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MACROECONOMIA II

MÓDULO 1
Agregados
Macroeconômicos e
Contabilidade
Nacional
Manual de Macro, cap. 1
Vasconcellos (Economia: micro e
macro): Caps. 8 e 9
Paulani e Braga: caps 1, 2 e 3
Prof. Andrés Vivas Frontana
e-mail: andresvf@fecap.br
FLUXO CIRCULAR DA RENDA
Receita $ Despesa $
Mercado de
bens e serviços
Venda de bens Compra de
e serviços bens e serviços

Bens e serviços Moeda


Bens e serviços
públicos e subsídios públicos e subsídios

Empresas Governo Famílias


Taxas e Taxas e
impostos Moeda impostos

Insumos de Trabalho,
produção capital, terra
Mercado de
fatores de
Salários, aluguéis, produção Renda $
lucro
FLUXO CIRCULAR DA RENDA
ESTRUTURA DA ANÁLISE MACRO

VARIÁVEIS
MERCADOS DETERMINADAS
Mercado de Bens e Produto Nacional (Y)
Parte Real Serviços Nível Geral de Preços (P)
da
Economia Mercado de Trabalho Nível de Emprego (L)
Salários Nominais (w)
Parte Mercado Financeiro Estoque de Moeda (M)
Monetária (Monetário e Títulos) Taxa de Juros Nominal (i)
da
Economia Mercado de Divisas Volume de Divisas (US$)
Taxa de Câmbio (e)
PRINCÍPIOS DE ECONOMIA

Como funciona o conjunto da economia


PRINCÍPIOS DE ECONOMIA

Como funciona o conjunto da economia


 Princípio 1: O gasto de uma pessoa é a
renda de outra.
 Princípio 2: O gasto, em seu conjunto,
algumas vezes fica fora de alinhamento com
a capacidade produtiva da economia.
 Princípio 3: Políticas governamentais podem
modificar o gasto total.
ANÁLISE MACRO E POLÍTICA ECONÔMICA

Análise
Macro

Política
Econômica
METAS DE POLÍTICA ECONÔMICA
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
IMPACTOS DO AMBIENTE MACRO

Mercados e Variáveis Política Econômica


Ambiente Macroeconômicas (Fiscal, Monetária,
Macroeconômico  Reais e Monetárias Cambial, Comercial,
 Internas e Externas Rendas)

Impactos Setoriais
Ambiente Agricultura, Indústria (bens de capital, intermediários,
Setorial consumo duráveis, consumo não-duráveis), Comércio e
Serviços, Infra-estrutura, Alta Tecnologia, Financeiro

Recursos Empresa Produtos


Ambiente Fornecedores Clientes
Microeconômico Financiadores Mercados
(Cadeia de Valor) Custos Estrutura de Mercado Receitas
(concorrencial, oligopólio,
monopólio)
MENSURAÇÃO DOS AGREGADOS MACRO

Contabilidade Social: reúne


um conjunto de instrumentos
de aferição macroscópica do
movimento econômico de um
país num determinado período
de tempo.
CONTABILIDADE SOCIAL

 Assim,
Contas Nacionais
+
Contas Monetárias
CONTABILIDADE
SOCIAL +
Contas Externas
+
Indicadores Sociais
ESTRUTURA DA ANÁLISE MACRO

VARIÁVEIS
MERCADOS DETERMINADAS
Mercado de Bens e Produto Nacional (Y)
Parte Real Serviços Nível Geral de Preços (P)
da
Economia Mercado de Trabalho Nível de Emprego (N)
Salários Nominais (w)
Parte Mercado Financeiro Estoque de Moeda (M)
Monetária (Monetário e Títulos) Taxa de Juros Nominal(i)
da
Economia Mercado de Divisas Volume de Divisas (US$)
Taxa de Câmbio (e)
FLUXO CIRCULAR DA RENDA
Receita $ Despesa $
Mercado de
bens e serviços
Venda de bens Compra de
e serviços bens e serviços

Bens e serviços Moeda


Bens e serviços
públicos e subsídios públicos e subsídios

Empresas Governo Famílias


Taxas e Taxas e
impostos Moeda impostos

Insumos de Trabalho,
produção capital, terra
Mercado de
fatores de
Salários, aluguéis, produção Renda $
lucro
IDENTIDADE FUNDAMENTAL

PRODUTO ≡
≡ DESPESA RENDA

Produto: É o valor de mercado de todos os bens


finais produzidos em um país em dado período.
Renda: É o total de pagamentos feitos aos
fatores de produção que foram utilizados para a
obtenção do produto final, ou seja, corresponde
a soma dos salários, juros, lucros e aluguéis.
Despesa: É o total de despesas realizadas pelos
indivíduos na aquisição do produto.
CONTABILIDADE NACIONAL

Noção fundamental da Contabilidade Nacional:

PRODUÇÃO  RENDA  DESPESA

AGROPECUÁRIA SALÁRIOS MERCADORIAS


INDÚSTRIA ALUGUÉIS SERVIÇOS
COMÉRCIO/SERVIÇOS LUCROS (famílias, empresas,
governo e resto do
JUROS
mundo)
PRODUTO  DESPESA  RENDA

 Ex. 1: Economia hipotética H, fechada e


sem governo, com apenas quatro
setores, cada um deles com uma
empresa:
Setor 1 = produção de sementes
Setor 2 = produção de trigo
Setor 3 = produção de farinha de trigo
Setor 4 = produção de pão
PRODUTO  DESPESA  RENDA

 Produção no período:
Sementes = $ 500
Trigo = $ 1.500
Farinha = $ 2.100
Pães = $ 2.520
Valor Total da Produção = $ 6.620
 O Produto, por esse cálculo, teria sido uma
coleção de bens no valor de $ 6.620.
 Contudo, ao final do ano, essa economia
não tem a sua disposição todos esses
bens simultaneamente.
PRODUTO  DESPESA  RENDA

 O Valor Bruto da Produção indica o valor


de tudo o que foi produzido, inclusive daquilo
que foi utilizado como insumo na produção
de outros bens, ou seja, o chamado
Consumo Intermediário (no ex., Sementes,
Trigo e Farinha).
 Assim,
Produto (ou Produto Agregado) = Valor
Bruto da Produção – Consumo
Intermediário
PRODUTO  DESPESA  RENDA

 Ex. 2: Produção no período:

Sementes = $ 500
Trigo = $ 1.000 + 500 (estoque)
Farinha = $ 1.400
Pães = $ 1.680

 Qual foi o Produto dessa economia nesse


ano?
R: $2.180
ÓTICA DA DESPESA

Produto Agregado = Valor Bruto da


Produção – Consumo Intermediário

Todo bem que, por sua natureza, é final,


deve ter seu valor considerado no cálculo
do valor do produto, mas nem todo bem
cujo valor entra no cálculo do produto é
um bem final por natureza.
ÓTICA DA DESPESA

A ÓTICA DA DESPESA ou ÓTICA DA


DEMANDA avalia o produto de uma
economia considerando a soma dos
valores de todos os bens e serviços
produzidos no período que não foram
absorvidos como insumos na produção
de outros bens e serviços.
ÓTICA DO PRODUTO

Método do Valor Adicionado

Produtor de VA do Prod
Valor adicionado
Sementes de Sement.
Despesa
Valor das VA do
Fazendeiro Sementes
Intermediária
Fazendeiro
Despesa
Moleiro
Valor VA do Final
do Trigo Moleiro

Padeiro Valor da VA do
Farinha Padeiro

Valor de venda do Pão


Consumidor
Despesa final com o Pão
ÓTICA DO PRODUTO

A ÓTICA DO PRODUTO, ou ÓTICA DA


OFERTA, avalia o produto total da
economia considerando a soma dos
valores efetivamente adicionados pelo
processo de produção em cada unidade
produtiva.
ÓTICA DA RENDA

A ÓTICA DA RENDA avalia o Produto


gerado pela economia, num determinado
período de tempo, considerando o
montante total das remunerações pagas
a todos os fatores de produção nesse
período.
PRODUTO  DESPESA  RENDA

 Para avaliar o produto de uma economia


num determinado período, pode-se:
1) somar o valor de todos os bens finais
produzidos (Ótica da Despesa); ou
2) somar os valores adicionados em cada
unidade produtiva (Ótica do Produto); ou
ainda
3) somar as remunerações pagas a todos
os fatores de produção (Ótica da Renda).
FLUXO CIRCULAR DA RENDA

 Ótica do Produto: considera a atividade


dos indivíduos como produtores, (atividade
das unidades produtivas ou Empresas).
 Ótica da Despesa (ou do gasto, ou da
demanda): situação dos indivíduos como
consumidores, ou seja, como Famílias.
 Ótica da Renda: analisa os indivíduos em
sua condição de proprietários de fatores
de produção.
FLUXO CIRCULAR DA RENDA
Ótica da Ótica do
Renda Produto
Renda Aparelho Produtivo Produto
Agentes
Econômicos Setores

Salários Agropecuária
D-1 Bens de Capital +
Juros Trabalhador
D-2 Bens de Consumo Indústria
Aluguéis Empresário Durável
Governo +
Lucros D-3 Bens de Consumo
Serviços
Não Durável

Demanda de bens MERCADO Oferta de bens


e serviços e serviços
Famílias + Empresas + Governo + Resto do Mundo

Ótica do Gasto
MENSURAÇÃO DO PRODUTO
MENSURAÇÃO DO PRODUTO

Produto Interno Bruto a


preços de mercado (PIBpm):
é o valor de mercado de todos os
bens e serviços finais produzidos
em um país em dado período de
tempo.
BRASIL: VARIAÇÃO DO PIB REAL, %
15.0

12.5

10.0

7.5

5.0

2.5

0.0

-2.5

-5.0
1901- 1911- 1921- 1931- 1941- 1951- 1961- 1971- 1981- 1991- 2001- 2011- 2021-
1910: 1920: 1930: 1940: 1950: 1960: 1970: 1980: 1990: 2000: 2010: 2020: 2030:
51,4% 51,5% 55,6% 53,6% 77,3% 103,9% 82,0% 128,8% 16,9% 28,6% 43,6% 2,7% 8,0%

Fonte: IBGE
BRASIL: VARIAÇÃO DO PIB PER CAPITA,%
DISTRIBUIÇÃO DO PIB MUNDIAL - 2019
DISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA MUNDIAL - 2019
COMPONENTES DO PIB

 Sob a ótica da despesa, o PIB (Y) pode ser


subdividido em quatro componentes,
relativos aos quatro grupos de agentes da
economia que consomem a produção:
a) Consumo (C)
b) Investimento (I)
c) Gastos do Governo (G)
d) Exportações menos Importações (X – M),
ou Exportações Líquidas (EL).
COMPONENTES DA DEMANDA NO PIB
 Consumo: despesas das famílias com bens e
serviços, exceto a aquisição de nova moradia.
 Investimento: despesas com bens de capital,
variação de estoques e construções, incluindo
as aquisições de novas moradias pelas famílias.
 Gastos do Governo: despesas com bens e
serviços pelos governos federal, estadual e
municipal (exclui pagamento de transferências).
 Exportações Líquidas: despesa por parte de
estrangeiros em bens produzidos internamente
(Exportações) menos despesa por parte de
residentes de bens e serviços estrangeiros
(Importações).
COMPONENTES DO PIB

Produto  Despesa

Oferta Agregada = Demanda Agregada

Oferta agregada = Y

Demanda Agregada: DA = C + I + G + (X – M)
(ou DA = C + I + G + EL)

Portanto: Y =C+I+G+X–M
COMPONENTES DO PIB

Y=C+I+G+X–M

Esta igualdade sempre se verifica devido à


definição do agregado Investimento (I), pois

I = novos bens de capital (FBCF) + variação


de estoques (planejados + não planejados)
IDENTIDADE PRODUTO/DESPESA

 Identidade Produto  Despesa pode ser vista


de duas maneiras equivalentes :

Y=C+I+G+X–M (1)

S+T+M=I+G+X (2)
(soma dos vazamentos = soma das injeções)
ou

I=S (2’)
IDENTIDADE PRODUTO/DESPESA

• Destinos do Produto (1):


Despesa (Y) = C + I + G + X – M
• Destinos da Renda:

Renda (Y) = C + S + T
• Como Renda  Produto  Despesa, então:

C+S+T=C+I+G+X–M
S + T + M = I + G + X (2)
 Ou seja, a soma dos vazamentos da renda
(S + T + M) é igual à soma das injeções de
renda (I + G + X).
FLUXO CIRCULAR DA RENDA
IDENTIDADE INVESTIMENTO/POUPANÇA

S+T+M=I+G+X
I=S+T–G+M–X
• S = Poupança Privada (SPRIV)
• T – G = Poupança Pública (SPUBL, ou resultado fiscal)
• Poupança Nacional (SNAC) = SPRIV + SPUBL
• M – X = Poupança Externa (SEXT , financia déficit ext.)
 Assim:
I = SPRIV + SPUBL + SEXT
I = SNAC + SEXT
I = STOTAL , ou simplesmente
IDENTIDADE INVESTIMENTO/POUPANÇA

 Observação importante: O investimento


público, IPUBL (gastos do setor público em
formação bruta de capital fixo, FBCF), não
é contabilizado nos gastos do governo (G),
mas sim no investimento agregado (I).
 Assim:

IPRIV + IPUBL = SPRIV + SPUBL + SEXT


PRODUTO: DIFERENTES MENSURAÇÕES

P = Produto

 I = Interno ou N = Nacional

 B = Bruto ou L = Líquido

 pm = Preços de Mercado ou
cf = Custo de Fatores
PRODUTO: PNBpm

RLEE = REE – RRE


RLEE: renda líquida enviada ao exterior
REE: renda enviada ao exterior
RRE: renda recebida do exterior

PNBpm = PIBpm - RLEE


Empresas estrangeiras no Brasil
 PIB: valor dos bens e serviços finais
Empresas brasileiras no exterior
produzidos dentro da fronteira do país
(tanto por empresas brasileiras como
por empresas estrangeiras)
PIBpm - REE + RRE = PNBpm  PNB: valor de todos os bens e serviços
finais produzidos pelos residentes
permanentes do país
PRODUTO: PILpm

PILpm = PIBpm - Depreciação


Desconta-se o valor da produção destinada a repor o
capital fixo depreciado
Depreciação: desgaste do capital em função do uso ou
da obsolescência
Base Legal: Instruções Normativas da Secretaria da Receita Federal nºs.
162/98 e 130/99.

Bens Prazo de vida útil (anos) Taxa anual de depreciação


Máquinas 10 10%
Edificações 25 4%

Cálculo da Taxa Anual de Depreciação


Depreciação = 100% -
Prazo de Vida Útil
PRODUTO: PIBcf

Preço a custos de Preço de mercado


fatores (Pcf) = (Ppm)
Valor Adicionado
Impostos Indiretos
- Subsídios
Lucro Lucro
Aluguéis Aluguéis
Juros Juros
Salários Salários
Preço dos bens Preço dos bens
intermediários intermediários
PRODUTO: OUTRAS MEDIDAS

P = Produto
I = Interno ou N = Nacional
B = Bruto ou L = Líquido
pm = Preços de Mercado ou cf = Custo
de Fatores
 PIBpm - RLEE = PNBpm
 PNBpm - Depreciação = PNLpm
 PNLpm - Imp. Ind. + Subsídios = PNLcf
 Mais usados:
Produto → PIBpm
Renda → RNLcf
PRODUTO: OUTRAS MEDIDAS

PIBpm é a medida mais usada


PIBcf = PIBpm – Impostos Ind.+ subsídios
(é o Valor Agregado na economia)
PNBpm = PIBpm – RLEE [RLEE = REE - RRE]

(muito usado em países desenvolvidos)


PNLcf = PIBpm - RLEE - depr. - I.I. + sub.
(é o conceito de Renda Nacional)
RENDA NACIONAL (RN)

PNLcf = RN = S + J + L + A
Em que:
S = total de salários pagos
J = total de juros pagos
L = total de lucros gerados
A = total de aluguéis pagos
MEDIDAS DE RENDA

Renda Pessoal (RP): é uma medida da renda


recebida pelos indivíduos, independente da
fonte que a gerou.
RP = RN - LR - ISL - CP + TG
Em que:
RN = Renda Nacional
LR = Lucros Retidos
ISL = Impostos Sobre os Lucros
CP = Contribuições Previdenciárias
TG = Transferências Governamentais
MEDIDAS DE RENDA

Renda Pessoal Disponível (RPD): renda


disponível após o pagamento dos impostos
diretos ao governo:
RPD = RP - ID
Em que:
RP = Renda Pessoal
ID = Impostos Diretos

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