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Fisioterapia

Respiratória II
Prof. Helton Eckermann da Silva
1. Volume pulmonar reduzido;
2. Prejuízo da higiene das vias aéreas;
3. Troca gasosa prejudicada;
4. Limitação ao fluxo aéreo;
5. Disfunção muscular respiratória;
Problemas 6. Dispneia;
Respiratórios 7. Tolerância ao exercício diminuída;
8. Dor;
9. Disfunção músculo-esquelética;
10. Padrão respiratório anormal.
Volume
Principais pulmonar
reduzido
Problemas Prejuízo
Tolerância Prejuízo da
Respiratórias ao exercício
da higiene
higiene das
das vias
diminuída vias aéreas
aéreas

Problemas
Respiratórios
Dispneia Troca gasosa
prejudicada

Disfunção Limitação
muscular ao fluxo
respiratória aéreo
Prejuízo da • Bases Fisiopatológicas
Higiene das • Avaliação
• Assistência fisioterapêutica
Vias Aéreas
Prejuízo da
Higiene das • Bases Fisiopatológicas

Vias Aéreas
Mecanismo de defesa: eliminação de
secreção brônquica
Depende:
Mecanismo de defesa: eliminação de
secreção brônquica
Alterações:
Quantidade e qualidade da secreção brônquica

Estrutura, sincrônica e frequência de batimento ciliar

Fluxo aéreo expiratório / Tosse


Quantidade e qualidade da secreção brônquica
• Bases Fisiopatológicas

Estrutura, sincrônica e frequência de batimento ciliar

Prejuízo da
Higiene das Fluxo aéreo expiratório / Tosse

Vias Aéreas
Quantidade e qualidade da secreção brônquica

Estrutura, sincrônica e frequência de batimento ciliar


Prejuízo da
Higiene das
Fluxo aéreo expiratório
Vias Aéreas
Quantidade e qualidade da secreção brônquica

o Quantidade acima de 100ml por dia;

Prejuízo da o Propriedades reológicas (propriedades físico-químicas do


fluido) alteradas( aumento da viscoelasticidade e
Higiene das adesividade)

Vias Aéreas
Camada Gel

Camada Sol
Quantidade e qualidade da secreção brônquica

Estrutura, sincrônica e frequência de batimento ciliar


Prejuízo da o Batimento ciliar: 11 a 13Hz;
o Propelindo o muco a uma taxa de 4 a 5 mm x 𝑚𝑖𝑛−1
Higiene das
Vias Aéreas
Quantidade e qualidade da secreção brônquica

Estrutura, sincrônica e frequência de batimento ciliar


Prejuízo da
Higiene das
Fluxo aéreo expiratório / Tosse
Vias Aéreas
>160 l/min
Quantidade e qualidade da secreção brônquica

Estrutura, sincrônica e frequência de batimento ciliar


Prejuízo da
Higiene das
Fluxo aéreo expiratório / Tosse
Vias Aéreas
Prejuízo da • Bases Fisiopatológicas
Higiene das • Avaliação
• Assistência fisioterapêutica
Vias Aéreas
Prejuízo da
Higiene das • Avaliação

Vias Aéreas
• Avaliação
Prejuízo da • Subjetivo
• Tosse úmida, expectoração (muco
Higiene das brônquico)
Vias Aéreas
TOSSE
Tipo:
Seca
Úmida

Eficácia:
Eficaz
Ineficaz
MUCO BRÔNQUICO
ESCARRO
Volume:
Uma colher de chá (pequena)
Meia xícara (média)
Uma xícara (grande)
Aspecto da Secreção / Cor
Mucóide
Purulenta
Mucopurulenta
Hemoptise
Espumoso
Viscosidade
Rolhas
Viscoso ou espessa
Fluido
• Avaliação
Prejuízo da • Subjetivo
• Tosse úmida, expectoração (muco
Higiene das brônquico)
Vias Aéreas • Objetiva (exame físico)
• Palpação (frêmito brônquico)
• Ausculta Pulmonar (roncos,
bolhosos, crepitantes)
Ruídos
AUSCULTA PULMONAR Adventícios

Estridor
Estertores Atrito Pleural
Laríngeo

Secos Úmidos

Roncos Sibilos Bolhosos Crepitantes

Inspiratórios Expiratórios
• Avaliação
• Subjetivo
Prejuízo da • Tosse úmida, expectoração (muco
brônquico)
Higiene das
• Objetiva (exame físico)
Vias Aéreas • Palpação (frêmito brônquico)
• Ausculta Pulmonar (roncos,
bolhosos, crepitantes)
• Sinais de muco brônquico em VM
Prejuízo da • Bases Fisiopatológicas
Higiene das • Avaliação
• Assistência fisioterapêutica
Vias Aéreas
• Assistência fisioterapêutica

• Terapia de Higiene Brônquica


Prejuízo da Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de Fisioterapia da

Higiene das Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Rev Bras Ter Intensiva. 2012; 24(1):6-22

• Técnicas e Recursos para a


Vias Aéreas Remoção de Secreção
Terapia de Higiene Brônquica - AMIB

Princípios

Aumento do Aumento do
Aumento da
Volume Fluxo Oscilação
CRF
Inspiratório Expiratório

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• Assistência fisioterapêutica

• Terapia de Higiene Brônquica


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• Técnicas e Recursos para a


Vias Aéreas Remoção de Secreção
Técnicas e recursos
para remoção de
secreção brônquica

Técnica Técnicas assistidas por Técnicas de


assistida pela ondas de choque variação do
gravidade mecânico fluxo aéreo

Recursos não Recursos


Fluxo Rápido Fluxo Lento
instrumentais Instrumentais
Centrais ou proximais Periféricas ou distais
Terapia de Higiene Brônquica - AMIB

Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina


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Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina


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PERCUSSÃO TORÁCICA
Definição: Técnica realizada com auxílio das mãos, em forma de concha com o punho
ou com os dedos, de forma ritmada, obedecendo sempre a mesma cadência de
movimentos. Estes movimentos dão origem a ondas mecânicas que se propagam do
tórax para o tecido pulmonar.

Objetivo: O objetivo é mobilizar e deslocar as secreções pulmonares ao longo da


árvore brônquica.

Descrição: A técnica não deve ser aplicada diretamente sobre a pele, permitindo assim ao
fisioterapeuta a observação de áreas anatômicas, hiperemia da pele ou petéquias, localização
de drenos e cateteres, bem como a presença de fraturas não diagnosticadas ou enfisema
subcutâneo.
Adotado o posicionamento das mãos (concha, punho ou dedos), o fisioterapeuta deve
manter-se com os seus cotovelos parcialmente fletidos e punhos livres, iniciando em seguida
movimentos sequenciais, rítmicos, cadenciados e alternados das mãos sobre a região
escolhida para a aplicação.
A técnica não deve levar o paciente ao desconforto e pode ser aplicada tanto na fase
inspiratória quanto na expiratória.
TAPOTAGEM
Definição: Forma específica de percussão, utilizando-se as mãos em
forma de concha, com os dedos aduzidos, de forma ritmada e
alternada com flexo-extensão do punho, aplicada nas áreas torácicas
correspondentes aos segmentos pulmonares com secreção.
O termo “tapotagem” é derivado da palavra francesa “tapotment” ou
“tapotissement”. Em inglês “clapping”.

Objetivo: Uma frequência de de 240 a 260 percussões por minuto


parece ser eficiente para produzir um efeito vibratório para afrouxar
a muco da parede brônquica por efeito do tixotropismo do muco
PUNHO PERCUSSÃO DIRETA
Definição: Variação da manobra de percussão, na qual o tórax recebe o
contato da região hipotenar ou cubital das mãos do fisioterapeuta, que
mantém os dedos fletidos e realiza movimentos sequenciais por meio de
desvio radio-ulnar.
PUNHO PERCUSSÃO INDIRETA
Definição: Técnica de percussão que segue a mesma forma de realização da
punho percussão direta, exceto que o movimento seqüencial é realizado
sobre a outra mão do fisioterapeuta espalmada sobre o tórax
DÍGITO PERCUSSÃO

Definição: Técnica de percussão torácica realizada com o auxílio do segundo,


terceiro e quarto dedos, posicionando o terceiro dedo sobre o segundo e
quarto justapostos. Geralmente utilizada em pacientes pediátricos devido ao
menor tamanho do tórax.
AUTO PERCUSSÃO

Definição: Técnica de percussão realizada pelo próprio


paciente sobre seu tórax.
Vibração
Definição: Técnica que consiste na geração de movimentos rítmicos, finos, por
contrações isométricas alternadas e rápidas dos membros superiores, com
intensidade e frequência variadas entre 3 a 75 Hz, suficiente para causar
vibração ao nível brônquico.

Objetivo: Promover vibração ao nível brônquico e modificar a reologia do muco


facilitando seu deslocamento, ou se aproximar da frequência do batimento
ciliar (13Hz) ampliando sua motilidade.

Descrição: O fisioterapeuta posiciona as mãos espalmadas sobre a região


torácica alvo, com os punhos e cotovelos semi flexionados e realiza as
contrações musculares durante a fase expiratória.
Sucussão torácica
Definição: Técnica semelhante à vibração, porém os
movimentos vibratórios originados pelo fisioterapeuta
possuem características grosseiras quando comparado ao
movimento mais fino gerado na vibração.

Objetivo: Auxiliar no deslocamento e


remoção do muco brônquico, por meio de
ondas vibratórias.

Descrição: As pressões são aplicadas de modo breve com a palma da


mão sobre o esterno, na posição semi-sentada no adulto ou em
casos pediátricos com as mãos em posição opostas. Essas pressões
acompanham o esforço expiratório da tosse ou da expiração forçada.
https://bronchiectasis.com.au/resources/airway-clearance-
videos
Outro recursos
instrumentais de
percussão e vibração
PERCUSSORES E VIBRADORES
Definição: Dispositivos geradores de ondas mecânicas de energia,
aplicadas sobre a superfície da caixa torácica, podendo ser
pneumáticos ou movidos a energia elétrica. Possuem controle de
frequência e da força de percussão. A maioria destes equipamentos
produzem frequências de 3 a 65 Hz.

Objetivo: Facilitar e auxiliar no deslocamento de secreção brônquica


utilizando ondas vibratórias.
Compressão da parede torácica por alta
frequência
Definição: Técnica que utiliza como recurso um colete inflável conectado a um gerador de fluxo
externo de alta freqüência.

Objetivo: Gerar fluxo aéreo associado à ondas oscilatórias com finalidade de aumentar o
deslocamento da secreção.

Descrição: O paciente veste um colete inflável, acoplado a um gerador de fluxo externo de alta
freqüência. Independente do decúbito adotado, concomitantemente é solicitado que o paciente
realize inspirações e expirações, sendo as inspirações realizadas até capacidade pulmonar total. O
paciente recebe o tratamento por 30 minutos com freqüências que oscilam de 6 a 19 Hz.
Indicações;

Fibrose Cística / Mucoviscidose.

Secreções situadas nas


regiões periféricas.

HFCWO Vest
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Oscilação oral de alta frequência
Definição: É um dispositivo que combina a ação da pressão positiva expiratória nas vias aéreas
(PEP) com a oscilação oral de alta freqüência, gerando vibrações endobrônquicas.

Objetivo: Gerar vibrações endobrônquicas que interajam com a secreção e proporcione seu
deslocamento.

Descrição: É um dispositivo em forma de cachimbo, provido de uma esfera de aço sustentada


sobre um suporte em forma de funil que durante a expiração gera oscilações com frequências
que variam na dependência da angulação do equipamento, em relação a boca, enquanto seu
peso serve como uma resistência expiratória, que varia de 10 a 25 cm H2O.
Flutter
ACAPELLA

aa
Outro recursos
instrumentais de
Oscilação
Ventilação percussiva intrapulmonar
Definição: Técnica realizada com o auxílio de um gerador de fluxo
externo ou bomba externa, o qual origina uma frequência oscilatória
que é aplicada por meio de bucal ou máscara.

Objetivo: Proporcionar o aumento da depuração mucociliar, por meio


de sucessivos, pequenos e rápidos jatos de ar, administrados por
circuito e bucal.
Descrição: A técnica é realizada com auxílio de um bucal
e uma extensão tubular, conectada ao gerador de fluxo
externo, que deve gerar frequência de 12 a 25 Hz.

Deve-se certificar que não ocorra vazamentos no bucal e


solicita-se ao paciente que realize os ciclos respiratórios
sob o regime de oscilação de fluxo. Este recurso é uma
modificação da ventilação mecânica de alta frequência e
atua nas propriedades reológicas do muco brônquico.
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Pré inspiração

Maior expansão pré inspiração.

Menor expansão pré inspiração.


Posicionamento
O posicionamento e a mobilização são intervenções de primeira linha e devem permear as
demais intervenções, oferecendo segurança com baixo custo operacional, tendo impacto na
função muscular, distribuição ventilatória, clearance mucociliar, oxigenação e regionalização da
CRF, com efeito protetor na hiperdistensão alveolar.
Posicionamento
O posicionamento deve estar sempre associado a outros recursos considerando os princípios
fisiológicos e a mecânica respiratória.
A expansão pulmonar é favorecida pelas diferenças regionais de ventilação em especial as
regiões não-dependentes.
A pressão pleural mais negativa permite que os alvéolos das regiões não-dependentes durante a
fase expiratória tenham um volume maior e mais estabilidade quando comparados aos alvéolos
das regiões dependentes.
Deve-se levar em consideração este conhecimento ao serem utilizados todos os recursos de
expansão pulmonar, sejam eles em VM ou em VE, para que sejam otimizados os resultados dos
recursos aplicados conjuntamente.
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Posicionamento
A verticalização dos brônquios segmentares e lobares facilita a remoção de secreção localizada
nas regiões ventiladas por estes brônquios.

As posturas favorecem a abertura de brônquios e de alvéolos, melhorando a interação gás-


líquido.
Cama rotatória
Definição: Cama que possui a característica de realizar
rotação sobre o eixo longitudinal mantendo o paciente em
determinadas posições.
Cama cinética
Definição: Cama que permite, por programação prévia, a
alternância de decúbitos, por meio de insuflação e
desinsuflação de colchões especiais, por sistema
pneumático.
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Pressão positiva
https://youtu.be/R4fpb6a4AdI
https://youtu.be/npai81uL4Ms
https://youtu.be/2fkAlB1Dqkg
https://youtu.be/2fkAlB1Dqkg
https://youtu.be/_QWtqsNn3oA
PEP
PEP
EPAP
CPAP
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Centrais ou proximais Periféricas ou distais
Centrais ou proximais Periféricas ou distais
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TOSSE

Definição: Ato de expulsão do ar dos pulmões com alto fluxo aéreo,


podendo ser voluntário, reflexo por inalação de material irritativo ou
por deslocamento de muco estimulando receptores das vias aéreas.

Objetivo: Deslocar o muco brônquico utilizando o fluxo aéreo.


TOSSE ASSISTIDA MANUALMENTE
Definição: É a realização do ato tussígeno com assistência manual do
fisioterapeuta.

Descrição: O fisioterapeuta orienta o paciente para realizar


inspiração profunda com uma breve apnéia, seguida da realização de
fluxo expiratório abrupto que será assistida pelo fisioterapeuta
apoiando e comprimindo o esterno e/ ou o abdomen, na tentativa
de aumentar a pressão e tornar a tosse mais eficaz.
TOSSE ASSISTIDA MECANICAMENTE
https://youtu.be/oUMyb9h2-2w
TÉCNICA DE EXPIRAÇÃO FORÇADA
(HUFFING)
Definição: É uma técnica que tem por finalidade remover muco brônquico
utilizando expirações com o máximo fluxo aéreo.

Objetivo: Têm como objetivo auxiliar na eliminação de secreções por gerar


menor alteração da pressão transpulmonar e menor compressão dinâmica das
vias éreas.
Descrição: Inicialmente realizam-se exercícios respiratórios diafragmáticos,
seguidos de uma ou duas expirações forçadas (huffs) a partir de médio volume
pulmonar inspiratório e com a glote aberta indo até o volume residual,
contraindo os músculos do tórax e do abdômen para aumentar o fluxo
expiratório.
Para se garantir que o paciente deixe a glote completamente aberta pode-se
utilizar uma peça bucal semelhante à utilizada na espirometria. Os autores
adotam a realização de adução dos membros superiores no ato de expiração
forçada, realizando auto-compressão do tórax.
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EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS
CICLO ATIVO DAS TÉCNICAS DE
RESPIRAÇÃO
Definição: Regime de tratamento flexível, adaptado a cada indivíduo, criança ou
adulto, agudizado ou crônico, que combina exercícios diafragmáticos, exercícios
de expansão pulmonar e técnica de expiração forçada (TEF).
Este termo foi criado para enfatizar que a técnica de expiração forçada deve ser
associada aos exercícios de expansão torácica. Os idealizadores da técnica de
expiração forçada (TEF) renomearam-na como ciclo ativo das técnicas
respiratórias em 1990.

Objetivo: Mobilizar e eliminar o excesso de secreção brônquica.


Descrição: Os componentes do ciclo ativo de técnicas de respiração são:

1- Exercícios diafragmáticos: O paciente em posição confortável, sentado ou em


decúbito lateral levado, realiza de três a quatro respirações tranquilas, inspirando
pelo nariz e deslocando a porção superior do abdômen. A expiração pode ser realizada
com os lábios franzidos. Durante o exercício o paciente mantém ambos braços
relaxados e pode-se realizar o estímulo manual na região abdominal.

2- Exercícios de expansão pulmonar: São realizadas três a quatro inspirações


profundas com predomínio do componente torácico, podendo ser acompanhado por
estímulo manual. De acordo com o estado clínico do paciente pode ser acrescentado
um período de sustentação da inspiração e a expiração é realizada de modo suave e
prolongado pela boca. É possível a associação das manobras de percussão e vibração.

3- Técnica de expiração forçada: São realizadas duas a três expirações forçadas


(huffing), com eliminação da secreção. A seguir retoma-se o ciclo das técnicas
iniciando pelo exercício diafragmático.

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DRENAGEM AUTÓGENA
Definição: Técnica de auto remoção de secreções brônquicas por meio de respirações a
diferentes volumes pulmonares, caracterizados por expirações lentas e ativas.

Objetivo: Proporcionar o máximo fluxo aéreo dentro das vias aéreas para deslocar e mobilizar
secreções de vias aéreas periféricas para vias aéreas centrais para serem eliminadas.

Descrição: Nesta técnica o paciente aprende a perceber o ruído das secreções brônquicas
colocando as mãos, em forma de concha em direção a orelha. Realiza inspirações lentas pelo
nariz podendo ao final realizar uma pausa inspiratória (2 a 3 seg). A expiração é realizada com a
abertura da glote e sem ruído. Portanto, a utilização desta técnica é reservada aos pacientes com
nível adequado de compreensão e colaborativos .
A técnica é descrita como:
1- Fase se descolamento:
Respiração à baixos volumes pulmonares e volume corrente reduzido, por quatro a cinco vezes com a
expiração ocorrendo no volume de reserva expiratório (VRE). Nessa fase da técnica as mãos são empregadas
para restrição do volume torácico e os baixos volumes servem para mobilizar as secreções periféricas.

2- Fase de coleta de muco:


Respiração com volume corrente normal, por quatro a cinco vezes, com expiração ocorrendo no volume de
reserva expiratório (VRE). Nessa fase da técnica, as mãos não mais restringem a inspiração e os volumes
pulmonares, visam deslocar e remover as secreções de vias aéreas médias.

3- Fase de remoção do muco:


Respiração com volume corrente aumentado, por quatro a cinco vezes, ao nível do volume de reserva
inspiratório (VRI) e a expiração ocorrendo ao nível do volume de reserva expiratório (VRE). Em seguida,
havendo necessidade, o paciente pode realizar expirações forçadas com a glote aberta (huffing) para eliminar
as secreções.
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Hiperinsuflação Manual
Flow bias expiratório
Desde a década de 80, existem estudos que mostram que a remoção de secreção pulmonar não depende
somente de altos fluxos expiratórios, mas da existência de um flow bias expiratório, ou seja, de que o pico de
fluxo expiratório (PFE) seja superior ao pico de fluxo inspiratório (PFI) gerado nas vias aéreas. Até o presente
momento, foram descritos quatro limiares para que o flow bias expiratório desloque a secreção em direção à
glote:
Kim CS, Iglesias AJ, Sackner MA. Mucus clearance by two-phase gas-liquid flow mechanism: asymmetric
periodic flow model. J Appl Physiol (1985). 1987;62(3):959-71. https://doi.org/10.1152/ jappl.1987.62.3.959

1) razão PFE/PFI > 1,1; Benjamin RG, Chapman GA, Kim CS, Sackner MA. Removal of bronchial secretions by two-phase gas-liquid
transport. Chest. 1989;95(3):658-63. https://doi.org/10.1378/chest.95.3.658
2) diferença PFE − PFI > 17 l/min;
3) razão PFE/PFI > 4,3; Volpe MS, Adams AB, Amato MB, Marini JJ. Ventilation patterns influence airway secretion movement. Respir
Care. 2008;53(10):1287-94.
4) diferença PFE − PFI > 33 l/min. Li Bassi G, Saucedo L, Marti JD, Rigol M, Esperatti M, Luque N, et al. Effects of duty cycle and positive end-
expiratory pressure on mucus clearance during mechanical ventilation*. Crit Care Med. 2012;40(3):895-902.
https://doi.org/10.1097/ CCM.0b013e318236efb5

Desses quatro limiares, os dois últimos apresentam maior potencial de refletir condições humanas por terem sido
descobertos em um experimento com animais, com a utilização da secreção do próprio animal, e porque a
influência da gravidade no deslocamento da secreção foi levada em consideração, uma vez que os animais foram
mantidos em posição semirrecumbente.
Hiperinsuflação manual (com vibração)
Definição: Técnica de hiperinflação pulmonar manual associada a vibração e compressão
torácica.

Objetivo: Promover o deslocamento de secreções brônquicas por meio do aumento do volume


inspiratório, o qual origina um maior fluxo expiratório.

Descrição: Para a utilização deste recurso é necessário que o paciente esteja em uso de uma via
aérea artificial, tubo endotraqueal ou traqueostomia, que permita a conexão com o reservatório
de ar. A manobra é realizada por dois fisioterapeutas, sendo que um realiza a hiperinflação
manual e o outro a vibração e ou compressão torácica manual na fase expiratória.
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Posicionamento e Mobilização
O posicionamento e a mobilização são intervenções de primeira linha e devem permear as
demais intervenções, oferecendo segurança com baixo custo operacional, tendo impacto na
função muscular, distribuição ventilatória, clearance mucociliar, oxigenação e regionalização da
CRF, com efeito protetor na hiperdistensão alveolar.
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COMPRESSÃO TORÁCICA
•Definição: Manobra de compressão dos arcos costais para expulsão de secreção brônquica
durante a fase expiratória.

•Objetivo: Promover aumento do fluxo expiratório, proporcionando auxílio para o deslocamento


da secreção brônquica.

•Descrição: O fisioterapeuta deve apoiar as mãos sobre o tórax do paciente e comprimir o


gradeado costal durante a fase expiratória para auxiliar o aumento do fluxo aéreo. Esta
manobra, em nosso meio, é comumente associada à técnica de vibração, sendo neste caso,
denominada vibrocompressão.
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Manobra com pressão zero ao final da
expiração (PEEP/ZEEP)
Definição: Técnica de redução abrupta da pressão positiva expiratória final realizada em pacientes com via aérea
artificial, sob suporte ventilatório.

Objetivo: Aumentar o fluxo expiratório para promover o deslocamento de secreção pulmonar, mimetizando a
tosse.

Descrição: Manobra com pressão zero ao final da expiração. Pressão positiva ao final da expiração (PEEP)
(Serviços diferentes variam a PEEP entre 10 e 15cmH2O), não permitindo pressões de pico elevadas (Serviços
diferentes utilizam de 30 a 40cmH2O como pressão máxima); aguarda-se a realização de alguns ciclos
respiratórios no n ível de pressão pré determinado (Serviços diferentes aguardam de três a cinco ciclos). A seguir
a pressão nas vias aéreas é reduzida para zero, de modo abrupto, acompanhada de manobra de
vibrocompressão. Esta manobra proporciona rápido deslocamento de ar, semelhante à tosse, e mobiliza
secreções das vias aéreas, facilitando sua remoção por meio da técnica de aspiração. Ela deve ser realizada por
dois fisioterapeutas de modo sincronizado
Flow bias
expiratório
Flow bias expiratório
Desde a década de 80, existem estudos que mostram que a remoção de secreção pulmonar não depende
somente de altos fluxos expiratórios, mas da existência de um flow bias expiratório, ou seja, de que o pico de
fluxo expiratório (PFE) seja superior ao pico de fluxo inspiratório (PFI) gerado nas vias aéreas. Até o presente
momento, foram descritos quatro limiares para que o flow bias expiratório desloque a secreção em direção à
glote:
Kim CS, Iglesias AJ, Sackner MA. Mucus clearance by two-phase gas-liquid flow mechanism: asymmetric
periodic flow model. J Appl Physiol (1985). 1987;62(3):959-71. https://doi.org/10.1152/ jappl.1987.62.3.959

1) razão PFE/PFI > 1,1; Benjamin RG, Chapman GA, Kim CS, Sackner MA. Removal of bronchial secretions by two-phase gas-liquid
transport. Chest. 1989;95(3):658-63. https://doi.org/10.1378/chest.95.3.658
2) diferença PFE − PFI > 17 l/min;
3) razão PFE/PFI > 4,3; Volpe MS, Adams AB, Amato MB, Marini JJ. Ventilation patterns influence airway secretion movement. Respir
Care. 2008;53(10):1287-94.
4) diferença PFE − PFI > 33 l/min. Li Bassi G, Saucedo L, Marti JD, Rigol M, Esperatti M, Luque N, et al. Effects of duty cycle and positive end-
expiratory pressure on mucus clearance during mechanical ventilation*. Crit Care Med. 2012;40(3):895-902.
https://doi.org/10.1097/ CCM.0b013e318236efb5

Desses quatro limiares, os dois últimos apresentam maior potencial de refletir condições humanas por terem sido
descobertos em um experimento com animais, com a utilização da secreção do próprio animal, e porque a
influência da gravidade no deslocamento da secreção foi levada em consideração, uma vez que os animais foram
mantidos em posição semirrecumbente.
Terapia de Higiene Brônquica - AMIB

Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina


Intensiva Brasileira. Rev Bras Ter Intensiva. 2012; 24(1):6-22
Terapia de Higiene Brônquica - AMIB

Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina


Intensiva Brasileira. Rev Bras Ter Intensiva. 2012; 24(1):6-22
Hiperinsuflação com Ventilador
Terapia de Higiene Brônquica - AMIB

Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina


Intensiva Brasileira. Rev Bras Ter Intensiva. 2012; 24(1):6-22
Outras técnicas
Treinamento de empilhamento de ar (air
stacking)
AUMENTO DO FLUXO EXPIRATÓRIO
•Definição: Manobra que associa a compressão do tórax e abdome com a finalidade de aumentar o
fluxo aéreo expiratório.

•Objetivo: Deslocar secreções brônquicas por aumento brusco do fluxo expiratório.

•Descrição: Esta manobra é aplicada sobretudo em crianças. O fisioterapeuta coloca uma mão sobre o
tórax e a outra sobre o abdômen; inicialmente acompanha alguns ciclos respiratórios e no início de
uma expiração comprime-se o tórax bruscamente, no sentido ântero-posterior e céfalo-caudal,
enquanto a mão sobre o abdomen impede que haja dissipação da pressão gerada para o
compartimento abdominal.
•O aumento do fluxo expiratório apresenta algumas variações podendo ser aplicada também de forma
lenta.
EXPIRAÇÃO LENTA TOTAL COM A GLOTE ABERTA EM
DECÚBITO INFRALATERAL
Definição: Técnica que utiliza expirações lentas e prolongadas até volume
residual, com o paciente posicionado em decúbito lateral com pulmão
comprometido em posição dependente da gravidade para obter o deslocamento
das secreções localizadas em vias aéreas médias.

Objetivo: Utilizar a propriedade de ação de cisalhamento de um fluxo aéreo


lento sobre o muco brônquico, facilitando sua eliminação.
Descrição: Inicialmente localiza-se a região de acúmulo de secreção pela ausculta pulmonar. Na
presença de estertores de média freqüência (subcrepitantes), posiciona-se o paciente em decúbito
lateral com o pulmão comprometido em posição infralateral.

O paciente respira a volume corrente e a partir da capacidade residual funcional realiza, com a glote
aberta, expiração até volume residual. O fisioterapeuta coloca-se atrás do paciente e exerce pressão
abdominal infralateral com uma das mãos e uma pressão de contra apoio ao nível do gradeado
costal com a outra mão.

A compressão abdominal favorece maior esvaziamento do volume pulmonar infralateral. O paciente


é orientado a manter a glote totalmente aberta e expirar com fluxo lento. Esta técnica pode ser
realizada pelo próprio paciente, de maneira autônoma.
EXPIRAÇÃO LENTA PROLONGADA
Definição: É uma adaptação da técnica de ELTGOL para aplicação em neonatos e/ou lactentes, baseada
no mesmo princípio de cisalhamento do muco brônquico por fluxo aéreo lento.

Objetivo: Utilizar a propriedade de cisalhamento do muco por meio do fluxo lento removendo secreções
mais profundas.

Descrição: É uma técnica inteiramente passiva devido à idade e incapacidade do recém-nato (RN) em
cooperar; o paciente é posicionado em decúbito dorsal e o fisioterapeuta coloca uma mão no tórax e
outra no abdômen. Inicialmente acompanha alguns ciclos respiratórios e no final de uma expiração uma
pressão conjunta abdominal e torácica é exercida ao final de uma expiração espontânea forçando a
máxima expulsão de ar.
Seu objetivo é obter um volume
expiratório maior do que uma
expiração normal que ela apenas
prolonga e completa.
FRICÇÃO TRAQUEAL EXPIRATÓRIA
•Definição: Manobra realizada para promover o deslocamento de secreção traqueal, por meio de uma
pressão aplicada com o polegar sobre a traquéia de recém natos (RN) ou lactentes, em decúbito
dorsal.

•Objetivo: Segundo Postiaux, esta técnica visa deslocar e remover a secreção traqueal para a cavidade
oral.

•Descrição: O fisioterapeuta deve realizar uma pressão sobre a traquéia extratorácica comprimindo-a
com o polegar, originando um movimento linear repetitivo, de baixo para cima, promovendo uma
onda de pressão responsável por empurrar a secreção situada na zona próxima ao ponto de
compressão. O conteúdo deslocado é direcionado para a cavidade oral, de onde é removido pelo
fisioterapeuta.
.
Glossopulsão retrógrada
Definição: Técnica utilizada em pacientes pediátricos, com finalidade de conduzir as secreções expulsas pela tosse
que permanecem no fundo da cavidade bucal.

Objetivo: Conduzir e proporcionar a expulsão de secreção pulmonar contida no fundo da cavidade bucal.

Descrição: Após a tosse, a secreção deslocada pode se acumular no fundo da cavidade bucal. A técnica de
glossopulsão retrógrada, consiste em segurar a cabeça da criança apoiando os quatro dedos sobre ela enquanto
que o polegar apóia a mandíbula e exerce uma discreta pressão na base da língua, para impedir a deglutição.
Na fase expiratória, o estreitamento provocado pela compressão aumenta a velocidade do ar, expulsando e
impulsionando a secreção em direção as comissuras labiais, de onde podem ser retiradas. Esta técnica foi
proposta por Bartle em 1988 e sua denominação dada por Postiaux et al., após discussão com o autor.
HIGIENE DAS FOSSAS NASAIS COM SORO
FISIOLÓGICO

Definição: Consiste na limpeza das fossas nasais por meio de um lavado com soro
fisiológico em temperatura corporal.

Objetivo: Promover limpeza das fossas nasais.

Descrição: O terapeuta instila solução fisiológica em uma das narinas e utiliza um


sugador nasal para retirar material diluído, em seguida, repete-se o procedimento para
a outra narina.
DESOBSTRUÇÃO RINOFARÍNGEA RETRÓGRADA

•Definição: É uma manobra de inspiração rápida e forçada que utiliza o reflexo inspiratório
como recurso para desobstrução da rinofaringe.

•Objetivo: Promover a remoção de secreção da rinofaringe

•Descrição: O paciente é colocado em decúbito dorsal; ao final da expiração o fisioterapeuta


oclui com os dedos indicador e médio a boca, enquanto os outros dedos elevam a
mandíbula inferior. Como ação reflexa, o paciente realiza uma inspiração brusca pelo nariz.
A desobstrução rinofaríngea retrograda (DRR) pode ser realizada associada à instilação local de
solução fisiológica ou à substância medicamentosa prescrita, denomina-se, então desobstrução
rinofaríngea retrógrada com instilação (DRRI). A secreção mobilizada é removida da rinofaringe
pelo fisioterapeuta.
ASPIRAÇÃO
Definição: Técnica utilizada para retirada de secreção das vias aéreas mediante a utilização de uma
sonda conectada a um gerador de pressão negativa, devendo ser aplicada em pacientes com tosse
ineficaz ou em uso de via aérea artificial.

Objetivo: Remover secreções das vias aéreas.

Descrição: A técnica deve ser realizada de maneira asséptica. A duração de uma aspiração não deve
ser maior que 10 a 15 segundos, o sistema de aspiração pode ser aberto ou fechado. No sistema
aberto há necessidade de desconectar o paciente do ventilador e introduzir uma sonda na via aérea
interrompendo a ventilação.
No sistema fechado,o paciente não é desconectado do ventilador e a ventilação é mantida. Neste
sistema, a sonda é protegida por um envolvente plástico, podendo ser trocado a cada 24 horas.
Esta técnica deve ser realizada,
preferencialmente, por dois fisioterapeutas.
Ela pode ser aplicada de três maneiras:
❑Traqueal: Utilizada em pacientes que estão sob suporte
ventilatório, fazendo uso de via aérea artificial.
Inicialmente, para prevenir hipoxemia, administra-se a
concentração inspirada de oxigênio de 100%.
A seguir o fisioterapeuta, testa o gerador de pressão negativa,
conecta a sonda estéril ao circuito do gerador de pressão
negativa ou da rede, calça a luva estéril na mão dominante e
desconecta o paciente da fonte de oxigênio; a sonda deve ser
introduzida de maneira lenta e suave, preferencialmente sem
aspirar.
O procedimento deve ser repetido para que se retire o máximo
de secreção, respeitando as condições clínicas do paciente. Deve-
se verificar constantemente a saturação de pulso de oxigênio,
freqüência cardíaca e traçado eletrocardiográfico.
❑Nasotraqueal: A sonda é introduzida através das narinas, adentrando a cavidade nasal,
seguindo pelo meato inferior até as coanas e a partir da orofaringe, a sonda se dirige até a
laringe e em seguida à traquéia.
•Esta técnica é capaz de remover secreção de todo este percurso. A introdução da sonda deve
sempre ser realizada durante a inspiração, sem aspirar; a aspiração é realizada durante a
retirada da sonda, a qual deve ser lenta e suave.
•Em adultos a cabeça deve ser posicionada em hiperextensão e no lactente em posição neutra.
❑Orotraqueal: Destinada à aspiração da orofaringe e
larigofaringe, sendo realizada principalmente nos casos
em que a aspiração nasotraqueal está limitada, em
alguns casos, para auxiliar o procedimento, pode-se
utilizar uma cânula de Guedel.
Recomendações
Diâmetro interno do cateter de aspiração (DI) = (Diâmetro interno do tubo × 3)/2
Para o mesmo gradiente de pressão aplicado, quanto maior o diâmetro interno do
cateter e/ou menor o seu comprimento, maior será o volume de gás aspirado
Para minimizar os riscos de atelectasias, recomenda-se a limitação da pressão de
sucção entre 80 e 150 mmHg ou 10,6 e 20 KPa.
Duração 10 a 15 segundos
Reduções na saturação de oxigênio venoso misto, considerado o maior indi- cador
de oxigenação tecidual, foram encontradas após aspiração com a utilização de
solução salina (3-5 ml), além do risco de contaminação para o procedimento.

MACHADO, Maria Glória. Bases da Fisioterapia Respiratória - Terapia Intensiva e Reabilitação. Guanabara Koogan,
09/2007. VitalBook file.
Recomendações para aspiração em pacientes com trauma craniano
incluem oxigenação prévia, limitação do tempo de aspiração em 10
segundos, limitação dos repasses da sonda, uso criterioso de
hiperinsuflação, não movimentar a cabeça do paciente, manter a
pressão de sucção abaixo de 120 mmHg e usar cateteres adequados.

MACHADO, Maria Glória. Bases da Fisioterapia Respiratória - Terapia Intensiva e Reabilitação. Guanabara
Koogan, 09/2007. VitalBook file.
Técnicas e recursos
para remoção de
secreção brônquica

Técnica Técnicas assistidas por Técnicas de


assistida pela ondas de choque variação do
gravidade mecânico fluxo aéreo

Recursos não Recursos


Fluxo Rápido Fluxo Lento
instrumentais Instrumentais

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