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A auditoria interna é uma das principais ferramentas para a otimização de resultados e o

alcance de um melhor desempenho em sua estrutura organizacional. Por meio dela, você
não apenas pode identificar falhas, mas também encontrar oportunidades de melhoria em
processos, reduzir desperdícios, eliminar retrabalhos e abordar outros pontos importantes
para o direcionamento estratégico do seu negócio.

Um equívoco que comumente ocorre entre gestores é utilizá-la como um instrumento de


levantamento de não conformidades, o que é um grande erro, pois isto seria realmente
subutilizar um processo tão importante como é o da “auditoria”. São questões como essas
que vamos esclarecer neste post.

Quer saber o que é uma auditoria interna e quais são os principais procedimentos para
implementá-la nos processos da empresa? Continue a leitura!

O que é uma auditoria interna ?


O principal objetivo de uma auditoria interna é desenvolver um plano de ação que possa
ajudar a empresa a alcançar seus objetivos e conter possíveis problemas. Isso ocorre por
meio da adoção de uma estratégia sistêmica e disciplinada, visando a máxima eficiência dos
processos e, assim, a redução de riscos e falhas.

Portanto, a auditoria interna desempenha um papel importante como elemento de controle.


Uma de suas principais finalidades é avaliar os processos de uma empresa, revisando suas
estruturas, forma de atuação, documentos e conformidade com políticas estabelecidas. É
fundamental que a direção e os gerentes valorizem essa ferramenta, pois somente ela pode
fornecer informações abrangentes sobre todos os processos da empresa.

Atualmente, é importante destacar que o conceito de auditoria ultrapassa amplamente o


âmbito de um simples instrumento de verificação. Essa área está em constante evolução e
dinamismo, desempenhando um papel central em toda a estrutura da empresa e em sua
administração. Essa abordagem abrangente reflete a importância crucial da prática de
auditoria no ambiente empresarial moderno.

Para que serve?


Algumas pessoas pensam que a auditoria interna deve ser aplicada apenas quando algo está
saindo errado. No entanto, é um fato que toda empresa deve, de tempos em tempos, passar
por um processo de revisão. Nesse processo, verifica-se se todas as atividades de gestão
estão fluindo de acordo com o planejamento e se garantem que metas e objetivos estejam
sendo cumpridos devidamente. Isso não apenas ajuda a corrigir problemas quando surgem,
mas também a prevenir problemas futuros e a manter a empresa no caminho certo em
relação aos seus objetivos.

O auditor interno, ao realizar a verificação dos processos e da rotina por meio de um


checklist, geralmente utilizado para orientar esta auditoria, desempenha um papel
fundamental. Ao término do processo, ele divulga os resultados, destacando as correções
necessárias e as áreas passíveis de melhorias. Além disso, é crucial enfatizar que essa
avaliação é de natureza sistêmica, tendo como objetivo principal a análise das operações da
companhia. Adicionalmente, é importante ressaltar que essa avaliação contribui de forma
significativa para o aprimoramento contínuo do desempenho organizacional. Portanto, o
auditor interno desempenha um papel estratégico na garantia da eficiência e eficácia dos
processos da empresa.
Assim, é possível garantir mais transparência e confiança aos processos realizados. Entre os
objetivos de uma auditoria interna, se destacam:

 Avaliar a existência de controles internos;


 Contribuir para a melhoria e o aperfeiçoamento dos processos implantados;
 Verificar se normas e procedimentos vigentes estão sendo colocados em
prática;
 Analisar oportunidades de melhoria e evidenciar possíveis falhas para o
estabelecimento;
 Verificar se os resultados e metas estão sendo atendidas, analisadas e ações
determinadas.

Qual a importância de uma avaliação periódica ?


“Empresas que conduzem avaliações periódicas de seus processos conquistam um
diferencial competitivo. Isso ocorre porque essas avaliações sistemáticas permitem verificar
a conformidade entre o planejado e o que efetivamente se executa, auxiliando nas tomadas
de decisão e na melhoria dos processos da organização.”

Ao realizá-la, você passará a contar com:

 processos e controles mais enxutos, uma vez que é possível avaliar quais riscos
podem interferi-los e, assim, estabelecer um plano de ação que elimine suas
possíveis ocorrências;
 planejamento mais eficiente, já que são prevenidos ou evitados erros e
possíveis fraudes, ou seja, procura-se saber se os controles que a empresa
utiliza são suficientes e se as atividades realizadas são condizentes com o que
foi planejado;
 maior credibilidade nos resultados, visto que os processos e números são
verificados e validados.
 maior tranquilidade da diretoria e gerência, tendo certeza que os processos
definidos estrategicamente estão sendo conduzidos adequadamente.

7 passos para realizar uma auditoria interna


O profissional auditor assume a condução da auditoria interna na organização. Através do
uso de um checklist, minuciosamente verifica os procedimentos que integram a rotina da
empresa. Concluída a auditoria, ele então divulga os resultados, destacando o que está
correto e o que está incorreto. Essa abordagem não apenas assegura uma avaliação
completa, mas também contribui para a melhoria contínua dos processos.

No entanto, muito além de uma ferramenta que indica o que deve ou não ser melhorado, a
auditoria interna possibilita obter certificações ou simplesmente adotar estratégias que
utilizem com maior eficiência os seus recursos, otimizem o tempo e qualifiquem a mão de
obra empregada.

Vejamos como realizar, em 6 passos, uma auditoria eficiente:

1. Defina os objetivos
Ao decidir pela realização da auditoria interna, o gestor deve ter muito claro qual o motivo
de realizá-la e quais resultados deseja alcançar. Isso porque o processo se desenvolve por
áreas, ou seja, o auditor faz um checklist e estabelece, para cada setor da empresa, o
detalhamento dos procedimentos, as tarefas, as operações e as atividades de rotina.

Ao delimitar a análise por áreas, é possível chegar a resultados mais precisos. Além disso,
permite identificar a qualidade dos controles internos e o cumprimento de normas e
regulamentos. Tais dados podem ser obtidos por meio da análise das áreas contábil,
operacional, de gestão ou mesmo de sistemas informatizados.

Enfim, é fundamental que o gestor saiba exatamente quais os objetivos e os resultados que
deseja alcançar, de forma que possam ser levantadas informações suficientes para a
avaliação dos processos. Assim, a melhoria será contínua.

2. Tenha um cronograma em mãos


Mesmo que a empresa já possua uma certificação, é de extrema importância que monte um
cronograma e tenha um plano de verificação. Quando a organização mantém essa rotina,
fica mais fácil entender a periodicidade e a importância de ter processos sob controle.

No entanto, apenas saber “quando fazer” não resolve todos os problemas. É preciso ter um
plano de implementação e um bom checklist em mãos, considerando:

 quais processos e subprocessos serão auditados?


 quando isso ocorrerá?
 quais ferramentas serão necessárias?
 quais requisitos serão levados em consideração?
 existem indícios de problemas?
Enfim, é preciso colocar tudo na ponta do lápis para que a auditoria interna tenha,
realmente, a eficácia desejada e possa resultar em análises que auxiliem na melhoria dos
processos e da tomada de decisão.

3. Deixe a equipe a par de tudo


A equipe de trabalho é o capital humano que conhece a empresa melhor do que o próprio
dono. Por meio dos colaboradores, é possível levantar problemas e estabelecer um plano de
ação com antecedência, a fim de evitar falhas e erros que possam levar à interrupção das
operações.

Assim, é fundamental que os auditores participem de todo o processo de planejamento


estratégico da organização e que toda a equipe esteja envolvida com os propósitos de um
melhor controle interno.

4. Verifique se não há pendências anteriores


Como se trata de processos contínuos de melhorias dentro da empresa, o gestor precisa
verificar algumas informações antes de iniciar o processo de auditoria interna:

 as não conformidades de auditorias anteriores;


 o que foi sugerido como melhoria e não foi implantado;
 quais planos de ação não foram concluídos;
 processos que vem apresentando problemas no dia-a-dia;
 ajustes em processos que foram realizados e ainda não estão consolidados;
 pontos de atenção para direção e gestores;
 outras situações importantes que sejam relevantes para o auditor.
Manter um histórico de eventos anteriores é fundamental, pois isso permite ao auditor
avaliar o que foi ou não alcançado e implementar ações capazes de gerar melhores
resultados.

5. Não utilize check list genérico


Muitas auditorias cometem o erro de usar modelos de checklists padronizados encontrados
na internet ou recebidos de algum amigo. No entanto, é aconselhável que as auditorias
adotem uma abordagem mais específica ao abordar os pontos críticos que precisam
verificar. Auditores experientes podem conduzir auditorias eficazes mesmo com diretrizes
mais genéricas, mas se você não se considera nesse grupo, é fundamental que você detalhe
todos os aspectos que precisam ser evidenciados durante a sua auditoria interna.

Examine minuciosamente o processo a ser auditado, sua estrutura de controle, indicadores


de desempenho, procedimentos, desafios e, de maneira geral, realize um levantamento
abrangente dos elementos essenciais que você deve verificar no processo em questão. Dessa
forma, seu checklist se tornará uma ferramenta verdadeiramente valiosa para orientar a
auditoria de forma efetiva.

O auditor deve compreender que, ao elaborar um check list, é preciso adequá-lo à realidade
da organização.

6. Dica de Ouro!
Se você esta fazendo uma auditoria de processos que envolva toda organização ou até parte
dela, enxergue estes processos como se fosse uma corrente. Os elos desta corrente são
conexões entre cada processo auditado, então você poderá segui-los até a conclusão da sua
auditoria.

Exemplo: (segue um BREVE RESUMO com alguns questionamentos possíveis)

COMERCIAL:
1. Anote 5 solicitações de propostas realizadas por seus clientes;
2. Avalie como foi formado seu preço;
3. Verifique como aconteceu sua negociação e seus registros;
4. Busque o registro de aprovação ou alterações nesta proposta;
5. Qual foi a data de fechamento, prazo, condições de pagamento e preço
acordado?
6. Agora é hora de ir ao PCP e manter a mesma trilha de informações.

PCP
1. Com o nome dos clientes e número das propostas já coletados no
COMERCIAL, siga a trilha;
2. Quando o pedido foi passado ao PCP e em que data foi finalizado;
3. O prazo de entrega verificado no COMERCIAL é o mesmo considerado no
PCP?
4. Se o prazo for diferente, existe algum registro desta alteração? Seu cliente
aprovou este novo prazo?
5. A expedição enviou o pedido no prazo acordado na proposta inicial?
6. O PCP planejou exatamente o que o cliente comprou e no no prazo acordado?
7. Quais matérias-primas usaram na produção e quem são os fornecedores?

COMPRAS
1. Agora você já tem em mãos algumas matérias-primas já utilizadas na produção
e quem as vendeu;
2. As matérias-primas que registrou estão homologadas?
3. Os fornecedores das matérias-primas estão homologados? Os documentos
foram apresentados?
4. Achou o pedido de compra destes materiais enviados aos fornecedores?
5. Verifique quando chegou e se o fornecedor atendeu os prazo acordados no
pedido de compra;
6. Este material foi inspecionado no recebimento? O material foi aprovado?

FATURAMENTO
Você ainda continua com as mesmas informações em mãos! lembra daqueles 5 pedidos no
COMERCIAL?

1. Realizaram os faturamentos conforme previsto no pedido inicial?


2. Cumpriram a forma de pagamento acordada conforme o pedido inicial?
3. Há registro no sistema sobre como os pedidos foram enviados?
4. Os prazos de pagamento estão corretos?
Este é um breve resumo de algumas informações que você deve verificar, mas é importante
destacar que existem muitas outras informações igualmente importantes ao longo de todo o
processo. Perceba que passamos por 4 processos utilizando as informações coletadas no
inicio de nossa auditoria, porém fomos complementado com dados em cada nova área
auditada, mas sempre relacionados com aquelas 5 propostas registradas no primeiro setor.

Isto foi somente uma ideia de como a auditoria pode ser valiosa e que você pode traçar
trilhas de várias formas e origens diferentes, mas sempre para atingir o seu objetivo inicial.

7. Elabore bons relatórios


O auditor deve apresentar o produto da auditoria em bons relatórios que respondam a
perguntas. Portanto, ao criar tais relatórios, o auditor deve estar atento aos possíveis
questionamentos que o auditado poderá fazer, como:

 Quais procedimentos, processos e tarefas foram auditados?


 Em quais áreas devemos focar as melhorias?
 Identificamos quais problemas?
 Quais ações precisamos implementar?
 Onde devemos fazer investimentos?
Ao registrar problemas ou não conformidades, é fundamental que você seja detalhista. Você
deve descrever claramente o que encontrou e apresentar evidências ‘objetivas’ que
sustentem essas não conformidades. Além disso, você deve fornecer informações
detalhadas, incluindo número de documentos, data, horário, pessoas envolvidas, clientes,
notas fiscais, pedidos de compra e outros dados que tornarão o registro incontestável.

É fundamental, portanto, ressaltar que a elaboração cuidadosa do relatório de auditoria não


pode ser negligenciada. Um relatório mal elaborado, por outro lado, pode prejudicar
significativamente a eficácia da auditoria. Isso ocorre não apenas em termos da
compreensão por parte dos auditados, mas também da credibilidade do auditor. Portanto, é
essencial, desde o início do processo de auditoria, estar atento e coletar todas as
informações necessárias. Essa abordagem garantirá que o relatório seja claro, completo e
confiável.

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