCIA COM DIVERGÊNCIA

(EVIDÊNCIA OU ACHADO
DE AUDITORIA)
ANALISAR E DETERMINAR
CAUSA/EFEITO DAS
DIVERGÊNCIAS

PROPOSIÇAÕ DE
SOLUÇÕES

ANOTAR PARA COMENTAR PARA RELATÓRIO


POSITIVAMENTE NO
RELATÓRIO

3.5- Elaboração dos Relatórios com Recomendações


O relatório deve retratar o trabalho realizado de forma clara, objetiva e concisa sem necessidade de
explicações verbais adicionais de modo a que o receptor tenha o entendimento perfeito do propósito do auditor.
O relatório de auditoria deverá apresentar as vantagens e fraquezas, causas e conseqüências identificadas,
bem como comentário positivo quando for o caso, servindo de base para implementação de ações gerenciais pelo Gestor
da área auditada e conter as recomendações para correção dos desvios. A seguir são apresentados os passos desta etapa:

1. Elaboração do relatório preliminar, ainda quando a equipe estiver no campo;


2. Apresentação deste relatório preliminar aos dirigentes do Órgão ou Organização com a finalidade de discutir as
recomendações que farão parte do relatório definitivo, bem como colher a aceitação ou não quanto as evidências
apresentadas e se possível quais as ações que serão implementadas;
3. Elaboração do relatório definitivo destacando os pontos levantados, as ações que o auditado se compromete a
desenvolver para correção se for o caso, suas justificativas e as recomendações;
Observação: É essencial que sejam destacadas as ações positivas encontradas nas áreas ou sistemas que foram
auditados.

3.6 – Acompanhamento da Implementação das Recomendações


A exemplo de toda e qualquer atividade de auditoria e sem interferir diretamente na Organização, é
necessário que a empresa responsável pela realização da auditoria efetive um trabalho de acompanhamento (follow-up)
da implementação das recomendações constantes do Relatório Final para fins de avaliação quanto a, dentre outros,
resultados produzidos em termos monetários e em termos operacionais.

3.7 – Realimentação do Sistema


1. Registrar, em sistemas ou em qualquer metodologia adotada para acompanhamento de achados de auditoria, as
ocorrências obtidas durante os trabalhos que resultarem em recomendações de auditoria.
2. Elaborar parecer sobre o Planejamento e o Programa de Auditoria desenvolvidos visando a subsidiar trabalhos
futuros em relação à correção de possíveis falhas ou procedimentos inadequados observados.

B) AUDITORIA CONTÁBIL E TRIBUTÁRIA

1- AUDITORIA CONTÁBIL
Segundo Costa (1995), a gênese da auditoria contábil reside na necessidade de conferir credibilidade à
própria informação financeira evidenciada nas demonstrações financeiras.
A auditoria contábil consiste num processo sistemático de obter e avaliar, objetivamente, a evidência no
tocante as asserções sobre ações e acontecimentos econômicos, de forma a comprovar o grau de correspondência entre
estas asserções e os critérios estabelecidos e comunicar os resultados aos utilizadores (AAA, 1973).

2 – AUDITORIA TRIBUTÁRIA
Restringindo o âmbito conceitual da auditoria contábil, poderemos encontrar o conceito de auditoria
tributária. Esta tem por objetivo fazer um exame à situação fiscal da empresa, tendo em vista o controle da sua
regularidade fiscal.
Esta regularidade ou legalidade fiscal é norteada pelos princípios definidos pelas normas e doutrinas fiscais, a
valorimetria, as normas de incidência, liquidação e cobrança, as regras de retenção na fonte e as obrigações
contabilísticas e declarativas” (Lourenço, 2000).
Neste sentido, a auditoria tributária persegue um objetivo duplo, em primeiro lugar o de comprovar que a
entidade cumpriu, adequadamente, as obrigações tributárias, se provisionou corretamente os riscos derivados de
possíveis contingências fiscais e, em segundo lugar, se procedeu ao pagamento efetivo do tributo de acordo com os
prazos e formalismos legais (Valderrama, 1996).

2.1- Considerações
O conceito de auditoria tributária engloba conteúdos diferentes em função da pessoa que a realiza. Assim, se
estivermos perante um auditor de contas (auditor financeiro), a auditoria tributária poderá ser percepcionada como uma
componente restrita da auditoria contábil.
Em contrapartida, se este tipo de auditoria for desempenhada, grosso modo, por um Técnico da
Administração Fiscal, então estamos a falar de um processo de auditoria independente, com um sentido próprio e
dissociado do processo sistemático de auditoria contábil.
Verificamos assim que a auditoria tributária constitui a componente externa da auditoria contábil levada a
cabo por uma entidade pública ou governamental, que poderá ser o Tribunal de Contas da União.
A auditoria tributária possui como escopo fundamental o de minimizar a diferença existente entre o imposto
declarado pelos contribuintes e o imposto potencialmente definido pela Lei, com o objetivo amplo de combate à fuga e
evasão fiscal.
Neste sentido, o auditor tributário não se limita a efetuar um relatório sobre a existência, sendo caso disso, de
créditos contingentes, mas a propor liquidações tributárias (que poderão ser liquidações adicionais ou liquidações
oficiosas), que se irão constituir em dívidas tributárias originando, eventualmente, as respectivas penalidades.
No entanto, como já verificamos, a auditoria tributária constitui, conceitualmente, uma derivação da auditoria
contábil, sendo assim, há um tronco comum de objetivos que poderão ser sintetizados no exame fiscal da empresa,
tendo em vista o controlo da regularidade, (Chadefaux, 1987), assim como o conhecimento de erros e riscos.

2.2- Contraposição dos Objetivos

O nível de profundidade de análise da auditoria tributária é, em relação à auditoria contábil, superior e, em


contrapartida, mais limitada no seu âmbito.
A imagem verdadeira e apropriada da posição financeira e do património é, na auditoria tributária,
complementar, a menos que possua transcendência tributária.
Os fatos econômicos registrados têm de ser submetidos a qualificações jurídico tributárias, para determinar e
quantificar fatos tributários sujeitos a imposto, função que requer o conhecimento profundo de todos os impostos que
integram o sistema fiscal do país (Silva, 1992).
O nosso sistema fiscal assenta no regime declarativo, ou seja, na vontade declarativa dos contribuintes, que
se fundamenta pelo princípio da boa-fé na relação obrigacional-fiscal.
Desta forma, as declarações fiscais dos contribuintes representam, ao contrário da auditoria contábil, o ponto
de partida da auditoria tributária. A sua recolha e tratamento estatístico irá permitir a evidenciação de dados que,
comparados com valores associados a índices de rentabilidade fiscal, entre outros, do sector a que pertencem, facultam
uma visão sobre o risco de evasão fiscal em causa.
No entanto, tal como na auditoria contábil, a auditoria tributária, no seu procedimento, tenta reconstruir o
percurso inverso ao da obtenção da informação financeira (declarada), na procura das evidências sobre as asserções
incluídas nas declarações fiscais.
A auditoria tributária deverá ser enquadrada, definitivamente, como um ramo integrante da Auditoria
Financeira. As características peculiares do auditor e utilizadores da informação reportada, não poderão condicionar um
distanciamento conceptual que se assiste no atual momento.
O procedimento tributário de inspeção deverá ser encarado, desde a sua gênese, como um procedimento de
auditoria, na sua concepção mais abrangente. No entanto, as características peculiares da Inspeção Tributária (não nos
poderemos esquecer que estamos perante um procedimento tributário, com as condicionantes legais inerentes) devem,
necessariamente, ser tidas em conta nesta abordagem.
Após este enquadramento conceptual, devemos problematizar conceitos como o de risco, a materialidade, o
processo de seleção e a comunicação dos resultados, tendo em vista o alcance de economias de escala nos
procedimentos inspectivos.
Este estudo visa essencialmente alertar as consciências para este campo de estudo no âmbito da investigação
científica, cujos resultados, a serem absorvidos no âmbito dos procedimentos inspectivos, poderão ajudar num objetivo
que deverá ser comum, o do combata à fuga e evasão fiscal.

2.3- Risco de Auditoria


Para exemplificar como determinados conceitos deverão ser reequacionados no contexto da auditoria
tributária, evidenciaremos o conceito de Risco.
Por definição, o risco em auditoria (contábil) consiste na possibilidade de dar uma opinião não apropriada
sobre as demonstrações financeiras, ou seja, não considerando fatos que contenham erros materialmente relevantes. O
conceito de razoabilidade justifica-se precisamente pela componente do risco associado à atividade de auditoria.
O auditor, independentemente da matéria auditada, está consciente da existência de incertezas acerca dos
atributos das evidências, da eficiência dos mecanismos de controlo interno do cliente e do fato do seu procedimento se
basear em estimativas e amostras, mais ou menos representativas.
Ao nível da auditoria tributária, o risco concretiza-se na possibilidade do técnico em omitir, quando das
propostas de correção contidas no relatório de inspeção, transações sujeitas a imposto, prejudicando assim a obtenção
da matéria coletável.
“O risco, é a expectativa que os contribuintes não cumpram as suas obrigações fiscais, em termos
declarativos e de pagamento dos impostos, utilizando práticas de evasão fiscal através da manipulação das disposições
legais em vigor ou da omissão de fatos tributáveis” (Canedo, 2003).

2.3.1 - Risco Inerente


O risco inerente consiste na componente do risco de auditoria que se traduz na susceptibilidade de ocorrência
de erros materialmente relevantes independentemente do sistema do controlo interno implementado pelo cliente
(contribuinte) (IFAC, 2002a). Se o auditor concluir que existe uma alta probabilidade de erro nas asserções incluídas
nas demonstrações financeiras, ignorando os controles internos, o auditor deverá concluir que o risco inerente é elevado
(Arens et al., 2002).
Ao nível da auditoria tributária, podemos equiparar o risco inerente ao próprio risco de evasão fiscal.
Julgamos que eficientes critérios de seleção de contribuintes a inspecionar deverão partir de uma análise prévia desta
componente de risco. A intenção do Governo em levar a cabo ações de fiscalização incidindo sobre contribuintes de
acordo com critérios de risco de evasão fiscal é um primeiro passo na direção certa (Pereira, 2002).

2.3.2 - Risco de Controlo


Por sua vez, o risco de controlo está diretamente associado aos mecanismos de controlo interno do
contribuinte. Consiste no risco de um erro material, que poderá ocorrer numa asserção, não ser prevenido, detectado ou
corrigido, numa base temporal pelo controlo interno de uma entidade (IFAC, 2002).
Apesar da existência de um dever mútuo de cooperação entre a Administração Tributária e o contribuinte,
são evidentes as barreiras existentes no acesso, por parte do inspetor, à informação econômico-financeiro e aos
mecanismos de controlo interno implementados, dado que, ao contrário do auditor financeiro, não existe aqui uma
relação de prestação de serviços, mas sim um funcionário da Administração Fiscal, dotado de poder coercivo. Este fato
torna o risco de controlo em não manipulável por parte do auditor tributário.
Neste sentido, julgamos que este tipo de risco assume proporções ainda mais evidentes na auditoria tributária,
comparativamente com os outros tipos de auditoria, constituindo, muito provavelmente, uma das características mais
distintas da auditoria tributária.

2.3.3 - Risco de Detecção


Traduz-se no risco de o auditor não detectar erros materialmente relevantes. Este risco consiste numa variável
dependente, na medida em que é determinado pelos outros fatores de risco e, por outro lado, irá determinar o montante
de evidências substantivas que o auditor planeia acumular.
Este é um risco controlável na medida em que a sua minimização depende da extensão e aprofundamento dos
procedimentos de auditoria que sejam implementados. Daí que haja contribuintes, nomeadamente empresas, que
justificam um acompanhamento permanente.

C) PRÁTICA E ANÁLISE DE RELATÓRIOS E PARECERES DE AUDITORIA

1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conforme Franco e Marra (1982, p. 30), a auditoria surgiu como conseqüência da necessidade de
confirmação dos registros contábeis, em virtude do aparecimento das grandes empresas e da taxação do imposto de
renda, baseado nos resultados apurados em balanços. Sua evolução ocorreu paralelamente ao desenvolvimento
econômico, que gerou as grandes empresas, formadas por capitais de muitas pessoas, que têm na confirmação dos
registros contábeis a proteção ao seu patrimônio.
A auditoria independente das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos, que
tem por objetivo capacitar o auditor a emitir um parecer sobre a adequação com que estas representam a posição
patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de
recursos da organização auditada, consoante as Normas Brasileiras de Contabilidade e legislação específica no que for
pertinente.
O produto final da auditoria das demonstrações contábeis é o parecer do auditor. Sua emissão reflete o
entendimento do auditor acerca dos dados que examinou, de uma forma padrão e resumida, que dê, aos leitores, em
geral, uma noção dos trabalhos que realizou e, principalmente, o que concluiu.
Conforme Cardozo (1987, p. 21), o padrão de parecer usado no Brasil, é uma réplica norte-americana, sua
redação, tal como a conhecemos presentemente, foi adotada em 1948.
Após sua afirmação, em 1987, o parecer atualmente em vigor no Brasil sofreu algumas alterações,
entretanto, na essência, não difere muito do modelo americano de 1948.
Ainda segundo Cardozo (1987, p. 21), no início da década de 20, um típico parecer de auditoria tinha a
seguinte redação:

“Examinamos as contas e registros da Cia. Segura para o exercício findo em 31-12-1920 e


certificamos que, em nossa opinião, o balanço em anexo reflete corretamente as condições
financeiras da Companhia em 31-12-1920.”

O modelo acima sofreu diversas alterações pelo Americam Institute of Certified Public Accountants -
AICPA e pela Secutity and Exchange Comission - SEC, durante as décadas de 30 e 40, assumindo a seguinte redação:

“Examinamos o balanço da Cia. Segura de 31-12-1941 e a demonstração de receitas e


superávit para o exercício fiscal findo naquela data, revisamos o sistema de controles
internos e os procedimentos de contabilidade e, sem fazer uma auditoria detalhada das
transações, examinamos ou testamos os registros contábeis da Companhia e outras
evidências, através de métodos e na extensão julgada apropriada. Nossos exames foram
feitos de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas, aplicáveis às
circunstâncias e incluem todos os procedimentos considerados necessários.
Em nossa opinião, o anexo balanço e respectiva demonstração de receitas e superávit
apresentam, fidedignamente, a posição financeira da Cia. Segura em 31-12-1941, e o
resultado de suas operações no ano fiscal, de conformidade com os princípios de
contabilidade geralmente aceitos, aplicados em bases consistentes em relação ao exercício
anterior.”

No Brasil, até março de 1972 os auditores utilizavam diferentes modelos de parecer para divulgar sua opinião.
Em abril de 1972, o CFC, por meio da Resolução CFC n.º 321, de 14/04/1972, institucionalizou em modelo de parecer
cuja adoção passou a ser obrigatória pelo auditor independente. O estilo de parecer fixado era uma réplica do modelo
norte-americano exposto e vigorou até maio de 1991.
A partir de junho de 1991, o CFC, com a Resolução CFC n.º 700, de 24/04/91, estabeleceu novo padrão para o
parecer do auditor independente, seguindo a estrutura básica do modelo norte-americano.
Na segunda metade da década de noventa (1997), o CFC, por meio das Resoluções CFC n.º 820 e 821, ambas
de 24/04/1997, reformulou as Normas de Auditoria no Brasil. Essa reforma não alterou a estrutura do parecer vigente,
de forma que o modelo atual não difere daquele fixado em 1991.
No final de 1998, o CFC editou a Resolução n.º 830, de 16/12/98, aprovando a Interpretação Técnica, assim
discriminada: “NBC T 11 – IT – 05 – Parecer dos Auditores Independentes sobre as Demonstrações Contábeis”, que
prescreve orientações para o auditor redigir seu parecer.
No início de 2003, o CFC, editou a Resolução CFC n.º 953, de 24/01/2003, alterando a expressão “com os
Princípios Fundamentais de Contabilidade” por “práticas contábeis adotadas no Brasil”, nos parágrafos de opinião dos
Pareceres e Relatórios emitidos pelos Auditores Independentes.

2.CONCEITO
O “Parecer dos Auditores Independentes”, ou “Parecer do Auditor Independente”, é o documento mediante o
qual o auditor expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis nele indicadas.
Conforme Attie (1998, p. 67), o parecer de auditoria é o instrumento pelo qual o auditor expressa sua
opinião, em obediência às normas de auditoria... sobre as demonstrações financeiras.
O parecer representa o produto final do trabalho do auditor, ele é o instrumento pelo qual o auditor dá
conhecimento aos usuários da informação contábil, do resultado do seu trabalho expresso, por meio da opinião contida
no parecer.

3.FINALIDADE
O Parecer de Auditoria tem a finalidade de informar ao seu(s) usuário(s) o seguinte:
a) o trabalho realizado;
b) a extensão abrangida pelo trabalho;
c) a forma de sua realização;
d) os fatos relevantes observados;
e) as conclusões chegadas.
Para atingir esta finalidade, a opinião final do auditor deve estar baseada em fatos concretos, devidamente
comprováveis, através dos papéis de trabalho, e em uma consubstanciada análise desses fatos, com total imparcialidade
e independência.

4. ESTRUTURA
O parecer emitido pelo auditor independente compõe-se, basicamente, de três parágrafos:
a) o referente à identificação das demonstrações contábeis e à definição das responsabilidades da administração e dos
auditores;
b) o relativo à extensão dos trabalhos; e
c) o que expressa a opinião sobre as demonstrações contábeis.
O parecer deve identificar as demonstrações contábeis sobre as quais o auditor está expressando sua opinião,
indicando, outrossim, o nome da organização, as datas e períodos a que correspondem.
O parecer é de exclusiva responsabilidade do auditor, diferentemente das demonstrações contábeis, que é da
administração, cuja informação deve ser evidenciada no início do parecer.
Na parte relativa à extensão dos trabalhos o auditor declara se o exame foi efetuado de acordo com as
Normas Brasileiras de Auditoria em vigor fazendo uma descrição concisa dos principais trabalhos executados.
No parágrafo de opinião o auditor expressa se as demonstrações contábeis representam adequadamente, em
todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da organização auditada, de acordo com as práticas
contábeis adotadas no Brasil.

5. RESPONSABILIDADE, DATA E LOCAL


O auditor deve mencionar, no seu parecer, as responsabilidades da administração e as suas, evidenciando que:
a) a administração é responsável pela preparação e pelo conteúdo das demonstrações contábeis, cabendo ao contabilista
que as assina a responsabilidade técnica; e
b) o auditor é responsável pela opinião que expressa sobre as demonstrações contábeis objeto dos seus exames.
O auditor deve, no seu parecer, declarar se o exame foi efetuado de acordo com as normas de auditoria. Na
data do parecer, o dia deve corresponder ao de conclusão dos trabalhos na organização auditada, objetivando informar
ao usuário que foi considerado o efeito, sobre as demonstrações contábeis e sobre o parecer, de transações e eventos
ocorridos entre a data de encerramento do período a que se referem as demonstrações contábeis e a data do parecer.
O parecer deve ser datado e assinado pelo contador responsável pelos trabalhos, e conter seu número de
registro no Conselho Regional de Contabilidade.
Caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de auditoria, o nome e o número de registro cadastral no
Conselho Regional de Contabilidade também devem constar do parecer.

6. TIPOS DE PARECER
O Parecer dos Auditores Independentes, segundo a natureza da opinião que contém, classifica-se em:
a) parecer sem ressalva;
b) parecer com ressalva;
c) parecer adverso; e
d) parecer com abstenção de opinião.

6.1 Parecer sem ressalvas


O parecer sem ressalva é emitido quando o auditor conclui, sobre todos os aspectos relevantes, que:
a) as demonstrações contábeis foram preparadas de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e as
Normas Brasileiras de Contabilidade; e
b) há apropriada divulgação de todos os assuntos relevantes às demonstrações contábeis.

Modelo de parecer sem ressalva:


PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
DESTINATÁRIO

(1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, e as
respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos
correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa
responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos
trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da
organização; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as
informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas
adotadas pela administração da organização, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em
conjunto.
(3) Em nossa opinião, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em todos os aspectos
relevantes, a posição patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de
suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos
exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsável técnico
Contador N.º de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
N.º de registro cadastral no CRC

O auditor não deve emitir parecer sem ressalva quando existir qualquer das circunstâncias seguintes, que, na
sua opinião, tenham efeitos relevantes para as demonstrações contábeis:
a) discordância com a administração da organização a respeito do conteúdo e/ou forma de apresentação das
demonstrações contáveis;
b) limitações na extensão do seu trabalho.
O parecer sem ressalva implica afirmação de que, em tendo havido alterações em procedimentos contábeis, os efeitos
delas foram adequadamente determinados e revelados nas demonstrações contábeis. Nesses casos, não é requerida
nenhuma referência no parecer.

6.2 Parecer com ressalva


O parecer com ressalva é emitido quando o auditor conclui que o efeito de qualquer discordância ou restrição
na extensão de um trabalho não é de tal magnitude que requeira parecer adverso ou abstenção de opninião.
O parecer com ressalva deve obedecer ao modelo do parecer sem ressalva, modificado no parágrafo de
opinião, com a utilização das expressões “exceto por”, “exceto quanto” ou “com exceção de”, referindo-se aos efeitos
do assunto objeto da ressalva. Não é aceitável nenhuma outra expressão na redação desse tipo de parecer. No caso de
limitação na extensão do trabalho, o parágrafo referente à extensão também será modificado, para refletir tal
circunstância.

Modelo de parecer com ressalva:


PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
DESTINATÁRIO

(1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, e as
respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos
correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa
responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos
trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da
organização; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as
informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas
adotadas pela administração da organização, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em
conjunto.
(3) A organização deixou de apresentar a demonstração de origens e aplicações de recursos para os exercícios findos em
31 de dezembro de 19X1 e 19X0, requerida como parte das informações contábeis mínimas.
(4) Em nossa opinião, exceto pela falta da apresentação da demonstração de origens e aplicações de recursos,
mencionada no parágrafo anterior, as demonstrações contábeis acima referidas representam adequadamente, em todos
os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o
resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes
aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsável técnico
Contador N.º de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
N.º de registro cadastral no CRC

Quando o auditor emitir parecer com ressalva, deve ser incluída descrição clara de todas as razões que
fundamentaram o seu parecer e, se praticável, a quantificação dos efeitos sobre as demonstrações contábeis. Essas
informações devem ser apresentadas em parágrafo específico do parecer, precedendo ao da opinião e, se for caso, fazer
referência a uma divulgação mais ampla pela organização em nota explicativa às demonstrações contábeis.

6.3 Parecer adverso


Quando o auditor verificar a existência de efeitos que, isolada ou conjugadamente, forem de tal relevância
que comprometam o conjunto das demonstrações contábeis, deve emitir parecer adverso. No seu julgamento deve
considerar, tanto as distorções provocada, quanto a apresentação inadequada ou substancialmente incompleta das
demonstrações contábeis.
Quando da emissão de parecer adverso, o auditor deve descrever, em um ou mais parágrafos intermediários,
imediatamente anteriores ao parágrafo de opinião, os motivos e a natureza das divergências que suportam sua opinião
adversa, bem como os seus principais efeitos sobre a posição patrimonial e financeira e o resultado do exercício ou
período.

Modelo de parecer adverso:


PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
DESTINATÁRIO
(1) Examinamos os balanços patrimoniais da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, e as
respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos
correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua administração. Nossa
responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações contábeis.
(2) Nossos exames foram conduzidos de acordo com as normas de auditoria e compreenderam: (a) o planejamento dos
trabalhos, considerando a relevância dos saldos, o volume de transações e o sistema contábil e de controles internos da
organização; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e dos registros que suportam os valores e as
informações contábeis divulgados; e (c) a avaliação das práticas e das estimativas contábeis mais representativas
adotadas pela administração da organização, bem como da apresentação das demonstrações contábeis tomadas em
conjunto.
(3) A variação cambial sobre empréstimos em moeda estrangeira está sendo contabilizada pela companhia somente por
ocasião do pagamento ao credor no exterior. Em nossa opinião, essa prática está em desacordo com os princípios
fundamentais de contabilidade, os quais requerem que a variação cambial seja registrada no regime de competência, ou
seja, no ano que houve a mudança na taxa de câmbio. Se a variação cambial tivesse sido contabilizada com base no
regime de competência, o lucro líquido estaria a menor em R$ 57.000 e R$ 59.000, em 19X1 e 19X0, respectivamente.
(4) Em nossa opinião, devido à relevância dos efeitos do assunto comentado no parágrafo 3, as demonstrações contábeis
acima referidas não representam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da
Empresa ABC em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, o resultado de suas operações, as mutações de seu patrimônio
líquido e as origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com as
práticas contábeis adotadas no Brasil.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsável técnico
Contador N.º de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
N.º de registro cadastral no CRC

No parágrafo de opinião, o auditor deve explicitar que, devido à relevância dos efeitos dos assuntos descritos
no parágrafo ou parágrafos precedentes, ele é da opinião de que as demonstrações contábeis da organização não estão
adequadamente apresentadas, consoante aos Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de
Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica.

6.4 Parecer com abstenção de opinião


O parecer com abstenção de opinião por limitação na extensão é emitido quando houver limitação significativa
na extensão do exame que impossibilite o auditor de formar opinião sobre as demonstrações contábeis, por não ter
obtido comprovação suficiente para fundamentá-la, ou pela existência de múltiplas e complexas incertezas que afetem
um número significativo de rubricas das demonstrações contábeis.
Nos casos de limitações significativas, o auditor deve indicar claramente os procedimentos omitidos e
descrever as circunstâncias de tal limitação. Ademais, são requeridas as seguintes alterações no modelo de parecer sem
ressalvas:
a) a substituição da sentença “Examinamos...” por “Fomos contratados para auditar as demonstrações contábeis...”;
b) a eliminação da sentença do primeiro parágrafo “Nossa responsabilidade é a de expressar opinião sobre essas
demonstrações contábeis”; e
c) a eliminação do parágrafo de extensão.

Modelo de parecer com abstenção de opinião:


PARECER DOS AUDITORES INDEPENDENTES
DESTINATÁRIO
(1) Fomos contratados para auditar as demonstrações contáveis da Empresa ABC, levantados em 31 de dezembro de
19X1 e de 19X0, e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e das origens e
aplicações de recursos correspondentes aos exercícios findos naquelas datas, elaborados sob a responsabilidade de sua
administração.
(2) Pelo fato de termos sido contratados pela Empresa ABC após 31 de dezembro de 19X1, não acompanhamos as
contagens físicas dos estoques, em 31 de dezembro de 19X1 e de 19X0, nem foi possível firmarmos opinião sobre a
existência dos estoques, por meio de procedimentos alternativos de auditoria.
(3) Devido a relevância dos procedimentos omitidos, conforme mencionado no parágrafo 2º, a extensão do nosso exame
não foi suficiente para nos possibilitar expressar, e, por isso, não expressamos opinião sobre as demonstrações contáveis
da Empresa ABC, em 31 de dezembro de 19X1, referidas no parágrafo 1º.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor-responsável técnico
Contador N.º de registro no CRC
Nome da empresa de auditoria
N.º de registro cadastral no CRC

No parágrafo final do parecer, o auditor deve mencionar claramente que os exames não foram suficientes
para permitir a emissão de opinião sobre as demonstrações contábeis. A abstenção de opinião não elimina a
responsabilidade do auditor de mencionar qualquer desvio relevante que normalmente seria incluído como ressalva no
seu parecer e que, portanto, possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando o auditor emite seu parecer sobre demonstrações contábeis do ano corrente e do ano anterior, deve
avaliar o impacto, sobre estas últimas, de circunstâncias e eventos de que eventualmente tome conhecimento ao
examinar as demonstrações do exercício atual. Dependendo da relevância desse impacto, o auditor deve avaliar a
necessidade de emitir parecer, sobre aquelas demonstrações contábeis, diferente do anteriormente emitido.
Quando as demonstrações contábeis são divulgadas de forma comparativa com as do exercício anterior e há
mudança de auditores, surge a questão do tratamento dos pareceres relativos aos dois exercícios.
A organização auditada pode optar por publicar o parecer relativo ao atual exercício e também o parecer dos
que examinaram o exercício anterior. Nesse caso, o auditor do exercício corrente referir-se-á em seu parecer somente às
demonstrações contábeis do exercício que examinou.
Todavia, nada impede a divulgação somente do parecer relativo ao último exercício. Neste caso, o auditor deve
mencionar nele que as demonstrações contábeis do exercício anterior foram examinadas por outros auditores, referindo
a data do parecer destes, expressando as eventuais ressalvas, seus efeitos e possíveis reflexos no exercício atual.
Quando o auditor aceita o parecer de outros auditores, por não ter evidências que indiquem restrições aos seus
trabalhos e conclusões, deve destacar no seu parecer a divisão de responsabilidades.
O auditor deve emitir parecer com ressalva ou abstenção de opinião quando concluir, baseado nos
procedimentos recomendados, que o trabalho dos outros auditores não pode ser utilizado e que não pode aplicar
procedimentos adicionais suficientes com relação às demonstrações contábeis da controlada e/ou coligada ou ao item
sobre o qual os outros auditores emitiram parecer.
O Parecer de Auditoria é o documento, pelo qual, o auditor utiliza para se comunicar com os usuários dos seus
serviços, onde ele destaca certos aspectos dos trabalhos desenvolvidos no decorrer de seus exames, bem como relata as
suas conclusões a respeito da organização auditada, conforme observado no decorrer deste artigo.

EXERCÍCIOS
1- Em uma organização, a implantação do processo de auditoria deve ser dividida em etapas, que devem ser cumpridas
para que se alcancem todos os objetivos propostos com a execução desse processo. A primeira etapa do processo de
auditoria deve ser o:
(A) controle de testes.
(B) controle dos resultados.
(C) orçamento.
(D) planejamento.
(E) monitoramento.
2- Atualmente, a auditoria interna é uma atividade de grande importância dentro das organizações não só pelo fato de
ser exigida por lei, mas também por :
I - ser uma atividade de avaliação independente que assessora a alta gestão da empresa;
II - visar à avaliação da eficácia dos sistemas de controle e procedimentos operacionais;
III - verificar o devido cumprimento das normas internas e externas;
IV - emitir parecer sobre as demonstrações contábeis, publicadas no final do exercício;
V - executar a fiscalização tributária na empresa, emitindo autuações, quando necessário.
Correspondem a aspectos que conferem importância à auditoria interna as proposições
(A) I e III, apenas.
(B) I, II e III, apenas.
(C) I, II, e IV, apenas.
(D) II, III, IV e V, apenas.
(E) I, II, III, IV e V.
3- As atividades de auditoria interna e de auditoria externa muitas vezes são executadas simultaneamente dentro das
Companhias, porém essas atividades possuem objetivos diferentes. Nas Companhias de capital aberto, o principal
objetivo da auditoria externa é:
(A) verificar se as normas internas estão sendo seguidas.
(B) atestar a integridade dos procedimentos internos.
(C) emitir um parecer sobre as demonstrações contábeis.
(D) verificar se o fluxo de caixa está de acordo com as normas externas.
(E) emitir opinião sobre as normas internas.
4- A atividade de auditoria interna deve avaliar a adequação e a eficácia dos controles, abrangendo a governança, as
operações e os sistemas de informação. Esta avaliação deve assegurar que os controles internos garantam uma série de
medidas, EXCETO
(A) confiabilidade e integridade das informações financeiras e operacionais.
(B) eficácia e eficiência de operações.
(C) salvaguarda dos ativos.
(D) conformidade às leis, aos regulamentos e aos contratos.
(E) integridade dos diretores executivos.

5- Os papéis de trabalho são ferramentas muito valiosas durante a execução do processo de auditoria, pois são os
documentos que:
(A) evidenciam e suportam a conclusão do auditor, além de representar a garantia quanto à integridade, à exatidão e à
qualidade dos procedimentos realizados e resultados gerados.
(B) evidenciam a efetiva aquisição dos serviços de auditoria frente aos órgãos reguladores e fiscalizadores.
(C) comprovam a experiência técnica dos auditores que estão executando um determinado trabalho.
(D) relatam o papel a ser exercido pelos membros da equipe de auditores quanto às especificidades do trabalho.
(E) comprovam a independência da equipe de auditoria em relação à alta administração da empresa.

6- O documento de trabalho que contém a relação dos procedimentos de auditoria que serão executados, o responsável
pela execução de cada procedimento e uma coluna para inserção de referências e comentários é denominado
(A) controle de trabalho.
(B) programa de trabalho.
(C) relatório de auditoria.
(D) ponto de auditoria.
(E) parecer conclusivo.
7- Um auditor, ao iniciar a avaliação dos controles internos em um processo que, pela primeira vez, está sendo auditado,
deve proceder de várias formas. Nessa perspectiva, analise os procedimentos a seguir.
I - Emitir um parecer conclusivo em relação ao processo avaliado.
II - Realizar o levantamento completo do processo.
III - Analisar os riscos e os controles relacionados ao processo.
IV - Realizar um levantamento histórico das pessoas envolvidas no processo desde sua criação.
V - Verificar a eficácia dos controles internos quanto à garantia dos objetivos propostos no processo.
Estão corretos APENAS os procedimentos
(A) I, II e III.
(B) II, III e V.
(C) II, IV e V.
(D) I, II, IV e V.
(E) I, III, IV e V.
8- O envio de cartas de circularização para os clientes de uma empresa é um procedimento de auditoria, utilizado para
confirmação do:
(A) valor do ativo imobilizado.
(B) volume de estoques.
(C) volume de contas a pagar.
(D) saldo registrado como contas a receber.
(E) saldo bancário.

9- Em uma auditoria interna de processo, a forma de apresentação do relatório final que descreve resumidamente os
problemas identificados, assim como os riscos e conseqüências envolvidas, é denominada
(A) parecer final
(B) relatório sintético
(C) sumário executivo.
(D) avaliação analítica.
(E) análise sintética.

10- Durante a execução de primeira auditoria no processo de contas a pagar, o auditor interno da empresa X verificou
que existiam dois problemas relacionados ao processo:
• contas pagas em duplicidade ou com valores incorretos;
• fornecedores inexistentes registrados no contas a pagar.
Para encontrar os dois problemas relacionados ao processo de contas a pagar, o auditor precisou executar, no mínimo,
alguns procedimentos de auditoria, como os que devem ser analisados a seguir.
I - Abertura analítica do saldo registrado no contas a pagar.
II - Envio de cartas de circularização para os fornecedores.
III - Contagem de caixa.
IV - Contagem física dos estoques.
V - Conferência e inspeção física de documentos.
Estão corretos APENAS os procedimentos
(A) I, II e V.
(B) I, III e IV.
(C) II, III e IV.
(D) I, II, III e V.
(E) II, III, IV e V.

11- A apresentação do relatório final de uma auditoria interna é um dos pontos mais aguardados pelas partes
interessadas no processo. Desse modo, um relatório de término de trabalho de campo de auditoria interna, para que seja
bem entendido, deve conter, no mínimo, determinados pontos, como os que devem ser analisados a seguir.
I - Notas explicativas referentes às demonstrações contábeis.E
II - Introdução contendo os objetivos e o escopo do trabalho.C
III - Metodologia de trabalho utilizada durante a auditoria.C
IV - Pontos de controle identificados com o apontamento dos riscos e as recomendações de melhoria.C
V - Nome e função dos responsáveis por falhas, erros e fraudes encontrados nos processos auditados.E
São corretos APENAS os pontos
(A) I, II e V.
(B) II, III e IV.
(C) III, IV e V.
(D) I, II, III e IV.
(E) II, III, IV e V.
12- Após a emissão do relatório final, inicia-se uma nova fase no processo de auditoria interna, que é o
acompanhamento da implementação das ações corretivas. Para essa fase, a área ou setor auditado e responsável pelas
ações corretivas deve:
(A) definir, em conjunto com os gerentes da empresa, qual o impacto das ações corretivas no processo produtivo da
Companhia.
(B) elaborar um plano de ação corretiva, em conjunto com os funcionários da Companhia, levando em consideração o
prazo para emissão do próximo relatório de auditoria.
(C) executar o plano de ação montado pela Auditoria Interna da Companhia, de acordo com as recomendações do
relatório final.
(D) organizar um plano de ação discutido e aprovado em conjunto com a Auditoria Interna, considerando aspectos
como: prazo, orçamento, ferramentas, contingente e treinamento.
(E) definir o prazo para execuções das ações corretivas, em conjunto com a diretoria executiva da Companhia, que irá
definir as diretrizes para elaboração do plano corretivo.

13- O sistema de controles internos em uma empresa é de fundamental importância para o processo de fechamento do
balanço contábil, pois um dos seus objetivos principais é:
(A) verificar a exatidão e a fidedignidade dos dados contábeis.
(B) calcular os índices de balanço.
(C) mensurar a capacidade financeira da empresa.
(D) testar a exatidão do volume registrado no patrimônio líquido.
(E) monitorar o resultado de exercícios futuros.

14- Por definição, um dos objetivos do controle interno é incrementar a eficiência operacional. Um exemplo de controle
operacional, utilizado com essa finalidade na prevenção de falhas na linha de produção, é a(o)
(A) verificação dos produtos com defeito no final do dia.
(B) implementação de programas de incentivo aos trabalhadores de fábrica.
(C) revisão de desempenho do processo.
(D) revisão periódica do orçamento.
(E) monitoramento e a manutenção periódica de máquinas e equipamentos.

15- Uma empresa é formada por diversos processos operacionais que irão fazê-la funcionar adequadamente, se os seus
objetivos forem alcançados. No entanto, existem riscos relacionados aos processos que podem impedir o alcance desses
objetivos. Nesse sentido, a função do controle interno é:
(A) extinguir completamente os riscos inerentes aos processos operacionais, aumentando a margem de sucesso na
cadeia produtiva.
(B) mapear todos os processos operacionais da empresa, associando os objetivos finais de cada processo ao seu devido
risco.
(C) mitigar os riscos existentes em um grau razoável de segurança, para que os objetivos finais dos processos
operacionais sejam alcançados.
(D) concentrar todos os riscos da empresa em um só processo, facilitando sua investigação e possível extinção.
(E) avaliar o impacto e a probabilidade de ocorrência de cada risco em relação aos processos e seus objetivos finais.

16- As fraudes ocorrem nas empresas por diversos motivos, tais como inexistência de normas e controles internos
fragilizados, entre outros. Elas ocorrem em determinados processos das empresas de forma conjunta ou isoladamente.
Uma das formas de prevenção da fraude no processo de contas a pagar é a implantação do controle de:
(A) inventário físico.
(B) mapeamento operacional.
(C) segregação de funções.
(D) revisão analítica.
(E) acesso operacional.

17- A implantação de um sistema efetivo de controles passa por várias etapas, como por exemplo, levantamento dos
processos, riscos, controles envolvidos, planejamento, execução e monitoramento. Em uma organização, os
responsáveis pelo sistema de controles internos, considerando todas as etapas, são os:
(A) conselheiros e os acionistas.
(B) auditores externos e os diretores.
(C) gerentes, os auditores internos e os investidores.
(D) diretores, os gerentes, os auditores e os demais colaboradores.
(E) órgãos reguladores, os auditores em geral e os fiscais.

18- Um exemplo de controle interno contábil, utilizado para confrontar a mesma informação com dados vindos de bases
diferentes e estabelecido para detecção de falhas nos procedimentos, é a:
(A) revisão de desempenho.
(B) revisão analítica.
(C) segurança física.
(D) conciliação de registros.
(E) análise de alçadas.

19- Dependendo da forma como irão atuar em cada processo, os controles internos podem ser classificados em duas
categorias: controles preventivos e controles detectivos. Nesse contexto, analise os seguintes exemplos:
I - limites de alçada;
II - segregação de funções;
III - revisão analítica;
IV - análise estatística da lucratividade;
V - autorização prévia.
Referem-se a controles preventivos APENAS os exemplos
(A) I e II.
(B) III e V.
(C) I, II, e V.
(D) II, III e IV.
(E) I, III, IV e V.
20- Em uma auditoria de processo, é importante que o auditor realize a avaliação dos controles internos passando pelas
fases de levantamento do processo, análise dos controles internos e verificação da conformidade dos processos e
eficácia dos controles adotados. Nas fases de análise e verificação da eficácia dos controles internos, o auditor deverá
avaliar se as(os):
(A) atividades inerentes à execução do processo auditado foram descritas na fase de levantamento do processo, e se os
correspondentes controles internos estão descritos no fluxo.
(B) riscos relacionados ao processo auditado foram avaliados de acordo com a metodologia estabelecida pela empresa, e
se estão associados às atividades do processo.
(C) objetivos relacionados à execução dos processos estão sendo alcançados, e se os riscos envolvidos estão
devidamente suportados pelos controles existentes, de tal forma que possibilitem a prevenção de falhas e a detecção de
problemas.
(D) responsáveis pela execução dos controles internos possuem a experiência necessária para a execução da tarefa, e se
os riscos envolvidos estão sendo mitigados com a execução dos controles existentes.
(E) controles internos foram classificados corretamente quanto ao tipo, preventivo ou detectivo, e se estão relacionados
aos objetivos descritos no fluxo do processo auditado.

21- Em um teste no processo de contas a receber de clientes, quais procedimentos de auditoria podem ser utilizados
para verificar se as vendas realizadas foram provisionadas contabilmente como valores a receber e se a quitação ocorreu
conforme os valores e os prazos envolvidos?
(A) Fazer a contagem física do Caixa na data do vencimento da fatura e a revisão analítica do saldo contábil da conta
Bancos.
(B) Verificar a composição analítica do saldo contábil do Contas a Receber e o extrato bancário com o correspondente
crédito na data do vencimento da fatura.
(C) Realizar entrevista com um funcionário da contabilidade e verificar o fluxo de caixa da companhia.
(D) Realizar inventário físico do estoque para verificar a saída do bem da empresa, verificar a movimentação contábil
do saldo das contas Estoques e Contas a Receber, e entrevistar os funcionários do Financeiro e da Contabilidade.
(E) Efetuar a circularização dos bancos para obter os extratos na data do vencimento da fatura e realizar o cálculo das
provisões contábeis no Contas a Receber.
22- Com o crescimento do volume de negócios e das normas legais, as Companhias sentiram a necessidade de dar
maior ênfase aos procedimentos internos e instituir um setor de Auditoria Interna que fosse além dos testes realizados
pela Auditoria Externa.
Com relação às principais diferenças entre a Auditoria Interna e a Externa, analise as afirmativas abaixo.
I - O auditor externo não possui vínculo empregatício com a empresa auditada, enquanto que o auditor interno é
empregado da empresa auditada. C
II - O principal objetivo da auditoria externa é emitir um parecer sobre as demonstrações contábeis, já a auditoria
interna executa a auditoria contábil e operacional, como revisão de procedimentos e normas internas. C
III - O relatório emitido pelos auditores externos deve conter notas sobre os testes realizados pelos auditores internos
com suas conclusões, sendo que o contrário não ocorre. E
IV - A auditoria externa está interessada em erros que possam alterar de maneira substancial as informações das
demonstrações contábeis, enquanto a auditoria interna realiza testes buscando possíveis falhas operacionais nos
procedimentos internos. C
Estão corretas APENAS as afirmativas
(A) II e III
(B) III e IV
(C) I, II e III
(D) I, II e IV
(E) II, III e IV

23- Para que uma auditoria agregue valor ao processo auditado é necessário que ela esteja suportada por papéis de
trabalho, preparados pelo auditor durante seu trabalho de revisão. Os papéis de trabalho utilizados em um trabalho de
auditoria interna
I - devem ser escritos em códigos e tiques de auditoria para resguardar a confidencialidade dos dados;
II - podem ser utilizados como ferramenta para elaboração das demonstrações contábeis;
III - devem ser identificados com o nome do auditor, data base da auditoria e indicação do processo auditado,
procedimentos efetuados, documentos analisados e conclusão do auditor;
IV - devem relatar a opinião do auditor que realizou o trabalho anterior no mesmo processo auditado;
V - precisam ser escritos de forma clara e objetiva, de modo a permitir o fácil entendimento do processo auditado por
uma pessoa que não participou do processo.
Estão corretas APENAS as afirmativas
(A) I e III
(B) II e IV
(C) III e V
(D) I, III e V
(E) II, III e IV

24- Segundo o AICPA (American Institute of Certified Public Accountant), o Controle Interno compreende o plano de
organização e todos os métodos e medidas adotados em
uma empresa para:
(A) correção dos dados contábeis, verificação dos fluxos e procedimentos internos e valorização dos ativos.
(B) verificação dos sistemas de dados internos, produção de relatórios gerenciais confiáveis e aumento da transparência
no processo de divulgação dos dados contábeis ao mercado.
(C) proteção dos ativos, verificação da exatidão e da fidedignidade dos dados contábeis, incremento da eficiência
operacional e promoção da obediência às diretrizes administrativas estabelecidas.
(D) detecção de fraudes operacionais e contábeis, elaboração de testes de conformidade e proteção dos acionistas.
(E) criação de mecanismos operacionais que visam à valorização dos ativos financeiros da empresa e implantação de
planos de ação para melhoria dos processos internos.

25-A administração da empresa é responsável pelo estabelecimento do sistema de controle interno e pela atribuição de
funções de controle aos funcionários, que devem ser claramente definidas e limitadas com o objetivo de:
(A) estabelecer políticas e normas internas.
(B) assegurar que todos os procedimentos de controle sejam executados e que erros e irregularidades sejam detectados.
(C) produzir relatórios operacionais confiáveis.
(D) evitar o retrabalho na execução dos procedimentos internos, como a dupla conferência.
(E) estabelecer um guia de responsabilidades e funções para diminuir o risco de reclamações trabalhistas.

26-Uma estrutura de Controles Internos eficaz deve conter controles preventivos e detectivos relacionados aos
processos da empresa, para a devida mitigação dos riscos envolvidos em cada processo. Um exemplo de controle
preventivo utilizado em um processo de fechamento contábil é a
(A) política de segurança da informação.
(B) contagem física das notas fiscais de venda.
(C) conferência do balanço publicado.
(D) segregação de funções entre a análise e o registro contábil.
(E) transmissão automática de dados para emissão do balancete.
27-O gerenciamento dos riscos é fundamental na estrutura de controles internos para que os objetivos da companhia
sejam atingidos de uma forma eficaz e para que perdas inesperadas sejam evitadas. Em relação à gestão de riscos,
analise as afirmativas abaixo.
I - Os métodos de identificação dos riscos devem ser desenvolvidos pela alta administração, apoiada pelo Conselho
Fiscal. E
II - Os riscos podem ser avaliados quanto ao impacto financeiro e à probabilidade de ocorrência. C
III - A matriz de risco é uma das ferramentas utilizadas no gerenciamento dos riscos. C
IV- O monitoramento dos riscos deve ser realizado pela auditoria independente. E
V - Levantamentos históricos e questionários sobre eventos de riscos são métodos de identificação eficazes utilizados
no gerenciamento de riscos. C
Estão corretas APENAS as afirmativas
(A) I, II e IV
(B) I, III e IV
(C) I, III e V
(D) II, III e V
(E) III, IV e V
28- A atividade de monitoramento dos controles é um componente chave no sistema de controles internos de uma
empresa e de fundamental importância para sua continuidade. A atividade de monitoramento dos controles internos
consiste na:
(A) avaliação dos riscos relacionados aos controles e eficácia dos processos operacionais, por meio de testes sazonais
realizados pela auditoria interna ou externa.
(B) verificação da eficiência e efetividade dos controles, por meio de auditoria interna, auto-avaliação e revisões
eventuais nas quais serão avaliados a capacidade de mitigação de riscos, o custo-benefício do controle e o atingimento
dos objetivos propostos.
(C) observação do cumprimento de normas e procedimentos internos, por meio de testes de auditoria interna, visando ao
atingimento dos objetivos e à mitigação dos riscos relacionados aos processos.
(D) avaliação dos critérios utilizados para identificação e avaliação dos riscos relacionados aos processos críticos da
empresa, face aos controles internos associados a cada processo.
(E) verificação da eficiência e da eficácia dos testes de auditoria interna relacionados ao processo de autoavaliação dos
controles.

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