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Governo do Estado do Rio Grande do Norte

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN)


Campus Avançado de Pau dos Ferros (CAPF)

Danielyson Yure de Queiroz Valentim


Francisca Neta Saldanha Cipriano

PERELMAN, C.; OLBRECHTS-TYTECA, L. Os âmbitos da argumentação. In:


PERELMAN, C.; OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado da argumentação: a
nova retórica. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014, p. 20-45.

Resumo

5. adaptação do orador ao auditório

De certo, o texto se faz saber que “é, de fato, ao auditório o papel


principal para determinar a qualidade da argumentação e o comportamento dos
oradores” (p. 27), nesse sentido, entendemos que em um processo
argumentativo, o auditório exercerá influência significativa sobre o meu orador
e, consequentemente, sobre o que ele irá enunciar.
Assim, é necessário distinguir o orador que se deixa envolver pelo seu
auditório daquele que os autores vão chamar de homem apaixonado. Esse
último, em um processo argumentativo, não transmite verdade ao falar e não
considera seu auditório, uma vez que se mostra entusiasmado ao falar.
Ademais, torna-se da mesma forma, importante, explicar que o orador
pode negar-se, a depender de seu auditório, de persuadir em uma relação
argumentativa caso o auditório em questão seja contrário aos seus
sentimentos.

6. persuadir e convencer
Levando em consideração que a variedade de auditórios a quem o
orador pode recorrer, ele se encontra colocado de frente com todos os
princípios e particularidades a que ele deve se submeter. Por isso, é
necessário que haja a busca por uma objetividade. E é nesse sentido que os
autores tratam mais na frente sobre persuadir e convencer.
Dito isso, para quem se preocupa com o resultado, persuadir vai além do
convencer, por outro lado, a quem se interessa com o caráter racional da
adesão, convencer é mais do que persuadir. Para os autores, apoiados em
Pascal, tudo quanto não é razão, por exemplo: o sentimento, o corpo, a
imaginação, é levado em consideração no processo persuasivo. Para mais,
persuasão também é considerado um processo direcionado para um único
auditório. Entretanto, o convencimento está ligado aquele que deveria obter a
adesão de todo ser racional. Os autores também nos elucidam acerca das
fronteiras que existem entre os termos persuadir e convencer, são fronteiras
precisas e incertas, pois a maneira como o orador reconhece seu auditório
sempre pode ser retomada.
Para mais, existem três tipos de auditórios que irão influenciar na
natureza convincente da argumentação. São eles definidos como:

o primeiro, constituído pela humanidade inteira, ou pelo menos, por


todos os homens adultos e normais, que chamaremos de auditório
universal; o segundo formado no diálogo, unicamente pelo interlocutor
a quem se dirige; o terceiro, enfim, constituído pelo próprio sujeito,
quando ele delibera ou figura as razões de seus atos. (p. 33-34)

7. o auditório universal

O auditório universal é heterogêneo, e nele, o orador precisa adaptar-se


às diversas teses e opiniões distintas. Nele, cada indivíduo possui uma
concepção de auditório, levando em conta sua cultura.
Quando um processo argumentativo é direcionado ao auditório universal
e não atinge seu objetivo de convencer a todos os participantes o que se resta
a fazer é desqualificar o recalcitrante. Alguns auditórios que são especializados
costumam ser associados ao auditório universal, como o auditório do cientista
dirigindo-se aos pares. Assim, os autores afirmar que não existe auditório
independente, mas esses impõem concepções do auditório universal.

8. A argumentação para um único ouvinte

Em se tratando desse ponto, o texto vai nos remeter as concepções na


Antiguidade, da primazia da dialética sobre a dialética. Os autores vão
comparar a dialética como o processo de diálogo do punho fechado, por outro
lado, a retórica seria a técnica do diálogo de mão aberta. Quando o ouvinte
único é ativo no processo do diálogo, ele pode representar tanto um auditório
universal quanto um particular. A escolha desse ouvinte se dará pelos objetivos
do orador o que irá influenciar significativamente no processo de
argumentação.

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