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Principais Mudanças
Relação dos requisitos ISO 9001 versão 2015 com
PDCA
4. Contexto da Organização
4.1 – Entendendo a organização e seu contexto
Abordagem maior sobre a forma com que o meio da organização deve ser analisado, tanto nas questões internas quanto externas (diversidade cultural, logística, ambiental,
mercado de atuação, etc), para que a política da qualidade e os objetivos da qualidade estejam atrelados à realidade da empresa e caminhem em conjunto com a estratégia de
negócios da organização.
Reforço da importância às expectativas das partes interessadas, que são todas as partes que influenciam ou são influenciadas pelo desempenho da organização. A
comunicação com esses envolvidos pode acontecer por obrigatoriedades ou negociações, mas é de fundamental importância que suas necessidades sejam consideradas pela
organização.
É necessário manter como informação documentada e, a partir de agora, poderá ser retirada qualquer seção que seja caracterizada como “não aplicável” pela organização,
diferentemente da versão 2008 onde somente a seção 7 da norma poderia ter itens retirados.
Atenção para esse item: é considerado “não aplicável” somente os requisitos que a organização não tem nenhuma possibilidade de executar, veja os exemplos abaixo:
Situação: Excluir o item “auditoria interna”, pois a empresa não tem auditores internos
Situação: Excluir o item “propriedade do cliente”, pois a empresa não possui propriedades do cliente na empresa
Correto – se a organização não tem posse de propriedades de clientes não é possível manter esse requisito
4. Contexto da Organização
4.4 – Sistema de Gestão da Qualidade e seus processos:
Para a organização promover a melhoria contínua de seu sistema de gestão da qualidade, se faz necessário identificar e controlar seus processos e interações.
Os processos necessários para o negócio da empresa, bem como suas interações com os demais processos correlatos;
A relação desses processos (como o processo “X” se relaciona com o processo “Y”;
O mapeamento e disponibilização de todos os recursos para o apoio ao Sistema de gestão da qualidade (SGQ);
Quem são os envolvidos na execução dos processos: responsáveis (realizações das tarefas) e autoridades (tomada de decisões);
Para promover a eficácia da operação dos processos fica mais claro que a organização deve estabelecer, da forma que achar necessária, as informações:
Passadas: retendo as informações obtidas nos processos como forma de evidenciar para tomadas de decisões.
5. Liderança
5.1 – Liderança e comprometimento
Considerada como uma das partes mais complexas da nova versão, o requisito de “liderança” reforça conceitos aplicados para a Alta Direção das organizações e deixa
explicita as suas responsabilidades com o SGQ, conforme abaixo:
Se o SGQ “funciona ou não” é a alta direção que deve prestar constas para os demais envolvidos da organização;
Garantir que o texto da política seja flexível e de acordo com a estratégia da organização, sendo a política a base para atingir o objetivo da estratégia de negócio (evitar
“políticas padrão”), pois a partir da política bem elaborada é possível determinar objetivos (apoiado ao contexto);
Criar possibilidades de integração dos requisitos no negócio da organização, amparado por ferramentas de padronização de processos e melhoria contínua (ex: Programa 5S,
Lean Manufacturing, 6Sigma, etc), devendo ser monitorados em conjunto com o SGQ;
Agregar os setores/áreas da organização no mapeamento dos processos, identificando lacunas onde antes não eram considerados e criando a abordagem de risco em cada
etapa mapeada;
Fazer a liderança pelo bom exemplo em adquirir e desenvolver a importância do sistema de gestão, de forma a “comprar” e “vender” a ideia para os demais colaboradores,
estabelecendo a cultura da qualidade entre todos na empresa.
5. Liderança
5.2 – Política
Este item descreve de forma mais clara que a Política deverá ser apropriada ao contexto e estratégia do negócio e
deve estar disponível inclusive para as partes interessadas, de acordo com a necessidade.
Essas tratativas devem estar de acordo com o impacto possível para aquele risco, ou seja, deverá ser determinada uma classificação
para esses riscos. Com base nisso, determinar ações de acordo com a gravidade do risco (mais robustas para riscos mais potenciais e
para os riscos com menor gravidade ações mais simples, mas de mesma forma eficientes).
Para melhor gestão desses objetivos é aconselhado realizar um plano de ação no início do planejamento dos objetivos, pois somente
dessa forma é possível determinar “o que será feito”, “quais recursos necessários”, “quem será responsável”, “quando será
concluído” e “como os resultados serão avaliados” antes de implementar como objetivo.
Após atingir esses objetivos deve existir também o monitoramento do desempenho, da forma que a organização achar melhor.
6. Planejamento
6.3 – Planejamento de mudanças
Aborda a necessidade de um plano para alterações dos processos do SGQ, com base nas questões de:
O ambiente de trabalho deve estar de acordo para a operação dos processos de modo em que não prejudique a
conformidade do produto (lembrando que esse item não trata de saúde e segurança, mas sim de qualidade do produto).
Para os equipamentos de monitoramento e medição passa a ser necessário também a avaliação de características como
“apropriado” para a finalidade da tarefa, não somente o registro de calibração como constava na ISO 9001:2008.
Uma cláusula nova é relacionada ao “conhecimento organizacional”, onde aborda as necessidades de se determinar, manter
e disponibilizar o conhecimento necessário para as atividades, bem como realizar o monitoramento das necessidades e
tendências de conhecimento. Estratégias de captação do conhecimento (documentos, atividade assistida, etc) devem ser
aplicadas pela organização, conforme critérios definidos pela mesma.
7. Apoio
7.2 – Competência
Na ISO 9001:2008 era fundamental a comprovação de educação, treinamento, habilidades e experiência para comprovar a competência das pessoas que afetam a
eficácia e o desempenho do sistema de gestão. Já para a nova versão essa comprovação pode ser obtida através de educação, treinamento ou experiência apropriada.
Outra questão a ser verificada agora é a sub competência, ou seja, avaliar as reais necessidades de competências para o cargo no momento exigindo o necessário,
evitando assim rotatividade devido à desmotivação do colaborador. Implementar a “competência que resolve”, não a “competência que impressiona”.
Uma dica para essa interpretação é a seguinte: quando o requisito mencionar “reter” ou “informação retida”, caracteriza como um registro, agora quando o requisito
mencionar “manter” ou “informação mantida”, aí caracteriza como um documento.
A obrigatoriedade em manter o controle sobre a distribuição, preservação, controle de alterações e retenção dos mesmos continua inalterada, tanto para os
documentos internos quanto os externos.
Os seis documentos obrigatórios da ISO 9001:2008 (controle de documentos, controle de registros, ação corretiva, ação preventiva, auditoria interna e controle de
produto não conforme) não são mais obrigatórios. Porém, o fato de não serem obrigatórios não quer dizer que a organização deve eliminá-los, mas caso a opção
seja em mantê-los eles devem ter o mesmo tipo de controle dos demais documentos.
8. Operação
8.4 – Controle de processos, produtos e serviços providos externamente
Caracteriza os provedores externos e a necessidade de serem controlados e avaliados (retendo informação documentada
(registros) desses controles).
São eles:
Insumos e materiais de provedores externos que são incorporados aos produtos (insumos e materiais não são incorporados aos
produtos não necessitam desse controle);
Fornecedores que fazem envio direto dos produtos para os clientes da organização;
Esse monitoramento, bem como os critérios para as avaliações, deve ser apresentado para os provedores externos, pois esse
controle deve ser considerado um desenvolvimento desses provedores e não como um teste. Somente desta forma é possível
criar um bom relacionamento entre as partes. Na ISO 9001:2008 esse item já existia, porém não de forma tão explícita quanto
na ISO 9001:2015.
8. Operação
8.5 – Produção e provisão de serviço
Poucas alterações, apenas algumas mudanças de nomenclatura definições mais claras sobre alguns aspectos.
Opção de validação e revalidação periódica de produtos e serviços, para os casos em que não é possível fazer o controle da qualidade antes da entrega do produto.
Foi acrescentado em propriedade do cliente a propriedade proveniente de provedores externos, que da mesma forma que o primeiro deverá ser informado em caso de
extravio na propriedade. Devem ser retidas informações relacionadas à essas ocorrências.
Para as atividades de pós entrega (garantia, logística reversa de embalagens, etc), ficou mais explícita a responsabilidade em atender a essas necessidades.
Independentemente de serem requisitos legais ou contratuais, as consequências indesejáveis atreladas a isso deverão ser consideradas e cumpridas.
As mudanças que podem afetar a conformidade com os requisitos deverão ser controladas, também retidas informações documentadas sobre os resultados de suas análises
críticas, descrevendo os responsáveis que autorizaram a mudança e demais ações envolvidas.
Alteração da palavra “produto” pela palavra “saída”, pois agora esse requisito passa a ter uma visão de processo, onde deverão ter suas “saídas” controladas. Isso facilita a
identificação de falhas durante os processos e não somente no produto final, podendo a organização agir imediatamente nas melhorias (obs.: avalie com seu organismo
certificador se a cobrança será como controle de “saída” ou “produto” não conforme, pois este requisito poderá ter interpretações diferentes).
9. Avaliação de desempenho
9.2 – Auditoria interna
Deverão ser levadas em consideração as mudanças que afetam a organização e os resultados de auditorias
anteriores (como o aumento da frequência de auditoria em áreas mais críticas, por exemplo).