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Gostaria de convidá-los para a quinta aula de Sistemas ISO 9000 e
auditoria da qualidade, em que o auditor é o foco para o sucesso!
CONTEXTUALIZANDO
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TEMA 1 – TIPO DE QUALIFICAÇÃO NECESSÁRIA PARA SE TORNAR UM
AUDITOR
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de organizar, coordenar, inovar, agir em situações nem sempre previsíveis, decidir
e cooperar com a equipe de trabalho”.
Quando se audita em dupla ou em equipe, os conhecimentos se
complementam, o que para o auditado costuma ser interessante, pois traz visões
diferentes para o mesmo escopo. Outro ponto importante é a preparação, uma vez
que conhecer mais sobre o processo a ser auditado é de suma importância.
As equipes de auditores precisam, acima de tudo, estabelecer e cumprir um
planejamento que ajude durante todo o processo de auditoria. Nesse caso, utilizar
um check list que auxilie na coleta de dados e informações dos entrevistados pode
ajudar a manter o foco e evitar que os dados relevantes não sejam verificados.
Durante a auditoria, é claro que alguns problemas podem aparecer, mas a
flexibilidade e a postura da equipe farão toda a diferença frente a isso.
Após a definição de quem será o auditor líder, cabe traçar o plano de
trabalho, considerando o escopo, responsabilidades do time de trabalho, agenda e
verificação se existem relatórios de auditorias anteriores para serem utilizados
como referência.
O auditor líder tem um papel crucial para orientar a equipe e conduzir todo o
processo. Esse colaborador precisa ter uma visão mais sistêmica do processo,
direcionando o curso da auditoria.
Estabelecer uma comunicação assertiva é importante para os auditores e os
auditados. Sendo assim, compete ao auditor fazer perguntas diretas e claras para
que os auditados compreendam claramente o que está sendo questionado. Às
vezes a comunicação pode gerar mal-entendidos.
O registro dos dados e as verificações são fundamentais para que a auditoria
tenha sustentação. Não confie apenas na memória, pois você pode correr risco
desnecessário e ter que fazer retrabalhos.
As normas, legislações, políticas internas estão em constante evolução,
então manter-se atualizado também é uma exigência.
A empresa precisa manter sempre sua equipe treinada, principalmente para
manter colaboradores de back up no processo. Oferecer treinamentos é de suma
importância. Com treinamentos, os colaboradores têm a oportunidade de discutir,
tirar dúvidas e trocar experiências entre outros auditores.
Reconhecer e valorizar a função de um auditor interno é um ponto importante
que deve ser considerado pelos gestores. Isso porque se um colaborador dedica
mais horas para sua formação que os demais, isso significa dizer que está
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interessado em se tornar um bom auditor. É preciso considerar que a falta de
reconhecimento por parte da empresa pode fazer com que esse profissional estude
com mais cuidado uma proposta de outra organização, por exemplo. Pense que as
empresas podem concorrer pelos melhores profissionais do mercado, assim como
competem por clientes e produtos.
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normalmente deve estar baseada naquela que melhor atender ao propósito da
empresa e/ou do propósito da capacitação do auditor.
No caso do auditor interno, estar na empresa facilita um pouco mais no que
diz respeito às políticas e processos, contudo não elimina a necessidade de
capacitação nas normas e na competência do gerenciamento de uma auditoria.
Para se tornar um auditor interno na empresa, alguns treinamentos são
requeridos.
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Para se tornar um bom auditor tanto para o mercado externo quanto para
ser a auditoria interna, as atualizações são importantes e a qualificação também.
Cursos como o de formação de auditores e de auditor líder do sistema de
gestão ensinam como base interpretar corretamente as normas, como se
comportar, como planejar e executar uma auditoria, como interpretar e analisar os
processos e, por fim, como registrar e reportar as não conformidades e
oportunidades de melhorias identificadas.
Muitas empresas de capacitação usam casos reais e simulam auditorias
para ajudar a melhorar a compreensão. É claro que isso ajuda consideravelmente,
mas são as horas de auditorias em campo que realmente a verdadeira escola de
um auditor.
Um auditor interno pode atuar como um consultor interno, o qual pode
aconselhar a alta administração em tomadas de decisões em que seus
conhecimentos sejam úteis, por exemplo, na análise e no tratamento do risco da
empresa. A norma ISO 9001:2015, em sua última atualização, cita fortemente a
gestão de riscos como um ponto que precisa ser considerado (Carpinetti;
Gerolano, 2016). Nesse caso, se o auditor permanecer atualizado, pode antecipar
mudanças e minimizar riscos, o que é positivo para as empresas que estão
concorrendo em mercados cada vez mais disputados.
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É importante que todo profissional esteja envolvido emocionalmente com
o trabalho e ciente de que ele próprio estará ganhando com o sucesso
da empresa. Só assim dará o melhor de si, em outras palavras, os
profissionais precisam se sentir parte integrante da empresa e
estimulados a solucionar problemas com os quais se deparem no dia a
dia.
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Algumas empresas vêm utilizando o auditor líder para ajudar na seleção
dos auditores internos. Isso, além de valorizar o profissional, dá oportunidade de
encontrar pessoas com o perfil correto fazer parte do time de auditores.
3.1 Auditor
O auditor que ainda não está capacitado como líder, mas faz parte da
equipe, participa ativamente na preparação e execução da auditoria. Participar da
auditoria faz parte do treinamento para ganhar experiência e maturidade para o
auditor.
Durante a execução da auditoria, é necessário que o time de trabalho possa
se dividir e atender diferentes áreas e departamentos ao mesmo tempo. As
observações e discussões são coordenadas pelo auditor líder e reportadas no
relatório de auditoria.
Os auditores participam de todas as fases da auditoria: planejamento,
preparação, execução (reunião de abertura e de fechamento), elaboração de
relatório e follow up das ações implementadas.
Um bom auditor deve anotar as observações, com detalhes e de forma
sucinta para que o auditado, ao receber o relatório, consiga interpretar e
implementar as ações que foram registradas.
O auditor precisa manter o clima de objetividade e reportar somente
baseado em evidências e fatos, para manter o foco profissional.
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ajuda assegurar que os registros não sejam esquecidos, ou para anotar quais
itens precisam de maior esclarecimento durante o processo de auditoria.
Assim que terminar a fase de preparação, dados como o escopo devem
estar claros, o processo deve ser conhecido, os principais dados devem ter sido
coletados, a documentação principal identificada e conhecida, assim como os
nomes principais e onde ocorrerá a auditoria.
Outro material que pode ajudar é a verificação de auditorias anteriores, pois
é possível haver alguns pontos que podem ser usados para verificar o andamento
e sua eficácia.
Os auditores precisam ter como princípio a preparação, pois só se
consegue chegar ao resultado final com eficácia se ela ocorrer, uma vez que isso
dará ao time uma abordagem tática diferenciada.
Na fase de execução, são várias maneiras de isso ocorrer, e não existe
uma receita pronta, mas alguns direcionamentos ajudam durante esse processo.
Alguns métodos são utilizados, como rastrear as informações seguindo uma linha
de sequência, buscando a informação da parte da frente. Outros preferem fazer o
processo inverso, conhecido como rastrear para trás. O método utilizado
dependerá muito do tipo de processo a ser auditado, e a qualidade da abordagem
de um auditor ampliará as chances de sucesso. Para isso, um check list ajuda a
guiar uma auditoria, mas não substitui a clareza de se perguntar e contra-
argumentar.
Sempre é preciso considerar o nervosismo do auditado, pois passar por
uma auditoria em algumas empresas normalmente cria um clima de “terrorismo”
que prejudica muito o andamento e o recebimento do auditor.
Outro ponto a se considerar é que o auditado não se sinta interrogado, pois
isso pode acuá-lo de maneira a não responder adequadamente o que for
perguntado. Um momento de descontração pode ajudar, como perguntas
informais e estruturadas que guiem para o correto andamento da auditoria. Um
bom auditor, deixa as pessoas à vontade e não adota uma voz inquisitiva e
intimidante.
Respostas evasivas devem ser eliminadas, por isso o auditor deve
continuar perguntando até o auditado mostrar a evidência do que se procura.
Outro ponto importante a ser considerado é não deixar de auditar o
responsável pelo departamento, pois esse momento é crucial para se ter a visão
gerencial que será verificada na sua essência durante a auditoria.
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Usar o bom senso em todo o processo é fundamental para um resultado
que agrade a todos. Cabe ao auditor assegurar que a pessoa certa está sendo
auditada. Caso perceba alguma divergência, perguntas devem ser feitas e a
auditoria alterada.
Não se deixe guiar por gerentes e guias de auditorias que pretendem isolar
o campo de atuação dos auditores. Um bom auditor percebe essa manobra e
coloca-o no seu devido lugar, lembrando as regras do jogo de forma polida.
Um bom auditor se caracteriza com atributos, por exemplo, no que tange a
saber lidar com pessoas, ser objetivo e ser um bom planejador. Vale lembrar que,
além disso, é preciso ser um bom comunicador, tanto oralmente quanto por
escrito, pois a grande entrega está relacionada ao relatório de auditoria.
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se planejar um tempo adequado para a sua elaboração, e que realmente
demonstre os resultados encontrados durante o processo de forma eficiente.
O auditor não pode perder a oportunidade de “vender” o seu trabalho
adequadamente, por isso cabe ao auditor estruturar o seu relatório de forma
lógica, com conclusões que o auditado possa entender e preservar em todo o
processo.
Um relatório de auditoria é apresentado para a organização, como entrada
importante que será levada para análise crítica da direção. As observações, não
conformidades e oportunidades de melhorias são importantes para a empresa,
pois, se utilizadas adequadamente, farão a diferença na administração estratégica
da empresa.
Existem vários modelos de formulários utilizados para reportar as
auditorias. Alguns formulários são tão complexos que os auditados têm
dificuldades de interpretar o que está sendo reportado, portanto se sugere mantê-
lo o mais simples possível, mas, é claro, sem perder a essência e o que realmente
precisa ser reportado.
O modelo da Figura 1 de um formulário de auditoria interna serve para
ajudar os auditores internos que ainda não têm um modelo a seguir.
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Nem sempre é fácil para o auditor elaborar um relatório. Os fatos precisam
ser transmitidos de forma simples e com fácil interpretação, o que exige uma
capacidade de compilar os dados e fatos e transcrevê-los para que os
responsáveis possam aproveitá-los para fazer as melhorias necessárias para
mudar o status do sistema de gestão.
Os registros da auditoria devem apresentar as observações de
conformidade em relação aos itens da norma que está sendo auditada. As
constatações de não conformidades devem permitir ao auditado estabelecer
planos de ações futuras para melhorá-los.
A norma ISO 19011 determina como se deve reportar os resultados e ajuda
a empresa a entender e construir seu sistema de gestão, pois apresenta
orientações que ajudam a definir adequadamente um programa de auditorias e
como realizá-las.
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A liderança, quando assume as responsabilidades em relação ao sistema
de gestão, tem como premissa desmistificar que as atividades não sejam “algo a
mais para ser feito”, e sim que sejam as atividades que devem ser feitas
diariamente com qualidade para atender o cliente.
Uma boa liderança conhece o que seu subordinado executa e consegue
passar as informações mais claramente, baseada em fatos e dados, por exemplo,
reclamações de clientes, retrabalhos e resultados financeiros, e ajuda a engajá-
los no processo todo.
A agregação de valor de uma auditoria passa pelo papel que o líder exerce,
pois se ele orientar seus colaboradores e ajudá-los a encontrar as raízes dos itens
apontados, esclarecerá que isso faz parte do propósito das auditorias. Além disso,
o sistema de gestão da qualidade da empresa ficará mais robusto, melhorando as
entregas do que foi prometido aos clientes.
O sistema de gestão é vendido como sendo muito burocrático, o que
demanda tempo para sua atualização e consumo de energia em atividades que
não são consideradas como importantes pelos colaboradores. Isso pode ser
modificado através dos líderes que manterão o sistema de gestão vivo e buscarão,
junto com as equipes, a melhoria contínua.
Quando o corpo diretivo da organização receber um relatório de auditoria,
é necessário que sejam verificados os itens críticos que devem ser trabalhados e
qual é a sua urgência. É necessário entender isso de maneira positiva, pois a
modernização de processos e procedimentos tornará o sistema menos suscetível
aos truques que permitem burlar o sistema. Deve ser considerado, que o resultado
de auditoria é uma das entradas para a análise crítica da direção e, se bem
utilizada, indicará os potenciais riscos, mas também as oportunidades de
melhorias.
A melhoria contínua deve ser a base do sistema de gestão, e as empresas
que trabalham com filosofia lean podem integrar todo o processo na mesma base
de trabalho, fazendo parte da rotina e não paralelamente.
Na reunião de análise crítica do sistema de gestão da qualidade, a
liderança deve usar os itens apontados para tomar decisões, como de alocação
de recursos e priorização de atividades que melhorem o sistema como um todo.
Além disso, é indispensável que as decisões em relação a qualidade se torne
prioridade para todos, não somente no discurso, mas nas ações que são
necessárias.
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Como os atos da liderança refletem em seus subordinados, é vital que ela
demonstre que o sistema de gestão é importante para a organização e que os
auditores tenham autonomia para contribuir com as ideias e para implementar
melhorias nos processos. Isso certamente ampliará as chances de mais
colaboradores desejarem participar dos programas internos, como de gestão da
qualidade e formação de auditores internos. Isso é positivo, pois chamará a
atenção de colaboradores capazes e que se voluntariarão com desejo de
mudança.
Outra importante modificação em relação ao sistema de gestão passa por
uma comunicação mais assertiva, diminuindo ruídos e construindo pontes entre
silos organizacionais que normalmente se criam nas empresas, desde que a
transparência faça parte desse pacote. As auditorias podem identificar onde esses
silos estão alocados e fomentar maior integração, trazendo melhoria contínua
naturalmente.
Para validar um sistema de gestão de qualidade que realmente represente
os valores de uma organização, cabe à empresa colocá-lo como um fator
estratégico, ou seja, dar o verdadeiro valor à qualidade.
Para entender melhor o que isso significa, segundo Silva e Silva (2017, p.
190),
FINALIZANDO
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normas e que os colaboradores que serão os futuros auditores (internos ou
externos) necessitam apresentar o perfil adequado para ser bom auditor.
Para responder à pergunta que levou à elaboração das ações aqui
apresentadas, fica claro que o sucesso de uma auditoria passa pela capacitação
do auditor, mas também pelo perfil correto da pessoa que se voluntaria e/ou é
apontada para ser auditor interno.
Para facilitar a compreensão, durante o decorrer dos temas foram
destacados os elementos essenciais para se tornar um auditor. Nesse momento foi
comentado também que alguns elementos são necessários: dedicação, estudos e
atualizações no que se refere às normas e políticas.
Foram apresentadas, de forma geral, quais são as capacitações técnicas
que um auditor precisa ter para se formar e, assim, executar uma auditoria, sendo
que são vários cursos que passam pelo conhecimento de normas (até
comportamentais) para se ter sucesso.
Para ajudar quem pretende de se tornar um auditor interno ou mesmo auditor
externo, foram apresentadas as principais características necessárias para se
tornar um bom auditor, focando no perfil adequado.
Foi demonstrado em alguns passos, como participar como auditor líder em
um processo e como ser um auditor parte de um time, quais são suas atribuições
e o que é necessário ser entregue para a empresa, como o relatório final de
auditoria.
Para finalizar o desenvolvimento sobre o assunto, foi apresentado o papel
da liderança nesse contexto, muito mais participativo como responsável, tanto pelo
sistema de gestão quanto pela sua efícácia.
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LEITURA COMPLEMENTAR
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REFERÊNCIAS
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