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ROTEIRO DE ESTUDO 1 (caps. 1, 2, 3 e 4 do livro Prof. Cano) – APOSTILA dos pontos centrais
Capítulo 1: A economia de mercado (visão simplificada se seus principais elementos) (sistema fechado e sem governo)
1. O sistema econômico tem apresentado complexidade crescente ao longo do tempo. Compare os traços principais da atividade econômica em sociedades pretéritas versus
sociedades modernas e aponte as principais implicações da separação espaço-temporal entre o ato de produzir e o de consumir. Na sociedade capitalista, como pode ser
entendido o ato de produção?
1.1. Complexidade crescente do sistema econômico capitalista
- crescente heterogeneidade
- classificação das necessidades humanas e suas profundas mudanças no tempo
- separação espaço-temporal entre produção e consumo e suas implicações
- separação dos atos de obter dinheiro x gastar/empregar dinheiro
- separação dos atos de compra e de venda
1.2. A produção
- na sociedade capitalista, o ato de produção pode ser entendido como a execução de atividades que tenham como finalidade o lucro e,
indiretamente, a satisfação de necessidades, por meio da troca.
- as atividades econômicas requerem certa funcionalidade e eficiência
- a organização da produção envolve 3 elementos básicos: trabalho, recursos naturais e capital (determinam o potencial produtivo da nação)
2. Como podem ser classificados e definidos: fatores de produção, bens e serviços (B&S) e setores produtivos?
2.1. Fatores de produção: T, RN e K (disponibilidade de fatores de produção da nação, ou seja, potencial produtivo da nação)
2.1.1. Trabalho (o elemento humano => estudo da população)
-conceitos relevantes de população: total; economicamente hábil; economicamente ativa (PEA= pessoas efetivamente voltadas para o mercado de
trabalho) e efetivamente ocupada (PO= PEA menos desempregados, mas em busca de emprego)
-outro aspecto relevante: trabalho qualificado (TQ) x trabalho não-qualificado (TñQ)
2.1.2. Recursos naturais
Em 1o. plano, a natureza é a fonte de todos os bens. Dela o homem obtém bens naturais e fontes primárias de energia.
Entre os principais recursos da natureza utilizados pelo homem, destacam-se:
- solo e subsolo: fornecem vegetais (alimentos e matérias-primas) e minerais (carvão, ferro, petróleo etc)
- recursos hidrológicos: fornecem água e energia (quedas d`água, barragens, marés), alimentos, matérias-primas e vias de transporte
Nem todo RN é passível de exploração econômica pelo homem. Esta condição varia no tempo e no espaço.
2.1.3. Capital
P/a economia nacional (macro): capital tem sentido real=> Conjunto dos instrumentos e bens que ampliam a capacidade produtiva da nação
Em resumo: o que compõe o K acumulado (ou seja, o estoque de K) de uma nação:
- máquinas, veículos e equipamentos usados na atividade produtiva
- instalações industriais, agrícolas, comerciais etc.
- estradas de rodagem, ferrovias, aeroportos, portos, canais etc.
- edifícios públicos, moradias, escolas, hospitais, diques, barragens etc.
Notas: a) O desgate sofrido pelo K no processo produtivo => reduz o estoque (custo de depreciação K); b) Sistema de Contas Nacionais do IBGE: Formação bruta de capital fixo (FBKF): acréscimos
ao estoque de bens duráveis destinados ao uso das unidades produtivas realizados em cada ano, visando ao aumento da capacidade produtiva do País (Atenção: Estoque x Fluxo)
Renda Salário,Lucro/Jur,Aluguel
Mercado de Fluxo Real
Serviços dos
Trabalho Fluxo Nominal
Fatores
Capital T,K,RN (serv.
FPs utilizados na
Recursos N. produção)
Famílias Aparelho
Produtivo
Transações Intermediárias
Despesa Receita
Capítulo 2: A economia de mercado (origem e destino da produção) (sistema fechado e sem governo)
As empresas (unidades produtoras) organizam o processo produtivo.
P/tanto: escolhem 1 técnica ou método de produção (=> fç de produção), contratam serviços de fatores de produção e compram B&S intermediários
Resultado: a produção de bens & serviços (que podem ser dos 3 tipos acima citados) – Vide Fluxo Circular 1
3. Defina os conceitos apontados a seguir:
3.1. Função de produção
Cada técnica ou método de produção => diferentes quantidades de serviços de “fatores de produção” (FP) e diferentes tipos e quantidades de
matérias-primas e insumos (bens intermediários)
Cada técnica de produção => 1 função de produção (“receita” p/ produção de 1 bem)
Portanto: escolhida dada técnica, a função de produção especifica as quantidades de serviços de FP e de matérias-primas/insumos (os BIs)
necessárias à produção de certa quantidade de determinado bem
P = f (TQ, TÑQ, RN, K, matérias-primas, …) expressa em termos físicos / materiais
Escolhida determinada técnica, os organizadores da produção (as empresas):
- adquirem de outras unidades produtoras os bens intermediários (insumos) => gerando uma demanda intermediária (transações intermediárias)
- contratam os FP => adquirem os chamados “serviços de fatores”
3.2. Função custo
Multiplicando as quantidades físicas (acima) por seus respectivos preços => função custo
3.3. Demanda intermediária
As unidades produtoras (para realizar seu processo produtivo) adquirem de outras unidades produtoras os bens intermediários (insumos) => gerando
uma demanda intermediária ou transações intermediárias
4. Observe o Fluxo Circular 1 (versão simplificada) e reflita sobre seu significado.
Sinteticamente, trata-se de um esquema dos 4 fluxos:
De um lado: fluxo real de serviços de fatores x => fluxo nominal de renda
De outro lado: fluxo real de B&S x => fluxo nominal de dispêndios
+ fluxos (real/nominal) que ocorrem no interior do aparelho produtivo (transações intermediárias)
5. Defina os seguintes conceitos de agregados macroeconômicos:
(Nota: O esquema simplificado acima ilustra algumas igualdades entre agregados macroeconômicos)
a) Valor Bruto da Produção (VBP) = valor das vendas totais (abrange a produção de B&S finais e de B&S intermediários)
b) Produto (P) = VBP – insumos (ou seja, BIs) (ou seja, corresponde ao conjunto de B&S finais produzidos)
c) Renda (Y) = SO + L + J + A = remuneração / contrapartida pelo uso dos fatores de produção
Vamos ilustrar: Suponha uma economia formada por 3 empresas independentes, de modo que cada empresa faça uma parte da cadeia produtiva que,
ao final, forneça 160 unidades monetárias de pão, como segue:
PAGAMENTOS A FATORES DE
ATIVIDADES GASTOS COM INSUMOS VALOR DAS VENDAS
PRODUÇÃO
I. Plantação de trigo 30 30 (trigo)
II. Moinho 30 (trigo) 40 70 (farinha)
III. Padaria (panificação) 70 (farinha) 90 160 (pães)
TOTAIS 100 160 260
Nessa economia simplificada, já podemos identificar os 3 agregados macro acima: o Valor Bruto da Produção (VBP), o Produto (P) e a Renda (Y).
Resposta: VBP = 260, P = 160, Y = 160
Nota: Não por simples coincidência: VALOR RENDA (Y) = VALOR PRODUTO (P)
Dito de outra forma: soma dos pagamentos pelo uso dos fatores de produção (FP) = valor agregado (ou adicionado) = é o esforço produtivo adicionado
em cada atividade de produção (não contendo, portanto, a contagem duplicada de valores gerados em outras atividades)
d) Consumo (C)
Fluxo nominal de dispêndios (demanda final) das famílias (B&S de consumo)
e) Poupança (S)
Parte do fluxo de renda que não é destinada ao consumo
Portanto, pela ótica de sua utilização: Renda (Y) = C + S
f) Investimento (I)
Por outro lado, para adquirir os BK (Inv.Reposição + Inv.Líquido), os organizadores da produção dirigem-se aos intermediários financeiros
Resultado: a poupança que estava em poder das famílias canaliza-se, via intermediários financeiros, aos organizadores da produção.
Nota: A poupança = fluxo de rendimentos não dedicados ao consumo + outros tipos de rendimentos que, embora pertençam às famílias, permanecem retidos nas UPs
(reservas para depreciação + lucros gerados mas não distribuídos). Portanto, nem toda poupança está em poder do público (está em poder das UPs). Assim, de posse do total
poupado pela comunidade (famílias + UPs), os organizadores da produção dirigem-se ao mercado de BK
P/ as Questões 7, 8 e 9, observe o quadro abaixo: (observe que este quadro aparece no Fluxo Circular 2 – Detalhando UPs)
Quadro 2.4 - MATRIZ DE INSUMO-PRODUTO DE UMA ECONOMIA HIPOTÉTICA ($)
Vendas ou Demanda Intermediária (Transações Demanda Final Valor
“Saídas” Intermediárias) Vendas de Serv., de Consumo e de Capital Bruto da
Compras ou “Entradas” Setores Consumo Capital Total DF Produção
I II III Total D (C) (I) (C+I) VBP
Setor I 5 25 - 30 70 - 70 100
Setor II 15 20 5 40 50 30 80 120
Setor III - 15 5 20 60 - 60 80
Total Di 20 60 10 90 180 30 210 300
Salários e ordenados 25 20 30 75
Juros 3 5 7 15
Aluguéis 30 5 10 45
Lucros Líquidos 20 25 20 65
Depreciação 2 5 3 10
Total do Valor Agregado 80 60 70 210
VBP 100 120 80 300
7. Tomando por base o Quadro 2.4., identifique (e aponte o que se pode extrair de conclusão):
a) a matriz de transações intermediárias: compras e vendas de insumos
(nota: esta parte da matriz permite avaliar grau de interdependência estrutural entre os setores. A análise dos gastos com a compra de
insumos indica o impacto exercido por um setor sobre os demais)
b) a matriz de rendimentos: pagamentos aos serviços dos fatores de produção (FP)
c) a matriz de demanda final: indica o quanto da produção foi para B&S finais (produto) e corresponde à demanda de BC e BK
d)
Conjunto das famílias (conjunto dos proprietários dos fatores de produção - FPs) em contrapartida:
- ofertam seus serviços de FPs
- demandam B&S de consumo (e também BK)
-
Em todos os casos: cada fluxo real corresponde a um fluxo nominal (no sentido inverso)
2 outras “entidades”: - mercado de serviços de fatores (itens 3.2.1 e 3.2.2 do cap. 3) => tema das questões 10 e 11
- mercado de B&S de consumo (itens 3.2.3 e 3.2.4 do cap. 3) => tema das questões 12 e 13
Por esta razão o Prof. Cano propõe-se a estudar o que ele chama de condicionamento quadridimensional nos mercados (objeto do item 3.2 do cap. 3)
QUESTÕES 10 e 11: => mercado de serviços de fatores (itens 3.2.1 e 3.2.2 do cap. 3) => determinantes da demanda e da oferta de FPs
10. Discuta os condicionantes determinados pelo aparelho produtivo (via função de produção) sobre a circulação em uma economia de mercado.
11. Discuta os condicionantes determinados pela formação dos preços dos serviços de fatores sobre a circulação em uma economia de mercado.
(nota: observem que para a formação dos preços dos serviços de FP devem ser consideradas as condições de oferta vis-à-vis as condições de
demanda desses serviços de FP)
3.2.2. Condicionantes determinados p/formação dos preços dos fatores (=>mercado serv. de fatores)
Se a economia funcionasse pelas “leis de mercado”:
- os preços dos fatores abundantes tenderiam a níveis muito baixos
- os preços dos fatores escassos tenderiam a preços muito altos
-
a) Força de trabalho
Situação típica no caso de trabalho não-qualificado: oferta > demanda
Na realidade, o que ocorre? Para evitar que se estabeleça um nível inferior ao de subsistência, o governo determina salário mínimo legal.
E no caso da mão de obra qualificada (para certas atividades específicas - localizadas em compartimentos modernos e de alta produtividade)?
Sendo escasso, as taxas de salários de trabalho qualificado tenderiam a se elevar
Porém, o sistema procura criar mecanismos corretores: governos e organizadores da produção mobilizam-se para criar oferta de educação técnica de
modo que a oferta de trabalho qualificado se iguale ou supere a demanda => baixa dos salários
=> desemprego ou precarização no mercado de trabalho (administradores taxistas, advogados corretores, engenheiros vendedores etc.)
b) Capital
Podemos classificar sua remuneração em 2 taxas específicas:
- taxa de lucro: remuneração paga ao capital próprio
- taxa de juros: remuneração paga ao capital de terceiros
Exemplo 1: 1 pessoa instala 1 empresa realizando investimento de $ 10.000, c/ recursos próprios e obtém remuneração de 15% sobre o investimento
(lucro = $ 1.500)
Exemplo 2: suponha agora que aquela pessoa não disponha dos $10.000. Instala a empresa com recursos de terceiros a uma taxa de 10%, a título de
juros sobre o capital emprestado (juros = $ 1.000 e lucros = $ 500)
Notas:
- Nenhum investidor estará disposto a investir, se a taxa de lucro decorrente dessa inversão for inferior à taxa de juros vigente no mercado.
- Nos países subdesenvolvidos, o capital é relativamente escasso => tendência à taxa de juros elevada (o que desestimula o investimento produtivo).
- Já sabemos que os pagamentos aos serviços de fatores de produção (FPs) = renda ao custo dos fatores.
- Esta renda é dita bruta (se incluir depreciação) ou líquida (se não a incluir).
Resumindo: os 2 pólos condicionadores (aparelho produtivo via fç de produção + formação dos preços dos FPs) estão em simbiose: gerando um efeito
de discrepância entre a oferta e a demanda no mercado de serviços de fatores
Nota: o montante de rendimentos pagos às famílias pode ser classificado segundo o tipo de função exercida: renda do trabalho (ao trabalho) e renda da
propriedade (aos proprietários). Esta classificação denomina-se repartição funcional da renda
QUESTÕES 12 e 13: => mercado de B&S de consumo (itens 3.2.3 e 3.2.4 do cap. 3) => determinantes da demanda e da oferta de B&S finais
12. Discuta os condicionantes determinados pela estrutura de propriedade sobre a circulação em uma economia de mercado.
13. Discuta os condicionantes determinados pelo mercado de B&S de consumo sobre a circulação em uma economia de mercado.
QUESTÃO 14 (embora já tenha sido respondida no bojo das questões anteriores, vale destacar os conceitos)
14. Qual a diferença entre repartição funcional da renda e repartição pessoal da renda?
Repartição funcional da renda - montante de rendimentos pagos às famílias classificado segundo o tipo de função exercida: renda do trabalho (ao
trabalho) e renda da propriedade (aos proprietários).
Repartição pessoal da renda - reflete os níveis absolutos e relativos da renda familiar (por faixa de renda).
NOTA GERAL SOBRE O CAPÍTULO 3 – Duas frases-sínteses ajudam a compreender a essência deste capítulo (o que o Prof. Cano chama de
condicionamento quadridimensional nos mercados)
Frase 1: trata dos 2 condicionamentos ref. mercado de serviços de fatores (itens 3.2.1 e 3.2.2 do cap. 3) (questões 10 e 11 deste roteiro)
“o contraste entre a disponibilidade de fatores (oferta) e suas necessidades (demanda), ditadas pelas funções de produção aplicadas no sistema,
constitui o ‘ponto nevrálgico’ socioeconômico do sistema, tratado pela Teoria do Desenvolvimento Econômico” (Cano, 2007:72)
Frase 2: trata dos 2 condicionamentos ref. mercado de B&S de consumo (itens 3.2.3 e 3.2.4 do cap. 3) (questões 12 e 13 deste roteiro)
“é a distribuição de renda de um sistema que estabelece a própria estrutura da demanda (de B&S), a qual será ainda afetada pelas condições vigentes
no chamado mercado de bens e serviços de consumo” (Cano, 2007:81)
(Sugere-se o estudo do Fluxo Circular 3 – Detalhando as 2 caixas: UPs e Famílias)
Nota (alguns pontos importantes quanto ao aspecto real das trocas internacionais):
A economia internacional constitui-se um mercado complementar:
- para escoamento de parte da produção gerada pelo aparelho produtivo nacional => saída ou exportações de B&S
- para complementar o atendimento às necessidades do mercado interno => entrada ou importações de B&S
Estes fluxos reais têm como contrapartida fluxos nominais:
- entrada adicional de renda
- saída de renda interna
Igualdade macro com economia aberta: P+M=C+I+X
P = C + I + (X – M)
(vide Quadro 4.3 - A Matriz de Insumo - Produto no Modelo Aberto)
Implicações das Trocas Internacionais: pela ótica real
Papel das Exportações (Xs):
a) quanto à importância quantitativa das Xs:
- trata-se de mais um componente da demanda pela produção de um país
- portanto, o nível de atividade econômica depende também das Xs
- em que medida? Na razão do coeficiente de Xs (em relação ao PIB)
- Xs: variável externa (depende da demanda internacional)
- portanto, se esta cai => cai também a produção, o emprego e a renda nacionais
- com sérias implicações para manter o fluxo de Ms
-
Extensão territorial / tamanho do mercado interno reduzidos Extensão territorial / tamanho do mercado interno elevados
Países Desenvolvidos - alto grau de abertura ao exterior - baixo grau de abertura ao exterior
- pauta típica dos principais produtos exportados: altamente especializada, - pauta típica dos principais produtos exportados: diversificada,
competindo eficientemente com os desenvolvidos de maior porte contendo muitos itens de alta tecnologia
- pauta típica dos principais produtos importados: diversificada - pauta típica dos principais produtos importados: diversificada, mas
concentrada em itens de baixa tecnologia ou intensivos em RN
- Ex: Suíça
- Ex: EUA e Japão
- alto grau de abertura ao exterior - baixo grau de abertura ao exterior
Países
Subdesenvolvidos - baixo grau de industrialização - industrializados
- alto grau de especialização da produção interna - elevado grau de diversificação da produção interna
- pauta típica dos principais produtos exportados: alguns produtos - pauta típica dos principais produtos exportados: diversificada, porém
primários tradicionais (só excepcionalmente, alguns produtos com raros produtos em setores de tecnologia avançada
manufaturados)
- pauta típica dos principais produtos importados: diversificada,
- pauta típica dos principais produtos importados: diversificada contendo muitos itens de alta tecnologia
- Ex: Brasil*
- Ex: Bolívia
* Estes últimos países se “especializam” na produção de bens que usam intensamente mão de obra barata e recursos naturais (escassos, na maioria dos países desenvolvidos), como insumos básicos
ou produtos agroindustriais ou ainda produtos de alto consumo energéticos ou altamente poluidores do meio ambiente (essas seriam nossas “eficiências”!
Notas de apoio à contextualização histórica (leitura complementar):
Fatos importantes pós-1960s:
- endividamento externo da periferia internacional e sua subsequente crise
- a exacerbação da crise financeira internacional
- a ruptura do bloco socialista liderado pela URSS
- e, a partir dos 1990s, a imposição de políticas neoliberais e da globalização
O Brasil (assim como alguns outros poucos países subdesenvolvidos) intensificou sua industrialização – sem perder a condição de subdesenvolvido.
Com a crise dos 1970s e o neoliberalismo: países mais industrializados (principalmente EUA e Japão) saem em busca de trabalho externo barato ou de condições externas de menores custos, via
implantação de “plataformas de exportação” (México, América Central e Ásia) ou ampliação do comércio intrafirma, recompondo a produção das partes de seus produtos finais, com produções
específicas em vários países, via terceirização ou não.
Pós-2ªGM:
- os países membros do FMI fixaram oficialmente o valor de suas moedas nacionais, com base em suas reservas de ouro e de dólares americanos.
- por outro lado, dada a hegemonia dos EUA, cada moeda nacional passou a ter um valor referenciado ao US$.
- assim, o valor de cada moeda nacional passou a ser expresso em termos de “x unidades de moeda nacional por dólar americano” (relação essa que deveria permanecer fixa, sendo permitidas
reduzidas flutuações).
A fixação daquelas relações (taxas cambiais) no imediato pós-guerra não garantiu que elas se mantivessem por muito tempo. Estas oscilações podem causar (e causaram) várias consequências. As
moedas das diferentes nações têm diferentes valores e podem ter diferentes graus de poder de compra (dólar americano, libra inglesa, iene japonês, dólar canadense, etc). Algumas são
consideradas “moedas fortes” e têm aceitação como meio de pagamentos internacionais.
O que ocorre com as “moedas fracas” ou “intermediárias”? Praticamente circulam apenas dentro de suas respectivas fronteiras.
Principais Organismos internacionais: ONU: paz e segurança no mundo; OMS: saúde; UNESCO: educação; FAO: desenvolvimento agrícola; OMC (ex-GATT) e UNCTAD: comércio
internacional de B&S; FMI: assuntos monetários; BIRD: financiamentos de projetos de desenvolvimento etc.
Governos nacionais: Adotam instrumentos e mecanismos de controle (restritivos ou fomentadores de suas transações)
Problema: devem se submeter às regras ditadas por organismos internacionais
Notas de Apoio sobre As relações econômicas internacionais e o “Terceiro Mundo” (item 4.3 – p. 113-128)
Um pouco de história:
Sécs. XVI e XVIII – Mercantilismo, expansão do comércio internacional, “Klismo comercial”
Sécs. XVIII e XIX – Rev. Indal., ingresso no Klismo industrial, política imperialista-colonialista
Colapso: 2 GMs + “crise de 1929
Hegemonia: Inglaterra; depois EUA
Colonialismo => “modelo de crescimento primário-exportador” nos países da periferia (vide Quadro 4.5 e 4.6)
Crise de 1929: desorganiza este esquema de relações econômicas internacionais.
A redução das Xs da periferia => redução da capacidade de M => estímulo à produção interna
Entre os países que buscaram um processo de industrialização substituidora de Ms, os mais bem-sucedidos, na América Latina, são: Brasil, Argentina e México (“modelo de substituição de
importações” – Maria da Conceição Tavares, 1972)
O modelo é implantado em etapas: 1º) manufaturas leves ou bens de consumo não duráveis;
2º) manufaturas + complexas (insumos, BK)
Implicações: mudanças estruturais na pauta de Ms (que vai se tornando + rígida): pressões inflacionárias; desequilíbrio externo crônico: déficit em Trans.Correntes e aumento dívida
Elevação do nosso grau de dependência externa: serviço da dívida externa; remessa de lucros e de direitos de patentes; introdução de novas técnicas externas x disponibilidade interna de fatores;
grandes filiais estrangeiras detêm grande parte da produção interna de vários setores; Xs de manufaturados frequentemente depende de decisões das matrizes destas filiais
A 3a Revolução Industrial tem causado efeitos perversos para os países subdesenvolvidos: destruição > criação de empregos; substituição de muitos insumos tradicionais por modernos; aceleração
da obsolescência de processos e equipamentos (queima de K); aumento do grau de concentração de K (nas mãos das gigantes estrangeiras)
Em resumo: a Globalização Produtiva é restrita a poucos (na AL: Brasil, Argentina e México); a “modernidade” impõe altíssimo preço