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CONTEXTUALIZANDO
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Para que o sistema de gestão funcione adequadamente, e para que traga
os benefícios que a empresa ambiciona, o grande desafio é manter as
engrenagens que giram todo o sistema em harmonia, sempre girando para o lado
certo dos resultados. As auditorias podem ser consideradas uma ferramenta
poderosa de verificação e consolidação da cultura da qualidade e da melhoria
contínua.
Por isso, as auditorias internas precisam ser desmistificadas e aproveitadas
como uma oportunidade de desenvolvimento, tanto para os colaboradores, quanto
para a empresa.
Um processo que não é bem executado cria uma reação negativa por todos
e de difícil reversão. O que deve ser investigado sempre é: Por que as pessoas
têm tanto medo da auditoria?
O grande medo de auditorias baseia-se no fato de que alguns
colaboradores não entendem o seu verdadeiro significado. Eles temem ser
avaliados como pessoas e não pelo processo que executam.
Por muito tempo, as auditorias foram conduzidas de forma errônea,
buscando culpados e apontando erros; porém, com a evolução das normas e com
a constante busca por transformar o processo de auditoria, as mudanças vêm
ocorrendo.
Nesse contexto, o gestor de qualidade e a alta direção têm o papel
fundamental de “vender” a verdadeira importância da auditoria interna. Nesse
sentido, sempre que se encontrar excessos por parte dos auditores, é preciso agir
rapidamente.
Quando os colaboradores entenderem o verdadeiro propósito da auditoria,
o processo passa ser mais agradável e as contribuições serão maiores em todos
os departamentos. Com certeza, o processo será mais assertivo.
A seleção dos auditores internos também precisa ser vista como uma
oportunidade de desenvolvimento de competências, e não como punição. Esses
auditores precisam ser trabalhados para que a sua postura não gere temor e
rejeição pelos auditados.
Os colaboradores precisam entender que também serão beneficiados com
as certificações internacionais, pois os processos, as condições de trabalho e a
motivação normalmente acompanham um bom sistema de gestão.
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O mecanismo da auditoria é muito impactante para qualquer empresa.
Aqui, vale refletir sobre sua correta aplicação, para que não se transforme em
mais um problema que precisa ser gerenciado.
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TEMA 2 – TIPOS DE AUDITORIA (1ª, 2ª E 3ª PARTE) E SUA RELEVÂNCIA PARA
O PROCESSO
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legais. É uma auditoria muito aplicada, principalmente como parte do
desenvolvimento de novos fornecedores. Ela visa garantir os níveis de qualidade
que a empresa contratante deseja receber.
Durante a auditoria de segunda parte, se a empresa escolhida como
fornecedora não apresentar um processo robusto, fica mais fácil identificar e tomar
ações com base em fatos e dados. Quando a empresa tem um sistema de gestão
de qualidade, ela procura parceiros de negócios que também entreguem com
qualidade.
As auditorias de segunda parte podem ser realizadas por funcionários da
empresa, previamente capacitados para tal, ou por empresas especializadas em
nome da empresa contratante. Essas auditorias são partes integrantes do
sistema de gestão e os auditores também devem manter a imparcialidade na
avaliação dos requisitos solicitados.
Por fim, a auditoria de terceira parte também é uma auditoria externa,
porém é sempre realizada por uma organização de auditoria independente. São
realizadas por institutos e/ou empresas certificadoras, as quais precisam estar
habilitadas para tal tarefa. Ou seja, as empresas certificadoras precisam ser
habilitadas – no caso do Brasil, por meio do Inmetro.
Em um primeiro momento, a auditoria externa tem como objetivo certificar
a empresa considerando a norma que ela escolheu para ser acreditada. Verifica-
se se a empresa possui um sistema de gestão de acordo com a norma e se ele é
mantido e documentado. Esse tipo de auditoria é solicitado por empresas que
estão pleiteando a certificação.
Em um segundo momento, ocorrem as auditorias de manutenção, cuja
finalidade é a manutenção do certificado recebido.
Em um terceiro momento, a empresa precisa solicitar a auditoria de re-
certificação. Esse processo ocorre após três anos da certificação. Nesse
momento, a auditoria tem como principal propósito assegurar que o sistema de
gestão está adequado e maduro, para que se possa manter o certificado.
Então, o que muda de uma auditoria para outra? Na primeira auditoria
externa, a instituição e/ou empresa certificadora investe um tempo bem maior para
entender minuciosamente todos os processos, a documentação e os objetivos
estratégicos. Um número maior de colaboradores e departamentos da empresa
serão envolvidos nesta fase.
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Enquanto isso, nas auditorias de manutenção, os processos escolhidos são
amostrais; a verificação pode ocorrer a cada seis meses, se a empresa assim
decidir. Na auditoria de recertificação, todos os departamentos são novamente
verificados, incluindo indicadores de performance, processos e documentação.
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condução eficaz e a manutenção do sistema de gestão, e também a tomada de
ações estratégicas.
Um bom gestor de qualidade tem como missão implementar auditorias.
Trata-se de uma função de assessoria; daí a necessidade de independência e
autoridade para que se possa reportar a realidade dos fatos encontrados. A
independência dará a liberdade de que os auditores precisam para que os
trabalhos sejam realizados de forma positiva.
Todo o processo de auditoria precisa, acima de tudo, ser suportado pela
alta liderança e tratado com seriedade por todos.
Auditar não é uma tarefa fácil, pois exige estudo e preparação para que se
obtenha resultados adequados. Pode-se dizer que é um processo complexo, que
exige preparação da empresa e dos colaboradores que auditarão.
Para que as auditorias aconteçam de forma organizada e tragam os
resultados esperados pela empresa, alguns passos são importantes de serem
seguidos.
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Todo o planejamento da auditoria deve ser documentado e estruturado de
acordo com as áreas a serem auditadas. Após a elaboração do plano de auditoria,
a área que receberá a auditoria precisa validá-lo. Caso algo precise ser alterado,
este é o momento correto de fazê-lo – antes do agendamento da auditoria.
Nesta fase, também decide-se pelos processos e procedimentos de
registro e comunicação, lembrando que é preciso comunicar a todas na empresa.
Para reportar os pontos de correção e as oportunidades de melhorias, cabe à área
gestão de qualidade definir uma maneira de coletar e armazenar os dados. Muitas
empresas atualmente vêm fazendo uso de sistemas que ajudam a fazer o
gerenciamento.
Apesar de muitas tarefas nesta fase serem executadas pela área do
sistema de gestão, é necessário contar com a participação ativa da empresa, para
garantir que os prazos sejam respeitados e que as pessoas estejam disponíveis
para receber os auditores.
Vale ressaltar que todo o trabalho anterior à realização da auditoria pode
determinar o seu sucesso ou insucesso. Por isso, o planejamento é tão
importante. Assim que o plano de auditoria for aprovado, começa a preparação
para a execução da auditoria.
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Em algumas áreas específicas, requisitos legais e normas específicas são
demandados. Então, conhecê-los antes do dia da auditoria pode dar maior
credibilidade ao processo.
Na fase de preparação, segundo Silva e Silva (2017, p. 179): “são
demandados dos auditores internos estudo da área que será auditada, coleta de
dados e preparação. Se necessário, é indicado que se faça um checklist que ajude
a executar a auditoria e registrar os dados e fatos coletados durante a visita da
área.”
Caso a área de gestão tenha desenvolvido um checklist de verificação,
recomenda-se revisitá-lo e atualizá-lo com as informações mais relevantes da
área que será auditada.
Preparar uma agenda prévia do dia da auditoria pode ajudar. Nessa
agenda, pode-se incluir tempo estimado, nome das pessoas que serão
entrevistadas, reunião de abertura e reunião de fechamento.
Passamos à fase da execução. Após a fase de preparação, um dos
membros da equipe deve agendar a reunião de abertura com a área e os
envolvidos.
A execução consiste em coletar o maior número de informações possível,
de diferentes membros do time, para verificar a consistência na aplicação do
processo. Durante a auditoria, ficará mais claro se os padrões estão sendo
seguidos e se as entregas estão de acordo com o estabelecido pela empresa.
No dia da auditoria, evite chegar atrasado, pois isso mostra
profissionalismo, mesmo que seja dentro da empresa.
Durante a reunião de abertura, apresenta-se a agenda proposta. Se os
auditados quiserem alguma alteração, é o momento correto de fazê-lo. Lembrar a
todos os participantes que a auditoria é amostral, e por isso o relatório será
elaborado em cima dos dados coletados durante o tempo planejado na área.
Após as formalidades já estabelecidas, inicia-se a fase de entrevistas. Não
se deve esquecer de anotar as constatações no checklist, as evidências e as
oportunidades que surgirem durante a discussão. Anote os dados! Não confie na
memória, pois na hora de preparar o relatório os dados serão de suma
importância.
A capacitação formal dos auditores é um critério importante. No entanto, é
na prática que os auditores são realmente testados quanto à capacidade de gerir
e coordenar uma auditoria. Com o passar do tempo, os auditores ganharão
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maturidade e, com isso, conseguirão contribuir mais ativamente com a melhoria
contínua do sistema.
Uma boa auditoria passa por uma conduta ética e profissional. Exige-se
uma postura aberta para ouvir e se posicionar adequadamente. Importante
também reportar somente o que foi apresentado durante a entrevista, sem incluir
julgamento pessoais – uma auditoria é baseada em fatos e dados. A
imparcialidade e a objetividade são essenciais. Lembre-se dos requisitos que
estão sendo auditados para que a auditoria não fuja do foco.
Outro ponto importante, que precisa ser considerado e gerenciado pelos
auditores internos, é o tempo definido para cada atividade, para que não saia
muito da agenda apresentada.
A auditoria não é o momento para resolver problemas entre departamentos.
Em hipótese alguma comece uma discussão com o auditado! Se algo sair do
controle, pare imediatamente a auditoria e reporte à área de gestão. que poderá
interferir a qualquer momento.
Algumas empresas, após a auditoria, enviam para a área auditada uma
avaliação do auditor interno, com a perspectiva de desenvolver suas
competências. Essa é uma prática que pode ajudar.
As reclamações mais constantes sobre os auditores recaem sobre a falta
de planejamento, a preparação e o estudo dos processos e a documentação do
que é auditado. Alguns auditores não conseguem auditar por processo, focando
em áreas separadamente. Outro fator bastante relevante é a falta de
conhecimentos adequado das normas que se está auditando. Muitos auditores
não conseguem interagir com profundidade e conexão com a cadeia de valor,
limitando muito a auditoria a pequenos aspectos do processo.
Considerando todas essas particularidades, conclui-se que a execução de
uma boa auditoria passa por uma preparação adequada, com capacitação formal
e estudo dos processos e procedimentos. Claro que a postura de um auditor
também precisa ser considerada, antes mesmo da seleção como potencial
candidato.
A auditoria não termina com as entrevistas realizadas e com a coleta dos
dados e evidências. O passo seguinte é a criação de um relatório de auditoria.
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O relatório de auditoria é de suma importância para o sistema de gestão de
qualidade, pois nele será apresentado o trabalho do auditor interno.
O valor agregado de uma auditoria está conectado à possibilidade de a
empresa utilizar esse relatório para a tomada de decisões estratégicas e para
ajustes necessários no sistema de gestão.
Não é uma tarefa fácil, pois exige que o auditor tenha a habilidade de
escrever sucintamente, apresentando as evidências e as não conformidades de
forma clara, sem gerar contestações por parte dos auditados.
O relatório tem como finalidade reportar o que foi verificado e quais itens
precisam ser tratados pelas áreas envolvidas para melhorar o sistema de gestão.
Por isso, caprichar na elaboração do relatório é tão importante quanto executar a
visita técnica, pois não saber reportar pode colocar todo o trabalho a perder.
Crie uma lógica, conectando fatos e dados relevantes, que são colhidos
durante as entrevistas. É importante também conectar os dados aos requisitos da
norma, para facilitar a compreensão. Quando possível, faça sugestões e
recomendações que possam ajudar a empresa a encontrar soluções para as não
conformidades.
Existem muitos formulários de registros de auditorias. Porém, vale ressaltar
que, quanto mais sucinto e fácil de entender pelos usuários, tanto melhor.
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Nesta reunião, recomenda-se a participação do responsável e de alguns
colaboradores das áreas auditadas, conjuntamente com os auditores que
conduziram a auditoria.
Normalmente, o auditor líder conduz a reunião. Deve-se buscar uma
linguagem objetiva e de fácil entendimento, que possa ser assimilado por todos.
O auditor líder pode passar a palavra ao auditor auxiliar se julgar necessário.
Uma reunião de fechamento não deve demorar muito, pois tem como
principal objetivo apresentar o resumo das condições que foram encontradas,
ressaltando os pontos principais, tantos os positivos, quanto os potenciais itens a
serem trabalhados, conectando as evidências e levando em consideração as
perguntas que possam surgir durante apresentação.
Outra prática que algumas vezes pode ser adotada é: se algum ponto gerar
maior discussão, a reunião de alinhamento pode ocorrer antes, para decisão
sobre o tema, antes que o resultado seja apresentado.
A condução da reunião de encerramento deve ressaltar também os pontos
fortes do processo, da empresa e dos colaboradores envolvidos. Deve-se
esclarecer que os pontos encontrados são oportunidades de melhorias e não
falhas das pessoas.
No final da reunião, é preciso que se tenha a concordância de todos para
que encerrar o processo, e assim dar início ao cadastro dos itens no sistema de
gestão para tratativas futuras.
As não conformidades e as oportunidades de melhorias são cadastradas
no sistema de gerenciamento de ações, coordenado normalmente pela área do
sistema de gestão. Com os itens cadastrados, o relatório de auditoria deve ser
enviado para a área auditada, conforme estabelecido no planejamento, e
distribuído para as pessoas envolvidas.
Finalizando o ciclo, assim que a área responsável pela execução das ações
finalizar as implantações, os auditores precisam ser informados, para que
retornem para o follow-up de verificação de eficácia.
Se, na visita dos auditores, as ações tomadas forem consideradas
adequadas à solução da causa raiz, o item poderá ser fechado. A verificação é
um passo válido para garantir que as ações corretivas foram tomadas.
Lembramos que esse item é mandatório, segundo a norma ISO 9001:2015 (citada
por Carpinetti; Gerolano, 2016).
FINALIZANDO
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O objetivo desta aula foi apresentar a importância das auditorias para o
sistema de gestão. Destacamos a importância de manter o sistema em constante
evolução.
A pergunta que permeou todo o desenvolvimento da aula era: O que as
auditorias estão entregando como resultado final? Se foram apresentadas boas
informações, as empresas poderão utilizá-las como base para a tomada de
decisões estratégicas e para a realização de ajustes necessários no sistema de
gestão.
Para compreender melhor a que auditorias as empresas podem estar
sujeitas ou podem requisitar, apresentamos os principais tipos e sua relevância
para o sistema de gestão. Demos destaque para as auditorias internas, que são as
molas propulsoras para manter o sistema vivo.
Para ajudar quem gostaria de entender melhor como organizar uma auditoria
de sucesso, foram apresentados os principais passos do processo e quais recursos
são necessários para que o processo ocorra bem.
Destacamos também como executar uma auditoria que agregue valor para
a empresa, e também como elaborar e apresentar um relatório de auditoria sem
comprometer o resultado final.
Para finalizar, abordamos os fatores de relevância para fechar o ciclo de
auditoria, culminando na reunião de fechamento, quando são reportados os pontos
positivos e as oportunidades de melhoria.
Cabe ressaltar que as auditorias para o sistema de gestão precisam ser
consideradas com muito cuidado. Afinal, se bem conduzidas e valorizadas pela
organização, podem trazer grandes benefícios.
LEITURA COMPLEMENTAR
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QUEVEDO, V. C. de S. P. O impacto da nova ISO 9001:2015 no planejamento
estratégico organizacional. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do
Conhecimento, ano 3, ed. 4, v. 4, p. 60-72, abr. 2018. Disponível em:
<https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/impacto-da-nova-iso-
9001>. Acesso em: 27 jun. 2018.
Saiba mais
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REFERÊNCIAS
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